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Fi s i o t e r a p i a B r a s i l a n o 2 - n 1 o Orientação espacial e recrutamento muscular Biomecânica Controle do estresse pela técnica de Watsu Hidroterapia Alterações respiratórias na doença de Parkinson Neurologia Melhora do equilíbrio do tronco em portadores de lesão medular Terapia de dança Janeiro / Fevereiro de 2001Fi i i B il 2 1 J A N E IR O /F E V E R E IR O D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br Pós-graduação Reconhecimento dos diplomas ISSN 1518-9740 Fi s i o t e r a p i a B r a s i l an o 2 - n 2 o Iº Congresso Brasileiro de Pesquisa em Fisioterapia Pesquisa M a r ç o / A b r i l d e 2 0 0 1Fi i i B il 2 2 M A R Ç O / A B R IL D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br •Métodos de mensuração de equilíbrio Biomecânica •Avaliação da eficácia da técnica cirúrgica de Cavalier ISSN 1518-9740 • • Programa terapêutico em mulheres com incontinência urinária Impacto no desempenho funcional de um programa fisioterapêutico interdisciplinar Terceira Idade Fi s i o t e r a p i a •Avaliação cinesiológica das curvaturas lombar e torácica das gestantes Gravidez M a i o / J u n h o d e 2 0 0 1Fi i i B il 2 3 M A IO / J U N H O D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br •Análise da pressão plantar Biomecânica •Estudo do equilíbrio em idosos ISSN 1518-9740 •Uso do laser no tratamento das úlceras de decúbito Laserterapia B r a s i l an o 2 - n 3 o •Análise das técnicas de tratamento da lombalgia Atualização Fi s i o t e r a p i a J u l h o / A g o s t o d e 2 0 0 1Fi i i B il 2 4 J U L H O / A G O S T O D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br •Cinesiologia do movimeto do ataque no voleibol Esporte ISSN 1518-9740 •Técnicas de relaxamento e seqüelas de acidente vascular cerebral Neurologia B r a s i l an o 2 - n 4 o •Estudo sobre o pé equino Caso Clínico •Princípios de laserterapia Laserterapia Fi s i o t e r a p i a S e t e m b r o / O u t u b r o d e 2 0 0 1Fi i i B il 2 5 S E T E M B R O / O U T U B R O D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br •Estudo sobre a preensão palmar Cinesiologia ISSN 1518-9740 •Músculos isquiorretais no posicionamento do quadril Anatomia B r a s i l an o 2 - n 5 o •Reabilitação vestibular em duas pacientes com vertigem posicional paroxística benigna Caso clínico •Tratamento da fibrose cística Pneumo funcional Fi s i o t e r a p i a N o v e m b r o / D e z e m b r o d e 2 0 0 1Fi i i B il 2 6 N O V E M B R O / D E Z E M B R O D E 2 0 0 1 www.atlanticaeditora.com.br •Implicação dos músculos espinhais na escoliose Biomecânica ISSN 1518-9740 •Aspectos centrais e periféricos da fadiga Performance B r a s i l an o 2 - n 6 o •Histórico e princípios da hidroterapia Hidroterapia •Princípios de laserterapia - Parte 2 Efeitos sobre os tecidos biológicos Laserterapia Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 269 Fisioterapia prática Ginástica Laborativa EDITORIAL Um ano de muitos trabalhos, os editores ......................................................................................... 271 RESUMOS DE TRABALHOS E CONGRESSOS ......................................................................... 272 ARTIGOS CIENTÍFICOS E REVISÕES Avaliação de crianças com fibrose cística após 12 meses de fisioterapia respiratória, Juliana de F. Fracon, Maria J. J. Sologuren, Ada C. Gastaldi, Mário Antônio Baraúna......... 289 Estudo sobre a realização da preensão palmar com a utilização do dinamômetro: Considerações anatômicas e cinesiológicas, Demóstenes Moreira, José Roberto Pimenta de Godoy, Watercides Silva Junior ............................................................ 295 A importância dos músculos isquiorretais no posicionamento do quadril, sob uma visão anatômica, José Antônio SFA Pinna Cabral, Fernando Pinna Cabral, Renato Guimarães Loffi, Robson Ines Moreira da Rocha, Renata Carolina de Pinna Cabral ............. 301 A importância da avaliação multidisciplinar da articulação temporomandibular em uma faixa etária de 10 a 12 anos, Marcus Vinícius de Mello Pinto, Giselle Oliveira de Souza, Marcelly Pedroni ......................... 309 Caso clínico: Reabilitação vestibular em duas pacientes com vertigem posicional paroxística benigna, André Luís Santos Silva, Silmar Silva Teixeira, João Soares Moreira, Simone Fernandes .......................................................................................... 313 Normas de publicação ......................................................................................................................... 324 EVENTOS ............................................................................................................................................. 328 Fisioterapia Brasil Índice (vol.2, nº5 set/out 2001 - 269~328) ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A equipe editorial da Fisioterapia Brasil parabeniza seus leitores pelo dia do Fisioterapeuta. Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001270 © ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distri- buída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado. Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante. I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes. Fisioterapia Brasil Editor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científico Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ/UCB – Rio de Janeiro) Conselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científico Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina) Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina) Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU - Estados Unidos) Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro - UNIT – Minas Gerais) Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba - UFPB – João Pessoa) Prof. Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (Univ. Federal de São Carlos - UFSCAR – São Paulo) Prof. Dr. Paulo Sérgio Siebra Beraldo (Coord. Mestrado Sarah Kubitschek – Brasília) Assinaturas 6 números ao ano + 1 CD-ROM = R$ 90,00 Tel.: (21) 2244-6471 / 2285-0804 www.atlanticaeditora.com.br Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001) Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro Avenida Atlântica, 604/1102 22010-000 Rio de Janeiro RJ Tel/Fax: (21) 2244-6471 E-mail: atlantica1@globo.com São PSão PSão PSão PSão Pauloauloauloauloaulo Avenida São João, 56, sala 7 12940-000 Atibaia SP Dra. Albernice Ma de Oliveira Barreto (CREFITO1 – Recife) Dr. Antonio Neme Khoury (HGI - Rio de Janeiro) Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro) Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE - Salvador) Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro) Profa. Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo) Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti - Paraná) Dr. Farley Campos (UCB - Rio de Janeiro) Dr. Fernando A. de M. Prati (CREFITO5 – Porto Alegre) Profa. Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB – Rio de Janeiro) Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro) Dr. Hildeberto Lopes do Santos (CREFITO4 – Belo Horizonte) Dr. Ivan Pinto Varela (CREFITO7 – Salvador) Prof. Dr. João Marinonio A. Carneiro (Rio de Janeiro) Prof. Dr. João SantosPereira (UERJ - Rio de Janeiro) Dr. José Euclides Poubel e Silva (CREFITO9 – Campo Grande) Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina) Dr. José Roberto Prado Jr. (Rio de Janeiro) Dr. Jorge Tamaki (PUC - Paraná) Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo) Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá - Rio de Janeiro) Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (FAFIS/IAENE - Bahia) Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID - São Paulo) Dra. Regina Maria de Figuerôa (CREFITO2 - Rio de Janeiro) Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA - HFAG - Rio de Janeiro) Dra. Suely Marques (Rio de Janeiro) Dr. Zenildo Gomes da Costa (CREFITO 3 – São Paulo) Editor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivo Dr. Jean-Louis Peytavin PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing René Caldeira Delpy Jr. Administração:Administração:Administração:Administração:Administração: Claudiane Benavenuto RRRRRevista Fevista Fevista Fevista Fevista Fisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasil ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740 RRRRRedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administração (Todo o material a ser publicado deve ser enviado para o seguinte endereço) Jean-Louis Peytavin Avenida Atlântica, 604/1102 22010-000 Rio de Janeiro RJ Tel/Fax: (21) 2244-6471 Cel: (21) 9366-7088 atlantica1@globo.com PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing Rio de Janeiro: René C. Delpy Jr (21) 2244-6471 Cel: (21) 9662-9411 Ilustração da capa: Menelau Sete, sem título, acrílico sobre tela, 100x80 cms, 1998 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 271 Editorial Um ano. Pois é, já estamos fazendo nosso primeiro aniversário e podemos festejar como um projeto bem sucedido. Uma revista é sempre uma criança para seus editores, e a cada novo número exis- te a preocupação de melhora-la em relaçao ao anterior. Como perió- dico científico o compromisso é de estar trazendo a seus leitores uma atualização permanente dos trabalhos e pesquisas desenvol- vidos no Brasil, o que temos feito como ninguém até hoje na Fisio- terapia. E quando falamos do Brasil é porque, por não estarmos ligados a qualquer instituição, podemos ter uma independência edi- torial quanto aos trabalhos submetidos sem nos preocuparmos em privilegiar um ou outro pesquisador, recebendo material de todos os centros de pesquisa brasileiros. Na seleção do que vai ser publi- cado é que é feita a peneira com muito critério do conselho científi- co da Fisioterapia Brasil. Podemos destacar trabalhos originais de grande importância ci- entífica que equipes de fisioterapêutas desenvolveram em centros de pesquisa reconhecidos nacionalmente, tal como a FIOCRUZ-RJ, a UFSCAR-SP e UNIT-MG entre outros. Pesquisadores que outrora somente buscavam publicar em periódicos estrangeiros começa- ram a mandar seus trabalhos para a Fisioterapia Brasil entendendo que a revista, embora muito nova, já estava fadada a ser uma refe- rência para o meio acadêmico. Foram mais de 25 artigos publicados neste primeiro ano. Agradecemos a todos que neste primeiro ano colaboraram com a revista e convocamos quem queira colaborar que se apresente, pois será muito bem vindo. Aproveitamos também para dar nossos pa- rabéns pelo dia 13 de outubro, dia do Fisioterapeuta, que é o motivo da existência deste periódico. Boa leitura, parabéns e obrigado por este nosso primeiro aniver- sário, Os editores. Um ano de muitos trabalhos Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001272 Resumos do XV Congresso Brasileiro de Fisioterapia ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Condutas fisioterapêuticas no tratamento do linfedema no pós-operatório do câncer de mama Introdução Este estudo investiga as mulheres que desenvolveram Edema Linfático no membro superior ao lado ipsilateral do local da abordagem cirúrgica do câncer de mama. O objetivo é investi- gar a eficácia da bandagem compressiva funcional e da drena- gem linfática manual na recuperação dessas pacientes. Metodologia A pesquisa tem caráter de estudo observacional exploratório de grupo, tendo sido realizado uma ficha de avaliação e um pro- tocolo de tratamento fisioterapêutico, constando de drenagem linfática e bandagem compressiva funcional. O método da pes- quisa seguiu-se de avaliação inicial e reavaliações semanais (anamnese, registro fotográfico, mensurações perimétricas); drenagem linfática manual por 30 minutos e aplicação da bandagem funcional por 24 horas; freqüência de seis atendi- mentos semanais, por um período de quatro semanas. Resultados Foram atendidas sete pacientes mulheres, com idade entre 46 e 79 anos, sendo que quatro foram submetidas à quadrantectomia com esvaziamento axilar total e as outras três à mastectomia radical modificada com esvaziamento axilar. To- das as pacientes do grupo submeteram-se à radioterapia pós- cirúrgica. O tempo de instalação do linfedema foi em torno do sexto mês de pós-cirúrgico nas sete mulheres. Nos resultados obtidos até o presente, observou-se uma média de redução na perimetria do antebraço em torno de 1,5 cm, com relatos signi- ficativos a respeito da qualidade vida: diminuição da sensação de peso, melhora na execução das atividades de vida diária, sen- sação de bem-estar e conforto. Conclusão Com isso, concluímos que o tratamento fisioterapêutico cola- bora de maneira importante na recuperação funcional e na rein- tegração dessas mulheres ao meio familiar, emocional, social e cultural, bem como na ajuda de seu reconhecimento pessoal, resgatando a sua imagem e integridade corporal. Trabalhos apresentados no XV Congresso Brasileiro de Fisioterapia, 10 a 14 de outubro de 2001, São Paulo - SP Juliana Tieppo*, Eder Marcolin*, Iara Schneider**, Adriane Bertotto**, NP Nora*** *Acadêmica Fisioterapia ULBRA- Canoas-RS, **Profª.ULBRA-IPA/ POA/RS - Mestra p/UCES-ARG, ***Fisioterapeuta Hospital São Lucas-PUC- POA/RS Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 273 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A fisioterapia em relação aos pacientes terminais Introdução Os fisioterapeutas que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva cotidianamente cuidam de pacientes em condições clínicas graves, alguns casos, inclusive, em situações de risco de vida. Por esta razão, é extremamente importante que o pro- fissional esteja preparado, tanto técnica como eticamente para enfrentar essa difícil tarefa. Este trabalho teve como objetivo traçar um perfil dos profissionais da fisioterapia e conhecer sua opinião sobre questões que envolvem os pacientes terminais. Material e métodos O universo pesquisado foram os fisioterapeutas que trabalham em Unidades de Tratamento Intensivo nos Hospitais de Alagoas. Foi aplicado um questionário para obter informações sobre a for- mação técnica do profissional e sua opinião sobre pacientes ter- minais, autonomia do paciente, eutanásia e distanásia. Resultados Obtivemos um total de 54 profissionais que atuam no Estado de Alagoas, sendo 22 que trabalham nas Unidades de Tratamen- to Intensivo, distribuídos entre os 8 hospitais que oferecem este tipo de serviço no Estado de Alagoas. Mais de 60% dos profissio- nais têm herança religiosa católica. Todos entrevistados respon- deram que explicam os procedimentos aos seus pacientes. Em relação à eutanásia ativa, 5,5% são a favor e 94,5% são contra. Eutanásia passiva 73,5% são contra e 26,5% são a favor. Sobre a autonomia do paciente terminal quando consciente, 58% dos fi- sioterapeutas responderam que têm autonomia e 42% que não. Conclusão É evidente a importância das informações prestadas aos pa- cientes, mesmo quando na condição terminal; identificou-se a influência da herança religiosana opinião dos profissionais quando se trata de eutanásia; e, a maioria absoluta dos fisiote- rapeutas entrevistados é contra a eutanásia ativa ou passiva. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A fisioterapia respiratória em UTI na síndrome de Guillain Barré O objetivo deste trabalho é mostrar como a fisioterapia previne complicações respiratórias na SGB durante a hospitalização do paciente e facilita a reabilitação pós-ventilação mecânica. Esta síndrome é uma inflamação das raízes nervosas, levando a altera- ções da sensibilidade e da motricidade, provocada pela desmielinização da bainha, que impede os impulsos Waldemar A. das Neves Jr*,Laís Záu Serpa de Araújo** *Acadêmico do Curso de Fisioterapia da UNCISAL, Maceió – AL, **Professora de Bioética da UNCISAL, Mestre em Patologia pela UFF Pantaleão C, Caixeta F, Fulgêncio G, Sade I, Gouveia J, Ferraz J, Pires M, Scárdua M, Malta P, Diniz T, Seabra V, Abrunhosa A, Campos F, Frigeri F, UCP, Petrópolis – RJ Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001274 neuromusculares e o arco reflexo. A principal manifestação clíni- ca é a fraqueza muscular, que evolui com caráter progressivo e crescente, começando nos pés, podendo progredir para paralisia motora total com morte, devido à insuficiência respiratória, pelo acometimento de diafragma e intercostais, em poucos dias. Até a terceira semana tem-se a máxima evolução, regredindo com me- lhora dos sintomas ao longo de alguns meses. O fisioterapeuta atua durante a permanência do paciente sob assistência ventilatória onde são observadas alterações como a degradação da função muscular, por redução da força, tônus e trofismo; que são visíveis quando há insucesso no desmame ventilatório. Uma das técnicas utilizadas é a aplicação da pressão positiva em dois níveis, BILEVEL (IPAP – Pressão positiva inspiratória, EPAP - pressão positiva expiratória) que incrementa a endurance da musculatura respiratória promovendo melhor performance. Estes níveis pressóricos quando superior a 10 cm H2O, proporcionam a abertu- ra das vias aéreas reduzindo o trabalho muscular respiratório. A cinesioterapia respiratória enfatiza as manobras de reexpansão, desobstrução pulmonar e higienização brônquica, evitando com- plicações como atelectasias, infecções respiratórias, barotrauma. O trabalho mostra, portanto, de forma clara e científica, a impor- tância do treinamento muscular respiratório para uma readaptação progressiva aos esforços e aceleração do processo de desmame. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Análise do músculo tríceps sural em adolescentes que usam calçado de salto alto Introdução O objetivo da pesquisa foi verificar as conseqüências que o uso do salto alto traz para musculatura tríceps sural. Método O estudo foi feito nas dependências de três escolas da rede particular na cidade de Belém com 50 adolescentes de faixa etária entre 13 e 18 anos que usam salto alto há pelo menos 5 anos. O instrumento utilizado na pesquisa foi o goniômetro e os testes musculares foram do tipo passivo nas posições sentado em decúbito dorsal com pernas estendidas e decúbito ventral com joelhos fletidos a 90º, segundo preconizado por Palmer. Resultados Os resultados revelaram diminuição da amplitude de movi- mentação de 92,85% dos testes para o gastrocnêmio e em 59,18% dos testes para o sóleo. Conclusão Os dados da pesquisa dentro das condições utilizadas, evi- denciaram que a utilização do uso de salto alto traz como uma conseqüência, a contratura da musculatura tríceps sural, prin- cipalmente, dos gastrocnêmios. Continuação Layla Bandeira Arruda, Thaís Amanda Monteiro Nobre Universidade da Amazônia, Belém – Pará, Orientação: Prof. Ms Renato Teixeira, Prof. Mestrando Nelson Higino de Oliveira Filho Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 275 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Análise postural em atletas femininas de handebol A prática de esportes pode ser o fator desencadeante de alte- rações posturais que levam a limitações na amplitude de movi- mento e que, futuramente, poderão desenvolver dores e des- confortos, além de afetar o desempenho esportivo. O handebol é um esporte de grande contato corporal, requerendo ações repetitivas, saltos, corrida e movimentos complexos, além da solicitação assimétrica da musculatura de tronco e braços. Des- sa forma, alterações clínicas no sistema locomotor e na postura podem ocorrer, sendo necessário uma avaliação fisioterápica global, identificando assimetrias corporais desencadeadas ao longo da prática do desporto. A população alvo deste estudo foram as 22 atletas da Seleção Brasileira Adulta Feminina de Handebol convocadas para a fase de treinamentos em Santa Maria (RS), visando os Jogos Olím- picos de Sidney. A ficha de avaliação postural utilizada foi a do Ambulatório de Fisioterapia do Hospital Universitário da UFSM, sendo realizada a análise visual de assimetrias e desequilíbrios corporais, além do registro fotográfico. Em 63,6% das atletas a anteversão pélvica pode ser observada, sendo que 50% dos casos em combinação com a lordose lombar. Quanto aos desvios na coluna, estes existiam em toda população sendo a lordose lombar (68,18%) mais comum. As assimetrias no ombro e escápula também apresentaram frequência elevada com alterações em 100% das atletas: anteriorização de ombros em 95,4% e 90,9% das escápulas com abdução isolada ou combina- ções de desvios (abdução e elevação, p.ex). As assimetrias observadas e aqui relatadas não podem ser caracterizadas como estruturais, tendo em vista a forma subje- tiva da análise. Os desequilíbrios musculares encontrados e a alta frequência de alterações na coluna revelam a carência de estudos na área da fisioterapia desportiva, bem como a impor- tância da avaliação e acompanhamento dos atletas por este pro- fissional. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Autismo: Uma abordagem fisioterápica O autismo é uma inadequação do desenvolvimento que se manifesta de maneira grave durante toda a vida (Grünspun, 78) com alterações presentes desde idades muito precoces e que se caracteriza, sempre, pela presença de desvios nas relações interpessoais, linguagem/comunicação e comportamento, com duas características cardinais: isolamento extremo e um desejo ansiosamente obsessivo de preservação da rotina, e da mesmice Carla Domingues, Ligia Veronica Aita, Michele Forgiarini Saccol Universidade Federal de Santa Maria – UFSM - RS Anahi F. N. Pereira, Daniela Costa, Simone M. Macêdo, Solan- ge T. Silva Centro Universitário do Triângulo, Uberlândia - MG Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001276 (Molfetta, 97). Segundo o livro “Autismo e psicose infantil”, autismo traduzido literalmente significa viver em termos do próprio eu, ou seja, uma criança centrada em si mesma (Moreira, 96). O diagnóstico é baseado no quadro clínico e não poderá, por- tanto, ser feito puramente com base em testes e algumas esca- las de avaliação (Lippi, 99). Com isso, vemos a necessidade de esclarecer melhor a patologia e seu quadro clínico, facilitando o diagnóstico para os profissionais da área de saúde bem como os pais destas crianças, e dando uma abordagem multidisciplinar com ênfase nos benefícios do tratamento fisioterápico, para que elas não sejam prejudicadas com um tratamento iatrogênico e tardio, pois o autismo pode passar desconhecido ou mal diag- nosticado por meses ou, em alguns casos, até anos. Essa pesquisa utiliza revisões bibliográficas, dando ênfase principalmente no diagnóstico, manifestações clínicas do Autismo Infantil Precoce, nos permitindo elaborar as possíveis formas de tratamento fisioterápico. O estudo nos permitiu facilitar o diagnóstico e traçar um tra- tamento fisioterápico adequado capaz de atuar dentro de todo quadro clínico da criança com Autismo Infantil Precoce. ○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia no transplante hepático Introdução Cerca de dois terços dos órgãos transplantados são acometi- dos por pelo menos um episódio de rejeição, muitas vezes pela decorrência da heterogeneidade da doença hepática. A fisiote- rapia é medida integrante do suporte terapêutico dos pacientes transplantados, fornecendo uma contribuição expressiva para esta parcela da população. O objetivo desse trabalho foi descre- ver uma série com cinco pacientes que realizaram transplante hepático e receberam tratamento fisioterapêutico. Pacientes e métodos Foram incluídos no estudo os pacientes, que realizaram trans- plante hepático, entre o período de fev/2001 a abril/2001. Verificou- se na avaliação, a procedência, idade, sexo, cor, profissão, renda mensal, o total de dias de internação até o momento da pesquisa, número de atendimentos prestados pela fisioterapia, complicações no pós-operatório, medicação utilizada, bem como, as técnicas aplicadas. Os pacientes receberam 3 atendimentos diários. Resultados A média de idade foi de 40,2 anos (± 10,7), sendo 2 pacientes masculinos, 4 pacientes brancos e 1 pardo. A renda mensal mé- dia, foi de 4,04 salários mínimos (± 2,1). As doenças hepáticas foram: cirrose alcoólica (2 casos), cirrose por vírus hepatite C (2 casos e 1 fulminante). O período médio de internação foi de 59,4 dias (± 22,9). Os pacientes receberam 429 atendimentos Continuação Cristine Hermann Nodari, Anelise Raupp, Bianca Ghiraldello, Tania Maria Zambon, Alexandre Simões Dias, Marcelo Rieder Irmandade Santa Casa de Misericórdia de Porto Alegre - ISCMPA e Faculdade de Fisioterapia do Instituto Porto Alegre – IPA, Porto Alegre - RS Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 277 da fisioterapia, sendo que a média foi de 85,8 (± 30,9). As com- plicações no pós-operatório foram: derrame pleural bilateral e infecções oportunistas em 4 casos. Ocorreu óbito em 1 caso, por rejeição aguda. A medicação controle para todos os paci- entes foi o Ácido ursodesoxicólico, Ciclosporina A, Omeprazol, Prednisona e Nistatina. Foram aplicadas manobras manuais desobstrutivas, exercícios de expansão pulmonar, máscara de EPAP (Pressão Positiva Expiratória) e recondicionamento físi- co global. Conclusão A descrição da série de cinco casos, mostrou-nos que a ava- liação geral desse pacientes é satisfatória e importante para a execução da conduta fisioterapêutica, visando assim, o retor- no precoce às atividades de vida diária, buscando uma me- lhor qualidade de vida. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Reabilitação pós tratamento cirúrgico para lesões condrais da tróclea do tálus com mosaicoplastia A lesão condral do tálus é, em sua grande maioria, associa- da a entorses de tornozelo. O diagnóstico é baseado na inter- pretação de imagens radiológicas, ressonância magnética e tomografia computadorizada. A classificação radiológica da lesão, segundo Bernt e Harty (1959), é a mais utilizada até hoje. O tratamento cirúrgico é o mais indicado devido a evo- lução para osteoartrose precoce. Este trabalho reuniu 5 paci- entes do sexo masculino com lesão osteocondral do tálus, ida- de média de 32,7 anos, acometimento lateral em 2 casos, 3 lesões do lado esquerdo e tempo médio de evolução das do- res após o trauma inicial de 12,7 meses. A técnica cirúrgica foi a mosaicoplastia com utilização de enxerto osteocondral autógeno da crista troclear lateral do joelho. A reabilitação precoce foi baseada na mobilização passiva e ativa de torno- zelo e joelho no pós-operatório imediato, com crioterapia após os exercícios. Os exercícios foram intensificados após 5-7 dias com estimulação elétrica para minimizar a atrofia muscular. A carga foi permitida após 4 semanas nos pacientes com le- são lateral e com lesão medial pura, e após 6 semanas no pa- ciente com lesão dupla. Inicia-se então fortalecimento mus- cular e exercícios de propriocepção até a reabilitação com- pleta. Todos os pacientes retornaram ao mesmo nível de ati- vidade que tinham antes da lesão, sendo a média de pontua- ção da AOFAS 94,5. O retorno as AVDs ocorreu após o retorno da marcha (16 semanas após a cirurgia). A técnica de mosaicoplastia e um programa de reabilitação baseado na mobilização e descarga de peso precoce, otimizaram os resul- tados obtidos. Continuação Marcelo Pires Prado, Maíra Andressa Malvezzi Valenzi, Leandro Siqueira Simões, Alberto Abussamra Moreira Mendes, Sérgio Luiz Jeremias Junior Centro de Ortopedia e Reabilitação no Esporte do Hospital do Coração – CORE - SP Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001278 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Intervenção da fisioterapia na incontinência urinária e a repercussão na relação sexual Introdução A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de urina que representa um problema social e higiênico para o paciente. O impacto da perda de urina na qualidade de vida do paciente, restringe-o social e sexualmente, uma vez que a maioria dos pacientes reclusam-se e afastam-se dos par- ceiros. Objetivo Analisar a intervenção da fisioterapia em pacientes com di- agnostico de IU e os resultados da aplicação da escala análogo visual quanto ao grau de satisfação sexual no início e final do tratamento fisioterapêutico. Pacientes e métodos Através do serviço de Urologia do HNSC, foram encaminha- das 58 pacientes ao ambulatório de fisioterapia, (durante o ano de 2000) para a realização de fisioterapia pélvico-vesico- esfincteriana, Foram submetidas a avaliação, exame físico, ex- planação anatômica, calendário miccional e aplicação de exer- cícios fisioterapêuticos. Concomitante ao tratamento (início, meio e fim), aplicou-se uma escala análogo visual (de 0 a 10) onde a paciente assinalava o seu grau (de melhora ou não) da condição sexual. Resultados Das 58 pacientes do estudo, 9 (20%) não apresentavam vida sexual ativa. A média de idade foi de 44,2 anos (25-71), e duração dos sintomas era de 5,5 anos, onde 24 (53,3%) das pacientes já realizaram 1 ou mais intervenções para IU. O grau da muscula- tura pélvica inicial foi de 2,4 (na escala de 0-5) e após 4,3 meses (em média) atingiu-se um grau de musculatura de 4,14. Usa- vam em média de 5,6 forros/dia inicialmente e nenhum forro ao final do tratamento. O grau quanto à melhora da qualidade se- xual, inicialmente, era 1,61 (escala de 0-10) e ao final do trata- mento foi de 8,25. Conclusão Através deste estudo, observamos que a implementação das atividades fisioterapêuticas, contribuíram para a recuperação da continência urinária e da melhora considerável quanto à relação sexual das pacientes. Concluímos que, o reforço da musculatura do assoalho pélvico e a recuperação da neuroplasticidade sinérgica vésicoesfincteriana em pacientes com IU refletem na melhora da qualidade da relação sexual e auto-estima da paciente Camila M. Chaves, Tânia M.F. Zambon, Taise C. Tessari, Cristine H. Nodari, Dr. Isidoro D. Papadopol Hospital Nossa Senhora da Conceição-HNSC- Faculdade de Fisioterapia do IPA, Porto Alegre - RS Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 279 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia respiratória no paciente hospitalizado por tétano grave: relatos de dois casos Introdução O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa, freqüentemente fatal, causada pela ação do Clostridium tetani sobre as células do SNC. Devido suas características (hipertonia da musculatura estriada), observam-se: trismo, opistótono, ri- gidez abdominal e rigidez de nuca. Os espasmos são violentas exacerbações paroxísticas da hipertonia e levam o paciente a um quadro asfíxico, com cianose e parada respiratória. Nem sempre o uso de drogas músculo-relaxadoras cessam os espas- mos, sendo então administrados bloqueadores da junção mioneural. Neste momentoa fisioterapia tem o importante pa- pel de manter as vias aéreas permeas, adequadamente ventila- das e higienizadas através da instituição de manobras terapêu- ticas e adequação de parâmetros da ventilação mecânica. O pre- sente trabalho tem como objetivo observar a evolução pneumo- funcional de pacientes internados com tétano grave, submeti- dos à ventilação mecânica e tratamento fisioterápico. Metodologia Foram observados dois casos de tétano grave internados no HC-UNICAMP durante 28 dias. Foram realizadas sessões de fi- sioterapia respiratória durante todos os dias de internação, in- cluindo técnicas de higiene brônquica, aspiração, reexpansão pulmonar e adaptação de parâmetros ventilatórios. Durante o acompanhamento dos pacientes foram avaliados a ausculta pul- monar e os radiogramas de tórax. Resultados Durante os 28 dias de tratamento fisioterápico em cada paci- ente, foram observados: melhora da ausculta pulmonar quanto ao desaparecimento de ruídos adventícios e aumento na venti- lação pulmonar basal no paciente 1 em 71,4% dos dias de atua- ção fisioterapêutica, e no paciente 2, em 75% dos dias. Quanto ao acompanhamento do radiograma de tórax, foi observado que, entre a imagem do 1º dia de internação e do 28º dia, não houve alteração volumétrica, mantendo-se a expansibilidade. Conclusão Através dos resultados obtidos, concluímos que o tratamen- to fisioterápico foi eficaz na maior parte dos dias de atendi- mento, perfazendo um total de melhora na ausculta pulmo- nar pela anamnese em 73,2% dos dias. Camilla Valladão Fernandes, Evelyn Regina Couto Unicamp, Campinas - São Paulo Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001280 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Peso corporal e peso do material escolar transportado por crianças em idade escolar O conhecimento da quantidade de material escolar transpor- tado pelos escolares e relacionando-o ao seu peso corporal é im- portante para uma atuação preventiva no sentido de impedir ou minimizar as possíveis alterações na postura e nas estruturas da coluna vertebral das crianças, além de ampliar a atuação do fisi- oterapeuta na área escolar. Dessa forma, o objetivo do presente estudo foi quantificar o peso absoluto do material escolar relaci- onando-o com o peso corporal dos escolares das escolas particula- res de Bauru. Foram sujeitos 116 meninos e 124 meninas, com idades entre 11 e 14 anos, de 5a e 6a séries da rede de ensino parti- cular de Bauru, no período de outubro de 2000 a março de 2001. Para a consecução do objetivo proposto foram realizados os se- guintes passos: coleta de dados, junto à secretária de educação, do número de alunos matriculados nas escolas particulares da cidade de Bauru; identificação das séries escolares em que é exigida maior quantidade de material escolar; dados específicos sobre o tipo de equipamento, peso do material transportado e peso dos sujeitos da amostra. Foram feitas análises estatísticas descritivas, testes de hipótese (Mann-Whitney), teste Kruskal – Wallis e de correlação (Pearson). Os resultados indicaram que: 1) Os escolares do sexo masculino transportam maior quantidade de material escolar comparados aos do sexo feminino; 2) Os es- colares que utilizam “carrinho” como equipamento para trans- porte do material escolar transportam maior peso comparados aos que utilizam mochila de fixação escapular e mochila de fixa- ção dorsal; 3) Há relação inversa entre a idade e o peso do materi- al escolar; 4) 30% dos alunos transportam material escolar com peso igual ou acima de 4kg; 5) 29,5% da amostra transportam peso acima de 10% do peso corporal e 10% estão acima de 15% do seu peso corpóreo. Pode-se concluir que os estudantes analisa- dos estão sendo submetidos a peso de material escolar excessivo, expondo-os a um maior risco de lesões nas estruturas músculo- esqueléticas da coluna vertebral. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Elogio da ação sensível - projeto de extensão em fisioterapia neurofuncional domiciliar O Projeto de Extensão em Fisioterapia Neurofuncional Do- miciliar acontece no Bairro Canudos, periferia da cidade de Novo Hamburgo, região do Vale dos Sinos de Porto Alegre, 60.000 ha- bitantes, desde setembro do ano de 1999. Veio propor uma Fisi- oterapia que vai ao encontro das necessidades dos alunos e da Cynthia Madrigal, Vanessa Silva Sales, Alberto de Vitta Universidade do Sagrado Coração – Bauru – São Paulo) Ana Clara Bonini Rocha Centro Universitário Feevale – NH/RS Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 281 população, porque se volta para valores de manutenção e de prevenção da saúde. Seus principais objetivos são de proporci- onar ação de qualidade, sensível e técnica, para um recorte populacional carente e excluído, que desconhece a Fisioterapia autônoma e científica, e de possibilitar ao agente de saúde, alu- no de Fisioterapia, uma ação humanista como valor profissio- nal, o que os conduzirá a um salto em direção a qualidade pro- fissional e para a conquista de uma identidade de ética social. O egresso terá tido todos os subsídios para produção de conheci- mento específico na área da fisico-função da mais alta qualida- de técnica e conhecerá os seus compromissos para com a socie- dade. Os objetivos específicos são de proporcionar um campo para produção científica de projetos e trabalhos de conclusão de curso nas áreas preventiva, recuperativa, curativa, e social; Proporcionar um olhar para toda a dimensão da saúde que trans- cende a lógica da doença; Formar profissionais que se diferenci- em por sua visão global do ser humano; Popularizar a Fisiotera- pia. Quer ser uma contribuição para a sociedade, uma interven- ção profissional de Fisioterapia e de docência fundamentada nas relações interpessoais, científicas e fraternas, que complementem as limitações do conhecimento. A triagem é fei- ta através do preenchimento de Ficha de Inscrição no Posto de Saúde Municipal, e a avaliação e reavaliação fisioterapêutica neurofuncional possui critérios da Medida de Independência Funcional, da Prova de Funcionalidade, da Tabela de Held, e do Controle Motor (Ashburn). São 30 alunos e 80 pacientes (crian- ças, adultos e idosos) sendo atendidos em 20 horas semanais por voluntários, supervisor e assessores de ensino. Desnuda-se uma demanda até então escondida pela pobreza e pelo isola- mento, e que precisa ser atendida em nome da responsabilida- de que tem uma ação fisioterapêutica de saúde, fazendo da Fisi- oterapia do século XXI uma realidade: uma terapia para a vida. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Ordem de recrutamento muscular em movimentos de apontar e sua relação com as forças geradas nas articulações Introdução Para alguns autores a ordem de recrutamento muscular se- ria função da orientação do braço no espaço. Para outros auto- res, a ordem de recrutamento muscular obedeceria à demanda mecânica da tarefa. Neste estudo testamos a hipótese de que a mudança na ordem de recrutamento seria conseqüência dos torques de interação, gerados pelo movimento da articulação focal, na articulação não-focal. Métodos Os movimentos do ombro, cotovelo e dedo indicador foram reconstruídos no espaço, utilizando um sistema óptico de análi- Continuação Nadia Fernanda Marconi*, Maira Lícia Foresti**, Gil Lucio Almeida*. *Universidade Estadual de Campinas, São Paulo e Universidade de Ribeirão Preto - São Paulo, ** Universidade de Ribeirão Preto -São Paulo Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001282 se tridimensional (Optotrak). Os movimentos foram realizados em cinco orientações espaciais diferentes (180°, 135°, 90°, 45° e 0°). As tarefas realizadas nas orientações espaciais de 180°, 135° e 90° foram executadas com adução do ombro e as tarefas reali- zadas nas orientações de 45° e 0° foram executadas com abdução. Em todas as orientações, o cotovelo sempre moveu em exten-são. A partir destes dados, calculamos os torques musculares e de interação nestas articulações. Simultaneamente, registramos a atividade eletromiográfica (EMG) de cinco músculos (deltóide anterior, deltóide posterior, bíceps braquial, braquioradial e tríceps lateral). Esses dados foram utilizados para o cálculo da ordem de recrutamento muscular. Resultados A ordem de recrutamento muscular muda com a orientação espacial. Embora o cotovelo tenha movido em extensão em to- das as orientações espaciais, o bíceps braquial (antagonista) foi ativado antes do tríceps braquial (agonista), em duas orienta- ções espaciais em que o braço moveu em adução (180º e 135º). No entanto, o braquioradial comportou-se como antagonista em todas as orientações espaciais. Por outro lado, não houve uma relação entre a ordem de recrutamento da musculatura do mem- bro superior e os torques de interação. Discussão Os resultados deste estudo revelam que a mudança na or- dem de recrutamento do bíceps, em algumas orientações espa- ciais, deve ser atribuída à sua atuação bi-articular. Essa mudan- ça na ordem de recrutamento atende à demanda mecânica da tarefa, em termos da geração de força muscular na articulação do ombro. Estes achados indicam que devemos ser cautelosos ao utilizarmos a terminologia agonista-antagonista para descre- ver a ação da musculatura, em tarefas motoras mais complexas. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ A fisioterapia participando da recuperação da corporeidade e auto-estima de idosos - estudo de caso O envelhecimento representa etapa do desenvolvimento indi- vidual, com perdas gradativas da capacidade física e intelectual e menor expectativa de vida. De posse do conhecimento do mé- todo proposto por Kelder (1985), sugerindo cinco exercícios tibetanos, com finalidade de postergar o envelhecimento, optou- se pela aplicação e verificação de seus efeitos numa Instituição Asilar, na cidade de São Carlos, SP. Os objetivos da presente co- municação consistem em apresentar e descrever estudo de qua- tro idosos (uma mulher e três homens, 69, 60, 64 e 78 anos respec- tivamente), submetidos a exercícios da referida técnica, diaria- mente, durante seis meses consecutivos. Foram realizados antes e ao final da intervenção, exames laboratoriais (hemograma, do- sagens hormonais de T3, T4, TSH), testes complementares Continuação Cristina Faria Westphal, Simone Farhat Moujaes, Nelcy Vera Nunes Simões, Aguinaldo Gonçalves Grupo de Saúde Coletiva/ Epidemiologia e Atividade Física – FEF/Unicamp, Campinas - SP Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 283 (Barthel e “Minimal Memorial Test”), avaliação fisioterápica e geriátrica. No inicio, observou-se presença de rigidez articular, referência de dor, déficit de coordenação motora, fadiga, indispo- sição, pele ressecada, máculas senis e dificuldade de memorização para todos os exercícios. No final, houve recuperação acentuada de memória, diminuição da queixa de dores, da rigidez articular, melhora significativa das manchas senis (40%); as taxas hormonais elevaram-se em 20% e houve, ainda, melhora na ventilação pul- monar. Registra-se, assim, situação que pessoas da Terceira Ida- de, podem ganhar condições mais dignas de vida, de imagem corporal e de bem-estar físico-emocional em procedimentos terapêuticos que incluam, destacadamente, a Fisioterapia. Referência: Kelder P. A fonte da juventude. Editora Best Seller: São Paulo, 1989. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fonocardioamplicador com análise gráfica - um recurso didático para aulas de ausculta cardíaca Introdução A ausculta cardíaca constitui um dos itens do exame físico fisioterápico que exige do profissional uma interpretação do som auscultado com a fisiopatologia do quadro clínico. O aprendiza- do é difícil e deve ser utilizado ainda na graduação. Objetivos Facilitar o aprendizado da ausculta cardíaca de modo a tornar o estudo mais interessante e agregador. Demonstrar formas de utili- zação da informática como meio didático simples e de baixo custo. Metodologia Através de um estetoscópio comum, que teve sua parte auricular retirada restando-lhe apenas a campânula e o segmen- to cilíndrico foi adicionado um microfone capacitivo de eletreto, componente comum em rádio-gravadores. A cápsula foi solda- da ao tubo do estetoscópio com algodão embebido em cola para evitar perda de som e interferências do ambiente. Através de fio e plugues apropriados o conjunto foi conectado a uma placa de som de computador. O sinal recolhido recebe tratamento atra- vés de um programa de som como o Cool Edit 96ä ou similar que possibilita amplificação e análise ondulatória do som. Resultados Aumento do interesse dos alunos e da interatividade do gru- po. Maior assimilação do conteúdo e maior facilidade de inter- pretação dos sons cardíacos. Conclusão O fonocardioamplificador pode ser usado como mais um recurso didático nas aulas de ausculta cardíaca por ser um equipamento de simples montagem, de baixo custo e portá- til. Permite a criação de uma fonoteca com diferentes sons cardíacos, nas mais variadas situações. Continuação Will Hernane Pereira Costa, Giane Amorim Ribeiro, Lívia Ribeiro Borges Lazzarotto, Juliana Magalhães Machado Barbosa Centro Universitário de Belo Horizonte - UNI-BH – Belo Horizonte - MG Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001284 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Descrição de um projeto de hidroterapia pediátrica em Florianópolis O projeto em análise consiste em um programa de hidroterapia realizado na piscina do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos (CEFID), da Universidade do Estado de Santa Catarina (UDESC) em uma parceria entre esta insti- tuição de ensino e o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG) de Florianópolis. O projeto é coordenado por um médico do HIJG, e executado por acadêmicos de Fisioterapia da UDESC. As atividades iniciaram em 1996, atendendo crianças com di- versas patologias crônicas, que chegam ao ambulatório do HIJG com a necessidade da prática de atividade física. O programa é ministrado através de duas sessões semanais durante o ano le- tivo da Universidade. O objetivo principal deste estudo é o de descrever o projeto de hidroterapia pediátrica realizado em par- ceria com o CEFID-UDESC e o HIJG de Florianópolis. Os da- dos foram obtidos através de uma análise retrospectiva dos pron- tuários de todos os pacientes que participaram deste projeto, desde março do ano de 1996 até dezembro de 1999. Os pacientes foram subdivididos conforme suas patologias em 4 grandes gru- pos: “patologias ortopédicas” (problemas posturais, legg-calvè- perthes, osteogênese imperfecta, etc), “neurológicas” (distrofias, paralisia cerebral, mielomeningocele, etc), “respiratórias” (asma, bronquite e mucoviscidose) e “outras” (obesidade, baixa estatu- ra, puberdade precoce, etc). No período do estudo, foram aten- didas em média 50 crianças, com idades variando entre 3 e 14 anos. Foram classificadas 8 crianças no grupo das patologias ortopédicas, 20 no grupo das neurológicas, 16 com patologias respiratórias e 6 com outras doenças. A média de atendimento diário foi de 20 crianças. Conclui-se que o projeto em questão atende crianças com as mais diversas doenças, sendo que as patologias neurológicas, nestes 3 anos, se mostraram em maior número de ocorrências, seguidas de perto pelas patologias res- piratórias. Graças aos efeitos benéficos da água, foram obtidos grandes resultados no tratamento destas crianças, principalmen- te no que diz respeito à independência no meio aquático. Pelo fato de não ter havido nenhuma espécie de acidente na vigên- cia das sessões, verifica-se a segurança do projeto. Resumos de congressos e trabalhos Ana Cristina C. Pons*, Gesilani J. da Silva*, Joel Steinman** *Acadêmicas do curso de Fisioterapia do Centro de Educação Física, Fisioterapia e Desportos,Universidade do Estado de Santa Catarina, Florianópolis SC, *Médico Pediatra Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 285 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Síndrome de Guillain–Barré tipo Aman e fisioterapia: relato de caso A Síndrome de Guillain–Barré (neuropatia desmielinizante inflamatória aguda), é descrita por acometimento de nervos periféricos e cranianos. Compreende variantes conhecidas em literatura, sendo o tipo Aman caracterizado pelo envolvimento axonal sensório–motor agudo, comprometendo adolescentes entre 10 e 15 anos (aproximadamente), e acometendo região superior do corpo (cabeça, pescoço, membros superiores, tórax, e músculos respiratórios). Esta variante é de caráter extrema- mente rara e de difícil diagnóstico. W.A.S., 9 anos, sexo masculino, internado por faringite, apre- sentou insuficiência respiratória aguda grave e paralisia aco- metendo a região superior do corpo. O diagnóstico de AMAN foi definido 30 dias após a internação. Evoluiu com ventilação me- cânica prolongada (70 dias), fraqueza muscular respiratória e difícil desmame. Não houve necessidade de traqueostomia. A fisioterapia proposta deu enfoque à higiene brônquica, reexpansão pulmonar e treinamento muscular. Iniciou-se o tra- balho imediatamente após a internação e evoluiu com acompa- nhamento intensivo ininterrupto, complementando-se em am- bulatório pós alta hospitalar. As condições atuais do paciente mostram recuperação total da função respiratória e leve comprometimento postural, ainda em acompanhamento fisioterapêutico. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia respiratória em pós-operatório de cirurgia cardíaca pediátrica: influência do modo de tratamento com Sato2 e estabilidade hemodinâmica Nos últimos anos a Fisioterapia Respiratória tem tido grande indicação em crianças submetidas à cirurgia cardíaca, com a finalidade de prevenir e tratar complicações pulmonares no pós- operatório. Com o objetivo de avaliar os efeitos de técnicas específicas de fisioterapia com a Saturação de Oxigênio (SATO2) e a estabi- lidade hemodinâmica (onde avaliamos a Freqüência Cardíaca (FC) e a Pressão Arterial média (PAm) e comparar qual das téc- nicas levou a maior alteração dos parâmetros analisados, este trabalho foi desenvolvido. Foi utilizado o monitor SIEMENS SC 6002 para análise da FC,SATO2 e PAm. As três condutas utilizadas foram:1-Mano- bras de desobstrução brônquica (MDB) , de Reexpansão Pul- G. Cecílio, R. Grande Hospital de Clínicas da Universidade Estadual de Campinas, Serviço de Fisioterapia Pediátrica. Campinas - SP Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 B. Daniela, M. Edna Hospital Português, Instituto do Coração de Pernambuco, Recife PE Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001286 monar (RP)e Posicionamento. 2-MDB,RP. 3-MDB, Posicion- amento e Aspiração. Vinte crianças entre 5 m a 15 a, em pós-operatório de cirurgia cardíaca, com indicação de fisioterapia foram incluídas. A esco- lha da conduta a ser aplicada foi baseada nos achados clínicos (Ausculta Pulmonar (AP) e Rx do dia) e comentários do corpo de enfermagem. A FC, SATO2 e PAm, foram analisadas antes, durante e após cada procedimento. Resultados: Em relação a FC houve diferença estatisticamen- te significativa entre a FC antes e após nas condutas 1 e 3. Em relação a SATO2 e PAm não houve diferença estatisticamente significativa antes e após o procedimento nem entre as três con- dutas. Concluímos que condutas que incluem posicionamento e aspiração de secreções causam maiores alterações na hemodinâmica em relação a condutas na quais estas técnicas não estão incluídas. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Fisioterapia respiratória na síndrome deprune belly A síndrome de Prune Belly ou da “barriga em ameixa seca” é congênita e se manifesta em recém-nascido do sexo masculino. Caracteriza-se por paredes abdominais finas e flácidas, de as- pecto ruguso com hipoplasia ou agenesia dos musculos da pa- rede abdominal, criptorquidia bilateral e anomalias das vias urinárias. L.A.S., 6 meses de idade, deu entrada na unidade pa- cientes graves do Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ em 11/05/98, proveniente do lar, com quadro de IRA, anemia, sepse, diarréia, distúrbio de coagulação, choque e infecção urinária. Foi intubado, ventilado mecanicamente por 18 dias, sendo 16 dias em VMI e 02 dias em CPAP traqueal. Neste período ocorreu um episódio de PCR por extubação acidental. O acompanha- mento fisioterápico foi de forma descontínua, ora por apresen- tar labilidade clínica, ora por intolerância às tentativas de des- mame, necessitando inclusive de parâmetros agressivos. Após desmame da prótese ventilatória, o RX imediato do tórax mos- trava atelectasia do LSD.A postura do paciente no leito era de hiperextensão da coluna vertebral, discreta retração do esterno, elevação das costelas e dos ombros e encurtamento da muscu- latura do pescoço. O aspecto geral do tórax era de deformidade em sino (redução do diâmetro apical e aumento do diâmetro diafragmático. O tratamento fisioterápico instituído incluiu a colocação de uma cinta abdominal, posicionamento em prono com retroversão de pelve e foi utilizado o método RTA- Reequilíbrio Tóraco Abdominal, como terapêutica de primeira B. Daniela, M. Edna Hospital Português, Instituto do Coração de Pernambuco, Recife PE Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 287 escolha e, em seguida, aspiração naso-faríngea. O manuseio in- cluiu alongamento passivo de toda a musculatura paravertebral e de cintura escapular, enfatizando o alongamento dos múscu- los peitorais. O RX de tórax após conduta, mostrou recrutamen- to alveolar da área comprometida. Concluímos que o apoio ade- quado da parede abdominal, através do uso da cinta e postura prona, associado aos alongamentos descritos e maior estabili- dade da caixa torácica fez com que houvesse melhora significa- tiva do padrão respiratório com repercussão clínico funcional. Atualmente o paciente segue acompanhamento sistematizado de fisioterapia respiratória ambulatorial no IFF- FIOCRUZ . ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Linfangiectasia pulmonar congênita – serviço de atendimento domiciliar as crianças cronicamente enfermas do IFF-Fiocruz ASO, 1a, masculino, foi encaminhado ao IFF aos 12 dias de vida com quadro de taquidispnéia e cianose persistentes, esfor- ço respiratório acentuado, ausculta pulmonar com diminuição do murmúrio vesicular e broncoespasmo. Rx de tórax inexpressivo. Após biópsia, foi diagnosticado como portador de Linfangiectasia Pulmonar Congênita, um raro distúrbio congê- nito caracterizado por dilatação excessiva dos ductos linfáticos por todo pulmão. Apresentando-se em 03 diferentes tipos quanto sua extensão e gravidade, a LPC, na maioria dos casos, mani- festa um quadro clínico de angústia respiratória com cianose logo após o nascimento, progredindo com piora do quadro em geral. Está associada a outras anormalidades em 50% dos casos; seus estudos de imagem mostram hiperinsuflação e padrão reticular difuso, e seu diagnóstico é feito através de biópsia pul- monar, apresentando dilatações císticas dos linfáticos nas regi- ões subpleural e intralobular e nos espaços perivasculares, dan- do aos pulmões um padrão reticulado subpleural de finas linhas brancas interconectadas com áreas císticas de aprisionamento aéreo. Durante o período de admissão, necessitou de O2 suple- mentar (oxyhood), e suporte pressórico (CPAP-nasal), posterior- mente adaptado a um Bipap através de máscara nasal. Atual- mente, é dependente de O2 e Bipap noturno.Apresenta uma frequência respiratória média de repouso entre 35-45 irpm, aus- culta pulmonar com murmúrio vesicular diminuído globalmente e broncoespasmo persistente (faz uso de salbutamol 4/4 h), es- forço respiratório moderado com tiragem costal, uso excessivo de musculatura acessória com consequente abaulamento torácico, aletas nasais aladas, com padrão radiológico de hiperinsuflação generalizada. É acompanhado 2 vezes por se- mana, com a finalidade de minimizar a morbi-mortalidade. Até Rafaela Mendes, Marcia de Castro IFF-FIOCRUZ Rio de Janeiro RJ Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001288 o momento, o paciente parece responder bem ao tratamento, o qual consiste em manuseios do método RTA (Reequilíbrio Tóraco-Abdominal), apresentando melhora na ventilação e na mecânica respiratória, com diminuição de FR e menor solicita- ção da musculatura acessória, após terapêutica. ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ O vínculo mãe-bebê em prematuros que foram submetidos à ventilação mecânica e a relação com seu comportamento motor Sabemos que o bebê prematuro, que necessita de ventilação mecânica ao nascimento, sofre uma separação abrupta da mãe logo após o parto, também observamos que com o advento dos Centros de Terapia Intensiva Neonatais hoje sobrevivem crian- ças que anteriormente não teriam possibilidade de vida. Anali- sando estas questões, surge na área de estudo da Fisioterapia a necessidade de pesquisarmos mais sobre todas as possibilida- des que levem estas crianças a terem maior qualidade de vida. O objetivo de nossa investigação é relacionar a interação da mãe com seu bebê prematuro, que foi submetido à ventilação mecâ- nica (VM), com os transtornos de comportamento motor no pe- ríodo de internação hospitalar. A pesquisa foi realizada no Cen- tro de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Conceição da Cri- ança, em Porto Alegre, no ano de1999. A coleta de dados foi rea- lizada através de revisão de prontuários médicos, entrevistas semi-estruturadas às mães, observações sistemáticas das visi- tas das mães aos bebês e avaliação do comportamento motor através da escala de Brazelton. Participaram deste estudo 14 mães e seus bebês. Os dados das entrevistas foram agrupados, conforme as respostas similares, em categorias e analisados de forma qualitativa. Os achados das observações foram relacio- nados com o encontrado no comportamento dos bebês, através de análise estatística, utilizando o Coeficiente de Correlação de Pearson. Encontramos várias correlações significativas, desta- camos: correlação inversa entre exagero de estimulação da mãe e maturidade motora do bebê (-0,612), correlação direta entre calor e emoção maternal com habituação à luz (0,875), entre verbalização da mãe e habituação à luz (0,704), entre interação positiva da díade e habituação à luz (0,763) e entre interação positiva da díade e habituação ao som de chocalho (0,539). Con- cluímos afirmando que é necessária a atuação da Fisioterapia, de forma preventiva, nas alterações do desenvolvimento motor destes prematuros submetidos a VM. K. Scaramussa, V.Rech Universidade Luterana do Brasil, Canoas - RS Congresso Brasileiro de Fisioterapia Respiratória, Gramado - RS - 2000 Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 289 Artigo original ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Avaliação de crianças com fibrose cística após 12 meses de fisioterapia respiratória Evaluation of children with cystic fibrosis after 12 months of respiratory physiotherapy Juliana de F. Fracon*, Maria J. J. Sologuren**, Ada C. Gastaldi***, Mário Antônio Baraúna**** *Mestre em Fisioterapia, **Livre Docente em Pediatria, ***Doutora em Reabilitação Pulmonar, ****Doutor em Motricidade Humana, Centro Universitário do Triângulo – UNIT Resumo Objetivos: Avaliar o crescimento pondero estatural, o estado nutricional, a freqüência de pneumonias e a tolerância ao exercí- cio, em crianças com fibrose cística, após associação de fisioterapia respiratória tradicional ao tratamento farmacológico. Métodos: Foram avaliadas 7 crianças com fibrose cística com- provada, do Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. A fisioterapia respiratória foi realizada de novembro de 1997 a outubro de 1998, em sessões de 1 hora, 3 vezes por semana. Os parâmetros avaliados no início e ao final da pesquisa foram peso e altura, pela tabela do National Center for Health Statistics; estado nutricional, segundo o escore de Waterlow; freqüência de pneumonias em relação aos 12 meses anteriores; tolerância ao exer- cício, pelo teste de caminhada de 6 minutos. A análise estatística utilizou a prova de Wilcoxon, com nível de significância em 0,05. Resultados: O crescimento pondero estatural estava comprome- tido no início e ao final da pesquisa, embora houvesse ganho signi- ficativo de peso e estatura ao final. O estado nutricional, previa- mente comprometido, assim se manteve. Os episódios de pneumo- nia diminuíram significativamente (p < 0,05). Não ocorreram alte- rações significativas no teste de caminhada de 6 minutos. Conclusão: O grupo teve crescimento pondero estatural signifi- cativo e diminuiu a freqüência de pneumonias. No entanto, mante- ve-se desnutrido e com tolerância ao exercício inalterada. Endereço para correspondência: Maria José Junho Sologuren, Rua Guaicurus, 270 - Bairro Saraiva, 38408-394 Uberlândia – MG, Tel: (34) 3214-2914, Fax: (34) 3239-9617, E-mail: solo@triang.com.br Palavras- chave: Fibrose cística, Fisioterapia respiratória, Avaliação Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001290 ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ Abstract Objectives: To evaluate weight and height growth, nutritional status, frequency of pneumonia episodes, and tolerance to exercise, in children with cystic fibrosis after the association of traditional respiratory physiotherapy with pharmacological treatment. Methods: Seven children with confirmed cystic fibrosis seen at the Pediatric Pulmonology outpatient clinic of the Federal University of Uberlandia were evaluated. Respiratory physiotherapy was performed from November 1997 to October 1998 in 1 hour sessions three times a week. The parameters evaluated at the beginning and at the end of the study were weight and height according to the National Center for Healt Statistics; table, nutritional status, frequency of pneumonia during the previous 12 months, and tolerance to exercise determined by the 6 minute walk test. Data were analyzed statistically by the Wilcoxon test, with the level of significance set at 0.05. Results: Weight and height growth was impaired both at the beginning and at the end of the study, although a significant weight gain had occurred by the end of the study. The previously compromised nutritionsl status continued to be so at the end of the study. The episodes of pneumonia decreased significantly (p < 0.05). There were no alterations in the 6 minute walk test. Conclusion: The group had a significant weight and height growth and a decreased frequency of pneumonia. However, it continued to be malnourished, with inaltered tolerance to exercise. Introdução A fibrose cística (FC) é a mais comum das doenças genéticas potencialmente letais da raça branca [1,2]. Embora seja multissistêmica, a doença pulmonar obstrutiva crônica e a desnutrição são suas manifestações mais exuberantes [3]. Entre caucasianos, sua incidência estimada é de 1 em 2.500 nascidos vivos [4]. A doença respiratória progressiva é a prin- cipal responsável pela morbi-mortalidade, embora sua severidade seja muito variável [5]. Em 1938, 80% dos doentes morriam no pri- meiro ano de vida [6]. Contudo, o diagnóstico e o tratamento precoces têm permitido um aumento na sobrevida, nos países desenvol-vidos. A média de sobrevida esperada para os nascidos em 1990 é de 40 anos [7]. Key words: Cystic fibrosis; Respiratory physiotherapy, Evaluation No Brasil, porém, a sobrevida ainda é pe- quena. Em Minas Gerais, a média de sobrevida relatada por Reis et al. (1998) foi de 12,6 anos, semelhante à observada em países desenvol- vidos em 1970. Estes autores relacionaram a curta sobrevida à organização do sistema de saúde e às condições sócio-econômicas desfa- voráveis nos países em desenvolvimento [8]. No tratamento, destacam-se os antibióticos para combater as inúmeras infecções pulmo- nares que são, na maioria dos casos, respon- sáveis pelo rápido declínio na função pulmo- nar [9]; a reposição de enzimas pancreáticas e a melhora no estado nutricional [10,11] e a eli- minação das secreções pulmonares [12]. Fisioterapia respiratória é suporte impres- cindível no tratamento da doença pulmonar [12]. A fisioterapia respiratória tem como ob- jetivo remover o muco viscoso e o exsudato Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 291 causado pelas infecções pulmonares, sendo o principal tratamento não farmacológico. Deve ser iniciada desde o diagnóstico e continuada regular e rotineiramente até o fim da vida, independente do grau de comprometimento pulmonar. Há controvérsias a respeito de quais técnicas fisioterápicas devem ser utilizadas, porém Thomas et al. (1995), em meta análise a respeito, relataram que a fisioterapia tradi- cional resulta em uma eliminação significantemente maior de secreção [12]. Para a fisioterapia respiratória não há um protocolo a ser seguido. Devido à variação no quadro clínico, cabe ao fisioterapeuta julgar as técnicas mais eficientes para cada paciente [13]. Este trabalho teve por objetivo avaliar o crescimento pondero-estatural, o estado nutricional, a freqüência dos episódios de pneumonia e a tolerância ao exercício, em cri- anças com FC, após associação de fisioterapia respiratória tradicional ao tratamento farmacológico. Pacientes e métodos Participaram do estudo 7 crianças com di- agnóstico comprovado de FC através da dosa- gem, em duplicata, de cloro no suor, com va- lores iguais ou superiores a 60mEg/L. Estas eram todas as crianças em acompanhamento no Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU). As mesmas faziam uso rotineiro de enzimas pancreáticas; eram medicadas com antibióticos quando ocorriam infecções pulmonares. Em novembro de 1997, foi acrescentado, a este esquema terapêutico, fisioterapia respiratória tradicional, 3 vezes por semana, em sessões de 1 hora, durante 12 meses. Os procedimentos fisioterápicos para crian- ças maiores de 5 anos de idade foram drena- gem postural brônquica, percussão, vibrocompressão e exercícios respiratórios e posturais; em crianças menores de 5 anos, além destes procedimentos, foi feita aspira- ção de secreções, quando necessário. No início e ao término do acréscimo do tra- tamento fisioterápico, as crianças foram ava- liadas nos seguintes parâmetros: crescimen- to pondero-estatural; estado nutricional; fre- qüência de episódios de pneumonia e tolerân- cia ao exercício. Peso e altura foram avaliados segundo os critérios do National Center for Health Statistics (NCHS) para idade e sexo [14]. A avaliação do estado nutricional utilizou o escore de Waterlow [15]. A freqüência dos episódios de pneumonia considerou os episódios ocorridos nos 12 me- ses anteriores à introdução do tratamento fisi- oterápico e os episódios ocorridos nos 12 me- ses de associação de tratamento fisioterápico ao tratamento farmacológico que era utilizado. O teste de caminhada de 6 minutos foi rea- lizado como preconizado por Gulmans et al. (1996) [16]. Durante todo o teste, foi monitorada a saturação arterial de oxigênio (SaO2), oferecendo-se oxigênio por cateter nasal quando a saturação baixava para valo- res inferiores a 90%. A SaO2 foi determinada por oximetria digi- tal, utilizando-se oxímetro Resmed, modelo 305A. Valores iguais ou superiores a 90% fo- ram considerados normais [17]. Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa em Humanos do Centro Universitário do Triângulo (Unit) e foi realiza- da com autorização da direção geral do HC/ UFU e após consentimento informado assina- do pelas mães. Para análise estatística foi aplicada a prova de Wilcoxon, com nível de significância esta- belecido em 0,05. Resultados Dos 7 pacientes estudados, 4 eram meni- nos e 3 eram meninas. Todos eram de cor bran- ca. Pertenciam a famílias com renda inferior a 4 salários mínimos, tratando-se em hospital público. O início dos sintomas de FC ocorreu, em média, com 11 meses e 15 dias de idade e a média de idade do diagnóstico foi de 2,8 anos. A média de idade no início do tratamento fisi- oterápico foi de 5,9 anos, com idade variando de 1 a 11 anos. Todas as crianças tinham comprometimen- to pulmonar; duas tinham bronquiectasia, comprovada por tomografia computadorizada de tórax (Tabela 1). Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001292 Tabela 1- Caracterização da amostra de sete pacientes portadores de fibrose cística. Média de idade do início dos sintomas 11 meses e 15 dias Média de idade do diagnóstico de FC 2,8 anos Média de idade no início da pesquisa 5,9 anos Presença de comprometimento pulmonar 7 crianças Presença de bronquiectasia 2 crianças O crescimento ponderal estava comprome- tido em 5 pacientes (71,4%) ao início da pes- quisa e em 4 (57,1%) no final. O crescimento estatural estava comprometido nos 7 pacien- tes no início da pesquisa, mantendo-se com- prometido em 4 (57,1%) ao final (Tabelas 2 e 3). Embora houvesse ganho estatisticamente significante em peso e altura, não ocorreu re- percussão significante no estado nutricional. A avaliação do estado nutricional eviden- ciou que todos os 7 pacientes eram desnutri- dos no início da pesquisa e que 6 se mantive- ram desnutridos ao final (Tabela 3). Nos 12 meses anteriores à introdução da fisioterapia respiratória, a média de episódios de pneumonia no grupo foi de 2,8 e nos 12 meses de acompanhamento foi de 1,8. A dife- rença entre as freqüências dos episódios de pneumonia foi estatisticamente significante (Tabela 3). O teste de caminhada de 6 minutos não apresentou alteração estatisticamente significante após os 12 meses de acompanha- mento. Não foi feito por 1 criança, em virtude da idade (Tabela 4). Discussão Os pacientes estudados apresentaram cres- cimento pondero estatural significante após 12 meses, mas, tanto em peso quanto em altu- ra continuaram abaixo do esperado para sexo e idade, segundo a Tabela do NCHS [14]. Nes- tes pacientes, portanto, é evidente o compro- metimento no crescimento pondero estatural. Estes resultados são concordantes com os re- latados por outros autores, segundo os quais na FC há grave comprometimento no cresci- mento pondero estatural [18-21]. O comprometimento do estado nutricional, observado em 7 pacientes no início do trata- mento e que persistiu em 6 pacientes após 12 meses, é concordante com o relatado por inú- meros autores [18-21]. A diminuição dos episódios de pneumonia evidenciou a eficácia da fisioterapia respira- tória; a limpeza brônquica, provocando a eli- minação da secreção espessa que há nos paci- Tabela 2- Distribuição da amostra de sete pacientes portadores de fibrose cística, no início e após 12 meses de tratamento fisioterápico. PPPPParâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliados TTTTTratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeutico AntesAntesAntesAntesAntes Ao términoAo términoAo términoAo términoAo término Comprometimento do crescimento ponderal 5 crianças (71,4%) 4 crianças (57,1%) Comprometimento do crescimento estatural 7 crianças (100%) 4 crianças (57,1%) Desnutrição 7 crianças (100%) 6 crianças (85,7%) Episódios de pneumonias (média anual) 2,8 1,8* Teste de caminhadade 6 minutos (média em metros) 507,3 445,2 * p < 0,05 Tabela 3- Distribuição da amostra de sete pacientes portadores de fibrose cística, segundo seu peso e altura no início e após 12 meses de tratamento fisioterápico. AmostraAmostraAmostraAmostraAmostra PPPPPeso (kg)eso (kg)eso (kg)eso (kg)eso (kg) Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm) No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início ApósApósApósApósApós No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início ApósApósApósApósApós 12 meses*12 meses*12 meses*12 meses*12 meses* 12 meses*12 meses*12 meses*12 meses*12 meses* 1 27,100 30,400 128 135 2 21,200 21,600 127 133,5 3 16,700 18,700 111 114 4 16,600 19,000 101 109 5 14,000 15,700 93 102 6 11,500 12,800 84 94 7 8,840 11,500 75 86 * p < 0,05 Tabela 4- Distribuição da amostra de seis* pacientes portadores de fibrose cística, segundo o resultado do teste de caminhada de seis minutos no início e após 12 meses de tratamento fisioterápico. AmostraAmostraAmostraAmostraAmostra TTTTTeste de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros) No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início Após 12 mesesApós 12 mesesApós 12 mesesApós 12 mesesApós 12 meses 1 564,1 478,4 2 570,3 511,0 3 574,2 477,0 4 417,6 378,3 5 511,5 460,0 6 406,1 366,5 média 507,3 445,2 * Um dos pacientes não realizou o teste de caminhada por ser lactente. Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 293 entes com FC, pode ter dificultado a prolife- ração dos microorganismos responsáveis pe- las pneumonias. No teste de caminhada de 6 minutos não ocorreu alteração significante ao final da pes- quisa. Como este teste avalia tolerância ao exercício [16], podemos afirmar que a intro- dução da fisioterapia respiratória não contri- buiu para melhorar esta tolerância. No entan- to, Gordon et al. (1999) [22] relataram que ob- tiveram melhora no desempenho do teste de caminhada de 6 minutos em crianças com FC, utilizando fisioterapia com “Flutter” e não fi- sioterapia respiratória tradicional, que foi o procedimento por nós utilizado. Crianças com FC submetidas, além da fisioterapia respira- tória, a programas de condicionamento físico, adequados para sua idade e gravidade da FC, apresentaram melhor desempenho nos teste de caminhada [23.24]. Esta pesquisa nos leva a concluir que a in- trodução da fisioterapia respiratória tradicio- nal ao esquema farmacológico foi eficiente na diminuição da freqüência dos episódios de pneumonia. Também permitiu a estas crian- ças manterem seu crescimento pondero estatural ao longo dos 12 meses, porém não determinou recuperação do crescimento pon- dero estatural e do estado nutricional espera- dos para idade e sexo. Também não alterou o desempenho no teste de caminhada de 6 mi- nutos. Estas conclusões nos levam a sérias reflexões: tratava-se de um grupo que iniciou seus sintomas precocemente, como ocorre com a maioria das crianças com FC [25]. O di- agnóstico foi mais tardio que nos países de- senvolvidos. Nos Estados Unidos, 70% dos casos têm diagnóstico no primeiro ano de vida [25]. No Brasil, o diagnóstico tem sido mais tardio a média de idade do diagnóstico, em pesquisas apresentadas por 3 diferentes au- tores, variou de 1,6; 4,7 e 9,6 anos [8, 26,27]. As crianças que participaram da presente pesquisa não tiveram oportunidade de trata- mento por equipe multiprofissional por oca- sião do diagnóstico. Este fato, a nosso ver, é o responsável pelo comprometimento apresen- tado já no início da pesquisa; a introdução, ainda que tardia, do tratamento fisioterápico respiratório, pode ter contribuído para que os pacientes tivessem um ritmo menos acelera- do de deterioração. A falta de oportunidade para realizar trata- mento adequado e precoce por equipe multiprofissional deve ter sido a principal res- ponsável pela evolução destes pacientes, que pertenciam à classe social pouco favorecida e faziam uso de sistema público de saúde, pois é relatado que serviços de saúde com equipe multiprofissional e pacientes com situação sócio-econômica adequada são fatores respon- sáveis por uma melhor evolução da FC [28]. Reis et al. (1998) [8] também relataram que a baixa sobrevida de crianças com FC em Mi- nas Gerais pode estar relacionada à organiza- ção do sistema de saúde e à condição sócio- econômica desfavorável. Esta pesquisa sugere que as crianças com FC sejam atendidas, tão logo se faça o diagnós- tico, por equipe multiprofissional, com partici- pação de médico, fisioterapeuta, nutricionista, educador físico, entre outros; sugere, também, que o tratamento global seja assumido pelo sis- tema público de saúde. A adoção destas suges- tões poderá permitir que a criança brasileira com FC tenha menor e menos precoce reper- cussão na sua qualidade de vida. Referências 1- Lieu TA, Ray GT, Farmer G, Shay GF. The cost of medical care for patients with cystic fibrosis in a health maintenance organization. Pediatrics 1999;103:e72. 2- Bayleran JK, Yan H, Hopper CA, Simpson EM. Frequencies of cystic fibrosis mutations in the Maine population: high proportion of unknown alleles in individuals of French-Canadian ancestry. Hum Genet 1996;98:207-9. 3- Lotem Y, Barak A, Mussaffi H, Shohat M, Wilschanski M, Sivan Y, Blau H. Reaching the diagnosis of cystic fibrosis – the limits of the spectrum. Isr Med Assoc J 2000; 2:94-8. 4- Corey M, Farewell V. Determinants of mortality from cystic fibrosis in Canada, 1970-1989. Am J Epidemiol 1996;143:1007-17. 5- Kraemer R, Aebi C, Casaulta Aebischer C, Gallati S. 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