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Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 1 CAPÍTULO II – ELEMENTOS DE TRELIÇA II.1 – Geometria e carregamento É um elemento unidimensional1, de eixo2 reto (direção x), capaz de resistir à ação de forças aplicadas na direção de seu eixo. A geometria da seção transversal pode ser constante ou variável, simétrica ou não, desde que o eixo permaneça reto (Figura II.1). x x x Figura II.1 – Elementos de treliça – geometria Elementos de treliça podem ser representados por um segmento de reta i-j, na direção de seu eixo, conforme a Figura II.2. Note que a figura representa também os deslocamentos (translações) u, v e w na direção de x, y e z respectivamente. l i j x,u y,v z,w Figura II.2 – Elementos de treliça - geometria As forças externas são aplicadas na direção do eixo do elemento, podendo ser concentradas nas extremidades (Fi e Fj) ou distribuídas ao longo do eixo (f(x)), como representa a Figura II.3. x,u y,v z,w i Fi Fj f (x) j Figura II.3 – Elementos de treliça – carregamento 1 A dimensão na direção de x (comprimento) é muito maior que na direção das demais dimensões (y e z). 2 Eixo: lugar geométrico dos centros de gravidade das seções transversais. Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 2 II.2 – Esforços internos Como as forças externas são aplicadas na direção do eixo, não havendo forças transversais nem momentos aplicados, apenas esforços normais atuam em elementos de treliça. Se o carregamento for constituído apenas por forças concentradas nas extremidades, então o esforço normal será constante ao longo do eixo, como mostra a Figura II.4a. Se houver cargas distribuídas, o diagrama de esforço sofrerá variações ao longo de x, como representa a Figura II.4b. Note que, devido ao equilíbrio das forças na direção de x, as forças aplicadas não são independentes entre si, como indicado na Figura. II.4. De forma mais genérica, o equilíbrio das forças na direção de x pode ser escrito como: ∫∑ +=⇒= l 0 )( 0 dxxfFFF jix (II.1) FjFi Fi Fj + DN l Observação: ji FF = a) Forças concentradas nas extremidades FjFi Fi Fj+ DN l fxf =)( Observação: l fFF ji += b) Forças concentradas e distribuídas Figura II.4 – Esforços em elementos de treliça II.3 – Tensões Como apenas esforços normais estão presentes, apenas tensões normais na direção de x atuam no elemento. Essas tensões são supostas constantes ao longo da seção transversal, podendo ser obtidas a partir do esforço normal como: A N x =σ (II.2) Devido à ausência de forças aplicadas nas faces laterais do elemento, todas as demais componentes de tensão são nulas. Vale ainda acrescentar que as faces são supostas livres, não havendo confinamento lateral do elemento. II.4 – Deformações e deslocamento O esforço normal causa também deformações normais na direção de x ( x ε ), ocorrendo também deformações em direções transversais ao eixo devido ao efeito de Poisson ( )ν . As deformações nas direções transversais podem ser facilmente determinadas a partir de x ε como: xzy ενεε −== . Contudo, como que 0 == zy σσ , a energia de deformação associada aos pares yy σε - e zz σε - é nula, não havendo interesse em determinar essas deformações. Lembramos ainda que a energia de deformação de cisalhamento também é nula, devido à hipótese de tensões (e deformações) de cisalhamento nulas. As deformações xε causam deslocamentos dos pontos do elemento na direção de x (deslocamento u). Se o esforço normal e a área da seção transversal forem constantes na direção de x, então xε também será constante, podendo ser obtidas a partir do deslocamento relativo das extremidades, ou seja: lll /)(/ ijx uu −=∆=ε . No caso mais geral, x ε pode ser obtido como: x u x ∂ ∂=ε (II.3) onde u representa o deslocamento na direção de x (Figura II.3). Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 3 II.5 – Relações constitutivas Como apenas a componente de tensão x σ atua no elemento, sua relação com x ε independe do coeficiente de Poisson, podendo ser escrita como: xx E εσ = (II.4) onde E representa o módulo de elasticidade do material. II.6 – Energia de deformação Conforme discutido na seção II.4, apenas o par xx σε - promove energia de deformação. Assim escrevemos: dxA(x)dVUU xxxxx 2 1 2 1 0 V εσεσ ∫∫ === l (II.5) onde V representa o volume do elemento e A(x) a área da seção transversal. Substituindo a equação (II.4) em (II.5) escrevemos : dxA(x)EU xx 2 1 0 εε∫= l (II.6) II.7 – Trabalho das forças externas O trabalho das forças externas pode ser escrito como: dxxuxfuFW l iiext )( )( 2 1 2 1 0 . ∫∑ += (II.7) onde i F representa uma força concentrada, i u o deslocamento no ponto de aplicação da força i F , f(x) representa o carregamento distribuído e u(x) é a função que fornece o deslocamento u em qualquer ponto do elemento. Exercício II.1) Determinar analiticamente a distribuição de esforços normais N(x), das deformações axiais )(x x ε e dos deslocamentos u(x) nos elementos de treliça indicados3. Considere que o eixo x tem origem na extremidade esquerda dos elementos e o material é linear elástico com módulo de elasticidade 27 /10 mKNE = . x,u y a b 12 m cmh 30= cmb 10= F=600 KN a) x,u y q(x) = 100 KN / m a b 12 m cmh 30= cmb 10= b) 3 Sugestão: Traçar o Diagrama de Esforços Normais (DN) e calcular: ExA xN E x x 1 )( )()( )( == σ ε ; ∫= x dxxxu 0 )()( ε Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 4 x,u y F = 600KN f = 100KN / m a b 12 m 2211 )( hNhNxh += cmb 10= c) com: mh a 10,0= ; mh b 30,0= ; 12/11 xN −= e 12/2 xN = . x,u y F = 600KN f = 100KN/m a b 12 m ba hNhNxh )( 21 += ba NNxb b b )( 21 += d) com: mh a 10.0= ; mh b 30.0= ; mb a 05.0= ; mbb 15.0= ; 12/11 xN −= e 12/2 xN = Exercício II.2) Para cada um dos casos do exercício II.1, calcule a energia de deformação e o trabalho das forças externas conforme as equações (II.7) e (II.5). II.8 - Formulação de Elementos Finitos para Estrutura de Treliça II.8.1 – Formulação genérica para família de elementos de treliça Considere um elemento de treliça submetido a forças concentradas nas extremidades4 e forças distribuídas ao longo do comprimento, conforme a Figura II.5a. Desejamos conhecer as tensões e deformações decorrentes do carregamento aplicado. Para tal, seria suficiente conhecer os deslocamentos na direção de x, visto que as deformações podem ser obtidas derivando-se esse deslocamento (equação (II.3)), e as tensões podem ser calculadas a partir das deformações conforme a equação (II.4). Em outras palavras, nosso problema estaria resolvido se conhecêssemos a função )(xu que fornece o deslocamento em qualquer ponto do elemento. x,u z 1 2 1uˆ 1F 2F 2uˆ b) Elemento com 2 nós: interpolação linear x,u y,v z,w i Fi Fj f(x) j a) Elemento de treliça: carregamento e geometria 3uˆ 3F x,u z 1 4 1uˆ 1F 2F 2uˆ 2 4F 4uˆ 3 c) Elemento com 4 nós: interpolação cúbica Figura II.5 – Representação de elementos de treliça atravésde elementos finitos A formulação de elementos de treliça através do Método dos Elementos Finitos (MEF) consiste em estabelecer os deslocamentos em certos pontos do elemento como parâmetros incógnitos, e substituir a função exata exat xu )( por de uma função aproximada aprox xu )( , escrita a partir desses parâmetros. Os pontos selecionados são denominados pontos nodais (ou simplesmente nós) e os parâmetros incógnitos são deslocamentos nodais5,6. As Figuras II.5b e II.5c apresentam elementos 4 Por simplicidade iremos considerar que as forças concentradas são sempre aplicadas nas extremidades do elemento. 5 Em outros tipos de análise os parâmetros nodais podem ter outros significados físicos, tais como temperaturas, pressões, velocidade de fluídos etc. Parâmetros nodais podem também ser denominados graus de liberdade nodais ou ainda incógnitas nodais. Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 5 de treliça com dois e quatro nós, indicando a numeração dos nós e dos deslocamentos nodais. A aproximação de elementos finitos tem a forma: i NNOSi i iaproxexat uNxuxu ˆ )()( 1 .. ∑ = = =≈ (II.8) onde NNOS é o número de nós do elemento, i uˆ representa o deslocamento nodal do nó i, e Ni são funções de interpolação (também denominadas funções de forma). As funções de interpolação são tais que, no nó i, 1= i N e, nos demais nós do elemento, 0= i N . Note que isso garante que iaproxi uu x ˆ .)( = . Neste curso serão sempre adotadas funções de interpolação polinomiais, e o grau desses polinômios depende do número de nós do elemento, seguindo-se a regra: 1−= NNOSG , onde G é o grau da interpolação e NNOS é o número de nós do elemento. A equação (II.8) pode ser escrita em forma matricial como7: 11 }ˆ{ ][)( NNOSxxNNOS uNxu = (II.9) onde ][N é a matriz de funções de interpolação e }ˆ{u é o vetor de deslocamentos dados por: [ ]NNOSNNNN ...][ 21= ; = NNOSu u u u ˆ : ˆ ˆ }ˆ{ 2 1 O campo de deformação pode ser obtido a partir das equações (II.3) e (II.9), resultando em: }ˆ]{[ uB x u x = ∂ ∂=ε (II.10) onde [B] é denominada matriz de deformação ou matriz gradiente discreto sendo dada por: ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = ∂ ∂ = x N x N x N x N B NNOS..... ][ ][ 21 (II.11) Conhecidas as deformações, as tensões podem ser obtidas a partir das relações constitutivas como8: ( ) ][ }ˆ{ EBuEE TTT xxx === εεσ (II.12) Utilizando as equações (II.5), (II.10) e (II.12), escrevemos a energia de deformação como: }ˆ{ ][ }ˆ{ 2 1 T uKuU = (II.13) onde ][K é denominada matriz de rigidez dada por: dxA(x)BEK ][ [B] ][ 0 T∫= l (II.14) 6 A abordagem em que os deslocamentos são interpolados é denominada Método das Deformações (ou Método dos Deslocamentos) e é adotada na grande maioria das aplicações de estruturas. 7 A partir de agora não utilizaremos subscritos para denotar aproximação, ou seja, .)( aproxxu será substituído por )(xu . 8 A equação (II.12) embute um pequeno artifício algébrico que deriva do fato de o escalar xε , dado pela equação (II.10), poder ser interpretado como uma matriz 1x1 (sempre simétrica), de forma que [ ] [ ] TTT xxxx Nu ][}{ ˆ 11 11 == εε . Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 6 As forças nodais decorrentes do carregamento aplicado podem ser agrupadas no vetor de cargas organizado como: =+= NNOS adistribuídaconcentrad F F F FFF : }{}{}{ 2 1 (II.15) onde }{ aconcentradF contém forças aplicadas nos nós e }{ adistribuídF contém termos decorrentes de forças distribuídas9. Independentemente da origem das cargas (se distribuídas ou concentradas), elas resultam em forças nodais, e o trabalho por elas realizado pode ser escrito em forma matricial como: }{ }uˆ{ 2 1 T . FWext = (II.16) Igualando a energia de deformação e o trabalho das forças externas (equações (II.13) e (II.16)), escrevemos: }{ }uˆ{ }ˆ{ ][ }ˆ{ TT FuKu = (II.17) Para satisfazer a equação (II.17) basta que: }{ }ˆ{ ][ FuK = (II.18) A equação (II.18) é de grande utilidade pois relaciona forças e deslocamentos nodais através da matriz de rigidez. O Quadro II.1 apresenta as principais equações envolvidas no desenvolvimento de elementos finitos de treliça. Campo de deslocamento }ˆ{ ][)( uNxu = (II.9) Campo de deformações }ˆ]{[ uB x =ε (II.10) com: ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = x N x N x N B NNOS.....][ 21 (II.11) Campo de tensões ][ }ˆ{ EBu TT x =σ (II.12) Matriz de rigidez dxA(x)BEK ][ [B] ][ 0 T∫= l (II.14) Relação deslocamentos-forças nodais }{ }ˆ{ ][ FuK = (II.18) Quadro II.1 – Formulação de elemento finito para treliça (Método dos Deslocamentos) II.8.2 – Elemento de treliça com campo de deslocamento linear Considere o Elemento representado na Figura II.6, com dois nós (NNOS=2) e um grau de liberdade por nó. Note que e as coordenadas dos nós estão referidas ao sistema de eixos xyz que tem origem no nó 1, de forma que 01 =x e l=2x . O deslocamento )(xu é interpolado através de polinômios do primeiro grau (G=NNOS-1=1), ou seja, é dado pela equação (II.9) com: [ ]21][ NNN = ; = 2 1 ˆ ˆ }ˆ{ u u u (II.19ab) onde 1N e 2N são funções lineares dadas por: l x N −= 11 ; l x N =2 (II.20) 9 Forças distribuídas podem ser transformadas em forças nodais equivalentes, como veremos mais adiante. Por enquanto, considere que o carregamento é constituído apenas por forças concentradas nos nós. Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 7 Note que 1N e 2N são tais que 1=iN no nó i e 0=iN nos demais nós, como representa a Figura II.7. x,u y,v z,w 1 2 1uˆ 2uˆ F2 F1 Figura II.6 – Elemento de treliça linear – nós, graus de liberdade e forças nodais x N1 1 1 2 l x N2 1 1 2 l Figura II.7 – Funções de forma lineares em 1 d O campo de deformação é obtido através da equação (II.10) com: −= ∂ ∂ ∂ ∂ = ll 11][ 21 x N x N B (II.21) Note que a matriz [B] é constante, pois é obtida a partir da derivação de funções de forma lineares. A matriz de rigidez é fornecida pela equação (II.14) resultando em: ∫∫∫ − − === lll ll ll 0 22 22 0 T 0 T 11 11 ][ ][ ][ ][ ][ dxA(x)EdxA(x)BEBdxA(x)BEBK (II.22) Frequentemente, elementos de treliça têm seção transversal constante. Neste caso a equação (II.22) toma a forma: 11 11 ][ − − = l EA K (II.23) Deslocamentos e forças nodais se relacionam pela equação (II.18) e com o vetor de forças dado por: = 2 1}{ F F F (II.24) onde F1 e F2 são forças externas aplicadas nos nós (Figura II.6). Estácio ENG0814 Prof. RubensMitri 8 II.8.3 – Elemento de treliça com campo de deslocamento quadrático Este elemento possui três nós (dois situados nas extremidades e um no meio do elemento) e um grau de liberdade por nó, como representa a Figura II.8. As coordenadas dos nós estão referidas ao sistema de eixos xyz que tem origem no nó 1, de forma que 01 =x , 2/2 l=x e l=3x . x,u y,v z,w 1 2 3 1uˆ 2uˆ 3uˆF2 F3 F1 Figura II.8 – Elemento de treliça quadrático – nós, graus de liberdade e forças nodais O campo de deslocamento é interpolado como na equação (II.9) com: [ ]321][ NNNN = ; = 3 2 1 ˆ ˆ ˆ }ˆ{ u u u u (II.25ab) onde 2 2 1 2 31 ll xx N +−= ; 2 2 2 4 4 ll xx N −= ; 2 2 3 2 ll xx N +−= (II.26) Note que, mais uma vez, as funções de forma são tais que 1= i N no nó i e 0= i N nos demais nós, conforme a Figura II.9. N1 1 ll /2 x ll /2 1 x N2 l 1 N3 xl /2 Figura II.9 – Funções de forma quadráticas – treliça de 3 nós A deformação axial é dada pela expressão (II.10) com: +−−+−= ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ ∂ = 222 41 84 4 3 )( )( )( ][ llllll xxx x N x N x N B k ji (II.27) A matriz de rigidez é fornecida pela equação (II.14) resultando em: Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 9 dxA(x) xxxxx xxxxx xxxxx E dxA(x)BEBK 413224416163 3224484324012 1616332401243 ][ ][ ][ 0 2 24 2 324 2 32 4 2 32 2 24 2 32 4 2 324 2 32 2 2 0 T ∫ ∫ +−−+−+− −+− −−+− +−−+− +− = == l l llllllll llllllll llllllll (II.28) Se a área da seção transversal for constate ao longo do comprimento, a equação (II.28) toma a forma: − −− − = 781 8168 187 3 ][ l EA K (II.29) Deslocamentos e forças nodais se relacionam pela equação (II.18) e com o vetor de forças, organizado como: [ ]321}{ FFFF T = (II.30) onde F1 , F2 e F2 são forças externas aplicadas nos nós (Figura II.8). Exercício II.3) Para cada um dos elementos do Exercício II.1: a) Determinar matriz de rigidez considerando uma interpolação linear de deslocamentos (considere o nó esquerdo como nó inicial e o direito como final); b) Determinar matriz de rigidez considerando uma interpolação quadrática de deslocamentos (considere o nó esquerdo como nó inicial e o direito como final). II.9 – Significado dos coeficientes da rigidez de rigidez de elemento Conforme vimos anteriormente, a matriz de rigidez relaciona deslocamentos e forças nodais conforme a equação (II.18). A fim de não limitar nosso estudo a um tipo particular de elemento, imagine que um dado elemento de treliça possua N graus de liberdade nodais. Neste caso, o vetor de forças e o vetor de deslocamentos nodais terão N linhas, e a matriz de rigidez terá N linhas e N colunas. Suponha que desejamos impor ao elemento uma configuração na qual certo deslocamento nodal M uˆ seja unitário, e todos os demais deslocamentos nodais sejam nulos. Para que esta configuração seja imposta, é preciso aplicar forças nodais que podem ser obtidas através das equações (II.18) como: = = MN MM M M NNMNNN NMMMM NM NM N M k k k k kkkk kkkk kkkk kkkk F F F F , , ,2 ,1 ,,2,1, ,3,2,1, ,1,22,21,2 ,1,12,11,1 2 1 ... ... 0 ... 1 ... 0 0 ......... ........................ .... ........................ ........ ........ ... ... (II.31) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 10 A solução dada pela equação (II.31) informa que, para estabelecer a configuração 1ˆ = M u e demais deslocamentos nodais nulos, devemos aplicar uma força com intensidade M K ,1 na direção do deslocamento 1uˆ , com intensidade MK ,2 na direção do deslocamento 2uˆ etc. De forma mais genérica, podemos definir um coeficiente de rigidez ji K , como sendo “a força que devemos aplicar na direção do deslocamento i uˆ , para manter a configuração 1ˆ = j u com todos os demais deslocamentos nodais nulos”. Podemos então olhar para uma coluna “ j ” da matriz de rigidez como sendo o vetor de forças que provoca a configuração 1ˆ = j u com todos os demais deslocamentos nodais nulos. Como exemplo, considere o elemento com dois g.l. e sua respectiva matriz de rigidez10 representado na Figura II.10. As forças nodais para impor as configurações 0ˆ ,1ˆ 21 == uu e 1ˆ ,0ˆ 21 == uu correspondem respectivamente aos coeficientes da primeira e da segunda coluna da matriz de rigidez do elemento, como indica a Figura II.11. Vale observar que qualquer outro estado de deformação do elemento pode ser obtido pela combinação linear das duas configurações representadas na figura. Note também que os coeficientes de rigidez satisfazem o equilíbrio de forças na direção de x, ou seja, jj kk ,2,1 −= . 1 2 e1 1uˆ 2uˆ 1l A1 seçao transversal − − = = 1 1 11 ][ 1 11 2,21, 2,11,1 1 11 11 l AE kk kk ke 2 Figura II.10 – Elemento linear com dois g.l. e seção transversal constante 2 e1 1ˆ1 =u 1111,22 / 1 lAEkRx −== 1 11 1,1 1 l AE k = 1 a) Forças nodais para a Configuração 1: 0ˆ1ˆ 21 , == uu 2 e1 1ˆ2 =u 1 1 11 2,2 1 l AE k = 1112,11 / 1 lAEkRx −== b) Forças nodais para a Configuração 2: 1ˆ0ˆ 21 , == uu Figura II.11 – Configurações de deformação básicas para treliça linear II.10 - Associação de elementos de treliça em uma dimensão. Considere três elementos de treliça lineares e suas respectivas matrizes de rigidez, como representado na Figura II.12, e imagine que desejamos obter a matriz de rigidez da estrutura composta por estes três elementos dispostos em linha, conforme a Figura II.13. A numeração dos nós e deslocamentos nodais da Figura II.12 é dita numeração local e a da Figura II.13 é dita numeração global. Dessa forma, na estrutura da Figura II.13, o primeiro deslocamento local do elemento e2 corresponde ao deslocamento global numero 2, o segundo deslocamento local do elemento e3, corresponde ao deslocamento global 4, etc. 1 3 e1 1uˆ 2uˆ = 2,21,2 2,11,1 1 11 11 ][ kk kk ke a) elemento e1 1 3 e2 1uˆ 2uˆ = 2,21,2 2,11,1 2 22 22 ][ kk kk ke b) elemento e2 1 3 e3 1uˆ 2uˆ = 2,21,2 2,11,1 3 33 33 ][ kk kk ke c) elemento e3 Figura II.12 – Elementos de treliça com dois – numeração e matriz de rigidez locais 10 Por simplicidade, estamos supondo que a seção transversal é constante, mas o estudo pode ser diretamente aplicado para elementos de seção transversalvariável. Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 11 2 e1 e3e2 3 41 1uˆ 2uˆ 3uˆ 4uˆ Figura II.13 – Estrutura constituída por três elementos de treliça associados em linha – numeração global A matriz de rigidez da estrutura ][ GK deve relacionar deslocamentos e forças nodais na forma: }{}ˆ{ ][ GGG FuK = (II.32) onde }ˆ{ Gu e }{ GF são respectivamente o vetores de deslocamentos e forças nodais da estrutura dados por: ]ˆˆˆˆ[}ˆ{ 4321 uuuuu T G = (II.33) e ][}{ 4321 FFFFF T G = (II.34) Conforme o estudo feito na Seção II.9, os coeficientes de uma coluna j da matriz que relaciona deslocamentos e forças nodais na forma da equação (II.32) correspondem ao vetor das forças necessárias para que seja mantida a configuração 1ˆ =ju e demais deslocamentos nodais nulos. Assim, para obter a matriz de rigidez da estrutura, basta conhecer as forças nodais que atuam em cada uma dessas configurações, conforme representa a Figura II.14. Note que as forças nodais indicadas (coeficientes de rigidez globais KGij) são dadas em função dos coeficientes de rigidez dos elementos e1, e2 e e3 (coeficientes kNij), cujos significados estudamos na seção anterior e estão resumidos na Figura II.15. 2 e1 e3e2 3 4 KG2,1 = k12,1 1ˆ1 =u KG1,1 = k11,1 1 KG3,1= 0 KG4,1= 0 a) Configuração 1: e demais g.l. nulos 1ˆ1 =u 1ˆ2 =u 3 41 2 KG2,2 = k12,2+ k21,1 KG 1,2= k11,2 KG3,2= k22,1 e1 e3e2 KG4,2= 0 b) Configuração 2: e demais g.l. nulos 1ˆ2 =u 41 1ˆ3 =u 2 KG2,3 = k21,2KG1,3 = 0 KG3,3 = k22,2+ k31,1 e1 e2 KG4,3= k32,1 3 c) Configuração 3: e demais g.l. nulos 1ˆ3 =u e3 41 1ˆ4 =u 2 KG2,4 = 0KG1,4 = 0 KG3,4 = k31,2 e1 e3e2 KG4,4 = k32,2 3 d) Configuração 4: e demais g.l. nulos 1ˆ4 =u Figura II.14 – Configurações 1ˆ =ju com demais g.l. nulos para estrutura com 4 nós Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 12 Elemento e1 Elemento e2 Elemento e2 C on fi g. 1 2 e1 1ˆ1 =u 1 F1= k11,1 Rx2= k12,1 (a1) 2 e2 1ˆ1 =u 1 F1 = k21,1 Rx2= k22,1 (b1) 2 e3 1ˆ1 =u 1 F1 = k31,1 Rx2= k32,1 (c1) C on fi g. 2 2 e1 1ˆ2 =u Rx1= k11,2 F2= k12,2 1 (a2) 2 e2 1ˆ2 =u 1 Rx1 = k21,2 F2 = k22,2 (b2) 2 e3 1ˆ2 =u 1 k31,2 F2= k32,2 Rx1= k31,2 (c2) Figura II.15 - Configurações 1ˆ =iu , 0ˆ =ju para elementos de dois nós Examinando as Figuras II.14 e II.15, podemos facilmente determinar os coeficiente de rigidez globais. Por exemplos, a Figura II.14b mostra que, para estabelecer a configuração 2 ( 1ˆ2 =u com 0ˆˆˆ 431 === uuu ), é preciso alongar (tracionar) o elemento e1 e encurtar (comprimir) o elemento e2. As forças nodais necessárias para causar as deformações dos elementos e1 e e2 são dadas na Figura II.15 (para o elemento e1 ver a Figura II.15a2 e, para o elemento e2, ver a Figura II.15b1). Note que o nó global 2 está conectado aos elementos e1 e e2, de forma que o coeficiente de rigidez 2,2KG envolve a soma de coeficientes de rigidez dos dois elementos. Por outro lado, o nó 1 está conectado apenas ao elemento e1, e a força 2,1KG que ali atua conta apenas com a contribuição do elemento e1. Note que o elemento e3 não oferece contribuição para qualquer coeficiente 2,iKG , visto que não sofre deformações na configuração 2. Coletando os coeficiente de rigidez indicados na Figura II.14, escrevemos a matriz de rigidez da estrutura como: = + + 2,21,2 2,11,12,21,2 2,11,12,21,2 2,11,1 33 3322 2211 11 00 0 0 00 ][ kk kkkk kkkk kk KG (II.35) II.11 – Introdução de aparelhos de apoio Para que uma estrutura apresente condições de estabilidade, é preciso que sejam introduzidos aparelhos de apoio que impeçam certos deslocamentos nodais. Os deslocamentos nodais impedidos são ditos deslocamentos prescritos, e os demais deslocamentos nodais são ditos deslocamentos livres. Como exemplo, considere a estrutura da Figura II.13 com os deslocamentos 1uˆ e 4uˆ prescritos e os demais deslocamentos nodais livres, como representa a Figura II.16. Note que esses deslocamentos deixam de ser incógnitas, visto que são conhecidos (nulos), e as forças externas (conhecidas) são aplicadas apenas nas direções livres, ou seja, na direção de 2uˆ e 3uˆ conforme indicado. Por outro lado, as forças que atuam nos nós 1 e 4 são reações de apoio desconhecidas (incógnitas), ou seja, na direção de 1uˆ atua a força nodal 1Rx e, na direção de 4uˆ , atua a força nodal 4Rx . Dessa forma podemos escrever a equação (II.32) como: = 4 3 2 1 3 2 4,43,42,41,4 4,33,32,31,3 4,23,22,21,2 4,13,12,11,1 0 ˆ ˆ 0 Rx F F Rx u u KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG (II.36) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 13 2 e1 e3e2 3 4 1 2uˆ 3uˆ F2 F3 Rx1 Rx4 Figura II.16 – Estrutura constituída por três elementos de treliça com prescrições de apoio A equação (II.36) constitui um sistema de quatro equações onde as incógnitas são os deslocamentos nodais livres ( 2uˆ e 3uˆ ) e as reações de apoio ( 1Rx e 4Rx ). Suponha que inicialmente desejamos determinar apenas os deslocamentos livres, ou seja, não temos interesse na primeira e na quarta equação do sistema que podem ser riscadas, como indica a Figura II.17a. Podemos notar que os coeficientes de rigidez da primeira e quarta colunas serão multiplicados por 0, de forma que podemos também eliminar essas colunas, como indica a Figura II.17b. = 4 3 2 1 3 2 4,43,42,41,4 4,33,32,31,3 4,23,22,21,2 4,13,12,11,1 0 ˆ ˆ 0 Rx F F Rx u u KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG a) eliminando linhas associadas a 1uˆ e 4uˆ = 4 3 2 1 3 2 4,43,42,41,4 4,33,32,31,3 4,23,22,21,2 4,13,12,11,1 0 ˆ ˆ 0 Rx F F Rx u u KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG b) eliminando colunas associadas a 1uˆ e 4uˆ Figura II.17 – Introdução de prescrições de apoio Conforme indicado na Figura II.17b, o sistema de equações que fornece os deslocamentos nodais livres pode ser escrito como: }{}ˆ]{[ *** FdK = (II.37) onde ][ *K , }ˆ{ *d e }{ *F são respectivamente a matriz de rigidez, o vetor de deslocamentos e o vetor de cargas após as prescrições de apoio, dados por: = 3,32,3 3,22,2*][ KGKG KGKG K ; = 3 2* ˆ ˆ }ˆ{ u u d ; = 3 2*}{ F F F (II.38) Note que, de forma mais genérica, podemos afirmar que ][ *K é obtida a partir da matriz de rigidez, eliminando-se as linhas e as colunas associadas a deslocamentos prescritos. De forma semelhante, os vetores }ˆ{ *d e }{ *F são obtidos a partir de partir de }ˆ{d e }{F , eliminando-se as linhas associadas a deslocamentos prescritos. Se as prescrições de apoio forem adequadas, então o sistema representado pela equação (II.37) é possível e determinado, e os deslocamentosnodais livres (incógnitos) podem ser obtidos como: }{ ][}ˆ{ *1** FKd −= (II.39) Uma vez conhecidos os deslocamentos nodais livres, as reações de apoio podem ser facilmente determinadas. Para isso, a Figura II.18 volta a estudar o sistema da equação (II.32), eliminando agora as linhas referentes aos deslocamentos 2uˆ e 3uˆ , já conhecidos, e considerando a primeira e quarta equações do sistema, que são referentes às reações de apoio. Note que as colunas referentes aos g.l. prescritos permanecem eliminadas, pois são multiplicadas por deslocamentos nulos. = 4 3 2 1 3 2 4,43,42,41,4 4,33,32,31,3 4,23,22,21,2 4,13,12,11,1 0 ˆ ˆ 0 Rx F F Rx u u KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG KGKGKGKG Figura II.18 – Determinação das reações de apoio Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 14 A partir da Figura II.18, escrevemos: }ˆ]{[}{ *dKR R= (II.40) onde: = 3,42,4 3,12,1 ][ KGKG KGKG K R ; = 2 1}{ Rx Rx R De forma mais genérica, podemos dizer que ][ RK é obtida a partir da matriz de rigidez da estrutura, eliminando-se as linhas associadas a deslocamentos nodais livres e as colunas associadas a graus de liberdade prescritos. II.12 – Determinação do vetor de forças para carregamentos distribuídos Quando o carregamento é constituído por forças concentradas nos nós, os elementos do vetor de cargas são as próprias forças aplicadas, e o trabalho realizado por essas forças pode ser obtido pelo produto }{}ˆ{ .2 1 conc T Fu ext W = (vide equação (II.16)). Contudo, quando o carregamento é distribuído ao longo do elemento, tal como mostra a Figura II.19, é necessário adotar algum critério para transformar o carregamento distribuído em forças nodais. A figura procura mostrar o deslocamento sofrido por um segmento elementar de comprimento dx, e o trabalho do carregamento sobre ele aplicado. x,u y dxx f(x) i j dx f(x) dx f(x) Feq Feq=f(x) dx u(x) posição inicial posição final dxxfxu )( )( 2 1= == )( 2 1 eqext FxudW Trabalho de f(x) ao longo de dxDeslocamento do segmento dx Figura II.19 – Trabalho de forças distribuídas em um segmento de comprimento dx É possível obter vetores de forças nodais tais que o trabalho das forças nodais ao longo dos deslocamentos nodais seja igual ao trabalho das forças distribuídas ao longo do campo de deslocamento interpolado. Neste caso, o vetor de carga é dito consistente, pois mantém a igualdade entra a energia de deformação e o trabalho das forças externas. O vetor de carga pode também ser obtido de forma simplificada, a partir de um valor médio de f(x.) Neste caso, o vetor de forças resultante pode ser denominado vetor de carga discreto, conforme estudamos a seguir. II.12.1 – Vetor de carga consistente O vetor de carga consistente é obtido de forma que o trabalho das forças nodais ao longo dos deslocamentos nodais é igual ao trabalho das forças distribuídas ao longo do campo de deslocamento interpolado. Considerando a expressão de dWext dada na Figura II.19 e a interpolação dos deslocamentos dada pela equação (II.9), escrevemos o trabalho do carregamento distribuído ao longo do campo de deslocamento como: ∫∫∫ === ll 0 T 0 )( ][ }ˆ{ 2 1 )( )( 2 1 dxxfNudxxfxudWW Textext (II.41) O trabalho fornecido pelas forças nodais contidas no vetor de carga consistente é dado por: }{F }ˆ{ 2 1 consist. * T ext uW = (II.42) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 15 Igualando-se as equações (II.41) e (II.42), escrevemos o vetor de carga consistente como: ∫= l 0 . )( ][ }{ dxxfNF T consist (II.43) Se o carregamento distribuído for constante ( __ )( fxf = ), a equação (II.43) toma a forma simplificada: ∫= l 0 __ . ][ }ˆ{ dxNfF T consist (II.44) Para os elementos os elementos com 2 e 3 nós estudados na seção (II.8) (cujas matrizes de interpolação são dadas pelas expressões (II.19a) e (II.25a)), a equação (II.44) fornece: = == ∫∫ 1 1 2 ][ }{ __ 0 __ 0 __ 2 lll f dx N N fdxNfF j iT nós (a) = == ∫∫ 1 4 1 6 ][ }{ __ 0 __ 0 __ 3 lll f dx N N N fdxNfF k j i T nós (b) (II.45) II.12.2 – Vetor de carga discreto O vetor de carga discreto é obtido através de uma simplificação na qual f(x) é suposto constante e igual a __ f . De modo geral, adota-se que __ f é o valor de f(x) no centro do elemento, ou seja, )2/( __ l== xff . Considera-se então que esse carregamento uniforme atua em trechos do elemento. Esses trechos são separados pelos nós internos, havendo sempre um nó na extremidade de cada segmento. A força total aplicada em cada trecho é dada pelo produto de __ f pelo comprimento do segmento, e metade dessa força total deve ser somada em cada um dos nós das extremidades do trecho. A Figura II.20 procura esclarecer o processo para os elemento de treliça com 2 e 3 nós, para os quais o vetor de força resultante é: = 1 1 2 }{ __ 2 lf F nós ; = 1 2 1 4 }{ __ 3 lf F nós (II.46ab) Comparando as equações (II.45) e (II.46) notamos que, para um carregamento uniformemente distribuído, o elemento linear possui vetores de força discreto e consistente idênticos, enquanto que, para o elemento quadrático, há uma significativa diferença na distribuição de forças, com o vetor de cargas consistente atribuindo mais carga para o nó interno. Carregamento distribuído Forças nodais (discretas) T re li ça c om 2 n ós 1 2 l x )2/()( ___ l==≅ xffxf ⇒ 1 2 l x ___ 1 2 fF l= ___ 2 2 fF l= T re li ça c om 3 nó s l / 2 1 2 3 l / 2 x )2/()( ___ l==≅ xffxf ⇒ l / 2 1 2 3 l / 2 x ___ 1 4 fF l= ___ 2 2 fF l= ___ 3 4 fF l= Figura II.20 – Vetor de carga discreto Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 16 Exercício II.4) Para cada uma das estruturas do Exercício II.1: a) determinar o deslocamento do nó b utilizando um elemento de treliça linear (2 nós); b) determinar o deslocamento do nó b utilizando um elemento de treliça quadrático (3 nós); c) determinar o deslocamento do nó b utilizando três elementos de treliça lineares; d) determinar o deslocamento do nó b utilizando três elementos de treliça quadráticos. II.13 – Estruturas de treliça em duas dimensões II.13.1 – Introdução Conforme estabelecemos anteriormente, treliças são elementos de natureza unidimensional, ou seja, são capazes de resistir apenas a forças aplicadas na direção do seu eixo, sofrendo deslocamentos e deformações nesta direção. Contudo, elementos de treliça podem ser associados para formar estruturas em duas ou três dimensões. A Figura II.21a mostra uma treliça em duas dimensões que pode, por exemplo, ser usada com a função de viga (estrutura 2d). A Figura II.21b procura salientar que, neste caso, um deslocamento nodal }ˆ{d possui duas componentes ( uˆ e vˆ ). As Figuras II.21c e II.21d apresentam um exemplo de estrutura tridimensional construída comelementos de treliça, e salientam que, neste caso, um deslocamento nodal }ˆ{d tem 3 componentes ( uˆ , vˆ e wˆ ). F F F F F FF F a) Estrutura de treliça bidimensional Y X vˆ uˆ dˆ b) deslocamento nodal em 2d c) Estrutura de treliça tridimensional Y X vˆ uˆ dˆ Z wˆ c) deslocamento nodal em 3d Figura II.21 – Associação de elementos de treliça para formação de estruturas 2D e 3D Lembramos ainda que os nós são rotulados e o carregamento é constituído apenas por forças aplicadas nos nós, de forma que apenas esforços normais atuam na estrutura. Finalmente, devemos observar que, em estruturas bidimensionais, um nó não apoiado deve estar conectado a pelo menos dois elementos não coaxiais e, para estruturas tridimensionais, são necessários pelo menos três elementos de treliça não coaxiais. II.13.2 - Sistema de eixos locais Considere o elemento e o sistema de eixos xý´ representados na Figura II.22. Note que o eixo x´ é alinhado com o eixo do elemento e que o deslocamento nesta direção foi denotada como u´. Na direção normal a x´, temos o eixo y´ e a translação v´, como indicado na figura. Esse sistema de eixos é denominado sistema de eixos locais, e os vetores e matrizes a eles referidos são denominados matrizes e vetores locais. Assim, o vetor de forças e de deslocamentos nodais locais podem ser organizados como: = }{ }{ }{ ' 2 ' 1' F F F ; = }ˆ{ }ˆ{ }ˆ{ ' 2 ' 1' d d d (II.47ab) onde: Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 17 = ' 1 ' 1' 1}{ Fy Fx F ; = ' 2 ' 2' 2}{ Fy Fx F (II.48ab) e = ' 1 ' 1' 1 ˆ ˆ }ˆ{ v u d ; = ' 2 ' 2' 2 ˆ ˆ }ˆ{ v u d (II.49ab) x´,u´ y´,v´ Fx´1 1 2 Fx´2 Fy´2 ´ 1uˆ ´ 1ˆv ´ 2uˆ ´ 2vˆ Fy´1 Figura II.22 – Forças e deslocamentos nodais referidos a sistemas de eixos locais. Devemos notar que o elemento possui rigidez apenas na direção de x´ de maneira que, para que haja equilíbrio, é preciso que 021 == FyFy , e qualquer deslocamento na direção de y´ equivale a um movimento de corpo rígido (não causa deformações). Assim, os coeficientes de rigidez associados a deslocamentos na direção de y´ são nulos, e os coeficientes associados a deslocamentos na direção de x´ são os mesmos obtidos para o caso unidimensional. Assim, a matriz de rigidez do elemento, referida ao sistema x´-y´ pode ser escrita como: = 0000 00 0000 00 ][ 2,21,2 2,11,1 ´ kk kk K (II.50) onde jik , é o coeficiente associado à matriz e rigidez para o caso unidimensional. II.13.3 - Sistema de eixos globais Considere um elemento de treliça com dois nós e seu sistema de eixos locais x’y’, como representado na Figura II.23. A figura indica também o sistema de eixos XY , que é denominado sistema de eixos global. De modo geral, esse sistema tem o eixo X alinhado com a horizontal, conforme está representado na figura, e a ele estão referidas as translações u e v, como indicado. O sistema de eixos global é utilizado quando temos uma estrutura constituída por diversos elementos de treliça, e precisamos referir coordenadas, forças e deslocamentos nodais a um único sistema global. A figura mostra ainda que, dadas as coordenadas globais das extremidades do elemento, podemos facilmente obter o seu comprimento, assim como o seno e cosseno do ângulo α (ângulo entre os eixos X e x´, medido como indicado). 22 )()( jjij YYXX −+−=l l )( )cos( ij XX − =α l )( )( ij YY sen − =αα X,u Y,v x´, u ' 1 2 y',v' Figura II.23 – Sistema de eixos globais Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 18 Os deslocamentos e as forças nodais podem ser referidos ao sistema global XY, como representa a Figura II.24. Assim, definimos o vetor de forças globais }{F e o vetor de deslocamentos globais }ˆ{d como: = }{ }{ }{ 2 1 F F F ; = } ˆˆ { }ˆ{ }ˆ{ 2 1 d d d (II.51ab) onde: = 1 1 1 }{ Fy Fx F ; = 2 2 2 }{ Fy Fx F (II.52ab) e = 1 1 1 ˆ ˆ }ˆ{ v u d ; = 2 2 2 ˆ ˆ }ˆ{ v u d (II.53ab) Fx2 Fy2 2uˆ 2vˆ 1uˆ 1ˆ v Fx1 Fy1 α X,u Y,v 1 2 l Figura II.24 – Deslocamentos e forças nodais referidos ao sistema de eixos globais II.13.4 - Transformações para referir deslocamentos e forças a sistemas de eixos distintos O deslocamento sofrido por um ponto em um plano pode ser representado por um vetor que liga a sua posição inicial (antes do carregamento) à sua posição final (após a aplicação do carregamento). Tratando-se de deslocamento no plano (2 dimensões), esse vetor pode ser definido por duas componentes de deslocamentos ortogonais entre si. Contudo, há diversos pares de deslocamentos mutuamente ortogonais que descrevem o mesmo deslocamento, ou seja, há diversos sistemas de eixos ortogonais em relação aos quais podemos referir um mesmo deslocamento. Por exemplo, o deslocamento d r , representado na Figura II.25, pode ser definido por um vetor de componentes u´ e v´, referidas ao sistema de eixos locais x’y’, ou pelas componentes Gu e Gv , referidas ao sistema global XY, também indicado na figura. A figura procura mostrar que, se sairmos do ponto inicial e caminharmos uma distância u´ na direção de x´ e depois uma distância y´ na direção de y´, chegaremos ao ponto final. Alternativamente, poderíamos caminhar uma distância Gu na direção de X e depois e uma distancia Gv na direção de Y. x´ y´ X Y u´ v´ uG vG α posição inicial posição final d Figura II.25 – Deslocamento de um ponto em 2d Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 19 Muitas vezes é preciso transformar as componentes de um deslocamento referidas ao sistema de eixos global XY em componentes referidos ao sistema xý´ e vice-versa. A fim de estudar essa transformação, vamos avaliar os deslocamentos no sistema local causados pelas componentes globais Gu e Gv aplicadas separadamente, conforme a Figura II.26. Note que cada uma das componentes globais gera projeções nos dois eixos locais, como indicado na figura α X Y uG y', v' x',u ' uG c os( α) uG s en( α) a) Componentes de uG referidas ao sistema local α X Y y', v' x',u ' vG c os( α) vG α vG sen(α) b) Componentes de vG referidas ao sistema local Figura II.26 – Deslocamentos parciais nos sistemas local e global A Figura II.27 procura mostrar que , quando as duas componentes de deslocamento globais ( Gu e Gv ) são aplicadas simultaneamente, as respectiva componentes de deslocamento referidas ao sistema local (u´ e v´) são dadas pela soma dos deslocamentos indicados na Figura II.26, podendo ser obtidos como )sen( )cos( ´ αα GG vuu += (a) )cos( )(sen ´ αα GG vuv +−= (b) (II.54) vG s en( α) uG c os( α) u´ b) Projeções de uG e vG sobre x´ x´ y´ X Y u´ v´ uG vG α posição inicial posição final a) Deslocamento de um ponto – componentes globais e locais vG c os( α) uG s en( α) v´ c) Projeções de uG e vG sobre y´ Figura II.27 – Componentes de deslocamentolocais dadas em função de componentes globais A equação (II.54) pode ser escrita em forma matricial como: [ ] }{ ´}{ dRd = (II.55) onde [R] é denominada matriz de rotação dada por: = )cos()(sen- )(sen)cos( ][ αα αα R (II.56) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 20 e ´}{d e }{d são os vetores de deslocamento referidos aos sistemas local e global, ou seja: = ´ ´ ´}{ v u d ; = G G v u d}{ (II.57ab) A equação (II.55) permite obter as componentes de deslocamento locais (referidas ao sistema xý´) a partir das componentes globais (referidas a XY) e vice versa. Note que esta transformação depende apenas do ângulo de defasagem entre os dois sistemas (ângulo α ), podendo os sistemas local e global ter a mesma origem ou não. Ainda, o mesmo estudo pode ser feito para forças referidas aos dois sistemas. Assim, as componentes de uma força iF r referidas aos sistemas de eixos locais e globais podem ser relacionadas como: [ ] }{ }{ ´ ii FRF = (II.58) onde }{ 'iF contém as componentes iF r referidas ao sistema local (Figura II.22) e }{ iF contém as componentes de força referidas ao sistema global (Figura II.24), ou seja: = ' ' '}{ i i i Fy Fx F ; = i i i Fy Fx F }{ (II.59ab) Finalmente, pode-se facilmente constatar que o determinante da matriz de rotação dada na equação (II.56) é igual a 1, ou seja, [R] é sempre inversível. Ainda, pode-se facilmente constatar que [R] é ortogonal, ou seja: ==− )cos()(sen )(sen-)cos( ][][ 1 αα αα TRR (II.60) Assim, das equações (II.55), (II.58) e (II.60) escrevemos: ´}{ ][ }{ T dRd = (II.61) }{ ][}{ 'T ii FRF = (II.62) II.13.5 – Matriz de rigidez de elemento referida ao sistema global Considere o elemento com dois nós com seus deslocamentos e forças nodais referidos ao sistema de eixos locais, como representa a Figura II.28a. Os deslocamentos e forças nodais podem também ser referidos ao sistema global, como representa a Figura II.28b. Considerando as equações (II.47b) e (II.55), podemos escrever o vetor de deslocamento nodais }ˆ{ 'd , referido ao sistema local x’y’, em função dos deslocamentos referidos ao sistema global como: = = }ˆ{ ][ }ˆ{ ][ }ˆ{ }ˆ{ }ˆ{ ' 2 1 ' 2 ' 1' dR dR d d d (II.63) Fx'2 Fy'2 ' 2uˆ ' 2vˆ ' 1uˆ ' 1ˆv Fx'1 Fy'1 α X,u Y,v 1 2 y' x' a) Forças e deslocamentos locais Fx2 Fy2 2uˆ 2vˆ 1uˆ 1ˆv Fx1 Fy1 α X,u Y,v 1 2 y' x' b) Forças e deslocamentos globais Figura II.28 – Deslocamentos nodais para elemento de 2 nós – sistema local e global Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 21 A equação (II.63) pode ser escrita como: }ˆ{ ][}ˆ{ ' dRRd = (II.64) com: = = )cos()(sen-00 )(sen)cos(00 00)cos()(sen- 00)(sen)cos( ][]0[ ]0[[R] ][ αα αα αα αα R RR (II.65) De forma análoga, considerando as equações (II.47a) e (II.58) , o vetor de forças nodais referido ao sistema de eixos locais pode ser escrito em função do vetor de forças globais como: }{ ][}{ ' FRRF = (II.66) Pode-se facilmente constatar que a matriz [RR] é ortogonal, de forma que: }ˆ{ ][}ˆ{ 'dRRd T= (a) }{ ][}{ 'FRRF T= (b) (II.67) Considere que a matriz de rigidez local ][ 'K de um dado elemento tenha sido obtida conforme a equação (II.50), e desejamos agora obter a matriz de rigidez ][K , referida ao sistema de eixos globais XY. Conforme estudamos na seção II.8.1, a matriz de rigidez deve ser tal que, quando pré e pós multiplicada pelo vetor de deslocamentos nodais, resulte na energia de deformação, conforme a equação (II.13), ou seja, as matrizes de rigidez local ][ 'K e global ][K devem ser tais que: }ˆ{ ][ }ˆ{ 2 1}dˆ{ ][ }ˆ{ 2 1 ''T'T dKdKdU == (II.68) onde U é a energia de deformação, }ˆ{ 'd é o vetor de deslocamento local e }ˆ{ d é o vetor de deslocamento global . Da equação (II.64) é imediato que TTT RRdd ][ }ˆ{ }ˆ{ ' = . Assim, substituindo Td }ˆ{ ' e }ˆ{ 'd no último termo da expressão (II.68) obtemos: }ˆ{ ][ }ˆ{ 2 1}ˆ{ ][ ][ ][ }ˆ{ 2 1 T'TT dKddRRKRRdU == (II.69) onde ][ ][ ][ ][ 'T RRKRRK = (II.70) é a matriz de rotação referida ao sistema global. O trabalho das forças nodais referidas ao sistema global é dado por: }{}ˆ{ 2 1 FdW Text = (II.71) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 22 Igualando-se o trabalho externo dado pela equação (II.71) e a energia de deformação dada pelo último termo da expressão (II.69), escrevemos: }{}ˆ{ 2 1}ˆ{ ][ }ˆ{ 2 1 T FddKd T= (II.72) e ainda: }{}ˆ]{[ FdK = (II.73) Exercício Resolvido II.1 Para o elemento de treliça representado na Figura II.29, submetido às condições de apoio e forças indicadas, calcular as reações de apoio, o esforço normal e o deslocamento vertical do nó 2. Utilize um elemento de treliça linear (2 nós). 50 KN Y 3 m 4 m 1 2 X seção transversal 10 cm 30 cm 2 7 10 m KN E = módulo de elasticidade Figura II.29 – Elemento de treliça sob ação de força vertical Solução a) Matriz de rigidez local Na Figura II.30a, indicamos o sistema local x’y’, o ângulo de defasagem com o sistema global XY (α ), a numeração dos deslocamentos nodais (sistema global) e o comprimento do elemento. Note que apenas o deslocamento nodal 2vˆ é desconhecido, e todos os demais são nulos como indicado. Por outro lado, conforme indica a Figura II.30b, apenas a força nodal 2Fy é conhecida, enquanto que as demais forças nodais são reações de apoio a determinar. Y 1 2 X 0ˆ2 =u 2vˆ 0ˆ1 =u 01ˆ =v α x´ y´ l = 5 m a) Deslocamentos nodais Y 1 2 X 11 RyFy = 11 RxFx = 2Fy 22 RxFx = KNFy 502 −= b) Forças nodais Na Figura II.30 – Forças e deslocamentos nodais de elemento submetido a força vertical Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 23 A matriz de rigidez referida ao sistema local é obtida através das equações (II.23) e (II.50) como: − − ×= − − ××= − − = − 00 00 01 01 00 00 0101 106 00 00 01 01 00 00 0101 5 10310 00 0 0 01 01 00 00 0101 ][ 4 27 ' l EA K b) Matriz de rigidez global Das Figuras II.29 e II.30a escrevemos: sen(α ) = 3 / 5= 0,60 cos(α ) = 4 / 5= 0,80 Utilizando a equação (II.65), escrevemos: = 80,00,60-00 0,6080,000 0080,00,60- 000,6080,0 ][RR A matriz de rigidez do elemento referida a XY é dada por: − − = == 80,00,60-00 0,6080,000 0080,00,60- 000,6080,0 00 00 01 01 00 00 0101 80,00,60-00 0,6080,000 0080,00,60- 000,6080,0 10 6 ][ ][ ][ ][ 4 'T x T RRKRRK o que resulta em: −− −− −− −− = 00,216 00,288 00,21600,288 00,288 00,384 00,28800,384 00,21600,28800,21600,288 00,28800,38400,288 00,384 10][ 2K C) Determinação dos deslocamentos e reações de apoio. A partir da Figura II.30 , escrevemos os vetores de forças e deslocamentos nodais como: = = 22 2 1 1 ˆ 0 0 0 ˆ ˆ ˆ ˆ }ˆ{ vv u v u d ; − = = 50 }{ 2 1 1 2 2 1 1 Rx Ry Rx Fy Fx Fy Fx F Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 24 Conforme estudamos na seção II.11 (equação (II.39)), os deslocamentos nodais livres (incógnitos) podem ser obtido como: }{ ][}ˆ{ *1** FKd −= onde }ˆ{ *d e }{ *F são obtidos a partir dos vetores de deslocamentos e de forças nodais, eliminando- se as linhas associadas a deslocamentos prescritos, e ][ *K obtida eliminando-se as linhas e as colunas de [K] associadas a deslocamentos prescritos. Assim, como 1uˆ , 1vˆ e 2uˆ são prescritos, temos que: }50{}{}{ 2 * −== FyF ; ]216[10][][ 24,4 * == KK e }310315,2{}50{ 10216 1}{][}ˆ{}ˆ{ 2 *1* 2 * x m xFKvd −−=− === − Conforme a equação (II.40), as reações de apoio podem ser obtidas como: }ˆ]{[}{ *dKR R= onde ][ RK é obtida a partir da matriz de rigidez da estrutura, eliminando-se as linhas associadas a deslocamentos nodais livres e as colunas associadas a graus de liberdade prescritos. Assim, eliminando-se a 4ª linha (associada 2vˆ ) e as 1ª, 2ª e 3ª colunas (associadas a 1uˆ , 1ˆv e 2uˆ ) da matriz de rigidez global. − =− − − == = − 672,66 000,50 672,66 }10 315,2{ 00,288 00,216 00,288 10}ˆ{ ][{R} 32 2 1 1 x*R dK Rx Ry Rx Conhecidas as reações de apoio e a força externa aplicada, podemos traçar o diagrama de corpo livre do elemento como: Y 1 2 X 66,72 KN 50.00 KN 50.00 KN 66,72 KN Na Figura II.31– Diagrama da corpo livre referido ao sistema global A equação (II.66) permite obter o vetor de forças nodais referido ao sistema local como: Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 25 − = − − == 0 4.83 0 4,83 00,50 72,66 00,50 72,66 80,00,60-00 0,6080,000 0080,00,60- 000,6080,0 }{ ][}{ ' FRRF Note que as forças transversais ao eixo da barra são nulas, como esperado. Considerando as componentes de }{ 'F , podemos traçar o diagrama de corpo livre referido ao sistema local como representa a Figura II.32. Notamos que o elemento está submetido a uma compressão de 83.4 KN. Y 1 2 X 83.4 KN 83.4 KN y ' x ' Na Figura II.32 – Diagrama da corpo livre referido ao sistema local II.13.6) Associação de elementos em duas dimensões Considere uma estrutura formada por três elementos de treliça como representa a Figura II.33a e a numeração global de deslocamentos e forças nodais indicadas na Figura (II.33b) . Em cada elemento, o nó inicial está indicado com (i) e o nó final está indicado com (j), de forma que os nós inicial e final dos elementos E1, E2 e E3 são respectivamente 3-2, 1-2 e 3-1. Assim, os vetores de forças e deslocamentos desses elementos, referidos às direções globais, são dados por: ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 43651 ddddd T E = (a) ; ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 43651 FFFFF T E = (b) ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 43212 ddddd T E = (c) ; ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 43212 FFFFF T E = (d) ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 21653 ddddd T E = (e) ; ]ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 21653 FFFFF T E = (f) (II.74) 1 2 3 1dˆ 6ˆd 5dˆ 4dˆ 3dˆ 2dˆ 6ˆF 1ˆF 2ˆF 3ˆF 4ˆF 5ˆF E1 E3 E2 ( i ) ( j ) ( i ) ( j ) ( i ) ( j ) X,u Y,v 1 3 E1 E3 E2 ( i ) ( j ) ( i ) ( i ) ( j )X,u Y,v 2 ( j ) a) numeração dos nós e incidência dos elementos b) numeração global de forças e deslocamentos Figura II.33 - Associação de elementos de treliça em 2d Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 26 Considere ainda que as matrizes de rigidez dos elementos, referidas ao sistema global, sejam conhecidas, e a matriz de um elemento N seja denotada como: = 44434241 34333231 24232221 14131211 ][ KNKNKNKN KNKNKNKN KNKNKNKN KNKNKNKN KN (II.75) Desejamos obter a matriz de rigidez da estrutura [KG] tal que: }ˆ{}ˆ]{[ GG FdKG = (II.76) onde }ˆ{ Gd e }ˆ{ GF são respectivamente os vetores de deslocamentos e de forças nodais dados por: ]ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 654321 ddddddd T G = (II.77) ]ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ ˆ[}ˆ{ 654321 FFFFFFF T G = (II.78) Os coeficientes da matriz [KG] podem ser interpretados como: KGij = força na direção de idˆ quando 1 ˆ =jd e todos os demais deslocamentos nodais forem nulos. Conforme estudamos anteriormente, os coeficientes de uma coluna j da matriz de rigidez correspondem às forças nodais necessárias para que se mantenha a configuração 1ˆ =jd e demais deslocamentos nodais nulos. Por exemplo, os coeficientes da primeira coluna de [KG] correspondem às forças nodais para que 1ˆ1 =d e demais deslocamentos nodais nulos, como representa a Figura II.34a. Podemos perceber que nessa configuração o elemento E1 não é solicitado, pois os deslocamentos em suas extremidades são nulos, enquanto que os elementos E2 e E3 sofrem deformações, como mostram as Figura II.34b e II.34c. a) estrutura - Config. d1=1 b) elemento E2 - config. ui =1 c) elemento E3 - config. uj =1 1 3 133K ( i ) ( j ) E3 433K 333K 233K 1ˆ =ju 1 2 ( i ) ( j ) E2 1ˆ =iu 112K 212K 312K 412K 1 2 11ˆ =d ( i ) ( j ) ( i ) ( j )( i ) ( j )X,u Y,v E1 E2 E3 3 11KG 21KG 31KG 41KG 51KG 61KG Figura II.34 - Configuração 1ˆ1 =d , demais deslocamentos nodais nulos As Figura II.34b e II.34c indicam as forças nodais que devem ser aplicadas nas extremidades de cada elemento para provocar as deformações representadas. Essas forças nodais estão indicadas em termos de coeficiente de rigidez de elemento. Observe que, devido à incidência dos elementos (Figura II.34a), o deslocamento global 1dˆ corresponde ao deslocamento iuˆ para o elemento E2 e ao Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 27 deslocamento juˆ para o elemento E3 (Figuras II.34bc). Assim, as forças indicadas no elemento E2 correspondem aos coeficientes da matriz [K2] pertencentes à coluna associada ao deslocamento iuˆ (1ª coluna) e, para o elemento E3, as forças nodais correspondem aos os coeficientes da matriz [K3] pertencentes à coluna associada a juˆ (3ª coluna). Como as forças nodais representadas na Figura II.34a são dadas pela soma das forças indicadas nas Figura II.34b e II.34c, escrevemos: 331111 32 KKKG += ; 432121 32 KKKG += 3131 2KKG = ; 4141 2KKG = 1351 3KKG = ; 2361 3KKG = (II.79) Observe que no lado direito das equações (II.79) não constam contribuições do elemento E1, visto que este elemento não se deforma na configuração em estudo. Ainda, notamos que no lado direito das equações estão os coeficientes da rigidez da primeira coluna da [KG], visto que na configuração em estudo temos 1ˆ1 =de demais deslocamentos nodais nulos. De forma análoga, para obter os coeficientes de rigidez da 2ª à 6ª colunas de [KG], devemos respectivamente estudar as configurações associadas a 1ˆ2 =d até 1ˆ6 =d , como representam as Figuras II.35 a II.39. 1 2 ( i ) ( j ) E2 122K 222K 322K 422K 1ˆ =iv 243K 1 3 143K ( i ) ( j ) E3 443K 343K1ˆ =jv1 23 1ˆ2 =d ( i ) ( j ) ( i ) ( j ) ( i ) X,u Y,v E1 E2 E3 ( j ) 12KG 22KG 32KG 42KG 52KG 62KG Figura II.35 - Configuração 1ˆ2 =d , demais deslocamentos nodais nulos 1 2 ( j ) E2 132K 232K 332K 432K 1ˆ =ju ( i ) 431K 331K131K 231K 3 ( i ) ( j ) 1ˆ =ju E1 2 1 23 ( i ) ( j ) ( i ) ( j )( i ) ( j ) X,u Y,v E1 E2 E3 1ˆ3 =d 13KG 23KG 33KG 43KG 53KG 63KG Figura II.36 - Configuração 1ˆ3 =d , demais deslocamentos nodais nulos Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 28 441K 341K 141K 241K 3 ( i ) ( j ) 1ˆ =jv E1 2 1 2 ( j ) E2 142K 242K 342K 442K ( i ) 1ˆ =jv1 ˆ 4 =d 1 23 ( i ) ( j ) ( i ) ( i ) ( j ) X,u Y,v E1 E2 E3 ( j ) 14KG 24KG 34KG 44KG 54KG 64KG Figura II.37 - Configuração 1ˆ4 =d , demais deslocamentos nodais nulos 411K 311K 111K 211K 3 ( i ) ( j ) E1 2 1ˆ =iu 1 3 113K ( i ) ( j ) E3 413K 313K 1ˆ =iu 213K 1ˆ5 =d 1 23 ( i ) ( i ) X,u Y,v E1 E2 E3 ( j ) ( j ) ( i ) ( j ) 15KG 25KG 35KG 45KG 55KG 65KG Figura II.38 - Configuração 5dˆ , demais deslocamentos nodais nulos 1ˆ =iv 421K 321K 121K 221K 3 ( i ) E1 2( j ) 1ˆ6 =d 1 23 ( i ) ( i ) X,u Y,v E1 E2E3 ( j ) ( j ) ( i ) ( j ) 16KG 26KG 36KG 46KG 56KG 66KG 1 3 123K ( i ) ( j ) E3 423K 323K 1ˆ =iv 223K Figura II.39 - Configuração 1ˆ6 =d , demais deslocamentos nodais nulos A partir das Figuras II.34 a II.39, podemos montar a matriz de rigidez da estrutura em função das matrizes de rigidez dos elementos como: ++ ++ ++ ++ ++ ++ = 2222212124232423 1212111114131413 4241444443434241 3231343433333231 4241242344224321 3231141334123311 31311133 31311133 11212122 11212122 33223232 33223232 ][ KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KG (II.80) Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 29 Exercício resolvido II.2 Determine os deslocamentos nodais, as reações de apoio e os esforços para a treliça representada na Figura II.40. 2 7 10 m KN E = módulo de elasticidade seção transversal 20 cm 20 cm 50 KN 100 KN 5 m o60 o60 a b c Figura II.40 – Treliça apoiada – geometria, carregamento e condições de apoio Solução Inicialmente estabelecemos o sistema global, a numeração global e a incidência dos elementos, como mostra a Figura II.41a. Note que ao definirmos as incidência dos elementos, estabelecemos também os respectivos sistemas locais e o ângulo de defasagem em relação ao sistema global XY (o ângulo α ), como representam as Figuras II.41 b a II.41d. 3 2 1 X Y e1 e3 e2 3Fx 3Fy 0ˆ3 =v 2uˆ0ˆ3 =u 0ˆ2 =v 02 =Fx 2Fy KNFx 501 = KNFy 1001 −= 1uˆ 1ˆv elem. nó jnó i 1 3 2 2 13 e1 e2 e3 a ) Sistema global Tabela de incidênciaTabela de coodenadas 0,00 0,00 5,00 0,00 4,332,501 2 3 nó YX e3 3 1 u' 1 v' 1 u' 3 v' 3 y' x' o60=α d ) Sistema local - elemento e3 x'3 2 e1 ' 3vˆ ' 2uˆ ' 3uˆ ' 2vˆ y' o0=α b ) Sistema local - elemento e1 e2 2 1 u' 1 v' 1 u' 2 v' 2 y' x' o300=α c ) Sistema local - elemento e2 Figura II.41. Treliça apoiada – numeração nodal, incidência de elementos e sistemas de referência. a) Matrizes de rigidez locais Da Figura II.40, podemos verificar que todos os elementos têm o mesmo comprimento ( m 5=l ), mesma seção transversal (com área 22 10420,020,0 mA −×=×= ) e mesmo módulo de elasticidade. Assim, todos elementos têm a mesma matriz de rigidez local (equações (II.23) e (II.50)). Note que o sistema local do elemento e1 coincide com o sistema global XY. Então: − − ×= − − ××= − − === − 00 00 01 01 00 00 0101 108 00 00 01 01 00 00 0101 5 10410 00 0 0 01 01 00 00 0101 ]3[]2[]1[ 4 27 ''' l EA KKK b) Matriz de rigidez global b.1) Matrizes de rigidez dos elementos referidas ao sistema global Da Figura II.41 temos: 01 =eα , o e 3002 =α e o e 603 =α . Assim, utilizando a equação (II.65): Elemento )(sen α )cos(α e1 0,000 1,000 e2 -0,866 0,500 e3 0,866 0,500 ; = 000,10,00000 0,000000,100 00000,10,000 000,000000,1 ][ 1eRR Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 30 = 500,00,86600 0,866-500,000 00500,00,866 000,866-500,0 ][ 2eRR ; = 0,5000,866-00 0,8660,50000 000,5000,866- 000,8660,500 ][ 3eRR Note que a matriz [RR] para o elemento e1 é a matriz identidade como esperado (XY e x’y’ coincidentes). Assim, para este elemento, a matriz de rigidez global é idêntica à local, ou seja: ]1[]´][1][[]][1[][]1[ '1 ' 1 KIKIRRKRRK e T e === Para os elementos e2 e e3, devemos fazer a rotação da matriz local conforme a equação (II.70): − − = 500,00,86600 0,866-500,000 00500,00,866 000,866-500,0 00 00 01 01 00 00 0101 500,00,86600 0,866-500,000 00500,00,866 000,866-500,0 10 8]2[ 4x T K − − = 0,5000,866-00 0,8660,50000 000,5000,866- 000,8660,500 00 00 01 01 00 00 0101 0,5000,866-00 0,8660,50000 000,5000,866- 000,8660,500 10 8]3[ 4x T K Assim: − − = 00 00 000,800 000,800 00 00 000,800000,800 10]1[ 2K −− −− −− −− = 00,006 41,34600,60041,346 41,34600,200 41,346 00,200 00,60041,346 600,00 41,346 41,346 00,20041,34600,200 10]2[ 2K −− −− −− −− = 00,600 41,346- 00,60041,346 41,346- 00,200 41,34600,200 00,60041,34600,600 41,346 41,34600,20041,346 00,200 10]3[ 2K b.2) Matriz de rigidez da estrutura Podemos notar que a incidência dos elementos adotada na Figura II.41, assim como a numeração de nós e elementos, é convenientemente idêntica à adotada na Figura II.33 que utilizamos quando estudamos a montagem da matriz de rigidez da estrutura em duas dimensões (seção II.13.6). Assim, podemos obter a matriz de rigidez da estrutura utilizando a equação (II.80), que fornece a matriz de rigidez da treliça como: Estácio ENG0814Prof. Rubens Mitri 31 = ++ ++ ++ ++ ++ ++ = ++−− ++−− +−− −−+− −−−++− −−−+−+ = 00,600041,34600000,60041,346 41,346000,20000,800000,80041,34600,200 0000,600041,346000,60041,346 000,80041.346000,20000,80041.34600,200 00,60041.34600,60041,34600,60000,60041,34641,346 41,34620041,34600,20041,34641,346200200 210 2222212124232423 1212111114131413 4241444443434241 3231343433333231 4241242344224321 3231141334123311 31311133 31311133 11212122 11212122 33223232 33223232 ][ KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KKKKKKKK KG Resultando em: v2u1 u3u2v1 v3 −− −−− −− −−− −−− −−− = 00,600 41,346 0000,60041,346 41,346 00,1000 000,80041,34600,200 0000,600 41,34600,60041,346 000,80041,34600,100041,346 00,200 00,60041,34600,60041,346 00,12000 41,34600,20041,34600,200000,400 10][ 2KG u1 u3 u2 v1 v2 v3 C) Determinação dos deslocamentos e reações de apoio. Eliminando as linhas e colunas associadas aos deslocamentos prescritos ( 2vˆ , 3uˆ e 3vˆ ), obtemos a matriz ][ *KG : − − = 00,100041.34600,200 41.34600,12000 00,200000,400 10][ 2*KG => − −− − = −− 00,125083,36000,625 83,36050,93742,180 00,62542,18050,2812 10][ 81*KG Os vetores de forças e de deslocamentos nodais associados aos deslocamentos livres são: = 2 1 1 * ˆ ˆ ˆ }ˆ{ u v u d ; −= = 0 100 50 }{ 2 1 1 * Fx Fy Fx F ’ Os deslocamentos livres podem ser calculados como: −= − − −− − == −−− 733,6 277,10 866,15 10 0 100 50 00,125083,36000,625 83,36050,93742,180 00,62542,18050,2812 10}{][}ˆ{ 48*1** FKGd A matriz ][ RKG é obtida a partir da matriz de rigidez da estrutura, eliminando-se as linhas associadas a deslocamentos nodais livres ( 1uˆ , 1ˆv e 2uˆ ) e as colunas associadas a graus de liberdade prescritos ( 2vˆ 3uˆ e 3vˆ ). Assim, obtermos as reações de apoio como: −= − −− −−− −− == − 70,6 00,50 30.93 733,6 277,10 866,15 10 000,60041,346 00,80041,34600,200 41,34600,60041,346 10}ˆ]{[ 42* 3 3 2 dKG Ry Rx Ry R Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 32 A Figura II.42 mostra o diagrama de corpo livre, a configuração deformada , as forças e os deslocamentos nodais da estrutura. 3 2 1 e3 e2 mu 41 1087,15ˆ −×= mv 41 1028,10ˆ −×−= mu 42 1073,6ˆ −×= 0ˆ2 =v 0ˆ3 =v 0ˆ3 =u e1 3 2 1 e1 e3 e2 50,00 KN 100,00 KN 6,7 KN 93,3 KN 50,00 KN 0,00 a) deslocamentos nodais b)diagrama de corpo livre − = − 0 0 0 73,6 28,10 87,15 10}ˆ{ 4d ; − − = 70,6 00,50 30,93 0 00,100 00,50 }{F b) vetor de deslocamentos s e forças nodais Figura II.42. Treliça apoiada – forças e deslocamentos nodais d) Determinação dos esforços nos elementos Como há sempre mais de um elemento conectado a cada nó, é preciso avaliar que parcela das forças nodais é absorvida por cada um dos elementos. As forças absorvidas por um elemento podem ser obtidas multiplicando-se a matriz de rigidez do elemento por seu vetor de deslocamento. O vetor de deslocamento dos elementos referidos ao sistema global são dados por: = = 0 73,6 0 0 ˆ ˆ ˆ ˆ }ˆ{ 2 2 3 3 1 v u v u de ; − = = 0 73,6 28,10 87,15 ˆ ˆ ˆ ˆ }ˆ{ 2 2 1 1 2 v u v u de ; − = = 28,10 87,15 0 0 ˆ ˆ ˆ ˆ }ˆ{ 1 1 3 3 3 v u v u de Assim, as forças absorvidas por cada elemento, referidas ao sistema global são dadas por: − = − − == − 0 87,53 0 87,53 0 73,6 0 0 10 00 00 000,800 000,800 00 00 000,800000,800 10}ˆ]{1[}{ 4211 dKFe = − −− −− −− −− == − 30,93 53,86- 30,93- 53,87 0 6,73 28,10 87,15 10 00,600 41,34600,60041,346 41,34600,200 41,346 00,200 00,60041,346 00,600 41,346 41,346 00,20041,34600,200 10}ˆ]{2[}{ 4222 dKFe − − = − −− −− −− −− == − 70,6 87,3 70,6 87,3 28,10 87,15 0 0 10 00,600 41,346 00,60041,346 41,346 00,200 41,34600,200 00,60041,34600,600 41,346 41,34600,20041,346 00,200 10}ˆ]{1[}{ 4213 dKFe Na Figura II.43 representamos as forças nodais contidas nos vetores }{ 1eF a }{ 3eF . Note que no elemento e1 atuam apenas forças na direção do eixo do elemento, visto que o seu sistema local coincide com o global. Como conseqüência, as reações verticais são integralmente absorvidas pelos elemento e2 e e3. Na Figura II.42b verificamos que há uma carga vertical de 100KN aplicada no nó 1 e, na Figura II.43 notamos que 93,3% dessa força é absorvida pelo elemento e2, cabendo apenas 6,70% da carga para o elemento e3. Note ainda que as reações de apoio podem ser obtidas a partir da análise da figura. Estácio ENG0814 Prof. Rubens Mitri 33 3 2 e153,87KN 53,87KN 2 1 e2 53,87KN 93,30KN 53,87KN 93,30KN e3 3,87 KN 6,70 KN 3,87 KN 6,70 KN 1 3 Figura II.43 – Diagrama de corpo livre de elemento referido ao sistema global Os vetores de força dos elementos referidos aos respectivos sistemas de coordenadas locais podem ser calculados como: − == 0 87,53 0 87,53 }]{[}{ 11 ' 1 eee FRRF ; − == 0 73,107 0 73,107 }]{[}{ 22 ' 2 eee FRRF ; − == 0 74,7 0 74,7 }]{[}{ 33 ' 3 eee FRRF As forças contidas nos vetores }{ '1eF a }{ ' 3eF permitem traçar diagramas de corpo livre dos
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