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direito notarial e registral

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Site: www.ucamprominas.com.br e-mail: diretoria@institutoprominas.com.br 
 
 
BIBLIOTECA PARA O CURSO DE 
DIREITO NOTARIAL E REGISTRAL 
 
 
Selecionamos para você uma série de artigos, livros e endereços na Internet 
onde poderão ser realizadas consultas e encontradas as referências necessárias 
para a realização de seus trabalhos científicos, bem como, uma lista de sugestões 
de temas para futuras pesquisas na área. 
Primeiramente, relacionamos sites de primeira ordem, como: 
www.scielo.br 
www.anped.org.br 
www.dominiopublico.gov.br 
 
SUGESTÕES DE TEMAS 
1. O DIREITO REGISTRAL 
2. ESPÉCIES E ATRIBUIÇÕES DOS SERVIÇOS 
3. ESCRITURAÇÃO DOS LIVROS 
4. ORDEM DE SERVIÇO 
5. PUBLICIDADE 
6. FORMAS, REQUISITOS E PRAZOS QUANTO À EXTRAÇÃO DAS 
CERTIDÕES 
7. CONSERVAÇÃO DE LIVROS E PAPÉIS 
8. SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO 
9. TITULARES 
10. COMPETÊNCIAS 
11. O INGRESSO NA ATIVIDADE 
12. RESPONSABILIDADES 
13. REGISTRO CIVIL DE PESSOAS NATURAIS 
14. GENERALIDADES 
15. RETIFICAÇÕES, RESTAURAÇÕES E SUPRIMENTOS DE 
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2 
ASSENTAMENTOS NO REGISTRO CIVIL 
16. REGISTRO CIVIL DAS PESSOAS JURÍDICAS 
17. ESCRITURAÇÃO E ORDEM DE SERVIÇO DOS LIVROS E ATRIBUIÇÕES 
18. PARTICULARIDADES DO REGISTRO DAS PESSOAS JURÍDICAS 
19. REGISTRO DE TÍTULOS E DOCUMENTOS 
20. FASES DA ESCRITURAÇÃO DO PROTOCOLO DE UM TÍTULO 
21. REGISTRO, TRANSCRIÇÃO, AVERBAÇÃO 
22. REGISTROS ESPECIAIS, AVERBAÇÃO E CANCELAMENTO 
23. REGISTRO DE IMÓVEIS 
24. NATUREZA JURÍDICA 
25. A FUNÇÃO 
26. AS RESTRIÇÕES JUDICIAIS EM FACE DAS TRANSMISSÕES DA 
PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA 
27. RECONHECIMENTO DA UNIÃO ESTÁVEL – LEI N. 11.441/07 
28. CUIDADOS MEDIANTE A PRAÇA 
29. AVERBAÇÃO PREMONITÓRIA 
30. FUNDAMENTOS DO DIREITO IMOBILIÁRIO 
31. PRINCÍPIOS DO DIREITO REGISTRAL IMOBILIÁRIO; 
32. CONTRATOS IMOBILIÁRIOS; 
33. COMPRA E VENDA; 
34. NULIDADE DOS NEGÓCIOS; 
35. REGISTROS DE IMÓVEIS; 
36. REGISTROS PÚBLICOS; 
37. REGISTRO DE IMÓVEIS; 
38. NATUREZA JURÍDICA; 
39. A FUNÇÃO, AS RESTRIÇÕES JUDICIAIS EM FACE DAS TRANSMISSÕES 
DA PROPRIEDADE IMOBILIÁRIA; 
40. NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS – CONCEITOS BÁSICOS; 
41. CORRETAGEM E CORRETOR; 
42. DIREITOS, DEVERES, ÉTICA E RESPONSABILIDADES. 
43. DIREITO URBANÍSTICO E TRIBUTÁRIO 
44. DIREITO URBANÍSTICO; 
45. PRINCÍPIOS E AUTONOMIA DO DIREITO URBANÍSTICO; 
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3 
46. OBJETO E NATUREZA JURÍDICA DAS NORMAS DO DIREITO 
URBANÍSTICO; 
47. LEGISLAÇÃO URBANA MUNICIPAL; 
48. ESTATUTO DAS CIDADES – LEI Nº 10.257/01; 
49. PLANO DIRETOR; 
50. OS DIREITOS DAS PESSOAS COM DEFICIÊNCIA E O IMPACTO NO 
DIREITO URBANÍSTICO; 
51. O DIREITO TRIBUTÁRIO; 
52. SISTEMA TRIBUTÁRIO NACIONAL; 
53. ESPÉCIES TRIBUTÁRIAS; 
54. TRIBUTOS INCIDENTES SOBRE IMÓVEIS; 
55. OBRIGAÇÃO E CRÉDITO TRIBUTÁRIO; 
56. PLANEJAMENTO TRIBUTÁRIO NO SETOR IMOBILIÁRIO; 
57. A IMPORTÂNCIA DA CONTABILIDADE PARA OS NEGÓCIOS; 
58. ASPECTOS TRIBUTÁRIOS DO SETOR IMOBILIÁRIO; SEGREGAÇÃO DO 
EMPREENDIMENTO – O REGIME ESPECIAL DE TRIBUTAÇÃO (RET); 
59. CRITÉRIOS DE CONTABILIZAÇÃO PARA REAL ESTATE. 
60. CONDOMÍNIOS E INCORPORAÇÕES 
61. CONDOMÍNIOS e ESTRUTURA ADMINISTRATIVA; 
62. DIREITOS E DEVERES DOS CONDÔMINOS; 
63. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA; 
64. RELAÇÕES TRABALHISTAS; 
65. LEGISLAÇÃO E NORMAS; 
66. INCORPORAÇÕES; 
67. A EVOLUÇÃO DA INCORPORAÇÃO; 
68. CONCEITO, COMPOSIÇÃO E CARACTERÍSTICAS; 
69. O CARÁTER DE PROTEÇÃO AO ADQUIRENTE NA LEI DAS 
INCORPORAÇÕES; 
70. PARTES INTEGRANTES DO CONTRATO; 
71. NATUREZA, OBJETO E CAUSA DO CONTRATO DE INCORPORAÇÃO; 
72. TIPOS DE CONTRATO; 
73. A PROMESSA DE COMPRA E VENDA; 
74. A ALIENAÇÃO FIDUCIÁRIA DA UNIDADE; 
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4 
75. RESPONSABILIDADES; 
76. INCORPORADOR E CONSTRUTOR; 
77. CORRETOR QUE PARTICIPA DA ALIENAÇÃO DE UNIDADES. 
78. DIREITO DE PROPRIEDADE 
79. IMPORTÂNCIA E FUNDAMENTOS JURÍDICOS DA PROPRIEDADE; 
80. LIMITAÇÕES AO DIREITO DE PROPRIEDADE; 
81. A PROPRIEDADE AO LONGO DOS TEMPOS; 
82. A FUNÇÃO SOCIAL DA PROPRIEDADE; 
83. O DIREITO À HABITAÇÃO COMO DIREITO FUNDAMENTAL DO SER 
HUMANO CUMPRINDO SUA FUNÇÃO SOCIAL; 
84. AQUISIÇÃO DA PROPRIEDADE; 
85. AQUISIÇÃO A TÍTULO SINGULAR E A TÍTULO UNIVERSAL; 
86. TRANSCRIÇÃO; 
87. ACESSÃO; 
88. DA USUCAPIÃO; 
89. DA PERDA DA PROPRIEDADE; 
90. ALIENAÇÃO; 
91. RENÚNCIA; 
92. ABANDONO; 
93. DESAPROPRIAÇÃO; 
94. DA PROTEÇÃO DA PROPRIEDADE; 
95. AÇÃO REIVINDICATÓRIA; 
96. AÇÃO DEMARCATÓRIA; 
97. GARANTIA CONSTITUCIONAL DA PROPRIEDADE E HIPÓTESES DE 
DESAPROPRIAÇÃO; 
98. DESAPROPRIAÇÃO DE PROPRIEDADE QUE CUMPRE A FUNÇÃO 
SOCIAL; 
99. DESAPROPRIAÇÃO DE PROPRIEDADE QUE NÃO CUMPRE A FUNÇÃO 
SOCIAL; 
100. DESAPROPRIAÇÃO DE PROPRIEDADE NOCIVA; 
101. ESPÉCIES DE DESAPROPRIAÇÃO; 
102. OUTROS TIPOS DE DESAPROPRIAÇÃO; 
103. DESAPROPRIAÇÃO JUDICIAL; 
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5 
104. DESAPROPRIAÇÃO INDIRETA; 
105. DESAPROPRIAÇÕES QUE ADMITEM INDENIZAÇÃO – 
URBANÍSTICA E RURAL; 
106. ANEXO – LEGISLAÇÃO APLICÁVEL À DESAPROPRIAÇÃO. 
107. DIREITOS DO CONSUMIDOR E LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA 
108. DIREITO IMOBILIÁRIO; 
109. CONCEITOS BÁSICOS, POSSE, DETENÇÃO E PROPRIEDADE; 
110. DA EVOLUÇÃO AO PATRIMÔNIO DE AFETAÇÃO; 
111. DIREITOS FUNDAMENTAIS DO CONSUMIDOR; 
112. CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR E DIREITO IMOBILIÁRIO; 
113. A IMPORTÂNCIA DO CDC; 
114. PRINCÍPIOS DA VULNERABILIDADE, HIPOSSUFICIÊNCIA, ÔNUS 
DA PROVA E BOA-FÉ OBJETIVA; 
115. PRINCÍPIOS DA TRANSPARÊNCIA, CONFIANÇA E EQUIDADE; 
116. PRÁTICAS COMERCIAIS REGULADAS PELO CDC; 
117. OFERTA E PUBLICIDADE; 
118. PRÁTICAS COMERCIAIS ABUSIVAS; 
119. CONTRATOS E RESPONSABILIDADES; 
120. RESPONSABILIDADE DO INCORPORADOR / CONSTRUTOR PELO 
VÍCIO E FATO DO PRODUTO / SERVIÇO; 
121. ÓRGÃOS FISCALIZADORES; 
122. LEGISLAÇÃO IMOBILIÁRIA; 
123. REFERENTE A PROFISSÃO DE CORRETORES DE IMÓVEIS; 
124. RELACIONADA AO MERCADO IMOBILIÁRIO; 
125. RELATIVA AO CRÉDITO IMOBILIÁRIO. 
126. TÓPICOS ESPECIAIS DO DIREITO DE NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS 
127. CONTRATOS E LICITAÇÕES NA ESFERA PÚBLICA; 
128. NOÇÕES BÁSICAS SOBRE CONTRATOS ADMINISTRATIVOS E DE 
DIREITO PRIVADO; 
129. ALIENAÇÃO; 
130. ALIENAÇÃO DE IMÓVEIS; 
131. LOCAÇÕES; 
132. CONCESSÕES E PERMISSÕES; 
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6 
133. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO APLICADO; 
134. PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO PARA NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS; 
135. PROJETOS IMOBILIÁRIOS; 
136. MARKETING IMOBILIÁRIO; 
137. ESTRATÉGIA E MARKETING – CONCEITOS E ELEMENTOS; 
138. MARKETING ESTRATÉGICO E IMOBILIÁRIO; 
139. AVALIAÇÃO E NEGOCIAÇÃO IMOBILIÁRIA; 
140. AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA; 
141. EVOLUÇÃO DAS NORMAS DE AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA; 
142. AVALIAÇÃO DE IMÓVEIS URBANOS; 
143. VARIÁVEIS INFLUENTES NA AVALIAÇÃO IMOBILIÁRIA; 
144. AVALIAÇÃO DEIMÓVEIS RURAIS; 
145. NEGOCIAÇÕES IMOBILIÁRIAS; 
146. ASPECTOS QUE INFLUENCIAM NA NEGOCIAÇÃO; 
147. FINANCIAMENTO HABITACIONAL; 
148. FINANÇAS; 
149. SISTEMAS DE AMORTIZAÇÃO (SAC, SACRE, PRINCE); 
150. FINANCIAMENTO HABITACIONAL – SFH/SFI; 
151. DIFERENÇAS ENTRE SFH E SFI; 
152. CONTRATOS HABITACIONAIS; 
153. TIPOS DE CONTRATOS; 
154. O SEGURO HABITACIONAL E O FGTS; 
155. CRÉDITO IMOBILIÁRIO. 
156. INTRODUÇÃO À CIÊNCIA JURÍDICA 
157. A CIÊNCIA DO DIREITO; 
158. HISTÓRIA DO DIREITO; 
159. NORMAS E FONTES DO DIREITO; 
160. DIVISÕES DO DIREITO; 
161. CÓDIGO DE ÉTICA COMENTADO. 
162. TÓPICOS ESPECIAIS DAS CIÊNCIAS JURÍDICAS 
163. ÉTICA COMO FILOSOFIA MORAL; 
164. AS TEORIAS ÉTICAS; 
165. DIREITO E MORAL; 
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7 
166. VERBETES FUNCIONAIS DO DIREITO. 
167. INTRODUÇÃO AO DIREITO ELEITORAL 
168. DIREITO ELEITORAL; 
169. CONCEITO E CLASSIFICAÇÃO; 
170. OBJETO e AUTONOMIA E RELAÇÕES; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
ARTIGOS PARA LEITURA, ANÁLISE E UTILIZAÇÃO COMO 
FONTE OU REFERÊNCIA 
 
A ATIVIDADE NOTARIAL E REGISTRAL E SUA NATUREZA 
JURÍDICA 
 
LUCAS ALMEIDA DE LOPES LIMA 
Chefe de Gabinete do Tribunal de Justiça de Alagoas. 
 
1. Breve histórico 
Resumo: Este artigo se propõe a confrontar as correntes doutrinárias e 
jurisprudenciais que discutem a natureza jurídica da atividade notarial e de 
registro. O estudo é realizado a partir da análise da doutrina e da legislação 
pertinente, trazendo relevante ementário de jurisprudência do STF, STJ e 
de diversos tribunais estaduais. 
Sumário: 
1. Breve histórico 
1.1 Origens 
1.2 Atividade notarial no Brasil 
2. Considerações sobre a atividade notarial e de registro 
2.1 Atividade preventiva 
2.2 Conceito 
2.3 Características 
2.4 Multiplicidade de funções 
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9 
3. Natureza jurídica da atividade notarial e registral: correntes conflitantes 
3.1 Notários e registradores enquanto colaboradores do Poder Público 
3.2 A atividade notarial enquanto serviço público 
4. A atividade notarial e registral e o conceito de serviço público 
5. Repertório de Jurisprudência 
5.1 Ementário de jurisprudência do STF 
5.2 Ementário de jurisprudência do STJ 
5.3 Ementário de jurisprudência dos Tribunais Estaduais 
6. Considerações Finais 
Palavras-chave: Natureza jurídica – atividade – notarial – registral 
 
1.1 Origens 
Surgida a partir da necessidade de mediação nos relacionamentos sociais 
primitivos[1], a atividade notarial é uma das mais remotas atividades 
jurídicas já desempenhadas pelo ser humano. A crer em registros deixados 
pelas civilizações longínquas, a referida atividade já era tradição na Roma 
antiga, onde se dava de modo muito peculiar. Naquela época e lugar, o 
notário (ou notarius, como era chamado) era responsável pela realização 
de transcrições e registros de julgamentos e de procedimentos judiciais. 
Ao lado desses, havia o tabelione, profissional que, conforme entendimento 
do professor Mário Raposo[2], mais se aproximava do notário dos dias de 
hoje, na medida em que era responsável pela formalização da vontade das 
partes através de minutas, as quais eram redigidas sobre tábuas, com 
assinatura das partes, testemunhas etabeliones. 
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10 
Ambas as funções (de notário e de tabelião), resistiram ao efeito do tempo, 
recebendo, contudo, diferentes contornos. 
1.2 A atividade notarial no Brasil 
No Brasil, pode-se dizer que a atividade notarial e registral surgiu 
efetivamente a partir do chamado registro do vigário (Lei n. 601/1850 e 
Dec. 1318/1854), com o que a Igreja Católica passou a obrigar a 
legitimação da aquisição pela posse, através do registro em livro próprio, 
passando a diferençar as terras públicas das terras privadas. A aludida 
transmissão, com o tempo, passou a ser realizada através de contrato e, 
não raras vezes, necessitava de instrumento público, confeccionado por 
um tabelião. Finalmente, com a amplicação do atos registráveis, passaram 
a se submeter ao Registro Geral (Lei n. 1237/1864) todos os direitos reais 
sobre bens imóveis. 
Atualmente, ambos (notário e registrador) são profissionais que 
desempenham função pública, através de delegação obtida mediante 
aprovação em concurso público de provas e títulos. 
2. Considerações sobre a atividade notarial e de registro 
Pode-se dizer que a atividade notarial e de registro tem por finalidade 
assegurar a publicidade, autenticidade, segurança e eficácia dos atos 
jurídicos de modo preventivo, evitando, com isso, o acúmulo de processos 
no judiciário e atuando como meio de pacificação social. 
2.1 Atividade preventiva 
Seu viés jurídico se revela sempre que o tabelião orienta as partes, 
consubstanciando sua vontade através da formulação de instrumento 
jurídico adequado à situação posta. Ademais, a orientação prévia 
dispensada denota o caráter cautelar da atividade. Nesse sentido, entende 
Brandelli[3] que o risco decorrente da celebração de um negócio jurídico é 
Fernando
Realce
Fernando
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11 
consideravelmente minimizado “com a intervenção tanto na configuração 
do negócio como em seu amoldamento documental, de alguém com 
preparação jurídica especializada, imparcialidade profissional e 
responsabilidade por sua atuação: o Notário”. 
2.2 Conceito 
Ao delimitar os contornos da atividade, o mesmo autor assevera que a 
função notarial é composta por “aquelas atividades que são o cerne do 
notariado e que sempre estão presentes a fim de orientar os poderes e 
deveres do agente notarial” (1998, p. 125). 
E, adiante, arremata: 
A função do notário consiste em receber ou indagar a 
vontade das partes; assessorar como técnico as partes 
e com isso dar forma jurídica à vontade das partes; 
redigir o escrito que se converterá em instrumento 
público; autorizar o instrumento público, dando-lhe 
forma pública e credibilidade; conservar o instrumento 
autorizado; expedir cópias do instrumento” (apud 
BRANDELLI, 1998, p. 126). 
De acordo com Rufino Larraud, citado e comentado por Brandelli (1998, p. 
126): 
Função notarial é aquela atividade jurídico-cautelar 
cometida ao notário, que consiste em dirigir 
imparcialmente aos particulares na individualização 
regular dos seus direitos subjetivos, para dotá-los de 
certeza jurídica conforme às necessidades do tráfico e 
Fernando
Realce
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12 
de sua prova eventual. Note-se que tal conceito encerra 
um conteúdo definido (direção jurídica dos particulares 
no plano da realização espontânea do direito), um 
objeto (os direitos subjetivos dos particulares em sua 
etapa de individualização), e um fim (a certezajurídica 
dos direitos subjetivos, amoldando-os às necessidades 
do negócio e de sua prova eventual). 
A atividade cartorária consiste, enfim, no assessoramento jurídico das 
partes, através da transposição de suas vontades para o instrumento 
notarial. 
2.3 Características 
Registre-se que a atividade notarial e de registro depende de provocação, 
em virtude do caráter rogatório de sua função, sendo defeso ao notário agir 
de ofício. Trata-se, também, de profissão que goza de fé pública, na 
medida em que o notário atua como representante do Estado em sua 
atividade. Ademais, é marcada pelo dever de imparcialidade, porquanto 
cabe ao notário atuar com equidistância entre as partes. 
A esse respeito, é válida a lição de Leonardo Brandelli[4], que, ao discorrer 
sobre a atividade notarial e de registro, assinala: 
A aplicação do seu mister de acordo com os ditames do 
Direito, e o zelo pela autonomia da vontade. Quanto ao 
primeiro aspecto, revela o dever do notário de 
desempenhar sua função em consonância com o 
ordenamento jurídico; deve receber a vontade das 
partes e moldá-la de acordo com o Direito, dentro de 
formas jurídicas lícitas. (...) O outro aspecto contempla a 
Fernando
Realce
Fernando
Realce
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13 
obrigação do tabelião de velar pela autonomia da 
vontade daqueles que o procuram; deve ele assegurar 
às partes, dentro do possível, uma situação de 
igualdade, bem como assegurar a livre emissão da 
vontade, despida de qualquer vício, recusando-se a 
desempenhar sua função caso apure estar tal vontade 
eivada por algum vício que a afete. 
[10]
 
2.4 Multiplicidade de funções 
Representam atividades do notário e do registrador, em síntese, a análise 
dos elementos postos pelos particulares para a realização de determinado 
ato, a elaboração de pareceres jurídicos acerca da concretização de 
determinado ato jurídico e a instrumentalização da vontade das partes, 
sempre com vistas a conferir ao ato a maior segurança jurídica possível. 
Enfim, conforme Brandelli, “a função notarial apresenta, simultaneamente, 
várias características. Ela constitui uma função jurídica, cautelar, técnica, 
rogatória, pública e imparcial”. 
Vê-se, desse modo, que a atuação do notário não se restringe à 
instrumentalização e autenticação de documentos. Mais que isso, 
desempenha a relevante missão de orientar e assessorar as partes para a 
formalização de um negócio jurídico seguro. 
3. Natureza jurídica da atividade notarial e registral: correntes 
conflitantes 
Notários e registradores são profissionais que desempenham função 
pública no âmbito dos cartórios. Contudo, por se situarem em posição 
peculiar em relação aos demais agentes públicos, sua natureza jurídica 
tem sido alvo de rica polêmica e discussão no mundo do direito. Afinal, 
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14 
seriam eles delegatários da Administração Pública e, portanto, verdadeiros 
agentes públicos, ou, na verdade, por não conferirem benefícios ao 
administrado, as atividades por eles desempenhadas não poderiam ser 
consideradas serviço público? 
3.1 Notários e registradores enquanto colaboradores do Poder 
Público 
Para alguns, notários e registradores não integrariam o aparelho estatal. 
Entende essa corrente que a intenção do constituinte de 1988, ao 
disciplinar que “os serviços notariais e de registro são exercidos em caráter 
privado, por delegação do Poder Público...”, foi a de transportar os notários 
da esfera do direito público para a do direito privado. Desse modo, tais 
profissionais deixariam de compor a estrutura estatal para desempenharem 
o papel de colaboradores do Poder Público, contratando seus empregados 
(prepostos) sob os ditames da Consolidação das Leis do Trabalho. 
De certa forma, ratifica esse entendimento a lei 8.935/94, a qual 
regulamenta o artigo citado no parágrafo anterior. A lei, em seu art. 3º, 
assinala que os notários e registradores são “profissionais do direito, 
dotados de fé pública, a quem é delegado o exercício da atividade notarial 
e de registro”. Adiante, em seu art. 50, a mencionada lei reforça os 
elementos de convicção dessa corrente, ao indicar que os profissionais 
delegados, nomeados a partir de sua edição, estão sujeitos ao Regime 
Geral de Previdência Social, regime próprio da iniciativa privada. 
Os defensores dessa corrente, ademais, entendem que, muito embora a 
discutida atividade tenha preservado caráter preponderantemente público, 
ela se situa fora da esfera estatal, tal como se dá no caso dos leiloeiros, 
intérpretes, permissionários e concessionários, os quais, a despeito de não 
serem servidores públicos, exercem função típica dos entes de direito 
público. 
Assim, a despeito da relevância social da atividade notarial e de registro, 
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15 
não haveria como incluí-la na categoria dos serviços públicos e, por 
conseguinte, não se poderia considerar o notário e o registrador como 
espécies de agente público. Nessa linha, a manifestação jurisprudencial do 
ministro Carlos Ayres Britto, a ver: 
Numa frase, então, serviços notariais e de registro são 
típicas atividades estatais, mas não são serviços 
públicos, propriamente. Inscrevem-se, isto sim, entre as 
atividades tidas como função pública lato sensu, a 
exemplo das funções de legislação, diplomacia, defesa 
nacional, segurança pública, trânsito, controle externo e 
tantos outros cometimentos que, nem por ser de 
exclusivo domínio estatal, passam a se confundir com 
serviço público. (ADI 3.643, voto do Rel. Min. Ayres 
Britto, julgamento em 8-11-2006, Plenário, DJ de 16-2-
2007.) 
3.2 A atividade notarial enquanto serviço público 
De acordo com a corrente oposta, contudo, a atividade notarial exprime 
função de natureza pública. E mais: tem como diretrizes os princípios 
elencados no art. 37 da Constituição (legalidade, impessoalidade, 
moralidade, publicidade e eficiência), tal qual qualquer outra atividade 
exercida na esfera do Poder Público. 
Defendem os adeptos dessa tendência que, em se tratando de atividade 
notarial e de registro, constitui uma impropriedade falar-se em 
delegação de serviço público, na medida em que o notário e o 
registrador não se submetem a qualquer tipo de licitação – meio próprio 
para outorga de delegação –, ascendendo à função exclusivamente 
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16 
através de concurso público, pelo que haveriam de ser considerados 
agentes estatais ocupantes de cargos públicos criados por lei. 
Ademais, por possuírem fé pública, as atividades desempenhadas por 
esses profissionais seriam revestidas por um manto de autoridade 
conferido pelo Estado. 
Por fim, reforçando os argumentos expostos por essa linha de 
raciocínio, a lei 8.935/94, em seu art. 25, vedou a acumulação do 
exercício das atividades notariais com a ocupação de qualquer cargo 
público, evidenciando o caráter estatal de tal ofício. 
No âmbito do Supremo Tribunal Federal, a tese foi encampada através 
de decisão de relatoria do então ministro Otávio Gallotti, que considerou 
o notário e o registrador como funcionários públicos.Diz a ementa: 
“sendo ocupantes de cargo público criado por lei, submetido à 
permanente fiscalização do Estado e diretamente remunerado à conta 
de receita pública (custas e emolumentos fixados por lei), bem como 
provido por concurso público – estão os serventuários de notas e 
registros sujeitos à aposentadoria por implemento de idade". 
No mesmo sentido, Walter Ceneviva[5] pontua: “a atividade registrária, 
embora exercida em caráter privado, tem característicos típicos de serviço 
público". 
Com mais vagar, Alexandre Ribeiro[6] esmiúça a questão. 
São peculiares e exclusivos os contornos da função 
pública notarial e de registros no Brasil. A atividade 
apresenta uma face pública, inerente à função pública e 
por tal razão regrada pelo direito público 
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17 
(administrativo), que convive, sem antagonismo, com 
uma parcela privada, correspondente ao objeto privado 
do direito notarial e registral e ao gerenciamento de 
cada unidade de serviço, face esta regrada pelo direito 
privado. 
[...] 
O serviço público vai até o reconhecimento de que se 
trata de função estatal; de que o Estado mantém a 
titularidade do poder da fé pública cujo exercício delega 
a particulares, o que abrange a regulação da atividade 
no âmbito da relação de sujeição especial que liga cada 
particular titular de delegação ao Estado outorgante, a 
organização dos serviços, a seleção (mediante concurso 
de provas e títulos) dos profissionais do direito, a 
outorga e cessação da delegação, a regulamentação 
técnica e a fiscalização da prestação dos serviços para 
assegurar aos usuários sua continuidade, 
universalidade, uniformidade, modicidade e adequação. 
Confrontam-se, pois, duas correntes jurisprudenciais: de um lado, entende-
se que a atividade notarial e de registro representa atividade jurídica estatal 
própria. No dizer de Celso Antônio Bandeira de Melo, seriam funções 
típicas do Estado, como as atividades legiferantes, de segurança e de 
fiscalização, todas de domínio estatal. Consistiriam, pois, em atividades 
que não se desenvolvem por vontade das partes, mas por exigência legal, 
salvo raras exceções. Não consistiriam, portanto, em hipótese de serviço 
público. 
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Em sentido oposto, alinham-se aqueles que consideram a referida 
atividade como espécie de serviço público e seus titulares, portanto, como 
agentes públicos. 
4. A atividade notarial e registral e o conceito de serviço público 
Não por acaso, majoritariamente, doutrina e jurisprudência têm entendido 
que os serviços notariais e de registro são hipóteses de serviço público. 
Confira-se, a respeito desse instituto, a lição de dois renomados 
administrativistas e o que preceitua o texto constitucional. 
Para Hely Lopes Meirelles, serviço público é “todo aquele prestado pela 
Administração ou por seus delegados, sob normas e controles estatais, 
para satisfazer necessidades essenciais ou secundárias da coletividade ou 
simples conveniência do Estado”. 
Celso Antônio Bandeira de Melo, por sua vez, define como sendo “toda 
atividade de oferecimento de utilidade ou comodidade material destinada à 
satisfação da coletividade em geral, mas fruível singularmente pelos 
administrados, que o Estado assume como pertinente a seus deveres e 
presta por si mesmo ou por quem lhe faça as vezes, sob um regime de 
Direito Público, portanto, consagrador de prerrogativas de supremacia e de 
restrições especiais – instituído em favor dos interesses definidos como 
públicos no sistema normativo”. 
Finalmente, a Constituição Federal, em seu art. 175, preleciona: “incumbe 
ao Poder Público, na forma da lei, diretamente ou sob regime de 
concessão ou permissão, sempre através de licitação, a prestação de 
serviços públicos”. 
A leitura sistemática da doutrina e da legislação colacionada, por certo, 
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19 
poderá suscitar contradições e incoerências, na medida em que a atividade 
notarial ora se reveste dos atributos do Poder Público, ora evidencia 
caracteres de natureza privada. 
A nosso sentir, tal incongruência decorre da impropriedade, ou mesmo da 
falta de técnica, do legislador, que, ao misturar elementos inconciliáveis no 
texto legal, acabou por inaugurar uma figura jurídica híbrida em nosso 
ordenamento. 
Não há como admitir se tratar de hipótese de delegação, uma vez que tal 
instituto consiste em mecanismo através do qual a titularidade de um 
serviço é transferida do Estado para o particular sempre através de 
procedimento licitatório, ou, nas palavras de Hely Lopes Meirelles, no 
“procedimento administrativo mediante o qual a Administração Pública 
seleciona a proposta mais vantajosa para o contrato de seu interesse”, 
podendo ser revogada desde que o interesse público o exija. 
Do mesmo modo, não se pode considerar que se trate de um funcionário 
público como outro qualquer, tão somente porque ingressou nos quadros 
do serviço público mediante concurso. 
Em verdade, trata-se de agentes públicos (conjunto de pessoas que, a 
qualquer título, exercem uma função pública como prepostos do Estado, 
podendo ser remunerada ou gratuita, definitiva ou transitória, política ou 
jurídica[7]) na modalidade agentes particulares colaboradores (conjunto de 
pessoas que, embora sejam particulares, executam certas funções 
especiais que podem se qualificar como públicas, sempre como resultado 
do vínculo jurídico que os prende ao Estado[8]). 
Assim, embora não se possa dizer que eles (notários e registradores) 
ocupam cargo público, tem-se por certo que possuem ampla relação com o 
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Estado, na medida em que seu ingresso se dá mediante concurso público 
e sua atividade é regulada pelo Poder Judiciário. 
5. Repertório de Jurisprudência 
5.1 Ementário de jurisprudência do STF 
 “Tabelião. Titulares de Ofício de Justiça. Responsabilidade civil. 
Responsabilidade do Estado. CF, art. 37, § 6º. Natureza estatal das 
atividades exercidas pelos serventuários titulares de cartórios e registros 
extrajudiciais, exercidas em caráter privado, por delegação do Poder 
Público. Responsabilidade objetiva do Estado pelos danos praticados a 
terceiros por esses servidores no exercício de tais funções, assegurado o 
direito de regresso contra o notário, nos casos de dolo ou culpa.” (RE 
209.354-AgR, Rel. Min. Carlos Velloso, julgamento em 2-3-1999, Segunda 
Turma, DJ de 16-4-1999.) No mesmo sentido: RE 551.156-AgR, Rel. Min. 
Ellen Gracie, julgamento em 10-3-2009, Segunda Turma, DJE de 3-4-2009. 
"Incidência do Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza – ISSQN 
sobre serviços de registros públicos, cartorários e notariais. 
Constitucionalidade. Ação direta de inconstitucionalidade ajuizada contra 
os itens 21 e 21.1 da Lista Anexa à LC 116/2003, que permitem a 
tributação dos serviços de registros públicos, cartorários e notariais pelo 
ISSQN. (...) As pessoas que exercem atividade notarial não são imunes à 
tributação, porquanto a circunstância de desenvolverem os respectivos 
serviços com intuito lucrativoinvoca a exceção prevista no art. 150, § 3º da 
Constituição. O recebimento de remuneração pela prestação dos serviços 
confirma, ainda, capacidade contributiva. A imunidade recíproca é uma 
garantia ou prerrogativa imediata de entidades políticas federativas, e não 
de particulares que executem, com inequívoco intuito lucrativo, serviços 
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públicos mediante concessão ou delegação, devidamente remunerados. 
Não há diferenciação que justifique a tributação dos serviços públicos 
concedidos e a não tributação das atividades delegadas." (ADI 3.089, Rel. 
p/ o ac. Min. Joaquim Barbosa, julgamento em 13-2-2008, Plenário, DJEde 
1º-8-2008.) No mesmo sentido: RE 557.643-AgR, Rel. Min. Eros Grau, 
julgamento em 10-2-2009, Segunda Turma,DJE de 13-3-2009. 
“Atividade notarial. Natureza. Lei 9.534/1997. Registros públicos. Atos 
relacionados ao exercício da cidadania. Gratuidade. Princípio da 
proporcionalidade. Violação não observada. Precedentes. Improcedência 
da ação. A atividade desenvolvida pelos titulares das serventias de notas e 
registros, embora seja análoga à atividade empresarial, sujeita-se a um 
regime de direito público. Não ofende o princípio da proporcionalidade lei 
que isenta os „reconhecidamente pobres‟ do pagamento dos emolumentos 
devidos pela expedição de registro civil de nascimento e de óbito, bem 
como a primeira certidão respectiva." (ADI 1.800, Rel. p/ o ac. Min. Ricardo 
Lewandowski, julgamento em 11-6-2007, Plenário, DJ de 28-9-2007.) 
 
“Numa frase, então, serviços notariais e de registro são típicas atividades 
estatais, mas não são serviços públicos, propriamente. Inscrevem-se, isto 
sim, entre as atividades tidas como função pública lato sensu, a exemplo 
das funções de legislação, diplomacia, defesa nacional, segurança pública, 
trânsito, controle externo e tantos outros cometimentos que, nem por ser 
de exclusivo domínio estatal, passam a se confundir com serviço público.” 
(ADI 3.643, voto do Rel. Min. Ayres Britto, julgamento em 8-11-2006, 
Plenário, DJ de 16-2-2007.) 
"O art. 40, § 1º, II, da Constituição do Brasil, na redação que lhe foi 
conferida pela EC 20/1998, está restrito aos cargos efetivos da União, dos 
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22 
Estados-membros, do Distrito Federal e dos Municípios – incluídas as 
autarquias e fundações. Os serviços de registros públicos, cartorários e 
notariais são exercidos em caráter privado por delegação do Poder Público 
– serviço público não privativo. Os notários e os registradores exercem 
atividade estatal, entretanto não são titulares de cargo público efetivo, 
tampouco ocupam cargo público. Não são servidores públicos, não lhes 
alcançando a compulsoriedade imposta pelo mencionado art. 40 da 
CF/1988 – aposentadoria compulsória aos setenta anos de idade." (ADI 
2.602, Rel. p/ o ac. Min. Eros Grau, julgamento em 24-11-2005, 
Plenário, DJ de 31-3-2006.) No mesmo sentido: AI 494.237-AgR, Rel. Min. 
Joaquim Barbosa, julgamento em 23-11-2010, Segunda Turma,DJE de 7-
12-2010; RE 478.392-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 14-10-
2008, Segunda Turma, DJE de 21-11-2008; Rcl 5.526-AgR, Rel. Min. 
Ricardo Lewandowski, julgamento em 25-6-2008, Plenário, DJE de 15-8-
2008;AI 655.378-AgR, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgamento em 26-2-
2008, Segunda Turma, DJE de 28-3-2008. Vide: RE 556.504-ED, Rel. Min. 
Dias Toffoli, Julgamento em 10-8-2010, Primeira Turma, DJE de 25-10-
2010. 
"Regime jurídico dos serviços notariais e de registro: a) trata-se de 
atividades jurídicas próprias do Estado, e não simplesmente de atividades 
materiais, cuja prestação é traspassada para os particulares mediante 
delegação. Traspassada, não por conduto dos mecanismos da concessão 
ou da permissão, normados pelo caput do art. 175 da Constituição como 
instrumentos contratuais de privatização do exercício dessa atividade 
material (não jurídica) em que se constituem os serviços públicos; b) a 
delegação que lhes timbra a funcionalidade não se traduz, por nenhuma 
forma, em cláusulas contratuais; c) a sua delegação somente pode recair 
sobre pessoa natural, e não sobre uma empresa ou pessoa mercantil, visto 
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23 
que de empresa ou pessoa mercantil é que versa a Magna Carta Federal 
em tema de concessão ou permissão de serviço público; d) para se tornar 
delegatária do Poder Público, tal pessoa natural há de ganhar habilitação 
em concurso público de provas e títulos, não por adjudicação em processo 
licitatório, regrado pela Constituição como antecedente necessário do 
contrato de concessão ou de permissão para o desempenho de serviço 
público; e) são atividades estatais cujo exercício privado jaz sob a 
exclusiva fiscalização do Poder Judiciário, e não sob órgão ou entidade do 
Poder Executivo, sabido que por órgão ou entidade do Poder Executivo é 
que se dá a imediata fiscalização das empresas concessionárias ou 
permissionárias de serviços públicos. Por órgãos do Poder Judiciário é que 
se marca a presença do Estado para conferir certeza e liquidez jurídica às 
relações interpartes, com esta conhecida diferença: o modo usual de 
atuação do Poder Judiciário se dá sob o signo da contenciosidade, 
enquanto o invariável modo de atuação das serventias extraforenses não 
adentra essa delicada esfera da litigiosidade entre sujeitos de direito; f) as 
atividades notariais e de registro não se inscrevem no âmbito das 
remuneráveis por tarifa ou preço público, mas no círculo das que se 
pautam por uma tabela de emolumentos, jungidos estes a normas gerais 
que se editam por lei necessariamente federal." (ADI 3.151, Rel. Min. Ayres 
Britto, julgamento em 8-6-2005, Plenário, DJ de 28-4-2006.) 
"Adicional por tempo de serviço: não sendo vantagem prevista nem 
disciplinada na CF, não a viola a lei estadual que manda computar para o 
seu cálculo o tempo em que o servidor fora serventuário contratado de 
cartório não oficializado: o regime privado da atividade notarial e de 
registro, estabelecido pelo art. 236 da Lei Fundamental, não impede que o 
tempo de serviço nela cumprido seja tido, por lei, como fato aquisitivo do 
direito ao adicional. Precedente: RE 245.171, Primeira Turma, 12-9-2000, 
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24 
Pertence, DJ de 20-10-2001." (RE 235.623, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 
julgamento em 24-5-2005, Primeira Turma, DJ de 26-8-2005.) 
“Concurso público – Notário – Clientela. Ainda de acordo com a douta 
maioria, conclusão em torno da qual também guardo reservas, surge a 
relevância do pedido de concessão de liminar, no que o diploma local, ante 
a Lei federal 8.935/1994, revela a clientela do concurso para 
preenchimento do cargo de notário, em serviço> <notarial> e de registro, 
como sendo a constituída por titulares, substitutos e escreventes 
juramentados legalmente nomeados – art. 8º, § 2º, da Lei 12.919/1998, do 
Estado de Minas Gerais.” (ADI 2.151, Rel. Min. Marco Aurélio, julgamento 
em 10-5-2000, Plenário, DJ de 22-11-2002.) 
“Não está, na Constituição, que aos Estados se reserva, em lei, regular a 
matéria do ingresso e da remoção; antes decorredo art. 236 e parágrafos 
da Lei Magna que a lei federal, para todo o País, definirá os princípios 
básicos a serem seguidos na execução dos serviços notariais e de 
registro.” (ADI 2.069-MC, Rel. Min. Néri da Silveira, julgamento em 2-2-
2000, Plenário, DJ de 9-5-2003.) 
"Tabeliães e oficiais de registros públicos: aposentadoria: 
inconstitucionalidade da norma da Constituição local que, além de 
conceder-lhes aposentadoria de servidor público, que – para esse efeito 
não são – vincula os respectivos proventos às alterações dos vencimentos 
da magistratura: precedente (ADI 139, RTJ 138/14)." (ADI 575, Rel. Min. 
Sepúlveda Pertence, julgamento em 25-3-1999, Plenário, DJ de 25-06-
1999.) Vide: RE 565.936-AgR, Rel. Min. Ellen Gracie, julgamento em 26-
10-2010, Segunda Turma, DJE de 29-11-2010. 
“Art. 34 da Constituição do Estado do Espírito Santo. Estatização dos 
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Cartórios de Notas e Registro Civil. Faculdade conferida aos atuais 
titulares. Contrariedade ao art. 236, caput, da CF que prescreve serem os 
serviços notariais e de registro exercidos em caráter privado.” (ADI 417, 
Rel. Min. Maurício Corrêa, julgamento em 5-3-1998, Plenário, DJ de 8-5-
1998.) 
“A atividade notarial e registral, ainda que executada no âmbito de 
serventias extrajudiciais não oficializadas, constitui, em decorrência de sua 
própria natureza, função revestida de estatalidade, sujeitando-se, por isso 
mesmo, a um regime estrito de direito público. A possibilidade 
constitucional de a execução dos serviços notariais e de registro ser 
efetivada „em caráter privado, por delegação do Poder Público‟ (CF, art. 
236), não descaracteriza a natureza essencialmente estatal dessas 
atividades de índole administrativa. As serventias extrajudiciais, instituídas 
pelo Poder Público para o desempenho de funções técnico-administrativas 
destinadas „a garantir a publicidade, a autenticidade, a segurança e a 
eficácia dos atos jurídicos‟ (Lei 8.935/1994, art. 1º), constituem órgãos 
públicos titularizados por agentes que se qualificam, na perspectiva das 
relações que mantêm com o Estado, como típicos servidores públicos.” 
(ADI 1.378-MC, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 30-11-
1995, Plenário, DJ de 30-5-1997.) 
“Provimento de cargos de titular de escrivanias judiciais e extrajudiciais. 
Inviabilidade de equiparação de vencimentos, a teor do art. 37, XIII, da CF, 
salvo nas hipóteses nela previstas.” (ADI 112, Rel. Min. Néri da Silveira, 
julgamento em 24-8-1994, Plenário, DJ de 9-2-1996.) 
“A ausência da lei nacional reclamada pelo art. 236 da Constituição não 
impede o Estado-membro, sob pena da paralisação dos seus serviços 
notariais e registrais, de dispor sobre a execução dessas atividades, que se 
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inserem, por sua natureza mesma, na esfera de competência autônoma 
dessa unidade federada. A criação, o provimento e a instalação das 
serventias extrajudiciais pelos Estados-membros não implicam usurpação 
da matéria reservada à lei nacional pelo art. 236 da CF.” (ADI 865-MC, Rel. 
Min. Celso de Mello, julgamento em 7-10-1993, Plenário, DJ de 8-4-1994.) 
5.2 Ementário de jurisprudência do STJ 
“ADMINISTRATIVO – SERVENTIA NOTARIAL E REGISTRAL – REGIME 
DE DIREITO PÚBLICO – CUSTAS E EMOLUMENTOS –
 NATUREZA JURÍDICA DE TRIBUTO – TAXA REMUNERATÓRIA DE 
SERVIÇO PÚBLICO – NÃO INCIDÊNCIA DA IMPENHORABILIDADE 
LEGAL CONTIDA NO ART. 649, IV DO CPC. 
1. O cerne do recurso especial consiste em saber, em primeiro lugar, qual 
a natureza jurídica das custas e emolumentos de serviços notariais e 
registrais, e, após a obtenção da resposta, se tais valores estão protegidos 
pela impenhorabilidade legal. 
2. As serventias exercem atividade por delegação do poder público, motivo 
pelo qual, embora seja análoga à atividade empresarial, sujeita-se, na 
verdade, a um regime de direito público. As custas e emolumentos devidos 
aos serventuários os são em razão da contraprestação do serviço que o 
Estado, por intermédio deles, presta aos particulares que necessitam dos 
serviços públicos essenciais prestados pelo foro judicial ou extrajudicial. 
3. Os valores obtidos com a cobrança das taxas e emolumentos são 
destinados à manutenção do serviço público cartorário, e não 
simplesmente para remunerar o serventuário. Se tais valores tivessem a 
finalidade exclusiva de remunerar o serventuário, que exerce função 
pública, o montante auferido não poderia exceder o subsídio mensal dos 
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27 
Ministros do Supremo Tribunal Federal, conforme dispõe o art. 37, XI da 
CF. 
4. Sendo assim, tendo as custas e emolumentos de serviços notariais 
natureza jurídica tributária, na qualidade de taxas destinadas à promover a 
manutenção do serviço público prestado, e não simplesmente à 
remuneração do serventuário, não há que se falar na incidência da 
impenhorabilidade legal prevista no art. 649, IV do CPC. 
5. Não há ilegalidade, portanto, na decisão do juiz inicial que, nos autos de 
uma ação cautelar determinou a indisponibilidade de parte dos recursos da 
recorrente, obtidos na serventia em que era titular, com o garantir o 
ressarcimento dos danos causados ao erário, em ação de improbidade 
administrativa. 
Recurso especial improvido. 
(Processo: REsp 1181417/SC RECURSO ESPECIAL 2010/0032835-6, 
Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS (1130), Órgão Julgador: T2 - 
SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento: 19/08/2010, Data da 
Publicação/Fonte: DJe 03/09/2010).” 
“ADMINISTRATIVO – RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO – DANO 
CAUSADO POR TITULAR DE SERVENTIA EXTRAJUDICIAL NÃO-
OFICIALIZADA – LEGITIMIDADE PASSIVA DO ESTADO DE GOIÁS. 
1. Cuida-se de ação de indenização proposta por ISAÍAS BRAGA contra o 
Estado de Goiás com o objetivo de ser ressarcido de prejuízos decorrentes 
de anulação de registro de imóvel por ele adquirido, em 
razão de existência de cancelamento da cadeia dominial do referido bem, 
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anos antes, sem que o Cartório fizesse constar qualquer averbação de 
sentença. 
2. O Tribunal de Justiça do Estado de Goiás entendeu pela ilegitimidade 
passiva do Estado, em razão de que o oficial de registro público é 
responsável civilmente por seus atos registrais, nos termos do art. 28 da 
Lei n. 6.015/73. 
3. A jurisprudência desta Corte vem reconhecendo a responsabilidade do 
Estado em decorrência de defeitos na prestação no serviço notarial, já que 
se trata de serviço público delegado, portanto, sujeito aos preceitos do 
artigo 37, § 6º, da CF . 
4. "Embora seja o preposto estatal também legitimado para responder pelo 
dano, sendo diferentes as suas responsabilidades, a do Estado objetiva e a 
do preposto subjetiva, caminhou a jurisprudência por 
resolver em primeiro lugar a relação jurídica mais facilmente comprovável, 
ressalvando-se a ação de regresso para apurar-se a responsabilidade 
subjetiva do preposto estatal." (REsp 489.511/SP, Rel. Min. Eliana Calmon, 
Segunda Turma, julgado em 22.6.2004, DJ 4.10.2004 p. 235.) 
5. "A função eminentemente pública dos serviços notariais configuraa 
natureza estatal das atividades exercidas pelos serventuários titulares de 
cartórios e registros extrajudiciais. RE 209.354/PR." 
(RE 551.156 AgR, Relator(a): Min. Ellen Gracie, Segunda Turma, julgado 
em 10.3.2009, DJe-064 DIVULG 2.4.2009 PUBLIC 3.4.2009.) 
Agravo regimental improvido. 
(AgRg no REsp 1005878/GO, AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO 
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29 
ESPECIAL 2007/0265865-3, Ministro HUMBERTO MARTINS (1130), 
Órgão Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento: 
28/04/2009, Data da Publicação/Fonte: DJe 11/05/2009).” 
“ADMINISTRATIVO - RESPONSABILIDADE CIVIL DOS NOTÁRIOS E 
OFICIAIS DE REGISTRO - ARTIGO 22 DA LEI 8935/94 - 
REGULAMENTAÇÃO DO ARTIGO 236 DA CONSTITUIÇÃO - INFRAÇÃO 
DISCIPLINAR - PRESCRIÇÃO - OCORRÊNCIA - LEI ESPECÍFICA - 
APLICAÇÃO DO DECRETO 220/75 (ESTATUTO DOS FUNCIONÁRIOS 
PÚBLICOS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO). TERMO A QUO DO 
PRAZO PRESCRICIONAL BIENAL - DATA DA LAVRATURA DA 
ESCRITURA PÚBLICA. 
1. A regra exegética de que lex specialis derrogat lex generalis implica a 
aplicação do Decreto 220/75 (Estatuto dos funcionários públicos do Estado 
do Rio de Janeiro) aos serventuários de justiça punidos com sanções 
disciplinares, em face da omissão na norma específica, qual seja, a Lei 
8.935/1994. 
2. O Estatuto básico dos notários e registradores - Lei 8.935/1994 - restou 
omisso no que tange aos prazos prescricionais dos atos irregulares 
perpetrados por serventuários da justiça, razão pela qual aplicável, 
subsidiariamente, o Decreto 220/75, que dispõe, 
verbis: "Prescreverá em dois anos a falta sujeitas às penas de advertência, 
repreensão, multa ou suspensão. O § 2º do mesmo artigo acrescenta: 'O 
curso da prescrição começa a fluir da data do evento punível 
disciplinarmente e interrompe-se pela abertura do processo administrativo 
disciplinar." 
3. A lei nova que cria, sobre o mesmo tema anterior, um sistema inteiro, 
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30 
completo, diferente, elimina o sistema antecedente. 
4. É que "a disposição especial afeta a geral, apenas com restringir o 
campo da sua aplicabilidade; porque introduz uma exceção ao alcance do 
preceito amplo, exclui da ingerência deste algumas hipótese. Portanto o 
derroga só nos pontos em que lhe é contrária (1). Na verdade, a regra 
especial posterior só inutiliza em parte a geral anterior, e isto mesmo 
quando se refere ao seu assunto, implícita ou explicitamente, para alterá-
la. Derroga a outra naquele caso particular e naquela matéria especial a 
que provê ela própria" (In Carlos Maximiliano, Hermenêutica e Aplicação do 
Direito, 
Forense, 1991, 11ª edição, páginas 360/361). 
5. In casu, aplica-se a analogia, porquanto possível inferir-se a incidência 
da prescrição bienal na hipótese. 
6. É cediço que "se entre a hipótese conhecida e a nova a semelhança se 
encontra em circunstâncias que se deve reconhecer como essencial, isto é, 
como aquela da qual dependem todas as conseqüências merecedoras de 
apreço na questão discutida; ou, por outra, se a circunstância comum aos 
dois casos, com as conseqüências que da mesma decorrem, é a causa 
principal de todos os efeitos; o argumento adquire a força de uma indução 
rigorosa" (In Hermenêutica e Aplicação do Direito, Forense, 1991, 11ª 
edição, página 206). 
7. Deveras, as espécies semelhantes devem ser reguladas por normas 
semelhantes, princípio de verdadeira igualdade jurídica. 
8. Incidência da analogia legis, a qual consiste em aplicar à uma hipótese 
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31 
não prevista em lei aquela disposição relativa a um caso semelhante. 
9. A idéia essencial da lei estadual (Decreto 220/75) deve ser transposta 
aos serventuários (notários e registradores) porquanto o preceito nela 
formulado assemelha-se a este grupo definido por "colaboradores 
do serviçopúblico", no dizer de Maria Sylvia Zanella di Pietro. 
10. É que ressoa inequívoco que "não podem os repositórios de normas 
dilatar-se até a exagerada minúncia, prever todos os casos possíveis no 
presente e no futuro. Sempre haverá lacunas no texto, embora o espírito 
do mesmo abranja órbita mais vasta, todo o assunto inspirador do Código, 
a universalidade da doutrina que o mesmo concretiza. Esta se deduz não 
só da letra expressa, mas também da falta de disposição especial. Até o 
silêncio se interpreta; até ele traduz alguma coisa, constitui um índice do 
Direito, um modo de dar a entender o que constitui, ou não, o conteúdo da 
norma. A impossibilidade de enquadrar em um complexo de preceitos 
rígidos todas as mutações da vida prática decorre também do fato de 
podrem sobrevir, em qualquer tempo, invenções e institutos não sonhados 
sequer pelo legislador" (In Carlos Maximiliano, ob. cit., página 208). 
11. Aplicação do preceito Ubi eadem legis ratio, ibi eadem legis dispositio 
("onde se depare razão igual à da lei, ali prevalece a disposição 
correspondente da norma referida"). 
12. A lei estadual representa a realidade mais próxima àquela descrita nos 
autos do que a previsão constante do Decreto 20.910/32, o qual adstringe-
se à prescrição relativa à Fazenda Pública. 
13. O regime dos serventuários da justiça - tais como os notários e 
registradores - é híbrido - vez que a atividadenotarial e registral está ligada 
intrinsecamente aos princípios do serviço público da legalidade, 
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32 
moralidade, impessoalidade e publicidade (CF/88, art. 37). 
14. O registrador público e o tabelião são agentes públicos uma vez que se 
enquadram na categoria de "particulares em colaboração à Administração", 
sujeitando-se inclusive ao conceito de "funcionários públicos" para fins de 
responsabilidade penal. 
15. "Os notários e oficiais de registro responderão pelos danos que eles e 
seus prepostos causarem a terceiros, na prática de atos próprios da 
serventia, assegurado aos primeiros direito de regresso no caso de dolo ou 
culpa dos prepostos" (artigo 22 da Lei 8935/94, ao regulamentar o artigo 
236 da Constituição Federal). 
16. Os empregados contratados pelos registradores e notários para 
prestarem serviços nos cartórios, regidos pela Consolidação das Leis do 
Trabalho, responderão perante o titular deste pelo dano causado, em 
casos de dolo, em ação ordinária, mesmo porque contratados com 
remuneração livremente ajustada e sob o regime da legislação do trabalho, 
sem interferência nenhuma do Poder Judiciário. 
17. Contudo, há lei especial versando acerca da prescrição bienal, 
restando inaplicável, subsidiariamente, o Decreto 20.910/32, regra geral 
adotada no Direito Administrativo para outros fins, quais sejam, as dívidas 
Passivas da União, dos Estados e dos Municípios, bem assim todo e 
qualquer direito ou ação contra a Fazenda Federal, 
Estadual ou Municipal, seja qual for a sua natureza. 
18. A título de argumento obiter dictum, o supracitado decreto não exclui a 
incidência de norma mais favorável, como se extrai do seu artigo 10, que 
ora se transcreve, verbis:"Art. 10º. - O disposto nos artigos anteriores não 
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33 
altera as prescrições de menor prazo, constantes, das leis e regulamentos, 
as quais ficam subordinadas as 
mesmas regras." 
19. O Termo a quo para o início do prazo prescricional é o prazo da 
lavratura da escritura, que ocorreu em 27 de setembro de 2001, o que 
impõe o reconhecimento da prescrição bienal, porquanto o procedimento 
administrativo somente foi instaurado em 23 de agosto de 2004 (fls. 21/22) 
por ocasião da protocolização da petição da interessada em 17 de março 
de 2004. Precedente: REsp 337.447/SP, Rel. Ministro Humberto Gomes de 
Barros, Primeira Turma, julgado em 04.12.2003, DJ 19.12.2003. 
20. Recurso ordinário provido, para extinguir a punibilidade da recorrente 
em face da ocorrência da prescrição bienal. 
(Processo: RMS 23587/RJ RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
2007/0034944-0, Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO (1116), Relator 
do Acórdão: Ministro LUIZ FUX (1122), Órgão Julgador: T1 - PRIMEIRA 
TURMA, Data do Julgamento: 07/10/2008, Data da Publicação/Fonte: DJe 
03/11/2008 LEXSTJ vol. 232 p. 44 RSTJ vol. 213 p. 80).” 
“MANDADO DE SEGURANÇA. ISS. SERVIÇOS 
CARTORÁRIOS, NOTARIAIS E DE REGISTRO 
PÚBLICO.NATUREZA PÚBLICA. ART. 236 DA CF/88. IMUNIDADE 
RECÍPROCA. EMOLUMENTOS. CARÁTER DE TAXA. NÃO-INCIDÊNCIA. 
I - Os serviços cartorários, notariais e de registro público não sofrem a 
incidência do ISS, porquanto são essencialmente serviços públicos, 
prestados sob delegação de poder, a teor do art. 236 da CF/88, sendo que 
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34 
a referida tributação fere o princípio da imunidade recíproca, estampada no 
art. 150, inciso VI, da Carta Magna. 
II - Ademais, incabível a cobrança do aludido tributo, sob pena de 
ocorrência de bitributação, eis que os emolumentos exigidos pelos 
cartórios servem como contraprestação dos serviços públicos prestados, 
caracterizando-se como taxa. Precedentes do STF: ADC nº 5 MC/DF, Rel. 
Min. NELSON JOBIM, DJ de 19/09/03 e ADI nº 1.444/PR, Rel. Min. 
SYDNEY SANCHES, DJ de 11/04/03. 
III - Precedente do STJ: REsp nº 612.780/RO, Rel. Min. FRANCISCO 
FALCÃO, DJ de 17/10/05. 
IV - Recurso especial provido. 
(Processo: REsp 1012491/GO RECURSO ESPECIAL 2007/0288597-0, 
Relator: Ministro FRANCISCO FALCÃO (1116), Órgão Julgador: T1 - 
PRIMEIRA TURMA, Data do Julgamento: 19/02/2008, Data da 
Publicação/Fonte: DJe 26/03/2008 RDDT vol. 153 p. 182).” 
“CONSTITUCIONAL E ADMINISTRATIVO - RECURSO ORDINÁRIO - 
MANDADO DE SEGURANÇA - CARTÓRIO - OFÍCIO DE NOTAS - 
ESCREVENTE SUBSTITUTO NÃO CONCURSADO - NECESSIDADE DE 
CONCURSO PÚBLICO. 1. NATUREZA E REGIME JURÍDICO 
DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO. 
A jurisprudência do STF e do STJ, sob inspiração da melhor doutrina, 
afirma que: 
a) Os notários e registradores não são servidores públicos em sentido 
específico, não se submetendo às regras de aposentadoria e de vínculo 
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35 
típicas dos estatutários. 
b) Os notários e registradores, porém, devem ser investidos em seus 
ofícios mediante prévio concurso público de provas e títulos, por efeito do 
art. 236, § 3º, CF/1988: "o ingresso na atividade notarial e registral 
depende, necessariamente, para legitimar-se, de prévia aprovação em 
concurso público de provas e títulos, sob pena de invalidade jurídica da 
outorga, pelo Poder Público, da delegação estatal ao notário público e ao 
oficial registrador." (STF, AC-QO 83/CE, Relator Min. Celso de Mello, 
Segunda Turma, DJU 21.11.2003). 
c) "O substituto de serventia não tem direito adquirido à efetivação na 
titularidade de cartório, nos termos do art. 208 da Constituição Federal de 
1967, com a redação dada pela Emenda Constitucional n. 22/82, se a 
vacância do cargo ocorreu na vigência da Carta Magna de 1988, a qual 
previu, em seu art. 236, § 3º, a necessidade de prévia aprovação em 
concurso público de provas e títulos" (RMS 22.132/PI, 2ª Turma, Rel. Min. 
João Otávio de Noronha, DJU 29.3.2007). 
2. SITUAÇÃO FÁTICA DA RECORRENTE. A recorrente foi nomeada 
como escrevente juramentada da serventia aos 30.3.1982 (fls.3). Na 
vigência da Constituição de 1988; em 15.4.1989 é que passou a exercer a 
função de escrevente substituta (fls.4). Incompatibilidade com o suporte 
normativo do art.236, CF/1988. 
Recurso ordinário improvido. 
(Processo: RMS 26503/PI, RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
2008/0050541-0, Relator: Ministro HUMBERTO MARTINS (1130), Órgão 
Julgador: T2 - SEGUNDA TURMA, Data do Julgamento: 06/05/2008, Data 
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36 
da Publicação/Fonte: DJe 15/05/2008).” 
“PROCESSO CIVIL - ADMINISTRATIVO - RECURSO ORDINÁRIO EM 
MANDADO DE SEGURANÇA - ATIVIDADE NOTARIAL - TITULAR DE 
CARTÓRIO – APOSENTADORIA COMPULSÓRIA - 70 (SETENTA) ANOS 
- COMPETÊNCIA PARA O ATO - PRELIMINAR REJEITADA - MÉRITO 
DENEGADO. 
1 - Verifica-se que a autoridade competente para declarar a aposentação 
da impetrante, titular do 4º Ofício de Barra Mansa/RJ, é o Exmo. Sr. 
Desembargador Presidente do Egrégio Tribunal de Justiça do Estado do 
Rio de Janeiro, como Chefe do Judiciário Estadual. Logo, somente contra 
ele deve ser dirigida a impetração. Ilegitimidade passiva ad causam do 
Exmo. Sr. Corregedor-Geral de Justiça mantida. Preliminar rejeitada. 
2 - Consoante remansosa jurisprudência desta Corte Superior de 
Uniformização Infraconstitucional e do Colendo Supremo Tribunal Federal, 
os oficiais de registro e notários são servidores públicos em sentido lato, 
sujeitando-se ao disposto no art. 40, II, da Constituição Federal, que prevê 
a aposentadoria compulsória aos 70 (setenta) anos de idade. 
3 - Precedentes (STF, RE nºs 178.236/RJ (Pleno) e 189.736/SP e STJ, 
RMS nº 733/SP e AGREGMC nº 2.109/MG). 
4 - Recurso conhecido, porém, desprovido. 
(Processo: RMS 11630/RJ RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
2000/0019147-7, Relator: Ministro JORGE SCARTEZZINI (1113), Órgão 
Julgador: T5 - QUINTA TURMA, Data do Julgamento: 23/10/2001, Data da 
Publicação/Fonte: DJ 19/11/2001 p. 289).” 
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37 
“CONSTITUCIONAL. INTERPRETAÇÃO DO ART. 236, PAR. 1., DA CF, E DA LEI 
8.935, DE 18.11.1994, ARTS. 22, 28 E 37. 1. O NOVO SISTEMA NACIONAL 
DE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRAIS IMPOSTO PELA LEI 8.935, DE 
18.11.1994, COM BASE NO ART. 236, PAR. 
1., DA CF, NÃO OUTORGOU PLENA AUTONOMIA AOS SERVIDORES DOS 
CHAMADOS OFICIOS EXTRAJUDICIAIS EM RELAÇÃO AO PODER JUDICIARIO, 
PELO QUE CONTINUAM SUBMETIDOS A AMPLA FISCALIZAÇÃO E CONTROLE 
DOS SEUS SERVIÇOS PELO REFERIDO PODER. 
2. OS PROCEDIMENTOS NOTARIAIS E REGISTRAIS CONTINUAM A 
SER SERVIÇOS PUBLICOS DELEGADOS, COM FISCALIZAÇÃO EM TODOS OS 
ASPECTOS PELO PODER JUDICIARIO. 
3. O TEXTO DA CARTA MAIOR IMPÕE QUE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E 
DE REGISTRO SEJAM EXECUTADOS EM REGIME DE CARATER PRIVADO, 
POREM, POR DELEGAÇÃO DO PODER PUBLICO, SEM QUE TENHA IMPLICADO 
NA AMPLA TRANSFORMAÇÃO PRETENDIDA PELOS IMPETRANTES, ISTO E, 
DE TEREM SE TRANSMUDADOS EM SERVIÇOS PUBLICOS CONCEDIDOS 
PELAUNIÃO FEDERAL, A SEREM PRESTADOS POR AGENTES PURAMENTE 
PRIVADOS, SEM SUBORDINAÇÃO A CONTROLES DE FISCALIZAÇÃO E 
RESPONSABILIDADES PERANTE O PODER JUDICIARIO. 
4. A RAZÃO DESSE ENTENDIMENTO ESTA SUSTENTADA NOS ARGUMENTOS 
SEGUINTES: 
A) VINCULO-ME A CORRENTE DOUTRINARIA QUE DEFENDE A NECESSIDADE 
DE SE INTERPRETAR QUALQUER DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL DE FORMA 
SISTEMICA, A FIM DE SE EVITAR A VALORIZAÇÃO ISOLADA DA NORMA EM 
DESTAQUE E, CONSEQUENTEMENTE, A SUA POSSIVEL INCOMPATIBILIDADE 
COM OS PRINCIPIOS REGEDORES DO ORDENAMENTO JURIDICO 
CONSTRUIDO SOB O COMANDO DA CARTA MAIOR PARA A ENTIDADE OU 
ENTIDADES JURIDICAS REGULADAS. 
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38 
B) INFLUENCIADO POR TAIS POSIÇÕES, O MEU PRIMEIRO POSICIONAMENTO 
E O DE FIXAR O CONCEITO TECNICO-JURIDICO DA EXPRESSÃO 
"DELEGAÇÃO DO PODER PUBLICO", QUE CONSTITUI O TEMA CENTRAL DO 
DEBATE, HAJA VISTA QUE E O MODO INSTITUCIONAL COMO OS SERVIÇOS 
NOTARIAISE DE REGISTRO SÃO, HOJE, EXERCIDOS NO PAÍS. 
C) O CONCEITO DE DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO, APÓS ALGUMAS 
VARIAÇÕES, ESTÁ HOJE PACIFICADO COMO SENDO A POSSIBILIDADE DO 
PODER PÚBLICO CONFERIR A OUTRA PESSOA, QUER PÚBLICA OU PRIVADA, 
ATRIBUIÇÕES QUE ORIGINARIAMENTE LHE COMPETEM POR 
DETERMINAÇÃO LEGAL. 
D) POR A AUTORIDADE DELEGANTE TER A COMPETENCIA ORIGINARIA, 
EXCLUSIVA OU CONCORRENTE, DO EXERCICIO DAS ATRIBUIÇÕES FIXADAS 
POR LEI, NO MOMENTO EM QUE DELEGA, POR PARA TANTO ESTAR 
AUTORIZADO, TAMBEM, POR NORMA JURIDICA POSITIVA, ESTABELECE-SE 
UMA SUBORDINAÇÃO ENTRE AS PESSOAS ENVOLVIDAS NO SISTEMA 
HIERARQUICO ENTRE O TRANSFERIDOR DA EXECUÇÃO DO SERVIÇO E 
QUEM O VAI EXECUTAR, EM OUTRAS PALAVRAS, ENTRE O DELEGANTE E O 
DELEGADO. 
E) O DISPOSITIVO CONSTITUCIONAL EM COMENTO, NO CASO O ART. 236, DA 
CF, AO DETERMINAR QUE OS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO SÃO 
EXERCIDOS EM CARATER PRIVADO, POREM, POR DELEGAÇÃO DO PODER 
PUBLICO, NÃO DESCARACTERIZOU A NATUREZA PUBLICA DE 
TAIS SERVIÇOS,NEM RESTRINGIU A FORMA DE SUA FISCALIZAÇÃO, 
NOTADAMENTE PORQUE NO PAR. 1., DE FORMA EXPRESSA, ESTA DITO QUE 
"LEI REGULARA AS ATIVIDADES, DISCIPLINARA A RESPONSABILIDADE CIVIL 
E CRIMINAL DOS NOTARIOS, DOS OFICIAIS DE REGISTRO E DE SEUS 
PREPOSTOS, E DEFINIRA A FISCALIZAÇÃO DE SEUS ATOS PELO PODER 
JUDICIARIO. 
F) A SEGUIR, O LEGISLADOR CONSTITUINTE, NUMA DEMONSTRAÇÃO 
INEQUIVOCA DE QUE NÃO SE AFASTOU DO CONCEITO TRADICIONAL DE 
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39 
DELEGAÇÃO DE SERVIÇO PUBLICO, PORTANTO, RESPEITANDO, EM TODA A 
SUA PLENITUDE, O PRINCIPIO DA SUBORDINAÇÃO HIERARQUICA A EXISTIR 
ENTRE DELEGANTE E DELEGADO, DISPOS, AINDA, QUE "A LEI FEDERAL 
ESTABELECERA NORMAS GERAIS PARA FIXAÇÃO DE EMOLUMENTOS 
RELATIVOS AOS ATOS PRATICADOS PELOS SERVIÇOS NOTARIAIS E 
DO REGISTRO", BEM COMO QUE "O INGRESSO NA ATIVIDADE NOTARIAL E 
DE REGISTRODEPENDE DE CONCURSO PUBLICO DE PROVAS E TITULOS, 
NÃO SE PERMITINDO QUE QUALQUER SERVENTIA FIQUE VAGA, SEM 
ABERTURA DE CONCURSO DE PROVIMENTO OU DE REMOÇÃO POR MAIS DE 
SEIS MESES." 
G) E EVIDENTE QUE A PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS NOTARIAIS E 
DE REGISTRO PÚBLICO NO BRASIL, APOS A CF/1988, NÃO TOMOU AS 
CARACTERISTICAS PRECONIZADAS PELOS IMPETRANTES, ISTO E, DE QUE 
PASSARAM A SE SUBMETER AO REGIME DE CONCESSÃO 
DE SERVIÇO PUBLICO, ONDE O PODER FISCALIZADOR E LIMITADO, APENAS, 
AOS ATOS NOTARIAIS, JAMAIS A GESTÃO INTERNA DA ENTIDADE QUE A 
EXERCE EM REGIME ABSOLUTAMENTE PRIVADO, POR TER DEIXADO DE SER 
UMA SERVENTIA PUBLICA DA JUSTIÇA. 
H) NÃO IMPORTA, COM AS MINHAS HOMENAGENS AO PATRONO DOS 
IMPETRANTES, EM FACE DO PROFUNDO TRABALHO JURIDICO 
DESENVOLVIDO, NÃO SO NA PETIÇÃO INICIAL, COMO NA DO RECURSO, A 
INTERPRETAÇÃO QUE OS IMPETRANTES ASSENTARAM A RESPEITO DO 
TEXTO CONSTITUCIONAL EM DISCUSSÃO. 
I) O FATO, POR SI SO, DE NO ART. 235, "CAPUT", DA CF, ESTAR INSERIDA A 
EXPRESSÃO DE QUE OSSERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO SÃO 
EXERCIDOS EM CARATER PRIVADO, NÃO CONDUZ AO ENTENDIMENTO 
POSTO NO RECURSO, POIS, LOGO A SEGUIR, ESTA A DETERMINAÇÃO 
NUCLEAR DE QUE TAIS SERVIÇOS, POR CONTINUAREM A SER PUBLICOS, 
NECESSITAM DE DELEGAÇÃO DO PODER PUBLICO PARA QUEM VAI 
EXERCE-LOS, PELO QUE DEVERÃO EXECUTA-LOS DE ACORDO COMO A LEI 
DETERMINAR E SO PODERÃO RECEBER TAL DELEGAÇÃO OS QUE 
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40 
FOREM, PELO PROPRIO PODER PUBLICO, JULGADOS APTOS PELA VIA DO 
CONCURSO PUBLICO. 
J) A NATUREZA PUBLICA DOS SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO NÃO 
SOFREU QUALQUER DESCONFIGURAÇÃO COM A CF/1988. EM RAZÃO DE 
TAIS SERVIÇOS ESTAREM SITUADOS EM TAL PATAMAR, ISTO E, COMO 
PUBLICOS, A ELES SÃO APLICADOS O ENTENDIMENTO DE QUE CABE AO 
ESTADO O PODER INDECLINAVEL DE REGULAMENTA-LOS E CONTROLA-LOS 
EXIGINDO SEMPRE SUA ATUALIZAÇÃO E EFICIENCIA, DE PAR COM O EXATO 
CUMPRIMENTO DAS CONDIÇÕES IMPOSTAS PARA SUA PRESTAÇÃO AO 
PUBLICO. 
5. NEGO PROVIMENTO AO RECURSO. 
(Processo: RMS 7730 / RS RECURSO ORDINÁRIO EM MANDADO DE 
SEGURANÇA 
1996/0061180-7, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO (1105), Órgão Julgador: T1 - 
PRIMEIRA TURMA, 01/09/1997, Data da Publicação/Fonte: DJ 27/10/1997 p. 
54720).” 
5.3 Ementário de jurisprudência dos Tribunais Estaduais 
“ISS. COBRANÇA SOBRE SERVIÇOS NOTARIAIS E REGISTRÁRIOS. 
OS SERVIÇOS DE NOTAS E DE REGISTROS PÚBLICOS NÃO DEIXAM 
DE OSTENTAR NATUREZA DE ATUAÇÃO ESTATAL PELO FATO DE 
SEREM EXERCIDOS EM CARÁTER PRIVADO. A DELEGAÇÃO APENAS 
COMPROVA A CATEGORIA PÚBLICA DO ENCARGO. O PRINCÍPIO DA 
IMUNIDADE TRIBUTÁRIA RECÍPROCA IMPEDE QUE O MUNICÍPIO 
INSTITUA IMPOSTO SOBRE SERVIÇO ESTADUAL. SEGURANÇA 
CONCEDIDA. APELO DO IMPETRANTE PROVIDO. Lei local instituidora 
de ISS sobre serviço notarial ou registário é inconstitucional porque o 
desempenho continua a ser público, delegado pelo Estado para ser 
exercido em caráter privado. A imunidade recíproca prevista no 
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41 
artigo 150, inciso VI, alínea ?a? da Constituição da República impede que 
o Município institua imposto sobre serviço do Estado. O sistema de 
controle de constitucionalidade vigente no Brasil permite a concentração 
com eficácia erga omnes a cargo do Supremo Tribunal Federal e, na via 
incidental ou difusa, o poder de qualquer juiz afastar por incompatibilidade 
com a ordem fundante, norma que impeça a aplicação da vontade concreta 
da lei à hipótese submetida à apreciação do Estado-juiz. 
(Relator(a): Renato Nalini Comarca: Mirandópolis Órgão julgador: 1ª 
Câmara de Direito Público Data do julgamento: 26/07/2011 Data de 
registro: 01/08/2011 Outros números: 4848105600).” 
“RESPONSABILIDADE CIVIL. CARÊNCIA DE AÇÃO. AÇÃO AFORADA 
CONTRA TABELIONATO - SERVIÇO NOTARIAL E REGISTRAL. 
AUSÊNCIA DE PERSONALIDADE JURÍDICA. ATIVIDADE DE 
NATUREZA ESTATAL, EXERCIDA DE FORMA PRIVADA POR 
DELEGAÇÃO. ILEGITIMIDADE PASSIVA. Os Tabelionatos Serviços 
Notariais e Registrais não possuem personalidade jurídica própria, sendo 
que eventuais responsabilidades provenientes de atuação culposa ou 
dolosa são imputáveis somente aos seus titulares. Trata-se de atividade de 
natureza estatal, exercida de forma privada por delegação do Estado. 
Ilegitimidade passiva. Incidência dos artigos 236 da Constituição Federal, 
22 daLei n° 8.935/94 e 38 da Lei n° 9.492/97. Carência de ação mantida. 
NEGADO SEGUIMENTO AO APELO. (Apelação Cível Nº 70027763671, 
Décima Câmara Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: Paulo Antônio 
Kretzmann, Julgado em 19/03/2009).” 
“TRIBUTÁRIO - ISSQN - SERVIÇOS NOTARIAIS E DE REGISTRO - LEI 
COMPLEMENTAR N.º 116/2003 - ITENS 21 E 21.01 DA LISTA ANEXA - 
LEI N.º 2.506/2003 DO MUNICÍPIO DE SANTA LUZIA - SERVIÇO 
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PÚBLICO REMUNERADO POR TAXA - IMUNIDADE RECÍPROCA - 
INCONSTITUCIONALIDADE. 1 - São inconstitucionais os itens 21 e 21.01 
da lista anexa à Lei n.º 2.506/2003 do Município de Santa Luzia, que prevê 
a incidência do ISSQN sobre 'serviços de registros públicos, cartorários e 
notariais', porquanto estes são serviços públicos, exercidos por delegação, 
remunerados por emolumentos, que têm natureza jurídica de taxas de 
serviço 'lato sensu', além de constituírem receita pública do Estado de 
Minas Gerais, imune a tributação por força do art. 150, inc. VI,'a', da CR/88. 
2 - Recurso não-provido. 
(Processo: Ap Cível/Reex Necessário 1.0245.04.047144-4/002, Relator: 
Des.(a) Edgard Penna Amorim, Órgão Julgador: Câmaras Cíveis Isoladas / 
8ª CÂMARA CÍVEL, Comarca de Origem: Santa Luzia, Data do 
Julgamento: 16/11/2006, Data da Publicação da Súmula: 02/03/2007).” 
“APELAÇÃO REEXAME NECESSÁRIO. DIREITO TRIBUTÁRIO. 
MANDADO DE SEGURANÇA. ISS. SERVIÇOS REGISTRAIS, NOTARIAIS 
E JUDICIAIS PRIVATIZADOS. IMUNIDADE RECÍPROCA. LEGITIMIDADE 
RECURSAL. PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERESSADA. 
APELO INTERPOSTO POR AUTORIDADE COATORA. INADMISSÃO. A 
autoridade coatora, apesar de ser parte no mandado de segurança, não 
possui legitimidade para recorrer, devendo, somente, prestar e assinar as 
informações no prazo de 10 (dez) dias e cumprir o que for determinado na 
liminar ou na sentença. A legitimidade recursal é da pessoa jurídica de 
direito público interessada, pois é ela que suportará os efeitos patrimoniais 
da decisão final, estando ou não representada no processo. Apelo 
interposto pela autoridade coatora não-conhecido. SERVIÇOS NOTARIAIS 
E REGISTRAIS. HIPÓTESE DE IMUNIDADE. 1. Os serviços de registros 
públicos cartorários e notariais são serviços públicos específicos e 
divisíveis remunerados por meio de emolumentos. O Supremo 
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Tribunal Federal firmou orientação no sentido de que os emolumentos 
possuem natureza tributária, qualificando-se como taxas remuneratórias de 
serviços públicos. 2. A atividade notarial e registral, ainda que executada 
no âmbito de serventias extrajudiciais privadas, constitui, em decorrência 
de sua própria natureza, função revestida de estatalidade, sujeitando-se, 
assim, a um estrito regime de direito público. 3. Os serviços públicos 
prestados pelo Estado, ainda que em caráter de delegação, não podem ser 
tributados pelos Municípios, assim como os serviços públicos municipais 
não submetem às exações dos impostos estaduais. Essa é a exegese que 
se extrai do artigo 150, inciso VI, a, da Constituição Federal. Apelo 
interposto por Leo Alberto Klein não-conhecido, apelação interposta pelo 
Município desprovida, sentença mantida em reexame necessário. 
(Apelação e Reexame Necessário Nº 70009757444, Segunda Câmara 
Cível, Tribunal de Justiça do RS, Relator: João Armando Bezerra Campos, 
Julgado em 10/11/2004).” 
“MANDADO DE SEGURANCA - LIMITE DE IDADE PARA 
APOSENTADORIA COMPULSORIA DOS NOTARIOS E 
REGISTRADORES. CONSTITUICAO FEDERAL - ART.236, CAPUT. 
EMENDA CONSTITUCIONAL N.20/98. DEFINICAO DOUTRINARIA NO 
SENTIDO QUE O NOTARIO E O PARTICULAR QUE COLABORA COM O 
PODER PUBLICO. MANDADO DE SEGURANCA N. 595054982 - 
RELATOR DES. FELIPE AZEVEDO GOMES - NO QUAL FOI ADUZIDO 
QUE "... A CONSTITUICAO NAO DIZ QUE OS TABELIAES EXERCEM 
ATIVIDADE PRIVADA, MAS QUE ELES A EXERCEM EM CARATER 
PRIVADO, OU SEJA, QUE E EXERCIDA AS CUSTAS DO TITULAR DO 
TABELIONATO". A EXTENSAO DO CONCEITO DE CARGO PUBLICO, 
NA TRADICAO DO DIREITO CONSTITUCIONAL, E BEM MAIOR QUE A 
CONSTANTE A LUZ DE LEGISLACAO ORDINARIA. 
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RESPONSABILIDADE DO ESTADO - ART.37, PAR-6, DA 
CONSTITUICAO FEDERAL - RESPONSABILIDADE SUBSIDIARIA. 
DENEGACAO DA SEGURANCA, POR MAIORIA. VOTO VENCIDO 
PROFERIDO PELO DES. DECIO ANTONIO ERPEN. NATUREZA 
JURIDICA DAS ATIVIDADES NOTARIAL E REGISTRAL. ATIVIDADE 
PUBLICA ATIPICA - LEI 8934/94, ARTIGOS 22 E 39. NOVA REDACAO 
DADA A CONSTITUICAO FEDERAL PELA EC N.20, DE 15.12.98, DEIXA 
INEQUIVOCO QUE A APOSENTADORIA COMPULSORIA, POR 
IMPLEMENTO DE IDADE, AGORA SO OCORRE PARA OS 
"SERVIDORES TITULARES DE CARGOS EFETIVOS", E NAO MAIS 
PARA OS SERVIDORES EM GERAL. O LEGISLADOR 
CONSTITUCIONAL DIMINUIU SENSIVELMENTE OS CASOS DE 
APOSENTADORIA COMPULSORIA E O FEZ EM PROVEITO DA 
ADMINISTRACAO. NAO HA MAIS O CARGO DE NOTARIO E 
REGISTRADOR. O REINGRESSO E NA ATIVIDADE, E NAO EM CARGO 
PUBLICO. NOTARIOS E REGISTRADORES SAO PROFISSIONAIS 
PUBLICOS DO DIREITO, SENDO AGENTES PARTICULARES EM 
COLABORACAO COM O PODER PUBLICO, QUE LHES DELEGOU SEU 
MISTER, NAO SENDO FUNCIONARIOS PUBLICOS. NEM SEUS 
PREPOSTOS. NAO HA REGRAS PARA SE FALAR EM PERDA DA 
DELEGACAO PELO IMPLEMENTO DA IDADE. (59FLS.) (Mandado de 
Segurança Nº 70000030130, Tribunal Pleno, Tribunal de Justiça do RS, 
Relator: Décio Antônio Erpen, Julgado em 18/10/1999).” 
6. Considerações Finais 
À luz da jurisprudência colacionada, vê-se que a posição capitaneada pelo 
ministro Carlos Ayres Britto representa posição isolada diante do que 
majoritariamente entendem os tribunais – e, bem assim, a doutrina. 
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Tem-se por certo que a atividade notarial e de registro constitui, em 
decorrência de sua própria natureza, função essencialmente estatal e de 
índole administrativa, sendo descabido sustentar que a execução de 
serviços em caráter privado descaracteriza sua essência. 
Trata-se, pois, de hipótese de serviço público desempenhado por 
profissionais que, embora não ocupem cargo público, dado o caráter 
híbrido de sua atividade, constituem espécie de agentes particulares 
colaboradores. 
Notas: 
 
 
[1] MARTINS, Cláudio. Teoria e Prática dos Atos Notariais. Rio de Janeiro : 
Forense, 1979. 
[2] RAPOSO, Mário, in Notariado, Lisboa, 1986, p. 689/690 
[3] BRANDELLI, Leonardo. Teoria Geral do Direito Notarial. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 1998. 
[4] BRANDELLI, Leonardo. Teoria geral do direito notarial. Porto Alegre: 
Livraria do Advogado, 1998. 
[5] CENEVIVA, Walter. Lei dos Notários e dos Registradores Comentada. 
6. ed., São Paulo: Saraiva, 2007. 
[6] RIBEIRO, Luís Paulo Aliende. Regulação da função pública notarial e 
de registro. São Paulo: Saraiva, 2009. 
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46 
[7] José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo. 17ª 
Ed., p.511. 
[8] José dos Santos Carvalho Filho. Manual de Direito Administrativo. 17ª 
Ed., p.511. 
 
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