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Comunicação e Expressão – Variedades linguísticas – Profª Margarida Rocha Variedades linguísticas Respostas � 1 Observe as personagens do cartum, as caravelas ao fundo e o papel que uma das personagens tem nas mãos. a) A que figura da história do Brasil provavelmente corresponde a personagem que tem o papel nas mãos? A Pero Vaz de Caminha, pois a carta está assinada por ele. b) Quando supostamente estaria ocorrendo essa cena? Por ocasião do descobrimento do Brasil, em 1500. 2 O humor desse cartum está principalmente na fala do índio. Argumente. Os índios estariam muito mais desenvolvidos (tecnologicamente)do que os portugueses na época do descobrimento do Brasil. 3. As duas personagens do cartum são falantes da língua portuguesa; contudo, há diferenças entre a linguagem de uma e a de outra, pois falam variedades lingüísticas diferentes. a) Que variedade linguística é falada pela personagem que tem o papel nas mãos? A língua portuguesa lusitana. Variedade geográfica b) Que recurso quanto à grafia das palavras o cartunista utilizou para mostrar que a fala da personagem não é igual à dos brasileiros? Ele desprezou a ortografia de algumas palavras e as escreveu de um modo que procura reproduzir o jeito como elas são pronunciadas. 4. Faz mais de quinhentos anos que a língua portuguesa foi trazida pelos portugueses ao Brasil. De lá para cá, muitas mudanças ocorreram na língua dos dois países; às vezes, temos até a impressão de que falamos línguas diferentes. Veja algumas palavras usadas no Brasil e suas correspondentes em Portugal: Brasil Portugal Abridor de garrafas tira-cápsula Aeromoça hospedeira Café da manhã pequeno almoço Chiclete pastilha elástica Filmes em Portugal As diferenças entre o português brasileiro e o lusitano também se refletem nos nomes dos filmes. Veja algumas delas: A bela e a fera A bela e o monstro Arquivo X Ficheiros secretos O gordo e o magro Bucha e estica O professor aloprado O professor chanfrado Querida, encolhi as crianças Querida, encolhi os miúdos Fonte: Marcelo Duarte. Guia dos curiosos – língua portuguesa. São Paulo: Panda, 2003.p.60. Tente descobrir a correspondência entre as seguintes palavras do português brasileiro e do português lusitano. Brasil Portugal a) calcinha gelado b) caqui miúdo c) encanador chapéu de chuva e) esmalte cueca f) fila bicha g) garoto banda desenhada h) guarda-chuva dióspiro i) história em quadrinhos canalizador j) salva-vidas telemóvel k) sorvete verniz para unhas l) telefone celular banheiro m) bola esférico calcinha (cueca) caqui (dióspiro) encanador (canalizador) esmalte (verniz para unhas) fila (bicha) garoto (miúdo) guarda-chuva – (chapéu de chuva) história em quadrinhos (banda desenhada) salva-vidas (banheiro) sorvete (gelado) telefone celular (telemóvel) bola (esférico) Leia a seguinte anedota, contada por Ziraldo, para responder às questões 5 e 6. E tinha aquele professor de gramática que gostava de falar direitinho, um português limpo, a pronúncia bem-caprichada, os termos bem-escolhidos. Ao ouvir as gírias que os filhos usavam, ficou escandalizado e pediu: ─ Eu queria pedir um favor, pode ser? ─ Claro, papai. ─ Por favor, não falem duas palavrinhas: uma é “cafona” e a outra é “careta”. Está bem? ─ Tudo bem, papai. Quais são as palavras? (Ziraldo. As anedotinhas do Bichinho da Maçã. 14. ed. São Paulo: Melhoramentos, 1988. p. 8.) 5. A graça da anedota está na falta de entendimento entre pai e filhos. a) Por que o pai não queria que os filhos falassem cafona e careta? Por ser professor de gramática, não queria que os filhos falassem gírias b) Como os filhos entenderam o pedido do pai? Eles acharam que o pai estivesse usando gírias para caracterizar as palavras das quais ele não gostava e que ele ainda iria dizer quais eram as palavras. Entenderam como adjetivos. 6. A gíria é uma espécie de modismo linguístico, que geralmente dura um tempo curto. Se, entretanto, ela persistir, acaba se incorporando ao vocabulário da língua e deixa de ser gíria. A palavra cafona, por exemplo, foi uma gíria muito utilizada na década de 1970. a) Levante hipóteses: Com que sentido provavelmente o pai entendia a palavra cafona? Que outro termo da gíria de hoje você empregaria no lugar de cafona? Com o sentido de algo de mau gosto, sem refinamento, ultrapassado. Hoje em dia se tem empregado brega no lugar de cafona. b) A palavra careta vem sendo empregada ultimamente na gíria de alguns grupos sociais. Com que sentido provavelmente o pai a entendia? Que outra palavra da gíria poderia ser empregada no lugar dela? Careta equivale a ultrapassado, tradicional, desatualizado. 7. Minha amiga chegou e disse-me: “O meu primo que eu falei dele para você chegou. Está lá em casa. Ao dizer isto, ela não usou a norma culta. Como ela deveria falar para usar a norma culta? O meu primo, de quem lhe falei, chegou. Está lá em casa. 8. Abaixo de cada exemplo, identifique e escreva o tipo de variação linguística (Histórica, Geográfica, Sociocultural) a) Exemplo 1 A Ritinha ainda está a dormir. Quando ela acordar, põe-lhe uma cueca e uma camisola. Depois dá-lhe um copo de leite e um bocado de carcaça. Se quiseres falar-me, liga para o meu telemóvel. Exemplo 2 A Ritinha ainda está dormindo. Quando ela acordar, vista uma calcinha e uma blusa nela. Depois dê para ela um copo de leite e um pedaço de pão. Se quiser falar comigo, ligue pro meu celular. Tipo de Variação GEOGRÁFICA b) Theatro S. José. Companhia Lyrica. Empreza Ferrari. Sabbado, 30 de outubro Tipo de Variação HISTÓRICA c) “O que dexa a gente triste é ficar veio. A gente ansim é meio custoso, né? Tem que te um ranchinho pra gente incostá, não? Tipo de Variação SOCIAL 9. Antigamente Antigamente, as moças chamavam-se mademoiselles e eram todas mimosas e muito prendadas. Não faziam anos: completam primaveras, em geral dezoito. ( Carlos Drummond de Andrade). As expressões mademoiselles, mimosas, prendadas constituem um recurso usado pelo autor Para explorar a mudança da língua no seu aspecto: a) socioeconomico. b) histórico. c) profissional. d) individual. e) fonético. 10. Os amigos F. V. S., 17 anos, M. J. S., 18 anos e J. S., 20 anos, moradores de Bom Jesus, cidade paraibana na divisa com o Ceará, trabalham o dia inteiro nas roças de milho e feijão. Não ganhamos salário, é de meia. Metade da produção fica para o dono da terra e metade para a gente. Folha de S. Paulo, 1º de junho de 2002. Os jovens conversam com o repórter sobre sua relação de trabalho. Utilizam a expressão é de meia, e, logo em seguida, explicam o que isso significa. Ao dar a explicação, eles: a) alteram o sentido da expressão. b) consideram que o repórter talvez não conheça aquele modo de falar. c) dificultam a comunicação com o repórter. d) desrespeitam a formação profissional do repórter. e) enfatizam o conhecimento do repórter. �
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