Buscar

Fisioterapia_2001

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 457 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 457 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 457 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Fi
s i
o t
e r
a p
i a
B
r
a
s
i
l
a
n
o
2
-
n
1
o
Orientação espacial e recrutamento muscular
Biomecânica
Controle do estresse pela técnica de Watsu
Hidroterapia
Alterações respiratórias na doença de Parkinson
Neurologia
Melhora do equilíbrio do tronco
em portadores de lesão medular
Terapia de dança
Janeiro / Fevereiro de 2001Fi
i
i
B
il
2
1
J
A
N
E
IR
O
/F
E
V
E
R
E
IR
O
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
Pós-graduação
Reconhecimento dos diplomas
ISSN 1518-9740
Fi
s i
o t
e r
a p
i a
B
r
a
s
i
l
an
o
2
-
n
2
o
Iº Congresso Brasileiro de Pesquisa em Fisioterapia
Pesquisa
M a r ç o / A b r i l d e 2 0 0 1Fi
i
i
B
il
2
2
M
A
R
Ç
O
/
A
B
R
IL
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
•Métodos de mensuração de equilíbrio
Biomecânica
•Avaliação da eficácia da técnica
cirúrgica de Cavalier
ISSN 1518-9740
•
•
Programa terapêutico em mulheres
com incontinência urinária
Impacto no desempenho funcional
de um programa fisioterapêutico interdisciplinar
Terceira Idade
Fi
s i
o t
e r
a p
i a
•Avaliação cinesiológica das curvaturas lombar
e torácica das gestantes
Gravidez
M a i o / J u n h o d e 2 0 0 1Fi
i
i
B
il
2
3
M
A
IO
/
J
U
N
H
O
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
•Análise da pressão plantar
Biomecânica
•Estudo do equilíbrio em idosos
ISSN 1518-9740
•Uso do laser no tratamento das úlceras de decúbito
Laserterapia
B
r
a
s
i
l
an
o
2
-
n
3
o
•Análise das técnicas de tratamento da lombalgia
Atualização
Fi
s i
o t
e r
a p
i a
J u l h o / A g o s t o d e 2 0 0 1Fi
i
i
B
il
2
4
J
U
L
H
O
/
A
G
O
S
T
O
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
•Cinesiologia do movimeto do ataque no voleibol
Esporte
ISSN 1518-9740
•Técnicas de relaxamento e seqüelas de acidente
vascular cerebral
Neurologia
B
r
a
s
i
l
an
o
2
-
n
4
o
•Estudo sobre o pé equino
Caso Clínico
•Princípios de laserterapia
Laserterapia
Fi
s i
o t
e r
a p
i a
S e t e m b r o / O u t u b r o d e 2 0 0 1Fi
i
i
B
il
2
5
S
E
T
E
M
B
R
O
/
O
U
T
U
B
R
O
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
•Estudo sobre a preensão palmar
Cinesiologia
ISSN 1518-9740
•Músculos isquiorretais no posicionamento do quadril
Anatomia
B
r
a
s
i
l
an
o
2
-
n
5
o
•Reabilitação vestibular em duas pacientes com
vertigem posicional paroxística benigna
Caso clínico
•Tratamento da fibrose cística
Pneumo funcional
Fi
s i
o t
e r
a p
i a
N o v e m b r o / D e z e m b r o d e 2 0 0 1Fi
i
i
B
il
2
6
N
O
V
E
M
B
R
O
/
D
E
Z
E
M
B
R
O
D
E
2
0
0
1
www.atlanticaeditora.com.br
•Implicação dos músculos espinhais na escoliose
Biomecânica
ISSN 1518-9740
•Aspectos centrais e periféricos da fadiga
Performance
B
r
a
s
i
l
an
o
2
-
n
6
o
•Histórico e princípios da hidroterapia
Hidroterapia
•Princípios de laserterapia - Parte 2
Efeitos sobre os tecidos biológicos
Laserterapia
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 269
Fisioterapia prática
Ginástica Laborativa
EDITORIAL
Um ano de muitos trabalhos, os editores ......................................................................................... 271
RESUMOS DE TRABALHOS E CONGRESSOS ......................................................................... 272
ARTIGOS CIENTÍFICOS E REVISÕES
Avaliação de crianças com fibrose cística após 12 meses de fisioterapia respiratória,
Juliana de F. Fracon, Maria J. J. Sologuren, Ada C. Gastaldi, Mário Antônio Baraúna......... 289
Estudo sobre a realização da preensão palmar com a utilização do dinamômetro:
Considerações anatômicas e cinesiológicas, Demóstenes Moreira,
José Roberto Pimenta de Godoy, Watercides Silva Junior ............................................................ 295
A importância dos músculos isquiorretais no posicionamento do quadril, sob uma
visão anatômica, José Antônio SFA Pinna Cabral, Fernando Pinna Cabral, Renato
Guimarães Loffi, Robson Ines Moreira da Rocha, Renata Carolina de Pinna Cabral ............. 301
A importância da avaliação multidisciplinar da articulação temporomandibular
em uma faixa etária de 10 a 12 anos,
Marcus Vinícius de Mello Pinto, Giselle Oliveira de Souza, Marcelly Pedroni ......................... 309
Caso clínico: Reabilitação vestibular em duas pacientes com vertigem posicional
paroxística benigna, André Luís Santos Silva, Silmar Silva Teixeira,
João Soares Moreira, Simone Fernandes .......................................................................................... 313
Normas de publicação ......................................................................................................................... 324
EVENTOS ............................................................................................................................................. 328
Fisioterapia Brasil
Índice
(vol.2, nº5 set/out 2001 - 269~328)
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A equipe editorial da Fisioterapia Brasil parabeniza seus leitores
pelo dia do Fisioterapeuta.
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001270
© ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distri-
buída por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do
copyright, Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou
propriedades ligado à confiabilidade dos produtos, métodos, instruções ou idéias expostos no material publicado.
Apesar de todo o material publicitário estar em conformidade com os padrões de ética da saúde, sua inserção na
revista não é uma garantia ou endosso da qualidade ou do valor do produto ou das asserções de seu fabricante.
I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
Fisioterapia Brasil
Editor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científicoEditor científico
Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ/UCB – Rio de Janeiro)
Conselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científicoConselho científico
Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina)
Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU - Estados Unidos)
Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro - UNIT – Minas Gerais)
Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba - UFPB – João Pessoa)
Prof. Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (Univ. Federal de São Carlos - UFSCAR – São Paulo)
Prof. Dr. Paulo Sérgio Siebra Beraldo (Coord. Mestrado Sarah Kubitschek – Brasília)
Assinaturas
6 números ao ano + 1 CD-ROM = R$ 90,00
Tel.: (21) 2244-6471 / 2285-0804
www.atlanticaeditora.com.br
Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)Grupo de assessores (2000-2001)
Rio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de JaneiroRio de Janeiro
Avenida Atlântica, 604/1102
22010-000 Rio de Janeiro RJ
Tel/Fax: (21) 2244-6471
E-mail: atlantica1@globo.com
São PSão PSão PSão PSão Pauloauloauloauloaulo
Avenida São João, 56, sala 7
12940-000 Atibaia SP
Dra. Albernice Ma de Oliveira Barreto (CREFITO1 – Recife)
Dr. Antonio Neme Khoury (HGI - Rio de Janeiro)
Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro)
Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE - Salvador)
Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo)
Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti - Paraná)
Dr. Farley Campos (UCB - Rio de Janeiro)
Dr. Fernando A. de M. Prati (CREFITO5 – Porto Alegre)
Profa. Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB – Rio de Janeiro)
Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro)
Dr. Hildeberto Lopes do Santos (CREFITO4 – Belo Horizonte)
Dr. Ivan Pinto Varela (CREFITO7 – Salvador)
Prof. Dr. João Marinonio A. Carneiro (Rio de Janeiro)
Prof. Dr. João SantosPereira (UERJ - Rio de Janeiro)
Dr. José Euclides Poubel e Silva (CREFITO9 – Campo Grande)
Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina)
Dr. José Roberto Prado Jr. (Rio de Janeiro)
Dr. Jorge Tamaki (PUC - Paraná)
Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo)
Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá - Rio de Janeiro)
Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (FAFIS/IAENE - Bahia)
Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID - São Paulo)
Dra. Regina Maria de Figuerôa (CREFITO2 - Rio de Janeiro)
Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA - HFAG - Rio de Janeiro)
Dra. Suely Marques (Rio de Janeiro)
Dr. Zenildo Gomes da Costa (CREFITO 3 – São Paulo)
Editor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivoEditor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing
René Caldeira Delpy Jr.
Administração:Administração:Administração:Administração:Administração:
Claudiane Benavenuto
RRRRRevista Fevista Fevista Fevista Fevista Fisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasilisioterapia Brasil
ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740ISSN 1518-9740
RRRRRedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administraçãoedação e administração
(Todo o material a ser publicado deve ser
enviado para o seguinte endereço)
Jean-Louis Peytavin
Avenida Atlântica, 604/1102
22010-000 Rio de Janeiro RJ
Tel/Fax: (21) 2244-6471
Cel: (21) 9366-7088
atlantica1@globo.com
PPPPPublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketingublicidade e marketing
Rio de Janeiro: René C. Delpy Jr
(21) 2244-6471 Cel: (21) 9662-9411
Ilustração da capa: Menelau Sete, sem título, acrílico sobre tela, 100x80 cms, 1998
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 271
Editorial
Um ano. Pois é, já estamos fazendo nosso primeiro aniversário e
podemos festejar como um projeto bem sucedido. Uma revista é
sempre uma criança para seus editores, e a cada novo número exis-
te a preocupação de melhora-la em relaçao ao anterior. Como perió-
dico científico o compromisso é de estar trazendo a seus leitores
uma atualização permanente dos trabalhos e pesquisas desenvol-
vidos no Brasil, o que temos feito como ninguém até hoje na Fisio-
terapia. E quando falamos do Brasil é porque, por não estarmos
ligados a qualquer instituição, podemos ter uma independência edi-
torial quanto aos trabalhos submetidos sem nos preocuparmos em
privilegiar um ou outro pesquisador, recebendo material de todos
os centros de pesquisa brasileiros. Na seleção do que vai ser publi-
cado é que é feita a peneira com muito critério do conselho científi-
co da Fisioterapia Brasil.
Podemos destacar trabalhos originais de grande importância ci-
entífica que equipes de fisioterapêutas desenvolveram em centros
de pesquisa reconhecidos nacionalmente, tal como a FIOCRUZ-RJ,
a UFSCAR-SP e UNIT-MG entre outros. Pesquisadores que outrora
somente buscavam publicar em periódicos estrangeiros começa-
ram a mandar seus trabalhos para a Fisioterapia Brasil entendendo
que a revista, embora muito nova, já estava fadada a ser uma refe-
rência para o meio acadêmico. Foram mais de 25 artigos publicados
neste primeiro ano.
Agradecemos a todos que neste primeiro ano colaboraram com a
revista e convocamos quem queira colaborar que se apresente, pois
será muito bem vindo. Aproveitamos também para dar nossos pa-
rabéns pelo dia 13 de outubro, dia do Fisioterapeuta, que é o motivo
da existência deste periódico.
Boa leitura, parabéns e obrigado por este nosso primeiro aniver-
sário,
Os editores.
Um ano de muitos trabalhos
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001272
Resumos do XV Congresso Brasileiro de Fisioterapia
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Condutas fisioterapêuticas no tratamento do linfedema no
pós-operatório do câncer de mama
Introdução
Este estudo investiga as mulheres que desenvolveram Edema
Linfático no membro superior ao lado ipsilateral do local da
abordagem cirúrgica do câncer de mama. O objetivo é investi-
gar a eficácia da bandagem compressiva funcional e da drena-
gem linfática manual na recuperação dessas pacientes.
Metodologia
A pesquisa tem caráter de estudo observacional exploratório
de grupo, tendo sido realizado uma ficha de avaliação e um pro-
tocolo de tratamento fisioterapêutico, constando de drenagem
linfática e bandagem compressiva funcional. O método da pes-
quisa seguiu-se de avaliação inicial e reavaliações semanais
(anamnese, registro fotográfico, mensurações perimétricas);
drenagem linfática manual por 30 minutos e aplicação da
bandagem funcional por 24 horas; freqüência de seis atendi-
mentos semanais, por um período de quatro semanas.
Resultados
Foram atendidas sete pacientes mulheres, com idade entre
46 e 79 anos, sendo que quatro foram submetidas à
quadrantectomia com esvaziamento axilar total e as outras três
à mastectomia radical modificada com esvaziamento axilar. To-
das as pacientes do grupo submeteram-se à radioterapia pós-
cirúrgica. O tempo de instalação do linfedema foi em torno do
sexto mês de pós-cirúrgico nas sete mulheres. Nos resultados
obtidos até o presente, observou-se uma média de redução na
perimetria do antebraço em torno de 1,5 cm, com relatos signi-
ficativos a respeito da qualidade vida: diminuição da sensação
de peso, melhora na execução das atividades de vida diária, sen-
sação de bem-estar e conforto.
Conclusão
Com isso, concluímos que o tratamento fisioterapêutico cola-
bora de maneira importante na recuperação funcional e na rein-
tegração dessas mulheres ao meio familiar, emocional, social e
cultural, bem como na ajuda de seu reconhecimento pessoal,
resgatando a sua imagem e integridade corporal.
Trabalhos apresentados no XV Congresso Brasileiro de Fisioterapia, 10 a 14 de outubro de 2001, São Paulo - SP
Juliana Tieppo*, Eder Marcolin*,
Iara Schneider**, Adriane
Bertotto**, NP Nora***
*Acadêmica Fisioterapia ULBRA-
Canoas-RS, **Profª.ULBRA-IPA/
POA/RS - Mestra p/UCES-ARG,
***Fisioterapeuta Hospital São
Lucas-PUC- POA/RS
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 273
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A fisioterapia em relação aos pacientes terminais
Introdução
Os fisioterapeutas que trabalham nas Unidades de Terapia
Intensiva cotidianamente cuidam de pacientes em condições
clínicas graves, alguns casos, inclusive, em situações de risco
de vida. Por esta razão, é extremamente importante que o pro-
fissional esteja preparado, tanto técnica como eticamente para
enfrentar essa difícil tarefa. Este trabalho teve como objetivo
traçar um perfil dos profissionais da fisioterapia e conhecer sua
opinião sobre questões que envolvem os pacientes terminais.
Material e métodos
O universo pesquisado foram os fisioterapeutas que trabalham
em Unidades de Tratamento Intensivo nos Hospitais de Alagoas.
Foi aplicado um questionário para obter informações sobre a for-
mação técnica do profissional e sua opinião sobre pacientes ter-
minais, autonomia do paciente, eutanásia e distanásia.
Resultados
Obtivemos um total de 54 profissionais que atuam no Estado
de Alagoas, sendo 22 que trabalham nas Unidades de Tratamen-
to Intensivo, distribuídos entre os 8 hospitais que oferecem este
tipo de serviço no Estado de Alagoas. Mais de 60% dos profissio-
nais têm herança religiosa católica. Todos entrevistados respon-
deram que explicam os procedimentos aos seus pacientes. Em
relação à eutanásia ativa, 5,5% são a favor e 94,5% são contra.
Eutanásia passiva 73,5% são contra e 26,5% são a favor. Sobre a
autonomia do paciente terminal quando consciente, 58% dos fi-
sioterapeutas responderam que têm autonomia e 42% que não.
Conclusão
É evidente a importância das informações prestadas aos pa-
cientes, mesmo quando na condição terminal; identificou-se a
influência da herança religiosana opinião dos profissionais
quando se trata de eutanásia; e, a maioria absoluta dos fisiote-
rapeutas entrevistados é contra a eutanásia ativa ou passiva.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A fisioterapia respiratória em UTI na síndrome de Guillain
Barré
O objetivo deste trabalho é mostrar como a fisioterapia previne
complicações respiratórias na SGB durante a hospitalização do
paciente e facilita a reabilitação pós-ventilação mecânica. Esta
síndrome é uma inflamação das raízes nervosas, levando a altera-
ções da sensibilidade e da motricidade, provocada pela
desmielinização da bainha, que impede os impulsos
Waldemar A. das Neves
Jr*,Laís Záu Serpa de Araújo**
*Acadêmico do Curso de
Fisioterapia da UNCISAL, Maceió
– AL, **Professora de Bioética da
UNCISAL, Mestre em Patologia
pela UFF
Pantaleão C, Caixeta F,
Fulgêncio G, Sade I, Gouveia J,
Ferraz J, Pires M, Scárdua M,
Malta P, Diniz T, Seabra V,
Abrunhosa A, Campos F, Frigeri
F, UCP, Petrópolis – RJ
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001274
neuromusculares e o arco reflexo. A principal manifestação clíni-
ca é a fraqueza muscular, que evolui com caráter progressivo e
crescente, começando nos pés, podendo progredir para paralisia
motora total com morte, devido à insuficiência respiratória, pelo
acometimento de diafragma e intercostais, em poucos dias. Até a
terceira semana tem-se a máxima evolução, regredindo com me-
lhora dos sintomas ao longo de alguns meses. O fisioterapeuta atua
durante a permanência do paciente sob assistência ventilatória
onde são observadas alterações como a degradação da função
muscular, por redução da força, tônus e trofismo; que são visíveis
quando há insucesso no desmame ventilatório. Uma das técnicas
utilizadas é a aplicação da pressão positiva em dois níveis,
BILEVEL (IPAP – Pressão positiva inspiratória, EPAP - pressão
positiva expiratória) que incrementa a endurance da musculatura
respiratória promovendo melhor performance. Estes níveis
pressóricos quando superior a 10 cm H2O, proporcionam a abertu-
ra das vias aéreas reduzindo o trabalho muscular respiratório. A
cinesioterapia respiratória enfatiza as manobras de reexpansão,
desobstrução pulmonar e higienização brônquica, evitando com-
plicações como atelectasias, infecções respiratórias, barotrauma.
O trabalho mostra, portanto, de forma clara e científica, a impor-
tância do treinamento muscular respiratório para uma readaptação
progressiva aos esforços e aceleração do processo de desmame.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Análise do músculo tríceps sural em adolescentes que usam
calçado de salto alto
Introdução
O objetivo da pesquisa foi verificar as conseqüências que o
uso do salto alto traz para musculatura tríceps sural.
Método
O estudo foi feito nas dependências de três escolas da rede
particular na cidade de Belém com 50 adolescentes de faixa
etária entre 13 e 18 anos que usam salto alto há pelo menos 5
anos. O instrumento utilizado na pesquisa foi o goniômetro e os
testes musculares foram do tipo passivo nas posições sentado
em decúbito dorsal com pernas estendidas e decúbito ventral
com joelhos fletidos a 90º, segundo preconizado por Palmer.
Resultados
Os resultados revelaram diminuição da amplitude de movi-
mentação de 92,85% dos testes para o gastrocnêmio e em 59,18%
dos testes para o sóleo.
Conclusão
Os dados da pesquisa dentro das condições utilizadas, evi-
denciaram que a utilização do uso de salto alto traz como uma
conseqüência, a contratura da musculatura tríceps sural, prin-
cipalmente, dos gastrocnêmios.
Continuação
Layla Bandeira Arruda, Thaís
Amanda Monteiro Nobre
Universidade da Amazônia, Belém –
Pará, Orientação: Prof. Ms Renato
Teixeira, Prof. Mestrando Nelson
Higino de Oliveira Filho
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 275
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Análise postural em atletas femininas de handebol
A prática de esportes pode ser o fator desencadeante de alte-
rações posturais que levam a limitações na amplitude de movi-
mento e que, futuramente, poderão desenvolver dores e des-
confortos, além de afetar o desempenho esportivo. O handebol
é um esporte de grande contato corporal, requerendo ações
repetitivas, saltos, corrida e movimentos complexos, além da
solicitação assimétrica da musculatura de tronco e braços. Des-
sa forma, alterações clínicas no sistema locomotor e na postura
podem ocorrer, sendo necessário uma avaliação fisioterápica
global, identificando assimetrias corporais desencadeadas ao
longo da prática do desporto.
A população alvo deste estudo foram as 22 atletas da Seleção
Brasileira Adulta Feminina de Handebol convocadas para a fase
de treinamentos em Santa Maria (RS), visando os Jogos Olím-
picos de Sidney. A ficha de avaliação postural utilizada foi a do
Ambulatório de Fisioterapia do Hospital Universitário da UFSM,
sendo realizada a análise visual de assimetrias e desequilíbrios
corporais, além do registro fotográfico.
Em 63,6% das atletas a anteversão pélvica pode ser observada,
sendo que 50% dos casos em combinação com a lordose lombar.
Quanto aos desvios na coluna, estes existiam em toda população
sendo a lordose lombar (68,18%) mais comum. As assimetrias no
ombro e escápula também apresentaram frequência elevada com
alterações em 100% das atletas: anteriorização de ombros em
95,4% e 90,9% das escápulas com abdução isolada ou combina-
ções de desvios (abdução e elevação, p.ex).
As assimetrias observadas e aqui relatadas não podem ser
caracterizadas como estruturais, tendo em vista a forma subje-
tiva da análise. Os desequilíbrios musculares encontrados e a
alta frequência de alterações na coluna revelam a carência de
estudos na área da fisioterapia desportiva, bem como a impor-
tância da avaliação e acompanhamento dos atletas por este pro-
fissional.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Autismo: Uma abordagem fisioterápica
O autismo é uma inadequação do desenvolvimento que se
manifesta de maneira grave durante toda a vida (Grünspun, 78)
com alterações presentes desde idades muito precoces e que se
caracteriza, sempre, pela presença de desvios nas relações
interpessoais, linguagem/comunicação e comportamento, com
duas características cardinais: isolamento extremo e um desejo
ansiosamente obsessivo de preservação da rotina, e da mesmice
Carla Domingues, Ligia Veronica
Aita, Michele Forgiarini Saccol
Universidade Federal de Santa
Maria – UFSM - RS
Anahi F. N. Pereira, Daniela
Costa, Simone M. Macêdo, Solan-
ge T. Silva
Centro Universitário do Triângulo,
Uberlândia - MG
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001276
(Molfetta, 97). Segundo o livro “Autismo e psicose infantil”, autismo
traduzido literalmente significa viver em termos do próprio eu, ou
seja, uma criança centrada em si mesma (Moreira, 96).
O diagnóstico é baseado no quadro clínico e não poderá, por-
tanto, ser feito puramente com base em testes e algumas esca-
las de avaliação (Lippi, 99). Com isso, vemos a necessidade de
esclarecer melhor a patologia e seu quadro clínico, facilitando o
diagnóstico para os profissionais da área de saúde bem como os
pais destas crianças, e dando uma abordagem multidisciplinar
com ênfase nos benefícios do tratamento fisioterápico, para que
elas não sejam prejudicadas com um tratamento iatrogênico e
tardio, pois o autismo pode passar desconhecido ou mal diag-
nosticado por meses ou, em alguns casos, até anos.
Essa pesquisa utiliza revisões bibliográficas, dando ênfase
principalmente no diagnóstico, manifestações clínicas do
Autismo Infantil Precoce, nos permitindo elaborar as possíveis
formas de tratamento fisioterápico.
O estudo nos permitiu facilitar o diagnóstico e traçar um tra-
tamento fisioterápico adequado capaz de atuar dentro de todo
quadro clínico da criança com Autismo Infantil Precoce.
○○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Fisioterapia no transplante hepático
Introdução
Cerca de dois terços dos órgãos transplantados são acometi-
dos por pelo menos um episódio de rejeição, muitas vezes pela
decorrência da heterogeneidade da doença hepática. A fisiote-
rapia é medida integrante do suporte terapêutico dos pacientes
transplantados, fornecendo uma contribuição expressiva para
esta parcela da população. O objetivo desse trabalho foi descre-
ver uma série com cinco pacientes que realizaram transplante
hepático e receberam tratamento fisioterapêutico.
Pacientes e métodos
Foram incluídos no estudo os pacientes, que realizaram trans-
plante hepático, entre o período de fev/2001 a abril/2001. Verificou-
se na avaliação, a procedência, idade, sexo, cor, profissão, renda
mensal, o total de dias de internação até o momento da pesquisa,
número de atendimentos prestados pela fisioterapia, complicações
no pós-operatório, medicação utilizada, bem como, as técnicas
aplicadas. Os pacientes receberam 3 atendimentos diários.
Resultados
A média de idade foi de 40,2 anos (± 10,7), sendo 2 pacientes
masculinos, 4 pacientes brancos e 1 pardo. A renda mensal mé-
dia, foi de 4,04 salários mínimos (± 2,1). As doenças hepáticas
foram: cirrose alcoólica (2 casos), cirrose por vírus hepatite C
(2 casos e 1 fulminante). O período médio de internação foi de
59,4 dias (± 22,9). Os pacientes receberam 429 atendimentos
Continuação
Cristine Hermann Nodari,
Anelise Raupp, Bianca
Ghiraldello, Tania Maria
Zambon, Alexandre Simões Dias,
Marcelo Rieder
Irmandade Santa Casa de
Misericórdia de Porto Alegre -
ISCMPA e Faculdade de Fisioterapia
do Instituto Porto Alegre – IPA, Porto
Alegre - RS
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 277
da fisioterapia, sendo que a média foi de 85,8 (± 30,9). As com-
plicações no pós-operatório foram: derrame pleural bilateral e
infecções oportunistas em 4 casos. Ocorreu óbito em 1 caso,
por rejeição aguda. A medicação controle para todos os paci-
entes foi o Ácido ursodesoxicólico, Ciclosporina A, Omeprazol,
Prednisona e Nistatina. Foram aplicadas manobras manuais
desobstrutivas, exercícios de expansão pulmonar, máscara de
EPAP (Pressão Positiva Expiratória) e recondicionamento físi-
co global.
Conclusão
A descrição da série de cinco casos, mostrou-nos que a ava-
liação geral desse pacientes é satisfatória e importante para a
execução da conduta fisioterapêutica, visando assim, o retor-
no precoce às atividades de vida diária, buscando uma me-
lhor qualidade de vida.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
 Reabilitação pós tratamento cirúrgico para lesões condrais
da tróclea do tálus com mosaicoplastia
A lesão condral do tálus é, em sua grande maioria, associa-
da a entorses de tornozelo. O diagnóstico é baseado na inter-
pretação de imagens radiológicas, ressonância magnética e
tomografia computadorizada. A classificação radiológica da
lesão, segundo Bernt e Harty (1959), é a mais utilizada até
hoje. O tratamento cirúrgico é o mais indicado devido a evo-
lução para osteoartrose precoce. Este trabalho reuniu 5 paci-
entes do sexo masculino com lesão osteocondral do tálus, ida-
de média de 32,7 anos, acometimento lateral em 2 casos, 3
lesões do lado esquerdo e tempo médio de evolução das do-
res após o trauma inicial de 12,7 meses. A técnica cirúrgica
foi a mosaicoplastia com utilização de enxerto osteocondral
autógeno da crista troclear lateral do joelho. A reabilitação
precoce foi baseada na mobilização passiva e ativa de torno-
zelo e joelho no pós-operatório imediato, com crioterapia após
os exercícios. Os exercícios foram intensificados após 5-7 dias
com estimulação elétrica para minimizar a atrofia muscular.
A carga foi permitida após 4 semanas nos pacientes com le-
são lateral e com lesão medial pura, e após 6 semanas no pa-
ciente com lesão dupla. Inicia-se então fortalecimento mus-
cular e exercícios de propriocepção até a reabilitação com-
pleta. Todos os pacientes retornaram ao mesmo nível de ati-
vidade que tinham antes da lesão, sendo a média de pontua-
ção da AOFAS 94,5. O retorno as AVDs ocorreu após o retorno
da marcha (16 semanas após a cirurgia). A técnica de
mosaicoplastia e um programa de reabilitação baseado na
mobilização e descarga de peso precoce, otimizaram os resul-
tados obtidos.
Continuação
Marcelo Pires Prado, Maíra
Andressa Malvezzi Valenzi,
Leandro Siqueira Simões,
Alberto Abussamra Moreira
Mendes, Sérgio Luiz Jeremias
Junior
Centro de Ortopedia e Reabilitação
no Esporte do Hospital do Coração –
CORE - SP
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001278
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Intervenção da fisioterapia na incontinência urinária e a
repercussão na relação sexual
Introdução
A incontinência urinária (IU) é a perda involuntária de
urina que representa um problema social e higiênico para o
paciente. O impacto da perda de urina na qualidade de vida
do paciente, restringe-o social e sexualmente, uma vez que
a maioria dos pacientes reclusam-se e afastam-se dos par-
ceiros.
Objetivo
Analisar a intervenção da fisioterapia em pacientes com di-
agnostico de IU e os resultados da aplicação da escala análogo
visual quanto ao grau de satisfação sexual no início e final do
tratamento fisioterapêutico.
Pacientes e métodos
Através do serviço de Urologia do HNSC, foram encaminha-
das 58 pacientes ao ambulatório de fisioterapia, (durante o ano
de 2000) para a realização de fisioterapia pélvico-vesico-
esfincteriana, Foram submetidas a avaliação, exame físico, ex-
planação anatômica, calendário miccional e aplicação de exer-
cícios fisioterapêuticos. Concomitante ao tratamento (início,
meio e fim), aplicou-se uma escala análogo visual (de 0 a 10)
onde a paciente assinalava o seu grau (de melhora ou não) da
condição sexual.
Resultados
Das 58 pacientes do estudo, 9 (20%) não apresentavam vida
sexual ativa. A média de idade foi de 44,2 anos (25-71), e duração
dos sintomas era de 5,5 anos, onde 24 (53,3%) das pacientes já
realizaram 1 ou mais intervenções para IU. O grau da muscula-
tura pélvica inicial foi de 2,4 (na escala de 0-5) e após 4,3 meses
(em média) atingiu-se um grau de musculatura de 4,14. Usa-
vam em média de 5,6 forros/dia inicialmente e nenhum forro ao
final do tratamento. O grau quanto à melhora da qualidade se-
xual, inicialmente, era 1,61 (escala de 0-10) e ao final do trata-
mento foi de 8,25.
Conclusão
Através deste estudo, observamos que a implementação das
atividades fisioterapêuticas, contribuíram para a recuperação
da continência urinária e da melhora considerável quanto à
relação sexual das pacientes. Concluímos que, o reforço da
musculatura do assoalho pélvico e a recuperação da
neuroplasticidade sinérgica vésicoesfincteriana em pacientes
com IU refletem na melhora da qualidade da relação sexual e
auto-estima da paciente
Camila M. Chaves, Tânia M.F.
Zambon, Taise C. Tessari,
Cristine H. Nodari, Dr. Isidoro D.
Papadopol
Hospital Nossa Senhora da
Conceição-HNSC- Faculdade de
Fisioterapia do IPA, Porto Alegre -
RS
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 279
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Fisioterapia respiratória no paciente hospitalizado por
tétano grave: relatos de dois casos
Introdução
O tétano é uma doença infecciosa, não contagiosa,
freqüentemente fatal, causada pela ação do Clostridium tetani
sobre as células do SNC. Devido suas características (hipertonia
da musculatura estriada), observam-se: trismo, opistótono, ri-
gidez abdominal e rigidez de nuca. Os espasmos são violentas
exacerbações paroxísticas da hipertonia e levam o paciente a
um quadro asfíxico, com cianose e parada respiratória. Nem
sempre o uso de drogas músculo-relaxadoras cessam os espas-
mos, sendo então administrados bloqueadores da junção
mioneural. Neste momentoa fisioterapia tem o importante pa-
pel de manter as vias aéreas permeas, adequadamente ventila-
das e higienizadas através da instituição de manobras terapêu-
ticas e adequação de parâmetros da ventilação mecânica. O pre-
sente trabalho tem como objetivo observar a evolução pneumo-
funcional de pacientes internados com tétano grave, submeti-
dos à ventilação mecânica e tratamento fisioterápico.
Metodologia
Foram observados dois casos de tétano grave internados no
HC-UNICAMP durante 28 dias. Foram realizadas sessões de fi-
sioterapia respiratória durante todos os dias de internação, in-
cluindo técnicas de higiene brônquica, aspiração, reexpansão
pulmonar e adaptação de parâmetros ventilatórios. Durante o
acompanhamento dos pacientes foram avaliados a ausculta pul-
monar e os radiogramas de tórax.
Resultados
Durante os 28 dias de tratamento fisioterápico em cada paci-
ente, foram observados: melhora da ausculta pulmonar quanto
ao desaparecimento de ruídos adventícios e aumento na venti-
lação pulmonar basal no paciente 1 em 71,4% dos dias de atua-
ção fisioterapêutica, e no paciente 2, em 75% dos dias. Quanto
ao acompanhamento do radiograma de tórax, foi observado que,
entre a imagem do 1º dia de internação e do 28º dia, não houve
alteração volumétrica, mantendo-se a expansibilidade.
Conclusão
Através dos resultados obtidos, concluímos que o tratamen-
to fisioterápico foi eficaz na maior parte dos dias de atendi-
mento, perfazendo um total de melhora na ausculta pulmo-
nar pela anamnese em 73,2% dos dias.
Camilla Valladão Fernandes,
Evelyn Regina Couto
Unicamp, Campinas - São Paulo
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001280
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Peso corporal e peso do material escolar transportado por
crianças em idade escolar
O conhecimento da quantidade de material escolar transpor-
tado pelos escolares e relacionando-o ao seu peso corporal é im-
portante para uma atuação preventiva no sentido de impedir ou
minimizar as possíveis alterações na postura e nas estruturas da
coluna vertebral das crianças, além de ampliar a atuação do fisi-
oterapeuta na área escolar. Dessa forma, o objetivo do presente
estudo foi quantificar o peso absoluto do material escolar relaci-
onando-o com o peso corporal dos escolares das escolas particula-
res de Bauru. Foram sujeitos 116 meninos e 124 meninas, com
idades entre 11 e 14 anos, de 5a e 6a séries da rede de ensino parti-
cular de Bauru, no período de outubro de 2000 a março de 2001.
Para a consecução do objetivo proposto foram realizados os se-
guintes passos: coleta de dados, junto à secretária de educação,
do número de alunos matriculados nas escolas particulares da
cidade de Bauru; identificação das séries escolares em que é
exigida maior quantidade de material escolar; dados específicos
sobre o tipo de equipamento, peso do material transportado e
peso dos sujeitos da amostra. Foram feitas análises estatísticas
descritivas, testes de hipótese (Mann-Whitney), teste Kruskal –
Wallis e de correlação (Pearson). Os resultados indicaram que: 1)
Os escolares do sexo masculino transportam maior quantidade
de material escolar comparados aos do sexo feminino; 2) Os es-
colares que utilizam “carrinho” como equipamento para trans-
porte do material escolar transportam maior peso comparados
aos que utilizam mochila de fixação escapular e mochila de fixa-
ção dorsal; 3) Há relação inversa entre a idade e o peso do materi-
al escolar; 4) 30% dos alunos transportam material escolar com
peso igual ou acima de 4kg; 5) 29,5% da amostra transportam
peso acima de 10% do peso corporal e 10% estão acima de 15% do
seu peso corpóreo. Pode-se concluir que os estudantes analisa-
dos estão sendo submetidos a peso de material escolar excessivo,
expondo-os a um maior risco de lesões nas estruturas músculo-
esqueléticas da coluna vertebral.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Elogio da ação sensível - projeto de extensão em fisioterapia
neurofuncional domiciliar
O Projeto de Extensão em Fisioterapia Neurofuncional Do-
miciliar acontece no Bairro Canudos, periferia da cidade de Novo
Hamburgo, região do Vale dos Sinos de Porto Alegre, 60.000 ha-
bitantes, desde setembro do ano de 1999. Veio propor uma Fisi-
oterapia que vai ao encontro das necessidades dos alunos e da
Cynthia Madrigal, Vanessa Silva
Sales, Alberto de Vitta
Universidade do Sagrado Coração –
Bauru – São Paulo)
Ana Clara Bonini Rocha
Centro Universitário Feevale – NH/RS
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 281
população, porque se volta para valores de manutenção e de
prevenção da saúde. Seus principais objetivos são de proporci-
onar ação de qualidade, sensível e técnica, para um recorte
populacional carente e excluído, que desconhece a Fisioterapia
autônoma e científica, e de possibilitar ao agente de saúde, alu-
no de Fisioterapia, uma ação humanista como valor profissio-
nal, o que os conduzirá a um salto em direção a qualidade pro-
fissional e para a conquista de uma identidade de ética social. O
egresso terá tido todos os subsídios para produção de conheci-
mento específico na área da fisico-função da mais alta qualida-
de técnica e conhecerá os seus compromissos para com a socie-
dade. Os objetivos específicos são de proporcionar um campo
para produção científica de projetos e trabalhos de conclusão
de curso nas áreas preventiva, recuperativa, curativa, e social;
Proporcionar um olhar para toda a dimensão da saúde que trans-
cende a lógica da doença; Formar profissionais que se diferenci-
em por sua visão global do ser humano; Popularizar a Fisiotera-
pia. Quer ser uma contribuição para a sociedade, uma interven-
ção profissional de Fisioterapia e de docência fundamentada nas
relações interpessoais, científicas e fraternas, que
complementem as limitações do conhecimento. A triagem é fei-
ta através do preenchimento de Ficha de Inscrição no Posto de
Saúde Municipal, e a avaliação e reavaliação fisioterapêutica
neurofuncional possui critérios da Medida de Independência
Funcional, da Prova de Funcionalidade, da Tabela de Held, e do
Controle Motor (Ashburn). São 30 alunos e 80 pacientes (crian-
ças, adultos e idosos) sendo atendidos em 20 horas semanais
por voluntários, supervisor e assessores de ensino. Desnuda-se
uma demanda até então escondida pela pobreza e pelo isola-
mento, e que precisa ser atendida em nome da responsabilida-
de que tem uma ação fisioterapêutica de saúde, fazendo da Fisi-
oterapia do século XXI uma realidade: uma terapia para a vida.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Ordem de recrutamento muscular em movimentos de
apontar e sua relação com as forças geradas nas
articulações
Introdução
Para alguns autores a ordem de recrutamento muscular se-
ria função da orientação do braço no espaço. Para outros auto-
res, a ordem de recrutamento muscular obedeceria à demanda
mecânica da tarefa. Neste estudo testamos a hipótese de que a
mudança na ordem de recrutamento seria conseqüência dos
torques de interação, gerados pelo movimento da articulação
focal, na articulação não-focal.
Métodos
Os movimentos do ombro, cotovelo e dedo indicador foram
reconstruídos no espaço, utilizando um sistema óptico de análi-
Continuação
Nadia Fernanda Marconi*,
Maira Lícia Foresti**, Gil Lucio
Almeida*.
*Universidade Estadual de
Campinas, São Paulo e
Universidade de Ribeirão Preto -
São Paulo, ** Universidade de
Ribeirão Preto -São Paulo
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001282
se tridimensional (Optotrak). Os movimentos foram realizados
em cinco orientações espaciais diferentes (180°, 135°, 90°, 45° e
0°). As tarefas realizadas nas orientações espaciais de 180°, 135°
e 90° foram executadas com adução do ombro e as tarefas reali-
zadas nas orientações de 45° e 0° foram executadas com abdução.
Em todas as orientações, o cotovelo sempre moveu em exten-são. A partir destes dados, calculamos os torques musculares e
de interação nestas articulações. Simultaneamente, registramos
a atividade eletromiográfica (EMG) de cinco músculos (deltóide
anterior, deltóide posterior, bíceps braquial, braquioradial e
tríceps lateral). Esses dados foram utilizados para o cálculo da
ordem de recrutamento muscular.
Resultados
A ordem de recrutamento muscular muda com a orientação
espacial. Embora o cotovelo tenha movido em extensão em to-
das as orientações espaciais, o bíceps braquial (antagonista) foi
ativado antes do tríceps braquial (agonista), em duas orienta-
ções espaciais em que o braço moveu em adução (180º e 135º).
No entanto, o braquioradial comportou-se como antagonista em
todas as orientações espaciais. Por outro lado, não houve uma
relação entre a ordem de recrutamento da musculatura do mem-
bro superior e os torques de interação.
Discussão
Os resultados deste estudo revelam que a mudança na or-
dem de recrutamento do bíceps, em algumas orientações espa-
ciais, deve ser atribuída à sua atuação bi-articular. Essa mudan-
ça na ordem de recrutamento atende à demanda mecânica da
tarefa, em termos da geração de força muscular na articulação
do ombro. Estes achados indicam que devemos ser cautelosos
ao utilizarmos a terminologia agonista-antagonista para descre-
ver a ação da musculatura, em tarefas motoras mais complexas.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
A fisioterapia participando da recuperação da corporeidade
e auto-estima de idosos - estudo de caso
O envelhecimento representa etapa do desenvolvimento indi-
vidual, com perdas gradativas da capacidade física e intelectual
e menor expectativa de vida. De posse do conhecimento do mé-
todo proposto por Kelder (1985), sugerindo cinco exercícios
tibetanos, com finalidade de postergar o envelhecimento, optou-
se pela aplicação e verificação de seus efeitos numa Instituição
Asilar, na cidade de São Carlos, SP. Os objetivos da presente co-
municação consistem em apresentar e descrever estudo de qua-
tro idosos (uma mulher e três homens, 69, 60, 64 e 78 anos respec-
tivamente), submetidos a exercícios da referida técnica, diaria-
mente, durante seis meses consecutivos. Foram realizados antes
e ao final da intervenção, exames laboratoriais (hemograma, do-
sagens hormonais de T3, T4, TSH), testes complementares
Continuação
Cristina Faria Westphal, Simone
Farhat Moujaes, Nelcy Vera Nunes
Simões, Aguinaldo Gonçalves
Grupo de Saúde Coletiva/
Epidemiologia e Atividade Física –
FEF/Unicamp, Campinas - SP
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 283
(Barthel e “Minimal Memorial Test”), avaliação fisioterápica e
geriátrica. No inicio, observou-se presença de rigidez articular,
referência de dor, déficit de coordenação motora, fadiga, indispo-
sição, pele ressecada, máculas senis e dificuldade de memorização
para todos os exercícios. No final, houve recuperação acentuada
de memória, diminuição da queixa de dores, da rigidez articular,
melhora significativa das manchas senis (40%); as taxas hormonais
elevaram-se em 20% e houve, ainda, melhora na ventilação pul-
monar. Registra-se, assim, situação que pessoas da Terceira Ida-
de, podem ganhar condições mais dignas de vida, de imagem
corporal e de bem-estar físico-emocional em procedimentos
terapêuticos que incluam, destacadamente, a Fisioterapia.
Referência: Kelder P. A fonte da juventude. Editora Best Seller: São Paulo, 1989.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Fonocardioamplicador com análise gráfica - um recurso
didático para aulas de ausculta cardíaca
Introdução
A ausculta cardíaca constitui um dos itens do exame físico
fisioterápico que exige do profissional uma interpretação do som
auscultado com a fisiopatologia do quadro clínico. O aprendiza-
do é difícil e deve ser utilizado ainda na graduação.
Objetivos
Facilitar o aprendizado da ausculta cardíaca de modo a tornar o
estudo mais interessante e agregador. Demonstrar formas de utili-
zação da informática como meio didático simples e de baixo custo.
Metodologia
Através de um estetoscópio comum, que teve sua parte
auricular retirada restando-lhe apenas a campânula e o segmen-
to cilíndrico foi adicionado um microfone capacitivo de eletreto,
componente comum em rádio-gravadores. A cápsula foi solda-
da ao tubo do estetoscópio com algodão embebido em cola para
evitar perda de som e interferências do ambiente. Através de
fio e plugues apropriados o conjunto foi conectado a uma placa
de som de computador. O sinal recolhido recebe tratamento atra-
vés de um programa de som como o Cool Edit 96ä ou similar
que possibilita amplificação e análise ondulatória do som.
Resultados
Aumento do interesse dos alunos e da interatividade do gru-
po. Maior assimilação do conteúdo e maior facilidade de inter-
pretação dos sons cardíacos.
Conclusão
O fonocardioamplificador pode ser usado como mais um
recurso didático nas aulas de ausculta cardíaca por ser um
equipamento de simples montagem, de baixo custo e portá-
til. Permite a criação de uma fonoteca com diferentes sons
cardíacos, nas mais variadas situações.
Continuação
Will Hernane Pereira Costa,
Giane Amorim Ribeiro, Lívia
Ribeiro Borges Lazzarotto,
Juliana Magalhães Machado
Barbosa
Centro Universitário de Belo
Horizonte - UNI-BH – Belo
Horizonte - MG
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001284
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Descrição de um projeto de hidroterapia pediátrica em
Florianópolis
O projeto em análise consiste em um programa de
hidroterapia realizado na piscina do Centro de Educação Física,
Fisioterapia e Desportos (CEFID), da Universidade do Estado
de Santa Catarina (UDESC) em uma parceria entre esta insti-
tuição de ensino e o Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG)
de Florianópolis. O projeto é coordenado por um médico do
HIJG, e executado por acadêmicos de Fisioterapia da UDESC.
As atividades iniciaram em 1996, atendendo crianças com di-
versas patologias crônicas, que chegam ao ambulatório do HIJG
com a necessidade da prática de atividade física. O programa é
ministrado através de duas sessões semanais durante o ano le-
tivo da Universidade. O objetivo principal deste estudo é o de
descrever o projeto de hidroterapia pediátrica realizado em par-
ceria com o CEFID-UDESC e o HIJG de Florianópolis. Os da-
dos foram obtidos através de uma análise retrospectiva dos pron-
tuários de todos os pacientes que participaram deste projeto,
desde março do ano de 1996 até dezembro de 1999. Os pacientes
foram subdivididos conforme suas patologias em 4 grandes gru-
pos: “patologias ortopédicas” (problemas posturais, legg-calvè-
perthes, osteogênese imperfecta, etc), “neurológicas” (distrofias,
paralisia cerebral, mielomeningocele, etc), “respiratórias” (asma,
bronquite e mucoviscidose) e “outras” (obesidade, baixa estatu-
ra, puberdade precoce, etc). No período do estudo, foram aten-
didas em média 50 crianças, com idades variando entre 3 e 14
anos. Foram classificadas 8 crianças no grupo das patologias
ortopédicas, 20 no grupo das neurológicas, 16 com patologias
respiratórias e 6 com outras doenças. A média de atendimento
diário foi de 20 crianças. Conclui-se que o projeto em questão
atende crianças com as mais diversas doenças, sendo que as
patologias neurológicas, nestes 3 anos, se mostraram em maior
número de ocorrências, seguidas de perto pelas patologias res-
piratórias. Graças aos efeitos benéficos da água, foram obtidos
grandes resultados no tratamento destas crianças, principalmen-
te no que diz respeito à independência no meio aquático. Pelo
fato de não ter havido nenhuma espécie de acidente na vigên-
cia das sessões, verifica-se a segurança do projeto.
Resumos de congressos e trabalhos
Ana Cristina C. Pons*, Gesilani J.
da Silva*, Joel Steinman**
*Acadêmicas do curso de
Fisioterapia do Centro de Educação
Física, Fisioterapia e Desportos,Universidade do Estado de Santa
Catarina, Florianópolis SC,
*Médico Pediatra
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 285
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Síndrome de Guillain–Barré tipo Aman e fisioterapia: relato
de caso
A Síndrome de Guillain–Barré (neuropatia desmielinizante
inflamatória aguda), é descrita por acometimento de nervos
periféricos e cranianos. Compreende variantes conhecidas em
literatura, sendo o tipo Aman caracterizado pelo envolvimento
axonal sensório–motor agudo, comprometendo adolescentes
entre 10 e 15 anos (aproximadamente), e acometendo região
superior do corpo (cabeça, pescoço, membros superiores, tórax,
e músculos respiratórios). Esta variante é de caráter extrema-
mente rara e de difícil diagnóstico.
W.A.S., 9 anos, sexo masculino, internado por faringite, apre-
sentou insuficiência respiratória aguda grave e paralisia aco-
metendo a região superior do corpo. O diagnóstico de AMAN foi
definido 30 dias após a internação. Evoluiu com ventilação me-
cânica prolongada (70 dias), fraqueza muscular respiratória e
difícil desmame. Não houve necessidade de traqueostomia.
A fisioterapia proposta deu enfoque à higiene brônquica,
reexpansão pulmonar e treinamento muscular. Iniciou-se o tra-
balho imediatamente após a internação e evoluiu com acompa-
nhamento intensivo ininterrupto, complementando-se em am-
bulatório pós alta hospitalar.
As condições atuais do paciente mostram recuperação total
da função respiratória e leve comprometimento postural, ainda
em acompanhamento fisioterapêutico.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Fisioterapia respiratória em pós-operatório de cirurgia
cardíaca pediátrica: influência do modo de tratamento com
Sato2 e estabilidade hemodinâmica
Nos últimos anos a Fisioterapia Respiratória tem tido grande
indicação em crianças submetidas à cirurgia cardíaca, com a
finalidade de prevenir e tratar complicações pulmonares no pós-
operatório.
Com o objetivo de avaliar os efeitos de técnicas específicas
de fisioterapia com a Saturação de Oxigênio (SATO2) e a estabi-
lidade hemodinâmica (onde avaliamos a Freqüência Cardíaca
(FC) e a Pressão Arterial média (PAm) e comparar qual das téc-
nicas levou a maior alteração dos parâmetros analisados, este
trabalho foi desenvolvido.
Foi utilizado o monitor SIEMENS SC 6002 para análise da
FC,SATO2 e PAm. As três condutas utilizadas foram:1-Mano-
bras de desobstrução brônquica (MDB) , de Reexpansão Pul-
G. Cecílio, R. Grande
Hospital de Clínicas da
Universidade Estadual de
Campinas, Serviço de Fisioterapia
Pediátrica. Campinas - SP
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
B. Daniela, M. Edna
Hospital Português, Instituto do
Coração de Pernambuco, Recife PE
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001286
monar (RP)e Posicionamento. 2-MDB,RP. 3-MDB, Posicion-
amento e Aspiração.
Vinte crianças entre 5 m a 15 a, em pós-operatório de cirurgia
cardíaca, com indicação de fisioterapia foram incluídas. A esco-
lha da conduta a ser aplicada foi baseada nos achados clínicos
(Ausculta Pulmonar (AP) e Rx do dia) e comentários do corpo
de enfermagem. A FC, SATO2 e PAm, foram analisadas antes,
durante e após cada procedimento.
Resultados: Em relação a FC houve diferença estatisticamen-
te significativa entre a FC antes e após nas condutas 1 e 3. Em
relação a SATO2 e PAm não houve diferença estatisticamente
significativa antes e após o procedimento nem entre as três con-
dutas.
Concluímos que condutas que incluem posicionamento e
aspiração de secreções causam maiores alterações na
hemodinâmica em relação a condutas na quais estas técnicas
não estão incluídas.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Fisioterapia respiratória na síndrome deprune belly
A síndrome de Prune Belly ou da “barriga em ameixa seca” é
congênita e se manifesta em recém-nascido do sexo masculino.
Caracteriza-se por paredes abdominais finas e flácidas, de as-
pecto ruguso com hipoplasia ou agenesia dos musculos da pa-
rede abdominal, criptorquidia bilateral e anomalias das vias
urinárias. L.A.S., 6 meses de idade, deu entrada na unidade pa-
cientes graves do Instituto Fernandes Figueira - FIOCRUZ em
11/05/98, proveniente do lar, com quadro de IRA, anemia, sepse,
diarréia, distúrbio de coagulação, choque e infecção urinária.
Foi intubado, ventilado mecanicamente por 18 dias, sendo 16
dias em VMI e 02 dias em CPAP traqueal. Neste período ocorreu
um episódio de PCR por extubação acidental. O acompanha-
mento fisioterápico foi de forma descontínua, ora por apresen-
tar labilidade clínica, ora por intolerância às tentativas de des-
mame, necessitando inclusive de parâmetros agressivos. Após
desmame da prótese ventilatória, o RX imediato do tórax mos-
trava atelectasia do LSD.A postura do paciente no leito era de
hiperextensão da coluna vertebral, discreta retração do esterno,
elevação das costelas e dos ombros e encurtamento da muscu-
latura do pescoço. O aspecto geral do tórax era de deformidade
em sino (redução do diâmetro apical e aumento do diâmetro
diafragmático. O tratamento fisioterápico instituído incluiu a
colocação de uma cinta abdominal, posicionamento em prono
com retroversão de pelve e foi utilizado o método RTA-
Reequilíbrio Tóraco Abdominal, como terapêutica de primeira
B. Daniela, M. Edna
Hospital Português, Instituto do
Coração de Pernambuco, Recife PE
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001 287
escolha e, em seguida, aspiração naso-faríngea. O manuseio in-
cluiu alongamento passivo de toda a musculatura paravertebral
e de cintura escapular, enfatizando o alongamento dos múscu-
los peitorais. O RX de tórax após conduta, mostrou recrutamen-
to alveolar da área comprometida. Concluímos que o apoio ade-
quado da parede abdominal, através do uso da cinta e postura
prona, associado aos alongamentos descritos e maior estabili-
dade da caixa torácica fez com que houvesse melhora significa-
tiva do padrão respiratório com repercussão clínico funcional.
Atualmente o paciente segue acompanhamento sistematizado
de fisioterapia respiratória ambulatorial no IFF- FIOCRUZ .
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Linfangiectasia pulmonar congênita – serviço de
atendimento domiciliar as crianças cronicamente enfermas
do IFF-Fiocruz
ASO, 1a, masculino, foi encaminhado ao IFF aos 12 dias de
vida com quadro de taquidispnéia e cianose persistentes, esfor-
ço respiratório acentuado, ausculta pulmonar com diminuição
do murmúrio vesicular e broncoespasmo. Rx de tórax
inexpressivo. Após biópsia, foi diagnosticado como portador de
Linfangiectasia Pulmonar Congênita, um raro distúrbio congê-
nito caracterizado por dilatação excessiva dos ductos linfáticos
por todo pulmão. Apresentando-se em 03 diferentes tipos quanto
sua extensão e gravidade, a LPC, na maioria dos casos, mani-
festa um quadro clínico de angústia respiratória com cianose
logo após o nascimento, progredindo com piora do quadro em
geral. Está associada a outras anormalidades em 50% dos casos;
seus estudos de imagem mostram hiperinsuflação e padrão
reticular difuso, e seu diagnóstico é feito através de biópsia pul-
monar, apresentando dilatações císticas dos linfáticos nas regi-
ões subpleural e intralobular e nos espaços perivasculares, dan-
do aos pulmões um padrão reticulado subpleural de finas linhas
brancas interconectadas com áreas císticas de aprisionamento
aéreo. Durante o período de admissão, necessitou de O2 suple-
mentar (oxyhood), e suporte pressórico (CPAP-nasal), posterior-
mente adaptado a um Bipap através de máscara nasal. Atual-
mente, é dependente de O2 e Bipap noturno.Apresenta uma
frequência respiratória média de repouso entre 35-45 irpm, aus-
culta pulmonar com murmúrio vesicular diminuído globalmente
e broncoespasmo persistente (faz uso de salbutamol 4/4 h), es-
forço respiratório moderado com tiragem costal, uso excessivo
de musculatura acessória com consequente abaulamento
torácico, aletas nasais aladas, com padrão radiológico de
hiperinsuflação generalizada. É acompanhado 2 vezes por se-
mana, com a finalidade de minimizar a morbi-mortalidade. Até
Rafaela Mendes, Marcia de
Castro
IFF-FIOCRUZ Rio de Janeiro RJ
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 - Setembro / Outubro 2001288
o momento, o paciente parece responder bem ao tratamento, o
qual consiste em manuseios do método RTA (Reequilíbrio
Tóraco-Abdominal), apresentando melhora na ventilação e na
mecânica respiratória, com diminuição de FR e menor solicita-
ção da musculatura acessória, após terapêutica.
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
O vínculo mãe-bebê em prematuros que foram submetidos à
ventilação mecânica e a relação com seu comportamento
motor
Sabemos que o bebê prematuro, que necessita de ventilação
mecânica ao nascimento, sofre uma separação abrupta da mãe
logo após o parto, também observamos que com o advento dos
Centros de Terapia Intensiva Neonatais hoje sobrevivem crian-
ças que anteriormente não teriam possibilidade de vida. Anali-
sando estas questões, surge na área de estudo da Fisioterapia a
necessidade de pesquisarmos mais sobre todas as possibilida-
des que levem estas crianças a terem maior qualidade de vida.
O objetivo de nossa investigação é relacionar a interação da mãe
com seu bebê prematuro, que foi submetido à ventilação mecâ-
nica (VM), com os transtornos de comportamento motor no pe-
ríodo de internação hospitalar. A pesquisa foi realizada no Cen-
tro de Terapia Intensiva Neonatal do Hospital Conceição da Cri-
ança, em Porto Alegre, no ano de1999. A coleta de dados foi rea-
lizada através de revisão de prontuários médicos, entrevistas
semi-estruturadas às mães, observações sistemáticas das visi-
tas das mães aos bebês e avaliação do comportamento motor
através da escala de Brazelton. Participaram deste estudo 14
mães e seus bebês. Os dados das entrevistas foram agrupados,
conforme as respostas similares, em categorias e analisados de
forma qualitativa. Os achados das observações foram relacio-
nados com o encontrado no comportamento dos bebês, através
de análise estatística, utilizando o Coeficiente de Correlação de
Pearson. Encontramos várias correlações significativas, desta-
camos: correlação inversa entre exagero de estimulação da mãe
e maturidade motora do bebê (-0,612), correlação direta entre
calor e emoção maternal com habituação à luz (0,875), entre
verbalização da mãe e habituação à luz (0,704), entre interação
positiva da díade e habituação à luz (0,763) e entre interação
positiva da díade e habituação ao som de chocalho (0,539). Con-
cluímos afirmando que é necessária a atuação da Fisioterapia,
de forma preventiva, nas alterações do desenvolvimento motor
destes prematuros submetidos a VM.
K. Scaramussa, V.Rech
Universidade Luterana do Brasil,
Canoas - RS
Congresso Brasileiro de Fisioterapia
Respiratória, Gramado - RS - 2000
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 289
Artigo original
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Avaliação de crianças com fibrose cística após 12 meses
de fisioterapia respiratória
Evaluation of children with cystic fibrosis after 12 months of
respiratory physiotherapy
Juliana de F. Fracon*, Maria J. J. Sologuren**, Ada C. Gastaldi***, Mário Antônio Baraúna****
*Mestre em Fisioterapia, **Livre Docente em Pediatria, ***Doutora em Reabilitação Pulmonar, ****Doutor em
Motricidade Humana, Centro Universitário do Triângulo – UNIT
Resumo
Objetivos: Avaliar o crescimento pondero estatural, o estado
nutricional, a freqüência de pneumonias e a tolerância ao exercí-
cio, em crianças com fibrose cística, após associação de fisioterapia
respiratória tradicional ao tratamento farmacológico.
Métodos: Foram avaliadas 7 crianças com fibrose cística com-
provada, do Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do Hospital
de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia. A fisioterapia
respiratória foi realizada de novembro de 1997 a outubro de 1998,
em sessões de 1 hora, 3 vezes por semana.
Os parâmetros avaliados no início e ao final da pesquisa foram
peso e altura, pela tabela do National Center for Health Statistics;
estado nutricional, segundo o escore de Waterlow; freqüência de
pneumonias em relação aos 12 meses anteriores; tolerância ao exer-
cício, pelo teste de caminhada de 6 minutos.
A análise estatística utilizou a prova de Wilcoxon, com nível de
significância em 0,05.
Resultados: O crescimento pondero estatural estava comprome-
tido no início e ao final da pesquisa, embora houvesse ganho signi-
ficativo de peso e estatura ao final. O estado nutricional, previa-
mente comprometido, assim se manteve. Os episódios de pneumo-
nia diminuíram significativamente (p < 0,05). Não ocorreram alte-
rações significativas no teste de caminhada de 6 minutos.
Conclusão: O grupo teve crescimento pondero estatural signifi-
cativo e diminuiu a freqüência de pneumonias. No entanto, mante-
ve-se desnutrido e com tolerância ao exercício inalterada.
Endereço para correspondência: Maria José Junho Sologuren, Rua Guaicurus, 270 -
Bairro Saraiva, 38408-394 Uberlândia – MG, Tel: (34) 3214-2914, Fax: (34) 3239-9617,
E-mail: solo@triang.com.br
Palavras-
chave: Fibrose
cística,
Fisioterapia
respiratória,
Avaliação
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001290
○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○ ○
Abstract
Objectives: To evaluate weight and height growth, nutritional
status, frequency of pneumonia episodes, and tolerance to exercise,
in children with cystic fibrosis after the association of traditional
respiratory physiotherapy with pharmacological treatment.
Methods: Seven children with confirmed cystic fibrosis seen at
the Pediatric Pulmonology outpatient clinic of the Federal
University of Uberlandia were evaluated. Respiratory physiotherapy
was performed from November 1997 to October 1998 in 1 hour
sessions three times a week.
The parameters evaluated at the beginning and at the end of the
study were weight and height according to the National Center for
Healt Statistics; table, nutritional status, frequency of pneumonia
during the previous 12 months, and tolerance to exercise
determined by the 6 minute walk test.
Data were analyzed statistically by the Wilcoxon test, with the
level of significance set at 0.05.
Results: Weight and height growth was impaired both at the
beginning and at the end of the study, although a significant weight
gain had occurred by the end of the study. The previously
compromised nutritionsl status continued to be so at the end of the
study. The episodes of pneumonia decreased significantly (p < 0.05).
There were no alterations in the 6 minute walk test.
Conclusion: The group had a significant weight and height
growth and a decreased frequency of pneumonia. However, it
continued to be malnourished, with inaltered tolerance to exercise.
Introdução
A fibrose cística (FC) é a mais comum das
doenças genéticas potencialmente letais da
raça branca [1,2]. Embora seja
multissistêmica, a doença pulmonar
obstrutiva crônica e a desnutrição são suas
manifestações mais exuberantes [3]. Entre
caucasianos, sua incidência estimada é de 1
em 2.500 nascidos vivos [4].
A doença respiratória progressiva é a prin-
cipal responsável pela morbi-mortalidade,
embora sua severidade seja muito variável [5].
Em 1938, 80% dos doentes morriam no pri-
meiro ano de vida [6]. Contudo, o diagnóstico
e o tratamento precoces têm permitido um
aumento na sobrevida, nos países desenvol-vidos. A média de sobrevida esperada para os
nascidos em 1990 é de 40 anos [7].
Key words:
Cystic fibrosis;
Respiratory
physiotherapy,
Evaluation
No Brasil, porém, a sobrevida ainda é pe-
quena. Em Minas Gerais, a média de sobrevida
relatada por Reis et al. (1998) foi de 12,6 anos,
semelhante à observada em países desenvol-
vidos em 1970. Estes autores relacionaram a
curta sobrevida à organização do sistema de
saúde e às condições sócio-econômicas desfa-
voráveis nos países em desenvolvimento [8].
No tratamento, destacam-se os antibióticos
para combater as inúmeras infecções pulmo-
nares que são, na maioria dos casos, respon-
sáveis pelo rápido declínio na função pulmo-
nar [9]; a reposição de enzimas pancreáticas e
a melhora no estado nutricional [10,11] e a eli-
minação das secreções pulmonares [12].
Fisioterapia respiratória é suporte impres-
cindível no tratamento da doença pulmonar
[12]. A fisioterapia respiratória tem como ob-
jetivo remover o muco viscoso e o exsudato
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 291
causado pelas infecções pulmonares, sendo o
principal tratamento não farmacológico. Deve
ser iniciada desde o diagnóstico e continuada
regular e rotineiramente até o fim da vida,
independente do grau de comprometimento
pulmonar. Há controvérsias a respeito de quais
técnicas fisioterápicas devem ser utilizadas,
porém Thomas et al. (1995), em meta análise
a respeito, relataram que a fisioterapia tradi-
cional resulta em uma eliminação
significantemente maior de secreção [12].
Para a fisioterapia respiratória não há um
protocolo a ser seguido. Devido à variação no
quadro clínico, cabe ao fisioterapeuta julgar as
técnicas mais eficientes para cada paciente [13].
Este trabalho teve por objetivo avaliar o
crescimento pondero-estatural, o estado
nutricional, a freqüência dos episódios de
pneumonia e a tolerância ao exercício, em cri-
anças com FC, após associação de fisioterapia
respiratória tradicional ao tratamento
farmacológico.
Pacientes e métodos
Participaram do estudo 7 crianças com di-
agnóstico comprovado de FC através da dosa-
gem, em duplicata, de cloro no suor, com va-
lores iguais ou superiores a 60mEg/L. Estas
eram todas as crianças em acompanhamento
no Ambulatório de Pneumologia Pediátrica do
Hospital de Clínicas da Universidade Federal
de Uberlândia (HC/UFU). As mesmas faziam
uso rotineiro de enzimas pancreáticas; eram
medicadas com antibióticos quando ocorriam
infecções pulmonares. Em novembro de 1997,
foi acrescentado, a este esquema terapêutico,
fisioterapia respiratória tradicional, 3 vezes
por semana, em sessões de 1 hora, durante 12
meses.
Os procedimentos fisioterápicos para crian-
ças maiores de 5 anos de idade foram drena-
gem postural brônquica, percussão,
vibrocompressão e exercícios respiratórios e
posturais; em crianças menores de 5 anos,
além destes procedimentos, foi feita aspira-
ção de secreções, quando necessário.
No início e ao término do acréscimo do tra-
tamento fisioterápico, as crianças foram ava-
liadas nos seguintes parâmetros: crescimen-
to pondero-estatural; estado nutricional; fre-
qüência de episódios de pneumonia e tolerân-
cia ao exercício.
Peso e altura foram avaliados segundo os
critérios do National Center for Health
Statistics (NCHS) para idade e sexo [14].
A avaliação do estado nutricional utilizou o
escore de Waterlow [15].
A freqüência dos episódios de pneumonia
considerou os episódios ocorridos nos 12 me-
ses anteriores à introdução do tratamento fisi-
oterápico e os episódios ocorridos nos 12 me-
ses de associação de tratamento fisioterápico
ao tratamento farmacológico que era utilizado.
O teste de caminhada de 6 minutos foi rea-
lizado como preconizado por Gulmans et al.
(1996) [16]. Durante todo o teste, foi
monitorada a saturação arterial de oxigênio
(SaO2), oferecendo-se oxigênio por cateter
nasal quando a saturação baixava para valo-
res inferiores a 90%.
A SaO2 foi determinada por oximetria digi-
tal, utilizando-se oxímetro Resmed, modelo
305A. Valores iguais ou superiores a 90% fo-
ram considerados normais [17].
Esta pesquisa foi aprovada pelo Comitê de
Ética em Pesquisa em Humanos do Centro
Universitário do Triângulo (Unit) e foi realiza-
da com autorização da direção geral do HC/
UFU e após consentimento informado assina-
do pelas mães.
Para análise estatística foi aplicada a prova
de Wilcoxon, com nível de significância esta-
belecido em 0,05.
Resultados
Dos 7 pacientes estudados, 4 eram meni-
nos e 3 eram meninas. Todos eram de cor bran-
ca. Pertenciam a famílias com renda inferior
a 4 salários mínimos, tratando-se em hospital
público.
O início dos sintomas de FC ocorreu, em
média, com 11 meses e 15 dias de idade e a
média de idade do diagnóstico foi de 2,8 anos.
A média de idade no início do tratamento fisi-
oterápico foi de 5,9 anos, com idade variando
de 1 a 11 anos.
Todas as crianças tinham comprometimen-
to pulmonar; duas tinham bronquiectasia,
comprovada por tomografia computadorizada
de tórax (Tabela 1).
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001292
Tabela 1- Caracterização da amostra de sete pacientes
portadores de fibrose cística.
Média de idade do início dos sintomas 11 meses e 15 dias
Média de idade do diagnóstico de FC 2,8 anos
Média de idade no início da pesquisa 5,9 anos
Presença de comprometimento pulmonar 7 crianças
Presença de bronquiectasia 2 crianças
O crescimento ponderal estava comprome-
tido em 5 pacientes (71,4%) ao início da pes-
quisa e em 4 (57,1%) no final. O crescimento
estatural estava comprometido nos 7 pacien-
tes no início da pesquisa, mantendo-se com-
prometido em 4 (57,1%) ao final (Tabelas 2 e
3). Embora houvesse ganho estatisticamente
significante em peso e altura, não ocorreu re-
percussão significante no estado nutricional.
A avaliação do estado nutricional eviden-
ciou que todos os 7 pacientes eram desnutri-
dos no início da pesquisa e que 6 se mantive-
ram desnutridos ao final (Tabela 3).
Nos 12 meses anteriores à introdução da
fisioterapia respiratória, a média de episódios
de pneumonia no grupo foi de 2,8 e nos 12
meses de acompanhamento foi de 1,8. A dife-
rença entre as freqüências dos episódios de
pneumonia foi estatisticamente significante
(Tabela 3).
O teste de caminhada de 6 minutos não
apresentou alteração estatisticamente
significante após os 12 meses de acompanha-
mento. Não foi feito por 1 criança, em virtude
da idade (Tabela 4).
Discussão
Os pacientes estudados apresentaram cres-
cimento pondero estatural significante após
12 meses, mas, tanto em peso quanto em altu-
ra continuaram abaixo do esperado para sexo
e idade, segundo a Tabela do NCHS [14]. Nes-
tes pacientes, portanto, é evidente o compro-
metimento no crescimento pondero estatural.
Estes resultados são concordantes com os re-
latados por outros autores, segundo os quais
na FC há grave comprometimento no cresci-
mento pondero estatural [18-21].
O comprometimento do estado nutricional,
observado em 7 pacientes no início do trata-
mento e que persistiu em 6 pacientes após 12
meses, é concordante com o relatado por inú-
meros autores [18-21].
A diminuição dos episódios de pneumonia
evidenciou a eficácia da fisioterapia respira-
tória; a limpeza brônquica, provocando a eli-
minação da secreção espessa que há nos paci-
Tabela 2- Distribuição da amostra de sete pacientes portadores de fibrose cística, no início e após 12 meses de tratamento
fisioterápico.
PPPPParâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliadosarâmetros avaliados TTTTTratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeuticoratamento fisioterapeutico
AntesAntesAntesAntesAntes Ao términoAo términoAo términoAo términoAo término
Comprometimento do crescimento ponderal 5 crianças (71,4%) 4 crianças (57,1%)
Comprometimento do crescimento estatural 7 crianças (100%) 4 crianças (57,1%)
Desnutrição 7 crianças (100%) 6 crianças (85,7%)
Episódios de pneumonias (média anual) 2,8 1,8*
Teste de caminhadade 6 minutos (média em metros) 507,3 445,2
* p < 0,05
Tabela 3- Distribuição da amostra de sete pacientes
portadores de fibrose cística, segundo seu peso e altura
no início e após 12 meses de tratamento fisioterápico.
AmostraAmostraAmostraAmostraAmostra PPPPPeso (kg)eso (kg)eso (kg)eso (kg)eso (kg) Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm)Altura (cm)
No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início ApósApósApósApósApós No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início ApósApósApósApósApós
12 meses*12 meses*12 meses*12 meses*12 meses* 12 meses*12 meses*12 meses*12 meses*12 meses*
1 27,100 30,400 128 135
2 21,200 21,600 127 133,5
3 16,700 18,700 111 114
4 16,600 19,000 101 109
5 14,000 15,700 93 102
6 11,500 12,800 84 94
7 8,840 11,500 75 86
* p < 0,05
Tabela 4- Distribuição da amostra de seis* pacientes
portadores de fibrose cística, segundo o resultado do teste
de caminhada de seis minutos no início e após 12 meses
de tratamento fisioterápico.
AmostraAmostraAmostraAmostraAmostra TTTTTeste de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)este de caminhada de seis minutos (metros)
No inícioNo inícioNo inícioNo inícioNo início Após 12 mesesApós 12 mesesApós 12 mesesApós 12 mesesApós 12 meses
1 564,1 478,4
2 570,3 511,0
3 574,2 477,0
4 417,6 378,3
5 511,5 460,0
6 406,1 366,5
média 507,3 445,2
* Um dos pacientes não realizou o teste de caminhada por ser
lactente.
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001 293
entes com FC, pode ter dificultado a prolife-
ração dos microorganismos responsáveis pe-
las pneumonias.
No teste de caminhada de 6 minutos não
ocorreu alteração significante ao final da pes-
quisa. Como este teste avalia tolerância ao
exercício [16], podemos afirmar que a intro-
dução da fisioterapia respiratória não contri-
buiu para melhorar esta tolerância. No entan-
to, Gordon et al. (1999) [22] relataram que ob-
tiveram melhora no desempenho do teste de
caminhada de 6 minutos em crianças com FC,
utilizando fisioterapia com “Flutter” e não fi-
sioterapia respiratória tradicional, que foi o
procedimento por nós utilizado. Crianças com
FC submetidas, além da fisioterapia respira-
tória, a programas de condicionamento físico,
adequados para sua idade e gravidade da FC,
apresentaram melhor desempenho nos teste
de caminhada [23.24].
Esta pesquisa nos leva a concluir que a in-
trodução da fisioterapia respiratória tradicio-
nal ao esquema farmacológico foi eficiente na
diminuição da freqüência dos episódios de
pneumonia. Também permitiu a estas crian-
ças manterem seu crescimento pondero
estatural ao longo dos 12 meses, porém não
determinou recuperação do crescimento pon-
dero estatural e do estado nutricional espera-
dos para idade e sexo. Também não alterou o
desempenho no teste de caminhada de 6 mi-
nutos. Estas conclusões nos levam a sérias
reflexões: tratava-se de um grupo que iniciou
seus sintomas precocemente, como ocorre
com a maioria das crianças com FC [25]. O di-
agnóstico foi mais tardio que nos países de-
senvolvidos. Nos Estados Unidos, 70% dos
casos têm diagnóstico no primeiro ano de vida
[25]. No Brasil, o diagnóstico tem sido mais
tardio a média de idade do diagnóstico, em
pesquisas apresentadas por 3 diferentes au-
tores, variou de 1,6; 4,7 e 9,6 anos [8, 26,27].
As crianças que participaram da presente
pesquisa não tiveram oportunidade de trata-
mento por equipe multiprofissional por oca-
sião do diagnóstico. Este fato, a nosso ver, é o
responsável pelo comprometimento apresen-
tado já no início da pesquisa; a introdução,
ainda que tardia, do tratamento fisioterápico
respiratório, pode ter contribuído para que os
pacientes tivessem um ritmo menos acelera-
do de deterioração.
A falta de oportunidade para realizar trata-
mento adequado e precoce por equipe
multiprofissional deve ter sido a principal res-
ponsável pela evolução destes pacientes, que
pertenciam à classe social pouco favorecida e
faziam uso de sistema público de saúde, pois
é relatado que serviços de saúde com equipe
multiprofissional e pacientes com situação
sócio-econômica adequada são fatores respon-
sáveis por uma melhor evolução da FC [28].
Reis et al. (1998) [8] também relataram que a
baixa sobrevida de crianças com FC em Mi-
nas Gerais pode estar relacionada à organiza-
ção do sistema de saúde e à condição sócio-
econômica desfavorável.
Esta pesquisa sugere que as crianças com
FC sejam atendidas, tão logo se faça o diagnós-
tico, por equipe multiprofissional, com partici-
pação de médico, fisioterapeuta, nutricionista,
educador físico, entre outros; sugere, também,
que o tratamento global seja assumido pelo sis-
tema público de saúde. A adoção destas suges-
tões poderá permitir que a criança brasileira
com FC tenha menor e menos precoce reper-
cussão na sua qualidade de vida.
Referências
1- Lieu TA, Ray GT, Farmer G, Shay GF. The cost
of medical care for patients with cystic fibrosis
in a health maintenance organization.
Pediatrics 1999;103:e72.
2- Bayleran JK, Yan H, Hopper CA, Simpson EM.
Frequencies of cystic fibrosis mutations in the
Maine population: high proportion of unknown
alleles in individuals of French-Canadian
ancestry. Hum Genet 1996;98:207-9.
3- Lotem Y, Barak A, Mussaffi H, Shohat M,
Wilschanski M, Sivan Y, Blau H. Reaching the
diagnosis of cystic fibrosis – the limits of the
spectrum. Isr Med Assoc J 2000; 2:94-8.
4- Corey M, Farewell V. Determinants of mortality
from cystic fibrosis in Canada, 1970-1989. Am J
Epidemiol 1996;143:1007-17.
5- Kraemer R, Aebi C, Casaulta Aebischer C,
Gallati S. Early detection of lung disease and
its association with the nutritional status,
genetic background and life events in patients
with cystic fibrosis. Respiration 2000;67:477-90.
6- Andersen DH. Cystic fibrosis of the pancreas
and its relation to celiac disease. Am J Dis Child
1938;56:344-99.
Fisioterapia Brasil - Volume 2 - Número 5 Setembro / Outubro 2001294
7- Elborn JS, Shale DJ, Britton JR. Cystic fibrosis:
current survival and population estimates to
the year 2000. Thorax 1991;46:881-5.
8- Reis FJC, Camargos PA, Rocha S de F. Survival
analysis for cystic fibrosis in Minas Gerais
State, Brazil. J Trop Pediatr 1998;44:329-31.
9- Fiel SB. Clinical management of pulmonary
disease in cystic fibrosis. Lancet 1993; 341:1070-4.
10- Pencharz PB, Duric PR. Pathogenesis of
malnutrition in cystic fibrosis, and its
treatment. Clin Nutr 2000;19:387-94.
11- Thiebaut I. Nutritional aspects of mucovis-
cidosis. Rev Med Brux 2000;21:A452-4.
12- Thomas J, Cook DJ, Brooks D. Chest physical
therapy management of patients with cystic
fibrosis – a meta-analysis. Am J Respir Crit Care
Med 1995;151:846-50.
13- Oermann CM, Swank PR, Sockrider MM.
Validation of an instrument measuring
patient satisfaction with chest physiotherapy
techniques in cystic fibrosis. Chest
2000;118:92-7.
14- Hamill PV, Drizd TA, Johnson CL, Reed RB,
Roche AF. NCHS growth curves for children
birth-18 years. United States. Vital Health Stat
1977;11: i-iv,1-74.
15- Waterlow JA. Reliability of the Waterlow score.
J Wound Care 1995;4: 474-5.
16- Gulmans VAM. The six minute walking test in
children with cystic fibrosis: reability and
validity. Pediatr Pulmonol 1996;22:85-9.
17- Benoit H, Costes F, Feasson L, Lacour JR, Roche
F, Denis C, Geyssant A, Barthelemy JC.
Accuracy of pulse oximetry during intense
exercise under severe hypoxic conditions. Eur
J Appl Physiol Occup Physiol 1997;76:206-3.
18- Marcotte JE, Canny GJ, Grisdale RBA,
Desmond K, Corey M, Zinman R et al. Effects
of nutritional status on exercise performance in
advanced cystic fibrsosis. Chest 1986; 90:375-8.
19- McNaughton SA, Stormont DA, Shepherd RW,
Francis PW, Dean B. Growth failure in cystic
fibrosis. J Paediatr Child Health 1999;35:86.
20- Stettler N, Kawchak DA, Boyle LL, Propert KJ,
Scanlin TF, Stallings VA et al. Prospective
evaluation of growth, nutritional status, and
body composition in children with cystic

Outros materiais