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Aula_2_-_Tafonomia

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1 
Tafonomia 
Profa Simone Moraes 
(smoraes@ufba.br) 
Universidade Federal da Bahia 
Instituto de Geociências 
Departamento de Oceanografia 
GEO B17 - Paleontologia 
Tafonomia 
 Conceito 
o Palavra de origem grega: 
 Tafos = sepultamento 
 Nomos = leis 
o Ramo da Paleontologia que 
estuda as condições e 
processos que propiciam a 
preservação de restos ou 
vestígios de organismos 
o Estuda os processos de 
preservação e como eles 
afetam o registro fossilífero 
Produtores Herbívoros 
Carnívoros Matéria 
inorgânica 
Decompositores 
Fossilização 
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Ciclo natural da vida com as 
possíveis transformações da matéria 
orgânica 
Tafonomia 
 Subdivisões 
o Bioestratinomia 
 Estuda as causas e tipos de morte dos organismos e os 
problemas ligados à sua decomposição, transporte e 
soterramento 
 Analisa desde as causa da morte do organismo até o seu 
soterramento 
o Diagênese de fósseis ou Fossildiagênese 
 Estuda o conjunto de processos que propiciam a 
preservação dos restos de organismos ou de seus 
vestígios 
 Analisa os fenômenos de pós-soterramento até a data de 
coleta dos restos ou vestígios 
Tafonomia 
 Subdivisões 
Tafonomia 
Bioestratinomia Fossildiagênese 
Morte 
Necrólise 
Desarticulação 
Transporte 
Diagênese 
Fóssil 
Soterramento 
Bioestratinomia 
 Morte 
o Tipos de morte 
 Morte seletiva ou natural – 
causada por doenças, 
envelhecimento ou predação, 
afeta determinadas faixas de 
idade na população 
 Morte não seletiva ou 
catastrófica – ocorre quando 
um evento de grande 
magnitude atinge a população 
indiscriminadamente. Ex: 
enchentes, seca, 
tempestades, erupções 
vulcânicas, etc. 
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Rastro de locomoção de Mesolimulus walchi 
Camelos e rinocerontes do Mioceno 
(24 a 5,3 Ma) em Ashfall Fossil Beds 
State Historical Park, EUA 
Bioestratinomia 
 Morte 
o Tipos de morte 
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Padrão de distribuição de classes de tamanho por tipos de morte. 
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Idade 
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Idade 
2 
Bioestratinomia 
 Necrólise 
o Decomposição dos tecidos moles de conexão, após 
a morte de um organismo 
 Aeróbia 
 Invertebrados com concha – concentração de gases nos 
espaços livres causa recristalização 
 Vertebrados – gases diminuem a densidade corporal e fazem 
as carcaças flutuarem 
Diplocynodon darwini, um crocodilo 
que explodiu durante a decomposição 
quando os gases formaram-se em 
seus intestinos 
Bioestratinomia 
 Necrólise 
o Decomposição dos tecidos moles de conexão, após 
a morte de um organismo 
Anelídeos e artrópodes de corpo mole preservados em ambiente anaeróbico do 
Cambriano (Folhelho de Burgess, Canadá). 
 Anaeróbia – poucos necrófagos; favorece a preservação 
mesmo que não haja soterramento rápido 
Colúmbia 
Britânica 
(Canadá) 
Canadaspis Yohoia Marella 
Hallucigenia 
Amiskwia G
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Bioestratinomia 
 Desarticulação 
o Corresponde à separação da estrutura esquelética 
 Depende da anatomia do organismo e do tempo de 
exposição deste aos processos bióticos e abióticos até o 
seu soterramento 
 Mede o tempo de exposição e a intensidade do transporte 
sofrido pelos restos esqueléticos 
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Venericardia maris com valvas unidas e Sanguinolites 
pernambucensis com valvas em borboleta 
Carapaça de Rhachiosoma 
riograndensis sem espinhos 
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) 
Bioestratinomia 
 Transporte 
o Fatores 
 Distância da área-fonte – 
comportam-se como grãos 
sedimentares 
 Formato e peso – baixa 
densidade relativa de alguns 
ossos de animais recém-mortos 
o Conseqüências 
 Fragmentação – condições de 
alta energia e substrato duro 
 Abrasão – atrito com a areia em 
águas rasas e agitadas 
Desgaste dos grãos 
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Equivalência 
hidráulica de alguns 
elementos 
esqueléticos de 
vertebrados 
Holz e Simões (2002) 
 Bioerosão e dissolução – águas profundas e fundos argilosos 
Bioestratinomia 
 Soterramento 
o Princípio do Neocatastrofismo ou Sedimentação 
Episódica 
 O registro sedimentar é episódico, apenas os eventos de 
maior magnitude deixam registro – o registro sedimentar é 
sempre aquele do último e maior evento 
 Mistura temporal - mistura de restos orgânicos de tempos 
geológicos diferentes 
o Influência dos eventos episódicos - Tempestades 
 Ambientes rasos - exumação e 
reorientação dos animais bentônicos da 
infauna 
 Ambientes profundos – precipitação 
do material em suspensão (aumento da 
taxa de sedimentação) e soterramento 
dos animais em posição de vida Braquiópodes soterrados 
Fossilização 
 Conceito 
o Conjunto de processos 
físicos, químicos e biológicos 
que atuam sobre o 
organismo, resultando na 
preservação deste ou de 
suas características 
 Condições do organismo 
o Partes biomineralizadas -
carbonato, fosfato, silicato 
o Matéria orgânica resistente - 
quitina, celulose 
Partes biomineralizadas 
Scaphonyx, Triássico do Brasil 
Matéria orgânica resistente 
Populus wilmattae, 64mm, Eoceno dos EUA 
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 Fatores que favorecem a 
fossilização 
o Soterramento rápido 
o Composição química e estrutural do 
esqueleto 
o Modo de vida do organismo 
o Condições químicas do ambiente 
Soterramento rápido e 
disponibilidade de minerais 
Modo de vida dentro ou 
próximo à água e presença 
de substâncias resistentes 
Fossilização 
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7
) 
Science Photo 
Library (2013) 
Dorling Kindersley Images (2013) 
Fossilização 
 Fatores que podem destruir 
os fósseis 
o Águas percolantes e erosão 
o Vulcanismo, eventos 
tectônicos e metamorfismo 
o Ação humana 
Vulcanismo e Eventos tectônicos Ação humana 
Erosão 
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Processos de Fossilização 
 Mineralização 
o Deposição de carbonatos, 
sulfetos ou fosfatos nos espaços 
deixados a medida que a 
matéria orgânica se decompõe 
 
 Permineralização 
o Minerais preenchem poros, 
cavidades e canalículos 
preexistentes nos restos 
orgânicos 
 
Apeiba pulchra, 110mm, 
Terciário do Brasil. 
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8
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) 
Psaronius brasiliensis permineralizado, 
185mm. Neopaleozóico do Brasil 
Lima (1989) 
Processos de Fossilização 
 Substituição 
o Ambientes subsaturados provocam a 
dissolução e substituição do mineral 
original da concha ou esqueleto 
 Recristalização 
o Recristalização (reorganização 
tridimensional) de determinados 
minerais sem a alteração de sua 
composição química 
 Tendência a assumir a organização 
cristalina mais estável 
 Opala A (SiO2·nH2O) Quartzo (SiO2) 
 Aragonita (CaCO3) Calcita (CaCO3) 
Substituição simultânea 
de calcita por sílica 
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) 
Silva (2006) 
Recristalização da concha 
de um gastrópode 
Processos de Fossilização 
 Incrustação 
o Deposição de minerais sobre a 
concha ou esqueleto, protegendo 
de processos destrutivos 
 Concreção 
o Precipitação de minerais devido 
a mudança de solubilidade 
 Decomposição dos tecidos 
libera compostos que 
modificam as condições 
químicas da água percolante 
 Ocorre agregação de partículas 
em torno da carcaça 
Incrustação em osso de 
mamífero do Pleistoceno 
Locilento (2006) 
Araripelepidotes sp., 
Eocretáceo, Araripe 
Universitetet i Oslo (2001) 
Processos de Fossilização 
 Carbonificação 
o Ocorre em ambientes anóxicos, gerando uma 
preservação mais perfeita dos detalhes do fóssil, 
inclusive impressões de partes moles 
oO retardo na decomposição dos organismos 
ocasiona a perda de elementos voláteis mantendo-
se apenas o carbono 
Botha (2008) 
Folha cabonificada 
 Ocorre em substâncias 
vegetais (lignina e celulose) 
e animais (quitina e 
queratina) 
4 
Aderência Nova exudação 
Transporte e soterramento 
Processos de Fossilização 
 Âmbar 
o Fossilização da resina de 
coníferas e angiospermas 
o Função cicatrizante propicia 
um meio inerte contendo: 
 Inclusões orgânicas – bactérias, 
pólen, esporos, insetos, aracnídeos, 
pegadas, vertebrados, fragmentos 
 Inclusões inorgânicas - solo, 
poeira vulcânica, minerais, água, gases 
Formação do Âmbar 
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) 
Aranha caçando um mosquito 
 Congelamento – ocorre em condições glaciais 
Processos de Fossilização 
Filhote de mamute de 40000a encontrado por 
pastores Nenets em 2007 
Ambiente dos mamutes e o 
congelamento 
Península Yamal (local do achado) e Yuri Khudi (pastor 
que a descobriu) 
 Dessecação – gerada pela desidratação dos tecidos 
em locais secos e áridos 
Garra de Moa dessecada 
Processos de Fossilização 
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) 
Moa, 3,7m e 230 Kg 
Processos de Fossilização 
 Cinzas vulcânicas 
o Processo associado à atividade vulcânica 
 Causa de morte catastrófica (sufocamento, 
envenenamento, calor e soterramento) e é uma fonte de 
minerais cuja dissolução pode contribuir para os 
processos de fossilização 
Camelos e Rinocerontes do 
Mioceno(24-5,3 Ma) em Ashfall Fossil 
Beds State Historical Park, EUA 
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) 
 
Erupção com cinzas 
Processos de Fossilização 
 Moldagem 
Preenchimento do 
espaço por minerais 
Soterramento 
do organismo 
Dissolução do 
seu esqueleto 
Contramolde 
Molde Externo 
Molde 
Interno 
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4
) 
Formação e exemplos de moldes e contramoldes 
Concha 
Molde 
externo 
Contramolde 
Molde 
interno 
Importância dos Estudos 
 Compreensão dos processos 
pós-morte dos organismos até 
o início da fossilização e de 
suas conseqüências para a 
interpretação do registro 
fossilífero 
 Compreensão dos sucessivos 
processos de fossilização e 
das condições ambientais que 
os possibilitaram 
Reconstrução do habitat de 
Heterodelphis leiodontus 
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5 
Referências 
 Conceitos 
o CARVALHO, I.S. e CARVALHO, M.A. Âmbar. In: CARVALHO, I.S. (ed.). 
Paleontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2004. v. 1, cap. 12, p. 
197-205. 
o CASSAB, R.C.T. Objetivos e princípios. In: CARVALHO, I.S. (ed.). Paleontologia. 
2. ed. Rio de Janeiro: Interciência, 2004. v. 1, cap. 1. 
o HOLZ, M. e SIMÕES, M. G. Elementos fundamentais de tafonomia. Porto Alegre: 
Editora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2002. 
o SIMÕES, M. G. e HOLZ, M. Tafonomia: processos e ambientes de fossilização. 
In: CARVALHO, I.S. (ed.). Paleontologia. 2. ed. Rio de Janeiro: Editora 
Interciência, 2004. v. 1, cap. 3, p. 19-45. 
o MEDEIROS, M.A. Fossildiagênese. In: CARVALHO, I.S. (ed.). Paleontologia. 2. 
ed. Rio de Janeiro: Editora Interciência, 2004. v. 1, cap. 4, p. 47-59. 
o MENDES, J.C. Paleontologia geral. São Paulo: Editora da Universidade de São 
Paulo, 1977. 
o MENDES, J.C. Paleontologia básica. São Paulo: T. A. Queiroz / Editora da 
Universidade de São Paulo, 1988. 
Referências 
 Figuras 
o EL PAIS. 10.000 años muy bien llevados. Disponível em: <http://www.elpais.com/articulo/sociedad/ 
10000/anos/bien/llevados/elpepusoc/20070711elpepusoc4/Tes>. Acesso em: 01 mar. 2009. 
o GLOBO REPORTÉR. Os dinossauros do Brasil. Programa exibido em 27 set. 2002. 
o KELLNER, A.W.A.; SCHWANKE, C.; CAMPOS, D.A. O Brasil no tempo dos dinossauros. Rio de 
Janeiro: Museu Nacional, 1999. 
o KAZÁR E. Taphonomic model and conceptual reconstruction of the habitat of a fossil dolphin, the 
holotype specimen of Heterodelphis leiodontus PAPP. Disponível em: <http://www.emesekazar.com/ 
diagrams.html>. Acesso em: 01 mar. 2009. LIMA, M.R. Fósseis do Brasil. São Paulo: EdUSP, 1989. 
o LINCOLN JOURNAL STAR. Gift to promote new discoveries at Ashfall Fossil Beds. Disponível em: 
<http://www.journalstar.com/articles/2007/12/04/news/nebraska/doc4755639578ab4020 402818.txt>. 
Acesso em: 01 mar. 2009. 
o MCALESTER, A.L. História Geológica da vida. São Paulo: EdUSP, 2002. 
o OLIVEIRA, J.; CALLAPEZ, P.; DIAS, E. Iniciação à Paleontologia e à História da Terra: Como se formam 
os fósseis?. Disponível em: <http://fossil.uc.pt/pags/formac.dwt>. Acesso em: 01 mar. 2009. 
o SÁ, M.L. História da Terra. Disponível em: <http://www.prof2000.pt/users/malusa/lu/fossil.htm>. Acesso 
em: 01 mar. 2009. 
o SILVA, C.M. Mineralização. Disponível em: <http://webpages.fc.ul.pt/~cmsilva/Paleotemas/ 
Mineralizacao/Mineralz.htm>. Acesso em: 01 mar. 2009. 
o SKINNER, B.J.; PORTER, S.C. The dynamic Earth. New York: John Wiley & Sons, 1992. 
o TEIXEIRA, W.; TOLEDO, M.C.M.; FAIRCHILD, T.R.; TAIOLI, F. (org.). Decifrando a Terra. São Paulo: 
Oficina de Textos, 2001. 
o UNIVERSITETET i Oslo. Araripelepidotes sp. Disponível em: <http://www.toyen.uio.no/palmus/galleri/ 
montre/167738.htm>. Acesso em: 01 mar. 2009.

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