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Disciplinas LIBRAS Docentes Prof. Tatiana Palazzo Curso PEDAGOGIA Módulo 5.1 Síntese da Unidade VI: INICIANDO O CONHECIMENTO E O APRENDIZADO DA LÍNGUA DE SINAIS A atuação de educadores bilíngues (surdos e ouvintes) como interlocutores no processo de aquisição da linguagem é de fundamental importância na execução de um projeto que vise à educação dos surdos nas mesmas condições dos outros alunos ouvintes. As crianças com surdez devem ser expostas, desde a infância, ou melhor, desde o nascimento, à língua de sinais (L1) para que tenham melhor desempenho acadêmico, linguístico e social. As experiências às quais esse grupo de pessoas são expostas na vida diferenciam sua percepção e inserção no mundo. Há surdos que têm consciência de sua diferença e necessitam de recursos essencialmente visuais nas suas interações. Outros nasceram ouvintes e, portanto, a audição tinha funcionalidade e o português era L1, outros surdos somente tiveram experiências educacionais oralistas e, ainda, há os surdos que viveram isolados de toda e qualquer forma padronizada de comunicação. –– Língua: conjunto do vocabulário de um idioma e de suas regras gramaticais; idioma. –– Linguagem é a capacidade que o homem possui para se comunicar, expressar seus pensamentos. A linguagem é tudo que envolve significação e pode ser humana (pintura, música, cinema), animal (abelhas, golfinhos, formigas) ou artificial (linguagens de computador, código morse, código internacional de bandeiras). ––Língua de sinais ou língua gestual se refere ao uso de gestos e sinais em vez de sons na comunicação. É a língua dos surdos e possui sua própria estrutura e gramática através do canal comunicação visual; a língua de sinais dos surdos urbanos brasileiros é a libras, em Portugal é a LGP. ––Libras – Língua Brasileira de Sinais – é um sistema linguístico de transmissão de ideias e fatos dos surdos brasileiros; existem diferenças regionais e variações praticadas em cada unidade da Federação como ocorre em qualquer língua. Para realizarmos a comunicação em língua de sinais, a execução correta dos movimentos, a posição das mãos, os dedos, o local do corpo, as expressões corporais e faciais são importantíssimos. A configuração das mãos baseia-se na datilologia (alfabeto manual) ou em possíveis movimentos feitos com a mão predominante (mão direita para os destros ou esquerda para os canhotos), ou com as duas mãos. Ponto de articulação é o local onde se faz o sinal, podendo tocar alguma parte do corpo ou estar em um espaço neutro. Os sinais podem possuir movimento ou não. A palavra número tem movimento quando é executada, mas telefone já não apresenta movimento. Os sinais possuem ainda orientação e direção, como, por exemplo, os verbos ir e vir que se opõem em relação à direcionalidade. 6.1. Composição da língua de sinais Para muitas pessoas, a comunicação através dos sinais ocorre pela soletração das vogais e consoantes, mas o uso do alfabeto datilológico é apenas um dos recursos das línguas de sinais, cuja função é a soletração de palavras, tais como nomes próprios, siglas, empréstimos, que ainda não possuem sinais próprios ou que, para um determinado grupo ou pessoa, sejam desconhecidos. Os pronomes são indicados por apontamento. Os sinais de pontuação, vírgulas, ponto final e de interrogação, às vezes, são desenhados no ar. O tempo é marcado sintaticamente através de advérbios de tempo, e estes geralmente vêm no começo da frase, mas podem ser usados também no final. Os adjetivos são sinais que formam uma classe específica na libras e sempre estão na forma neutra, não havendo, portanto, nem marca para gênero (masculino e feminino) nem para número (singular e plural). Em libras, os classificadores são configurações de mãos que, relacionadas a coisa, pessoa e animal, funcionam como marcadores de concordância, substituindo o nome que as precedem, podendo vir juntos ao verbo, para classificar o sujeito, ou ao objeto, que está ligado à ação do verbo. Existem diferenças entre os numerais cardinais e ordinais. Os números também apresentam variações. Falamos até agora a respeito da língua e das pessoas surdas, então o melhor seria iniciar o aprendizado pelo que é a base de qualquer relacionamento: a educação. Esses conceitos aproximam as pessoas e trazem o respeito. Aprender a sinalizar – oi, obrigado, por favor, desculpa, bom dia, boa tarde e boa noite – faz toda a diferença e aproxima a teoria da prática, fazendo nos ter atitudes condizentes. Qual aluno não gostaria que seu professor chegasse e o cumprimentasse respeitosamente na sua língua, a libras. Palavras simples, mas que são de fundamental importância quando pedimos aos nossos alunos: “Por favor, feche a porta!” ou “Por favor, abram o livro na página 32.” “Obrigado por me ajudar.” “Oi, bom dia!” Na educação, o aprendizado ocorre com maior fluidez quando ele é funcional, quando os alunos percebem sua utilidade no dia a dia. Como diria Freinet, temos de aproximar a escola e o ensino da vida dos alunos. Agora, que temos um vínculo criado por meio de atitudes de boas maneiras. Podemos iniciar o aprendizado deste idioma, a libras, mas nunca esquecendo que ele precisa ser contextualizado. Bom estudo! Equipe de Dependência Pedagogia.
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