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HOMEM E SOCIEDADE

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HOMEM E SOCIEDADE	
Profa. Ma. Heloisa Helena Ribeiro de Castro
Consumo e inovação
Vivemos na sociedade da informação que se caracteriza pela velocidade, fluidez, inconstância. Mais do que nunca o consumidor está mudando, bem como suas opiniões, seus hábitos, suas necessidades.
A palavra de ordem é inovação, movimento.
Com a internet, o consumidor nunca teve acesso a tantas informações e opções, podendo escolher um tênis, entre a maioria dos fabricantes que se encontram no mundo e a mercadoria vai chegar com qualidade, tempo plausível e por um custo bastante razoável. 
EVOLUÇÃO E CONTEXTUALIZAÇÃO DO DO CAPITALISMO
Artesãos em áreas rurais, obtinham o pedido, fabricavam de uma maneira artesanal, aonde participavam quase todos os membros da família e seguiam para a comercialização
Antes da Revolução Francesa existia 
uma pirâmide social estabelecida 
da seguinte maneira:
3
A pirâmide passa a ter a seguinte configuração:
A burguesia alcança o poder através da tomada da Bastilha. É o “recado” que um novo sistema social, político e econômica estava se instaurando. 
Revolução Industrial
Com a máquina a vapor, toda a estrutura industrial assume um novo patamar com a possibilidade de se fazer vários produtos ao mesmo tempo.
Os artesãos vão para as cidades a fim de se empregarem nas fábricas e o processo de comercialização fica diferente:
É preciso fazer com que as pessoas tenham vontade de consumir, é preciso criar novas necessidades.
O principal item do processo é a venda e os profissionais da área são considerados exímios criadores de necessidades com poder de argumentação valorizado. “Barsa. Tesouro da Juventude”.
“Todos pode escolher a cor de seus carros, desde que seja preto”.
Primeira Guerra Mundial
Tenho um conflito que leva anos e ao término, com a Europa devastada, começa a existir uma superioridade dos Estados Unidos que se transforma no grande “fornecedor” do mundo e passa a fabricar e comercializar produtos inexistentes naquele continente porque as fábricas haviam sido destruídas.
É quando se dá o grande desenvolvimento daquele país, passando a se tornar uma potência econômica e detendo o “poder” e a supremacia.
Essa estrutura se mantém até o final da década de 20, mais precisamente 1929 quando se dá o grande crack da bolsa de Nova Iorque, ocasionado pelo excesso de produção. Empresas que eram poderosíssimas amanhecem falidas.
A instabilidade traz fragilidade econômica e o mundo passa por uma crise sem precedentes.
É preciso criar demanda para que as fábricas possam diminuir seus estoques.
O desemprego assola os países do mundo inclusive o Brasil que não tinha para quem vender seus estoques de café, que eram queimados nas fazendas.
Novamente a “grande ideia” é incentivar uma demanda que era inexistente diante da situação de desemprego.
Segunda Guerra Mundial
A Alemanha assombra e devasta a Europa em um conflito que dura meia década.
Mais uma vez, no final do conflito, os Estados Unidos se colocam como o grande fornecedor do mundo e passam a fabricar cada vez mais produtos.
A ordem é incentivar o consumo para que a “roda econômica” torne a girar incessantemente.
Década de 50 – Maior índice de consumo e de “felicidade”
Década de 60 – Guerra Fria, o medo paralisa e faz com que as pessoas queiram consumir porque “desconhecem o amanhã”
Década de 70 – Crise do petróleo e do padrão ouro
Década de 80 – A publicidade assume ares de grande profissão, de comando, com os profissionais sendo valorizados como nunca. É o grande “bum” do consumo, da moda, das novidades e inovações. É preciso ser criativo e “entender” o consumidor.
Kotler é o “Papa” da mercantilização, desenvolvendo técnicas que serão seguidas em todo o mundo.
Década de 90 – Já não basta conhecer as necessidades do consumidor mas é preciso antecipá-las, “entrar na cabeça” do consumidor e antever o que ele vai querer.
Os computadores pessoais chegam para ficar e a internet conecta o mundo todo. Nunca, em nenhuma parte do mundo, em qualquer outra época, as informações circularam com tamanha rapidez e força.
Os Estados se encontram em declínio e
deixamos de ser cidadãos para nos torna-
mos consumidores porque os Estados
não conseguem manter as necessidades
básicas da população.
Basicamente estes foram os acontecimentos que estruturaram nossa sociedade ocidental capitalista e que influenciam, sobremaneira o nosso modo de viver, de conviver, de trabalhar, de estruturar nossas vidas.
Vamos agora entender o homem e
sua cultura?
O ser humano, uma espécie diferente
Desde há muito tempo nós conseguimos desenvolver algumas capacidades:
Adaptação ao ambiente
Possibilidade de vencer predadores mais fortes e mais velozes
Comunicação
Cooperação
Estabelecer regras de convívio coletivo
Isso tudo foi possível porque somos a única espécie que vive coletivamente e é orientada pela cultura e não pelo instinto. Nosso comportamento é baseado na cultura e na troca de conhecimento (ou aprendizagem), o que nos diferencia de todas as outras espécies. 
Mas o que é cultura?
Quem definiu primeiramente a cultura foi Edward Tylor, em 1871, que a vislumbrou como:
“um conjunto complexo que inclui 
os conhecimentos, as crenças, a arte, 
a lei, a moral, os costumes e todas as 
outras capacidades e hábitos adquiridos 
pelo homem enquanto membro de uma 
sociedade” ou seja, cultura está 
estruturada sobre um processo de 
aprendizagem e para que ela aconteça, 
é necessária a convivência.
Quando nascemos não temos tendências 					 para um determinado tipo de alimento, para crenças ou qualquer outro hábito como a língua por exemplo. Todos estes processos tem início a partir da socialização, do convívio.
Entendendo a socialização
“O processo por meio do qual o indivíduo aprende a ser membro da sociedade, designado pelo nome de socialização, não tem fim e pode dividir-se em socialização primária e socialização secundária. A família é tradicionalmente a instituição responsável pela socialização primária e a escola, o trabalho e as demais instituições são responsáveis pela socialização secundária”. (BERGER E BERGER, 1977, p. 204)
Temos que entender que nossa vida é modelada desde o instante em que nascemos e essa aprendizagem não termina nunc,a porque a cada nova fase, temos que adquirir outros hábitos e padrões de comportamento para podermos conviver coletivamente.
A socialização portanto, é uma forma de educação, mas vai além.
Quando estamos entrando em um novo grupo, a tendência é observarmos como as pessoas deste mesmo grupo se comportam para que possamos nos adequar ou seja, a socialização é uma forma de educação, mesmo que não haja consciência deste fato.
Sendo assim, estamos continuamente nos socializando o que provoca “controles” das mais diversas atividades como hábitos de higiene pessoal, formas de tratamento, postura
corporal, necessidades básicas como alimentação, etc. As culturas portanto não são inatas e distinguem a forma de conduta que devemos ter embora, com a convivência, esses mesmos hábitos nos pareçam “normais”.
Somos portanto, “animais culturais”.
Aprendemos gradativamente, durante a convivência, a utilizar nosso corpo, nosso intelecto, nossas emoções e, claro as regras estabelecidas para o convívio social, mas é importantíssimo fazer tudo isso de forma interativa ou
seja, precisamos saber como nos comportar.
-Manter uma conversa com as mãos nos bolsos causa uma impressão ruim na Bélgica, França, Finlândia e Suécia.
-Quando você balança a cabeça de um lado para outro, está dizendo sim na Bulgária e no Sri Lanka.
-Cruzar as pernas e expor a sola do sapato é totalmente vedado em países muçulmanos onde chamar uma pessoas de “sapato” é um grande insulto.
-Dar um tapinha na cabeça de uma criança é grave e ofende na Tailândia ou em Cingapura uma vez que a cabeça é reverenciada como a localização da alma.
-Em uma cultura oriental, tocar outra pessoa é considerado uma invasão de privacidade, enquanto que no Brasil, no sul da Europa e em países árabes é um sinal de cordialidade e amizade
É fundamental entendermos que as pessoas aprendem como e, em que momento, podem utilizar as emoções.
Diante desta diversidade imensa, podemos afirmar que a cultura é resultado da interação do indivíduo com seu grupo social.
Um ótimo exemplo são os funerais que, dependendo do lugar, tomam formas completamente diferentes, vamos ver?
A cremação e o canibalismo do corpo são 
maneiras diferentes de solucionar a 
decomposição física. Os egípcios 
instauraram o embalsamento e o 
sepultamento é uma forma real de 
separar o vivo, do morto.
Um exemplo clássico de diversidade 
ocorre na cidade de New Orleans nos 
EUA porque quando alguém morre existe 
uma procissão que acompanha o corpo até o cemitério, com uma banda de jazz quer entoa canções tristes. Ao sair do cemitério, essa mesma banda faz uma procissão pelo caminho inverso de maneira alegre e agitada, com dança e demonstração de alegria.
O ovo 
ou 
a galinha?
O ser humano é produto do meio ou produto de sua própria natureza?
Sob o ponto de vista antropológico nossa herança genética é importante e deve ser considerada mas a herança não garante por si só, a possibilidade dos indivíduos de desenvolverem hábitos.
Podemos então concluir que nosso comportamento é fruto de uma combinação entre a influência da cultura na qual estamos inseridos, das nossas capacidades inatas, das condições sociais e da história de nossa vida pessoal.
Mas a recíproca é verdadeira?
As realizações de uma coletividade estão sempre relacionadas com a possibilidade de seus integrantes realizarem conquistas, que acabam por interferir na vida dos demais.
A questão da influência da natureza sobre a cultura
Este é um assunto que suscita polêmica mas há um consenso que os elementos naturais podem influenciar sim o comportamento de um povo.
O antropólogo Roque Laraia discordam desta tese ao demonstrar que pessoas que vivem em ambientes muito semelhantes mas distantes, os grupos sociais desenvolvem hábitos diferentes.
Os antropólogos reforçam a tese de que não existem determinismos ou seja, a cultura é construída. Tomemos como exemplo um bebê.
Não podemos portanto confundir características de comportamento, que são culturais e desenvolvidas por um determinado grupo, com “essência”.
O comportamento cultural é portanto um conjunto bem complexo de conhecimentos desenvolvidos ao longo de gerações, aliado a crenças, valores, ética, etc.
Julgar uma cultura é uma operação que requer, antes de mais nada, que se conheça sua história sob pena de haver ai, um preconceito.
Não podemos portanto esquecer que:
O ser humano depende da cultura para 
 desenvolver suas capacidades inatas; 
Somente através da socialização que nos 
 tornamos membros de uma sociedade;
Todos os indivíduos fazem parte de uma 
 sociedade;
Apesar de sermos moldados pela sociedade em 
 que vivemos, podemos sim transformá-la;
A cultura é dinâmica
O “SER” DIFERENTE 
Teoria da evolução
Para o biólogo Charles Darwin, todas as espécies são o resultado de uma evolução ao longo do tempo que envolveu adaptação ao meio ou seja, essas mudanças acontecem em conjuntos de populações. 
Junto com a necessidade de adaptação ao meio vem a outra “exigência” para a espécie evoluir que é a seleção natural ou seja, sobrevivem aqueles indivíduos que estão adaptados e portanto mais aptos a sobreviver. Os indivíduos gerados a partir daí já nascem com “vantagens genéticas” e passam para geração em frente essas vantagens o que vai propiciar uma probabilidade maior de sobrevivência.
Para os evolucionistas todas as espécies vivas foram surgindo de transformações. Os primeiros humanos, denominados cientificamente de hominídeos surgiram das transformações de algumas famílias de símios (chimpanzés). Essas transformações foram tanto biológicas como culturais.
Mudanças biológicas: 		Mudanças culturais:
Postura ereta que liberou a laringe		A possibilidade de fabricar instrumentos 
para a fala;				de pedra para caça;				
Aumento da caixa craniana que 		Comunicação
possibilitou um cérebro maior 
					O trabalho em grupo
É fundamental entendermos que nossa espécie não é fruto de processos inexplicáveis mas de uma evolução longa e lenta, fruto da luta pela sobrevivência em condições pouco favoráveis com predadores bem mais fortes e rápidos. 
No período neolítico desenvolvemos técnicas que foram fundamentais e determinantes para a nossa espécie:
A agricultura
A domesticação de animais
De nômades passamos a sedentários e começamos a construir abrigos e povoados. Neste momento o homem começa a trabalhar e não vive mais somente da caça e da pesca.
A partir do momento que o trabalho é introduzido na vida de nossos ancestrais, existe a necessidade de se estabelecer um padrão determinado pela:
Divisão do trabalho
Cooperação
Especialização
Desta maneira é possível produzir não só para a sobrevivência mas também para trocar o excedente com outras comunidades.
Habilidades que colaboraram para estruturar a humanidade
Postura ereta; caixa craniana; polegar em pinça (opositor); aquisição da fala
Capacidade de dividir tarefas; cooperação; especialização
Comunicação através da fala e da escrita
HUMANIDADE

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