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CIvil III - Arras, Vício Redibitórioos, Evicção, Contratos aleatótrios

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO DE DIREITO
CAMPUS NOVA AMÉRICA
DISCIPLINA: DIREITO CIVIL III - CONTRATOS
PROFª BIANCA BRASIL NOGUEIRA
ROTEIRO DE ESTUDO
ARRAS
1 – CONCEITO
“As arras ou sinal vêm a ser a quantia em dinheiro, ou outra coisa móvel fungível, dada por um dos contraentes ao outro, a fim de concluir o contrato, e, excepcionalmente, assegurar o pontual cumprimento da obrigação” (Orlando Gomes)
2 – ESPÉCIES
Dentro da nossa legislação pátria temos as ARRAS CONFIRMATÓRIAS, cuja finalidade é demonstrar a existência da composição final de vontades, previstas no art. 417 do CC e as ARRAS PENITENCIAIS que estão dispostas no art. 420 do CC, que almejam assegurar às partes o direito de arrependimento, mediante a perda do sinal, por quem o deu, ou a devolução em valor equivalente por quem o recebeu, sendo certo que excluem a indenização suplementar. As arras penitenciais tem por objetivo permitir que o contrato se desfaça prevenindo a possibilidade de retratação. As arras, nesta modalidade têm caráter de pena convencional, predeterminando as perdas e danos em favor da parte inocente.
As arras confirmatórias têm como objetivos
confirmar o contrato, tornando-o obrigatório;
antecipar o pagamento do preço (adiantamento);
determinar previamente as perdas e danos pelo não cumprimento das obrigações a que tem direito o contraente que não deu causa ao inadimplemento.
EXCEÇÕES – (CASOS EM QUE HÁ MERA RESTITUIÇÃO DO SINAL)
se não se puder verificar quem se arrependeu primeiro;
se ambos os contraentes se arrependerem do negócio;
se o contrato for rescindido por comum acordo entre as partes;
se o inadimplemento contratual se der por causa alheia à vontade dos contraentes;
se, por justo motivo, um dos contraentes se recusar a cumprir o contrato.
3 – HISTÓRICO 
Foi no direito romano que estas surgiram, num tempo em que o consenso, por si só e, desacompanhado de outras formalidades (simples pacto), não bastava para vincular o contratante, decerto destinavam-se as arras ao reforço do liame contratual, pois a parte que desertasse da palavra empenhada perderia o sinal dado. Desta forma, talvez, o contratante se sentisse menos tentado a abandonar o compromisso assumido, do que se o seu arrependimento ficasse impune.
4 – NATUREZA JURÍDICA 
As arras constituem um pacto acessório ao contrato principal e têm caráter real, pois sua existência e eficácia dependem da existência e eficácia do contrato. É real por que só se aperfeiçoa pela entrega do dinheiro ou da coisa por uma das partes à outra.
EVICÇÃO
CONCEITO 
“Evicção vem a ser a perda da coisa por força de decisão judicial, fundada em motivo jurídico anterior, que a confere a outrem, seu verdadeiro dono, com o reconhecimento em juízo da existência de ônus sobre a mesma coisa, não denunciado oportunamente no contrato” (Caio Mário)
2 – PARTES
Evicto – adquirente que perderá a coisa adquirida ou sofrerá evicção mediante decisão judicial.
Alienante – quem transfere o bem por meio de contrato oneroso, que estabelece o dever de transferir o domínio.
Evictor – Terceiro que move ação judicial vindo a ganhar total ou parcialmente o bem objetivado no ato negocial.
3 – CONDIÇÕES NECESSÁRIAS PARA CONFIGURAR A RESPONSABILIDADE PELA EVICÇÃO (REQUISITOS)
Onerosidade da aquisição do bem;
Perda total ou parcial da propriedade ou da posse da coisa alienada pelo adquirente;
Sentença judicial transitada em julgado;
Anterioridade do direito do evictor;
Denunciação da lide (CPC arts. 70 a 76) – o adquirente pode exercitar o direito que da evicção lhe resulta, deverá notificar do litígio o alienante.
A garantia por evicção constitui uma obrigação de fazer do transmitente:
de o assistir e tomar a sua defesa, no curso de uma ação reivindicatória, ao ser denunciado à lide;
de não turbar o adquirente, assegurando-lhe a posse pacífica da coisa alienada;
de reparar os danos sofridos pelo comprador, se a evicção se consumar.
A responsabilidade pela evicção da coisa alienada só poderá ser afastada se houver cláusula contratual expressa (art. 447 CC).
4 – HIPÓTESES
Cláusula expressa de exclusão de garantia + conhecimento do risco da evicção pelo evicto => isenção de toda e qualquer responsabilidade do alienante (contrato aleatório)
Cláusula expressa de exclusão de garantia – ciência específica desse risco por parte do adquirente = responsabilidade do alienante apenas pelo preço pago por aquele pela coisa evicta.
Cláusula expressa de exclusão de garantia sem que o adquirente haja assumido o risco da evicção de que foi informado = direito deste de reaver o preço que desembolsou.
VÍCIOS REDIBITÓRIOS
1 – CONCEITO 
“Os vícios redibitórios são falhas ou defeitos ocultos existentes na coisa alienada, objeto de contrato comutativo, não comuns às congêneres, que a tornam impróprias ao uso a que se destina ou lhe diminuem sensivelmente o valor, de tal modo que o ato negocial não se realizaria se esses defeitos fossem conhecidos, dando ao adquirente ação para redibir o contrato ou para obter abatimento no preço.” (W. Barros)
2 – RESPONSABILIADDE
O fundamento da responsabilidade do alienante pelos vícios redibitórios repousa no princípio da garantia, através do qual o adquirente, sujeito a uma contraprestação, tem direito à utilidade natural do bem móvel ou imóvel, e como não pode, normalmente, examiná-lo em profundidade a ponto de poder descobrir-lhe os defeitos ocultos, precisará estar garantido contra o alienante, para o caso de lhe ser entregue objeto defeituoso, que não se presta a seu uso natural ou que não guarda paralelismo com o valor de aquisição; por isso, a lei lhe possibilita rejeitar a coisa ou abater o preço. (Maria Helena)
3 – REQUISITOS 
que a coisa tenha sido adquirida em virtude de contrato comutativo ou de doação onerosa na forma do art. 441 do CC;
vício ou defeito prejudicial à utilização da coisa ou determinante da diminuição de seu valor (art. 441 CC) ;
defeito grave da coisa que lhe torne realmente imprópria a seus fins ou lhe reduza o valor;
vício oculto – entenda-se que o vício só é considerado oculto quando o adquirente não o pode perceber coma diligência ordinária e segundo a natureza do contrato;
NÃO SE CONFIGURARÁ VÍCIO REDIBITÓRIO QUANDO O VÍCIO FOR VISÍVEL, NÃO TENDO O ADQUIRENTE O DIREITO DE MOVER AÇÃO REDIBITÓRIA, QUE EXIGE QUE O DEFEITO SEJA OCULTO E NÃO CONHECIDO PELO ADQUIRENTE.
e) defeito pré-existente no momento da celebração do ato negocial e que perdure até o instante da reclamação. 
4 – CONSEQUÊNCIAS
Caso o alienante não tenha ciência dos vícios ocultos, sua ignorância não o eximirá da responsabilidade (art. 443 CC), haja vista que o fundamento de sua responsabilidade não é o seu comportamento, mas tão somente a aplicação do princípio da garantia. (vide Lei 8078/90 arts. 24 e 25, que vedam a exoneração contratual dessa responsabilidade nas relações de consumo)
A responsabilidade do alienante subsistirá, mesmo que a coisa permaneça em poder do alienatário, tendo em vista o vício oculto no tempo da tradição (CC art. 444)
O adquirente poderá, em vez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato, poderá reclamar o abatimento no preço (art. 442 CC)
OBS: Em conformidade com a Lei 8078/90 poderão ser movidas, em caso de relações de consumo, dentro do prazo decadencial de 30 dias, se se tratar de fornecimento de produtos, ou de serviços, não duráveis, ou de 90 dias, se duráveis, contado da data em que se evidenciar o defeito (art. 26).

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