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contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S São dispositivos de operação não manual, destinados a estabelecer e interromper freqüentemente um circuito. Ou seja, são equipamentos de comutação acionados eletromagneticamente e que possuem condições de suportar um grande número de operações, normalmente utilizados no comando de motores. Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:311 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Classificação dos contatores de MT (Média Tensão) Podemos classificar os contatores de MT em função do mecanismo de operação, tipo de execução e em relação ao princípio de extinção do arco elétrico. Mecanismo de operação Mecanismo com retenção mecânica São aqueles dotados de uma bobina de fechamento que quando energizada, aciona um núcleo móvel diretamente ligado aos contatos, fechando-os. Após este processo a bobina é desernegizada permanecendo os contatos fechados e, assim mantido por uma trava do mecanismo de acionamento. A abertura dos contatos é feita por outra bobina que, quando energizada, destrava o mecanismo de acionamento, provocando a abertura dos contatos. Bobinas de fechamento Bobina de abertura 68 Contatos auxiliares Contator 6SH 200 SDKL - Mitsubishi Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:322 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Esta concepção de contator é pouco utilizada, por não possuir outra alternativa de abertura em caso de danos na bobina. Mecanismo sem retenção mecânica São aqueles dotados de uma única bobina de operação que, quando energizada, aciona um núcleo móvel diretamente ligado aos contatos, fechando-os. Nesta concepção a bobina permanece energizada para manter os contatos fechados. A abertura se dá quando se desenergiza a bobina Núcleo fixo Resistores de economia Bobina de operação Núcleo móvel Mola de abertura Microruptor do bloqueio Kirk Bloqueio Kirk Mola de abertura Bandeirola de Indicação Ligado/Desligado Microruptor de indicação de fusível queimado Contatos auxiliares 69 Tipo de execução Os contatores podem ser de execução fixa ou extraível. Os contatores fixos têm os terminais de entrada e saída fixados com parafusos diretamente aos barramentos do painel. Os contatores extraíveis são inseridos em celas ou gavetas, e estas são fixadas aos barramentos. A cela possui buchas de passagem para os contatos de conexão e o contator é dotado de pinças (garras) que se acoplam aos contatos de conexão da cela quando inserido. A decisão sobre qual tipo de execução o contator deverá ter, levará em conta não apenas seu custo, mas, sua aplicabilidade, o tipo de programa de manutenção a ser adotado e sua periodicidade e, até mesmo, a seletividade do circuito. Contator tipo C1 - Inebrasa Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:323 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Princípios de extinção do arco e detalhes construtivos Contator a seco A extinção do arco elétrico durante a abertura rápida dos contatos é, em geral, obtida através de lâminas radiadoras montadas em câmaras de extinção. Este sistema provoca o resfriamento do arco elétrico e sua conseqüente extinção que, por intermédio das referidas lâminas, seccionam o percurso do mesmo em pequenos segmentos. Contator a sopro magnético Neste tipo de contator, os contatos se abrem no ar, induzindo o arco voltaico para dentro das câmaras de extinção, onde ocorre a interrupção, devido a um aumento na resistência do arco. Este aumento na resistência do arco é conseguido através de: a) aumento no comprimento do arco; b) fragmentação do arco em vários arcos menores, em série, nas várias fendas da câmara de extinção; c) resfriamento do arco em contato com as múltiplas paredes da câmara. As forças que induzem o arco para dentro das fendas da câmara são produzidas pelo campo magnético da própria corrente, passando por uma ou mais bobinas (daí o nome sopro magnético) e, eventualmente, por um sopro pneumático auxiliar, produzido pelo mecanismo de acionamento. Existem vários tipos e formatos de câmaras de extinção para contatores a sopro magnético. As placas que formam a câmara podem ser de material isolante e refratário ou de aço, ou ainda de uma combinação dos dois. Em cada uma das alternativas, encontramos vários tipos de configuração de câmara, específicos de cada fabricante. 70 Câmara de extinção do contator tipo C1 - Inebrasa Parede lateral em poliéster com fibra de vidro Aletas de cerâmica Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:324 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Nesses contatores, normalmente é encontrada a utilização de apenas uma das forças de direcionamento do arco: Por sopro pneumático Por campo magnético Fole Conjunto contato fixo Direcionador do sopro de ar Conjunto contato móvel 71 Bobinas de campo montadas atrás dos contatos móveis Bobinas de campo montadas atrás das câmaras de extinção Contator tipo C1 - Inebrasa Contator 6SH 200 SDKL - MitsubishiContator 6NCH-205K - Mitsubishi Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:335 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Ampolas a vácuo Contator a gás hexafluoreto de enxofre - SF6 Nesta concepção de contator, o meio isolante utilizado é o gás SF6, onde os contatos do contator estão encapsulados e imersos neste gás. O arco é posto em movimento entre os contatos de arco durante a interrupção, graças a um campo magnético que é criado por si próprio na passagem por uma bobina. O movimento de rotação permite resfriar o arco por convecção forçada. A velocidade de rotação do arco é função da corrente a interromper. Contator a vácuo Como nos disjuntores, as ampolas a vácuo são formadas por um tubo cilíndrico de cerâmica ou de vidro de alta resistência mecânica, fechado por placas circulares planas feitas de uma liga metálica constituída de ferro, níquel e cobalto. A uma das placas é preso o contato fixo e, na oposta, há um fole de aço inoxidável, de um lado selado à placa e do outro ao contato móvel. Uma blindagem metálica interna, envolve o fole e, outra blindagem também metálica, envolve o conjunto de contatos. Elas têm por finalidade aparar as partículas metálicas que se desprendem dos contatos, devido ao arco elétrico, evitando que se depositem sobre as paredes do tubo de vidro ou cerâmica. 72 Contator tipo Rollarc Schneider Contator tipo SL 400 Cutler Hammer Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:336 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Aplicações - Benefícios - Comparativo Os primeiros sistemas de contatores foram os do tipo a seco e os a sopro magnético. Como nesses sistemas o arco se queima no ar e, considerando-se o grande número de manobras que os contatores realizam, é normal ocorrer em pouco tempo o desgaste dos contatos. Com o objetivo de reduzir o número de manutenções, novas tecnologias surgiram, permitindo uma vida útil mais longa para os contatos. Hoje temos os contatores a gás SF6, no qual os contatos trabalham em câmaras herméticas imersos nesse gás e também, contatores a vácuo, onde os contatos trabalham encapsulados, minimizando os efeitos do arco elétrico nas manobras. 73 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:337 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Utilizando seu equipamento Na operação e manutenção dos equipamentos elétricos existentes em uma subestação, é de primordial importância conhecer e cumprir as regrase procedimentos de segurança. Somente pessoal habilitado e autorizado, reconhecido pela empresa como possuidor de conhecimentos técnicos inerentes às subestações elétricas, deve ser responsável pela operação, inspeção ou pela manutenção dos equipamentos. Tendo em vista a grande variedade de modelos e fabricantes de contatores, há necessidade de o operador/inspetor conhecer muito bem o equipamento a ser manobrado, seguindo os procedimentos pré-estabelecidos. Os procedimentos devem ser criados, partindo-se da consulta ao manual de operação do equipamento, da experiênia técnica e da observação das normas existentes. A não observação dos procedimentos é o principal fator de ocorrência de danos nos contatores no momento de inserção/extração e, até mesmo, na sua operação. As operações deverão ser executadas respeitando-se parâmetros básicos de aplicação de força, evitando-se a quebra, principalmente de alavancas e do mecanismo de inserção/extração. A segurança pessoal do operador/inspetor também não deve ser esquecida. Além do perfeito conhecimento do equipamento, deve-se também observar a distância mínima para operação, de acordo com a tensão nominal do painel. Podemos citar como exemplo o procedimento adotado pela Eletropaulo, que estipula para a classe de tensão 7.2KV a distância mínima de operação com segurança em 1,25m do ponto energizado. 74 Exemplo de dispositivo de i n s e r ç ã o / e x t r a ç ã o desenvolvido para manter distância de segurança nas manobras. Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:338 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Inspeções e Manutenções É inegável que, atualmente, os processos produtivos vêm sendo compelidos a atingir níveis crescentes de qualidade e eficiência, face aos grandes desafios de um mercado consumidor cada vez mais competitivo. Na esteira, e como fator de alavancagem do desenvolvimento, o Setor Elétrico, evidentemente estará subordinado a metas envolvendo qualidade e produtividade. Nesse cenário, as Inspeções e Manutenções adquirem dimensões significativamente importantes, como elos da cadeia de procedimentos que permitirá ao Setor atingir padrões adequados de desempenho exigidos pelos consumidores. Inspeção - Conceito Exame visual periódico das características principais do contator em serviço, sem qualquer espécie de desmontagem. Este exame é geralmente feito, verificando-se a pressão do gás SF6, estanqueidade e a poluição das partes isolantes. Abrange igualmente as operações de lubrificação, limpeza, lavagem etc., que podem ser feitas com o contator em serviço. As observações feitas durante uma inspeção deverão instruir relatório técnico e podem indicar a necessidade de manutenção preventiva e/ou corretiva. Manutenção - Conceito Conjunto de operações previstas pelas inspeções e revisões programadas. A manutenção executada por técnicos experientes, contemplando medições elétricas para avaliação funcional dos equipamentos, limpeza e lubrificação dos pontos recomendados; além das correções requeridas no relatório técnico das inspeções e/ou manutenções anteriores, sugerem a forma indicada para evitar ou diminuir a incidência de paradas não programadas. As manutenções podem ser: preditiva, preventiva e corretiva Periodicidade dos intervalos de inspeção e manutenção - Conceito Os intervalos entre inspeções e revisões de contatores não devem ser tão longos que coloquem em risco a sua confiabilidade e nem tão curtos que redundem em despesas e trabalhos desnecessários. 75 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:339 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Para se determinar os períodos das inspeções e revisões periódicas programadas deve se ter em vista as partes principais do contator: câmara de extinção, ampolas de vácuo, contatos, isolação, bobinas e mecanismo de operação. Os períodos devem ser estabelecidos tendo-se em vista cada uma delas separadamente. Os períodos das inspeções e revisões comumente adotados são principalmente das seguintes espécies: por tempo definido e pelo número de operações. Eles são estabelecidos conforme as instruções do fabricante e a experiência adquirida pelo usuário do contator. O período por tempo definido é aquele em que o intervalo de tempo entre as inspeções e revisões é dado em semanas, meses ou anos. Os intervalos entre as inspeções e revisões que dependem do número de operações do contator podem ser variáveis, uma vez que o número de operações, em geral, depende de fatores muitas vezes aleatórios. Independentemente do critério adotado, recomenda-se a intervenção técnica sempre que se verificar a ocorrência de abertura do contator por curto-circuito. Trabalhando com segurança Antes de dar início às rotinas de inspeções e manutenções, recomenda-se a elaboração da Análise Preliminar de Riscos com vistas a garantir a máxima segurança dos técnicos executantes. Nesta análise, devem ser observados ao menos, os seguintes procedimentos: 1 - Verificar todos os equipamentos de proteção individual - EPI´s necessários para garantir a integridade dos técnicos executantes. 2 - Impedimento do contator. 3 - Remover o contator do interior de seu cubículo (quando extraível). No caso de contatores fixos, assegurar-se de que o mesmo esteja desenergizado e isolado do sistema. 4 - Assegurar-se de que a fonte de energia dos circuitos auxiliares de comando, esteja desligada. 5 - Certificar-se de que não haja nenhuma energia armazenada no mecanismo de operação, como por exemplo, alguma mola tensionada ou circuito pressurizado. 6 - Não utilizar ferramentas inadequadas e não padronizadas. 7 - Instrumentos e utensílios devem ser inspecionados antes do início dos trabalhos, verificando-se seu estado, qualidade e quantidade. 8 - Delimitar e sinalizar a área de trabalho e/ou diferenciar os equipamentos energizados, dos equipamentos desenergizados. 76 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3310 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Após a conclusão dos trabalhos, também são necessários alguns procedimentos mínimos de segurança: 1 - Remover todos os utensílios utilizados, tais como materiais de limpeza e ferramentas. 2 - Limpeza do local, com a remoção de todos os detritos originados durante a execução dos trabalhos. 3 - Inspeção final do equipamento e do respectivo painel. 4 - Desimpedimento do equipamento. Identificando o contator Conhecer as informações contidas na placa de identificação é de fundamental importância para a correta avaliação técnica do contator. Seguem alguns exemplos: 77 Tipo do equipamento Número de série Máxima tensão de operação Freqüência de trabalho Máxima corrente de operação (para trabalho ininterrupto) Corrente de operação (para 8 horas de trabalho) Pressão do gás SF6 (para contatores com este princípio de extinção) Tensão de operação da bobina de fechamento Tensão de operação da bobina de abertura (para mecanismo com retenção mecânica) Número do esquema elétrico empregado no contator Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3311 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S 78 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3312 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Inspeção Uma vez respeitadas as normas de segurança, recomenda-se que sejam inspecionados os diversos itens, classificando-os da forma sugerida abaixo: A = Em ordem B = Com problemas, vide observação C = Não tem D = Não inspecionado NA = Não aplicável Itens a serem inspecionados: 1 - Indicação Placa de identificação Aberto Fechado2 - Fusíveis Circuito de força Circuito de controle 3 - Acionamento elétrico Abertura Fechamento Fiação de comando/controle Resistores Contatores auxiliares Bobina de operação Micro-fusível Micro-bloqueio Kirk Micro-resistor de economia 79 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3413 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S 4 - Intertravamento Elétrico Mecânico 5 - Aterramento Aterramento da carcaça 6 - Mecanismo de sopro Foles Direcionadores de sopro 7 - Isolação Barreiras isolantes Isoladores 8 - Conservação Pintura Corrosão Reaperto Limpeza Lubrificação 9 - Contatos Contatos fixos Contatos móveis Garrafas de vácuo Contatos auxiliares 80 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3614 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S 10 - Câmara de extinção de arco Integridade Limpeza 11 - Extração Dispositivo de extração Contatos de conexão Plug de comando Registro das anormalidades encontradas Após a avaliação dos tópicos acima sugeridos, recomenda-se o registro das anormalidades encontradas e correções aplicáveis. As anormalidades devem ser anotadas em livro de ocorrências e/ou relatório técnico, com vistas à programação de manutenção corretiva ou preventiva futura. Manutenção Equipamento alvo Em uma subestação existem contatores com diferentes níveis de manobra. Há uma tendência natural das equipes técnicas em identificar como alvo da manutenção os contatores freqüentemente manobrados, pois, tendem a apresentar maior desgaste mecânico e dos contatos, deixando os contatores de menor atividade, relegados a segundo plano. Acontece, porém, que na experiência de campo, encontra-se comumente contatores que, durante um longo período de tempo em repouso (abertos ou fechados), apresentam falhas quando solicitados. Por estarem em repouso e sem manutenção durante um longo período, também estão sujeitos às seguintes situações: A - Emperramento do mecanismo de operação devido a - Acúmulo de poeira - Umidade (causando oxidação do mecanismo) - Fadiga das molas - Lubrificação ressecada - Rolamentos e êmbolo de bobinas emperrados e outros. 81 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3715 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S B - Oxidação dos contatos, ocasionando aumento em sua resistência ôhmica. C - Baixa isolação provocada por acúmulo de poeira e absorção de umidade. Conclui-se, assim, que devem ser alvo de manutenções programadas tanto os contatores freqüentemente manobrados como os que repousam ligados ou não (e os reservas). Falta de manutenção A falta de manutenção pode acarretar desde pequenos problemas de acionamento até a perda total de uma subestação. A seguir relatamos alguns exemplos de fatos observados ao longo de experiências vivenciadas: Contator tipo HCA - Hyundai Com o passar dos anos, após inúmeras operações de inserção/extração, o mecanismo que trava o contator inserido no cubículo, passou a apresentar folga, que não foi devidamente corrigida. Numa operação de inserção, o mecanismo travou dando a entender que estava completamente inserido, porém, as garras não se acoplaram (apenas se encostaram) devido à folga existente. Ao ser dada a partida do motor com a energização do contator, ocorreu um rápido e intenso aquecimento decorrente da má conexão, provocando um curto-circuito de grandes proporções e a conseqüente destruição do contator e do seu cubículo. 82 Contator tipo HCA - Hyundai Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3716 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Contator tipo CDM - Saet Padova Em um painel de Média Tensão, havia um contator instalado a vários anos e que nunca sofreu manutenção. Por ser um equipamento freqüentemente requisitado, com o passar do tempo os contatos foram se deteriorando e, com isso, aumentando a respectiva resistência ôhmica. Com a realização de uma inspeção termográfica (manutenção preditiva) detectou- se o aquecimento excessivo e o contator foi retirado de operação. Ao ser inspecionado, constatou-se que os contatos haviam perdido suas características construtivas, tendo que ser substituídos na execução do recondicionamento em oficina (manutenção corretiva). 83 Contatos de conexão (garras) derretidos Contato deteriorado Contator tipo CDM - Saet Padova Contator tipo HCA - Hyundai A falta de manutenção pode acarretar prejuízos materiais de grande importância, não só devido à perda dos equipamentos, como também, devido à paralisação da produção, trazendo inclusive, riscos à segurança pessoal dos operadores. Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3817 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Manutenção Preditiva São técnicas preditivas as atividades de inspeção, controle e ensaio, realizadas em um item, sem indisponibilidade operativa, com o objetivo de predizer/estimar o ponto ótimo para intervenção da manutenção preventiva. A técnica preditiva mais utilizada para contatores é a inspeção termográfica. Recomenda-se a inspeção termográfica em intervalos de 4 a 6 meses, de acordo com as características do circuito e/ou do local onde os contatores estão instalados, tais como: indústrias químicas, siderúrgicas e áreas litorâneas (maresia). Manutenção Preventiva Parte das operações de inspeção e revisão, compreendendo a substituição de peças que tenham atingido ou ultrapassado os limites de desgaste estabelecidos, com exceção da substituição de peças devido a uma falha ou defeito; Esse tipo de manutenção visa manter o funcionamento satisfatório do contator e prevenir contra possíveis ocorrências que acarretem a sua indisponibilidade. São itens básicos a serem observados durante a manutenção preventiva: - Limpeza geral do equipamento - Lubrificação dos pontos de articulação - Reaperto das conexões elétricas - Ajuste e limpeza dos contatos principais e pinças, com ênfase na verificação da qualidade das pastilhas - Lubrificação e regulagem do mecanismo de acionamento, com ênfase na inspeção da mola de abertura - Inspeção e testes do circuito de acionamento (bobinas) - Inspeção e testes do circuito de sinalização (contatos auxiliares) - Lubrificação e regulagem do mecanismo de inserção/extração 84 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3818 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S - Realização dos ensaios elétricos Resistência ôhmica dos contatos Resistência ôhmica da isolação dos contatos principais Resistência ôhmica da isolação do circuito de acionamento Testes operacionais Manutenção Corretiva Parte das operações de inspeção e revisão compreendendo, unicamente, a substituição de peças por causa de um defeito ou de uma falha revelada ou em estado latente; Pode também ter como objetivo a operação de modificação de uma parte do aparelho ou de uma peça, aplicada sistematicamente a uma categoria de contatores, tendo em vista evitar que ocorra nesses contatores, uma possível falha ou defeito. Em outras palavras, é todo serviço efetuado em contatores, com a finalidade de corrigir as causas e efeitos motivados por ocorrências constatadas que acarretem, ou possam acarretar, sua indisponibilidade em condições quase sempre não programadas. A manutenção corretiva pode ser de emergência ou programada. 85 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3819 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Manutenção corretiva de emergência É todo serviço de manutenção corretiva executado com a finalidade de seproceder de imediato o restabelecimento das condições normais do contator, sempre observando as regras de segurança total do equipamento e do técnico executante. Manutenção corretiva programada É todo serviço de manutenção que tem por objetivo, corrigir defeitos de menor influência no desempenho funcional do contator, e que possa ser postergado com o objetivo de ser inserido em programa de manutenção para restabelecimento das condições normais de operação. É recomendado que se aproveite o tempo de parada do contator quando da realização da manutenção corretiva para aplicação também do conteúdo descrito para manutenção preventiva, com o objetivo de se obter a máxima confiabilidade do equipamento. 86 Contator Limitamp - GE Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3820 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Ensaios São medições elétricas realizadas com o objetivo de efetuar avaliação funcional dos equipamentos. Resistência ôhmica dos contatos Este ensaio é destinado a constatar a real condição dos contatos principais do contator. Neste ensaio, verifica-se também: - Qualidade do tratamento de prateação dos contatos - Qualidade das molas de pressão dos contatos - Desgaste das pastilhas de prata - Estado das conexões Por exemplo, para a realização deste ensaio podemos utilizar um instrumento chamado Microohmímetro, que mede a resistência de contato através da avaliação da corrente e da queda de potencial na resistência. A medição é realizada a quatro fios, para se eliminar as resistências de conexão e dos cabos de medição. Deve-se tomar por base como referência, os resultados obtidos no ensaio realizado pelo fabricante quando do fornecimento do equipamento novo ou principalmente em experiências vivenciadas em manutenções. Nota: A pressão das molas dos contatos é inversamente proporcional à resistência dos mesmos. 87 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3921 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Em caso de resistências elevadas, ocorrerá simultaneamente um aumento da temperatura que, em circuitos de baixa tensão pode ocasionar um derretimento dos contatos e, a partir de média tensão, pode propiciar condições favoráveis a ocorrência de explosões. É extremamente importante que contatores com elevada resistência ôhmica de contatos sejam retirados de operação para uma manutenção corretiva. Resistência ôhmica da isolação dos contatos A medição da resistência de isolamento de contatores é de grande valor para detectar, diagnosticar e prevenir falhas de sua isolação. O ensaio é realizado aplicando-se à isolação uma tensão contínua e medindo-se a corrente elétrica que se escoa através ou por sua superfície. É um teste não destrutivo e por isso não é uma medição da rigidez dielétrica da isolação. Os instrumentos utilizados neste tipo de medição são conhecidos pela denominação de Megôhmetros, pois, a resistência de isolamento costuma ser dada em mega-ohm (Μ Ω). Registros periódicos são fundamentais para uma boa avaliação dos componentes isolantes empregados em um contator. Quando encontrados valores excessivamente baixos, estes geralmente são indicativos de acúmulo de poeira, isolantes úmidos e/ou danificados. Equipamentos instalados em ambientes com elevada umidade relativa do ar, re- querem periodicidade mais freqüente para este ensaio. Nota: Valores baixos de resistência ôhmica da isolação dos contatos, propiciam condições favoráveis para ocorrência de curto-circuito, podendo acarretar até a perda do equipamento. 88 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3922 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Resistência ôhmica da isolação do circuito de acionamento Destina-se a verificar a integridade dos isolantes das bobinas de acionamento, motor e fiação, com o objetivo de garantir o perfeito funcionamento dos mesmos. Utiliza-se um Megôhmetro com tensão de teste de 500V Testes operacionais Aqui são verificados desde o funcionamento do mecanismo de operação, até o comportamento das bobinas de acionamento. A princípio devem-se realizar cinco operações de acionamento elétrico (liga/ desliga) do contator. Em seguida, procedem-se então os testes nos componentes do circuito de acionamento: manter o contator ligado até que a temperatura dos resistores de economia estabilize. Verificar se a temperatura encontrada não oferece risco à integridade dos componentes restantes do mecanismo de acionamento. 89 Exemplo de Relatório de Inspeção e Ensaios A seguir, um exemplo de relatório preenchido de acordo com as condições do contator de Média Tensão, tipo CDM - Saet Padova. Obs.: A bobina de acionamento deve operar com tensão de comando variando +/- 10% de sua tensão nominal , ou verificar no manual do fabricante o desequilíbrio permitido. Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:3923 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S 90 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:4024 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S 91 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:4025 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S Retrofit Entende-se retrofit como uma modificação construtiva efetuada no contator, com o objetivo de modernizar suas características funcionais. O retrofit do contator, aplicável normalmente na média tensão, pode ser efetuado de duas maneiras distintas, a saber: a) Construindo um novo contator compatível com as características nominais e dimensionais do cúbiculo do contator antigo; b) Aproveitando-se o carrinho e partes estruturais do contator antigo, descartando as peças do circuito de potência e do mecanismo de operação, instalando em seu lugar um contator a vácuo ou SF6 com as mesmas características nominais. A tomada de decisão sobre a aplicabilidade do retrofit, requer o estudo criterioso de seu custo-benefício. Os contatores a vácuo e SF6 ainda têm preços elevados no mercado e a esses devem-se agregar os custos de adequação para intercambialidade com o cubículo onde será utilizado. Assim, nos casos de substituição de um contator fora-de-linha sinistrado ou ainda de ampliação do painel, ou simplesmente para se obter um contator reserva, viabiliza-se, pois, ter-se-á um contator aplicável a qualquer cubículo do painel existente. Por outro lado, optar pelo retrofit somente para se obter equipamentos com concepção mais moderna certamente acarretará despesas excessivas, tornando mais viável gerir adequadamente um bom programa de manutenção com o objetivo de obter a maior confiabilidade possível dos contatores existentes. 92 Retrofit de contator tipo C1 - Inebrasa utilizando contator SL 400 a vácuo - Cutler Hammer Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:4026 contatores DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 CO NT AT O RE S Transporte e armazenagem É de fundamental importância acondicionar o contator para o transporte de forma a protegê-lo contra impactos que possam danificá-lo. É também importante que o contator seja cuidadosamente envolto em plástico antes de ser colocado no engradado, protegendo-o, assim, contra o acúmulo de poeira e absorção de umidade, fatores que podem prejudicar seu funcionamento e suas características de isolação. O contator deve permanecer embalado, enquanto estocado. Nota: Jamais deve-se permitir o transporte de contatores na posição horizontal. Deitá-los para transporte certamente provocará a quebra de partes isolantes. Assim, sempre a embalagem deverá conter a sinalização de instruções para transporte.Contator 93 IMPORTANTE! Todo equipamento elétrico, novo ou recondicionado, ao ser retirado do estoque, deve ser cuidadosamente inspecionado, limpo e ensaiado (comissionado) por equipe técnica especializada, antes de ser colocado em operação. Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:4127 DISPOSITIVOS DE MANOBRA - CONTATORES - PARTE 3 contatores CO NT AT O RE S 94 Parte 3 - contatores - final.pmd 11/12/2006, 15:4128
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