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(A) Revista Fisioterapia Brasil 2006

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Traumato
• Mastectomia e amplitude de movimento do ombro
• Risco de trombose venosa profunda
• Osteoartrite do joelho e fortalecimento do quadríceps
Ultra-som
• Conformidade e manutenção dos equipamentos
Infecção
• Agentes patogênicos em eletrodos de borracha
• Staphylococcus aureus em serviços de fisioterapia
Respiratório
• Mobilidade torácica durante a gestação
• Amplitude tóraco-abdominal em indivíduos jovens
• Fisioterapia e bipap pós cirurgia cardíaca
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Março / Abril de 2006
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Traumato
• Instabilidade patelofemoral 
• Alongamento músculos isquiotibiais 
Anatomia
• Síndrome do piriforme
Lombalgia
• Lombalgia e gestação
• Isostretching e lombalgia crônica
• Quebec Back Pain Disability Scale
Respiratório
• EMG em portadores de distrofinopatias 
Ultra-som
• Interação com os tecidos biológicos
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Maio / Junho de 2006
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Cardiorespiratório
• Lupus eritematoso sistêmico 
• Capacidade vital em crianças
• Força muscular respiratória em idosos
Traumato-ortopedia
• Lesões músculo-esqueléticas e ginástica rítmica
• Alongamento e força dos isquiotibiais
Sáude da mulher
• Fisioterapia na sala de parto
Paralisia cerebral
• Fisioterapia em crianças com paralisia cerebral
• Estimulação elétrica neuromuscular na paralisia espástica
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Julho / Agosto de 2006
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Postura
• Lombalgia em motoristas de ônibus
• Postura sentada da criança escolar
• Sintomas osteomusculares em professores
Saúde da mulher
• Força muscular do períneo
• Fatores de risco da incontinência urinária
Hidroterapia
• Temperatura, freqüência cardíaca e pressão arterial
Esporte
• Treinamento respiratório em atletas de natação
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Setembro / Outubro de 2006
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Paralisia cerebral
• Equoterapia e encefalopatia espástica
• Estimulação elétrica neuromuscular em paralisia cerebral
• Estilo de vida e paralisia cerebral
Traumato
• Lesões músculo-esquelético por arma de fogo
• Flexão do joelho e alongamento do fêmur pelo método de Ilizarov
Gravidez
• Adaptações fisiológicas do período gestacional
Ergonomia
• Fisioterapia preventiva na avaliação ergonômica de um escritório
Profissão
• Há preferência pelo sexo do fisioterapeuta para a terapia?
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Novembro / Dezembro de 2006
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Fisiologia
• Força de preensão e lateralidade em crianças
Ergonomia
• Análise qualitativa da postura estática
• Condição Ergonômica dos postos de trabalhos
• Intervenção da fisioterapia em funcionários de indústria têxtil
Dermato
• Vacuoterapia no fibro edema gelóide
Acupuntura
• Acupuntura para pacientes com hérnia de disco lombar
• Acupuntura na reabilitação da terceira idade
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Fisioterapia Brasil
(vol.7, nº1 janeiro/fevereiro 2006 - 1~80)
EDITORIAL
Seis anos de revista e muito trabalho pela frente, Jean-Louis Peytavin ................................................................................................... 3
ASSOCIAÇÃO
Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher - ABRAFISM, 
Cristine Homsi Jorge Ferreira ................................................................................................................................................................................ 4
ARTIGOS ORIGINAIS
Mobilidade torácica e pressões respiratórias máximas durante a gestação, 
Fátima Caromano, Eliane Sayuri, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz, Juliana Monteiro Candeloro, 
Juliana Schulze Burti, Luciana Zazyki de Andrade ............................................................................................................................................. 5
Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória convencional associada à aplicação 
de BiPAP no pós-operatório de cirurgia cardíaca, Kamilla Tays Marrara, 
Aline Marques Franco, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, Fernanda Negrini, Sérgio Luzzi ...................................................................... 8
Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos utilizados na Estimulação 
Nervosa Elétrica Transcutânea nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ, 
José Tadeu Madeira de Oliveira, Antônio Neres Norberg, Fábio dos Santos Borges, 
Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, Ingrid Jardim de Azeredo Souza, Rafael Jardim de Azeredo Souza, 
Ailton da Silva Gonçalves, Betânia Martins Alhan de Oliveira, Fabiano Sanches Guerra ......................................................................... 14
Risco de trombose venosa profunda em pacientes traumato–ortopédicos hospitalizados, 
Luciano Pereira de Oliveira, Vagner Wilian Batista e Sá .................................................................................................................................. 18
Ocorrência de Staphylococcus aureus em fi sioterapeutas que atuam em clínicas 
e hospitais de Governador Valadares MG, Daniel de Assis Santos, Mariane Cândida Medeiros Oliveira, 
Liliane Lisboa Oliveira, Ludmila Reis Milardi, Sabrina Ferreira Almeida, Lígia Jordão Valentim, 
Bartira Pereira Neves, Mario Antonio Baraúna, Ruiz Angelo Ventura da Silva ........................................................................................... 22
Medida da amplitude tóraco-abdominal como método de avaliação dos movimentos 
do tórax e abdome em indivíduos jovens saudáveis, Audrey Borghi-Silva, Renata Gonçalves Mendes, 
Elisabeth Santos Silva, Higia L. Paulucci, Paula C. Picchi, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo ................................................................. 25
Análise da amplitude de movimento do ombro de mulheres mastectomizadas submetidas 
a um programa de exercícios e alongamentos musculares, Ana Cristina da Nóbrega Marinho, 
Alexsandro Alcantara de Macedo ........................................................................................................................................................................ 30
Comparação dos lasers diodo 904 nm e 670 nm na viabilidade do retalho cutâneo 
randômico isquêmico em ratos, Lívia Ribeiro de Assis, Alexandre Marcio Marcolino, 
Carlos Eduardo Pinfi ldi, Rodrigo Paschoal Prado, Fábio Lourencin, Lydia MasakoFerreira ................................................................... 36
Comportamento do lactato sanguíneo de pacientes com síndrome isquêmica aguda 
nas 48 horas de internação na unidade coronariana submetidos à reabilitação cardíaca fase I, 
Cintia Godinho Junqueira, Regina Roque da Glória, Sílvia Mesquita, Miguel Houri Neto ....................................................................... 40
Correlação entre estresse e dor em pilotos de helicópteros do Grupamento 
de Radio Patrulha Aérea da Polícia Militar na cidade de São Paulo, Kelly Cristina Diniz, 
Tabajara de Oliveira Gonzalez, João Pedro Arantes, Emílio Luiz Santana Panhosa, Cezar Gallettii Júnior ........................................... 44
REVISÕES
Fatores que interferem na reabilitação protética de idosos amputados de membros inferiores, 
Júnea Mara Gonçalves Moraes, Daniele Sirineu Pereira, Gisele de Cássia Gomes, Leani Souza Máximo Pereira ................................. 49
O exercício físico e a regeneração muscular, Fabiana Elisa Toressan Faria, Viviane Balisardo Minamoto ..................................... 55
Importância da conformidade dos equipamentos de ultra-som terapêutico com a NBR-IEC 1689, 
Elton Antônio Valentini, Carlos Dias Maciel, Nivaldo Antonio Parizotto ................................................................................................... 59
Osteogenese imperfeita – características clínicas, moleculares e tratamento, 
Gabriela Pinheiro Rebouças Martins, Marcus Vinicius Amaral, Henrique Douglas Melo Coutinho ....................................................... 66
ESTUDOS DE CASO
Distrofi a muscular intermediária entre Duchenne e Becker, Elaine Maria Bueno da Silva, 
Thaís Helena Brunheroto Nucci, Cristina Iwabe, Maria da Graça Baldo Deloroso ................................................................................... 69
Benefícios de um programa de fortalecimento excêntrico do quadríceps no tratamento 
da osteoartrite de joelho, Andressa Souza Milagres, Igor Magalhães e Souza, Johnathan O. Coura Pereira, 
Roger Duarte da Paz, Flávia Maria Campos de Abreu .................................................................................................................................... 73
NORMAS DE PUBLICAÇÃO ................................................................................................................................................................... 79
EVENTOS .......................................................................................................................................................................................................... 80
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Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20062
© ATMC - Atlântica Editora Ltda - Nenhuma parte dessa publicação pode ser reproduzida, arquivada ou distribuída 
por qualquer meio, eletrônico, mecânico, fotocópia ou outro, sem a permissão escrita do proprietário do copyright, 
Atlântica Editora. O editor não assume qualquer responsabilidade por eventual prejuízo a pessoas ou propriedades 
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I.P. (Informação publicitária): As informações são de responsabilidade dos anunciantes.
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Ilustração da capa: Músculos do pescoso, ilustração de G. Devy, Traité d’anatomie humaine de Leon Testut, Paris, 1904.
Rio de Janeiro
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São Paulo
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Recife
Monica Pedrosa Miranda
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Assinaturas
6 números ao ano:
Brasil - 1 ano: R$ 156,00
América Latina - 1 ano: US$ 160,00
Europa - 1 ano: € 150,00
Editor executivo
Dr. Jean-Louis Peytavin
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Editores associados
Dr. André Luís Santos Silva
Drª. Tiene Deccache
Colaboradoras da Redação
Ingrid Haig
Guillermina Arias
Direção de arte
Cristiana Ribas
cristiana@atlanticaeditora.com.br
Publicidade e marketing
René Caldeira Delpy Jr.
rene@atlanticaeditora.com.br
Atendimento ao assinante
Edilaine Silva
atlantica@atlanticaeditora.com.br
Todo o material a ser publicado deve ser 
enviado para o seguinte endereço
por correio ou por e-mail aos cuidados de
Jean-Louis Peytavin
Rua da Lapa, 180/1103
20021-180 – Rio de Janeiro – RJ
jeanlouis@atlanticaeditora.com.br
Fisioterapia Brasil
www.fisioterapiabrasil.com.br
Revista Indexada na LILACS - Literatura Latino-
americana e do Caribe em Ciências da Saúde
Editor científico
Prof. Dr. Marco Antônio Guimarães da Silva (UFRRJ – Rio de Janeiro)
Conselho científico
Prof. Dr. Dirceu Costa (UFSCAR – São Paulo)
Prof. Dr. Esperidião Elias Aquim (Univ.Tuiuti – Paraná)
Profa. Dra. Fátima Aparecida Caromano (USP – São Paulo)
Prof. Dr. Guillermo Scaglione (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Prof. Dr. Hugo Izarn (Univ. Nacional Gral de San Martin – Argentina)
Prof. Dr. José Rubens Rebelatto (UFSCAR – São Paulo)
Prof. Dr. LC Cameron (UNIRIO – Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Margareta Nordin (Univ. de New-York – NYU – Estados Unidos)
Prof. Dr. Mario Antônio Baraúna (Univ. do Triângulo Mineiro – UNIT – Minas Gerais)
Profa. Dra. Neide Gomes Lucena (Univ. Fed. da Paraíba – UFPB – João Pessoa)
Profº Dr. Nivaldo Antonio Parizotto (UFSCAR – São Paulo) 
Prof. Dr. Norberto Peña (Univ. Federal da Bahia – UFBA – Bahia)
Prof. Dr. Roberto Sotto (Univ. de Buenos Aires – UBA – Argentina)
Profa Dra Tania de Fátima Salvini (UFSCAR – São Paulo) 
Grupo de assessores
Dr. Antonio Neme Khoury (HGI – Rio de Janeiro)
Dr. Carlos Alberto Caetano de Azeredo (Rio de Janeiro)
Dra. Claudia Bahia (FAFIS/IAENE – Salvador) 
Dr. Carlos Bruno Reis Pinheiro (Rio de Janeiro)
Profa. Dra. Elaine Guirro (Unimep – São Paulo)
Dr. Farley Campos (UCB – Rio de Janeiro)
Profa Hélia Pinheiro Rodrigues Corrêa (UCB – Rio de Janeiro)
Dr. Hélio Pio (Rio de Janeiro)
Prof. Dr. João Santos Pereira (UERJ – Rio de Janeiro)
Dra. Lisiane Fabris (UNESC – Santa Catarina)
Dr. Jorge Tamaki (PUC – Paraná)
Dra. Marisa Moraes Regenga (São Paulo)
Dra. Luci Fabiane Scheffer Moraes (Univ. do Sul de Santa Catarina)
Dr. Nilton Petrone (Univ. Estácio de Sá – Rio de Janeiro)
Dr. Paulo Henrique Eufrásio de Oliveira (UNIRB – Bahia)
Dr. Paulo Eraldo C. do Vale (UNICID – São Paulo)
Dr. Philippe E. Souchard (Instituto Philippe Souchard)
Profa. Solange Canavarro Ferreira (UNESA – HFAG – Rio de Janeiro)
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3Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Editorial
Seis anos de revista 
e muito trabalho pela frente
Jean-Louis Peytavin, editor
A sua revista Fisioterapia Brasil entra no sétimo ano de 
existência, com mais de 400 artigos já publicados, e mais de 
1000 artigos na lista de espera. Não há dia que não recebemos 
artigos e agradecemos por sua confi ança e pela qualidade, 
cada vez melhor, dos trabalhos enviados.
Diante desta enorme produção dos fisioterapeutas 
brasileiros, vamos tentar, com a sua ajuda, desenvolver os 
nossos serviços.
Em primeiro lugar, estamos aumentando a cada ano o 
número de páginas, para publicar cada vez mais artigos. São 
quase 500 páginas por ano, e em breve 600 e mais. Estamos 
tambémmelhorando o procedimento de avaliação dos traba-
lhos, com os mais renomados professores das universidades 
brasileiras. Temos de agradecer aqui a todos os membros do 
conselho científi co da revista que não poupam o seu tempo 
para redigir pareceres documentados e de grande interesse 
para os autores. Refi ro-me em particular a José Rubens 
Rebelatto, Dirceu Costa e Tânia de Fátima Salvini, da Ufscar, 
a Fátima Caromano, da USP, sem esquecer Esperidião Elias 
Aquim do Paraná, ou ainda nosso amigo Mario Antônio 
Baraúna de Uberlândia, nem todos os revisores anônimos 
que nos ajudam a construir uma revista que seja o espelho 
da pesquisa em fi sioterapia.
Nosso objetivo é publicar o melhor da produção e criar 
ferramentas úteis para a consulta e pesquisa. Por isso, estamos 
reformando o nosso site, para apresentar, de uma maneira 
efi ciente, os artigos, os autores e os temas. Está demorando 
um pouco, mas estará pronto em breve. Todos os assinantes 
receberão uma senha para consultar à vontade os arquivos 
da revista e dos congressos.
Não se desesperem se o seu artigo não está ainda publi-
cado, estamos trabalhando para enviar uma resposta a todos. 
Do seu lado, ajudem-nos respeitando as normas de publica-
ção e diminuindo o comprimento dos artigos: quanto mais 
curtos, mais têm chances de serem publicados rapidamente, 
e também mais chances têm de serem lidos...
Estamos também preparando outras publicações e edi-
ções, para utilizar o melhor possível o material que recebe-
mos, com o objetivo de criar pouco a pouco uma verdadeira 
enciclopédia da fi sioterapia nacional.
Com a sua ajuda e suas assinaturas, conseguimos construir, 
em seis anos, uma revista independente, hoje indispensável. 
Temos ainda muito trabalho pela frente, para torná-la uma 
revista de nível internacional e representativa da variedade dos 
temas de pesquisa da fi sioterapia, que cresce, a cada ano, na 
área das ciências da saúde. Mas acreditamos que não vamos 
esperar mais seis anos para chegar lá.
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Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20064
Associação
Criação da Associação Brasileira de Fisioterapia em 
Saúde da Mulher (ABRAFISM)
Profa. Dra. Cristine Homsi Jorge Ferreira
Presidente da Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher 
A saúde das mulheres é um importante indicador da 
saúde de uma nação. Isso porque, historicamente, têm sido 
atribuídos às mulheres os cuidados com os demais membros 
da família, e porque estas representam o maior contingente 
de cuidadoras formais na área da saúde. Além disso, as mul-
heres necessitam de cuidados especifi camente voltados à sua 
saúde reprodutiva, que devem incluir desde a possibilidade 
de escolher e utilizar um método contraceptivo, até uma as-
sistência multiprofi ssional de qualidade na gestação, parto, 
puerpério e climatério. Essas são algumas das razões que 
justifi cam a necessidade de programas específi cos de saúde 
da mulher. Nesse sentido, diversos esforços mundiais têm 
sido empreendidos para melhorar os indicadores de saúde da 
mulher, envolvendo também a fi sioterapia. Um exemplo im-
portante é a International Organization of Physical Therapy 
in Women’ s Health (IOPTWH), um subgrupo da World 
Confederation of Physical Therapy (WCPT) que tem como 
objetivos difundir e incentivar a prática clínica e a pesquisa em 
fi sioterapia na saúde da mulher, além de incentivar a criação 
de outros grupos no mundo.
No Brasil, fi sioterapeutas de todo o país reunidos em 
assembléia que ocorreu no XVI Congresso Brasileiro de 
Fisioterapia em São Paulo, no dia 07/10/2005, criaram a 
Associação Brasileira de Fisioterapia em Saúde da Mulher 
(ABRAFISM). O encontro começou com o discurso da se-
cretária geral da WCPT, Dra. Brenda Myers, que falou sobre a 
importância das associações para o crescimento da fi sioterapia. 
Os principais objetivos desta nova associação foram declara-
dos na sua criação e são: encorajar a promoção à Saúde da 
Mulher; promover a cooperação entre os fi sioterapeutas que 
trabalham na área de Saúde da Mulher; encorajar a melhora 
na assistência fi sioterapêutica prestada em Saúde da Mulher; 
contribuir para defi nir o papel da fi sioterapia em Saúde da 
Mulher no âmbito público e privado; facilitar o aprimoramento 
da prática fi sioterapêutica em Saúde da Mulher através da troca 
de informações em âmbito nacional e internacional; difundir o 
papel da fi sioterapia em Saúde da Mulher junto aos fi siotera-
peutas, outros profi ssionais da área da saúde e comunidade 
leiga através da promoção de fóruns, debates, campanhas, 
simpósios e congressos; encorajar a pesquisa científi ca e co-
laborar para o desenvolvimento de novos conhecimentos na 
área de Saúde da Mulher; colaborar para ampliação e preser-
vação do mercado de trabalho do fi sioterapeuta na área de 
Saúde da Mulher; buscar apoio e cooperação com associações 
nacionais e internacionais que tenham objetivos semelhantes, 
e ainda incentivar a criação de uma especialidade na área de 
fi sioterapia, em Saúde da Mulher. 
Esses objetivos só serão concretizados se houver uma 
participação crescente dos fi sioterapeutas que atuam na 
área de Saúde da Mulher na vida associativa. A diretoria da 
ABRAFISM, eleita por unanimidade, agradece a confi ança e 
está extremamente motivada a trabalhar para que os fi siotera-
peutas possam ocupar o seu espaço e contribuir, com suas 
habilidades e competências, para uma melhor qualidade de 
vida e saúde das mulheres brasileiras. 
Diretoria da ABRAFISM
Presidente: Cristine Homsi Jorge Ferreira 
 (SP)
Vice-presidente: Elza Baracho (MG)
Secretária Geral: Andréa Marques (SP)
Diretora Científi ca: Adriana Moreno (SP)
Diretora de Defesa Profi ssional: Elaine Caldeira Guirro (SP)
Diretora Tesoureira: Maria Cristina Cortes Carneiro 
 Meirelles (SP)
Diretora de Comunicação: Pollyana Dórea (BA)
Diretora Cultural: Telma Chiarapa (MS)
Conselheira Consultiva: Débora Bevilaqua Grossi (SP)
Para informar-se sobre como se tornar um membro da 
ABRAFISM, envie e-mail para abrafi sm@yahoo.com.br 
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Mobilidade torácica e pressões respiratórias 
máximas durante a gestação
Thoracic mobility and maximum breathing pressures 
during the pregnancy
Fátima Caromano, D.Sc.*, Eliane Sayuri**, Cláudia Marchetti Vieira da Cruz**, Juliana Monteiro Candeloro**, 
Juliana Schulze Burti***, Luciana Zazyki de Andrade***
*Profa. Dra. do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental 
do Curso de Fisioterapia da USP (LaFi-ReaCom) **Fisioterapeuta e Pesquisadora Voluntária do LaFi – ReaCom, 
***Graduanda do Curso de Fisioterapia da Faculdade de Medicina da USP
Resumo
A fi sioterapia atua no preparo físico/funcional da mulher 
durante o período gestacional e na recuperação pós-parto. Parte 
essencial das intervenções fi sioterapêuticas inclui a reeducação 
respiratória, que deve ser adaptada para as diferentes fases deste 
período. Com o objetivo em compreender melhor as alterações 
funcionais respiratórias decorrentes da gestação, este estudo analisou 
as pressões inspiratória e expiratória máximas e toracometria num 
grupo de 200 mulheres, sendo 150 gestantes divididas em três gru-
pos, 50 no primeiro trimestre de gestação, 50 no segundo trimestre 
e 50 no terceiro trimestre de gestação, sendo que 50 mulheres não 
gestantes formaram o grupo controle. Encontrou-se que a diminui-
ção da mobilidade torácica e das pressões respiratórias ocorre a 
partir do primeiro trimestre, aumentando com o desenvolver da 
gravidez e é dependente dos reajustes hormonais e das adaptações 
biomecânicas.
Palavras-chave: gestação,respiração, avaliação e fi sioterapia.
Artigo original
Abstract
Physical therapy prepares pregnants during pregnancy and 
after delivery. A essential part of the physical therapy interventions 
includes the respiratory reeducation that have to be adapted to the 
different phases of this period. Aiming a better comprehension of 
the respiratory changes that occurs during pregnancy, the objective 
of this study was to analyse maximal inspiratory and expiratory 
pressures in a group of 200 women. In this group 150 women were 
pregnant and 50 not pregnant. In the pregnant group, 50 were in 
the fi rst trimester, 50 in the second and 50 in the third trimester. 
It was found that decrease of the thoracic mobility and breathing 
pressures starts from the fi rst trimester, increases with the develop-
ment of the pregnancy and is dependent of hormonal readjustment 
and biomechanical adaptations.
Key-words: pregnancy, breathing, evaluation, physical therapy.
Recebido 10 de maio de 2004; aceito 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: Profa. Dra. Fátima Caromano Curso de Fisioterapia da USP, Laboratório de Fisioterapia e Reatividade Comportamental, 
Rua Cipotânea, 51 Cidade Universitária da USP 05360-000 São Paulo SP, E-mail: fcaromano@uol.com.br.
Introdução
A gravidez provoca grandes mudanças no organismo a 
fi m de prepará-lo para implantar, formar e desenvolver uma 
nova vida durante a gestação. No primeiro trimestre ocor-
rem diversas alterações endócrinas, sendo que o elemento 
básico para tais alterações é a placenta, que sintetiza vários 
hormônios com funções próprias durante a gestação, como 
a gonadotropina coriônica (HCG), a somatotropina placen-
tária, a tireotropina placentária, os estrógenos, a progesterona 
e os andrógenos. A tireóide, o pâncreas, a supra-renal e a 
hipófi se também têm suas atividades aumentadas nesta fase, 
alterando o metabolismo materno e, desta forma, fazendo 
com que coração, rins e pulmões trabalhem de forma mais 
intensa [1].
Quanto às alterações cardiopulmonares, o aumento da 
progesterona, particularmente, provoca uma diminuição na 
tensão alveolar, podendo haver congestão tissular e hiper-
secreção no trato respiratório superior, além de diminuição 
na pressão diastólica logo no início da gestação, devido à 
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diminuição na resistência vascular periférica. Como há um 
aumento de 15 a 20% no consumo de oxigênio, somado a um 
estado natural de hiperventilação (pela maior necessidade de 
O2 na gestação e pela sensibilização do centro respiratório na 
medula pela progesterona), o trabalho respiratório aumenta, 
podendo-se observar dispnéia durante exercícios leves logo 
nas primeiras semanas. Ocorrem alterações biomecânicas na 
função dos arcos costais (estimuladas por hormônios) que 
precedem o crescimento uterino, observado pelo aumento 
progressivo do ângulo subcostal, que desloca as costelas para 
cima e para fora e pelo aumento dos diâmetros torácicos ân-
tero-posterior e transverso em cerca de dois a três centímetros 
cada (a circunferência torácica total aumenta de 5 a 7 cm). 
Devido às alterações na posição das costelas o diafragma ele-
va-se aproximadamente quatro centímetros. Curiosamente, a 
freqüência respiratória não se altera, mas ocorre um aumento 
da incursão da respiração; o volume corrente e a ventilação 
por minuto aumentam, mas a capacidade pulmonar não se 
altera ou diminui [2].
No segundo trimestre, o crescimento do bebê que se 
alimenta pela placenta prevalece. Ocorre um aumento na 
atividade da tireóide materna, o que eleva ainda mais o me-
tabolismo e a prolactina produzida pela hipófi se dobra de 
quantidade. Pode continuar ocorrendo dispnéia pela inade-
quação entre a demanda e a resposta ventilatória e podem 
surgir palpitações quando a gestante faz exercícios físicos de 
baixa a moderada intensidade, já que sua freqüência cardíaca 
de repouso apresenta uma média de 15 batimentos por 
minuto a mais que a da mulher não grávida [3]. 
No terceiro trimestre a expansão do útero impede a descida 
total do diafragma durante a inspiração, sendo que, perto do 
parto, este músculo pode elevar-se até quatro centímetros ou 
mais. A pressão que o feto faz para cima pode deslocar as cos-
telas, aumentando o perímetro costal inferior da mãe de 10 a 15 
cm e aumentando o ângulo subcostal. Nessa fase da gestação a 
excursão respiratória fi ca limitada nas bases dos pulmões e torna-
se mais ativa no ápice e na região medial, o que aumenta ainda 
mais a difi culdade de respirar no fi nal da gravidez [2].
A relaxina torna as articulações costocondrais mais 
móveis, tornando mais comum a ocorrência de dores, con-
tusões e até rompimentos [4]. Durante toda a gestação as 
glândulas mamárias são estimuladas pelos hormônios de 
forma a aumentar seu volume, adaptando-se para o período 
de lactação. Esse aumento no volume da mama por um au-
mento da massa, causa uma resistência à mobilidade na parte 
superior anterior do tórax, difi cultando ainda mais as inspira-
ções, principalmente na postura de decúbito dorsal [5].
Do ponto de vista biomecânico, ocorre um aumento da 
base de sustentação para compensar o deslocamento cor-
poral anterior provocado pelo útero aumentado. A maioria 
das grávidas refere dores nas costas e pode-se observar um 
aumento na lordose lombar [4]. Esta adaptação modifi ca 
o posicionamento das inserções dos pilares posteriores do 
músculo diafragma, diminuindo sua efi ciência biomecânica. 
 Há aumento na volemia e, em conseqüência, na pré-carga 
cardíaca devido ao aumento da freqüência cardíaca e ao au-
mento no condicionamento das fi bras cardíacas em resposta 
aos estrógenos, visando melhorar a irrigação uterina [6]. 
As paratireóides da mãe passam a fi car maiores e mais 
funcionantes nesse período para suprir as necessidades fetais 
de cálcio. A prolactina dobra de quantidade novamente e 
as concentrações de HCG e progesterona caem quando se 
aproxima o período do parto para que possam ocorrer as con-
trações uterinas e a conseqüente expulsão do feto [1]. Quando 
se iniciam as contrações há um refl exo neuroendócrino que, via 
medula e hipotálamo, leva à liberação de ocitocina que auxilia 
na dilatação para o parto (por meio das contrações) e na con-
tração das células mioepiteliais em volta das aréolas mamárias 
para que haja ejeção do leite para a amamentação [5].
Verifi ca-se que, desde a concepção, ocorrem mudanças 
fi siológicas e biomecânicas que alteram a função respiratória 
da gestante, não existindo na literatura índices que quanti-
fi quem os efeitos das alterações nas pressões inspiratória e 
expiratória na mobilidade do tórax.
Objetivo
Frente ao colocado, este estudo se propõe a avaliar a 
mobilidade torácica em três fases gestacionais, utilizando 
a mensuração da toracometria e das medidas das pressões 
respiratórias máximas.
Material e métodos
Foram selecionadas 200 mulheres, com biotipos semel-
hantes e faixa etária entre 18-25 anos. As participantes foram 
divididas em quatro grupos: 50 não grávidas (controle – NG), 
50 gestantes na primeira quinzena do terceiro mês de gesta-
ção (grupo 1 – G1), 50 mulheres na primeira quinzena do 
sexto mês de gestação (grupo 2 – G2) e 50 participantes na 
primeira quinzena do nono mês de gestação (grupo3 – G3). 
Para a mensuração da toracometria, foram utilizados um 
manuvacuômetro e fi ta métrica.
As participantes foram gestantes que eram acompanhadas 
no Departamento de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital 
das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de 
São Paulo, sendo que todas deveriam ser saudáveis, sem 
nenhuma complicação, estarem na primeira gestação, com 
biotipo e faixa etária semelhantes. Todas foram convidadas 
e assinaramum termo de consentimento pós-informado 
sobre o estudo.
As gestantes e as mulheres do grupo controle foram sub-
metidas a mensurações de toracometria utilizando a técnica 
de cirtometria dirigida [7], quando foram coletadas medidas 
de três regiões: axilar, processo xifóide e últimos arcos costais, 
durante bipedestação. As mulheres eram orientadas a expirar 
profundamente, e o fi sioterapeuta realizava a primeira medida, 
depois faziam a inspiração profunda para a realização da 
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7Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
segunda medida. Em seguida calculava-se a diferença entre 
as duas medidas. O procedimento era repetido três vezes, 
utilizando-se para o estudo a maior das três medidas. Em 
seguida, realizava-se as medidas das pressões inspiratória e 
expiratória máximas, com as mulheres em postura sentada, 
por meio de manovacuômetro. Também foram coletadas três 
medidas em cada teste e, para efeito de estudo, utilizou-se 
a maior das três medidas. Entre cada coleta de medida foi 
feito um intervalo de três minutos para repouso. Foi realizada 
análise estatística descritiva e teste t de Student.
Resultados e discussão
Não foi encontrada diferença estatisticamente signifi cativa 
(p < 0,005) na idade e altura entre os quatro grupos e, como 
esperado, encontrou-se diferença signifi cativa de peso entre os 
grupos – em função do ganho de peso durante a gestação. Os 
dados mostram que os grupos estudados eram semelhantes 
quanto à idade, altura e peso no grupo NG (Tabela I).
Tabela I - Valores das médias de idade, peso e altura nos quatro grupos 
estudados.
Grupo Idade Peso Altura
Não gestante - NG 23,5 ± 1,9 52,6 ± 3,9 1,57 ± 0,02
Grupo 1 22,9 ± 2,1 53,1 ± 5,0 1,57 ± 0,03
Grupo 2 23,1 ± 1,2 61,7 ± 7,8 1,55 ± 0,05
Grupo 3 23,3 ±1,8 63,2 ± 5,3 1,56 ± 0,03
Verifi cou-se que a mobilidade torácica, nos três segmentos 
avaliados e as pressões inspiratória e expiratória máximas di-
minuíram de forma signifi cativa (p < 0,005) entre os grupos 
NG e G1, G1 e G2 e, G2 e G3, demonstrando uma sobre-
carga orgânica que se inicia no primeiro trimestre, decorrente 
principalmente das alterações hormonais e cardiocirculatórias 
e, que se acentuam com o desenvolvimento do feto e con-
seqüente compressão biomecânica do coração e pulmões 
associada com a mudança dos ângulos de origem e inserção 
dos músculos respiratórios (Tabela II e III).
Tabela II - Valores das médias da PIMáx (pressão inspiratória máxima) 
e PEMáx (pressão expiratória máxima) nos quatro grupos estudados.
Grupos Pressão Inspi- Pressão Expi- 
 ratória Máxima ratória Máxima
Não gestante - NG -81,2 ± 15,1 +80,9 ± 23,9
Grupo 1 - G1 -54,6 ± 12,6 +52,7 ± 13,6
Grupo 2 - G2 -41,7 ± 9,3 +47,6 ± 11,0
Grupo 3 - G3 -33,9 ± 10,9 +41,5 ± 12,4
Pode-se observar na Tabela II que a alteração mais signifi -
cativa nas pressões respiratórias máximas ocorre no primeiro 
trimestre de gestação, desfazendo o mito de que a gestante 
vai apresentar maior difi culdade para respirar somente no 
fi nal da gravidez, em função da compressão do diafragma 
desencadeada pelo crescimento do feto.
Também é interessante observar que a pressão inspiratória 
máxima é a medida que diminui de forma mais acentuada, o 
que explica a difi culdade para respirar durante a realização de 
pequenos a médios esforços no fi nal da gestação.
Tabela III - Valores das médias das diferenças das cirtometrias em inspi-
ração profunda e expiração profunda.
Grupos Axilar Xifóidea Abdominal
Não gestante - NG 8,1 ± 0,5 6,9 ± 0,8 1,2 ± 1,2
Grupo 1 - G1 6,2 ± 0,8 5,3 ± 0,3 0,7 ± 0,3
Grupo 2 - G2 5,4 ± 1,3 4,8 ± 1,1 0,5 ± 0,9
Grupo 3 - G3 5,1 ± 2,0 4,5 ± 1,8 0,3 ± 1,2
Como pode ser observado na Tabela III, a mobilidade 
torácica da população estudada era predominantemente 
axilar. A diminuição da expansibilidade diminuiu em aproxi-
madamente um terço nas regiões axilar e xifóide, quando 
comparamos os quatro grupos e, chama a atenção o fato da 
mobilidade dos últimos arcos costais, no grupo G3, ser um 
quarto do valor encontrado no grupo NG, demonstrando o 
efeito biomecânico que ocorre em função da expansão do 
volume abdominal em direção à caixa torácica.
Conclusão
Os achados são compatíveis com as informações sobre as 
modifi cações impostas à gestante pelas alterações orgânicas 
que ocorrem a partir do primeiro trimestre. Desta forma, os 
programas de atividade física a serem elaborados para esta 
população devem considerar os exercícios compatíveis com a 
sobrecarga imposta, a possibilidade de execução de movimen-
tos compensatórios durante o período de gestação, especial-
mente de musculatura respiratória, o treinamento das posturas 
de repouso e o controle voluntário da respiração, dentro do 
padrão respiratório mais funcional para a gestante.
Referências
1. Peixoto S. Pré-Natal. 2 ed. São Paulo: Manole; 1981.
2. Kisner C, Colby LA. Exercícios terapêuticos – Fundamentos e 
técnicas. 3 ed. São Paulo: Manole; 1998.
3. Polden M, Mantle J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. 
7 ed. São Paulo: Livraria Santos; 1997.
4. Tedesco JJA. A grávida. Suas indagações e as duvidas do ob-
stetra. São Paulo: Atheneu; 2000.
5. Martins JAP. Manual de obstetrícia. 1 Fisiologia. São Paulo: 
EDUSP; 1982.
6. Guyton e Hall. Fisiologia humana e o mecanismo das doenças. 
6 ed. São Paulo: Guanabara Koogan; 2000.
7. Caromano FA, Durigon OFS, Landaburu C, Pardo MS. Es-
tudo comparativo de duas técnicas de avaliação da mobilidade 
torácica em mulheres jovens e idosas saudáveis. Fisioter Bras 
2003;4(5):349-52.
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Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 20068
Ocorrência de bioagentes patogênicos nos eletrodos 
utilizados na Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea 
nos serviços de fi sioterapia da Baixada Fluminense RJ
Occurrence of pathogenic bioagents on electrodes used in 
Transcutaneous Nerve Stimulation in physical therapy services 
in Baixada Fluminense RJ
José Tadeu Madeira de Oliveira, M.Sc.*, Antônio Neres Norberg, D.Sc.*, Fábio dos Santos Borges, M.Sc.*, 
Glória Maria Moraes Vianna da Rosa, M.Sc.*, Ingrid Jardim de Azeredo Souza**, Rafael Jardim de Azeredo Souza***, 
Ailton da Silva Gonçalves****, Betânia Martins Alhan de Oliveira*****, Fabiano Sanches Guerra******
*Docentes da Universidade Iguaçu, **Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, 
***Docente da Universidade Iguaçu, Especialista em Fisioterapia Cinética Funcional, ****Farmacêutico graduado pela Universidade Iguaçu, 
*****Farmacêutica graduada pela Universidade Iguaçu, Especialista em Parasitologia, ******Iniciação científi ca da Universidade Iguaçu
Resumo 
A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) é uma 
corrente de baixa intensidade, onde o contato entre o eletrodo e 
a pele são mecanismos indispensáveis da técnica terapêutica. Os 
eletrodos são constituídos de borracha siliconizada, acoplados à 
superfície cutânea com o uso de um gel eletricamente condutivo. 
Esses eletrodos de tamanho e marcas diversifi cadas, utilizados em 
pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal com o auxílio de 
um suabe, em um tempo máximo de duas horas e foram semeados 
em meio de cultura Brewer e Sabouraud. O crescimento obtido foi 
repicado para meios de cultura Agar-sangue, Agar-hipertônico-
manitol e meio seletivo para Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias 
foram identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas de 
identifi cação, através de sistema BioMerieux Vitek. O crescimento 
fúngico foi identifi cado por caracteres morfológicos, culturais, pro-
vas bioquímicas e morfológicas quando necessárias. Os resultados 
demonstraram 59,5 % de positividade nas amostras avaliadaspara 
a presença de agentes fúngicos e bacterianos. Sugere-se uma neces-
sidade de prevenção da transmissão de bioagentes por contato, e 
melhoria na qualidade do atendimento em fi sioterapia. 
Palavras-chave: bioagentes patogênicos, eletrodos.
Artigo original
Abstract 
The transcutaneous Nerve Stimulation (TNS) is a low intensity 
current where contact between electrode and skin are indispensable 
mechanisms of therapy. The electrodes are made of silicone rubber 
coupling to cutaneous surface using a electrically conductive gel. 
These electrodes of size and mark diversifi ed used in patients, 
were submitted to longitudinal friction with support of a swab, 
in maximum time of two hours and were seed in Brewer and 
Sabouraud medium. The growth obtained was transplanted to 
Agar-blood media, Agar-hipertonic-manitol and selective medium 
to Pseudomonas and Staphylococcus. The colonies were identifi ed by 
characters of culture and biochemical proof of identifi cation 
through the BioMerieux Vitek system. The fungal growth was 
identifi ed by morphological characters, cultural, biochemical and 
morfological proof when necessary. The results showed 59,5 % 
of positivity in evaluated samples for the presence of fungal and 
bacterium agents. Its suggested necessity of preventing bioagents 
transmission by contact and advance in attendance quality in 
physical therapy.
Key-words: Pathogenic bioagents, electrodes.
Artigo recebido em 3 de agosto de 2004; aceito em 15 de dezembro de 2005.
Endereço para correspondência: José Tadeu Madeira de Oliveira, Av. Mirandela, 1354 casa 02 Centro 26520-099 Nilópolis RJ, Tel: (21) 3761-
7152/9614-8940, E-mail: tadeumadeira@bol.com.br
Introdução
Durante séculos, a estimulação elétrica vem sendo 
utilizada para o alívio da dor. Na Grécia, enguias elétricas 
foram utilizadas pelos antigos egípcios no tratamento de 
lesões e dores de cabeça [1]. Em Roma, um escravo de 
nome Antero, emancipado pelo Imperador Tibério, pas-
seava às margens do rio Tibre, tropeçou em um peixe 
elétrico e curou-se de sua crise de gota. Fatos históricos 
relataram outras situações. William Gilbert, no século XVI 
Fisioterapia_v7n1.indb 8Fisioterapia_v7n1.indb 8 1/2/2006 18:49:431/2/2006 18:49:43
9Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
considerado pai da eletroterapia moderna, Joham Jottob 
Krugger, em 1744, e Jean Louis Jalbert também utilizaram 
a eletricidade como recursos terapêuticos e novos adventos 
impulsionaram a eletroterapia como conhecimento cientí-
fi co. O reconhecimento da eletroterapia como recurso 
oriundo da eletricidade estática e a corrente galvânica que 
surgiu após a Revolução Francesa mostram a evolução deste 
procedimento terapêutico [2].
Na década de 60, após a publicação da Teoria da Compor-
ta por Melzack & Wall em 1965, os aparelhos de estimulação 
elétrica passaram a ser utilizados no controle da dor [2].
A Estimulação Nervosa Elétrica Transcutânea (TENS) 
é uma corrente de baixa intensidade onde o contato entre o 
eletrodo e a pele são mecanismos indispensáveis na técnica 
terapêutica. Esses dados foram ratifi cados por Kitchen & 
Basin [3]. 
Os eletrodos são constituídos de borracha siliconizada 
com impregnação de carbono. Tais eletrodos são reutilizáveis, 
geralmente acoplados à superfície cutânea com o uso de 
um gel eletricamente condutivo. Existem outros tipos de 
eletrodos disponíveis, porém Nolan relatou que os eletrodos 
de borracha-silicone são mais efi cazes e economicamente 
viáveis [4].
Jadassohn [5] observou uma reação eczematosa em pacien-
te medicado com iodofórmio, utilizado como cicatrizante. 
Alguns dias após, já com a melhora do quadro clínico, o autor 
reaplicou iodofórmio no tegumento do paciente, obtendo 
intensa reação eczematosa. No V Congresso Alemão de Der-
matologia, Jadassohn comunicou sua observação, relatou que 
os agentes externos, chamados de contactantes representam 
uma grande fonte de contaminação.
Andrade et al. [6] relataram que o meio hospitalar, incluin-
do o ar, a água e as superfícies inanimadas que cercam o pa-
ciente, guardam íntima relação com as infecções hospitalares, 
podendo proporcionar focos de contato e de transmissão. 
Apesar das principais causas de infecção hospitalar estarem 
relacionadas com a susceptibilidade do doente à infecção e 
com os métodos de diagnóstico e terapêuticos, não se pode 
deixar de considerar os aspectos de assepsia e de higiene do 
ambiente hospitalar.
Muitos recursos para se evitar a ocorrência do problema 
vêm sendo utilizados. O Center for Disease Control [7] referiu 
que as organizações de saúde têm desenvolvido normas de 
assepsia e higiene hospitalar. Schaefer [8] ratifi cou que essas 
normas são universais porque devem ser aplicadas a todos 
os doentes, em todos os tipos de tratamentos e para todos 
os instrumentos e equipamentos. Os protocolos propostos 
atribuem ênfase especial às barreiras de proteção contra os 
microrganismos.
Segundo Russo et al. [9], a crescente incidência de 
doenças transmissíveis conduz à necessidade de uma cons-
cientização sobre os riscos reais de contaminação das mais 
diversifi cadas formas terapêuticas, dentre elas em especial 
a fi sioterapia.
Sabe-se que, em termos de fi sioterapia, pouco se conhe-
ce sobre os aspectos microbiológicos que envolvem esta 
atividade, fato que despertou receio e apreensão sobre o 
mecanismo de se identifi car focos de contato e de trans-
missão de agentes patogênicos, dentre elas os causadores 
de dermatite de contato, com registros em outros países, 
evidenciando-se a necessidade de reconhecer a situação 
para estabelecermos uma abordagem mais específi ca com 
resultados mais concretos.
Material e métodos
Foram coletadas 24 amostras para pesquisa nos serviços 
de fi sioterapia, situados na região da Baixada Fluminense, 
Rio de Janeiro, no período de maio a julho de 2002. A 
análise dos materiais foi realizada no laboratório de micro-
biologia e imunologia do programa de mestrado em ciências 
biológicas da Faculdade de Ciências Biológicas e da Saúde 
da Universidade Iguaçu. Os eletrodos condutores de eletro-
estimulação, de tamanho e marcas diversifi cadas utilizados 
em pacientes, foram submetidos à fricção longitudinal na 
superfície horizontal com o auxílio de um suabe embebido 
em solução salina (cloreto de sódio 0,9 %). No tempo 
máximo de duas horas após a coleta foram semeadas em 
meio de cultura de Brewer e Sabouraud. O meio de Brewer 
foi incubado em estufa a 37º C por 24 horas. O crescimento 
obtido foi repicado para meios de cultura Agar-sangue, 
Agar-hipertônico-manitol e meio seletivo para os gêneros 
Pseudomonas e Staphylococcus. As colônias desenvolvidas foram 
identifi cadas por caracteres culturais e provas bioquímicas 
de identifi cação, através do sistema BioMerieux Vitek. O 
crescimento fúngico no meio de Sabouraud foi identifi cado 
por caracteres morfológicos, culturais e provas bioquímicas 
quando necessárias.
Resultados
Das 24 amostras dos eletrodos de borracha siliconizada 
carbonizada de eletroestimulação analisadas, 59,5 % apresen-
taram a ocorrência de agentes bacterianos e/ou agentes fún-
gicos, nos serviços de fi sioterapia por municípios pesquisados 
na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro.
Encontrou-se uma freqüência mais elevada para os 
bioagentes fúngicos (42,5 %), enquanto que os bacterianos 
apresentaram 17,0 % (Tabela I).
De acordo com a ocorrência de agentes bacterianos nos 
eletrodos de eletroestimulação, foi encontrada uma freqüência 
igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa e Staphylo-
coccus aureus (Tabela II).
Na ocorrência de agentes fúngicos, houve uma freqüência 
bem distribuída de acordo com a seguinte ordem: Alternaria 
spp. 4,25 %, Aspergillus spp. 8,5 %, Cladosporium spp. 4,25 %, 
Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %,Nigrospora spp. 
4,25 %, Sporothrix spp. 4,25 % (Tabela III).
Fisioterapia_v7n1.indb 9Fisioterapia_v7n1.indb 9 1/2/2006 18:49:441/2/2006 18:49:44
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200610
Tabela I - Distribuição de bioagentes bacterianos e fúngicos em 24 
amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos serviços 
de fi sioterapia por municípios pesquisados.
Municípios Agentes Agentes Totais
 bacterianos fúngicos
 Nº (%) Nº (%) Nº (%)
Belford Roxo 00 00 02 8,5 02 8,5
Mesquita 02 8,5 04 17,0 06 25,5
Nova Iguaçu 01 4,25 00 00 01 4,25
Japerí 01 4,25 02 8,5 03 12,75
Queimados 00 00 02 8,5 02 8,5
São João de Meriti 00 00 00 00 00 00
Totais 04 17,0 10 42,5 14 59,5
Tabela II - Ocorrência de agentes bacterianos por gênero e espécies em 
24 amostras coletadas nos eletrodos de eletroestimulação, utilizados nos 
serviços de fi sioterapia.
Gênero e especies Nº (%)
Pseudomonas aeruginosa 02 8,5
Staphylococcus aureus 02 8,5
Totais 04 17,0
Tabela III - Ocorrência de agentes fúngicos por gênero e espécies em 24 
amostras coletadas nos eletrodos de Eletroestimulação, utilizados nos 
serviços de fi sioterapia pesquisados.
Gênero e especies Nº Amostras + (%)
Alternaria spp 01 4,25
Aspergillus spp 02 8,5
Candida albicans 02 8,5
Cladosporium spp 01 4,25
Nigrospora spp 01 4,25
Penicillium spp 02 8,5
Sporothrix schenckii 01 4,25
Totais 10 42,5
Discussão
Lima et al. [10] relataram que grande parte das infecções 
cutâneas é causada por fungos e bactérias, estando estas isoladas 
ou em conjunto. Enfatiza-se a possibilidade da ocorrência de 
infecção hospitalar, não somente pela existência de bioagentes 
patogênicos, mas pela suscetibilidade do indivíduo à infecção 
independente dos aspectos de limpeza do ambiente e respectivos 
equipamentos. Schaefer [8] relatou a importância das normas 
universais de assepsia, desinfecção e esterilização para todos os 
pacientes, instrumentos e equipamentos como forma de controle 
de infecção e biossegurança, chamando-nos a atenção para a 
realização de um estudo mais específi co voltado à fi sioterapia.
Santos [11] corroborou com Rey [12], quando disse que 
a alta umidade entre diversos segmentos corporais suporta a 
atividade e o crescimento de grande quantidade de bactérias, 
fungos e leveduras. Em nossos estudos, das 24 amostras dos 
eletrodos de borracha siliconizada carbonizada de eletroes-
timulação analisadas, houve uma freqüência de 59,5 % de 
agentes bacterianos e/ou fúngicos, confi rmando a necessidade 
de conscientização dos profi ssionais de fi sioterapia sobre os 
riscos de contaminação por microrganismos. Silva [13] defi niu 
que a infecção implica a colonização de células, tecidos ou ca-
vidades corporais do hospedeiro, enquanto que a colonização 
indica a presença do microrganismo sem causar doença.
Diaz & Rojas [14] alertaram para o fato de que todas as super-
fícies, principalmente as horizontais, devem ser limpas, pois a força 
de gravidade facilita a produção e proliferação de microrganismos 
veiculadores de contaminação e infecção. Rey [12] relatou que 
a pele apresenta uma microbiota, com predomínio de espécies 
do gênero Staphylococcus aureus, além de bacilos gram-negativos, 
representados principalmente por enterobactérias. A freqüência 
de positividade nos eletrodos de eletroestimulação em nosso 
estudo para agentes bacterianos apresentou-se menor que para 
agentes fúngicos (17,0 % e 42,5 %, respectivamente).
Com relação aos agentes bacterianos, foi encontrada uma 
freqüência igualmente distribuída entre Pseudomonas aeruginosa 
(50 %) e Staphylococcus aureus. Adams et al. [15], Levy et al. [16], 
Santos et al. [17], Santos et al. [18] e Gould [19] ratifi caram que 
o Staphylococcus aureus, enquanto um dos membros patogênicos 
da microbiota do homem, é encontrado em inúmeras partes do 
corpo, como fossas nasais, mãos, garganta, intestino, e princi-
palmente pele e mucosas. O mesmo foi descrito por Zaits et al. 
[20] quanto aos elementos fúngicos, citando a candidose como 
ubíqua e a Candida albicans como integrante desta microbiota. 
E este microorganismo pode ser transmitido de pessoa para 
pessoa, através do contato direto ou indireto [21,22].
Morrinson et al. [23], Hosking et al. [24], Jantunem et al. 
[25], Verscharaegen et al. [26], Wald et al. [27] evidenciaram 
que as infecções por Aspergillus representam a segunda causa 
mais comum de infecção por fungos em pacientes. Cahill 
[328], ao realizar biópsias de pele com aspergilose cutânea 
por Aspergillus niger, confi rmou sua patogenia colocando a 
pele contaminada como transmissor e a água como veicula-
dora do patógeno, o que ratifi ca a possibilidade de as placas 
eletrocondutoras serem mediadoras destes patógenos com a 
pele. Enquanto que Austwich & Longbottom [29] se referiram 
a uma outra espécie, o Aspergillus fumigatus, como sendo de 
importância clínica nas infecções e alergias. Nossos estudos 
apontaram para uma freqüência bem distribuída de agentes 
fúngicos na seguinte ordem: Alternaria spp. 4,5 %, Aspergillus 
spp. 8,5 %, Candida albicans 8,5 %, Penicillium spp. 8,5 %, 
Cladosporium spp. 4,25 %, Nigrospora spp. 4,25 % e Sporothrix 
spp. 4,25 %. Frampton [1] alertou sobre a irritação cutânea 
durante a aplicação prolongada, fazendo-se necessária a lim-
peza da área a serem aplicados os eletrodos a fi m de evitar 
essas irritações.
Fisioterapia_v7n1.indb 10Fisioterapia_v7n1.indb 10 1/2/2006 18:49:451/2/2006 18:49:45
11Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Frampton [1] ratifi cou que a resposta alérgica aos eletrodos, 
à fi ta adesiva, ou ao gel representam o principal problema à 
aplicação do TENS. A Organização Mundial de Saúde (OMS/
WHO) considera as parasitoses como elementos de máxima im-
portância nas ciências da Saúde. Baseados nessas informações, 
Madeira-Oliveira et al. [30] relataram a relevância da inclusão da 
disciplina de parasitologia na formação acadêmica de fi siotera-
pia, da qual pouco se conhece sobre os aspectos microbiológicos 
que envolvem a prática terapêutica. O resultado da pesquisa 
aponta para a necessidade de um protocolo de assepsia efi caz 
destes eletrodos, nos serviços de fi sioterapia, promovendo o 
bem estar físico e a integridade dos pacientes. 
Conclusão
Registra-se na região da Baixada Fluminense, Rio de Janeiro, 
nos serviços de fi sioterapia, a ocorrência de bioagentes patogê-
nicos nos eletrodos de borracha siliconizada com impregnação 
de carbono, utilizados na eletroanalgesia transcutânea.
Entre as amostras analisadas, 59,5 % conferiram posi-
tividade de patógenos com predominância dos elementos 
fúngicos em 42,5 % e bacterianos em 17 %.
Levanta-se a suposição de que a freqüência de microrga-
nismos patogênicos nos eletrodos associados a microbiota 
cutânea do homem, baixa do sistema imune e técnica ina-
dequada de aplicação promovam a ocorrência de possíveis 
doenças dermatológicas.
Considerando-se a análise dos resultados, relata-se a ne-
cessidade da realização de técnica asséptica na região cutânea 
de aplicação da eletroanalgesia no homem e nos eletrodos.
Faz-se necessário um cuidado preventivo e de biossegurança 
no que se refere à prática fi sioterapêutica em relação a bioagen-
tes patogênicos. É preciso, também, que se dê continuidade na 
pesquisa com fundamentação na investigação dos bioagentes 
patogênicos na abordagem fi sioterapêutica, identifi cando procedi-
mentos apropriados para desinfecção dos eletrodos e da pele.
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30. Madeira-Oliveira JT, Machado RO, Werneck JGE, Mata LJF. 
Sugestão para inclusão da disciplina ou conhecimento de para-
sitologia no currículo pleno da graduação em fi sioterapia. 52a 
Reunião da SBPC. Universidade de Brasília, DF; 2000.
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Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200612
Efeitos fi siológicos da fi sioterapia respiratória 
convencional associada à aplicação de BiPAP 
no pós-operatório de cirurgia cardíaca
Physiological effects of the conventional respiratory physical therapy 
associated to BiPAP in post cardiac surgery
Kamilla Tays Marrara*, Aline Marques Franco*, Valéria Amorim Pires Di Lorenzo, D.Sc.**, Fernanda Negrini, M.Sc.***, 
Sérgio Luzzi****
*Graduandas do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, **Professora do Departamento de Fisioterapia da 
Universidade Federal de São Carlos – UFSCar, ***Professora do curso de Fisioterapia do Centro Universitário de Araraquara – UNIARA, 
****Médico cirurgião da equipe de cirurgia cardíaca da Santa Casa de Misericórdia de Araraquara 
Resumo
O objetivo deste estudo foi avaliar as alterações da função 
pulmonar pela Força Muscular Respiratória (FMR-PImax e 
PEmax), Capacidade Vital (CV), Freqüência Respiratória (FR) e 
Oxigenação (SpO2) do pré-operatório ao 1º pós-operatório (PO) 
e deste à pré-alta; e verifi car a efi cácia da Fisioterapia Respiratória 
Convencional (FRC) associada à Ventilação não-invasiva (BiPAP) 
no PO de cirurgia cardíaca. Incluiu-se 27 pacientes, 12 tratados com 
FRC associada à BiPAP (Grupo1-G1) e 15 com FRC (Grupo2-
G2), com avaliação das variáveis citadas no pré-operatório, 1ºPO, 
3ºPO e pré-alta. Para a análise utilizou-se Friedman ANOVA e 
Mann-Whitney (p ≤ 0,05). Quanto a FMR, apenas G1 aumentou 
signifi cativamente do 1ºPO para pré-alta, e os valores de PImax 
apresentaram-se signifi cativamente maiores que G2. Em ambos os 
grupos, a CV aumentou signifi cativamente do 1º para o 3ºPO, mas 
apenas G1 mostrou valores da pré-alta próximos ao pré-operatório. 
A oxigenação aumentou do 3ºPO à pré-alta para ambos, mas apenas 
o G1 aproximou-se dos valores do pré-operatório. Quanto à FR, 
apenas o G1 reduziu signifi cativamente no PO. A FRC associada à 
BiPAP mostrou-se mais efi ciente do que a FRC isolada, no aumento 
da FMR, CV e oxigenação, e na reversão da FR, apesar dos valores 
não terem sido recuperados completamente até a pré-alta. 
Palavras-chave: ventilação não-invasiva, cirurgia cardíaca, 
fi sioterapia respiratória, função pulmonar. 
Artigo original
Abstract
The aim of this study was to evaluate the pulmonary function 
alterations by the Respiratory Muscular Force (RMF- MIP and MEP), 
Vital Capacity (VC), Breathing Frequency (BF) and Oxigenation 
(SpO2) from the Pre-operation to the 1st post-operation (PO) and 
from that one to the pre-discharge; and to verify the effi ciency of 
the Conventional Respiratory Physical Therapy (CRP) associated to 
the Non-invasive ventilation (BiPAP) in the cardiac surgery PO. 27 
patients were included; 12 of them were treated with FRC associated 
to the BiPAP (Group 1-G1) and 15 with FRC (Group 2-G2). These 
patients were evaluated in the pre-operation ,1st PO, 3rd PO and 
pre-discharge as for the mentioned variables. To the analysis were 
used Friedman ANOVA and Mann-Whitney (p ≤ 0,05). As for 
the RMF, only G1 increased signifi cantly from the fi rst PO to the 
pre-discharge, and the values of MIP were signifi cantly bigger than 
G2. In both groups, the VC increased signifi cantly from the 1st to 
the 3rd PO, but only G1 presented pre-discharge values near to 
the pre-operation. The oxigenation increased from the 3rdPO to 
the pre-discharge for both, but only the G1 came near to the pre-
operation values. As for RF, only the G1 decreased signifi cantly in 
the PO. In conclusion, the CRF associated to the BiPAP seemed 
be more effi cient than the isolated CRF, in the RMF increasing, VC 
and oxigenation, and in the RF reversion, despite of the values have 
not been completely recuperated until the pre-discharge.
Key-words: non-invasive ventilation, cardiac surgery, respiratory 
physical therapy, pulmonary function.
Artigo recebido em 4 de junho de 2004; aceito em 15 de janeiro de 2006. 
Endereço para correspondência: Kamilla Tays Marrara, Av. Filomeno Rispoli, 179 Parque Santa Marta 13564-200 São Carlos SP, Tel.: (16) 33762559, 
E-mail: kamillatm@bol.com.br 
Introdução
A cirurgia cardíaca predispõe a alterações sistêmicas 
que demandam cuidados específi cos no Pós-Operatório 
(PO) [1]. Dentre essas alterações destacam-se o tempo de 
Circulação Extra-Corpórea (CEC), uso de anestésicos, dor 
pós-operatória, medo, presença de fatores de risco, entre 
outros, sendo comum ocorrer mudanças no padrão respira-
Fisioterapia_v7n1.indb 12Fisioterapia_v7n1.indb 12 1/2/2006 18:49:471/2/2006 18:49:47
13Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
tório, incoordenação muscular e diminuição na complacência 
pulmonar devido às alterações nas propriedades mecânicas 
do pulmão e da parede torácica. A anestesia está associada 
a efeitos deletérios sobre a função pulmonar, sendo que a 
alteração do padrão respiratório, que se torna superfi cial, e 
a disfunção diafragmática causam a hipoventilação alveolar, 
redução da resposta ventilatória e hipoxemia. 
As alterações fi siológicas e mecânicas somam-se para 
diminuir a função pulmonar e a Força Muscular Respiratória 
(FMR), de maneira a comprometer a recuperação do paciente 
no PO de cirurgia cardíaca, pois a manutenção adequada da 
FMR é essencial para a ventilação pulmonar e para a facilita-
ção da desobstrução das vias aéreas [2]. A anormalidade na 
mecânica pulmonar após cirurgia cardíaca é caracterizada por 
um padrão restritivo com redução da Capacidade Vital (CV) 
e da Capacidade Residual Funcional (CRF) [3]. A CV está 
geralmente reduzida a aproximadamente 40% dos valores pré-
operatórios, durante um período de no mínimo dez a quatorze 
dias [4,5]. Para prevenção e tratamento dessas complicações 
pós-operatórias, a Fisioterapia Respiratória Convencional 
(FRC) tem sido amplamente utilizada, demonstrando ser 
tão efi ciente quanto outras técnicas de expansão pulmonar, 
recuperando a função pulmonar. Os pacientes que receberam 
FRC associada à Ventilação Não-Invasiva (VNI) por dois 
níveis de pressão positiva (BiPAP) [6], também apresentaram 
diminuição signifi cativa da incidência dessas complicações, 
em comparação aos pacientes que não realizaram qualquer 
abordagem fi sioterapêutica [7-9]. O uso da VNI reduz o 
trabalho respiratório e aumenta a complacência do sistema 
respiratório por reverter microatelectasias do pulmão e, tanto 
o padrão respiratório restritivo, como a hipoxemia não podem 
ser prevenidos, mas modifi cados [10], sem mudança nos índi-
ces de FMR [9,11], não dependendo do esforço do paciente 
para gerar inspirações profundas. Sendo assim, apresenta 
uma vantagem em relação a outros métodos, principalmente 
em PO imediato, no qual o paciente é pouco cooperativo ou 
incapaz de realizar inspiração máxima, promovendo aumento 
dos valores de volumes e capacidades pulmonares [12]. É 
também verifi cado que a utilização de VNI, por pelo menos 
dois a três dias após a cirurgia, leva a efeitos benéfi cos na 
função pulmonar e índices de oxigenação [7]. 
Tendo em vista o número de complicações que ocorrem 
no PO de cirurgia cardíaca e os efeitos benéfi cos da FRC 
associada à BiPAP constatados na literatura, justifi ca-se a 
realização deste estudo, contribuindo com maior número de 
trabalhos científi cos que fundamentem a associação desta 
técnica de ventilação como forma de reversão das compli-
cações pós-operatórias.
Os objetivos deste estudo foram avaliar as alterações da 
função pulmonar do pré-operatório para o 1º PO e verifi car 
a evolução das medidas de FMR, CV, Freqüência Respiratória 
(FR) e Oxigenação (SpO2) no 1º PO até a pré-alta, verifi cando 
a efi cácia da aplicação de BiPAP na diminuição das alterações 
da mecânica pulmonar frente ao ato cirúrgico. 
Material e métodos
Foram avaliados 40 pacientes, com idade média de 58,1 ± 
9,06 anos, submetidos a cirurgia cardíaca eletiva de revascu-
larização do miocárdio com incisão mediana e CEC realizada 
no Hospital Santa Casa de Misericórdia de Araraquara, dos 
quais 13 não concluíram o protocolo de tratamento devido a 
instabilidade hemodinâmica, arritmias não-controladas e de-
sistência do tratamento no PO. Todos os pacientes assinaram 
um Termo de Consentimento mediante orientações sobre 
o protocolo proposto, em atendimento à resolução 196/96 
do CNS, e este estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética 
do Centro Universitário de Araraquara. Foram excluídos os 
pacientes submetidos a cirurgia de emergência, baixo nível 
de compreensão e idade inferior a 50 anos. 
Os pacientes foram selecionados e agrupados randomi-
camente em dois grupos, compondo um Grupo 1 (G1) com 
12 pacientes, tratado com FRC associada a aplicações de 
BiPAP (duas vezes ao dia, com duração de 30 minutos cada 
aplicação), e Grupo 2 (G2) com 15 pacientes, tratado com 
FRC, duas vezes ao dia.
As avaliações foram realizadas no pré-operatório, 1º PO, 
3º PO e pré-alta, sendo que no pré-operatório os pacientes 
receberam informações sobre os procedimentos cirúrgicos e 
fi sioterapêuticos a serem executados nos diferentes períodos 
de sua recuperação (período de internação), sendo todos sub-
metidos a uma avaliação clínica na qual constavam os dados 
pessoais, antropométricos, diagnóstico médico, antecedentes 
pessoais, dados relacionados à cirurgia, além de medidas es-
pecífi cas como: FMR (PImax e PEmax), CV, FR e SpO2.
A FMR foi obtida com um manovacuômetro da marca 
Ger-Ar escalonado em cmH2O, segundo metodologia pro-
posta por Black&Hyatt [13]. Para a realização da manobra 
o paciente foi instruído a realizar um esforço inspiratório 
máximo após expiração completa para a mensuração da 
Pressão Inspiratória Máxima (PImax). Da mesma forma, 
o paciente foi instruído a realizar um esforço expiratório 
máximo ao fi nal de uma inspiração máxima para a mensura-
ção da Pressão Expiratória Máxima (PEmax).
Para a obtenção da CV utilizou-se um Ventilômetro de 
Wright da marca Omedha, e o paciente foi instruído a inspirar 
profundamente e expirar lentamente, através de um bucal, 
até soltar todo ar, utilizando clipe nasal. A FR foi mensurada 
pelos movimentos da caixa torácica durante os ciclos respi-
ratórios realizados em um minuto.
A SpO2 foi obtida de forma não invasiva através do oxí-
metro de pulso portátil 1001 acoplado a um dos dedos do 
paciente, indicador ou anular, sendo verifi cado sem utilização 
de máscara de oxigênio e antes da aplicação de BiPAP. 
Essas medidas específi cas foram obtidas de forma pa-
dronizada pelo mesmo examinador, com o paciente sentado 
de forma confortável. Após a realização da cirurgia cardíaca, 
os pacientes receberam o tratamento proposto de acordo 
com o seu grupo, sendo que a FRC constava de exercícios 
Fisioterapia_v7n1.indb 13Fisioterapia_v7n1.indb 13 1/2/2006 18:49:481/2/2006 18:49:48
Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200614
Figura 1 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01. 
respiratórios diafragmáticos associados à movimentação ativa 
e/ou ativo-assistida nos membros superiores, mobilização de 
membros inferiores, manobras desobstrutivas, auxílio da tosse 
e técnicas reexpansivas.A aplicação de BiPAP foi utilizada 
na modalidade espontânea, ciclada em dois níveis de pressão 
positiva, com um nível pressórico durante a inspiração (IPAP) 
de 8 a 12 cmH2O e um nível pressórico durante a expiração 
(EPAP) de 4 a 6 cmH2O.
Para cada variável estudada foi realizado o cálculo das 
Médias e dos Desvios Padrões e aplicada a análise de Friedman 
ANOVA (p ≤ 0,05) entre as situações, e a análise Mann-Whitney 
para comparação dos grupos quanto ao Índice de Ganho do 
1º PO à pré-alta ( =((Pré-alta – 1ºPO)/1ºPO*100) ).
Resultados 
A Tabela I mostra as características antropométricas, 
demográfi cas, clínicas e cirúrgicas dos pacientes envolvidos 
neste estudo para G1 e G2. As fi guras 1, 2, 3 e 4 ilustram 
o comportamento dos valores de FMR (PImax e PEmax), 
onde se pode constatar uma queda signifi cativa entre o pré-
operatório e o 1º PO tanto para G1 como para G2. Apenas 
para o G1 (FRC + BiPAP) houve aumento signifi cativo 
dos valores do 1º PO para pré-alta, sendo este aumento 
observado a partir do 3º PO. Quando comparado o Índice 
de Ganho, em percentual, do 1º PO para pré-alta hospitalar, 
nos diferentes protocolos utilizados, observou-se que o G1 
apresentou valores de PImax signifi cativamente maiores do 
que os do G2, sendo que para PEmáx, o Índice de Ganho 
entre os grupos não se mostrou signifi cativo. 
No que se refere a CV, as fi guras 5 e 6 demonstram os re-
sultados obtidos entre as fases pré-operatório e pré-alta, sendo 
observado, do pré-operatório para 1º PO, diminuição signifi cativa 
dos valores, tanto para G1 como para G2, e um aumento signifi -
cativo de 1º para 3º PO, mas apenas o grupo tratado com FRC 
associada à BiPAP mostrou valores de pré-alta próximos aos de 
pré-operatório. Quando comparados G1 e G2, quanto ao Índice 
de Ganho de 1º PO para pré-alta hospitalar, foi observado que 
não houve diferença signifi cativa entre eles.
Tabela I - Características antropométricas, clínicas e cirúrgicas em média 
e desvio padrão dos pacientes estudados.
Variáveis G1 G2
Idade (anos) 58,7 ± 8,5 57,7 ± 9,76
Sexo 11 homens / 1 mulher 11 homens / 4 mulheres
Peso (kg) 76,6 ± 14 67,00 ± 11,3
Altura (m) 1,70 ± 0,11 1,64 ± 0,07
Índice de massa 
corpórea 24,22 25,00 
Tempo total 
de cirurgia (horas) 3,08 ± 0,6 2,95 ± 0,65
Tempo de perfusão 
(min) 71,75 ± 10,96 77,81 ± 26,35
Figura 2 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PImáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01. 
Figura 3 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
Fisioterapia_v7n1.indb 14Fisioterapia_v7n1.indb 14 1/2/2006 18:49:491/2/2006 18:49:49
15Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 2006
Figura 6 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no pré-
operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p < 0,01.
Figura 4 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável PEmáx 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
Figura 5 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável CV no 
pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. **p<0,01.
Figura 7 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 no pré-
operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G1. *p ≤ 0,05; **p < 0,01.
Em relação à oxigenação, verifi cou-se redução signifi cativa 
dos valores de pré-operatório à 1º PO para ambos os grupos, 
assim como um aumento também signifi cativo de 3º PO à 
pré-alta, mas apenas os resultados do grupo tratado com 
FRC associada à BiPAP aproximaram-se dos valores do pré-
operatório, como pode ser verifi cado nas fi guras 7 e 8. No 
que se refere ao Índice de Ganho, em percentual, para SpO2 
entre G1 e G2, do 1º PO para pré-alta, não foi observada 
alteração signifi cativa.
Quanto à FR, não foram observados valores signifi cativos 
entre as situações de pré-operatório à pré-alta, tanto para G1 
como G2, mas em relação ao Índice de Ganho do 1º PO 
para pré-alta, comparando-se ambos os grupos, verifi cou-se 
redução signifi cativa dos valores no grupo tratado com FRC 
associada à BiPAP, em comparação ao grupo tratado com 
FRC isolada, como pode ser verifi cado na Tabela II. 
Figura 8 - Evolução das Médias e Desvios Padrões da variável SpO2 
no pré-operatório, 1º PO, 3º PO e Pré-alta para o G2. *p ≤ 0,05; **p 
< 0,01.
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Fisioterapia Brasil - Volume 7 - Número 1 - janeiro/fevereiro de 200616
Tabela II - Pressão Inspiratória Máxima e Freqüência Respiratória média, Delta de PImáx e da FR do 1º PO à Pré-alta para G1 e G2.
 PImáx média FR média ∆PImáx ∆FR 
 1º PO Pré-alta 1º PO Pré-alta
G1 28,4 ± 14,8 55,6 ± 27,7 21,2 ± 4,9 18,1 ± 3,0 48,4 ± 15,4* -11,9 ± 16,6*
G2 39,2 ± 12,7 42,4 ± 16,8 20 ± 3,1 21,5 ± 2,6 -2,37 ± 43,4 14,9 ± 21,5
Valores expressos em Média e Desvio Padrão; PImáx média no 1º PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em cmH2O; FR média no 1º 
PO e pré-alta de cirurgia cardíaca, em rpm; ∆PImáx = Delta de PImáx ((Pré-alta – 1º PO)/1º PO * 100); e ∆FR = Delta de FR; *p < 
0,05-Mann-Whitney. 
Discussão
Este estudo investigou os efeitos da cirurgia cardíaca 
associada à CEC, com relação à função pulmonar em 
pacientes submetidos a rotina de FRC associada à BiPAP 
e FRC isolada. Com relação a FMR, observou-se que a 
cirurgia cardíaca associada à CEC produz prejuízos sobre 
a mecânica respiratória, reduzindo, assim, a capacidade 
dos músculos inspiratórios e expiratórios em gerar tensão 
sufi ciente para vencer o trabalho imposto, por desvantagem 
mecânica ou por dor pós-operatória. Têm sido constatados 
valores menores de PImáx e PEmáx em relação aos valores 
pré-operatórios nos pacientes em PO de cirurgia cardíaca 
[14], estando esta diminuição relacionada ao trauma que os 
músculos respiratórios são submetidos durante esse procedi-
mento cirúrgico e ao aparecimento de alta taxa de complica-
ções pulmonares [15] e, apesar desses valores aumentarem 
com o passar dos dias da recuperação, não retornam aos 
valores pré-operatórios até oito semanas após a ocorrência 
da cirurgia [1,2,16]. Neste estudo verifi cou-se que, mesmo 
com uma redução dos valores de FMR (PImáx e PEmáx) do 
pré-operatório para o 1º PO, para ambas as variáveis, apenas 
o G1 (FRC associada a BiPAP) apresentou aumento do 1º 
PO à pré-alta hospitalar. 
Quanto à CV, em alguns estudos, como o de Matte et al. 
[17], quando se associou aplicação de BiPAP à FRC, obser-
vou-se aumento dos valores desta variável, assim como os 
apresentados neste estudo, sendo que os valores de pré-alta 
aproximaram-se dos verifi cados no pré-operatório. A uti-
lização de BiPAP leva a um menor trabalho da musculatura 
respiratória e aumento dos valores de volumes e capacidades 
pulmonares, não necessitando do esforço do paciente para 
gerar inspirações profundas [12]. 
Em relação à oxigenação, os resultados apresentados 
por Ferreira et al. [7], Matte et al. [17] e Ingwersen et al. [18] 
demonstraram melhora dos valores de SpO2 com a utiliza-
ção de FRC associada à BiPAP, assim como os resultados 
apresentados por Joris et al. [19] em PO de gastroplastia, 
sendo que este resultado também pôde ser verifi cado neste 
estudo, observando-se que os valores da pré-alta mostraram-
se bem próximos dos valores do pré-operatório. Sugerindo 
que o aumento da Oxigenação deveu-se ao aumento da 
Pressão Parcial de Oxigênio (PaO2), da relação V/Q, da 
relação PaO2/FiO2, diminuição do shunt pulmonar e da 
diferença alvéolo-arterial, apesar destas variáveis não terem 
sido estudadas. 
No que se refere a FR observada neste estudo, verifi cou-se 
menores valores para o grupo tratado com FRC associado 
à BiPAP quando comparado ao grupo tratado apenas com 
FRC na pré-alta hospitalar, estando de

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