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Resumo IED Direito, Sociedade e Estado Direito = “conjunto de normas obrigatórias” “Onde está a sociedade está o direito; onde está o direito; está a sociedade” Normas são segundo Reale (2007:06) “instrumentos de salvaguarda e amparo da convivência social” Tudo que está no direito é fruto das vontades de uma sociedade, seguindo uma racionalidade preestabelecida O direito não pretende modificar conteúdo valorativo das ações, mas materialmente determinar condutas O direito não nos torna iguais, mas nos coloca em situações que devem ser examinadas e sancionadas da mesma forma juridicamente O direito é inversamente proporcional à unidade de uma sociedade: quanto maior for o número de regras necessária para gerencia-la, mais heterogênea ela se mostrara; por outro lado, quanto mais unidade moral e ética houver na sociedade, menor será a necessidade de novas regras Teoria monista e Teoria dualista Monista (estatismo jurídico) via o Estado como única fonte do direito Dualista (pluralista) Estado e o direito seriam duas realidades distintas, independentes e inconfundíveis Na esfera das relações legais, o controle feito pelo Estado é exercido por meio do poder, pois o Estado é a entidade formal com maior autorização legalmente positivada para exercer a violência na ordem das relações sociais, tanto na esfera privada como na pública. O controle feito pelo Estado se dá através do poder coercitivo. “fato antecedente –ato consequente” ( no qual a realidade vivenciada se tornará “fato”, regra objetiva, o “ato”) Estado “Sociedade de política juridicamente organizada” Direito e Justiça Dizia Kelsen (2005:19) “a justiça é uma ideia irracional, não está sujeita à cognição. Considerada a partir da perspectiva da cognição racional, existem apenas interesses e, consequentemente, conflitos de interesses” Justiça vertical: força sem limites –imposta “de cima para baixo” –irracional –movida pelo conceito particular de justiça que parte daquele que a aplica Justiça horizontal: retribuição –negocio –coação controlada –previamente medida –imposta pelo argumento Direito “meio para se alcançar o equilíbrio” Justiça é diferente de direito, mas se aplicado rigorosamente o direito se aproxima da justiça Fazer justiça é julgar ou decidir segundo o conteúdo do material do direito Fontes do Direito: Legislação, princípios gerais do direito, jurisprudência, costume, doutrina, analogia e equidade Fontes materiais e fontes formais Materiais são compostas pelos elementos históricos, econômicos e sociais que dão origem as fontes formais - Formais canal de expressão de fontes materiais, o modo pelo qual o direito se manifesta: as normas regulam as relações entre as pessoas, indicando os direitos e deveres da sociedade(compreendem toda a legislação em vigor) A Constituição assenta-se no grau mais elevado de um ordenamento jurídico (um sistema logico de diferentes níveis nos quais a norma inferior fundamenta-se na superior) Art.4 LINDB “Quando a lei for omissa, o juiz decidira o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito” (elementos que não são fontes de direito, mas sim ferramentas para sua completude) - Analogia: procedimento pelo qual se atribui um caso não regulado a mesma disciplina de um caso regulado de maneira semelhante. - Costume: é conceituado como uma regra comportamental, obra de um coletivo e que nasce naturalmente tendo caráter marcado pela espontaneidade - Princípios gerais de direito: advêm dos valores sociais que foram positivados e, por isso, tem caráter jurídico. Por conseguinte, devem ser extraídos do próprio ordenamento Jurisprudência conjunto constante e uniforme de decisões judiciais sobre casos semelhantes (consequência natural da aplicação do direito –materialização do comando da regra estampada em uma sentença.) Não vincula a conduta do Juiz embora demonstre o caminho como outras sentenças foram decididas. Doutrina instrumento de entendimento e aplicação do direito. É o estudo do direito que os juristas realizam a respeito do próprio direito produzindo esquemas teóricos (A maioria dos autores a consideram apenas uma fonte interpretativa da lei e não contém vínculo obrigatório) Corrobora esclarecendo o significado das normas. Equidade método de integração do direito que amolda a generalidade da norma as circunstancias especiais e/ou particulares de um determinado caso concreto que, embora esteja previsto na proposição jurídica, oferece uma solução considerada inaceitável pela técnica de interpretação do ordenamento jurídico (propriedade que tem a lei de se adaptar as circunstancias da espécie de fato, de maneira que o rigor do texto legal e seu elemento sancionador sejam adequados as particularidades do caso) Direito público, direito privado e outros ramos do direito Enquanto o Direito Público tem a função de tutelar os interesses gerais da sociedade por intermédio do Estado, o Direito Privado refere-se aos interesses particulares dos indivíduos Público – Competências de poderes Legislativo, Executivo, Judiciário (Constitucional, Administrativo, Financeiro, Tributário, Judiciário, Penal, Processual e Internacional Público) Privado – Contratos de compra e venda entre particulares (Civil, Comercial, Consumidor, Trabalho e Internacional Privado) Direito e ciência jurídica –ciências naturais e ciências culturais Teoria pura de Hans Kelsen, propôs que essa ciência devia restringir seu objeto ao ordenamento jurídico, de modo que se preocupasse apenas em elucidar os enunciados normativos vigentes dentro de uma ordem de coerência logico-interna, lastreada nos dados colhidos no texto emanado pelo órgão competente. “Sistema de conhecimentos sobre a realidade jurídica” As ciências físico- naturais trabalham com a realidade natural As ciências culturais tratam da realidade criada ou modificada pelo homem Regras culturais: são valorativas, estruturadas e estudadas cientificamente caracterizadas pelo dever ser e indicam os juízos de valor dos sujeitos dessas regras, como legisladores e cumpridores delas. Regras da natureza: são normas/ciências definidas pela observação e constatação do certo ou do errado, caracterizado pelo ser e indicam juízo de realidade, sem interferência da pessoa. Juízo de realidade e juízo de valor Juízo de realidade refere-se a constatação material da realidade físico-natural, que independe da ação humana (explicação de um fato, natural ou social –aquilo que é) Juízo de valor formula apreciações da natureza axiológica sobre os fatos e atos observador, apresenta-se por meio do deve ser (depende da interpretação das normas criadas) Valorar seria fazer o juízo de realidade da norma e avaliar seria fazer um juízo de valor pessoal sobre o que ela contém. Norma Jurídica: Características, nota especifica, classificação, estrutura, validade, vigência, eficácia, exequibilidade Segundo Bobbio (2008) as normas jurídicas nunca existem isoladamente, mas sempre em um contexto de normas com relações particulares entre si (ordenamento jurídico) Normas de conduta são diretivas que prescrevem certa linha de ação Normas de competência criam uma competência, funcionando com uma norma de conduta expressa indiretamente Normas morais costumeiras –imperatividade, bilateralidade, atributividade e coercibilidade A Coercibilidade torna a norma jurídica única e diferenciada. Coerção é o poder de que dispõe o Estado para obrigar os indivíduos ao cumprimento das leis Sanção é a consequência da não prestação, estabelecida pela ordem jurídica” Montoro (2008: 527) Sanção moral: foro íntimo: remorso; arrependimento; foro externo: rejeição social. Sanção Jurídica: heteronomia, atributividade, imperatividade, coercibilidade. Validade de uma norma corresponde a uma situação na qual a norma foi emanada por uma autoridade responsável e competente, o que implica no exame de previsão legal. Assim as normas serão validas quando o conteúdo da lei for compatível com a competênciae tramite procedimental prevista para sua criação (pertinência ao ordenamento) Vigência é o lapso de tempo no qual uma lei pode ser exigida, tempo este em que a lei figura como obrigatória (tempo de validade da lei) Eficácia significa apenas que a lei, integrada ao sistema, já pode produzir efeitos, não se confundindo com a eficácia social, no sentido de que o comando da norma será efetivamente obedecido (uma norma só é ineficaz se além de flagrantemente desrespeitada, sua perspectiva sanção não estiver sendo aplicada) Exequibilidade quer dizer que é preciso que existam condições de fato para realização daquilo que a norma determina “Em suma, validade tem relação com o processo legislativo e regular de sua criação, definindo tempo, espaço, matéria e pessoa a que se destinam. Vigência tem relação com possibilidade de ser exigida a conduta, obrigação, ou proibição prevista na norma. Eficácia ocorre quando a previsão especifica da norma é alcançada ou, se desrespeitada, a sanção prevista efetivamente aplicada” Experiência jurídica: Direito objetivo, subjetivo, positivo e natural Experiência jurídica implica a efetividade de comportamentos sociais em função de um sistema de regras jurídicas Direito objetivo é um conjunto de regras que se destinam a um determinado território, com intuito de se fazer valer sua vigência e eficácia (posto ou reconhecido pelo Estado) Direito subjetivo posição de um sujeito em uma situação comunicativa, que se vê dotado de faculdades jurídicas que o titular pode fazer valer mediante procedimentos garantidos por normas (poder de querer) Enquanto a concepção de Direito Objetivo tende a ser vista como aquela que destaca o direito como fenômeno realmente como dado cultural que é composto de normas e instituições e não pertencentes a ninguém socialmente, o direito subjetivo exige uma maior explanação de seu conteúdo frente a toda pesquisa dedicada a ele, haja vista ter sido foco de várias teorias que procuram fundamentá-lo e explicá-lo como pressuposto da norma objetiva e outras vezes como derivada dela; e ainda sendo comumente disposto em modalidades, além do questionamento de sua existência na seara pública. Direito positivo pode ser entendido como uma ordem jurídica que já foi ou ainda é vigente em determinado tempo e lugar Positivismo Jurídico O positivismo jurídico defende um direito particular, valido em um determinado território e interessado na utilidade de determinados comportamentos, não tendo a preocupação de aprecia-los como sendo maus ou bons por si mesmos. Nesse sentido, o positivismo jurídico consiste fundamentalmente na identificação do direito como direito positivo. AFASTA DA NORMA QUALQUER VALOR METAJURÍDICO. Tridimensionalidade do Direito É comum a apresentação do direito como se compondo de três caracteres: fato, valor e norma Fato significa realização de um bem comum segundo a efetividade histórica e cultural, valor significa o conteúdo da regra uma concepção de utilidade proporcionalidade, igualdade e justiça, em determinado tempo e espaço, norma significa ordem bilateral e heterônoma para atribuir determinados efeitos aos eventos e fenômenos jurídicos, segundo um conjunto de regras ordenadas Teoria tridimensional de Miguel Reale em linhas gerais, essa teoria postula que o fenômeno do direito deve ser sempre analisado de forma dialética, por meio de três aspectos distintos entre si: fático (estudo do fato), axiológico (o estudo do valor) normativo (estudo da norma que compreende o dever-ser) Coerção: Força para cumprir a sentença; Heteronomia: obrigação posta por terceiros para ser cumprida; Bilateralidade: sujeitos autorizados a realizar algo protegido pela norma; Atributividade: garantia dos efeitos de uma relação constituída perante as partes e os terceiros. Regra moral possui apenas bilateralidade. Relação jurídica: sujeito de direito, personalidade jurídica e capacidade jurídica A relação jurídica ocorre por meio do fato ou evento jurídico, que abrange fato natural (inundação) e ações humanas (atos jurídicos: ato de vontade licito objetivando modificar uma relação jurídica – organizadas por normas de competência e normas de conduta) Sujeito de direito é somente o ser humano, pois não pode ser sujeito de direitos uma coisa, nem tampouco um animal irracional (o homem atua como ator e espectador, fazendo as leis para que ele próprio cumpra) como também atua como sujeito passivo na pessoa obrigada a realizar a prestação Titular de direitos e obrigações (Art. 5 CF) Personalidade jurídica é uma aptidão para que a pessoa passe a ser considerada sujeito de direitos e deveres, nasce na lei Todas as pessoas ganham personalidade jurídica ao nascimento Pessoa jurídica “fictícia” Capacidade jurídica pode ser concebida como uma extensão do exercício da personalidade. É a aptidão maior ou menor da pessoa para adquirir direitos ou contrair deveres como por exemplo a capacidade política (cidadania) e a capacidade penal (ser atingido pela lei penal) (exercício dos atributos da personalidade jurídica) Irretroatividade das leis: direito adquirido, ato jurídico perfeito, coisa julgada Irretroatividade da lei significa que o sistema jurídico proíbe que uma lei possa incidir sobre fatos passados. A norma jurídica é feita para reger situações futuras e não pretéritas. Art. 6 LINDB “A lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada” O ato jurídico perfeito é o ato já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. Significa que o ato preencheu todos os requisitos exigidos pela lei O direito adquirido é quando a situação de titular já foi adquirida (uma nova norma pode dispor o modo de como esse direito é exercido, mas não poderá questiona-lo quanto a sua titularidade – direito material) Coisa julgada é aquilo que foi fixado pelo tribunal, sendo decisão judicial que já não caiba mais recurso. A coisa julgada protege relação decidida, mesmo contra a incidência da lei nova Sistema jurídico e metodologia: unidade, completude e coerência Sistema jurídico significa conjunto de elementos relacionados, divididos em partes que formam um todo coordenado, funcionando em uma estrutura organizada e hierárquica, reunindo todas as partes de um todo maior (conjunto de normas ligadas a fatos, eventos e atos que acabam por ser dividias em ramos do direito, porém, funcionando com uma unidade finalística) A Unidade do ordenamento será buscada na origem comum de suas normas, no caso, a Constituição de um pais Completude, seria a ausência de lacunas no ordenamento Coerência só é possível diante da inexistência de antinomias Para resolver qualquer antinomia seja pelo critério hierárquico (escolha daquela de maior valor na escala hierárquica), cronológico (lei posterior revoga lei anterior) ou de especialidade (lei especifica se sobrepõe à lei geral. RESPOSTA DA QUESTÃO SOBRE O CASO DA OAB Embora tenha praticado alguns atos jurídicos perfeitos, como a realização e obtenção de aprovação nas duas fases do exame, o estudante ainda não possui o direito adquirido de advogar, uma vez que ainda não possui o título de bacharel em Direito. Ao ter seu pedido negado nas instâncias judiciais houve coisa julgada, de modo que se esgotou a possibilidade de tutela por parte do Estado. O estudante detém apenas mera expectativa de direito, sendo que tal direito somente se efetivará com a conclusão do curso de graduação. Assim, ato jurídico perfeito apresenta-se como um requisito para obtenção de um direito adquirido; a expectativa de direito, no caso, é apenas uma situação fática, e a coisa julgada é a decisão da qual não cabe mais recurso. INFORMAÇÕES DIVERSAS Com base na teoria do "dever ser" de Kelsen, pode-se afirmar que ato de vontade contido na norma (pelo legislador) é um “ser”. Além da regulação positiva da ação humana (praticar uma ação), é possível afirmar que a conduta humana pode ser negativamente regulada também peloDireito (proibir uma ação). O modo ou método de um juiz preencher as lacunas do ordenamento é chamado integração normativa. (analogia, costumes de princípios do direito) Relação normatividade jurídica e juízo de valor: valores contidos em uma regra de conduta inserida em um ordenamento jurídico e suas finalidades com as valorações feitas pela sociedade quantos aos atos e fatos que ocorrem no universo da cultura. Lex Posterior: entre duas normas incompatíveis prevalece a normas posterior; Lex Posterior derogat prior ou Lex Superior: entre duas normas incompatíveis prevalece a superior hierarquicamente; Lex specialis: da incompatibilidade dentre duas normas incompatíveis, uma geral e uma especial, prevalece a segunda.
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