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NECROSE E APOPTOSE MORTE CELULAR Profª Ma. Nathielli Pauleti Lesão celular TÓPICOS DE ESTUDO Necrose Apoptose POR QUE A CÉLULA MORRE? LESÃO CELULAR Ocorre quando as células são estressadas tão excessivamente que não conseguem mais se adaptar ou quando expostas a agentes lesivos ou erros intrínsecos (DNA) A lesão pode progredir de um estágio reversível e culminar em morte celular. (ROBBINS & COTRAN, 2005) CAUSAS DA LESÃO CELULAR lesão celular privação de oxigênio agentes químicos agentes infecciosos reações imunológicas fatores genéticos desequilíbrios nutricionais agentes físicos envelhecimento (ROBBINS & COTRAN, 2005) Dois principais mecanismos que levam a morte celular, mesmo após resolução da lesão. Dano à mitocôndria e dano à membrana celular morfologia da lesão (ROBBINS & COTRAN, 2005) resposta celular Vai depender: Tipo de lesão, sua duração e sua gravidade Tipo, status, adaptabilidade, fenótipo genético da célula; Alterações bioquímicas e funcionais em um ou mais componentes essenciais da célula Mitocôndrias Desequilíbrio da homeostase do cálcio Principais alvos ATP e EROS Dano a membranas celulares CELULAR E LISOSSÔMICA Dano ao DNA e dobramento de proteínas Estudo dirigido (ROBBINS & COTRAN, 2005) (ROBBINS & COTRAN, 2005) Falência das bombas de íons dependentes de energia Incapacidade de manter a homeostasia iônica e líquida tumefação celular lesão reversível Degeneração hidrópica, tumefação turva (ROBBINS & COTRAN, 2005) Ocorre na lesão hipóxica e em lesões metabólicas ou tóxicas Surgimento de vacúolos lipídicos, grandes ou pequenos, no citoplasma degeneração gordurosa lesão reversível Esteatose hepática OCORRE PRINCIPALMENTE EM CÉLULAS QUE PARTICIPAM DO METABOLISMO DA GORDURA (ROBBINS & COTRAN, 2005) lesão celular Célula Estímulo nocivo Lesão celular Lesão reversível Morte celular Cessa estímulo nocivo Persistência do estímulo Necrose Apoptose "Ponto do não retorno" (ROBBINS & COTRAN, 2005) NECROSE Perda da integridade da membrana e extravasamento dos conteúdos celulares; necrose Morte celular Sempre iniciam uma reação inflamatória; A digestão da célula acontece por conta dos lisossomos das próprias células que estão morrendo ou dos lisossomos dos leucócitos que são recrutados como parte da reação inflamatória. (ROBBINS & COTRAN, 2005) Aumento da eosinofilia ALTERAÇÕES CITOPLASMÁTICAS morfologia PROTEÍNAS CITOPLASMÁTICAS DESNATURADAS QUE SE LIGAM À EOSINA E, EM PARTE, À PERDA DO RNA CITOPLASMÁTICO, PERDENDO A BASOFILIA Cariólise ALTERAÇÕES NUCLEARES CROMATINA ESMAECE, DEGENERAÇÃO Cariopicnose RETRAÇÃO NUCLEAR E AUMENTO DA BASOFILIA Cariorrexe NÚCLEO PICNÓTICO SOFRE FRAGMENTAÇÃO (ROBBINS & COTRAN, 2005) morfologia Cariólise ALTERAÇÕES NUCLEARES CROMATINA ESMAECE, DEGENERAÇÃO Cariopicnose RETRAÇÃO NUCLEAR E AUMENTO DA BASOFILIA Cariorrexe NÚCLEO PICNÓTICO SOFRE FRAGMENTAÇÃO (ROBBINS & COTRAN, 2005) padrões de necrose necrose de coagulação necrose liquefativa necrose gangrenosa necrose caseosa necrose gordurosa necrose fibrinoide (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose de coagulação Necrose característica dos INFARTOS - área de necrose isquêmica (exceto cérebro) Microscopia: a arquitetura básica dos tecidos mortos é preservada por, pelo menos, alguns dias. Macroscopia: Os tecidos afetados adquirem textura firme. (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose de coagulação (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose de coagulação (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose liquefativa Necrose característica das infecções bacterianas Acúmulo de células inflamatórias e as enzimas dos leucócitos a digerirem (“liquefazer”) o tecido. Macroscopia: A liquefação digere completamente as células mortas, transformando o tecido em uma massa viscosa líquida. Se o processo foi iniciado por inflamação aguda, o material é frequentemente amarelo cremoso e é chamado de pus. Ocasionalmente nas infecções fúngicas A morte por hipóxia de células no sistema nervoso central com frequência leva a necrose liquefativa. necrose liquefativa A morte por hipóxia de células no sistema nervoso central com frequência leva a necrose liquefativa. necrose gangrenosa Quando uma infecção bacteriana se sobrepõe a uma necrose por coagulação Aplicado a um membro (geralmente a perna), que perdeu o suprimento sanguíneo, passou por necrose de coagulação e uma infecção bacteriana se sobrepõe, modificando o padrão de necrose pela ação liquefativa de bactérias e leucócitos envolvidos na resposta. Gangrena úmida; (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose caseosa Focos de infecção TUBERCULOSA Caseoso = semelhante a queijo; Macroscopia: Áreas de necrose com aparência friável branco- amarelada; Microscopia: foco necrótico exibe uma coleção de células rompidas ou fragmentadas, com aparência granular amorfa rósea. A arquitetura do tecido é completamente obliterada, e os contornos celulares não podem ser distinguidos. A área de necrose caseosa é frequentemente encerrada dentro de uma borda inflamatória nítida; essa aparência é característica de um foco de inflamação conhecido como granuloma. (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose caseosa necrose gordurosa Relacionado com PANCREATITE AGUDA Macroscopia: "Pingos de vela" = Enzimas pancreáticas que escapam das células acinares e dos ductos, liquefazem as membranas dos adipócitos do peritônio, e as lipases dividem os ésteres de triglicerídeos contidos nessas células. Os ácidos graxos liberados combinam-se com o cálcio, produzindo áreas brancas gredosas macroscopicamente visíveis (saponificação da gordura); Microscopia: os focos de necrose exibem contornos sombreados de adipócitos necróticos com depósitos de cálcio basofílicos circundados por reação inflamatória. (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose gordurosa (ROBBINS & COTRAN, 2005) necrose fibrinoide Observada em REAÇÕES IMUNES; Forma especial de necrose, visível à microscopia óptica; Complexo antígeno-anticorpo é depositado na parede da artéria; Os imunocomplexos depositados, em combinação com a fibrina que tenha extravasado dos vasos, resulta em aparência amorfa e róseo-brilhante, conhecida como fibrinoide (semelhante à fibrina) (ROBBINS & COTRAN, 2005) aplicação clínica O EXTRAVASAMENTO DE PROTEÍNAS INTRACELULARES ATRAVÉS DA MEMBRANA CELULAR ROMPIDA E, POR FIM, PARA A CIRCULAÇÃO FORNECE MEIOS DE DETECTAR A NECROSE TECIDO-ESPECÍFICA, USANDO-SE AMOSTRAS DE SANGUE OU DE SORO (ROBBINS & COTRAN, 2005) BORA TESTAR ESSES CONHECIMENTOS? www.kahoot.it APOPTOSE As células destinadas a morrer ativam enzimas que degradam seu próprio DNA e as proteínas nucleares e citoplasmáticas. Morte celular programada. Suicídio celular estritamente regulado; apoptose A membrana plasmática da célula apoptótica permanece intacta e seus fragmentos tornam-se alvos atraentes para os fagócitos. Rapidamente, as células mortas e seus fragmentos são removidos antes que seus conteúdos extravasem. "Find-me" "Eat-me" Não induz resposta inflamatória (ROBBINS & COTRAN, 2005) apoptose "Find-me" "Eat-me" Por que a célula se mataria? apoptose "Find-me" "Eat-me" Por que a célula se mataria? fisiológico patológico Privação dos fatores de crescimento; Lesão do DNA; Acúmulo de proteínas mal dobradas; Apoptose em linfócitos autoreativos; Apoptose mediada por linfócitos T citotóxicos; exemplos de apoptose Atividade AVA - descrever os exemplos de apoptose apoptose - MORFOLOGIA Os núcleos exibindo vários estágios de condensação e agregação da cromatina e, finalmente, cariorrexe; As células retraem, formando brotos citoplasmáticos, e se fragmentam em corpos apoptóticos compostos por vesículas envoltas por membrana contendo citosol e organelas. *Difícil de visualizar na histologia; (ROBBINS & COTRAN, 2005) Sensores da família Bcl-2 Extravasamento do citocromo C Proteínas BH3 Bax e Bak VIA INTRÍNSECA; via mitocondrial mecanismos de apoptose Via receptores celulares Família TNF Interação Fase Fas-L VIA EXTRÍNSECA; VIA RECEPTOR DA MORTE Determinada pela permeabilidade mitocondrial (ROBBINS & COTRAN, 2005) A permeabilidade da membrana mitocondrial é controlada por uma família de mais de 20 proteínas, BCL-2; Diante de um sinal de morte celular, um grupo de "sensores" é ativado - proteínas BH3 Ativam Bax e Bak - pró-apotóticos - que se dimerizam e formam "poros" na membrana mitocondrial. e Inibem as BCL-2 e BCL-xl (antiapoptóticas) Extravasamento do citocromo C Ativação Caspase 9 (desencadeante) via mitocondrial Determinada pela permeabilidade mitocondrial (ROBBINS & COTRAN, 2005) (ROBBINS & COTRAN, 2005) Maioria desses receptores são membros da família TNF - região citoplasmática "domínio de morte": TNF 1 e Fas (CD95); Interação de ligante-receptor (Fas-FasL); + proteínas de ligação adaptadoras; Recrutam e ativam Caspase 8 (desencadeante). Caspase 8 pode ativar Bid (pró-apoptótico da família BCL-2) - dentro da via mitocondrial. FLIP - proteínas antagonistas das caspases. A via receptor de morte está envolvida na eliminação de linfócitos autorreativos e na eliminação de células-alvo por alguns linfócitos T citotóxicos. via receptor da morte (ROBBINS & COTRAN, 2005) As formas ativas dessas enzimas clivam outra série de caspases chamadas de caspases executoras Caspases 8 e 9 caspases desencadeantes ativação de caspases Quando ativadas, clivam numerosos alvos, culminando na ativação das nucleases, que degradam as nucleoproteínas e o DNA. As caspases degradam também os componentes da matriz nuclear e do citoesqueleto, promovendo a fragmentação das células caspases executoras (ROBBINS & COTRAN, 2005) (ROBBINS & COTRAN, 2005) atenção Apoptose e necrose podem coexistir Apesar de serem tipos de morte celular distintos Característica Necrose Apoptose Tamanho da célula Núcleo Membrana plasmática Conteúdos celulares Inflamação adjacente Papel fisiológico ou patológico Seu resumo: Característica Necrose Apoptose Tamanho da célula Aumentado Reduzido Núcleo picnose - cariorrexe - cariólise fragmentação em tamanhos de nucleossomas Membrana plasmática Rompida Intacta Conteúdos celulares Digestão enzimática; Extravasam da célula Intactos; Podem ser liberados nos corpos apoptóticos Inflamação adjacente Frequente Não há Papel fisiológico ou patológico Invariavelmente patológico Sempre fisiológica. Pode ser patológica após lesão celular DÚVIDAS? npauleti@furb.br BRASILEIRO FILHO, Geraldo. Bogliolo - Patologia. Grupo GEN, 1. 1 recurso online. Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/books/9788527 738378. Acesso em: 8 fev. 2025. KUMAR, Vinay; ABBAS, Abul K.; FAUSTO, Nelson (Ed.). Robbins & Cotran-Patologia. Elsevier Brasil, 2005.