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JANEIRO/FEVEREIRO – 2015.1 1 DISCIPLINA: COMUNICAÇÃO E EXPRESSÃO PROFESSOR: JOSIMAR PORTO CONCEPÇÃO DE TEXTO 2 TEXTO: é um conjunto de signos linguísticos que codificam uma mensagem LEITURA DE TEXTO: é a decodificação da mensagem de que se é portador. A ESCRITA: é o processo de codificação da mensagem pelo autor. LEITURA: é o processo de decodificação da mensagem pelo leitor. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 3 Josimar Porto ESCRITA CODIFICAÇÃO DA MENSAGEM AUTOR LEITURA DECODIFICAÇÃO DA MENSAGEM LEITOR CONCEPÇÃO DE TEXTO 4 O que é texto? São muitas as possibilidades de resposta a essa questão, dependendo da vertente teórica em que se situe o estudioso. Podemos pensar, por exemplo, que o texto é organizado a partir de uma dupla lateralidade: microestrutura e macroestrutura. MICROESTRUTURA – é o conjunto articulado de frases, resultante da conexão dos mecanismos léxico- gramaticais que integram a superfície textual. MACROESTRUTURA – é estrutura que se identifica como o significado global do objeto do texto. Josimar Porto CONCEPÇÕES DE TEXTO 5 Na realidade, todo texto comporta duas faces. Ele é determinado tanto pelo fato de que procede de alguém, como pelo fato de que se dirige para alguém. Ele constitui justamente o produto da interação do escritor e do leitor. Todo texto serve de expressão a um em relação ao outro. Através do texto, defino-me em relação ao outro, isto é, em última análise, em relação à coletividade. O texto é uma espécie de ponte lançada entre mim e os outros. Se ela se apoia sobre mim numa extremidade, na outra apoia-se sobre o meu interlocutor. O texto é o território comum do escritor e do leitor. (M. BAKHTIN) CONCEPÇÃO DE TEXTO CONCEITUAÇÃO TEXTO E PRAGMÁTICA O TEXTO Unidade de sentido Condições de textualidade Inserção histórica Informatividade Conectividade Intertextualidade Coesão Coerência CONCEPÇÃO DE TEXTO 7 Leiamos os textos a seguir. Trata-se de uma notícia e de uma crônica originadas de um mesmo texto. Vamos à leitura dos textos então. Divórcio e recessão Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 8 Do texto bem-arquitetado com estruturas bem formalizadas e, por conseguinte, capazes de veicular sentidos, decorrem a coesão e a coerência – que são as dimensões constitutivas do texto. COESÃO – relações entre os elementos textuais; COERÊNCIA – unidade semântica do texto. Vejamos os textos das páginas 03 a 08: Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 9 Texto 1 Viagem a Marte Estamos em pleno 2006. O homem está bem próximo de realizar outro grande sonho: o de conhecer Marte. Após anos de estudo e de tentativas frustradas, os cientistas asseguram essa possibilidade pelo sucesso alcançado nos últimos empreendimentos espaciais. Segundo eles, serão enviadas a Marte, nestes futuros nove anos, cerca de dez naves não-tripuladas. Dentre os objetivos dessa pesquisa, o que mais se deseja é verificar se há vida ou não fora da terra. Outra grande razão se refere à possibilidade de se colonizar o planeta vermelho, transformando-o na nova América do século XXI. Dessa forma, o espírito aventureiro levará o homem à ampliação de suas fronteiras até o fim do ano 2012, quando ele já estará pisando as terras marcianas. CONCEPÇÃO DE TEXTO 10 Texto 2 Perfil de esportista Ricardo era um jovem esportista que adorava a vida ao ar livre; isso sempre decepcionou os pais, pois, ao contrário do que eles queriam, o rapaz nunca teve o menor gosto pelas atividades intelectuais. Por toda parte de seu quarto, havia sinais disso: raquetes de tênis, prancha de surf, equipamento de alpinismo, skate e, em sua estante, ao lado das obras completas de Shakespeare (autor preferido de quem ele se tornara assíduo leitor), uma bola que guardava com carinho desde a infância. Como dizem, o quarto espelha as características de seu dono. (Fiorin e Savioli, Para entender o texto. São Paulo: Ática, 2000.) CONCEPÇÃO DE TEXTO 11 Texto 3 Os homens que pensam que as mulheres nasceram para servi-los devem reformular seus pensamentos. Foi Deus quem venceu no Leste europeu. Os jovens buscam sempre a beleza no amor. O diabo espalha desordem na sociedade e incoerência no homem. Também no socialismo há sempre sementes de verdade. Essas são algumas frases marcantes proferidas pelo Papa João Paulo II. CONCEPÇÃO DE TEXTO 12 1 - Uma borboleta bate as asas metálicas sobre o Pentágono e a tempestade de desertos insurgentes se ergue no Oriente; os aliados dos desgovernos anteriores caem de joelhos e explodem. 2 – Quem precisa desses comerciais de heróis e vitórias quando mal entendem o nosso fracasso? O melhor do Brasil pode nem ser tão brasileiro assim, planejado em Chicago, financiado pelo Japão, depositado nas Ilhas Cayman, fabricado na China, plantado na Colômbia ou sintetizado em Londres... Que diferença faz a fome dos homens que é preciso zerar? CONCEPÇÃO DE TEXTO 13 3 – [...] quanto à linguagem esgotada pelos defeitos especiais, os entrevistadores darão o golpe final nos entrevistados, transformando-se em celebridades inquestionáveis com perguntas desprezíveis. Os produtores indiferentes continuarão parecendo semelhantes em seu desleixo com as nossas mentes. 4 – As modelos sorridentes, os fenômenos calvos e os apresentadores grávidos reproduzirão uma nova era de propriedade para os cadernos de cultura, com festas patrocinadas e anúncios de fertilidades nas colunas sociais. CONCEPÇÃO DE TEXTO 14 5 – O bom é ser modelo em Paris, por enquanto. Aliás, a esperança dos migrantes será desidratada no deserto do Arizona, hidratada no Mar Mediterrâneo ou eletrificada em Gaza. CONCEPÇÃO DE TEXTO 15 Resumindo o que foi dito, as normas de textualidade mais óbvias são a coesão, que se manifesta na superfície textual, e a coerência que subjaz no interior do texto. A coesão e a coerência que caracterizam o texto bem-arquitetado são produto de uma atividade cultural intencionada e que, portanto, representam-se como propriedade inerentes à intencionalidade articulada com aceitabilidade. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 16 É consenso entre os estudiosos a ideia de que a coerência não está no texto, mas é construída pelo leitor durante a leitura. Dizemos que um texto é coerente quando podemos reconstruir sua unidade de sentido ou sua intenção comunicativa. A coerência é o principal fator de textualidade, nome que se dá ao conjunto de características que nos permitem conceber algo como um texto. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 17 TIPOS TEXTUAIS: GÊNEROS TEXTUAIS: Josimar Porto OS TIPOS DE RACIOCÍNIOS 18 POSTO: Informação dita no enunciado. PRESSUPOSIÇÃO – é a informação não expressa no enunciado que deve ser aceita indiscutivelmente como verdadeira pelo leitor, para que haja continuidade na leitura ou na discussão de um tema. SUBENTENDIMENTO – são insinuações escondidas em afirmações. Geralmente autores inteligentes utilizam essa manobra linguística para evitar dizer algo diretamente. PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO ESTATUS: 1 – ORDEM INTERLOCUCIONAL Posto: responsabilidade do emissor Pressuposto: comum ao emissor e receptor Subentendido: conclusão do receptor 19 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO ESTATUS: 2– ORDEM TEMPORAL Posto: simultâneo ao ato de enunciação Pressuposto: anterior Subentendido: posterior 20 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO ESTATUS: 3 – ORDEM ONTOLÓGICA Posto: presente no enunciado: imediato Pressuposto: presente no enunciado: remoto Subentendido: ausente 21 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO P.ex.: “Hoje o tempo está bom.” Posto: Pressuposto: Subentendido: PRESSUPOSTO CONTEXTO LINGUÍSTICO SUBENTENDIDO CONTEXTO EXTRALINGUÍSTICO 22 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO P.ex.: “Hoje o tempo está bom.” Posto: tempo bom Pressuposto: nem sempre o tempo está bom Subentendido: vou à praia. / vou tomar sorvete. / usar roupas leves. PRESSUPOSTO CONTEXTO LINGUÍSTICO SUBENTENDIDO CONTEXTO EXTRALINGUÍSTICO 23 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO P.ex.: “Governo assedia oposição para aprovar nova CPMF.” Posto: Pressuposto: Subentendido: 24 Josimar Porto PRESSUPOSIÇÃO E SUBENTENDIMENTO P.ex.: “Governo assedia oposição para aprovar nova CPMF.” Posto: assédio da oposição pelo governo Pressuposto: Governo quer aprovar CPMF. / Já houve uma CPMF. / Governo não conseguiu aprovar a CPMF. Subentendido: novo imposto. / Governo precisa arrecadar mais. / oferecimento de vantagens à oposição. 25 Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 26 Leiamos os exemplos a seguir e reflitamos sobre a seguinte questão: podemos dizer que os dois exemplos são textos? Por quê? (página 16) Josimar Porto CONCEPÇÕES DE TEXTO 27 Para Marcuschi, o texto é a unidade máxima de funcionamento da língua, e não importa o seu tamanho; o que faz o texto ser um texto é um conjunto de fatores, acionados para cada situação de interação, que determinam a coerência dos enunciados. Para Beaugrande, o texto é um evento comunicativo em que convergem ações linguísticas, culturais, sociais e cognitivas. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 28 CONCEPÇÕES BÁSICAS DE TEXTO: Artefato lógico do pensamento; Decodificação das ideias; Processo de interação. Tomemos como exemplo esta charge: página 17 Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 29 Conclui-se, portanto, que o texto é um evento comunicativo em que estão presentes os elementos linguísticos, visuais e sonoros, os fatores cognitivos e vários aspectos. É, também, um evento de interação entre emissor e receptor, os quais se encontram em um diálogo constante. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 30 TIPOS DE CONHECIMENTO: Conhecimento linguístico; Conhecimento enciclopédico ou de mundo; Conhecimento interacional. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 31 TIPOS DE CONTEXTO Para atribuir sentidos a um texto, vimos que é preciso mobilizar vários conhecimentos. Compreendemos a importância dos elementos linguísticos presentes na superfície textual na forma de organização do texto; ao mesmo tempo, já sabemos que os sentidos não existem nas palavras em si, mas são construídos na interação emissor- texto-leitor. Josimar Porto CONCEPÇÃO DE TEXTO 32 TIPOS DE CONTEXTO Já que o sentido não está somente nas palavras, onde mais ele estará? Nos diversos contextos. De modo prático, podemos definir o contexto como “tudo aquilo que, de alguma forma, contribui para a construção do sentido”. Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 33 Certamente, sempre que alguém produz um texto, em qualquer modalidade, tem a intenção de se fazer entender, ou seja, de ser coerente para seus possíveis destinatários. Todo texto tem, portanto, a sua coerência. Ocorre, porém, que alguns trechos ou aspectos podem apresentar problemas de incoerência apenas local, aquela que se verifica somente em algumas partes do texto. Vejamos os exemplos das páginas 22 a 24 Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 34 Podemos concluir que a coerência é um princípio de interpretabilidade, ou seja, a coerência de um texto não se manifesta apenas através da decodificação de seus elementos linguísticos, mas de uma série de fatores extralinguísticos e pragmáticos inerentes à construção de sentidos. Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 35 FATORES DE TEXTUALIDADE: Continuidade; Progressão; Não contradição; Articulação. Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 36 PRINCÍPIOS DE TEXTUALIDADE: 1. Intencionalidade; 2. Aceitabilidade; 3. Situacionalidade; 4. Informatividade; 5. Inferências; 6. Intertextualidade. Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 37 Parâmetros úteis para avaliação de aspectos da coerência textual: O texto apresenta continuidade? As ideias e conceitos estão presentes ao logo de todo do texto? O texto apresenta progressão? Em algum momento, há repetição de uma ideia ou fato, sem acrescentar nada de novo? O texto consegue ser não contraditório? Em algum momento se nega o que foi afirmado anteriormente ou vice-versa? Josimar Porto COERÊNCIA TEXTUAL 38 Parâmetros úteis para avaliação de aspectos da coerência textual: O texto está articulado? Suas partes estão localizadas corretamente? Há algo em excesso? Há algo que falta para que o leitor compreenda bem a ligação de uma ideia com outra? Desconsiderou-se algum fato anterior de modo a contrariar o que está sendo dito agora? De alguma maneira, foi violado o mundo textual que se pretendeu representar? Josimar Porto Introdução referencial 39 Existem dois tipos de introdução de referentes que se realizam por meio de expressões referenciais: as que estão e as que não estão relacionadas a algum elemento no cotexto. Quando não há relação com nenhum outro referente do texto, dizemos que se trata de uma introdução referencial pura, mas quando há pelo menos uma “âncora” chamamos de anáfora indireta. Josimar Porto Introdução referencial 40 Exemplo 1: O bêbado, no ponto do ônibus, olha pra uma mulher e diz: - Você é feia, hein? A mulher não diz nada. E o bêbado insiste: - Nossa, mas você é feia demais! A mulher finge que não ouve. E o bêbado torna a dizer: - Puxa vida! Você é muito feia! A mulher não se aguenta e diz: - E você é um bêbado! - É, mas amanhã eu melhoro... Josimar Porto Anáforas 41 Diferentemente da introdução referencial, a estratégia anafórica diz respeito à continuidade referencial, ou seja, à retomada de um referente por meio de novas expressões referenciais. As expressões que retomam referentes já apresentados no texto por outras expressões são chamadas de anáforas diretas ou anáforas correferenciais. Vejamos o exemplo 2: Vejamos os exemplos 3, 4 e 5: Josimar Porto Processos referenciais 42 Josimar Porto Processos referenciais Introdução referencial Anáfora Direta Encapsuladora Indireta Dêixis 43 Além dos processos referenciais de retomada, existe outro tipo de referenciação conhecido como dêixis. As expressões referenciais dêiticas tanto podem introduzir objetos do discurso, como podem retomá-los, assim como acontece, respectivamente, com as introduções referenciais e com as anáforas. O que define um dêitico é outra propriedade: a de só podermos identificar a entidade a que ele se refere se soubermos, mais ou menos, quem está enunciando a expressão dêitica e o local ou o tempo em que esse enunciador se encontra. Atentemos para os dois textos 6 e 7: Josimar Porto Tipos de Dêixis 44 Vejamos os textos 8, 9 e 10 para entender os tipos de dêixis: 1. Dêixis pessoal 2. Dêixis espacial 3. Dêixis temporal Josimar Porto Anáforas e Dêixis 45 Anáforas e Dêixis não são elementos mutuamente excludentes, como se poderia presumir, pois podem conviver pacificamente num mesmo enunciado, como no texto 11 a seguir: Josimar Porto TRABALHO INDIVIDUAL RESPONDA A ESSAATIVIDADE 46 1. Analise o texto 1 e explique por que o baixinho é o mais perigoso. 2. De acordo com as informações sobre coerência textual, explique por que o texto 2 pode ser visto como coerente e incoerente. 3. De acordo com as informações sobre coerência textual, explique por que o texto 3 pode ser visto como coerente e incoerente. 4. Pode-se chamar de texto um enunciado que tenha apenas coesão sem coerência? Justifique sua resposta. 5. Explique por que a interpretação de um texto não depende somente do conhecimento linguístico dos sujeitos. Josimar Porto 47 48 CONCEPÇÃO DE TEXTO 50 CIRCUITO FECHADO Chinelos, vaso, descarga. Pia, sabonete. Água. Escova, creme dental, água, espuma, creme de barbear, pincel, espuma, gilete, água, cortina, sabonete, água fria, água quente, toalha. Creme para cabelo, pente. Cueca, camisa, abotoaduras, calça, meias, sapatos, gravata, paletó. Carteira, níqueis, documentos, caneta, chaves, lenço. Relógio, maço de cigarros, caixa de fósforos, jornal. Mesa, cadeiras, xícara e pires, prato, bule, talheres, guardanapos. Quadros. Pasta, carro. CONCEPÇÃO DE TEXTO 51 Cigarro, fósforo. Mesa e poltrona, cadeira, cinzeiro, papéis, telefone, agenda, copo com lápis, canetas, blocos denotas, espátula, pastas, caixas de entrada, de saída, vaso com plantas, quadros, papéis, cigarro, fósforo. Bandeja, xícara pequena. Cigarro e fósforo. Papéis, telefone, relatórios, cartas, notas, vales, cheques, memorandos, bilhetes, telefone, papéis. Relógio. Mesa, cavalete, cinzeiros, cadeiras, esboços de anúncios, fotos, cigarro, fósforo, bloco de papel, caneta, projetos de filmes, xícara, cartaz, lápis, cigarro, fósforo, quadro-negro, giz, papel. Mictório, pia. Água. CONCEPÇÃO DE TEXTO 52 Táxi, mesa, toalha, cadeiras, copos, pratos, talheres, garrafa, guardanapo, xícara. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Escova de dentes, pasta, água. Mesa e poltrona, papéis, telefone, revista, copo de papel, cigarro, fósforo, telefone interno, externo, papéis, prova de anúncio, caneta e papel, relógio, papel, pasta, cigarro, fósforo, papel e caneta, telefone, caneta e papel, telefone, papéis, folheto, xícara, jornal, cigarro, fósforo, papel e caneta. CONCEPÇÃO DE TEXTO 53 CIRCUITO FECHADO Carro. Maço de cigarros, caixa de fósforos. Paletó, gravata. Poltrona, copo, revista. Quadros. Mesa, cadeiras, pratos, talheres, copos, guardanapos. Xícaras. Cigarro e fósforo. Poltrona, livro. Cigarro e fósforo. Televisor, poltrona. Cigarro e fósforo. Abotoaduras, camisa, sapatos, meias, calça, cueca, pijama, espuma, água. Chinelos. Coberta, cama, travesseiro. (Ricardo Ramos, circuito fechado) COESÃO TEXTUAL A coesão é a estruturação da sequência superficial do texto, que não se trata de princípios meramente sintáticos, mais de uma espécie de semântica da sintaxe textual, isto é, dos mecanismos formais de uma língua que permitem estabelecer, entre os elementos linguísticos do texto, relações de sentido. (Luiz Antônio Marcuschi) COESÃO TEXTUAL A coesão é, pois, uma relação semântica entre um elemento do texto e algum outro elemento crucial para a sua interpretação. A coesão, por estabelecer relações de sentido, diz respeito ao conjunto de recursos semânticos por meio dos quais uma sentença se liga com a que veio antes, aos recursos semânticos mobilizados com o propósito de criar textos. A cada ocorrência de um recurso coesivo no texto, denominam “laço”, “elo coesivo”. (Ingedore Koch) 56 Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 1.REFERÊNCIA 2.SUBSTITUIÇÃO 3.ELISÃO 4.CONJUNÇÃO 5.LEXICAL COESÃO TEXTUAL 57 Josimar Porto 1.REFERÊNCIA ENDOFÓRICA/TEXTUAL ANAFÓRICA CATAFÓRICA EXOFÓRICA/EXTRATEXTUAL COESÃO TEXTUAL 58 P.ex.: 1 - O amor e o ódio sustentam a humanidade. Este leva ao inferno e aquele ao céu. 2 – Estas pessoas participaram do concurso: Paulo, Hugo e Milton 3 - Eduardo e Mônica são namorados há um ano. Eles se conheceram no segundo ano colegial. 4 - Tu não te arrependerás de ter feito aquela compra. Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 59 Josimar Porto 2.SUBSTITUIÇÃO SINTAGMAS NOMINAIS SINTAGMAS ORACIONAIS SUBSTANTIVOS ADVÉRBIOS ADJETIVOS PRONOMES COESÃO TEXTUAL 60 P.ex.: 1.O presidente americano esteve no Rio de Janeiro. Lá, ele visitou algumas favelas. 2. Obama esteve em Brasília. Lá, o líder americano visitou o Planalto. 3. A garota estudou muito, mas não passou no concurso. Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 61 P.ex.: 4. Eles foram testemunhar sobre o caso. O juiz disse, porém, que tal testemunho não era válido por serem parentes do assassino. 5.Vitaminas fazem bem à saúde. Mas não devemos tomá-las ao acaso. 6. Não se pode dizer que a turma esteja mal preparada. Um terço pelo menos parece estar dominando o assunto. Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 62 Josimar Porto 3. ELISÃO ELIPSE/ZEUGMA ANÁFORA ZERO DESINÊNCIAS COESÃO TEXTUAL 63 P.ex.: 1. O ministro foi o primeiro a chegar. Abriu a sessão às oito em ponto e fez então seu discurso emocionado. 2. Chegamos a casa, tomamos banho, jantamos e depois fomos dormir. 3. Fiz um belo trabalho naquela turma de Nutrição, pois sou muito responsável. Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 64 Josimar Porto 4. CONJUNÇÃO CAUSA CONDIÇÃO TEMPO FINALIDADE OPOSIÇÃO ADIÇÃO VALORES SEMÂNTICOS COESÃO TEXTUAL 65 P.ex.: 1. O garoto estudou muito e foi muito bem nas provas. 2. Se você estudar, fará uma boa avaliação. 3. Quando você chegar, avise-me. 4. Ele estudou bastante, a fim de se sair bem nas provas. 5. Nós não fomos à faculdade, porque estávamos doentes. Josimar Porto COESÃO TEXTUAL 66 Josimar Porto 5. COESÃO LEXICAL SINONÍMIA HIPERONÍMIA HIPONÍMIA METONÍMIA ASSOCIAÇÕES REVISÃO GERAL: ATIVIDADE INDIVIDUAL 67 1.Analise estas frases e classifique as coesões lexicais existentes. a. Os quadros de Van Gogh não tinham nenhum valor em sua época. Houve telas que serviram até de porta de galinheiro. b. O país é cheio de entraves burocráticos. É preciso preencher um sem-número de papéis. Depois, pagar uma infinidade de taxas. Todas essas limitações acabam prejudicando o importador. c. São Paulo é sempre vítima das enchentes de verão. Os alagamentos prejudicam o trânsito, provocando engarrafamentos de até 200 quilômetros. Josimar Porto REVISÃO GERAL: ATIVIDADE INDIVIDUAL 68 d. Nós respeitamos todas as religiões: católica, evangélica, budista, judaica, etc. e. Nós fomos a uma loja e compramos vários calçados: sapatos, sandálias, botas, tênis, etc. f. Nós gostamos de cachorro, de cavalo e de bois. Esses animais são dóceis. Josimar caPorto
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