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Funções Vetoriais - Seções 13.1-4 Cálculo II - ECT 1202 Escola de Ciências e Tecnologia Universidade Federal do Rio Grande do Norte Fevereiro 2011 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 1 / 72 Relembrando ... Definição Uma função f é uma lei que associa cada elemento x em um conjunto D exatamente a um elemento f (x), em um conjunto E. Em geral consideramos D e E ⊆ R. Diagrama de flechas Gráfico de uma função real Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 2 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Definição Uma função vetorial~F de uma variável real t, é uma função cujo domínio é um subconjunto de R e cuja a imagem é um conjunto de vetores (do R3). Notação para~F(t) Uma função vetorial~F(t) pode ser escrita como: ~F(t) = 〈f (t),g(t),h(t)〉= f (t)~i+g(t)~j+h(t)~k As funções f (t), g(t) e h(t) são chamadas de funções componentes. Domínio de~F(t) O domínio de~F(t) é o maior subconjunto de R no qual todas funções componentes estão definidas. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 3 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 1 Se~F(t) = 〈t3, ln(3− t),√t〉, determine suas funções componentes e o domínio de~F(t). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 4 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 1 Se~F(t) = 〈t3, ln(3− t),√t〉, determine suas funções componentes e o domínio de~F(t). Solução f (t) = t3 g(t) = ln(3− t) h(t) =√t t3 está definida ∀t ∈ R, ln(x) está definida para x> 0 =⇒ 3− t > 0 =⇒ t < 3,√ t está definida para t ≥ 0, as três funções estão definidas no intervalo [0,3), portanto esse é o domínio de~F(t). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 5 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Definição de Limite Se~F(t) = 〈f (t),g(t),h(t)〉, então lim t→a ~F(t) = 〈lim t→a f (t), limt→ag(t), limt→ah(t)〉 desde que o limite das funções componentes existam. Propriedades do limite Sejam~u e~v funções vetoriais e c uma constante, tem-se que: a) limt→a[~u(t)+~v(t)] = limt→a~u(t)+ limt→a~v(t) b) limt→a c~u(t) = c limt→a~u(t) c) limt→a[~u(t) ·~v(t)] = limt→a~u(t) · limt→a~v(t) d) limt→a[~u(t)×~v(t)] = limt→a~u(t)× limt→a~v(t) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 6 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 2 Determine limt→0~F(t) onde~F(t) = 〈1+ t3, te−t, sin(t)t 〉. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 7 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 2 Determine limt→0~F(t) onde~F(t) = 〈1+ t3, te−t, sin(t)t 〉. Solução Pela definição temos que, se o limite existir: lim t→0 ~F(t) = 〈lim t→0 (1+ t3), lim t→0 te−t, lim t→0 sin(t) t 〉 Lembrando que limt→0 sin(t) t = 1, limite trigonométrico fundamental, lim t→0 ~F(t) = 〈1,0,1〉=~i+~k Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 8 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Continuidade Lembre-se que uma função do tipo y= f (x) se diz contínua em a se lim x→a f (x) = f (a) Função contínua Função descontínua Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 9 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Continuidade para uma função vetorial Uma função vetorial~F(t) é contínua em a se lim t→a ~F(t) =~F(a) i.e, ~F(t) deve estar definida em t = a deve existir limt→a~F(t) =~L ~L=~F(a) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 10 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 3 Verifique se a seguinte função vetorial é contínua no ponto t = 0: ~F(t) = { 〈1,0,2〉 se t = 0 〈 sin(t)t , 1−cos(t)t , t+1〉 se t 6= 0 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 11 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 3 Verifique se a seguinte função vetorial é contínua no ponto t = 0: ~F(t) = { 〈1,0,2〉 se t = 0 〈 sin(t)t , 1−cos(t)t , t+1〉 se t 6= 0 Solução ~F(0) = 〈1,0,2〉, ~L= limt→0 = 〈limt→0 sin(t)t , limt→0 1−cos(t)t , limt→0(t+1)〉= 〈1,0,1〉, ~L= 〈1,0,1〉 6=~F(0), portanto não é contínua em t = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 12 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Curva espacial Sejam f , g e h funções contínuas num intervalo I. O conjunto C de todos os pontos (x,y,z) no espaço onde x= f (t) y= g(t) z= h(t) e t varia no intervalo I é chamado curva espacial. Curva espacial As equações acima são denominadas equações paramétricas, e t é conhecido como parâmetro. Notação: ~r(t) = 〈f (t),g(t),h(t)〉 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 13 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 4 Descreva a curva definida pelas seguintes funções vetoriais a) ~r(t) = 〈t−1,2t−3,0〉 b) ~r(t) = 〈cos(t),sin(t),0〉 c) ~r(t) = 〈cos(t),sin(t), t〉 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 14 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 4 Descreva a curva definida pelas seguintes funções vetoriais a) ~r(t) = 〈t−1,2t−3,0〉 Solução As equações paramétricas são dadas por: x= f (t) = t−1 y= g(t) = 2t−3 z= h(t) = 0 Note que: { t = x+1 t = y+32 =⇒ y= 2x−1 Eq. da reta Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 15 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 4 Descreva a curva definida pelas seguintes funções vetoriais b) ~r(t) = 〈cos(t),sin(t),0〉 Solução As equações paramétricas são dadas por: x= f (t) = cos(t) y= g(t) = sin(t) z= h(t) = 0 Note que: { x2 = cos2(t) y2 = sin2(t) =⇒ x2+ y2 = 1 Eq. da circunferência Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 16 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Exemplo 4 Descreva a curva definida pelas seguintes funções vetoriais c) ~r(t) = 〈cos(t),sin(t), t〉 Solução As equações paramétricas são dadas por: x= f (t) = cos(t) y= g(t) = sin(t) z= h(t) = t Ainda temos: { x2 = cos2(t) y2 = sin2(t) =⇒ x2+ y2 = 1 Porém à medida que t aumenta a curva x2+ y2 = 1 deixa o plano xy formando uma hélice. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 17 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Derivada Lembre-se que para uma função do tipo y= f (x), a derivada no ponto x= a é definida como o seguinte limite (se este existir) f ′(a) = lim h→0 f (a+h)− f (a) h Derivada em x= a Função derivada f ′(x) = lim h→0 f (x+h)− f (x) h Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 18 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Derivada de uma função vetorial A derivada~r′(t) de uma função vetorial é definida como: d~r dt =~r′(t) = lim h→0 ~r(t+h)−~r(t) h se este limite existir. A quantidade~r′(t) representa geometricamente o vetor tangente à curva~r(t) para um dado t. Vetor Secante Vetor Tangente Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 19 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Vetor tangente unitário O vetor tangente unitário é definido da seguinte forma: ~T(t) = ~r′(t) ‖~r′(t)‖ Teorema Se~r(t) = 〈f (t),g(t),h(t)〉= f (t)~i+g(t)~j+h(t)~k, onde f , g e h são funções diferenciáveis, então: ~r′(t) = f ′(t)~i+g′(t)~j+h′(t)~k . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 20 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 5 a) Determine a derivada de~r(t) = (1+ t3)~i+ te−t~j+ sin(2t)~k. b) Encontre o vetor tangente unitário no ponto t = 0. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 21 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 5 Solução a) Determine a derivada de~r(t) = (1+ t3)~i+ te−t~j+ sin(2t)~k. Derivando cada função componente temos: ~r′(t) = (3t2)~i+(1− t)e−t~j+2cos(2t)~k b) Encontre o vetor tangente unitário no ponto t = 0. Do ítem a) temos: ~r′(0) =~j+2~k ‖~r′(0)‖= √ 5 =⇒ ~T(0) = 1√ 5 ~j+ 2√ 5 ~k Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 22 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 6 Determine as equações paramétricas para a reta tangente à hélice com equações paramétricas: x= 2cos(t) y= sin(t) z= t no ponto (0,1,pi/2). Relembrando ... Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 23 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 6 Determine as equações paramétricas para a reta tangente à hélice com equações paramétricas: Solução A hélice é dada por~r(t) = 〈2cos(t),sin(t), t〉. O vetor tangente à hélice é: ~r′(t) = 〈−2sin(t),cos(t),1〉 O ponto (0,1,pi/2) corresponde a t = pi/2, i.e,~r′(pi/2) = 〈−2,0,1〉 ~r(t) =~r(pi/2)+ t~v= 〈−2t,1, t+pi/2〉 logo: x=−2t y= 1 z=pi 2 + t. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 24 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Teorema Suponha que~u e~v sejam funções vetoriais diferenciáveis, c, um escalar e f , uma função real. Então 1 ddt [~u(t)+~v(t)] =~u ′(t)+~v′(t) 2 ddt [c~u(t)] = c~u ′(t) 3 ddt [f (t)~u(t)] = f ′(t)~u(t)+ f (t)~u′(t) 4 ddt [~u(t) ·~v(t)] =~u′(t) ·~v(t)+~u(t) ·~v′(t) 5 ddt [~u(t)×~v(t)] =~u′(t)×~v(t)+~u(t)×~v′(t) 6 ddt [~u(f (t))] = f ′(t)~u′(f (t)) Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 25 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 7 Mostre que, se ‖~r(t)‖= c (uma constante), então~r′(t) é ortogonal a~r(t) para todo t. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 26 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 7 Mostre que, se ‖~r(t)‖= c (uma constante), então~r′(t) é ortogonal a~r(t) para todo t. solução Note que: ~r(t) ·~r(t) = ‖~r(t)‖2 = c2 Da fórmula 4 do teorema anterior temos que: 0= d dt [~r(t) ·~r(t)] =~r′(t) ·~r(t)+~r(t) ·~r′(t) = 2~r′(t) ·~r(t) De onde temos ~r′(t) ·~r(t) = 0 para todo t, o que implica que~r′(t) é ortogonal a~r(t). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 27 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Integral A integral definida de uma função vetorial~r(t) é definida como a integral das suas funções componentes. ∫ b a ~r(t)dt = (∫ b a f (t)dt ) ~i+ (∫ b a g(t)dt ) ~j+ (∫ b a h(t)dt ) ~k A integral indefinida é definida como ∫ ~r(t)dt = (∫ f (t)dt ) ~i+ (∫ g(t)dt ) ~j+ (∫ h(t)dt ) ~k+~C onde ~C é um vetor constante de integração. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 28 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 8 Calcule a integral indefinida da seguinte função vetorial: ~r(t) = 〈2cos(t),sin(t),2t〉 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 29 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 8 Calcule a integral indefinida da seguinte função vetorial: ~r(t) = 〈2cos(t),sin(t),2t〉 Solução∫ 2cos(t)dt = 2sin(t) ∫ sin(t)dt =−cos(t) ∫ 2tdt = t2 Logo: ∫ ~r(t)dt = 2sin(t)~i− cos(t)~j+ t2~k+~C Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 30 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 9 Encontre~r(t) se~r′(t) = 〈2t,et, ln(t)〉 e~r(1) =~i−~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 31 / 72 Derivadas e integrais de funções vetoriais Exemplo 9 Encontre~r(t) se~r′(t) = 〈2t,et, ln(t)〉 e~r(1) =~i−~k. Solução ∫ 2tdt = t2 ∫ etdt = et ∫ ln(t)dt = t ln(t)− t Assim temos que: ~r(t) = t2~i+ et~j+(t ln(t)− t)~k+~C Mas~r(1) =~i−~k, logo: ~r(t) = t2~i+(et− e)~j+(t ln(t)− t)~k Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 32 / 72 Comprimento de arco e curvatura Comprimento de arco Considere a seguinte curva espacial~r(t) = 〈f (t),g(t),h(t)〉, a≤ t ≤ b, o que é equivalente às equações paramétricas x= f (t), y= g(t) e z= h(t), onde f ′, g′ e h′ são funções contínuas. Nessas condições o comprimento de arco L, da curva em questão, é definido como: L = ∫ b a √ [f ′(t)]2+[g′(t)]2+[h′(t)]2dt = ∫ b a √(dx dt )2 + ( dy dt )2 + (dz dt )2 dt Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 33 / 72 Comprimento de arco e curvatura Comprimento de arco Note que escrevendo~r(t) = 〈x,y,z〉 na sua forma paramétrica, sua derivada é dada por: ~r′(t) = dx dt ~i+ dy dt ~j+ dz dt ~k A norma do vetor tangente é dada por: ‖~r′(t)‖= √( dx dt )2 + ( dy dt )2 + ( dz dt )2 Assim podemos reescrever o comprimento de arco como: L= ∫ b a ‖~r′(t)‖dt Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 34 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 10 Determine o comprimento de arco da hélice circular de equação ~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k do ponto (1,0,0) até o ponto (1,0,2pi). Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 35 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 10 Determine o comprimento de arco da hélice circular de equação ~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k do ponto (1,0,0) até o ponto (1,0,2pi). Solução Note que~r′(t) =−sin(t)~i+ cos(t)~j+~k, assim: ‖~r′(t)‖= √ sin2(t)+ cos2(t)+1= √ 2 Note ainda que o ponto (1,0,0) corresponde a t = 0 e (1,0,2pi) a t = 2pi, logo: L= ∫ 2pi 0 √ 2dt = 2pi √ 2 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 36 / 72 Comprimento de arco e curvatura Reparametrização Considere a hélice do exemplo anterior. Façamos a seguinte substituição t = 4u, dessa forma~r(u) = cos(4u)~i+ sin(4u)~j+4u~k. Calculemos então o comprimento de acro: ~r′(u) =−4sin(t)~i+4cos(t)~j+4~k =⇒ ‖~r′(u)‖= 4 √ 2 Logo: L= ∫ pi/2 0 4 √ 2dt = 2pi √ 2 Ou seja, o comprimento de arco não muda se mudarmos o parâmetro da curva. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 37 / 72 Comprimento de arco e curvatura Reparametrização A forma mais natural de (re)parametrizar uma curva é através do comprimento de arco. Para isso vamos definir a função comprimento de arco s(t). Definição Suponha que~r(t) = f (t)~i+g(t)~j+h(t)~k, a≤ t ≤ b, e que~r′(t) seja contínua. A função comprimento de arco s(t) é definida por: s(t) = ∫ t a ‖~r′(u)‖du= ∫ t a √( dx du )2 + ( dy du )2 + ( dz du )2 du Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 38 / 72 Comprimento de arco e curvatura Reparametrização Uma vez determinada s(t), podemos (em tese) inverter essa relação, i.e, escrever t(s), e substituição na expressão que define a curva vetorial~r. Assim ficamos com: ~r(t(s)) =~r(s) Derivada da função comprimento de arco Do Teorema fundamental do cálculo temos que: d dt s(t) = d dt ∫ t a ‖~r′(u)‖du= ‖~r′(t)‖ Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 39 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo11 Reparametrize a hélice circular~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k, utilizando o comprimento de arco a partir do ponto (1,0,0). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 40 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo11 Reparametrize a hélice circular~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k, utilizando o comprimento de arco a partir do ponto (1,0,0). Solução Já sabemos que ‖~r′(t)‖=√2, assim: s(t) = ∫ t 0 √ 2du= √ 2t Ou seja: t(s) = s√ 2 =⇒ ~r(s) = cos( s√ 2 )~i+ sin( s√ 2 )~j+ s√ 2 ~k Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 41 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo12 Mostre que se~r está parametrizada pelo comprimento de arco, então o vetor tangente unitário é dado por~T(s) = d~r(s)ds . Verifique esse fato para a hélice do Exemplo 11. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 42 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo12 Mostre que se~r está parametrizada pelo comprimento de arco, então o vetor tangente unitário é dado por~T(s) = d~r(s)ds . Verifique esse fato para a hélice do Exemplo 11. Solução Note que: d~r(s) ds = d~r dt dt ds = d~r dt ds dt = ~r′(t) ‖~r′(t)‖ = ~T No Exemplo 11,~r(s) = cos( s√ 2 )~i+ sin( s√ 2 )~j+ s√ 2 ~k logo: d~r(s) ds = −sin( s√ 2 ) √ 2 ~i+ cos( s√ 2 ) √ 2 ~j+ 1√ 2 ~k =⇒ ‖d~r(s) ds ‖= 1 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 43 / 72 Comprimento de arco e curvatura Curvatura Considere as seguintes funções vetoriais~r1(t) =~r(t0)+ t~V e ~r2(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k, onde ~V é um vetor constante. Os respectivos vetores tangentes unitários são dados por: ~T1(t) = ~r′1(t) ‖~r′1(t)‖ = ~V ‖~V‖ ~T2(t) = ~r′2(t) ‖~r′2(t)‖ = 〈−sin(t)√ 2 , cos(t)√ 2 , 1√ 2 〉 Note que: ~T1(t) não muda de direção à medidada que t aumenta, uma vez que ~V é um vetor constante ~T2(t) muda sua direção se curvando juntamente com a hélice Podemos perceber que se uma curva muda de direção em um ponto, então também muda de direção seu vetor tangente unitário. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 44 / 72 Comprimento de arco e curvatura Curvatura Uma forma de medir como uma curva está se dobrando ou curvando é então verificar como o vetor tangente unitário varia ao longo do comprimento s da curva. Como base neste argumento definimos a curvatura de uma curva como a seguinte taxa: κ(s) = ‖d ~T(s) ds ‖ Pela regra da cadeia tem-se que ‖d~Tds ‖= ‖d ~T dt dt ds‖= ‖ d~Tdt ‖ ‖ dsdt ‖ = ‖ ~T ′(t)‖ ‖~r′(t)‖ . Assim a curvatura é dada por: κ(t) = ‖~T ′(t)‖ ‖~r′(t)‖ Leonardo Mafra (ECT-UFRN)Fevereiro 2011 45 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 13 Mostre que a curvatura de um círculo de raio a é 1/a. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 46 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 13 Mostre que a curvatura de um círculo de raio a é 1/a. Solução A parametrização de um círculo de raio a é: x= acos(t) y= asin(t) De forma que~r(t) = acos(t)~i+asin(t)~j. Logo: ~r′(t) =−asin(t)~i+acos(t)~j ‖~r′(t)‖= a =⇒ ~T(t) =−sin(t)~i+ cos(t)~j Assim~T ′(t) =−cos(t)~i− sin(t)~j, ‖~T ′(t)‖= 1 e a curvatura fica dada por: κ(t) = 1 a Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 47 / 72 Comprimento de arco e curvatura Teorema Seja~r(t) uma curva diferenciável regular. A curvatura de uma curva dada pela função vetorial~r(t) é: κ(t) = ‖~r′(t)×~r′′(t)‖ ‖~r′(t)‖3 Para o caso especial de uma curva plana dada por y= f (x), escolhemos x como parâmetro e escrevemos~r(x) = x~i+ f (x)~j. De forma que ~r′(x) =~i+ f ′(x)~j,~r′′(x) = f ′′(x)~j e ‖~r′(x)‖= √ 1+[f ′(x)]2. Logo: κ(x) = |f ′′(x)| {1+[f ′(x)]2} 32 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 48 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 14 Determine a curvatura de~r(t) = 〈t, t2, t3〉 para um ponto genérico e para o ponto (0,0,0). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 49 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 14 Determine a curvatura de~r(t) = 〈t, t2, t3〉 para um ponto genérico e para o ponto (0,0,0). Solução ~r′(t) = 〈1,2t,3t2〉 ~r′′(t) = 〈0,2,6t〉 ‖~r′(t)‖= √ 1+4t2+9t4 ~r′(t)×~r′′(t) = ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k 1 2t 3t2 0 2 6t ∣∣∣∣∣∣= 6t2~i−6t~j+2~k ‖~r′(t)×~r′′(t)‖= 2 √ 9t4+9t2+1 κ(t) = 2 √ 9t4+9t2+1 (1+4t2+9t4) 3 2 κ(0) = 2 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 50 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 15 Determine a curvatura da parábola y= x2 nos pontos (0,0), (1,1) e (2,4). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 51 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 15 Determine a curvatura da parábola y= x2 nos pontos (0,0), (1,1) e (2,4). solução f ′(x) = 2x f ′′(x) = 2 κ(x) = 2 [1+4x2] 3 2 Assim κ(0) = 2, κ(1) = 253/2 e κ(2) = 2 173/2 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 52 / 72 Vetor normal unitário e binormal Vetor normal unitário Como o vetor tangente unitário tem norma constante tem-se que: ~T(t) · d ~T(t) dt = 0 =⇒ ~T(t)⊥ d ~T(t) dt ou seja, d ~T(t) dt é normal (ortogonal) à~T(t). Definição Se~r′(t) for diferenciável, então podemos definir o vetor normal unitário, ~N(t), como: ~N(t) = ~T ′(t) ‖~T ′(t)‖ Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 53 / 72 Vetor normal unitário e binormal Vetor binormal Dado dois vetores~A e~B, o produto vetorial ~C =~A×~B define outro vetor ortogonal à~A e~B ao mesmo tempo. Através de~T(t) e ~N(t), podemos definir um vetor normal à~T(t) e ~N(t) simultaneamente da seguinte forma: ~B(t) =~T(t)×~N(t) este vetor é chamado de vetor binormal. Referencial TNB Como~T(t) e ~N(t) são unitários, segue que o vetor binormal~B(t) também é unitário. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 54 / 72 Vetor normal unitário e binormal Exemplo 16 Determine os vetores normal e binormal à hélice circular ~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 55 / 72 Vetor normal unitário e binormal Exemplo 16 Determine os vetores normal e binormal à hélice circular ~r(t) = cos(t)~i+ sin(t)~j+ t~k. Solução ~r′(t) =−sin(t)~i+ cos(t)~j+~k ‖~r′(t)‖= √ 2 ~T(t) = 1√ 2 [−sin(t)~i+ cos(t)~j+~k] ~T ′(t) = 1√ 2 [−cos(t)~i− sin(t)~j] ‖~T ′(t)‖= 1√ 2 ~N(t) = 〈−cos(t),−sin(t),0〉 ~B(t) = 1√ 2 ∣∣∣∣∣∣ ~i ~j ~k −sin(t) cos(t) 1 −cos(t) −sin(t) 0 ∣∣∣∣∣∣ = 1√ 2 〈sin(t),−cos(t),1〉 Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 56 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Velocidade e aceleração Suponha que~r(t) determine a posição de uma partícula no espaço. Definimos a velocidade média entre os instante de tempo t e t+h como o seguinte vetor: ~vm(t) = ~r(t+h)−~r(t) h . Definimos o vetor velocidade, ou velocidade instantânea, como: ~v(t) = lim h→0 ~r(t+h)−~r(t) h =~r′(t). Da definição acima vemos que o vetor velocidade é tangente a curva. A norma do vetor velocidade é chamada de velocidade escalar e é dada por: ‖~v(t)‖= ‖~r′(t)‖= ds dt . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 57 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Velocidade e aceleração A aceleração é definida como a taxa de variação da velocidade, ou seja: ~a(t) =~v′(t) =~r′′(t). Exemplo 17 O vetor posição de uma partícula se movendo no plano é dado por ~r(t) = t3~i+ t2~j. Determine a velocidade, a velocidade escalar e a aceleração do objeto no instante t = 1 e ilustre geometricamente. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 58 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Exemplo 17 O vetor posição de uma partícula se movendo no plano é dado por ~r(t) = t3~i+ t2~j. Determine a velocidade, a velocidade escalar e a aceleração do objeto no instante t = 1 e ilustre geometricamente. Solução Para um dado instante t temos: ~v(t) =~r′(t) = 3t2~i+2t~j ~a(t) =~r′′(t) = 6t~i+2~j ‖~v(t)‖= √ 9t4+4t2 Quando t = 1 temos: ~v(1) = 3~i+2~j ~a(1) = 6~i+2~j ‖~v(1)‖= √ 13. Ver figura Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 59 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Exemplo 18 Uma partícula se move a partir de uma posição inicial~r(0) = 〈1,0,0〉 com velocidade inicial~v(0) =~i−~j+~k. Sua aceleração é dada por ~a(t) = 4t~i+6t~j+~k. Determine sua velociadade e posição no instante t. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 60 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Exemplo 18 Uma partícula se move a partir de uma posição inicial~r(0) = 〈1,0,0〉 com velocidade inicial~v(0) =~i−~j+~k. Sua aceleração é dada por ~a(t) = 4t~i+6t~j+~k. Determine sua velociadade e posição no instante t. Solução ~v(t) = ∫ ~a(t)dt = ∫ (4t~i+6t~j+~k)dt = 2t2~i+3t2~j+ t~k+~C Como~v(0) =~i−~j+~k, temos que~v(t) = (2t2+1)~i+(3t2−1)~j+(t+1)~k. ~r(t) = ∫ ~v(t)dt = ∫ [(2t2+1)~i+(3t2−1)~j+(t+1)~k]dt ~r(t) = ( 2 3 t3+ t)~i+(t3− t)~j+(1 2 t2+ t)~k+~D Como~r(0) = 〈1,0,0〉, temos que~r(t) = (23 t3+ t+1)~i+(t3− t)~j+(12 t2+ t)~k. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 61 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Componentes normal e tangencial da aceleração Note que podemos reescrever o vetor velocidade da seguinte forma: ~v(t) = ‖~r′(t)‖~T(t) = ds dt ~T(t). Derivando a expressão acima temos: ~a(t) = d2s dt2 ~T(t)+ ds dt ~T ′(t) Mas ‖~T ′(t)‖= κ‖~r′(t)‖, e~T ′(t) = ‖~T ′(t)‖~N(t), assim: ~a(t) = d2s dt2 ~T(t)+ ( ds dt )2 κ~N(t). Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 62 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Componentes normal e tangencial da aceleração Dessa forma podemos ver que o vetor aceleração pode ser decomposto em duas componentes, uma tangencial e outra normal: aT = d2s dt2 = d dt ‖~r′(t)‖ aN = ( ds dt )2 κ= ‖~r′(t)‖2κ(t) . Exemplo 19 Uma partícula se move com função posição dada~r(t) = 〈t2, t2, t3〉. Determine as componentes tangencial e normal da aceleração. Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 63 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Exemplo 19 Uma partícula se move com função posição dada~r(t) = 〈t2, t2, t3〉. Determine as componentes tangencial e normal da aceleração. Solução ~r′(t) = 〈2t,2t,3t2〉 ~r′′(t) = 〈2,2,6t〉 ‖~r′(t)‖= √ 8t2+9t4 Assim a componente tangencial fica: aT = d dt ‖~r′(t)‖= 8t+18t 3 √ 8t2+9t4 . A componente normal é dada por: aN = ‖~r′(t)‖2κ(t) = 6 √ 2t2√ 8t2+9t4 . Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 64 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Gráfico de uma reta Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 65 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Gráfico de uma circunferência Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 66 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Gráfico de uma circunferência Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 67 / 72 Funções vetoriais e curvas espaciais Equação vetorial da reta Reta na direção do vetor~v ~r(t) =~r(t0)+ t~v Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN)Fevereiro 2011 68 / 72 Comprimento de arco e curvatura Exemplo 10 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 69 / 72 Comprimento de arco e curvatura Função comprimento de arco Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 70 / 72 Comprimento de arco e curvatura Variação do vetor tangente unitário Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 71 / 72 Movimento no espaço: velocidade e aceleração Velocidade e aceleração em t = 1 Voltar Leonardo Mafra (ECT-UFRN) Fevereiro 2011 72 / 72
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