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RIXA – ART. 137
1. Conceito: É a briga entre mais de duas pessoas, acompanhada de vias de fato ou de violências físicas recíprocas. Exige, no mínimo, a participação de três pessoas lutando entre si. Caracteriza-se pelo tumulto, de modo que cada sujeito age por si mesmo contra qualquer um dos outros contendores. 
- Se existem duas pessoas lutando contra uma terceira, não há rixa. Os dois, de um lado, respondem pelos resultados produzidos no terceiro; este, por sua vez, será sujeito ativo de lesão corporal ou outro delito contra aqueles dois.
- É insuficiente a participação de apenas duas pessoas, pois a rixa se caracteriza exatamente pela confusão na participação dos contendores, dificultando, em princípio, a identificação da atividade de cada um.
- Não é indispensável o contato físico entre os rixosos: ex: arremesso de objetos.
- A simples troca de ofensas não a caracteriza.
- Disparos de armas de fogo: pode configurar tentativa de homicídio ou crime da Lei de Porte de Armas (9.437/97, art. 10, § 1º - disparo de arma de fogo em via pública).
- A causa que originou a rixa é irrelevante, pune-se a simples troca de agressões.
2. Objetividade jurídica: O legislador protege a vida e a saúde física e mental do ser humano. A ordem pública é tutelada por via indireta.
3. Sujeitos do delito: A rixa é crime coletivo, recíproco, plurissubjetivo ou de participação necessária. Só há delito quando três ou mais pessoas se agridem reciprocamente. Trata-se, assim, de crime de concurso necessário, em que os rixosos são, ao mesmo tempo, sujeitos ativos e passivos do delito, uns em relação aos outros. 
- No número mínimo exigido para a existência da rixa, de pelo menos três pessoas, não importa que alguns dos rixosos seja inimputáveis; desde que uma das pessoas seja imputável, é irrelevante a situação pessoal das outras. Da mesma forma não tem importância o fato de um ou mais participantes não ser identificado.
- Existe diferença entre participação na rixa e participação no crime de rixa. Participação na rixa é a conduta de quem intervém diretamente na luta (participação material). Existe participação no crime de rixa na conduta de quem concorre de qualquer modo, para a luta, instigando, acoroçoando etc. (participação moral).
OBS: Quem intervém para separar os rixosos não infringe o tipo penal, pois falta-lhe o elemento subjetivo, qual seja, a vontade e consciência de participar do conflito. 
4. Elementos objetivos do tipo: O núcleo do tipo é o verbo participar, que significa tomar parte, contribuir. O sujeito pode ingressar na rixa depois de iniciada ou dela sair antes de terminada. Em ambos os casos responde pelo delito em razão do dolo de perigo. Se ocorrerem lesões corporais graves ou morte, cumpre distinguir: se o resultado aconteceu antes de o sujeito entrar na rixa, não responde pela qualificadora; se, entretanto, o resultado ocorreu depois do sujeito sair da rixa, responde pela morte ou pela lesão corporal grave.
5. Espécies de rixa: A rixa pode surgir de duas formas: a) ex improviso – surge subitamente em face, por exemplo, de uma discussão violenta; b) ex propósito – combinada por três ou mais pessoas. No último caso, se ocorre luta de dois grupos bem definidos, um contra o outro, o crime pode ser de lesão corporal ou de homicídio e não o de rixa.
6. Qualificação doutrinária: A rixa é delito de concurso necessário, plurissubjetivo ou coletivo (exige a participação de, pelo menos, três pessoas); de condutas contrapostas (os rixosos agem uns contra os outros); de perigo abstrato (a realidade do perigo é presumida pela norma); instantâneo (consuma-se no momento da prática das vias de fato ou das lesões); simples (só atinge um bem jurídico: a incolumidade pessoal); de forma livre (admite qualquer forma de ação); e plurissubsistente (não se aperfeiçoando com ato único).
7. Momento consumativo e tentativa: Consuma-se a rixa com a prática de vias de fato ou violências recíprocas, instante em que há a produção do resultado, que é o perigo abstrato de dano. É desnecessário, para a consumação, que resulte lesão em qualquer um dos rixosos. Em regra, não se admite a tentativa, mas alguns doutrinadores entendem ser possível a tentativa na hipótese de surgimento da rixa ex proposito.
8. Elemento subjetivo do tipo: É o dolo de perigo. 
9. Tipos qualificados: Nos termos do art. 137, parágrafo único, do CP, se ocorre morte, ou lesão corporal de natureza grave, aplica-se, pelo fato de participação na rixa, pena de detenção, de 6 meses a 2 anos. 
- Preterdolo: A rixa qualificada pelo resultado é um crime preterintencional, em que o primeiro delito, a rixa, é punido a título de dolo de perigo, enquanto o resultado qualificador, a morte ou lesão corporal de natureza grave, é punido a título de culpa.
- Todos os envolvidos na rixa sofrerão punição maior, independente de serem eles ou não os responsáveis pela lesão grave ou morte. Até mesmo a vítima das lesões graves responderá pela pena agravada.
- Quando não é identificado o autor da lesão grave ou do homicídio, todos os participantes respondem por rixa qualificada; sendo identificado o autor, os outros continuam respondendo por rixa qualificada, e o autor responderá pelo crime que cometeu em concurso material com a rixa qualificada.
- Se ocorrem várias mortes ou lesões corporais graves, haverá um único crime de rixa qualificada, devendo a circunstância ser levada em conta na aplicação da pena (art. 59, CP). 
- Excluem-se somente as vias de fato, que são integrantes do conteúdo do crime de rixa.
- A ação penal é pública incondicionada.
Exercício de fixação:
I. O crime de rixa tem o tipo qualificado quando ocorre o resultado morte ou lesão corporal de natureza grave. Assim, em relação ao participante que sofreu a lesão corporal grave, pode-se afirmar que:
a) não responde por nenhum crime.
b) responde pela rixa de crimes, tipificada no caput.
c) é isento de pena.
d) responde pela rixa qualificada como os demais participantes.
CURSO DE DIREITO
DISCIPLINA: DIREITO PENAL III
UNIDADE I – CRIMES CONTRA A PESSOA. 
1.4. Da rixa Data:____/09/2013.
 Texto 05
Prof(a). Ms. Shelley Primo |�� PAGE \* MERGEFORMAT �1���

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