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RESUMO SOBRE CIÊNCIAS SOCIAIS 2

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AS REVOLUÇÕES BURGUESAS (FRANCESA E INDUSTRIAL) E O CONTEXTO HISTÓRICO DA FORMAÇÃO DA SOCIOLOGIA
Através da base filosófica do Iluminismo, a Alta Burguesia assume o poder no lugar da Nobreza, extingue o regime feudal absolutista, institui uma nova ordem política: a República Constitucional, colocando no poder a sociedade produtiva, no lugar da nobreza parasitária, representada pelo monarca absolutista, e inaugura uma nova ordem econômica, consolidando o Capitalismo como modo de produção dominante no lugar da terra como a fonte de riqueza do sistema feudal, transformando não só a França mas toda a Europa e o mundo ocidental.
Artigo 5º da constituição brasileira - principio de igualdade , vida etc... idêntico ao trecho da declaração dos direitos do homem e do cidadão da evolução francesa. (o conceito de cidadã da Grécia antiga volta, reformulado, e reforçado pelos seus direitos adquiridos pela constituição, como o sufrágio universal: o voto de cada cidadão tem o mesmo valor independente da classe social, é a ideia da igualdade jurídica de direitos e deveres).
Como contradição, tem-se uma nova forma de exploração, agora do povo (antigo campesinato e pequena burguesia), transformados em proletariado pela alta burguesia, que nada fez de diferente da classe que extinguiu; a nobreza. Isso faz surgir, a entrada do pensamento socilaista. 
A Inglaterra inaugurou a 1ª Revolução Industrial, no século XVIII, também através do enriquecimento e fortalecimento da burguesia, que a também através da revolução científica, mecaniza os meios de produção e tira dos pequenos produtores rurais e manufatores sua fonte de sustento passando a vender a única coisa que lhes restava sua força de trabalho. Com a 2ª Revolução industrial e a introdução das novas matrizes energéticas vapor eletricidade, gera-se uma produção de bens nunca antes vista, e com ela, a necessidade de escoar esta produção através de novos mercados, o que dá origem à Expansão Neo Colonialista ou Imperialismo Europeu do século XIX. (que foi a consequência externa da R. Industrial), levando à partilha e dominação política da África e da Ásia, com uso de violência e através de ocupação militar, e aniquilação cultural.
A 1ª tentativa de explicação da sociedade, foi a do Liberalismo Econômico, afirmando que assim como na natureza os animais competiam entre por alimento garantindo a sobrevivência, também o homem competia em igualdade pela posse da propriedade privada, predominando os mais evoluídos sobre os mais atrasados. Essa lógica dá origem ao Darvinismo Social, que se apropria da Teoria da Evolução de Darwim, (um cientista natural, não social) trasnpondo-a para o campo das Ciências Sociais, Instaurando a teoria da Desigualdade Natural Raças Humanas, reforçada pelas teses de determinismo geográfico e biológico, que dividia as mesmas hierarquicamente em 3 grandes grupos: a raça branca, seguida pelas marela e vermelha, e por último, a negra, atribuindo a cada uma, valores morais e intelectuais decrescentes. Sendo considerada a mais evoluída e civilizada, a raça branca europeia se coloca como modelo cultural, mascarando sua dominação exploradora predatória colonialista como benévola e necessária missão civilizatória. Lembrar de Etnocentrismo.
O iluminismo é a base filosófica da criação do estado burguês - suas ideias, a filosofia das luzes, cuja base é o racionalismo do final do século xvi, compuseram a base do novo pensar europeu, tendo como centro a crítica ao regime feudal. Os iluministas, são contratualistas (contrato sicial). O burguês questiona q atraves do seu trabalho ele deveruia ser o proprietraio da terra e seus bens e não a nobreza, parasitaria, que exploravam seu trabalho, 
Nesse cenário profundamente transformado política e economicamente, pela, república, pela industrialização, pelo neo colonialismo, pelo cientificismo, nasce a sociologia, tentando explicar as drásticas transformações sociais decorrentes de tudo isso.
O POSITIVISMO DE AUGUSTO COMTE E O SURGIMENTO DA SOCIOLOGIA
A Sociologia nasce dentro do Positivismo, que foi a 1ª corrente sistematizada de pensamento que tentou estabelecer conceitos e métodos de investigação e compreensão da Realidade Social, definindo uma ciência, um campo de conhecimento próprios para ela. 
Observação inicial: O termo “Positivo” em Frances não significa o contrario de negativo, mas o sentido de real, concreto, que pode ser observado, experimentado e comprovado cientificamente. 
O Positivismo, também derivado do Cientificismo, exaltava o poder da razão humana em explicar e traduzir a realidade em forma de Leis Naturais. Por isso seus traços mais marcantes são a exaltação do Método Científico, a preocupação com a verdade e a observação e comprovação dos fenômenos, exaltação do homem e sua capacidade intelectual e técnica, e o otimismo em relação ao desenvolvimento e ao progresso da sociedade. 
Ele expressava ainda o entusiasmo da burguesia, que suplantou o Sistema Feudal e seus valores ultrapassados (inclusive o religioso), e consolidou o Capitalismo através das inovações tecnológicas e industriais. 
No entanto, o quadro caótico de desigualdade social e miséria em que se encontrava a sociedade europeia na época, destoava muito da enorme riqueza que os festejados avanços tecnológico e industrial geravam e intrigavam vários pensadores da época, que buscavam compreender e solucionar aquela triste realidade. No entendimento de Augusto Comte, este desequilíbrio havia se instaurado por não existir até então, uma Ciência Social, que se ocupasse em compreender, organizar e agir sobre as sociedades de forma transformadora e benéfica. 
Sendo assim, se apropriando do Método Científico das Ciências Naturais e das Leis Positivas da Natureza, ele desenvolve sua “Física Social” que, inicialmente, explicaria a forma como as sociedades se apresentavam em relação ao seu desenvolvimento histórico-cultural, numa escala evolutiva explicada através da “Lei dos 3 Estados”:, 
Estado Teológico ou Fictício - explicavam a realidade atreves das religiões, seus cânoines e dogmas.
Estado Metafísico ou Abstrato - não abandonam a religião, mas tem a filosofia como forma dominante para explicar a realidade, através do questionamento da essência das coisas, além das aparências.
Estado Positivo ou Científico - estariam no mais elevado estagio de evolução do pensamento, dominado pela razão humana, capaz de investigar, experimentar e comprovar a realidade através da ciência.
Obs: A teoria de Comte é diferente do Darwinismo Social, por não se basear em conceitos evolutivos biológicos ou genéticos das raças, mas na evolução histórico-cultural das sociedades.
Em analogia à Física Mecânica, Comte identificou 2 movimentos nas sociedades; o Movimento Estático e o Movimento Dinâmico, relacionados respectivamente às ideias de Ordem e Progresso 
Movimento Estático - Compreendia o processo onde a harmonia de uma sociedade estaria baseada na manutenção de suas instituições estruturantes: família, propriedade, linguagem, religião, assim como na coexistência e na ordenação dos indivíduos em classes, obedecendo a uma hierarquia.
Movimento Dinâmico - Corresponderia ao progressivo desenvolvimento social, às mudanças e transformações, representando a passagem de uma sociedade de um estágio menos evoluídos para um mais evoluído.
OBS: Comte privilegiava a estática sobre a dinâmica social. Para ele só haveria progresso se atrelado á ordem. Somente a partir do equilíbrio entre ordem e progresso, entre estática e dinâmica é que uma sociedade alcançaria a verdadeira evolução. Por ser uma política conservadora, sua teoria acabou por justificar as relações desiguais nas sociedades.
Comte propunha uma nova ordem social, diferente das anteriores que combinaria ordem e progresso, resultando no equilíbrio entre a estática e a dinâmica da sociedade, orientada para o industrialismo e estratificada harmoniosamente, tendo em seu plano espiritual os cientistas, orientando a linha de conduta correta, pautada e em valores morais, comoo altruísmo, que se propagaria em níveis mundiais e no plano temporal os industriais, como modelo de sociedade que alcançara o ápice do desenvolvimento social: o estado positivo.
O imaginário da sociedade burguesa do século XIX no qual se insere o pensamento de Comte expressava:
Laicidade - A origem e evolução da sociedade deixa de ser compreendida pelo viés religioso e passa a ser entendida pelo humano.
Cientificismo - Crença no poder absoluto e exclusivo da razão humana em conhecer a razão humana e traduzi-la em Leis Naturais
Organicismo - concepção da sociedade como organismo vivo, composto por partes integradas que funcionam em harmonia segundo um modelo biológico.
Inicialmente chamada de Física Social, a ciência de Comte se transformará posteriormente, em Sociologia, para ele, a mais complexa das ciências, abrangendo todas as Ciências Naturais, cada qual com seus métodos de analises objetivos, mas constituindo um campo de conhecimento mais amplo, que não só e explicaria as sociedades em seus aspectos físicos simples , avançando sobre os mais complexos, como o econômico, o político, o moral, até alcançar o nível do plano da visão sociológica. 
O Positivismo No Brasil - O conceito reacionário de Estática Social de Comte, que resguardava a ordem e levava ao progresso, sem transformações radicais, sem conflitos, se encaixou como uma luva no Brasil recém republicano, que passava por uma série de transformações e precisava de uma ideologia que fundamentasse um Estado forte e centralizador, capaz de manter as bases da sociedade e o aperfeiçoamento de suas instituições, a ordem e a coesão social, ao mesmo tempo em que não deixava de contemplar, ainda que em teoria, o progresso. Assim, se tornou uma das mais importantes vertentes intelectuais no país e quase se tornando a doutrina oficial do Estado, levando à criação do decreto que ordenou a inscrição do lema do Positivismo na bandeira brasileira, presente até hoje. Deixou traços sociopolíticos e culturais marcantes em nossa sociedade, como a resignação à hierarquia e à lógica burguesa, a resistência a mudanças e o medo do confronto.
ÉMILE DURKHEIM
Dá um passo além de Comte, definindo e conceituando o objeto de estudo da sociologia o Fato Social, diferente dos objetos de estudo e fenômenos estudados pelas Ciências Naturais. Define o Conceito de Consciência Coletiva, os conceitos de Normalidade, Patologia e de Anomia sociais. Afirma a primazia do coletivo sobre o individual através da interiorização dos valores q a coletividade impõe ao individuo principalmente pela educação.
Caso concreto: O crime contra o índio Pataxó e agressão contra a doméstica no ponto de ônibus: O comportamento coletivo por vezes se impõe sobre o individual como comportamento de grupo, às vezes induzindo uma pessoa a atitudes que ela não se julgaria capaz de realizar como ator social isolado. 
SOCIEDADES SIMPLES  E COMPLEXAS - sociedades complexas são aquelas onde há um afrouxamento dos padrões impostos pela Consciência coletiva, conferindo mais autonomia ao individuo, que já não se prende de forma rígida aos costumes. Nestas sociedades, o Direito terá caráter Restitutivo, sendo menos repressivo. Para ele, quanto mais presa aos costumes for uma sociedade, mais simples ela tenderá a ser,  maior será a pressão da Consciência Coletiva e mais repressivo será a o Direito, assumindo caráter punitivo e repressor.
FATO SOCIAL - são maneiras de agir, pensar ou sentir, exteriores ao indivíduo, alheias a vontade individual, (externalidade) e dotadas de poder de coerção em virtude do qual se impõem numa sociedade (coercitividade), comum a todos os indivíduos de uma mesma sociedade ou grupo (generalidade). 
CONSCIÊNCIA COLETIVA – É uma forma padronizada de pensar e agir, que exerce coerção e determina o comportamento coletivo numa sociedade ou grupo, definindo quais comportamentos serão normais ou patológicos dentro dele. As consciências individuais não deixam de existir, mas se diluem e obedecem à Consciência Coletiva. (O conceito de C Coletiva se aproxima é equivalente ao de Cultura, que é um termo contemporâneo e pertencente à Antropologia).
NORMALIDADE E PATOLOGIA - em função da influencia que a Consciência Coletiva exerce sobre a consciência individual, Durkheim define os conceitos de Normal e Patológico. Uma conduta, uma instituição, pratica costumeira ou norma moral, será considerada normal ou patológica, na medida em que se aproximem ou se afastem dos padrões definidos como médios em cada sociedade. Sendo assim:
Fenômeno, ou Comportamento Normal é o que: Não extrapola os limites estabelecidos pela Consciência Coletiva, está generalizado pela sociedade, é unânime, é consenso, expressa a vontade coletiva, considerado importante ou necessário à sociedade, é frequente, recorrente, comum dentro do grupo, sendo por ele aceito e passível de ser praticado, ainda que negativo.
Fenômenos ou Comportamento Patológicos - serão os que estiverem fora dos limites permitidos pela ordem social, pela moral vigente de uma sociedade. Quando isso ocorre o grupo irá buscar o restabelecimento da obediência aos padrões estabelecidos pelo grupo social, punindo o comportamento reprovado, reforçando assim a Consciência Coletiva.
Os dois conceitos serão sempre relativos, não podendo ser pré-definidos, estando sempre subordinados aos padrões da Consciência Coletiva de cada grupo ou sociedade em particular. A ideia de normalidade ou patologia é uma construção coletiva. 
MUDANÇA DOS PADRÕES DE COMPORTAMENTO - Um determinado comportamento, inicialmente tido como patológico, pode passar a ser visto como normal por um grupo, se tornar comum e passar a ser tolerado pelo mesmo. Quando isso acontece é indício de que a consciência coletiva se modificou e passou a abranger tal comportamento dentro de seus limites. Exemplo adultério não é mais crime.
O CRIME COMO FATO SOCIAL PARA DURKHEIM - Os atos criminosos, são considerados normais por Durkheim, uma vez que sempre ocorreram em todos os tipos de sociedades, em todas as épocas. Exemplo: os crimes passionais no Brasil, são um fato social, pois são gerais, abrangentes, exteriores as vontades individuais, extremamente recorrentes. Acabam compondo uma espécie de lealdade consensual entre a comunidade masculina violenta ainda numerosa em nossa sociedade.
Artistas inovadores, às vezes são considerados loucos, por se encontrarem fora desses padrões estabelecidos. Exemplo: Profeta Gentileza.
O CONCEITO DE SOLIDARIEDADE SOCIAL - são os laços que unem entre si os indivíduos membros de uma sociedade, estabelecendo a coesão social. Há dois tipos de solidariedade social:
MECÂNICA - seria a predominante nas sociedades pré-capitalistas, onde os indivíduos se identificavam por meio das instituições tradicionais e dos costumes, permanecendo independentes e autônomos em relação à divisão do trabalho e sofreriam o grau máximo de coerção por parte da Consciência Coletiva e teriam uma menor atuação da consciência individual.
ORGÂNICA - seria a típica das sociedades capitalistas, onde os indivíduos se mantêm ligados e interdependentes pela divisão do trabalho, e menos pelas instituições tradicionais e costumes, sofrendo um grau bem menor de coerção por parte da Consciência Coletiva e exercendo uma maior atuação da consciência individual..
AS NORMAS DO DIREITO COMO INDICADOR DO TIPO DE SOCIEDADE E SOLIDARIEDADE 
Segundo Durkheim a forma como o Direito era exercido em uma sociedade seria um parâmetro preciso e seguro para avaliar o tipo de solidariedade ali presente, bem como o perfil de sociedade ali representada.
As sociedades complexas, com laços de solidariedade orgânica, se caracterizariam por uma maior atuação do Direito Restitutivo, onde é menor participação do Direito Penal, repressivo e punitivo. A transgressão não fere a sociedade como um todo, uma vez que a consciência individual é mais expressiva e a coletiva menos influente, sendo suficiente por parte do transgressor apenas reparar ou indenizar o dano que causou.
Ao contrário, nas sociedadessimples, com solidariedade mecânica, se caracterizariam pela maior atuação do Direito Penal, repressivo e punitivo, em detrimento do Direito Restitutivo. Por que a transgressão afeta a sociedade como que um todo, uma vez q a consciência individual é fraca e a coletiva é forte, por isso o caráter punitivo exibicionista exemplar. 
Exemplo: execuções coletivas e exibidas em estádio de condenados em províncias atrasadas no interior da China, por crimes de alta ou baixa relevância. Aqui no Brasil, pode se fazer uma analogia ao sistema punitivo entre o trafico nas favelas e da formação de milícias nos subúrbios afastadas dos grandes centros urbanos. Grupos fechados que, mesmo dentro de grandes metrópoles, reproduzem o modelo de sociedades simples, com costumes e padrões de solidariedade mecânica, que criam suas próprias leis, também reproduzindo os moldes violentos e punitivos do Direito repressivo típico destas sociedades simples. 
ANOMIA - Acontece quando uma sociedade é afetada por fatores inesperados, como catástrofes naturais, guerras,revoluções, e há a perda ou suspensão temporária das referencias normativas, das regras sociais, e das funções sociais, com o afrouxamento da consciência coletiva, gerando uma situação de desequilíbrio, de desregramento social.

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