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07. Tecido Adiposo

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TECIDO ADIPOSO 
 
 O tecido adiposo é um tipo especial de tecido conjuntivo onde se observa predominância de células 
adiposas ou adipócitos que são células que podem ser encontradas isoladas no tecido conjuntivo, porém a 
maioria se agrupa no tecido adiposo espalhado pelo corpo. Em pessoas de peso normal, o tecido adiposo 
corresponde a 20-25% do peso corporal da mulher e a 15-20% do peso corporal do homem. 
 Os adipócitos participam da síntese e do armazenamento de triglicerídeos, são derivadas de células 
mesenquimais indiferenciadas e, no adulto, estão completamente diferenciadas e, por isto, não sofrem mais 
divisão mitótica. 
 Existem dois tipos de células adiposas que constituem dois tipos de tecido adiposo. As células com 
uma gotícula lipídica grande e única, chamadas células adiposas uniloculares, formam o tecido adiposo 
branco, e as células com várias gotículas lipídicas pequenas, chamadas células adiposas multiloculares, 
formam o tecido adiposo pardo. A gordura branca é muito mais abundante que a gordura parda. 
 A figura abaixo faz uma comparação histológica entre o tecido adiposo unilocular à esquerda e o 
multilocular à direita. 
 
 
 
TECIDO ADlPOSO BRANCO OU UNILOCULAR 
 Os adipócitos da gordura branca são células esféricas grandes, que se tornam poliédricas quando 
reunidas em grande quantidade. As células adiposas uniloculares estão, continuamente, armazenando 
gordura na forma de uma única gotícula, que cresce tanto que empurra o citoplasma e o núcleo para a 
periferia, de encontro à membrana plasmática. O tecido adiposo branco é intensamente suprido com vasos 
sanguíneos que são conduzidos por septos de tecido conjuntivo que penetram no tecido adiposo 
envolvendo cada célula adiposa. 
 O tecido adiposo unilocular é o maior depósito de energia (sob a forma de triglicerídeos) do corpo. 
As células hepáticas e as células do músculo esquelético também acumulam energia, mas sob a forma de 
glicogênio. Como a alimentação é feita a intervalos e os depósitos de glicogênio são menores, é importante 
a existência de grandes depósitos de triglicerídeos que são usados para fornecer energia entre as refeições. 
Os triglicerídeos são mais eficientes como reserva energética, pois fornecem 9,3 Kcal/g contra apenas 4,1 
Kcal/g do glicogênio. Além do papel energético, o tecido adiposo unilocular tem outras funções. Localizado 
embaixo da pele, modela a superfície sendo, em parte, responsável pelas diferenças de contorno entre o 
corpo da mulher e do homem. Forma também coxins absorventes de choques, principalmente na planta dos 
pés e na palma das mãos. Como as gorduras são más condutoras de calor, o tecido adiposo contribui para 
o isolamento térmico do organismo. Além disso, preenche espaços entre outros tecidos e auxilia a manter 
certos órgãos em suas posições normais. 
 A coloração branca deste tipo de tecido adiposo se deve à gordura armazenada nas células, no 
entanto, se a dieta for especialmente rica em nutrientes contendo carotenoides como cenouras, este tecido 
adiposo terá uma cor amarela. Praticamente todo o tecido adiposo presente no adulto é do tipo unilocular. 
 A gordura unilocular é o tipo presente nas camadas subcutâneas espalhadas por todo o corpo. Ela 
ocorre, também, concentrada em locais característicos, de acordo com o sexo e a idade. Nos homens, a 
gordura é armazenada no pescoço, nos ombros, ao redor dos quadris e nas nádegas. À medida que o 
homem envelhece, a parede abdominal torna-se uma região extra de armazenamento. Nas mulheres, a 
gordura é armazenada nas mamas, nádegas, quadris e nas regiões laterais das coxas. Além disso, a 
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gordura é armazenada, em ambos os sexos, envolvendo vários órgãos das cavidades abdominal e torácica 
denominada gordura visceral. 
 Nos adultos, a obesidade se desenvolve de duas maneiras diferentes denominadas obesidade 
hipertrófica e obesidade hipercelular. A obesidade hipertrófica resulta do acúmulo e do armazenamento de 
gordura nas células adiposas uniloculares, que podem aumentar seu tamanho em até quatro vezes. A 
obesidade hipercelular, como o nome sugere, resulta de uma superabundância de adipócitos. Este tipo de 
obesidade é geralmente grave. 
 Embora os adipócitos maduros não se dividam, pode ocorrer proliferação na vida pós-natal 
imediata. Existe evidência importante de que, se crianças recém-nascidas forem superalimentadas durante 
algumas semanas, pode aumentar o número de adipócitos, e possivelmente ocorrer uma obesidade 
hipercelular no adulto. Crianças acima do peso são, pelo menos, três vezes mais sujeitas a apresentar 
obesidade na vida adulta do que as crianças de peso normal. 
 A liberação dos lipídios em caso de necessidade energética é desencadeada tanto por estímulos 
nervosos como por estímulos hormonais. Esses estímulos provocam a quebra do triglicerídeo em ácidos 
graxos e glicerol. Os ácidos graxos liberados na corrente sanguínea serão distribuídos para as células do 
corpo, ligados à albumina. Durante atividade física, os ácidos graxos transportados pela albumina penetram 
nas fibras musculares esqueléticas. Esses ácidos graxos são oxidados no interior das mitocôndrias para a 
produção de ATP que será utilizado para a contração das fibras musculares. 
 
 
TECIDO ADlPOSO PARDO OU MULTILOCULAR 
 Os adipócitos multiloculares contrastam com os adipócitos uniloculares em vários aspectos. 
Primeiro, as células da gordura parda são menores do que as da gordura branca. Além disso, em razão 
destas células armazenarem gordura em muitas gotículas pequenas, em vez de uma única gotícula, o 
núcleo esférico não é empurrado contra a membrana plasmática. O tecido adiposo multilocular possui uma 
coloração marrom-avermelhada por causa de sua rica vascularização e porque suas células contêm muito 
mais mitocôndrias do que as células uniloculares. 
 Embora se saiba há muito tempo que a gordura multilocular é encontrada em muitas espécies de 
mamíferos, especialmente nos que hibernam, não está bem claro se ela existe nos adultos da espécie 
humana. No recém-nascido, a gordura parda está localizada na região do pescoço e na região abdominal. A 
figura a seguir mostra os locais principais da localização do tecido adiposo multilocular no recém-nascido. 
 
 
 
 
 
 O tecido adiposo pardo está associado com a produção de calor no corpo. As células multiloculares 
podem oxidar os ácidos graxos no interior das suas mitocôndrias. A oxidação dos ácidos graxos leva à 
produção de calor (e não de ATP) devido a presença da termogenina, uma proteína transmembrana 
localizada na membrana interna das mitocôndrias das células adiposas multiloculares.

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