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resumo economia política da urbanização paul singer

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NOME: ALEX SANDRO FABRE CASAGRANDE / 200727002
RESUMO: ECONOMIA POLÍTICA DA URBANIZAÇÃO – PAUL SINGER
A divisão entre o urbano e o rural sempre apareceu clara aos nossos olhos; já a divisão em classes não é tão óbvia. Somente em determinados momentos da história, como quando da ocasião em que os camponeses da França “arrasavam” castelos em apoio aos “sans-cullotes” de Paris ou dos Junkers prussianos aliando-se aos industriais do Ruhr.
O campo é o lugar onde se dá a atividade primária ou a extração das substâncias que vão lhe dar ou satisfazer as necessidades..
A cidade só pode surgir a partir do momento em que as forças produtivas é suficiente, no campo, para produzir o excedente e transferi-lo à cidade. 
Tem de haver uma diferenciação dos homens para que a cidade se diferencie de fato dos homens. Há de haver na cidade instituições sociais, para que ocorra a dominação de uma cidade à outra.. 
A cidade vai desenvolvendo sua atividade produtiva à medida que a classe dominante se vê livre das obrigações da produção direta. 
As origens da diferenciação entre campo e cidade pode ter se dado quando, por exemplo, uma sociedade dita rural, uma classe passa a se dedicar exclusivamente à guerra, ou desacerdócio e estes passam a viver em fortes, trazendo consigo servos espccializados, que se agrupam ao redor ou quando se impõe por força da arma implantando uma organização centralizada, na comunidade conquistada.
Segundo Gordon Child, a criação da cidade requeria uma acumulação prévia, onde haveria um fluxo contínuo de excedente alimentar do campo à cidade, o que pressupõe a existência de uma classe isolada espacialmente, a dominante.
A cidade comercial é fruto de uma cidade estado que domina um certo território. O excedente alimentar é usado para sustentar não somente a si mesmo, mas os artífices, pois a manufatura não pode se desenvolver sem que haja um excedente alimentar para sustentar a todos.
Parte da gente concentrada na cidade dedica-se ao militarismo, proporcionando à classe dominante a possibilidade de ampliar territorialmente seu domínio. 
O crescimento da população cria alguns problemas como o crescimento da demanda do mais produto, além da ampliação de ager publicus (área de uso comum). 
A transformação da cidade em centro de produção pode resultar de uma luta de classes entre senhores e servos ou patrícios e plebeus, ambos os lados se redefinindo ao longo do tempo. 
Parte do mais produto transforma-se em valor de troca, em mercadoria, fazendo surgir uma nova classe de produtores urbanos. A cidade torna-se o centro de uma nova classe rival de mercadores, usurários, especuladores, coletores de impostos, etc.
O tamanho do mercado é dado por fronteiras políticas e pelo custos dos transportes. Este último é superado pela aglomeração da população num espaço limitado e possibilita uma maior divisão do trabalho e o desenvolvimento das técnicas.
A partir de certo momento. a divisão do trabalho se expande entre diferentes núcleos urbanos, unificados entre si, tal como fora Roma, a capital do Império Romano. O comércio circulava livremente em toda a área ocupada pelo Império, através de vias marítimas e terrestres.
A divisão do trabalho entre campo e cidade é estabelecida firmemente; a cidade multiplica suas atividades ao incorporar atividades antes exercidas no campo e criando novas atividades mediante a produção de novas técnicas ou de novas necessidades. Na medida que as forças produtivas urbanas se desenvolvem, o camponês aumenta a produção de mercadorias que vende à cidade e adquire mais produtos urbanos.
O desenvolvimento das forças produtivas urbanas é condicionado pelo tamanho e “qualidade” do espaço político (a natureza das relações de produção), no qual a cidade se insere.
Ao longo da história, diferentes modos de produção coexistiram na civilização urbana. Há, por exemplo, a presença simultânea de senhores e escravos, senhores e servos, mestres e oficiais. Há o conflito entre as classes dominantes, como donos de escravos e mestres de ofício, senhores feudais e comerciantes capitalistas, que pode ser entendido como o conflito entre diferentes modos de produção. Do resultado deste conflito depende a continuidade ou não do desenvolvimento das forças produtivas.
O capitalismo surge na cidade, no centro dinâmico de uma economia urbana, que lentamente se reconstitui na Europa, a partir do século XIII. A fuga dos servos para as cidades e as ligas de cidades comerciais e o surgimento de comerciantes e banqueiros preparam o terreno para a Revolução Comercial, no século XVI, que estabelece uma divisão do trabalho interurbana mundial, assegurando o desenvolvimento das fornças produtivas. A burguesia, ao se unir dentro da cidade contra as demais classes e também em outras cidades faz contradizer o modo de produção feudal. A relação cidade campo resiste ao esmagamento das relações conflitantes e ocasiona o desabamento de uma poderosa arquitetura sociopolítica. Este caráter associativo acaba por arrastar o campo, por engendrar formas novas que o superam. Ele triunfou sobre a hierarquização inerente ao feudalismo e os conflitos sem saída.
A burguesia comercial começou a se desenvolver à base do excedente de produção do artesanato, organizado corporativamente. Os mestres de ofício se opuseram à expansão das forças produtivas, que o comércio requeria. O número de mestres era limitado, não havia competição, e sua restrita capacidade de produção limitava severamente o volume de produtos colocados à disposição do mercador.
A burguesia comercial encontrava-se entre duas barreiras: o monopólio sobre o excedente alimentar exercido pela aristocracia feudal e o monopólio sobre a produção manufatureira, exercida pela elite corporativa. A servidão no campo liberava mão de obra nas aldeias, aproveitada pelos comerciantes para a produção de manufaturas. Membros da família camponesa passam a produzir mercadorias em escala cada vez maior, não mais através da regulamentação corporativa. A divisão do trabalho aprofunda-se, com novas funçoes especializadas. A produção manufatureira fica cada vez mais sob o domínio do capital comercial e este alia-se à aristocracia real. Ambos vão contra a aristocracia feudal e as corporações urbanas.
Esta aliança compreendia: a expansão colonial, a abolição dos privilégios feudais no campo e da regulamentação corporativa nas cidades. Assim o capital comercial triunfou sobre a hierarquização inerente ao feudalismo.
A revolução industrial teve por palco a área urbana. O investimento nos instrumentos de produção (simples ferramentas) agora passam a ser explorados e dominados pelos fabricantes (empregadores) e não mais pelos mestres de ofício, na cidade, ou pelo comerciante, nas aldeias. Surgem os assalariados. Os fabricantes descobrem que as inovações técnicas proporcionam altos lucros.
A fábrica, portanto, é um fenômeno urbano. Requer ao seu entorno um grande número de trabalhadores, infraestrutura. A burguesia industrial toma o poder na cidade em nome do liberalismo, o capital comercial perde seus privilégios monopolísticos e acaba se subordinando ao capital industrial.
É o domínio inglês de uma ampla gama de mercados externos, a condição chave da Revolução Industrial, que se inicia naquele país. As forças produtivas não davam conta de suprir a demanda do mercado mundial de produtos manufaturados, daí fez surgir a grande indústria, a maquinaria e o uso de novas formas de energia. A grande indústria fez da economia urbana inglesa como centro dinâmico de um sistema internacional de divisão do trabalho dos fins do século XVIII até fins do século XIX. Somente a partir de 1875 é que outras nações, ao se industrializarem, abocanharam uma fatia do mercado mundial.
Quando a grande indústria barateou os produtos, a divisão do trabalho entre campo e cidade cresceu. Antes os camponeses adquiriam bens manufaturados das cidades, mas mantinham ainda uma ampla produção para seu autoconsumo. Mas com o produto urbano, pela qualidade e preço, fez eliminar a produção de subsistênciado campo. A indústria urbana também revolucionou a tecnologia agrícola, fornecendo ao campo seus principais instrumentos de produção. Ao eliminar a produção de subsistência do campo, houve especialização na agricultura, o advento do trator permitiu a dissociação da lavoura da criação de gado. A cidade passou a ser o lugar que concentra não somente o excedente alimentar, mas toda produção agrícola, a qual é comercializada, tranformada industrialmente e, em parte, redistribuída ao campo a partir da cidade. Por sua vez, a industrialização da agricultura permitiu um aumento da produtividade, trazendo desemprego tecnológico, pelo excesso de forças produtivas.
A divisão do trabalho entre campo e cidade sofreu uma transformação tão ampla que é difícil distinguir o que é um e outro, pois a maioria da população rural dedica-se a funções urbanas e devido à agricultura mecanizada e computadorizada. A população do campo nos países industrializados foi totalmente integrada no mercado da grande indústria. Nos países não industrializados, a população também passou a demandar produtos da grande indústria. E o avanço da população mundial expandiu a procura pelos produtos industriais num ritmo elevado, impulsionando a tecnologia e a difusão da indústria em vários países.
Os países recém industrializados não passaram pela fase da economia urbana manufatureira ou pré industrial. Nas cidades destes países, o aparecimento da burguesia se deu em condição completamente diferente das que presidiram o seu aparecimento original na Europa. A burguesia dos países com industrialização mais recente já se defrontou, desde o início, com um proletariado que se constitui como classe ao mesmo tempo, que ela.

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