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370011_AET e a concepção do posto de cotureira

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ANÁLISE ERGONÔMICA E 
CONCEPÇÃO DE POSTO DE 
TRABALHO DE COSTUREIRA 
 
Manuel Salomon Salazar Jarufe (UFES) 
m.ss@terra.com.br 
Rodrigo Loureiro Medeiros (UFES) 
medrodrigo@gmail.com 
 
 
 
Os problemas ergonômicos e de segurança dos trabalhadores se 
multiplicam, especialmente em pequenas empresas, onde os postos de 
trabalho não são adequados ás características do trabalhador nem da 
atividade desenvolvida, prejudicando a saúdee e qualidade de vida dos 
profissionais. A grande maioria de riscos de doenças ocupacionais e 
riscos de acidentes nas industrias têxteis estão relacionados as 
inadequações ergonômicas nos móveis, máquinas, equipamentos e 
organização do trabalho, agravados pelas inadequações das condições 
ambientais (ruído iluminação, temperatura, qualidade do ar entre 
outros). Este projeto de pesquisa tem como objetivo elaborar uma nova 
concepção do posto de trabalho de costureira que minimize o custo 
humano sem afetar a produtividade, a partir da análise das condições 
de trabalho das profissionais. Os procedimentos de pesquisa estão 
baseados na metodologia de análise ergonômica de Santos e Fialho 
(1997) e de concepção de produto de Baxter (2000). 
 
Palavras-chaves: Análise ergonômica, Costureira; Concepção de 
posto. 
XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão. 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 
 
 
 
 
2 
 
1. Introdução: 
Inadequações ergonômicas são encontradas em diversos tipos de produtos e ambientes, seja 
em casa, no trabalho e até no lazer. Essas inadequações geralmente não são percebidas, 
podendo assim causar vários problemas de imediato ou com o passar dos anos. Problemas 
esses que começam com uma pequena dor e levam futuramente a diversas doenças. Para 
quem trabalha diariamente em ambientes inadequados, segundo Iida (2005), essas doenças 
são adquiridas mais facilmente, pois essas pessoas passam horas e horas em más condições de 
trabalho, sentadas em cadeiras inadequadas, por exemplo, ou manuseando máquinas e 
equipamentos que forçam posturas excessivamente curvadas, ou mesmo ambientes de 
iluminação precária. Há postos de trabalho em que as pessoas passam muito tempo em uma 
mesma posição, na maioria das vezes, em posição inadequada. 
No caso das costureiras que trabalham em uma posição desconfortável durante todo o dia, 
curvadas em cima de máquinas de costura, sentadas em cadeiras que não são apropriadas e 
etc., as más condições de trabalho causam problemas como dores nas costas, lesões por 
esforço repetitivo, fadiga, ansiedade, etc. (SKAFF, 2002). 
O problema da presente pesquisa consiste em elaborar propostas de melhoria das condições de 
trabalho do posto de costureira em pequenas indústrias de moda da região do vale do Itajaí, 
em relação aos seguintes problemas: as inadequações ergonômicas nas máquinas, as 
inadequações ergonômicas no Mobiliário, as inadequações ergonômicas nos processos de 
produção e organização do trabalho em relação direta ao posto, as inadequações ergonômicas 
em relação ao transporte de materiais. Portanto a finalidade da pesquisa é minimizar os 
problemas de saúde e sociais dos trabalhadores da indústria da moda, especificamente do 
posto de trabalho da costureira mantendo ou aumentando a produtividade da empresa. 
2. Metodologia 
A metodologia utilizada para a análise ergonômica do posto de trabalho da costureira está 
baseada em Santos e Fialho (1997). A concepção do posto de trabalho está baseada no uso das 
técnicas e ferramentas de Baxter (2000). A população de estudo são as costureiras das 
indústrias catarinenses. Os locais do estudo são duas confecções localizadas na cidade de 
Balneário Camboriú. Foram analisados 30% dos postos de trabalho com costureiras. Os locais 
foram selecionados baseados no perfil das indústrias da região. Os tamanhos da amostra 
foram definidos por amostragem aleatória estratificada por saturação. A metodologia citada 
seguiu as seguintes fases: 
- Análise da Demanda: Em indústrias ou confecções têxteis, o principal ambiente de trabalho 
é a “sala de costura”, onde trabalham as costureiras. Essas “salas” geralmente são inadequadas 
ergonomicamente para o trabalho dessas costureiras. 
- Análise da Tarefa: Foram coletados dados referentes às condições e recursos do Sistema. 
- Análise da Atividade Real: através de observações, entrevistas, questionários e registros de 
imagens. Foram levantados problemas e hipóteses de soluções relacionadas a trabalho e 
condições ambientais; antropometria estática e dinâmica; biomecânica (posturas, movimentos, 
esforços); comunicações/Informações/Sinais; traços; deslocamento/Circulação; riscos; 
organização e métodos de trabalho. 
- Diagnóstico: Nesta fase foi feita a avaliação geral dos problemas, das causas e das hipóteses 
visando estabelecer os respectivos requisitos da situação da proposta de trabalho. 
 
 XXIX ENCONTRO NACIONAL DE ENGENHARIA DE PRODUCAO 
A Engenharia de Produção e o Desenvolvimento Sustentável: Integrando Tecnologia e Gestão 
Salvador, BA, Brasil, 06 a 09 de outubro de 2009 
 
 
 
 
 
 
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- Recomendações e proposta de nova situação de trabalho para a costureira: Finalmente, 
foi feita a proposta de um posto de trabalho de costureira com as modificações necessárias 
visando melhorar as condições de trabalho no que diz respeito ao conforto, saúde e segurança. 
A nova situação foi dimensionada utilizando a técnica do percentil. 
3. Análise ergonômica nos ambientes de trabalho. 
A análise foi realizada considerando os fatores ergonômicos básicos apresentados a seguir: 
- Análise das condições ambientais e fisiológicas: As lâmpadas são importantes para a 
iluminação do ambiente. É necessário que o ambiente de costura seja bem iluminado, pois as 
costureiras encontram dificuldades para enxergarem os tecidos mais fechados e escuros. No 
local de estudo foi registrada Iluminação deficiente (abaixo de 350 lux), Como a atividade 
exige alta demanda visual, as funcionárias variam suas posições entre 10 a 50 cm de distância 
da máquina de costura. Esta mudança de foco provoca fadiga visual. 
 Outro problema é o ruído, que foi registrado em algumas ocasiões, acima de 80 dB. Isto é 
provocado por estar muitas máquinas ligadas ao mesmo tempo. O nível de ruído foi 
considerado levemente inadequado de acordo com as normas NR 17 e NBR 10152 (EQUIPE 
ATLAS, 2006). Para Wisner (1994) não é necessário encontrar altos índices de ruídos no 
posto de trabalho para que ele seja perigoso, basta que este ruído atrapalhe ou suprima a 
comunicação acústica. A empresa fornece protetores auriculares, mas as funcionárias não 
usam esse equipamento por considerarem desconfortáveis. De acordo com a NR 15, em 
Equipe Atlas (2006), o posto de trabalho da costureira é considerado uma atividade de médio 
esforço, portanto, temperaturas superiores a 26ºC são inadequadas, o que foi constatado no 
local e também por meio das entrevistas. No ambiente a temperatura excede os 26° no verão, 
problema agravado pela falta de ventilação que deixa o ambiente muito abafado, quadro 
agravado pela falta de janelas e a presença de poeira e resíduos ( penugem ). 
-Usabilidade: Os principais problemas de usabilidade são: o pedal mecânico, quando tem, é 
de difícil operação; perigo de perfuração dos dedos com agulha da máquina, dificuldade de 
passar a linha na agulha e na máquina e dificuldade para colocar o carretel. Também, 
encontram-sevários tipos de tesouras, alfinetes, giz marcador de tecido de várias cores, 
desmanchador de costura, agulhas etc. As pontas afiadas podem provocar acidentes. 
-Antropometria e biomecânica: Na maioria das vezes existem graves problemas 
ergonômicos nas mesas e cadeiras, podendo ocorrer desde um pequeno desconforto até, com o 
passar dos anos, graves doenças. 
Na maioria dos casos a mesa estava muito alta, como conseqüência o trabalhador executa sua 
função com os ombros levantados de mais, as costas levemente curvadas, os braços também 
levantados tencionando os músculos dos ombros e pescoço. No caso de mesas baixas, 
observam-se a coluna extremamente curvada, as pernas comprimidas e/ou extremamente 
esticadas. Estes problemas afetam principalmente a coluna, os membros superiores e 
inferiores. 
Para Dul & Weerdmeester (2004) o espaço mínimo para as pernas, abaixo da superfície de 
trabalho deve ser de 5 a 10 cm para possibilitar a mudança de postura e esticar as pernas, o 
que não ocorre em alguns casos. 
A altura inadequada da máquina não permite que a costureira fique na postura correta. Outro 
problema é o esforço da coluna e do nervo ciático para trabalhar com máquinas que possuem 
 
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pedais, má postura na hora de passar o tecido na máquina e de pegar as ferramentas de 
trabalho. 
Má postura provocada pelas cadeiras ao sentar e exercer o trabalho. As causas são: cadeira 
com altura poplítea geralmente excessiva; encosto sem inclinação, assento sem estofamento, 
falta de apoio lombar, medidas da cadeira inadequadas principalmente no que se refere à 
altura do apoio lombar e largura do assento. Assim, a postura dos ombros e pescoço foi 
considerada deficiente pelo fato das costureiras não terem um bom encosto com apoio 
anatômico para a coluna e ter que se abaixar em direção da máquina de costura, ficando a 
coluna curvada e pobremente apoiada. 
- Organização e métodos de trabalho: Observou-se a sala de costura desorganizada e com 
muito retalho de tecidos espalhados pelo chão, o que termina prejudicando a produtividade. 
Assim verificou-se dificuldade em pegar materiais na mesa ou ao redor da mesa causada pela 
desorganização na disposição dos materiais e a altura ou localização inadequada dos 
compartimentos que dificultam o acesso. 
- Os uniformes de trabalho: Roupas e calçados das costureiras são inadequados para o 
trabalho. A causa são as roupas muito justas que dificultam os movimentos. Também, 
observa-se a falta de identificação das funcionárias. Finalmente os calçados não protegem os 
pés, pois eles são abertos. 
- Esforços: Não foi observado qualquer tipo de levantamento e transporte de cargas. As 
costureiras recebem de uma auxiliar todos os materiais para a costura. Esta auxiliar também 
retira os tecidos costurados. 
Com relação ao período do ciclo de atividade, este varia de acordo com o tamanho da peça a 
ser costurada, ou seja, de 1½ a 5 minutos. De acordo com Dul & Weerdmeester (2004) o 
tempo do ciclo não deve ser inferior a 1 ½ min., pois concentram a fadiga em poucos 
músculos e provocam a alienação mental. Também, a atividade apresenta a exigência de alto 
nível de atenção, que foi considerada inadequada para o observador e também para as 
entrevistadas. 
Os resultados da análise foram confirmados nas entrevistas realizadas com as costureiras 
- Riscos: A partir da análise realizada, os principais riscos identificados são lesões na coluna, 
tendinites, problemas de visão, má circulação do sangue, varizes, dores de cabeça, dores na 
nuca, stress, obesidade, depressão, ansiedade, irritabilidade, tensão nervosa e muscular, 
escoliose, cifose, câimbras, bursite e problemas de audição. 
4. Concepção do posto de trabalho de costureira. 
Considerando os resultados da análise ergonômica do posto de trabalho da costureira e os 
conhecimentos da área de ergonomia e design de produto, foram elaboradas as respectivas 
recomendações e concebido um posto de trabalho para costureira que minimize os problemas 
e o custo humano da atividade, a seguir: 
Em relação à usabilidade é necessário utilizar tesouras e outros implementos com manejo 
ergonômico; evitar objetos cortantes na medida do possível; elaborar um re-design dos 
equipamentos que facilitem a preparação da máquina. 
Com relação aos problemas com a temperatura do ambiente recomenda-se Instalar ar 
condicionado e/ou ventiladores, janelas e exaustores. 
 
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Algumas recomendações para amenizar o barulho das máquinas, são as seguintes: usar 
protetores auriculares; manutenção constate das máquinas e ambiente com isolação sonora 
(para tirar o eco) 
Na iluminação de ambiente, recomenda-se, segundo Couto (1998) iluminação direcionada em 
cada mesa de costura com uma intensidade acima de 600 lux. (ver Figura 1). Esta iluminação, 
chamada também de direta ou local, sobre a tarefa deve ser ligeiramente superior à luz 
ambiental. Recomenda-se também utilizar lâmpada incandescente que permite visualizar com 
mais definição, discriminando melhor as cores e formas, sendo conveniente que a luz seja 
regulável. Em relação à luz ambiental, anteparos entre a fonte de luz e os olhos devem ser 
usados para evitar a incidência de luz direta. A disposição das lâmpadas de ambientação deve 
ser em um ângulo de 45º formado pela linha do olho ao teto e a linha horizontal na altura do 
olho (ver Figura 2). Evitar ofuscamento ou falta de visibilidade por focos de luz, janelas, 
reflexos e sombras no campo da visão. 
Outras medidas podem ser: a pintura das paredes e piso em cor clara e de fácil manutenção; 
interruptor de luz (em cima de cada mesa) fixado na parede e dentro da área de alcance 
normal; interruptor de luz de ambiente perto da porta principal de entrada e com altura de 1,50 
m de distância do chão; janelas estreitas no final da altura das paredes. 
Em relação ao funcionário recomenda-se: priorizar o conforto do uniforme; colocar 
identificação dos funcionários no próprio uniforme; definir cor padrão para a roupa de 
trabalho; utilização de guarda pó e sapatos (calçados) baixos e fechados. 
Com relação aos aspectos biomecânicos, no item postura, recomenda-se fazer análise de 
medidas dos funcionários, através da técnica do percentil e considerar na compra ou projeto 
das cadeiras, mesas, acessórios, ferramentas e equipamentos. Nesta pesquisa foram analisados 
os biótipos de dez costureiras e, após análise biomecânica e antropométrica foram definidas as 
medidas recomendadas para o posto de trabalho de costureira, apresentados na Figura 1. 
Visando que não ocorram problemas com a saúde e bem estar do funcionário, ele ao sentar 
para executar o trabalho deverá manter a coluna na posição vertical (COUTO, 1998). Na 
pesquisa, ficou clara a inadequação das cadeiras atualmente utilizadas no posto de trabalho, 
provocando problemas de coluna, dores musculares, enxaqueca e outros. 
Para Grandjean (1998), uma boa cadeira oferece uma série de variáveis relacionadas ao 
conforto como: altura do assento regulável, borda inferior do assento arredondada para evitar 
compressão das coxas, assento estofado e com espaço para acomodação das nádegas, apoio 
para as costas incluindo o apoio lombar, espaço entre assento e encosto para acomodar as 
nádegas e também deve ser giratória para evitar torções do tronco. 
As medidas adequadaspara uma população feminina e de estatura média são baseadas no 
percentil 5%, mas considerando também a adequação ergonômica do percentil 95%, com os 
respectivos ajustes, assim a cadeira deve ter regulagem de altura do assento entre 38 e 48 cm. 
O espaço para acomodação das nádegas deve também ser regulável e ter entre 17 e 27 cm (ver 
Figura 1) A superfície do assento deve ser de pelo menos 40 cm de profundidade por 45 cm. 
de largura (ver Figura 2). 
A mesa adequada deve ser feita de material opaco que não produza ofuscamento. O tampo da 
mesa mínimo recomendável para o desempenho da função com conforto quanto a 
manipulação de materiais é de 60 x 120 cm (ver Figura 2). As pernas devem ser acomodadas 
dentro de uma altura de 80 cm, no mínimo, a 105 cm ou mais, medição feita desde o piso até a 
parte inferior da superfície da mesa, utilizando-se para o cálculo os percentil 5% e 95%. Para 
 
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diminuir o esforço muscular e melhorar a postura da coluna o ideal é ter apoio de pé com 
inclinação de 25 a 30º (TILLEY, 2005). 
Ao lado de cada mesa colocar prateleira móvel com as medidas que correspondam à altura e 
profundidade da mesa. 
Devem-se evitar instrumentos de trabalho afiados como tesouras, facas, etc. 
Com o dimensionamento do posto deve certificar-se o responsável pela área (ou da segurança 
do trabalho) do seguinte: 
-Os braços devem estar na vertical e os antebraços na horizontal com apoio para antebraços e 
punhos. 
-Todos os instrumentos de uso ocasional devem estar no máximo dentro da área de alcance 
máximo definida como, aquela em que os antebraços e braços estejam na posição horizontal e 
nunca acima do nível dos ombros. 
-O tronco não deve se curvar rotineiramente para fazer o trabalho. 
-Nunca deve ser necessário afastar as costas da cadeira para atingir o objeto de trabalho. 
-Os pés devem sempre estar apoiados. 
-Não deve haver compressão de qualquer parte do corpo humano pelo vestuário, mobiliário e 
etc. 
-Os movimentos e a postura devem ser feitos em condições adequadas de conforto e evitando 
esforços excessivos ou repetitivos. 
-Os ombros devem estar sempre relaxados. 
 
Figura 1 – Concepção do posto de trabalho proposto: vista lateral 
O item monotonia no trabalho não gera muita preocupação pois as funcionárias sempre estão 
produzindo peças diferentes de acordo com a demanda da fábrica, portanto elas possuem o 
 
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conhecimento da produção do produto como um todo. Para evitar a fadiga por esforço 
excessivo recomenda-se fazer rodízio de funções, intervalos periódicos de descanso durante a 
jornada de trabalho complementados com exercícios. 
Finalmente, o local de trabalho deve manter-se limpo e ordenado, para melhorar a 
produtividade e motivar ao trabalhador. Recomenda-se o apoio de pessoal auxiliar para 
cumprir está função, além de transportar o material de trabalho. Lixeiras pequenas embaixo de 
cada mesa e grandes em cada extremo dos corredores, perto das portas, complementam estas 
medidas. 
 
Figura 2 – Concepção do posto de trabalho proposto: vista superior 
5. Conclusões 
Na análise do posto de trabalho de costura foram levantados problemas relacionados com o 
ambiente (iluminação, ruído, cores, entre outros); com a biomecânica, problemas que 
provocam, além de desconforto, posturas, esforços e movimentos perigosos e com alto custo 
humano; com ferramentas de difícil uso, com uniformes e acessórios inadequados para 
determinadas condições de trabalho; com métodos de trabalho ineficientes, leiaute que não foi 
previamente planejado; mobiliário que provoca desconforto e posturas perigosas, ferramentas 
com dificuldades de uso, etc. Também são, muitas vezes, inadequados: a iluminação, os 
manejos e controles de preparação e acionamento da máquina, ambiente de trabalho 
(temperatura, ruídos, vibrações, agentes químicos, cores utilizadas, e outros) e organização e 
métodos de trabalho. 
Tentar resolver os problemas ergonômicos apenas com a ginástica laborativa, como alguns 
tem tentado fazer, estão apenas tampando o sol com a peneira, pois estão combatendo o efeito 
e não a causa. A causa dos problemas ergonômicos está nos métodos e processos de produção, 
na organização do trabalho e, principalmente, na inadequação ergonômica do posto de 
trabalho (projetado sem conceitos ergonômicos). 
 
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A presente pesquisa permitiu elaborar propostas de melhoria das condições de trabalho em 
relação aos seguintes problemas: as Inadequações ergonômicas no mobiliário e ferramentas, 
as Inadequações ergonômicas nos métodos de trabalho; as inadequações ergonômicas no 
ambiente de trabalho e inadequações ergonômicas de uniformes. A pesquisa pode, portanto, 
contribuir para a redução de problemas sociais e de saúde dos trabalhadores da indústria da 
moda, mantendo e/ou aumentando a produtividade da empresa. 
Em relação ao problema da coluna curvada, este não pode ser resolvido completamente com 
as recomendações propostas neste trabalho. São necessários novos estudos envolvendo, 
principalmente, re-design de equipamentos, ferramentas e processos. 
 
 
Referências 
BAXTER Mike. Projeto de produto: Guia prático para o design de novos produtos. São 
Paulo: Edgard Blucher, 2000. 
COUTO, H. Fisiologia do trabalho aplicado. Belo Horizonte: Ibérica, 1998. 
DUL, J., WEERDMEESTER, B. Ergonomia prática. Tradução Itiro Iida. São Paulo: 
Edgard Blücher, 2004. 
EQUIPE ATLAS. Segurança e medicina do trabalho. ed. 59. São Paulo: Atlas, 2006. 
GRANDJEAN, E. Manual de ergonomia. Porto Alegre: Bookman, 1998. 
IIDA, Itiro. Ergonomia: projeto e produção. 2 ed. São Paulo: Edgard Blucher, 2005. 
SANTOS, N. & FIALHO, F. Manual de análise ergonômica no trabalho. Curitiba: Gênesis, 1997. 
SKAFF, Paulo. Informativo da Associação Brasileira da Indústria Têxtil. São Paulo: ABIT, 
2002. 
TILLEY, Alvin. As medidas do homem e da mulher. Tradução Alexandre Salvaterra. PortoAlegre: Bookman, 
2005. 
WISNER, Alain. A Inteligência no Trabalho. São Paulo: UNESP, 1994. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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