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Elementos da 
Linguagem Visual
Material Teórico
Responsável pelo Conteúdo:
Prof.ª Dr.ª Maria Jose Spiteri Tavolaro Passos
Revisão Textual:
Prof.ª Dr.ª Selma Aparecida Cesarin
Fundamentos da Linguagem Visual
• Introdução;
• Ponto;
• Linha;
• Forma.
• Descrever, apresentar e exemplifi car os elementos compositivos básicos da 
Linguagem Visual;
• Compreender suas relações na composição e nas aplicações na Linguagem Visual, 
exemplifi cando, analisando e comentando diversas formas alternativas.
OBJETIVOS DE APRENDIZADO
Fundamentos da Linguagem Visual
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem 
aproveitado e haja maior aplicabilidade na sua 
formação acadêmica e atuação profissional, siga 
algumas recomendações básicas:
Assim:
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
da sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e 
horário fixos como seu “momento do estudo”;
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
alimentação saudável pode proporcionar melhor aproveitamento do estudo;
No material de cada Unidade, há leituras indicadas e, entre elas, artigos científicos, livros, vídeos e 
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você tam-
bém encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão 
sua interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados;
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discus-
são, pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o 
contato com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e 
de aprendizagem.
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte 
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Mantenha o foco! 
Evite se distrair com 
as redes sociais.
Determine um 
horário fixo 
para estudar.
Aproveite as 
indicações 
de Material 
Complementar.
Procure se alimentar e se hidratar quando for estudar; lembre-se de que uma 
Não se esqueça 
de se alimentar 
e de se manter 
hidratado.
Aproveite as 
Conserve seu 
material e local de 
estudos sempre 
organizados.
Procure manter 
contato com seus 
colegas e tutores 
para trocar ideias! 
Isso amplia a 
aprendizagem.
Seja original! 
Nunca plagie 
trabalhos.
UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
Introdução
Você já deve ter observado que sempre que alguma coisa é projetada e feita, es-
boçada e pintada, desenhada, rabiscada, construída, esculpida ou gesticulada, a subs-
tância visual da obra é composta a partir de uma pequena quantidade de elementos. 
No entanto, chamo sua atenção para que você não confunda os elementos visu-
ais utilizados com os materiais empregados nesse processo (como pode ser o filme, 
o papel, a argila, a tinta etc.).
Os elementos visuais são a essência do que vemos e seu número é bem reduzido: 
o ponto, a linha, a forma, a direção, o tom, a cor, a textura, a dimensão, a escala 
e o movimento. 
Embora poucos, são a matéria-prima de toda informação visual em termos de 
opções e combinações seletivas. 
Dondis (2009, p. 47) afirma que “a estrutura da obra visual, é a força que determi-
na quais elementos visuais estão presentes, e com qual ênfase essa presença ocorre”.
Dondis também nos adverte de que “para analisar e compreender a estrutura 
total de uma Linguagem Visual, é conveniente concentrar-se nos elementos visuais 
individuais, um por um, para um conhecimento mais aprofundado de suas qualida-
des específicas” (DONDIS, 2009, p. 48).
Por esse motivo é que começaremos a estudar a Linguagem Visual contem-
plando seus elementos básicos constitutivos e construtivos, o que quer dizer que 
vamos iniciar falando a respeito do ponto, que constitui a unidade mais simples da 
Linguagem Visual e possui forte poder de atração visual. 
A linha, por sua vez, é o elemento que registra um gesto numa superfície, de-
marca espaços, traça caminhos, dá lugar à forma e atribui dinamismo à composi-
ção, com todos os seus diferentes modos de apresentação. 
Finalmente, a forma, que constitui o elemento originado pela organização de 
um conjunto de linhas que configura a imagem representada.
Cada um dos elementos será exemplificado, além de demonstradas suas rela-
ções na composição e nas aplicações na Linguagem Visual.
Ponto
O ponto é o elemento mais simples e irredutível da Linguagem Visual; é o pri-
meiro elemento que detém nossa atenção numa composição. 
O formato arredondado corresponde a sua apresentação mais recorrente 
na natureza. 
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Qualquer ponto exerce grande poder de atração visual, sendo um elemento útil 
de referência espacial (Figura 1).
Figura 1 – Exemplos de pontos
A existência do ponto pode ser indicada pelo encontro da ponta de um lápis, 
de um pincel ou de qualquer outro material ou instrumento sobre uma superfície. 
Ele pode ser o “ponto de partida” de uma obra, o gesto que desencadeia o pro-
cesso de configuração de linhas e formas.
Quando vistos em conjunto, os pontos se ligam e são capazes de conduzir o nos-
so olhar sobre uma superfície. Essa capacidade se intensifica quando aumentamos 
a proximidade entre os pontos (Figura 2).
Figura 2 – Efeito da proximidade entre os pontos
Quando justapostos em grande número, os pontos se fundem no olhar do es-
pectador, criam a ideia de unidade e podem configurar imagens complexas. 
Com diferentes quantidades, tamanhos e distâncias, eles podem criar a ilusão de 
texturas e tonalidades diversas, como exemplo mostrado na caixa a seguir.
Efeitos da justaposição dos pontos, disponível em: https://goo.gl/iCR9bZ
Ex
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O fenômeno perceptivo da fusão visual foi explorado por Seurat em seus qua-
dros pontilhistas, de cor e tom extraordinariamente variados, ainda que ele só 
tenha utilizado quatro cores – amarelo, vermelho, azul e preto – e tenha aplicado a 
tinta com pincéis muito pequenos e pontiagudos (Figura 3).
Figura 3 – Georges Seurat – Uma Tarde de Domingo na Ilha de Grande Jatte, 1884 – Instituto de Artes de Chicago
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
Georges-Pierre Seurat nasceu em 
Paris, em 2 de dezembro de 1859, e 
faleceu também em Paris, no dia 29 
de março de 1891. Trata-se de um 
pintor francês, considerado o pio-
neiro do movimento pontilhista.
Importante!
O pontilhismo surge na França, por volta de 1880. Trata-se de técnica de pintura na qual 
o artista faz desenhos e representações usando pequenos pontos ou manchas (muitas 
vezes, só de cores primárias), criando um efeito óptico diferente da pintura convencio-
nal; os principais expoentes e teóricos que utilizaram essa técnica são Georges Seurat e 
Paul Signac.
Você Sabia?
Observando em detalhes as imagens colocadas na Figura 3, você perceberá e 
sentirá que a capacidade incrível que uma série de pontos tem de conduzir nosso 
olhar é intensificada pela maior proximidade existente entre eles.
No entanto, não apenas como elemento isolado o ponto tem seu papel impor-
tante na comunicação visual. Quando usado em sua forma fotográfica pura, um 
ponto – ou, “em termos das belas artes, uma marca” (PRÄKEL, 2010, p. 38) – é 
o primeiro lugar em que o material fotossensível muda ao reagir à luz, tornando-se 
um pequeno ponto de luz sobre um fundo uniforme. 
Mas, objetos pequenos também podem ser tomados como pontos. Nesses ca-
sos, o ponto simples tem o poder de chamar nossa atenção ao ser a única concen-
tração de detalhe numa imagem praticamente vazia. 
O que acaba ocorrendo, então, é que “a mensagem transmitida pela imagem de um 
ponto solitário, normalmente, é de um intenso isolamento” (PRÄKEL, 2010, p. 38).
Veja, por exemplo, na Figura 4, como o pequeno inseto funciona como um 
ponto de atenção; embora pequenino, o formato e a cor dele contrastam com o 
restante dos elementos que se distribuem pelo composição.
Figura 4 – Joaninha
Fonte: Pixabay
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Da mesma maneira,áreas grandes podem apre-
sentar um ponto central que pode funcionar da 
mesma forma que um ponto simples. 
Observe a figura 5. Nela, o único ponto de con-
centração é a forma isolada de uma pessoa no vasto 
espaço oferecido pela imagem, que também funcio-
na como ponto.
Em função de tudo que foi exposto até este mo-
mento, você tem condições de entender perfeita-
mente o que significa a famosa frase de Kandinsky 
quando ele afirma que: “o ponto é o resultado 
do primeiro contato da ferramenta com o mate-
rial, com a superfície básica” (KANDINSKY apud
PRÄKEL, 2010, p. 39).
O que acontece quando esses pontos se aproximam tanto entre si que é impossível identifi -
cá-los individualmente?Ex
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Surge a linha! 
Isso mesmo! 
Então, vamos detalhar a linha.
Linha
Como afirmado antes, quando os pontos estão tão próximos entre si que se 
torna impossível identificá-los individualmente, aumenta a sensação de direção e a 
cadeia de pontos se transforma em outro elemento visual distintivo: a linha.
Mas, a linha também pode ser definida como um ponto em movimento ou (de 
forma mais poética) “como a história do movimento de um ponto” (DONDIS, 
2009, p. 51). 
Na realidade, quando fazemos uma marca contínua (ou uma linha), o que esta-
mos fazendo, na verdade, é colocando um ponto sobre uma superfície e movendo-
-o de acordo com uma determinada trajetória, de tal forma que as marcas formadas 
se convertem num registro.
Por sua particular natureza, a linha possui enorme energia na Linguagem Visual. 
Não é estática; é ela que torna o elemento visual inquieto e questionador. 
É o principal instrumento para representar o que não existe, que apenas ocupa 
Figura 5 – Tate Modern Turbine Hall, 
por Paul Stefan
Fonte: Präkel, 2010
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
nossa imaginação. É por isso que contribui de maneira determinante na Lin-
guagem Visual.
Sua natureza linear e fluida incentiva a liberdade e a experimentação. Mas, 
apesar disso, o paradoxo é que a linha não é vaga: é decisiva, tem propósito, tem 
direção, vai para algum lugar, faz algo específico, definido, definitivo.
A linha pode ser rigorosa, técnica, sendo elemento fundamental em projetos 
mecânicos ou de arquitetura surgindo com alta precisão métrica (Figura 6).
Figura 6 – Desenho arquitetônico
Fonte: Pixabay
A linha pode assumir formas muito diversas para expressar grande variedade de 
estados de espírito. Pode ser muito imprecisa e indisciplinada, como nos esboços 
ilustrados, para tirar proveito da espontaneidade de expressão. 
Pode ser muito delicada e ondulada, ou nítida e grosseira, nas mãos do mes-
mo artista. 
Pode ser hesitante, indecisa e inquiridora, quando é simplesmente uma explora-
ção visual em busca de um desenho. 
Pode ser, ainda, tão pessoal quanto um manuscrito em forma de rabiscos ner-
vosos, reflexo de uma atividade inconsciente sob a pressão do pensamento, ou um 
simples passatempo.
De qualquer maneira, a linha sempre reflete a intenção, os sentimentos e as 
emoções pessoais de quem a produziu e, “o mais importante de tudo, sua visão” 
(DONDIS, 2009, p. 52), porque a linha torna visível o que existe apenas na ima-
ginação de quem a criou. 
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Observe como Egon Schiele (1947) consegue transmitir por meio das linhas 
uma grande expressividade na obra Fighter (Figura 7).
Figura 7 – Egon Schiel, Fighter, 1913
Fonte: Wikimedia Commons
Outro artista que merece ser destacado aqui é Flávio de Carvalho, um artista grande impor-
tância no Modernismo Brasileiro. Com seu traço ágil, legou-nos obras muito expressivas, 
como a série nomeada Trágica, composta por 9 desenhos que têm como tema a morte da 
mãe do artista. Essas obras fazem parte do acervo do Museu de Arte Contemporânea de São 
Paulo. Há, ainda, duas cópias feitas pelo próprio Flávio no Fundo Flávio de Carvalho – CEDAE 
– IEL - UNICAMP. 
No Barco de imagens do Projeto Warbug, da UNICAMP, é possível ver, detalhadamente, um 
desses desenhos e verifi car a “força” visual da linha nessa composição. 
Disponível em: https://goo.gl/BWA4V8
Ex
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As linhas possuem diversas classificações, de acordo com suas características 
físicas, como a qualidade, o tipo, a direção e a posição.
A qualidade corresponde às propriedades mensuráveis da linha: comprimento, 
espessura e continuidade, estabelecendo uma dinâmica emocional.
Quanto ao comprimento, a linha pode ser classificada em longa e curta (Figura 8).
Figura 8 – Linha longa e linha curta
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
Quanto à espessura, a linha pode ser classificada como grossa ou fina. As li-
nhas grossas tendem a comunicar maior sensação de estabilidade e são mais im-
pactantes; enquanto as finas são mais elegantes, suaves e delicadas (Figura 9).
Figura 9 – Linha grossa e linha fina
A linha pode ser contínua, tracejada, pontilhada ou combinada. Na linha contínua, 
o traço é feito sem nenhuma interrupção, tornando o movimento visual mais rápido.
A linha pontilhada é representada por meio de pontos e o intervalo entre eles 
tornam o movimento mais lento e a linha tracejada é representada por traços, 
sendo que quanto maior o intervalo entre eles, mais lento e pesado se torna o 
movimento. Já as linhas combinadas são formadas por pontos e traços alternados 
(Figura 10).
A
B
C
D
Figura 10 – Linha contínua (a), linha pontilhada (b), linha tracejada (c) e linha combinada (d)
O tipo corresponde ao movimento inerente à linha, à sua trajetória, que pode 
ser reta, quando a trajetória segue numa única direção; a impressão predominante 
que transmite é de dureza e rigidez (Figura 11).
Figura 11 – Composition C (1935) – Piet Mondrian
Fonte: Adaptado de Wikimedia Commons
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A direção da linha conduz o nosso olhar para dentro da composição e existe inde-
pendentemente de sua trajetória inerente, podendo contradizer ou enfatizar o seu tipo.
A linha pode assumir uma posição predominantemente vertical, horizontal ou 
diagonal na composição. 
Veja as caracterizações a seguir.
• A linha horizontal: indica serenidade e equilíbrio (Figura 12).
Figura 12 – A linha do horizonte
Fonte: Pixabay
Figura 13 – Desenho de parede 
279, 1975 – Sol LeWitt
Fonte: Sol LeWitt, 1975
• Linha diagonal ou inclinada: sugere agitação, movimento e instabilidade 
(Figura 13).
Figura 14 – Torre Eiff el, por Luthien Tinuviel
Fonte: Freeimages
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
A posição de uma linha se refere ao modo como ela se relaciona com as de-
mais linhas presentes na composição. Observe atentamente cada um dos exem-
plos a seguir: 
• Paralelas: Linhas paralelas são aquelas que seguem numa mesma direção, 
mantendo sempre a mesma distância entre si (Figura 15);
• Perpendiculares: Chamamos de perpendiculares as linhas que se cruzam for-
mando ângulos retos, ou seja, ângulos de 90o (Figura 16);
• Convergentes: Linhas convergentes são aquelas que partem de pontos distin-
tos e se dirigem para o mesmo ponto (Figura 17);
• Divergentes: Linhas divergentes são as que partem do mesmo ponto e se 
dirigem para direções diferentes (Figura 18).
Figura 15 – Paralelo, por Constancia
Fonte: Freeimages
Figura 16– Vias Perpendiculares
Fonte: pxhere.com
Figura 17 – Em direção ao céu, por Wilson Tsoi
Fonte: Präkel, 2010
Figura 18 – Soldador 
Fonte: pxhere.com
Como você deve ter notado pelos exemplos que foram apresentados, a linha 
pura raramente aparece na natureza, mas nós a podemos encontrar ao nosso re-
dor, no ambiente, como muito bem nos recorda Dondis (2010, p. 52): “na racha-
dura de uma calçada, nos fios telefônicos contra o céu, nos ramos secos de uma 
árvore no inverno, nos cabos de uma ponte. O elemento visual da linha é usado 
principalmente para expressar a justaposição de dois tons”.
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Forma
A linha em sua trajetória descreve uma forma. Na Linguagem Visual, a linha ar-
ticula a complexidade da forma. Existem três formas básicas: o quadrado, o círculo 
e o triângulo equilátero (Figura 19).
Figura 19 – Quadrado, círculo e triângulo equilátero
Cada uma dasformas básicas (Figura 19) possui características específicas, e 
a cada uma se atribui grande quantidade de significados, alguns por associação, 
outros por vinculação arbitrária, e outros, ainda, por causa de nossas próprias per-
cepções psicológicas e fisiológicas.
Todas as formas básicas são figuras planas (portanto, bidimensionais, ou seja, 
possuem apenas duas dimensões: altura e largura) e simples, fundamentais, que 
podem ser facilmente descritas e construídas, tanto visual quanto verbalmente.
O quadrado é uma figura de quatro lados, com ângulos retos rigorosamen-
te iguais nos cantos e lados que têm exatamente o mesmo comprimento; a ele 
normalmente se associam retidão, equidade, estabilidade, solidez, confiabilidade e 
resistência (Figura 20).
Figura 20 – Quadrados múltiplos
Fonte: pxhere.com
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
O círculo, por sua vez, é uma figura que apresenta curvatura contínua, cujo con-
torno é, em todos os pontos, equidistante de seu ponto central; a ele se associam 
infinitude, calidez, proteção e perfeição (Figura 21).
Figura 21 – Elevação, por Trine Sirnes Thorne
Fonte: Präkel, 2010
O triângulo equilátero é uma figura de três lados, cujos ângulos e lados são 
todos iguais; a ele se associam ação, força, conflito e tensão; mas, também estabili-
dade (quando um dos lados se apoia sobre a base) ou instabilidade (quando um dos 
vértices se apoia sobre a base) (Figura 22).
Figura 22 – Pirâmides
Fonte: pxhere.com
Observe como as pirâmides parecem estáveis, equilibradas. Isso ocorre porque 
vemos os lados do triângulo apoiados no chão (horizontal). 
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Imagine agora essa imagem se, ao invés de apoiadas sobre o lado, a base do tri-
ângulo, tivéssemos essas grandes construções com as suas pontas apoiadas no solo. 
A sensação seria de grande instabilidade.
É a partir de combinações e variações infinitas de apenas essas três formas bá-
sicas, que derivamos todas as formas físicas da natureza e da imaginação humana.
Observe que até agora estou me referindo a figuras planas, portanto, bidimen-
sionais (como dito na página anterior); porém, as coisas existentes ao nosso redor 
não são planas, mas tridimensionais, ou seja, possuem três dimensões: altura, lar-
gura e profundidade.
Os tridimensionais correspondentes às três formas básicas planas – quadrado, 
triângulo equilátero e círculo – são, respectivamente, cubo, pirâmide triangular ou 
tetraedro (Figura 23) e esfera.
Figura 23 – Planifi cação do cubo e do tetraedro.
A planificação exata da esfera é impossí-
vel, embora existam algumas representações 
gráficas aproximadas, como o mapa-múndi. 
Podemos considerar que a esfera seja ori-
ginada por uma rotação de 360o de um semi-
círculo em torno de seu diâmetro (Figura 24).
Planifi cação: é o processo que 
transforma objetos tridimensionais 
em bidimensionais.
Ex
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Pense que, com apenas um ponto, que origina a linha, construímos e produzi-
mos tudo que se encontra ao nosso redor. 
Há limites? 
Não!
O limite é a sua imaginação... 
Pense nisso!
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Figura 24 – Origem da esfera
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UNIDADE Fundamentos da Linguagem Visual
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
 Sites
Guggeheim
Para conhecer mais trabalhos de Kandinsky, navegue pela coleção on-line do Museu 
Guggenheim de Nova Iorque.
https://goo.gl/zjUljg
 Livros
Ponto e linha sobre o plano
KANDINSKY, W. Ponto e linha sobre o plano. São Paulo: Martins Fontes: 2012.
Livro publicado originalmente em 1926, no período em que o artista lecionava na 
famosa escola da Bauhaus, essa obra de Kandinsky apresenta sua teoria das formas, 
seminal nos estudos que formataram a Arte abstrata.
 Vídeos
O ponto, o elemento visual mais simples
Esse breve vídeo de Rui Leitão apresenta o elemento mais simples da Linguagem 
Visual – o ponto, e sua aplicação nos movimentos artísticos Pop art e Pontilhismo
https://youtu.be/Q89vpzfxwrs
 Filmes
Disney’s Fantasia (1940)
Fantasia, a terceira animação produzida pela Wall Disney Pictures, em 1940, integra 
oito grandes obras da Música Clássica a visuais criativos e originais. No capítulo 
Sinfonia pastoral, composição de Ludwig van Beethoven, o som é desenhado pela 
linha na animação.
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Referências
ARNHEIM, R. Arte e percepção visual: uma psicologia da visão criadora. São 
Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2002.
DONDIS, D. A. Sintaxe da Linguagem Visual. Rio de Janeiro: Martins Fontes, 2009.
OCVIRK, O. G. et al. Fundamentos de arte: teoria e prática. São Paulo: 
McGraw-Hill, 2015.
PRÄKEL, D. Composição. Porto Alegre: Bookman, 2010.
________. Fundamentos da fotografia criativa. São Paulo: Gustavo Gili, 2015.
WONG, W. Princípios de forma e desenho. São Paulo: Martins Fonte, 1998.
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