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06. Tecido Conjuntivo

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39 
 
TECIDO CONJUNTIVO 
 
 Devido a sua grande diversidade, o tecido conjuntivo é um tecido de difícil classificação e assim 
diferentes autores sugerem formas distintas de classificação. Por exemplo, nas tabelas abaixo, observe, à 
esquerda, a classificação sugerida por Junqueira e Carneiro e, à direita, a sugerida por Gartner e Hiatt. 
 
 
 
 
O tecido conjuntivo é o mais abundante e o de distribuição mais ampla do corpo humano. 
Diferentemente dos epitélios, os tecidos conjuntivos são geralmente muito vascularizados. As exceções 
incluem a cartilagem que é avascular e os tendões (tecido conjuntivo denso modelado) com suprimento 
sanguíneo muito escasso. Igualmente aos epitélios, os tecidos conjuntivos são bastante inervados e, nesse 
caso, a exceção também inclui o tecido cartilaginoso. Portanto, o tecido cartilaginoso é um tecido conjuntivo 
que não é vascularizado e nem inervado. 
O mesênquima, é um tecido conjuntivo que possui a capacidade de originar todos os diferentes 
tipos de tecido conjuntivo. Durante o desenvolvimento embrionário, as células mesenquimais, dão origem às 
células dos diferentes tipos de tecido conjuntivo como os condroblastos (células da cartilagem), adipócitos 
(células do tecido adiposo), fibroblastos (células do tecido conjuntivo propriamente dito) e os osteoblastos 
(células do osso). Observe a figura abaixo. 
 
 
 40 
Neste capítulo serão abordados, o mesênquima, o tecido conjuntivo frouxo, o tecido conjuntivo 
denso (não-modelado e modelado), o tecido elástico, o tecido reticular e o tecido conjuntivo mucoso. Os 
tecidos adiposo, cartilaginoso, ósseo e sanguíneo serão abordados em capítulos separados. O tecido 
conjuntivo consiste em dois elementos básicos: a matriz extracelular e as células. A matriz é constituída 
pela substância fundamental e pelas fibras. A substância fundamental contém moléculas que são 
associações de polissacarídeos e proteínas. Os três tipos principais de fibras são as fibras colágenas, 
elásticas e reticulares. As principais células são os fibroblastos, no entanto, em alguns tipos de tecido 
conjuntivo são encontradas células de defesa como macrófagos, plasmócitos e mastócitos. 
 
SUBSTÂNCIA FUNDAMENTAL 
A substância fundamental é um gel hidratado e transparente que preenche o espaço por entre as 
células e as fibras, formada por glicosaminoglicanas (GAGs), proteoglicanas e glicoproteínas adesivas. 
As GAGs são polissacarídeos formados por várias unidades de dissacarídeos ligados em sequência 
sendo muito eficientes para resistir às forças de compressão. Uma GAG importante é o ácido hialurônico, 
uma substância viscosa e escorregadia que lubrifica as articulações sendo encontrada no líquido sinovial e 
em quase todos os tipos de tecido conjuntivo. 
Outras GAGs estabelecem ligações covalentes com um eixo central proteico formando uma 
molécula conhecida como proteoglicana. Uma molécula de proteoglicana parece uma escova de lavar 
frascos, com uma parte central proteica e as GAGs como se fossem as cerdas da escova. A figura a seguir 
representa esquematicamente uma molécula de proteoglicana com o eixo central proteico e as cerdas em 
azul representando as moléculas de GAGs. As proteoglicanas são responsáveis pelo estado gel da matriz 
extracelular e, igualmente às GAGs, oferecem ao tecido conjunto resistência às forças de compressão. 
Outra função importante das proteoglicanas é a de limitar o movimento de microrganismos no tecido 
conjuntivo. Essa função é possível devido à forma da molécula de proteoglicana ser semelhante a uma 
escova que faz com bactérias que penetrem no tecido conjuntivo se aprisionem por entre suas cerdas, 
facilitando, depois disso, o ataque de células de defesa presentes no tecido conjuntivo. 
 
 
 
As moléculas de glicoproteínas adesivas também contêm uma parte proteica que se associa aos 
carboidratos. Porém, ao contrário das proteoglicanas, há uma predominância da parte proteica. As 
glicoproteínas adesivas possuem regiões que aderem às células e regiões que aderem a todos os 
componentes da matriz incluindo as moléculas da substância fundamental e as fibras, promovendo a 
ligação entre estes componentes e oferecendo maior consistência ao tecido conjuntivo. 
 
AS FIBRAS 
Os três tipos principais de fibras encontradas nos diferentes tipos de tecido conjuntivo são as fibras 
colágenas, elásticas e reticulares. As·fibras são responsáveis por certas propriedades do tecido conjuntivo 
como, por exemplo, o tecido elástico, variedade de conjuntivo dotada de grande elasticidade por ser rico em 
fibras elásticas. 
 
Fibras Colágenas 
Sabemos que a capacidade do tecido conjuntivo de resistir às forças de compressão é devida à 
presença de GAGs e de proteoglicanas na substância fundamental. No entanto, a capacidade do tecido 
conjuntivo de resistir às forças de tração ocorre graças às fibras colágenas. A fibra colágena é uma fibra 
flexível e inelástica cuja resistência é maior do que a do aço de mesmo diâmetro. 
As fibras colágenas são formadas por proteínas conhecidas genericamente por colágeno. Esta 
família de proteínas é muito abundante, constituindo cerca de 30% de todas as proteínas do corpo. Embora 
existam pelo menos quinze tipos diferentes de colágeno, somente três tipos serão destacados aqui: o 
colágeno tipo I, o tipo II e o tipo III. O colágeno tipo I é o mais comum e forma fibras grossas sendo 
encontrado no tecido conjuntivo propriamente dito, ossos e dentes. No estado fresco são brancas, 
conferindo essa cor aos tecidos nos quais predominam. A cor branca dos tendões deve-se à riqueza em 
 41 
fibras colágenas formadas por colágeno tipo I. O colágeno tipo II forma fibras bem mais finas e é encontrado 
quase exclusivamente na matriz da cartilagem hialina e elástica. O colágeno tipo III, conhecido, também 
como fibra reticular, forma fibras muito finas, sendo encontrado na membrana basal e em órgãos moles 
como, por exemplo, na medula óssea. 
Cada fibra colágena é formada por um conjunto de fibrilas. Cada fibrila, por sua vez, é formada por 
um conjunto de moléculas de tropocolágeno que se agregam espontaneamente na matriz extracelular 
formando longos filamentos. O tendão, por exemplo, é constituído por vários feixes sendo que cada feixe é 
formado por um conjunto de fibras colágenas. Observe a figura abaixo. 
 
 
Fibras Elásticas 
As fibras elásticas distinguem-se facilmente das colágenas por serem mais finas e por se 
apresentarem ramificadas, ligando umas às outras, formando uma trama irregular. Estas fibras são 
formadas por moléculas da proteína chamada elastina, circundadas por moléculas da glicoproteína 
chamada fibrilina, essencial para a estabilidade da fibra elástica. 
Devido à estrutura molecular das fibras elásticas, elas podem ser distendidas em até 150% do seu 
comprimento relaxado, sem serem rompidas. Igualmente importante, as fibras elásticas têm a capacidade 
de retornar à sua forma original, após serem estiradas, propriedade chamada elasticidade. As fibras 
elásticas são abundantes na pele, nas paredes das grandes artérias e no tecido pulmonar. 
 
Fibras Reticulares 
As fibras reticulares são muito delicadas e formam uma rede extensa em certos órgãos, geralmente 
apoiando suas células. As fibras reticulares são formadas por colágeno tipo III e constituem o arcabouço de 
sustentação dos órgãos formadores de células como o baço, linfonodos, medula óssea e fígado. O pequeno 
diâmetro destas fibras e sua disposição em rede criam um suporte para as células que são formadas no 
interior desses órgãos. Estas fibras também participam da formação da membrana basal. 
 
AS CÉLULAS 
As células principais do tecido conjuntivo são derivadas de células embrionárias, chamadas células 
mesenquimais. Os diferentes tipos de tecido conjuntivo contêm células com grande atividade na síntese de 
matriz extracelular cujos nomes terminam por blasto:fibroblasto no tecido conjuntivo propriamente dito, 
condroblasto na cartilagem e osteoblasto no osso. Uma vez produzida a matriz, essas células se 
transformam em células com capacidade bastante reduzida para a formação de matriz e atuam na 
manutenção da matriz, cujos nomes terminam em cito: fibrócito, condrócito e osteócito. Considerando o 
tecido conjuntivo propriamente dito, as principais células estão descritas a seguir. 
 
Fibroblastos 
São células achatadas presentes em todos os tecidos conjuntivos e, geralmente, são as células 
mais abundantes. Os fibroblastos sintetizam todos os tipos de fibras e todas as moléculas da substância 
fundamental. 
 42 
 
Macrófagos 
Os macrófagos são células com capacidade de realizar fagocitose. O citoplasma apresenta muitos 
lisossomas que derramam suas enzimas nas vesículas que contém material englobado processando, desta 
forma, a digestão do material fagocitado. Os macrófagos atuam como elementos de defesa fagocitando 
restos de células, material extracelular envelhecido, células cancerosas e bactérias que penetram no 
organismo. Os macrófagos são originados dos monócitos, células do sangue produzidas na medula óssea, 
que atravessam a parede dos capilares e penetram no tecido conjuntivo, onde adquirem o aspecto 
morfológico do macrófago. 
 
Plasmócitos 
Os plasmócitos se desenvolvem de um tipo de glóbulo branco do sangue, chamado linfócito B e são 
encontrados em maior número nas áreas de inflamação crônica e nos locais onde substâncias estranhas e 
microrganismos tenham entrado nos tecidos. Os plasmócitos secretam anticorpos, proteínas específicas 
também denominadas imunoglobulinas, fabricadas em resposta à penetração de moléculas estranhas 
denominadas antígenos. Geralmente, cada anticorpo formado é específico para o antígeno que provocou a 
sua formação. A ligação antígeno-anticorpo pode neutralizar as ações prejudiciais que o antígeno teria 
sobre o organismo. Assim, os plasmócitos são partes importantes do sistema imune. Embora sejam 
encontrados em muitos locais do corpo, a maioria dos plasmócitos reside nos tecidos conjuntivos das 
mucosas do trato gastrintestinal, respiratório e urogenital, locais que são portas de entrada de 
microrganismos e de moléculas estranhas. 
 
Mastócitos 
Os mastócitos são células grandes, com núcleo esférico e central e com citoplasma carregado de 
grânulos. Estes grânulos contêm mediadores químicos responsáveis pela reação inflamatória. A inflamação 
é uma resposta do organismo a uma agressão tecidual resultando na reparação do tecido lesionado. Ela é 
desencadeada por substâncias liberadas pelas próprias células danificadas que estimulam a liberação de 
histamina e de outros fatores pelos mastócitos. 
Histamina quando liberada pelos mastócitos provoca aumento da permeabilidade vascular e 
vasodilatação. O aumento da permeabilidade vascular faz com que o sangue perca muito fluido para o 
tecido conjuntivo resultando em edema (inchaço). Além disto, o aumento da permeabilidade vascular facilita 
a entrada de células de defesa do sangue para o tecido lesionado. A vasodilatação aumenta o fluxo 
sanguíneo na área lesionada, agilizando o processo de reparação do tecido e é responsável pela 
vermelhidão característica da reação inflamatória. 
 Logo após o início do processo inflamatório, alguns leucócitos do sangue, por ação de substâncias 
quimiotáticas produzidas pelos mastócitos, abandonam a corrente sanguínea e migram para o local 
inflamado através do processo denominado emigração (anteriormente denominado diapedese). Esses 
leucócitos tentam destruir os invasores por fagocitose. 
A liberação das substâncias dos grânulos dos mastócitos pode também promover as reações 
alérgicas denominadas reações de sensibilidade imediata ou alergia. Há muitos exemplos deste tipo de 
reação, porém, o choque anafilático é um dos mais dramáticos e pode ser fatal. Por exemplo, pode ocorrer 
choque anafilático na pessoa que recebe injeção de um medicamento (antígeno) alguns meses depois de 
ter tomado uma injeção do mesmo medicamento. Admite-se que, neste caso, ocorra o seguinte: a primeira 
injeção estimula os plasmócitos a produzirem anticorpos (IgE). Esses anticorpos se ligam a receptores de 
anticorpos localizados na membrana dos mastócitos. Numa injeção subsequente, as moléculas do 
medicamento se ligam aos anticorpos ligados aos receptores de anticorpos na membrana dos mastócitos. 
Essa ligação provoca a liberação do conteúdo dos grânulos, principalmente histamina. Histamina causa 
contração do músculo liso das vias aéreas inferiores causando dificuldade respiratória, dilata os capilares 
sanguíneos provocando vermelhidão, aumenta a permeabilidade dos vasos sanguíneos que leva ao edema 
(inchaço), reduz o volume sanguíneo provocando queda da pressão arterial o que prejudica a distribuição 
de oxigênios aos tecidos. Outros mediadores são também liberados pelos mastócitos durante a resposta 
inflamatória e alérgica como, por exemplo, os leucotrienos. No entanto, esses mediadores não estão 
presentes nos grânulos e são sintetizados a partir dos fosfolipídios da membrana plasmática. 
Os basófilos têm função semelhante à dos mastócitos. Possui aos mesmos mediadores nos seus 
grânulos e possui também receptores de anticorpos IgE. Participa de reações alérgicas da mesma forma 
que os mastócitos. A diferença básica entre os basófilos e os mastócitos está no fato de os basófilos serem 
encontrados no sangue e não no tecido conjuntivo. A participação dos basófilos no choque anafilático 
(sistêmico) é maior que a dos mastócitos, pois os basófilos são células que realmente estão presentes no 
sangue, liberando os seus mediadores na circulação. Observe na figura a seguir o processo de liberação 
dos grânulos em um mastócito ou basófilo, processo denominado degranulação. 
 
 43 
 
 
Adipócitos 
Também chamados células de gordura, são as células do tecido conjuntivo que armazenam energia 
sob a forma de triglicerídeos (gordura), no entanto, se encontram isoladas e não juntas como ocorrem no 
tecido adiposo. 
 
Glóbulos Brancos do Sangue ou Leucócitos 
Os leucócitos ou glóbulos brancos são constituintes normais do tecido conjuntivo, vindos do sangue 
por emigração. A emigração aumenta muito nos locais de invasões de microrganismos, pois os leucócitos 
são células cuja função é a defesa contra microrganismos invasores. Os leucócitos mais comuns no tecido 
conjuntivo são os neutrófilos, eosinófilos e os linfócitos. Exceto os linfócitos que recirculam, estas células 
não retornam ao sangue depois de penetrarem no tecido conjuntivo. 
 
FUNÇÕES DO TECIDO CONJUNTIVO 
Uma das funções importantes do tecido conjuntivo é proporcionar sustentação estrutural. Os ossos, 
as cartilagens e os ligamentos bem como os tendões que ligam os músculos ao osso, atuam nesta função. 
Da mesma forma, os tecidos conjuntivos que formam as cápsulas que envolvem os órgãos internos, têm 
também função de sustentação. 
O tecido conjuntivo serve como local de atuação de muitas células de defesa do organismo como as 
células fagocitárias, as células que produzem anticorpos e as células que iniciam as respostas inflamatórias 
e alérgicas. Assim, o tecido conjuntivo contribui também para a proteção do organismo formando uma 
barreira física contra a invasão e a disseminação de microrganismos. 
O tecido conjuntivo atua também como um meio de troca entre o sangue e as células do corpo. Os 
nutrientes que abandonam os vasos sanguíneos para penetrarem nas células do corpo, antes devem se 
difundir pelo líquido intersticial, o líquido que banha as células do tecido conjuntivo. Isso acontece também 
com as escórias que tomam sentido inverso. O tecido conjuntivo, que geralmente é muito vascularizado e 
inervado, não apenas envolve nossos órgãos externamente como também penetra neles, levando vasos 
sanguíneos e nervos para as células maisprofundas. 
O nosso corpo possui três compartimentos diferentes de líquido extracelular (LEC): o plasma 
sanguíneo que circula no interior dos vasos sanguíneos, o líquido intersticial que é o líquido que banha os 
nossos tecidos conjuntivos e a linfa que se movimenta no interior dos vasos linfáticos. 
A pressão que força o plasma para fora do capilar sanguíneo em direção ao líquido intersticial, 
processo chamado de filtração, é a pressão hidrostática do sangue (PHS). A filtração é responsável pela 
saída de O2 e nutrientes do sangue em direção aos tecidos. A pressão que força o líquido intersticial de 
volta ao plasma, processo chamado de reabsorção, é a pressão coloidosmótica do sangue (PCOS). A 
reabsorção é responsável pela retirada de CO2 e escórias dos tecidos. A PHS, que depende do batimento 
cardíaco e do volume do sangue, diminui ao longo do capilar conforme o plasma perde líquido para o líquido 
 44 
intersticial. Já a PCOS, que depende da concentração das proteínas do plasma (principalmente a albumina), 
aumenta ao longo do capilar sanguíneo pois conforme o plasma perde líquido para o líquido intersticial, a 
concentração dessas proteínas aumenta. 
Na primeira metade do capilar a PHS excede a PCOS e, por isso, ocorre efetivamente filtração. Na 
segunda metade do capilar a PCOS excede a PHS e, por isso, ocorre efetivamente reabsorção. No entanto, 
o volume de líquido que por filtração sai dos capilares em direção ao líquido intersticial na primeira metade 
do capilar é maior do que o volume de líquido que retorna aos capilares por reabsorção. Os capilares 
linfáticos, portanto, devem drenar esse excesso, impedimento o acúmulo de líquido no líquido intersticial. A 
linfa, após percorrer vasos, troncos e ductos linfáticos é devolvida ao sangue nas veias subclávias, 
impedindo quem o sangue perca volume enquanto circula, o que provocaria uma queda da pressão arterial. 
Observe a figura abaixo que ilustra o processo descrito de forma resumida. 
 
 
OS DIFERENTES TIPOS DE TECIDO CONJUNTIVO 
 
Mesênquima 
O tecido conjuntivo mesenquimal encontra-se presente somente no embrião, é altamente 
vascularizado e constituído de células mesenquimais que possuem uma forma estrelada localizadas na 
substância fundamental que contendo algumas fibras reticulares esparsas. Mitoses são frequentemente 
observadas nas células mesenquimais, visto que este tecido origina todos os outros tipos de tecido 
conjuntivo. Observe na figura a seguir que mostra o mesênquima, as células mesenquimais, algumas fibras 
reticulares e alguns vasos sanguíneos. 
 
 
 
 
Tecido Conjuntivo Frouxo 
É um tecido conjuntivo muito comum. Preenche espaços entre as fibras musculares, serve de apoio 
para os epitélios das membranas mucosas e serosas, forma uma camada em torno dos vasos sanguíneos e 
 45 
linfáticos e é encontrado na pele (derme superficial). O tecido frouxo contém todos os elementos estruturais 
típicos do conjuntivo propriamente dito. As células mais comuns são os fibroblastos, macrófagos e 
mastócitos, mas todos os outros tipos descritos estão presentes. Não há predomínio acentuado de nenhum 
tipo de fibra, ou seja, fibras colágenas, elásticas e reticulares estão presentes em quantidades equivalentes. 
Por este tecido repousar imediatamente abaixo do fino epitélio dos tratos digestivo e respiratório, é 
aqui que o organismo ataca, em primeiro lugar, os antígenos, as bactérias e outros invasores. Deste modo, 
o tecido conjuntivo frouxo contém muitas células responsáveis pela reação inflamatória. Estas células, que 
originalmente circulam na corrente sanguínea, penetram no tecido conjuntivo em resposta a um estímulo 
inflamatório. Observe na figura a seguir que mostra o tecido conjuntivo frouxo, as fibras colágenas mais 
grossas, as fibras elásticas mais finas e os diferentes tipos celulares encontrados nesse tecido. 
 
 
 
 
Tecido Conjuntivo Denso Não Modelado 
Quando as fibras colágenas se dispõem em feixes arranjados sem orientação fixa, o tecido chama-
se denso não modelado. Neste tecido, as fibras colágenas formam uma trama tridimensional, o que confere 
ao tecido certa resistência às trações exercidas em qualquer direção. O conjuntivo denso não modelado é 
encontrado, por exemplo, na derme profunda da pele, nas cápsulas articulares, nas cápsulas que envolvem 
vários órgãos internos como o coração, os rins, o fígado, os testículos e os linfonodos, nas válvulas 
cardíacas e revestindo ossos e cartilagens. Observe na figura a seguir que mostra o tecido conjuntivo denso 
não modelado, as fibras colágenas dispostas aleatoriamente na matriz. 
 
 
 
 
Tecido Conjuntivo Denso Modelado 
O tecido conjuntivo denso possui predominância acentuada de fibras colágenas e por isso trata-se 
de um tecido muito resistente às forças de tração. O tecido conjuntivo denso modelado possui as fibras 
colágenas paralelas umas às outras. Trata-se de um conjuntivo que formou suas fibras colágenas em 
resposta a trações exercidas somente num determinado sentido. Os tendões, ligamentos e aponeuroses 
representam exemplos típicos de tecido denso modelado. Os tendões, por exemplo, são estruturas 
cilíndricas alongadas que ligam os músculos esqueléticos aos ossos. Devido à sua riqueza em fibras 
colágenas, são brancos e inextensíveis. São formados por feixes de fibras colágenas que se orientam no 
mesmo sentido das forças que lhe são aplicadas. Por entre os feixes de fibras colágenas existem 
fibroblastos, também denominados células tendinosas, e pequena quantidade de substância fundamental. 
Observe na figura a seguir que mostra o tecido conjuntivo denso modelado, as fibras colágenas dispostas 
paralelamente e os fibroblastos por entre as fibras. 
 
 46 
 
 
 
Tecido Elástico 
É formado por feixes paralelos de fibras elásticas grossas. O espaço entre estas fibras é ocupado 
por fibras colágenas e fibroblastos achatados. A riqueza em fibras elásticas confere ao tecido elástico sua 
cor amarela típica e uma grande elasticidade. O tecido elástico é pouco frequente, sendo encontrado, por 
exemplo, nos pulmões e nas grandes artérias. Observe na figura a seguir que mostra o tecido conjuntivo 
elástico, as fibras elásticas mais escuras em grande quantidade. 
 
 
 
 
Tecido Reticular 
É constituído por fibras reticulares sintetizadas por fibroblastos especializados, chamados de células 
reticulares. Encontra-se nos órgãos formadores de células (medula óssea e órgãos e tecidos linfáticos), 
constituindo um arcabouço que sustenta as células. Observe na figura a seguir que mostra o tecido 
conjuntivo reticular, as finas fibras reticulares mais escuras que se dispõem em forma para apoiar as 
células. 
 
 
 
 
Tecido Mucoso 
O tecido mucoso é de consistência gelatinosa e apresenta predomínio da substância fundamental. 
Contém poucas fibras colágenas e raras fibras elásticas e reticulares. As células encontradas são os 
fibroblastos. O tecido mucoso é o principal componente do cordão umbilical, onde é chamado de gelatina de 
Wharton, sendo encontrado também na polpa dental jovem. Observe na figura a seguir que mostra o tecido 
conjuntivo mucoso, as fibras colágenas e alguns fibroblastos. 
 
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