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Aula 3.PLATÃO. FILOSOFIA. Psicologia

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AULA. 3 – Noção de filosofia. Origens históricas. Mito e Filosofia. Diferenciação de outros ramos do saber.
A Filosofia grega: Metafísica e Educação – a chamada Paideia dos gregos antigos
Prof. Pós-Dr. Fabio Liborio Rocha
PLATÃO
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INTRODUÇÃO
Platão se preocupava muito com a Educação em Atenas, tanto que criara uma Academia de ensino. 
Sua obra A República, era um texto que indicava as melhorias necessárias nas leis e na própria ética do cidadão, criando inclusive reformatórios para jovens. 
Platão, filósofo grego, deixou Atenas depois da condenação de seu mestre, Sócrates em 399 ac. Peregrinou 12 anos entre os pitagóricos. 
Volta então para Atenas em 387 ac, com 40 anos, procurando reabilitar Sócrates, de quem herdou seu ensinamento. Retomou a teoria da ideia. 
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1. INTRODUÇÃO (Cont.)
A ideia é mais que um conhecimento verdadeiro; ela é o ser mesmo, a realidade verdadeira, absoluta e eterna, existindo fora e além de nós, cujos objetos visíveis são apenas reflexos. 
Aqui temos a ideia de alma, de Deus e de verdade eterna, do mundo do além, do paraíso. 
A teoria da ideia é igual a teoria da representação de Schopenhauer, que pensava na imperfeição que damos aos objetos que são representados de acordo com nossas capacidades mentais de apreender um conceito de qualquer objeto. 
O quanto mais limitado será nosso pensamento, mais ocorrerão os erros no relato de um objeto qualquer: Deus, um homem, uma mulher, a lei, a justiça, o amor.
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2. O MODELO PEDAGÓGICO DE PLATÃO
No livro VII da obra República, Platão narra uma história que se tornou célebre com o nome de Mito ou Alegoria da Caverna. 
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Este é seu grande modelo pedagógico, a chamada Teoria da ideia representada neste mito. 
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Seu objetivo foi fazer compreender a diferença entre o conhecimento grosseiro, que vem de nossos sentimentos e de nossas opiniões (Doxa), e o conhecimento verdadeiro, ou seja, aquele que sabe apreender, sob a aparência das coisas. 
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A isto, ele chamou de ideia, ao contrário de aparência simples, sob necessária apreciação.
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O mito é o seguinte: 
“[...] Sob uma caverna, cuja entrada é aberta à luz, encontram-se alguns homens acorrentados desde sua infância, como os olhos voltados para o fundo escuro, não podendo locomover-se, nem virar as cabeças. Um fogo brilha no exterior, iluminando toda a caverna. Entre o fogo e a caverna, passa uma estrada, ladeada por um muro na altura de um homem. Na estrada, por detrás do muro, vários homens passam conversando e levando nas cabeças figuras de homens e de animais, projetadas no fundo da caverna. Assim, tudo o que os acorrentados conhecem do mundo são sombras de objetos fabricados. Mas como não sabem o que se passa atrás deles, tomam essas sombras por seres vivos que se movem e falam, mostrando serem homens que não atingiram o conhecimento verdadeiro”. 
3. O MITO DE PLATÃO
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3. O MITO DE PLATÃO (Cont.)
Platão descreve o processo dialético através do qual o prisioneiro se liberta e, lutando contra o hábito que tornava mais cômoda sua situação de prisioneiro, sai em busca do conhecimento da verdade, passando por diversos e sucessivos graus de conversão de sua alma, até chegar à visão da ideia de bem. 
Uma vez alcançado este conhecimento, o prisioneiro, agora transformado em sábio, deve retornar à caverna para ensinar o caminho aos outros prisioneiros, arriscando-se, inclusive, a ser rejeitado por eles. 
Aqui temos a ideia de reencarnação (Transmigração das Almas de um corpo à outro), pois Platão era pagão, lembremos; a ideia de uma relação entre mestre e discípulo, que na verdade era uma relação de iniciação de culto iniciático pitagórico. Muitos dos rituais gregos eram feitos dentro das cavernas”: Meninas ursas, por exemplo. A Academia de Platão em que este ensinava, durou até 347 a.C., com sua morte.
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Pensar a literatura, a filosofia e o teatro no mundo antigo, depende sobretudo de uma análise política, cultural e educacional contida em todos estes campos de conhecimento que existiram sobretudo na Grécia e na Roma antigas, onde detinham uma função cultural muito importante, tanto na Paideia da sociedade Grega, como nas Artes Liberais romanas. 
O poeta deveria rememorar, no seu canto, a própria história e as experiências formadoras dos valores do povo grego. 
No período oral da história da Grécia Antiga a escrita ainda não havia surgido e por conseguinte era necessário evocar a memória. 
A memória a que o canto do poeta deverá servir se mostra antes como uma memória histórica da qual todo o povo grego participa. 
4. LITERATURA, FILOSOFIA , TEATRO E O MUNDO GREGO
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4. LITERATURA, FILOSOFIA , TEATRO E O MUNDO GREGO (Cont.)
Por transcender a esfera do indivíduo, essa memória ganha um cunho tanto literato, quanto filosófico ou teatral e era, portanto, uma memória que se situava também no âmbito do religioso, pois todo o conhecimento cultural, educacional e artístico se integravam na Polis e na Civitas. 
 Devemos nos lembrar que,
 Mnemosyne, deusa da memória
 era a mãe de Clio, Musa da
 História.
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 4. LITERATURA, FILOSOFIA , TEATRO E O MUNDO GREGO (Cont.)
 Clio, do grego Kλείεω – "glória" ou "fama". 
Foi uma das nove musas da mitologia grega e era Filha de Mnemosyne, que significa “Memória” e de Zeus, que presidia as artes e as ciências. 
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 Clio era a “Musa da História”, aquela que divulgava as realizações. Ela preside a eloquência, sendo a fiadora das relações políticas entre homens e nações. 
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 É representada como uma jovem coroada de louros, trazendo na mão direita uma trombeta e, na esquerda, um livro intitulado "Thucydides" que foi também o nome de um importante historiador grego, autor da obra “História da Guerra do Peloponeso”. Outras representações suas apresentam-na segurando um rolo de pergaminho e uma pena de escrever.
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Este aspecto da filha de Zeus e de Mnemosyne, Clio é importante para percebermos que a religiosidade entre os Gregos, também influenciava a produção na literatura, na filosofia e no teatro na Paideia da Grécia. 
As Artes Liberais em Roma, também tinham a função de manter uma tradição, de memorizar em caráter escrito, e que por isso tinha resguardado um caráter Histórico situando a narrativa em uma temporalidade específica. 
5. O PAPEL DE CLIO 
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6. A LITERATURA DO PERÍODO GREGO ARCAICO
As literaturas, do período Grego Arcaico foram importantes como as de Homero e Hesíodo. 
Werner Jaeger (2003:86) em Paideia – A Formação do Homem Grego, afirma que 
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 “[...] Hesíodo conta no conhecido proêmio da Teogonia como despertou para a vocação de poeta: era um simples pastor e guardava os seus rebanhos no sopé do Hélicon, quando um dia recebeu a inspiração das musas, que lhe puseram nas mãos o bastão do rapsodo [...] o seu pensamento estava profundamente enraizado no solo fecundo da existência campesina e, dado que a experiência pessoal o conduzia para além da vocação homérica e lhe outorgava uma personalidade e uma força próprias, foi-lhe concedido pelas musas desvendar os valores próprios da vida do campo [...].” .
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6. A LITERATURA DO PERÍODO GREGO ARCAICO (Cont.)
 Hesíodo
Percebemos que a própria explicação do dom poético de Hesíodo é explicado por ele mesmo como mitológico e religioso, ao mesmo tempo em que esboça um ideal social valorizando a zona rural da Beócia de Hesíodo anterior a exaltação da polis..
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7. CULTURA GRECO-ROMANA
 Na literatura romana, podemos inferir as de Ovídio, Horácio e Virgílio. 
 No campo da filosofia, podemos observar na filosofia grega, Sócrates, Aristóteles, Platão e na filosofia romana, Cícero, Sêneca e, no período cristão, Santo Agostinho. 
 No Teatro Grego, os principais comediógrafos
e tragediógrafos foram Ésquilo, Sófocles e Eurípides na tragédia, e Aristófanes na comédia. 
 
 Poderíamos enumerar os principais espetáculos destes: Ésquilo (525 a 456 a.C.) Principal texto: Prometeu Acorrentado; Tema principal qual tratava: contava fatos sobre os deuses e os mitos.; Sófocles (496 a 406 a.C. aproximadamente); Principal texto: Édipo Rei; Tema principal que tratava: as grandes figuras reais.
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7. CULTURA GRECO-ROMANA (Cont.)
 Eurípides (484-406 a.C.) foi o mais importante tragediógrafo, escrevendo segundo Bowder (1992:153), noventa e duas peças teatrais, tais como Medeia de 431 a.C. e Alceste de 438 a.C. Principal texto: As Troianas de 415 a.C.; Tema principal que tratava: dos renegados, dos vencidos; viveu seu Pathos particular no século de Péricles. 
Eurípides
Foi muito criticado em seu tempo pois fazia uma tragédia extremada que se tornava tragicômica
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7. CULTURA GRECO-ROMANA (Cont.)
Werner Jaeger (2003:397-398) em Paideia – A Formação do Homem Grego, nos infere que “[...] Eurípedes se apresentou ao prêmio da tragédia com seus dramas elaborados, segundo o mais severo respeito pela forma mítica, não podia fazer crer aos seus ouvintes que a tendência para a modernização progressiva das figuras do mito, em que ele se aventurava, era só uma nova fase num processo de evolução gradual. Deram-se conta de que se tratava de uma temeridade revolucionária. Foi por isso que os seus contemporâneos sentiram-se profundamente perturbados ou dele se afastaram com apaixonada aversão [...].”
Werner Jaeger

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