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Centro Universitário de João Pessoa Ciências Jurídicas Curso Direito Nicolle Ruttnig Lyra Turma “C” 8º período É possível a existência de saldo zero no processo de liquidação? João Pessoa 2015 A resposta para pergunta realizada é sim, é possível a existência de saldo zero no processo de liquidação. Isso pode ser comprovado pela REsp 1011733 MG 2007/0284660-3 (STJ), cujo relator foi o Ministro MASSAMI UYEDA, com julgamento no dia 01/09/2011, que diz: “RECURSO ESPECIAL - LIQUIDAÇÃO DE SENTENÇA DE IMPROCEDÊNCIA -RECONHECIMENTO DE LITIGÂNCIA DE MÁ-FÉ DOS AUTORES DA AÇÃO ECONDENAÇÃO DESTES À REPARAÇÃO AOS DANOS PROCESSUAIS - ALEGAÇÃO DEVIOLAÇÃO DA COISA JULGADA - NÃO OCORRÊNCIA - "LIQUIDAÇÃO ZERO" -ADEQUAÇÃO DO JULGADO AOS DANOS QUE RESTARAM NÃO QUANTIFICADOS E,PORTANTO, NÃO DEMONSTRADOS - RECURSO ESPECIAL IMPROVIDO. IV - As Instâncias ordinárias, ao contrário do que sustenta o ora recorrente, não excluíram a condenação por perdas e danos processuais, reconhecida definitivamente, na sentença, mas sim, quando de seu arbitramento, chegaram à conclusão de que o quantumdebeatur é zero, o que, de forma alguma, significa inobservância da coisa julgada. É o que autorizada doutrina denomina "liquidação zero", situação que, ainda que não desejada, tem o condão de adequarà realidade uma sentença condenatória que, por ocasião de sua liquidação, mostra-se vazia, porquanto não demonstrada sua quantificação mínima e, por conseguinte, sua própria existência;" O denominado saldo zero ou sem resultado positivo nada mais é do que aquela em que se conclui que o liquidante não sofreu dano algum, ou seja, o quantum debeatur é zero, o que torna inexistente o próprio an debeatur. Então pode se concluir que se não há dívida alguma para ser redimida não adianta submeter quem perdeu a ação a pagar um determinado valor se o saldo da liquidação foi igual a zero. Usando a lógica podemos notar que, de fato, não faz sentido solicitar que o provido seja executado em determinado valor quando o promovente não teve prejuízo algum com o ato que gerou o processo ou se quer tem dívida alguma a ser remissa. O professor e doutrinado Moniz de Aração relata de forma sucinta e direta sobre o tema: “Se a existência e o valor do dano não houverem sido demonstrados no processo de conhecimento, a tentativa de sua apuração na fase de liquidação de sentença poderá revelar que não há dano a ressarcir, o quantum é igual a zero.” (Manual do Processo de Execução, 4ªed., 1997, RT, p. 268). Vale ressaltar que o fato de ser possível o saldo zero não quer dizer que ele pode ser usado em qualquer situação, mas apenas em algumas hipóteses, como no da não apresentação de provas necessárias para a fase de execução ou quando parte mesmo apresentando provas suficientes, o valor não é diferente de zero. Assim, temos a conclusão o saldo zero é uma forma de proteger o direto das partes, pois não permite o enriquecimento sem causa, que se ganhe em cima de um ato que não gerou prejuízo algum. Introdução Este trabalho tratará da possível aplicação do saldo zero no processo de liquidação, no decorrer poderá ser notada as possibilidades e que de nenhuma forma afeta ou prejudica a coisa julgada. O saldo zero ocorre quando a sentença não resulta em nada, ou seja, não existe o que pagar, com isso há o transito em julgado sem valor nenhum a ser indenizado. Como conseqüência temos a proteção aos princípios do contraditório e da ampla defesa. Conclusão Por fim, podemos concluir com base neste trabalho que o chamado saldo zero visa proteger os princípios do contraditório e da ampla defesa. Pois ao réu são assegurados os mais amplos direitos de defesa, inclusive dilação probatória, momento em que teve oportunidade de provar que o autor não experimentou qualquer dano sendo poupado eventual condenação.
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