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Faculdade do Espírito Santo – UNES Curso: Engenharia de Produção – 1º Período Disciplina: Química Geral Professor: Johnny Stefano M. Sinhoreli RELATÓRIO DE PRÁTICA: TESTE DA CHAMA Alunos do 1º Período: Giovanni Agrizzi 18654 Giselle L. Macarineli 18985 José Antônio da Silva Junior 18910 Rebecca Fraga C. 18871 Rondinely Quintino 18821 Cachoeiro de Itapemirim/ES Março/2013 Introdução De acordo com o trabalho de Bohr, ao receber energia, os elétrons “saltam” para os níveis energéticos mais afastados do núcleo. Posteriormente, eles podem perder a mesma quantidade de energia. Quando isso acontece, eles emitem energia, “saltando” de volta para os níveis energéticos mais baixos. Essa energia liberada corresponde à luminosidade observada quando átomos emitem luz, o que, por sua vez, pode ser analisado em espectrômetros. Os elétrons estão em níveis estacionários, logo, só serão emitidas radiações que correspondam à diferença entre os níveis de energia, que é quantizada. Como o elemento emite radiação característica, ela pode ser usada como método analítico para identificar a presença de certos elementos em compostos. Objetivos Identificar a cor da chama produzida pela queima de metais presentes em compostos iônicos submetidos ao Teste da Chama e observar, na prática, a sugestão de Niels Bohr quanto à quantização de energia para elétrons. Fundamentos Teóricos Energia Quantizada e Espectro de Linhas Em 1900, o físico alemão Max Karl Ernest Ludwing Planck propôs a teoria dos quanta, na qual a radiação emitida pelos corpos se propaga em quantidades fixas, na forma de “pacotes” de energia, denominados quanta (plural de quantum, do latim, quantidade). Em 1905, o físico alemão Albert Einstein a usou para explicar o fenômeno do efeito fotoelétrico, depois por Bohr, em 1913, para formular seu modelo atômico, e posteriormente por diversos outros físicos, que desenvolveram a Mecânica Quântica. Em 1912-1913, ao estudar o espectro de linhas do hidrogênio, o físico dinamarquês Niels Henrik David Bohr aprimorou o Modelo Atômico de Ernest Rutherford e utilizou o conceito de quantização de energia, proposto por Max Plank. Bohr, baseado no conceito de Plank, Introduziu a condição de que um elétron poderia ocupar somente determinadas órbitas ou níveis de energia, nas quais ele é estável, e que permaneceria em seu nível de energia mais baixo ao menos que fosse perturbado. A perturbação ou excitação ocorre quando uma alta tensão é aplicada a átomos de um elemento na fase gasosa em baixa pressão. Quando excitado, o elétron absorve energia quantizada e “salta” para um nível de energia maior. Como esse estado de excitação é instável e de curta duração, o elétron retorna a seu nível energético anterior e atinge o estado fundamental (neutro), emitindo luz. Porém essa luz é diferente do espectro contínuo de comprimentos de onda, já que a energia é emitida em quantum. Os átomos excitados na fase gasosa emitem somente determinados comprimentos de onda de luz que correspondem a uma cor no chamado espectro de linhas. As cores obtidas para os átomos de cada elemento químico são denominadas linhas espectrais. Segundo Bohr, cada linha corresponde a um nível energético do elétron. Além de emitir luz, os átomos também emitem outros tipos de radiação, o que só é percebido por instrumentos ópticos, denominados espectrômetros. Essa emissão de luz visível pelos elétrons é específica, já que a energia de excitação de um elétron é única para cada elemento, o que permite a análise espectral e identificação do metal presente em substâncias e materiais sem destruí-los, apenas observando a cor da chama emitida por sua queima. Porém, a quantidade de elementos detectáveis é pequena e existe uma dificuldade em detectar concentrações baixas de alguns elementos, enquanto que outros produzem cores muito fortes que tendem a mascarar sinais fracos. Segundo o modelo atômico do físico inglês Joseph John Thomson, essa perca ou ganho de energia ocorre quando um elétron é submetido a uma fonte energética, como fogo ou luz por exemplo, e pode transformar um átomo neutro em um íon positivo (cátion) ou negativo (ânion). Esses íons possuem força atrativa entre si e podem se unir formando substâncias iônicas, de grande estabilidade em função da diferença de eletronegatividade entre os elementos químicos que os compõem (metal e ametal). Equipamentos, Vidrarias e Reagentes 2 Beckers: um com água destilada, outro com solução diluída de ácido clorídrico. Alça de Níquel-Cromo Bico de Bunsen Sais: KCl (Cloreto de Potássio) FeCl3 6H2O (Cloreto de Ferro III Hexa-Hidratado) SrCL66H2O (Cloreto de Estrôncio Hexa-Hidratado) CuCl2 (Cloreto de Cobre II) CaCl2 (Cloreto de Cálcio Bi-Hidratado) NaCl (Cloreto de Sódio) Procedimentos No dia 07 de março de 2013, por volta das 19:00 horas, nos reunimos no laboratório de química, usando jaleco, calça comprida, sapato fechados e cabelos longos amarrados para trás (no caso das meninas); longe de portas e janelas, onde praticamente não corria vento. A sala estava com as luzes acesas, janelas e portas fechadas, ventiladores desligados e ar condicionado ligado em temperatura ambiente. Antes de iniciarmos o experimento, recebemos orientações do professor Johnny quanto aos materiais a serem utilizados, como proceder com o experimento e como manusear os registros de gás natural. Checamos a posição dos três registros de gás presentes na bancada para evitar possíveis acidentes, conforme orientado pelo professor. Estavam todas devidamente fechadas. Em seguida, efetuamos a abertura sequencial dos mesmos a partir do registro localizado em baixo da bancada até a válvula próxima ao bico de busen, sendo este último aberto apenas após acender o fósforo, por segurança. Com a chama acesa, treinamos como controlá-la pela regulagem de entrada de oxigênio pela abertura na parte inferior do bico de busen. Finalmente, mantivemos a chama oxidante, de cor azulada e com fluxo máximo de gás. Realizamos a queima de pequenas porções dos sais na seguinte sequência de passos, repetidos a cada troca de composto: Umedecer a alça de níquel-cromo na água destilada; Apanhar uma pequena porção do sal; Posicionar a alça na região intermediária da chama; Observar a cor da chama produzida com a queima do composto até nos certificar da cor observada pelo grupo; Mergulhar a alça em na solução diluída de ácido clorídrico para retirar qualquer resíduo que possa alterar o resultado da queima do composto seguinte; O primeiro composto a ser observado foi o KCl. Foi necessário repetir a queima por 3 vezes até que o grupo chegasse a um consenso quanto a cor observada, lilás. O segundo, foi o FeCl3. Realizamos uma única queima, na qual foi possível observar uma chama de cor alaranjada além de faíscas “estalantes” e de mesma cor, porém mais intensa. O terceiro, foi SrCl6, no qual observamos, em apenas uma queima, uma chama de cor avermelhada e intensa, num tom próximo ao carmim. O quarto foi o CuCl2, com o qual realizamos a queima por 5 vezes até que o grupo chegasse a um consensoquanto a cor da chama, de tom verde azulado, com predominância da cor verde e com faíscas, porém menos intensas que as produzidas pelo FeCl3. O quinto foi o CaCl2, com o qual apenas uma queima, observamos a chama também num tom alaranjado, porém mais intenso que o do FeCl3. Somente após novas e repetitivas queimas de porções individuais e mistas com os compostos anteriormente citados (para o registro, com fotos, da experiência em grupo), foi que testamos o último composto, o NaCl, em função de seu poder de “mascarar” resultados da queima de compostos caso sejam efetuados após sua queima.Observamos com uma única queima, a chama de coloração amarelada e intensa do NaCl e assim como fizemos com os demais compostos, registramos a chama produzida pela queima do composto. Ao final do Teste da Chama, realizamos em grupo, a solução dos exercícios propostos e aguardamos pela prática do próximo experimento. Resultados Após o Teste da Chama, notou-se que as chamas dos cloretos metálicos assumiram as seguintes cores: Cloreto Metálico Cor da Chama Outras Observações KCl (de Potássio) Lilás --- FeCl3 (de Ferro III Hexa-Hidratado) Alaranjado Leve Faíscas Estalantes SrCl6 (de Estrôncio Hexa-Hidratado) Vermelho Carmim --- CuCl2 (de Cobre II) Verde Azulado Faíscas Leves CaCl2 (de Cálcio Bi-Hidratado) Alaranjado Forte --- NaCl (de Sódio) Amarelo Intenso --- EXERCÍCIOS PROPOSTOS 1. Explique por que aparecem as cores quando aquecemos o arame umedecido com as soluções dos sais. Em baixas temperaturas, a maior taxa de emissão de radiação está na faixa do infravermelho, um tipo de onda eletromagnética não captada por nossos olhos. Mas com o aumento gradativo da temperatura, dado pelo fogo, os átomos dos sais adquirem energia e excitados, saltam para uma camada superior. Ao retornarem para a sua camada de origem, liberam essa energia em forma de luz visível. 2. Por que observamos cores diferentes para os sais? Explique sua resposta. Porque cada metal presente nos sais emite uma cor específica. A energia quantizada, quando liberada, emite um comprimento de onda que corresponde a uma cor visível no chamado espectro de linhas, onde segundo Bohr, cada linha corresponde a um nível energético do elétron. Como essa energia quantum necessária para a excitação de um elétron é única para cada elemento, logo a cor visível emitida será específica. 3. Justifique através de energia de ionização por que ao utilizarmos soluções de cloretos metálicos para tal experimento não conseguimos observar a cor da chama responsável pelo elemento químico cloro. A energia de ionização do cloro e maior que a dos metais a ele ligados. Isso quer dizer, que a fonte de energia por nós utilizada, no caso o fogo, foi suficiente para excitar os elétron dos metais, mas não para um elétron do cloro, que possui uma grande eletronegatividade e ao ser aquecido, causa um “efeito blindagem” pela intensa vibração de seus elétrons. Conclusão Após o teste da chama, concluímos que ao serem aquecidos, cada cloreto metálico libera uma luz visível de cor específica. Isso evidencia a quantização de energia para a excitação de um elétron bem como a sua instabilidade no estado excitado. Referências Bibliográficas Química geral e reações químicas / John C. Kortz, Paul M. Treichel Jr.; tradução técnica Flávio Maron Vichi.-São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2005. (Págs. 229 a 239, 664 a 666 e 668) Química cidadã: materiais, substâncias, constituintes, química ambiental e suas implicações sociais, volume 1: ensino médio / Wildson Luiz Pereira dos Santos, Gérson de Souza Mól, (coords.). – 1 ed. – São Paulo : Nova Geração, 2010. – (Coleção química para a nova geração) (págs. 192 a 197, 661) Hein e Arena, Fundamentos de Química Geral, 9ª Edição, Editora Livros Técnicos e Científicos, 1998 (págs. 53, 79, 81, 182, 183 e 583) Física – Ciência e Tecnologia : volume 3 / Carlos Magno A. Torres, Nicolau Gilberto Ferraro, Paulo Antonio de Toledo Soares. – 2. Ed. – São Paulo : Moderna, 2010 (Pág 254) _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________ _______________________________________________________
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