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henrique sartori - direito previdenciario - apostila atualizada - inss tecnico

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1 
 
 
APOSTILA DE 
DIREITO 
PREVIDENCIÁRIO 
PARA TÉCNICO DO 
SEGURO SOCIAL – 
INSS / 2015 
 
 
 
Prof. Henrique Sartori 
 
(atualizada até julho de 2015) 
 
 
 2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PREVIDÊNCIA 
SOCIAL 
( ARTS. 201 E 202 , CF) 
ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
( ARTS. 203 E 204 , CF) 
SAÚDE 
 
(ARTS . 196 AO 200, CF) 
 CONTRIBUTIVIDADE  GRATUIDADE  GRATUIDADE 
 
 NATUREZA 
 JURÍDICA : 
 SERVIÇO 
 SOCIAL 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 OBRIGATORIEDADE 
 DE FILIAÇÃO 
LEI 8742/93(L .O .A .S .): 
 PARA 
 IDOSO ( 65 OU + ) 
 OU 
 DEFICIENTE 
 + 
 RENDA MENSAL 
 PER CAPITA 
 FAMILIAR 
 INFERIOR A 
 ¼ DO SALÁRIO 
 MÍNIMO 
 
 SUBSTITUTIVIDADE 
 DAS PRESTAÇÕES 
 
 NATUREZA JURÍDICA: 
 SEGURO SOCIAL 
 ESTATUTÁRIO 
 ( NÃO CONTRATUAL ) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
B.P.C.: 
 
BENEFÍCIO DE 
PRESTAÇÃO 
CONTINUADA DE 
ASSISTÊNCIA 
SOCIAL 
 
 
NATUREZA JURÍDICA : 
AMPARO SOCIAL 
 
SEGURIDADE 
SOCIAL 
 
 
3 
 
1 ) Seguridade Social: origem e evolução legislativa 
 
 Previdência vem do latim praevidentia , qualidade de quem vê antecipadamente. Aquele 
que age de forma previdente antecipa-se às contingências futuras e acautela-se quanto aos danos que 
possam ser gerados por elas. 
 Com relação ao trabalhador , é medida de prudência evitar que infortúnios da vida possam 
interromper ou reduzir seus meios de subsistência e de sua família. 
 O filósofo Bertrand Russel dizia que no instante em que o homem das cavernas guardou 
um pedaço de carne para o dia seguinte , depois de saciar sua fome , nascia , em contornos 
rudimentares , o conceito de previdência . A partir daí houve uma evolução histórica deste mesmo 
conceito ,que se deu em diversas fases. 
 
 A proteção social, nada mais é do que os mecanismos criados pela sociedade, ao longo 
de sua existência, para atender aos infortúnios da vida, como doença, velhice, etc., que impeçam a 
pessoa de obter seu sustento. 
 
 A sociedade, ao longo de sua história, tem adotado em diversos mecanismos para o 
atendimento das necessidades de seus componentes em momentos de dificuldade. Pode-se dizer até 
mesmo que a proteção social possui uma natureza instintiva, porque a maioria dos seres humanos se 
preocupa em guardar algum tipo de recurso para o futuro. 
 
 Na vida em sociedade pode-se dizer que uma das primeiras manifestações da proteção 
social como técnica de atendimento aos infortúnios da vida foi inicialmente patrocinada pela família, ou 
seja, um trabalhador que, por exemplo, ficasse incapacitado para trabalho teria o apoio de seus 
familiares enquanto se recuperava, e da mesma forma pessoas idosas teriam o amparo familiar para 
sua manutenção. 
 
 Ao mesmo tempo existia também a figura da assistência voluntária, quando pessoas 
estranhas ao seio familiar auxiliavam necessitados, mesmo desconhecidos, numa situação que perdura 
até hoje quando, por exemplo, pedintes recebendo esmolas na rua. 
 
 Percebam que essas técnicas rudimentares originárias da proteção social ainda existem. 
Não foram excluídas, sendo que a proteção fornecida pela família ainda é facilmente encontrada, assim 
como a assistência voluntária de terceiros. 
 
 Até aí, não havia nenhum outro mecanismo protetivo. O Estado não tinha qualquer parcela 
de responsabilidade, até porque prevalecia o conceito liberal-burguês de organização estatal, no qual o 
Poder Público detém muito mais obrigações negativas, deveres de abstenção, de não interferência 
estatal na vida privada. O seu sucesso ou insucesso na vida dependia exclusivamente de você. 
 
 Não havia aposentadoria, pensão ou qualquer coisa parecida. A pessoa deveria ser 
precavida, guardando para o futuro, ou certamente iria depender de terceiros, tendo mesmo de 
trabalhar até a exaustão. 
 
 Uma primeira forma organizada de proteção contra os infortúnios da vida vieram dos fundos 
mutualistas , de caráter privado , onde determinado grupo de pessoas unia-se 
voluntariamente,mediante cotização em dinheiro, para garantir proteção mútua contra os riscos sociais. 
Após este momento , tem-se a ação do Estado para garantir esta proteção social. 
 
 
 
4 
 
 
 
 Fases evolutivas da previdência social: 
 
1) Fase inicial ( até 1918 ): criação dos primeiros regimes previdenciários , com proteção limitada a 
alguns tipos de eventos , como acidentes do trabalho e invalidez . 
 
2) Fase intermediária ( 1919 até 1945 ): expansão da previdência pelo mundo , com a intervenção do 
Estado cada vez maior na área securitária. 
 
3) Fase contemporânea ( a partir de 1946 ): aumento da clientela atendida e dos benefícios. É o grau 
máximo do welfare state ( Estado do Bem-Estar Social ) , com a proteção de todos contra qualquer tipo 
de risco social. 
 
 
 Resumindo , em um primeiro momento, a proteção contra os infortúnios da vida – velhice , 
invalidez , etc. – vinha da família . Depois vieram os fundos mutualistas , de caráter privado , onde 
determinado grupo de pessoas unia-se voluntariamente para garantir proteção mútua contra os riscos 
sociais. Após este momento , tem-se a ação do Estado para garantir esta proteção social. 
 
 O poor relief act ( Inglaterra , 1601 ) , também conhecida como “Lei dos pobres”, criou 
uma contribuição obrigatória para fins de assistência social e é considerado seu marco inicial. 
 
 Já no aspecto da previdência social . seu marco zero está no seguro doença aprovado pelo 
parlamento alemão em 1883 , por iniciativa do chanceler Bismarck . Daí surgiu duas grandes 
características dos regimes previdenciários modernos: contributividade e obrigatoriedade de filiação. 
Nasce , portanto , o direito do indivíduo à prestação previdenciária garantida pelo Estado , já que este 
mesmo Estado está impondo o pagamento de determinada contribuição social. Até o surgimento desta 
lei ( Lei de Bismarck ) os sistemas securitários tinham natureza exclusivamente privada. 
 
 A expressão Estado do Bem-Estar Social surgiu na Noruega , em 1884 , quando lá foi 
criado um fundo especial em favor de doentes e do auxílio-funeral. 
 
 O relatório Beveridge ( Inglaterra , 1942 ) foi o responsável pela origem da seguridade social 
, ou seja , a responsabilidade estatal pelas ações de previdência social , assistência social e saúde , e 
não só quanto aos empregados das empresas , mas quanto a todo e qualquer trabalhador. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
 
COMPARAÇÕES ENTRE OS MODELOS BISMARKIANO E BEVERIDGIANO DE PROTEÇÃO 
SOCIAL 
 
 Em ambos os modelos buscava-se uma previdência social como garantia , ao menos , do 
mínimo vital , de modo financeiramente possível , através da intervenção e participação estatal. 
 
 No modelo bismarkiano: 
1) A proteção não era universal , pois era limitada aos trabalhadores , através do financiamento por 
meio de contribuições apenas destes e das empresas; 
2) A cobertura atingia somente certas necessidades sociais; 
3) As prestações pagas ao trabalhador são vinculadas à sua respectiva contribuição;4) Funciona através do modelo de capitalização; 
5) Admite a adoção de vários órgãos de previdência divididos por classe de trabalhadores. 
 
 
 O modelo beveridgiano: 
1) Visa à universalidade pois atendia a todos e a tudo , e a contribuição era paga por toda a sociedade; 
2) Aqui as prestações pagas ao trabalhador são desvinculadas da contribuição paga pelo mesmo; 
3) Funciona através do modelo de repartição simples; 
4) Assegura uma maior distribuição de renda; 
5) Adota a unificação administrativa de todo o sistema previdenciário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 
 
REGIMES OU SISTEMAS DE FINANCIAMENTO 
 
 Os regimes ou sistemas de financiamento da seguridade social classificam-se em: 
 
a) Regime ou sistema de capitalização: nesse sistema as contribuições dos segurados se formam em 
contas conjuntas que irão assegurar o pagamento de benefícios daquela mesma geração. Fazendo 
uma comparação tosca , é como se a contribuição do segurado fosse depositada em uma conta 
corrente e rendesse juros . Ao requerer a aposentadoria, o segurado seria pago com recursos daquela 
mesma conta corrente. Assim , os valores pagos no futuro dependerão das taxas de juros obtidas e das 
opções de investimentos dos administradores do fundo. 
 
b) Regime ou sistema de repartição simples: esse sistema repousa na ideia de solidariedade entre os 
indivíduos e entre as gerações ( pacto intergeracional ) , pois aqui temos a repartição da contribuição 
da geração presente de trabalhadores custeando os benefícios dos trabalhadores da geração passada. 
 
c) Regime ou sistema de repartição de capitais de cobertura: esse regime vai além da repartição 
simples, na medida em que o administrador ( atuário1 ) deverá dimensionar as receitas não somente 
para as despesas do ano corrente , mas também para a fixação de reservas que sejam suficientes para 
a continuidade do pagamento dos benefícios concedidos naquele determinado ano , até a morte do 
segurado e dependentes. Pode-se dizer que é um regime intermediário entre a repartição simples e a 
capitalização. 
 
 No Brasil , atualmente , o Regime Geral de Previdência Social ( RGPS ) adota o sistema de 
repartição simples , que sofre severas críticas pois com o envelhecimento da população e o baixo 
índice de natalidade , pois têm-se cada vez mais pessoas recebendo benefício e cada vez menos 
pessoas pagando contribuição. Como este sistema opera basicamente com a transferência de fundos 
entre gerações de trabalhadores , há um momento em que o sistema previdenciário passa a ser 
deficitário. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1 - Bacharel em ciências atuariais. Ciência Atuarial: é a ciência das técnicas específicas de análise de riscos e expectativas, 
principalmente na administração de seguros e fundos de pensão. Esta ciência aplica conhecimentos específicos das 
matemáticas estatística e financeira. Mesmo parecendo uma ciência recente, as origens da atuária (nome pela qual também é 
conhecida) remontam às primeiras preocupações em se criarem garantias aos indivíduos de uma sociedade e em se estudar 
quantidades de nascimento e morte das pessoas. <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ci%C3%AAncias_atuariais> 
 
7 
 
 
Evolução da seguridade social no Brasil 
 
 A evolução da proteção social no Brasil seguiu a mesma lógica do plano internacional: 
origem privada e voluntária com a formação de planos mutualistas e intervenção cada vez maior do 
Estado. 
 
 Como exemplos mais antigos de proteção social no Brasil , temos as “santas casas” 
(1543), atuantes no segmento de assistência social , o Plano de Benefícios dos Órfãos e Viúvas dos 
Oficiais da Marinha (1795) , e o montepio para a guarda pessoal de D. João VI (1808) e o Montepio 
Geral dos Servidores do Estado – MONGERAL (1835) . 
 
 Este movimento mutualista proporcionou a criação de montepios abertos , com ingresso 
franqueado a qualquer pessoa e sem fins lucrativos. 
 
 A Constituição de 1891 foi a primeira a conter a expressão “ aposentadoria “ , a qual era 
concedida apenas a funcionários públicos e somente em casos de invalidez. 
 
 O Decreto-legislativo 3.742/19 criou o seguro de acidentes do trabalho, que incumbia ao 
empregador e consistia em um valor único , que variava em razão do resultado do evento , desde 
incapacidade temporária até a morte. 
 
 A Lei Eloy Chaves (Decreto-legislativo 4.682/23) criou as caixas de aposentadorias e 
pensões para os ferroviários. Assim como no caso do seguro de acidentes do trabalho , a 
responsabilidade pela manutenção e administração do sistema era dos empregados . Apesar de não 
ser a primeira norma sobre seguridade social (já havia o Decreto Legislativo 3724/19 , sobre o seguro 
de acidentes do trabalho) , mas por ter servido de base ao desenvolvimento posterior da previdência , a 
Lei Eloy Chaves ficou conhecida como marco inicial da previdência social brasileira. 
 
 Com a Revolução de 1930 e a criação do Ministério do Trabalho, foram criados os Institutos 
de Aposentadoria e Pensão (IAP), onde a aglutinação dos trabalhadores se dava por categoria 
profissional (marítimos , bancários , comerciários , industriários , estivadores etc.) , e não mais por 
empresas , como nas caixas de aposentadorias e pensões. Além disso , os IAPs tinham natureza 
autárquica e eram subordinados ao Ministério do Trabalho. 
 
 A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer a forma tríplice de custeio , com 
contribuições do Estado , do trabalhador e da empresa. 
 
 A Constituição de 1946 não trouxe grandes alterações. Em 1965 foi incluído um parágrafo 
proibindo a prestação de benefício sem a correspondente fonte de custeio. 
 
 Ainda sob a égide da Constituição de 1946 , a Lei 3.807/60 unificou todas as leis que 
tratavam de seguridade social , ficando conhecida como a Lei Orgânica – porque organiza – da 
Previdência Social - LOPS. 
 
 Em 1966 os diversos IAPs foram unificados pelo Decreto-lei 72/66 com a criação do Instituto 
Nacional de Previdência Social – INPS , que se constituía em uma autarquia da União, como aliás é 
hoje o INSS. 
 
 A Constituição de 1967 foi a primeira a prever o seguro-desemprego. 
 
8 
 
 A Lei 5316/67 integrou o seguro de acidentes do trabalho ( SAT ) à previdência social , já 
que , até então , este seguro era privado. Assim , o SAT passou a ser exclusivamente estatal . A 
Constituição de 1988 , passou a admitir a participação privada neste seguro , na forma do art. 201, § 10. 
 
 A proteção social na área rural começou com a instituição do Fundo de Assistência e 
Previdência do Trabalhador Rural – FUNRURAL , instituído pela Lei 4214/63 , que se destinava à 
proteção dos trabalhadores do setor agrário da indústria canavieira e das empresas de outras atividades 
que , pelo seu nível de organização , pudessem ser incluídas. 
 
 O Plano básico de previdência social rural foi ampliado pelo Decreto-lei 704 / 69, que 
determinava a inclusão de outros trabalhadores rurais. 
 
 A Lei Complementar 11/71 , instituiu o Programa de Assistência ao Trabalhador Rural 
(PRORURAL) , de natureza assistencial , cujo principal benefício era a aposentadoria por velhice, após 
65 anos de idade, em valor equivalente a 50% do salário-mínimo. Logo em seguida foi extinto o plano 
básico , restando aos trabalhadores rurais apenas o benefício assistencial . 
 
 A Lei 6439/77 instituiu o Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social – SINPAS, 
buscando a reorganização da previdência social . O SINPAS agregava as seguintes entidades: 
 
I – Instituto Nacional de Previdência Social – INPS ; 
II – Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social – INAMPS ; 
III – Fundação Legião Brasileira de Assistência – LBA ; 
IV – Fundação Nacional do Bem-estar do Menor – FUNABEM ; 
V – Empresa de Processamento de Dados da Previdência Social – DATAPREV ; 
VI – Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS ; 
VII – Central de Medicamentos – CEME. 
 
 O SINPAS , subordinado ao Ministério da Previdência e Assistência Social – MPAS , tinha 
a finalidade de integrar a concessão e manutenção dos benefícios , a prestação de serviços , o custeio 
de atividades e programas e a gestão administrativa e financeira dos órgãos que o compunham. 
Também foi esta mesma lei que criou o Instituto Nacional de Assistência Médica da Previdência Social 
– INAMPS e o Instituto de Administração Financeira da Previdência e Assistência Social – IAPAS . 
 
 
 O Decreto 77077/76 criou a Consolidação das Leis da Previdência Social – CLPS , que na 
verdade era a junção da Lei 3807/60 (Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS) com outras leis 
esparsas que tratavam da seguridade social . Seria quase um código previdenciário . Esta consolidação 
somente deixou de ser aplicada com o advento da Lei 8213/91. 
 
 A Constituição de 1988 tratou , pela primeira vez , da seguridade social como um conjunto 
integrado de ações nas áreas de saúde , previdência e assistência social em uma evidente aplicação 
do Estado do bem-estar social . 
 
 
 Em 1990 o SINPAS foi extinto . A Lei 8029/90 , criou o Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS , autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social , por meio da fusão do INPS com 
o IAPAS. Assim foram unificadas as duas autarquias previdenciárias , reunindo custeio e benefício em 
uma única entidade. 
 
 O INAMPS , a LBA , a FUNABEM e a CEME foram extintos. 
9 
 
 
 Em 1991 as Leis 8212 (custeio) e 8213 (benefícios) entraram em vigor , revogando a 
Lei 3807/60 (LOPS). O Regulamento destas duas normas é dado pelo Decreto 3.048/99 . 
 
 No Brasil, a Previdência Social é dividida em Pública e Privada. Essa última pode ser 
ainda aberta ou fechada. 
 
 Especificamente quanto a este curso , a que nos interessa é a pública, que possui duas 
subdivisões a conhecer: 
 
 - Regime Geral de Previdência Social (RGPS); 
 
 - Regime Próprio de Previdência Social (RPPS). 
 
 
 O Regime Geral de Previdência Social tem como objetivo assegurar benefícios e 
serviços às pessoas tidas como seus segurados, na sua grande maioria, atreladas aos trabalhadores da 
iniciativa privada e àqueles que trabalham por conta própria. 
 
 Já o Regime Próprio de Previdência Social tem como objetivo assegurar aos 
servidores públicos civis e militares , efetivos ou vitalícios da União, dos Estados, dos Municípios e do 
Distrito Federal os benefícios e serviços contratados. No entanto, resta esclarecer que se o ente 
federativo não possuir uma previdência própria, os seus servidores, ainda que estatutários , estarão 
automaticamente atrelados ao RGPS. 
 
 Com o intuito de esclarecer: 
 
a) Servidores públicos efetivos: todos aqueles que ocupam cargo efetivo. 
 
 b) Servidores públicos vitalícios: todos aqueles que ocupam cargo vitalício (membros da Magistratura , 
membros do Ministério Público e membros dos Tribunais de Contas). 
 
 Ao RGPS estão vinculados os trabalhadores brasileiros de modo geral, sendo este 
regime disciplinado no art. 201 da Constituição. Sejam os empregados, profissionais liberais, etc. - são 
todos segurados obrigatórios do RGPS, que é administrado pelo Instituto Nacional do Seguro Social – 
INSS, autarquia federal vinculada ao Ministério da Previdência Social. 
 
 Os RPPS são organizados por Unidade Federada, sendo abordados no art. 40 da 
Constituição. Isto é, cada Ente Federativo (União, Estados, DF e Municípios) tem competência para 
criar um único regime previdenciário próprio para seus servidores, desde que sejam ocupantes de cargo 
de provimento efetivo ou vitalício (quaisquer outras pessoas contratadas pela Administração Pública 
que não ocupem cargo público efetivo ou vitalício são vinculados ao RGPS, como, por exemplo, 
empregados públicos, comissionados, etc). 
 
 Enquanto o RGPS é único, para todo o Brasil e tem por autarquia gestora o INSS , os 
RPPS são vários, criados por Entes Federativos, restritos aos servidores efetivos e vitalícios das 
respectivas unidades federadas. Cada Ente Federativo poderá ter um único RPPS. Por exemplo, 
a RIOPREVIDÊNCIA é a autarquia estadual responsável pela gestão do RPPS do servidor público do 
estado do Rio de Janeiro. Já a PREVIRIO é a autarquia municipal responsável pela gestão do RPPS 
do servidor público do município do Rio de Janeiro 
 
10 
 
 
 
 No tocante aos militares da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Territórios 
aplicam-se outras regras , que não as do art. 40 da Constituição Federal. A Carta Política estabelece 
que a lei disporá sobre a transferência do militar para a inatividade (CF, arts. 42, §1º e 142, § 3º, X). Em 
relação aos membros das Forças Armadas (Exército, Marinha e Aeronáutica), estas regras são 
definidas pela Lei n° 6.880/80, que dispõe sobre o Estatuto dos Militares. 
 
 
 
 
3) Seguridade social: conceito 
 Nos termos do art. 194 da Carta Maior , o conceito de seguridade social é o seguinte: 
a seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos Poderes Públicos e 
da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. 
 A seguridade social é parte de um todo chamado proteção social. A sociedade organiza-se 
com a finalidade de proteger as pessoas que a integram. Essa proteção social é materializada por 
diversos instrumentos como, por exemplo , o seguro-desemprego e a seguridade social , essa última 
com suas 3 vertentes: SAÚDE , PREVIDÊNCIA E ASSISTÊNCIA SOCIAL. Assim, a seguridade social 
destina-se a assegurar direito à saúde , assistência social e previdência social a todos , respeitada , 
quanto a esta última seu caráter de contributividade. 
 Em termos doutrinários , a seguridade social pode ser conceituada como a rede protetiva 
formada pelo Estado e por particulares , com contribuições de todos , incluindo parte dos beneficiários 
dos direitos , no sentido de estabelecer ações positivas no sustento de pessoas carentes, trabalhadores 
em geral e seus dependentes , providenciando a manutenção de um padrão mínimo de vida. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
4) Ações de seguridade social: 
4.1) Previdência social: tem por objetivo possibilitar o acesso aos meios indispensáveis de manutenção 
quando da ocorrência dos fatos previstos no art. 201 , I a V , C.F. Sua natureza jurídica é a de um 
seguro social não contratual (estatutário) , por meio do qual são distribuídosdireitos àqueles que 
obrigatoriamente contribuem. Daí decorre suas três principais características : 
 
a) Obrigatoriedade de filiação: toda pessoa que exerce atividade remunerada relacionada nas 
normas previdenciárias é de filiação compulsória e , portanto , obrigada a efetuar recolhimentos 
ao sistema previdenciário. 
 
 
b) Contributividade: somente fará jus aos benefícios de previdência social aquele que para tal 
contribuir, ou seja , não há gratuidade neste caso. 
 
 
c) Substitutividade das prestações: os benefícios pecuniários da previdência social têm por 
objetivo, em regra, substituir o rendimento do trabalho e não podem,portanto, ter valor inferior 
ao salário mínimo , salvo , o salário-família e o auxílio-acidente que não possuem caráter de 
substitutividade.(art. 201 , § 2º , C. F.) 
 
 
 
 
4.2) Saúde: é direito de todos e dever do Estado (art. 196 da Constituição Federal) ,ou seja , 
independentemente de contribuição , qualquer pessoa tem o direito de obter atendimento na rede 
pública de saúde. 
 
Art. 196 , CRFB/88 - A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais 
e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e 
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação. 
Art. 197 , CRFB/88 - São de relevância pública as ações e serviços de saúde, cabendo ao Poder 
Público dispor, nos termos da lei, sobre sua regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua 
execução ser feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa física ou jurídica de direito 
privado. 
Art. 198 , CRFB/88 - As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede regionalizada e 
hierarquizada e constituem um sistema único, organizado de acordo com as seguintes diretrizes: 
I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo; 
II - atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo dos serviços 
assistenciais; 
III - participação da comunidade. 
 
 
 
 
12 
 
4.3) Assistência social: será prestada a quem dela necessitar (art. 203 da Constituição Federal) , ou 
seja , àqueles que não possuem condições de manutenção própria. Tem ,portanto , caráter de amparo 
social, diferente da previdência que é um seguro social . Assim como a saúde , é gratuita . O requisito 
para o auxílio assistencial é a necessidade do assistido , comprovada na forma da lei. 
 
Art. 203 , CRFB/88 - A assistência social será prestada a quem dela necessitar, independentemente de 
contribuição à seguridade social, e tem por objetivos: 
I - a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; 
II - o amparo às crianças e adolescentes carentes; 
III - a promoção da integração ao mercado de trabalho; 
IV - a habilitação e reabilitação das pessoas portadoras de deficiência e a promoção de sua integração 
à vida comunitária; 
V - a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa portadora de deficiência e ao idoso 
que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família, 
conforme dispuser a lei. 
 
 
5) Legislação Previdenciária. 
 
5.1) Conteúdo 
 
Entende-se como legislação previdenciária o conjunto de leis e atos administrativos que regulam o 
funcionamento de toda a seguridade social , e não apenas da previdência social. 
 
Assim temos: 
 
Lei n.° 8.212/91: Lei de custeio da seguridade social. 
 
Lei n.º 8.213/91: Lei de benefícios da previdência social. 
 
Decreto n.° 3.048/99: Regulamento da previdência social ( regulamenta as Leis 8212/91 e 8213/91 ) 
 
Lei n° 8.742/93: Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS 
 
Decreto nº. 6.214/07: Regulamento da assistência social 
 
Além das normas acima citadas tem-se um quantidade enorme de instruções normativas , portarias , 
ofícios , atos normativos , circulares , pareceres e outras tantas disposições complementares que dizem 
respeito á seguridade social. 
 
 
 
 
 
 
13 
 
5.2) fontes 
 
Fonte do direito , em um sentido amplo , são os fatores éticos , sociológicos , históricos , políticos e 
culturais que condicionam a origem do direito e determinam seu conteúdo. 
 
Em um sentido restrito e específico , fonte do direito é aquilo que lhe dá forma . Quer dizer são as leis e 
demais atos normativos , a jurisprudência ( quando um juiz ou tribunal , repetidamente , julga – 
interpreta – certo assunto sempre da mesma maneira ), a doutrina (a compreensão daquele assunto 
dada pelos autores que escrevem sobre o mesmo) e os costumes . 
 
Contudo , quanto ao Direito Previdenciário , podemos citar como fonte formal apenas a legislação - 
pois apenas esta tem força coercitiva e origem estatal - a começar pela Constituição Federal e a seguir 
pelas leis 8212/91 e 8213/91 , e pelo Decreto 3048/99. 
 
As fontes do Direito Previdenciário também podem ser divididas em primárias e secundárias: 
 
As fontes primárias , também denominadas como diretas ou imediatas, são as normas 
infraconstitucionais , que tiram seu fundamento de validade da própria Constituição. Quer dizer , são 
as leis , os decretos , as medidas provisórias etc. 
 
Já as fontes secundárias , também denominadas como mediatas, são aquelas que tiram seu 
fundamento de validade das normas infraconstitucionais. Por isso são denominadas também de normas 
infralegais . Dessa forma, o memorando, a orientação normativa , a instrução normativa ,as portarias , 
os ofícios , as circulares etc. são fontes secundárias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
5.3) Vigência das normas previdenciárias 
 
A vigência da lei diz respeito à sua existência jurídica em determinado momento. É requisito necessário 
para sua eficácia ou para sua produção de efeitos. 
 
Como regra geral aplica-se o disposto na Lei de Introdução ao Código Civil Brasileiro ou Lei de 
Introdução às Normas do Direito Brasileiro: 
Art. 1
o
 , LICC - Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias 
depois de oficialmente publicada. 
Em regra , sendo vigente a lei , ela já está apta a produzir efeitos , dotada , portanto , de eficácia . 
Porém , existem exceções , como o art. 195 , § 6º da C.F. que introduz o princípio da anterioridade 
nonagesimal: 
Art. 195 , § 6º , CRFB/88 - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, não se lhes 
aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
Ainda temos as leis relativas às alterações nos benefícios previdenciários , que estabelecem, com 
frequência , períodos de transição , nos quais a lei tem sua eficácia restrita ou reduzida, como , por 
exemplo ,no art. 142 da Lei 8213/91. 
Contudo , tanto a Lei 8212/91 ,como a Lei 8213/91 , tiveram vigência e , consequentemente , eficácia 
imediatamente com a publicação: 
Art. 104 , Lei 8212/91 - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação. 
Art. 155 , Lei 8123/91 - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
15 
 
5.4) INTERPRETAÇÃO DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 
 
A interpretação da norma jurídica impõe a localização topográfica da matéria na Constituição. A 
seguridade é direito social, é um dos instrumentos de preservação da dignidade da pessoa humana 
e de redução das desigualdades sociaise regionais, que são respectivamente fundamento e objetivo 
do Estado Democrático de Direito (arts. 1º e 3º da CF). 
 
O art. 6º da CF relaciona os direitos sociais: educação, saúde, trabalho, lazer, segurança, previdência 
social, proteção à maternidade e à infância e assistência aos desamparados, disciplinados na forma da 
Constituição. A Ordem Social tem como base o primado do trabalho, e seus objetivos são o bem-estar 
e a justiça sociais. 
 
O constituinte de 1988 escolheu o trabalho como alicerce da Ordem Social, indicando que toda 
atividade legislativa e interpretativa dessas normas deve prestigiar os direitos do trabalhador. 
 
O trabalho e a dignidade da pessoa humana são fundamentos do Estado Democrático de Direito (art. 
1º, III e IV, da CF). É com o trabalho que o homem sustenta a si e à sua família, do que resulta que só 
há dignidade humana quando houver trabalho. Só o trabalho propicia bem-estar e justiça sociais. 
 
Também são direitos sociais os enumerados no art. 7º da CF, voltados ao trabalhador com relação de 
emprego. 
 
Há outros direitos sociais por todo o texto constitucional, normas cuja obediência levará à efetivação do 
bem-estar e da justiça sociais. O art. 3º traça os objetivos fundamentais da República, e neles inclui a 
erradicação da pobreza e da marginalização e a redução das desigualdades sociais e regionais. 
 
É de grande importância o art. XXV da Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão, de 
1948, que o Brasil subscreveu: 
 
“1. Todo homem tem direito a um padrão de vida capaz de assegurar a si e a sua família saúde 
e bem-estar, inclusive alimentação, vestuário, habitação, cuidados médicos e os serviços sociais 
indispensáveis, e direito à segurança em caso de desemprego, doença, invalidez, viuvez, velhice ou 
outros casos de perda dos meios de subsistência em circunstâncias fora de seu controle. 
 
2. A maternidade e a infância têm direito a cuidados e assistência especiais. Todas as crianças, 
nascidas dentro ou fora do matrimônio, gozarão da mesma proteção social”. 
 
É objetivo fundamental da República “promover o bem de todos, sem preconceitos de origem, raça, 
sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (art. 3º, IV, da CF), o que só é possível 
com a efetivação dos direitos sociais. 
 
Os fundamentos do Estado Democrático de Direito e os objetivos fundamentais da República apontam 
para o conceito de justiça social. A dignidade da pessoa humana, o valor social do trabalho, a 
solidariedade social, o desenvolvimento, a erradicação da pobreza e da marginalização, a redução das 
desigualdades sociais e regionais e a promoção do bem de todos são os alicerces, os princípios e 
diretrizes norteadoras da elaboração, da interpretação e da aplicação do direito. 
 
 
 
 
16 
 
LEI 8742/93 ( Lei Orgânica da Assistência Social – LOAS ) 
Art. 1º A assistência social, direito do cidadão e dever do Estado, é Política de Seguridade Social não 
contributiva, que provê os mínimos sociais, realizada através de um conjunto integrado de ações de 
iniciativa pública e da sociedade, para garantir o atendimento às necessidades básicas. 
Art. 2
o
 A assistência social tem por objetivos: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
I - a proteção social, que visa à garantia da vida, à redução de danos e à prevenção da incidência de 
riscos, especialmente: (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
a) a proteção à família, à maternidade, à infância, à adolescência e à velhice; (Incluído pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
b) o amparo às crianças e aos adolescentes carentes; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
c) a promoção da integração ao mercado de trabalho; (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
d) a habilitação e reabilitação das pessoas com deficiência e a promoção de sua integração à vida 
comunitária; e (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
e) a garantia de 1 (um) salário-mínimo de benefício mensal à pessoa com deficiência e ao idoso que 
comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção ou de tê-la provida por sua família; 
(Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
II - a vigilância socioassistencial, que visa a analisar territorialmente a capacidade protetiva das 
famílias e nela a ocorrência de vulnerabilidades, de ameaças, de vitimizações e danos; (Redação dada pela 
Lei nº 12.435, de 2011) 
III - a defesa de direitos, que visa a garantir o pleno acesso aos direitos no conjunto das provisões 
socioassistenciais. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
 
Do Benefício de Prestação Continuada 
Art. 20. O benefício de prestação continuada é a garantia de um salário-mínimo mensal à pessoa 
com deficiência e ao idoso com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais que comprovem não possuir meios de 
prover a própria manutenção nem de tê-la provida por sua família. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 
2011) 
§ 1
o
 Para os efeitos do disposto no caput, a família é composta pelo requerente, o cônjuge ou 
companheiro, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os irmãos solteiros, os filhos 
e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo teto. (Redação dada pela Lei 
nº 12.435, de 2011) 
 § 2
o
 Para efeito de concessão deste benefício, considera-se pessoa com deficiência aquela que tem 
impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação 
com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de 
condições com as demais pessoas. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
 
17 
 
§ 3
o
 Considera-se incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família cuja 
renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do salário-mínimo. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
Segundo o STF: Declaração de inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei 8742/93 (LOAS). 
Benefício de prestação continuada: tutela constitucional de hipossuficientes e dignidade humana 
 
O Plenário, por maioria, negou provimento a recursos extraordinários julgados em conjunto — interpostos pelo 
INSS — em que se discutia o critério de cálculo utilizado com o intuito de aferir-se a renda mensal familiar per 
capita para fins de concessão de benefício assistencial a idoso e a pessoa com deficiência, previsto no art. 203, V, 
da CF. Declarou-se a inconstitucionalidade do § 3º do art. 20 da Lei 8.742/93 e do parágrafo único do art. 34 da 
Lei 10.741/2003 ( Estatuto do Idoso) 
 
Prevaleceu o voto do Min. Gilmar Mendes, relator do RE 580963/PR. Ressaltou haver esvaziamento da decisão 
tomada na ADI 1232/DF — na qual assentada a constitucionalidade do art. 20, § 3º, da Lei 8.742/93 —
especialmente por verificar que inúmeras reclamações ajuizadas teriam sido indeferidas a partir de condições 
específicas, a demonstrar a adoção de outros parâmetros para a definição de miserabilidade. Aduziu que o juiz, 
diante do caso concreto, poderia fazer a análise da situação. 
 
O Min. Celso de Mello acresceu que, conquanto excepcional, seria legítima a possibilidade de intervenção 
jurisdicional dos juízes e tribunais na conformação de determinadas políticas públicas, quando o próprio Estado 
deixasse de adimplir suas obrigações constitucionais, sem que isso pudesse configurar transgressão ao postulado 
da separação de Poderes. 
 
O Min. Gilmar Mendes enfatizou que a questão seria relevante sob dois prismas: 
 
1º) a evolução ocorrida; e 
 
2º) a concessão de outros benefícios com a adoção de critérios distintos de 1/4 do salário mínimo. 
 
No tocante ao parágrafo único do art. 34 do Estatuto do Idoso, oMin. Gilmar Mendes reputou violado o princípio 
da isonomia. Realçou que, no referido estatuto, abrira-se exceção para o recebimento de dois benefícios 
assistenciais de idoso, mas não permitira a percepção conjunta de benefício de idoso com o de deficiente ou de 
qualquer outro previdenciário. Asseverou que o legislador incorrera em equívoco, pois, em situação absolutamente 
idêntica, deveria ser possível a exclusão do cômputo do benefício, independentemente de sua origem. 
 
 RE 567985/MT, rel. orig. Min. Marco Aurélio, red. p/ o acórdão Min. Gilmar Mendes, 17 e 18.4.2013. (RE-
567985). RE 580963/PR, rel. Min. Gilmar Mendes, 17 e 18.4.2013.(RE-580963) 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
§ 4
o
 O benefício de que trata este artigo não pode ser acumulado pelo beneficiário com qualquer 
outro no âmbito da seguridade social ou de outro regime, salvo os da assistência médica e da pensão 
especial de natureza indenizatória. (Redação dada pela Lei nº 12.435, de 2011) 
§ 5
o
 A condição de acolhimento em instituições de longa permanência não prejudica o direito do 
idoso ou da pessoa com deficiência ao benefício de prestação continuada. (Redação dada pela Lei nº 
12.435, de 2011) 
 § 6º A concessão do benefício ficará sujeita à avaliação da deficiência e do grau de impedimento de 
que trata o § 2
o
, composta por avaliação médica e avaliação social realizadas por médicos peritos e por 
assistentes sociais do Instituto Nacional de Seguro Social - INSS. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 
2011) 
 § 7
o
 Na hipótese de não existirem serviços no município de residência do beneficiário, fica 
assegurado, na forma prevista em regulamento, o seu encaminhamento ao município mais próximo que 
contar com tal estrutura. (Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998) 
 § 8
o
 A renda familiar mensal a que se refere o § 3
o
 deverá ser declarada pelo requerente ou seu 
representante legal, sujeitando-se aos demais procedimentos previstos no regulamento para o 
deferimento do pedido.(Incluído pela Lei nº 9.720, de 30.11.1998) 
§ 9º A remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz não será considerada para 
fins do cálculo a que se refere o § 3
o
 deste artigo. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
§ 10. Considera-se impedimento de longo prazo, para os fins do § 2
o
 deste artigo, aquele que 
produza efeitos pelo prazo mínimo de 2 (dois) anos. (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
 Art. 21. O benefício de prestação continuada deve ser revisto a cada 2 (dois) anos para avaliação da 
continuidade das condições que lhe deram origem. (Vide Lei nº 9.720, de 30.11.1998) 
 § 1º O pagamento do benefício cessa no momento em que forem superadas as condições referidas no 
caput, ou em caso de morte do beneficiário. 
 § 2º O benefício será cancelado quando se constatar irregularidade na sua concessão ou utilização. 
§ 3
o
 O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou educacionais e a realização de 
atividades não remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não constituem motivo de 
suspensão ou cessação do benefício da pessoa com deficiência. (Incluído pela Lei nº 12.435, de 2011) 
 § 4º A cessação do benefício de prestação continuada concedido à pessoa com deficiência não 
impede nova concessão do benefício, desde que atendidos os requisitos definidos em 
regulamento. (Redação dada pela Lei nº 12.470, de 2011) 
 
 
 
 
 
19 
 
Art. 21-A. O benefício de prestação continuada será suspenso pelo órgão concedente quando a pessoa 
com deficiência exercer atividade remunerada, inclusive na condição de microempreendedor individual. . 
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
§ 1
o
 Extinta a relação trabalhista ou a atividade empreendedora de que trata o caput deste artigo e, 
quando for o caso, encerrado o prazo de pagamento do seguro-desemprego e não tendo o beneficiário 
adquirido direito a qualquer benefício previdenciário, poderá ser requerida a continuidade do pagamento 
do benefício suspenso, sem necessidade de realização de perícia médica ou reavaliação da deficiência e 
do grau de incapacidade para esse fim, respeitado o período de revisão previsto no caput do art. 21. . 
(Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
§ 2
o
 A contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do benefício 
de prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da remuneração e do 
benefício. . (Incluído pela Lei nº 12.470, de 2011) 
“A Lei 12.470 , de 31/08/2011 , mudou a recente regra criada para o benefício assistencial da 
LOAS. Na regra criada pela Lei n. 12.435 , de 6/7/2011, haveria a necessidade de existir incapacidade, 
a qual teria de ultrapassar dois anos, para ser qualificada como de longo prazo. A Lei nº. 12.470/11 
mantém essa restrição temporal, mas não fala mais em incapacidade, mas sim impedimento, o que 
permite uma aplicação mais abrangente, até pelo fato de incapacidade ser termo mais adequado à 
aptidão para o trabalho, o que não faria sentido para crianças, por exemplo. 
Hoje, então, a lei ainda prevê que, para fins do BPC, considera-se pessoa com deficiência 
aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os 
quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na 
sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas, mas deixando claro que seja trata de 
impedimento (e não necessariamente incapacidade) e que os efeitos devem perdurar, por no mínimo, 
dois anos. 
Adicionalmente, a nova lei expressa que a remuneração da pessoa com deficiência na condição 
de aprendiz não será considerada para fins do cálculo da renda familiar. Era comum, em diversas 
situações, que um menor aprendiz, em razão de sua bolsa, excluísse o direito ao benefício assistencial 
de algum familiar, haja vista a elevação da renda per capita. Isso hoje não mais existe. Indo além, a lei 
prevê que a contratação de pessoa com deficiência como aprendiz não acarreta a suspensão do 
benefício de prestação continuada, limitado a 2 (dois) anos o recebimento concomitante da 
remuneração e do benefício. Ou seja, se o próprio portador de deficiência for contratado como aprendiz, 
ainda assim permanecerá o beneficio, mas limitado há dois anos. 
Caso a pessoa portadora de deficiência, beneficiária do benefício assistencial, venha a exercer 
atividade remunerada, perderá a prestação, ainda que na condição de MEI. Caso retorne à situação 
original, poderá requerê-lo novamente. 
Interessante notar que, caso o evento que tenha provocado a perda do benefício assistencial 
tenha se exaurido (perda de emprego, por exemplo), poderá o segurado reativar seu benefício sem 
perícia, de imediato, desde que dentro do prazo de dois anos da concessão, pois, ultrapassado esse 
prazo, é necessária nova avaliação para qualquer beneficiário.“ (http://www.fabiozambitte.com.br/ ) 
 
 
 
20 
 
Dispositivos do Dec. 6214/07 (Regulamento da Assistência Social): 
 
Art. 4
o
 , Dec. 6214/07 - Para os fins do reconhecimento do direito ao benefício, considera-se: 
I - idoso: aquele com idade de sessenta e cinco anos ou mais; 
II - pessoa com deficiência: aquela que tem impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, 
intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena 
e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas; (Redação dada pelo Decreto nº 
7.617, de 2011) 
III - incapacidade: fenômeno multidimensional que abrange limitação do desempenho de atividade erestrição da participação, com redução efetiva e acentuada da capacidade de inclusão social, em 
correspondência à interação entre a pessoa com deficiência e seu ambiente físico e social; 
IV - família incapaz de prover a manutenção da pessoa com deficiência ou do idoso: aquela cuja renda 
mensal bruta familiar dividida pelo número de seus integrantes seja inferior a um quarto do salário 
mínimo; 
V - família para cálculo da renda per capita: conjunto de pessoas composto pelo requerente, o 
cônjuge, o companheiro, a companheira, os pais e, na ausência de um deles, a madrasta ou o padrasto, os 
irmãos solteiros, os filhos e enteados solteiros e os menores tutelados, desde que vivam sob o mesmo 
teto; e (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
VI - renda mensal bruta familiar: a soma dos rendimentos brutos auferidos mensalmente pelos 
membros da família composta por salários, proventos, pensões, pensões alimentícias, benefícios de 
previdência pública ou privada, seguro-desemprego, comissões, pro labore, outros rendimentos do 
trabalho não assalariado, rendimentos do mercado informal ou autônomo, rendimentos auferidos do 
patrimônio, Renda Mensal Vitalícia e Benefício de Prestação Continuada, ressalvado o disposto no 
parágrafo único do art. 19. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
 
§ 2
o
 Para fins do disposto no inciso VI do caput, não serão computados como renda mensal bruta 
familiar: (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
I - benefícios e auxílios assistenciais de natureza eventual e temporária; (Incluído pelo Decreto nº 
7.617, de 2011) 
II - valores oriundos de programas sociais de transferência de renda; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, 
de 2011) 
III - bolsas de estágio curricular; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
IV - pensão especial de natureza indenizatória e benefícios de assistência médica, conforme 
disposto no art. 5
o
; (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
V - rendas de natureza eventual ou sazonal, a serem regulamentadas em ato conjunto do Ministério 
do Desenvolvimento Social e Combate à Fome e do INSS; e (Incluído pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
VI - remuneração da pessoa com deficiência na condição de aprendiz. (Incluído pelo Decreto nº 7.617, 
de 2011) 
21 
 
Art. 5
o
 , Dec. 6214/07 - O beneficiário não pode acumular o Benefício de Prestação Continuada com 
qualquer outro benefício no âmbito da Seguridade Social ou de outro regime, inclusive o seguro-
desemprego, ressalvados o de assistência médica e a pensão especial de natureza indenizatória, bem 
como a remuneração advinda de contrato de aprendizagem no caso da pessoa com deficiência, observado 
o disposto no inciso VI do caput no § 2
o
 do art. 4
o
. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
Parágrafo único. A acumulação do benefício com a remuneração advinda do contrato de 
aprendizagem pela pessoa com deficiência está limitada ao prazo máximo de dois anos. (Incluído pelo 
Decreto nº 7.617, de 2011) 
Art. 19 , Dec.. 6214/07 - O Benefício de Prestação Continuada será devido a mais de um membro da 
mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos neste Regulamento. 
Parágrafo único. O valor do Benefício de Prestação Continuada concedido a idoso não será 
computado no cálculo da renda mensal bruta familiar a que se refere o inciso VI do art. 4
o
, para fins de 
concessão do Benefício de Prestação Continuada a outro idoso da mesma família. 
Art. 20 , Dec. 6214/07 - O Benefício de Prestação Continuada será devido com o cumprimento de 
todos os requisitos legais e regulamentares exigidos para a sua concessão, devendo o seu pagamento ser 
efetuado em até quarenta e cinco dias após cumpridas as exigências. 
Parágrafo único. Para fins de atualização dos valores pagos em atraso, serão aplicados os mesmos 
critérios adotados pela legislação previdenciária. (Redação dada pelo Decreto nº 7.617, de 2011) 
Art. 21 , Dec. 6214/07 - Fica o INSS obrigado a emitir e enviar ao requerente o aviso de concessão ou 
de indeferimento do benefício, e, neste caso, com indicação do motivo. 
Art. 22 , Dec. 6214/07 - O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito a desconto de qualquer 
contribuição e não gera direito ao pagamento de abono anual. 
Art. 23 , Dec. 6214/07 - O Benefício de Prestação Continuada é intransferível, não gerando direito à 
pensão por morte aos herdeiros ou sucessores. 
Parágrafo único. O valor do resíduo não recebido em vida pelo beneficiário será pago aos seus 
herdeiros ou sucessores, na forma da lei civil. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
22 
 
6) Objetivos ou princípios básicos da seguridade social 
 
Art. 194 , CRFB/88 - A seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa 
dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência 
e à assistência social. 
Parágrafo único. Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a seguridade social, com 
base nos seguintes objetivos: 
I - universalidade da cobertura e do atendimento; 
II - uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 
III - seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; 
IV - irredutibilidade do valor dos benefícios; 
V - equidade na forma de participação no custeio; 
VI - diversidade da base de financiamento; 
VII - caráter democrático e descentralizado da administração, mediante gestão quadripartite, com 
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos 
colegiados.(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
 No parágrafo único do art. 194 da Constituição Federal estão relacionados os objetivos 
básicos da seguridade social e esta relação de princípios tem a finalidade de servir como vetor de 
orientação interpretativa de regras constitucionais e de normas legais e administrativas , servir como 
paradigma para certificação de validade material de normas infraconstitucionais editadas antes ou 
depois da carta de 1988 e impedir o retrocesso na proteção do núcleo das prestações sociais. 
Princípios são , também , finalidades que o legislador deve perseguir. 
 
 
 
 
 
 
23 
 
 Abaixo a relação dos objetivos constitucionais da seguridade social e suas respectivas 
definições doutrinárias. 
I – UNIVERSALIDADE DA COBERTURA E DO ATENDIMENTO: este princípio possui duas 
dimensões: 
1) Na dimensão objetiva visa alcançar todos os riscos sociais que possam gerar o estado de 
necessidade ( universalidade de cobertura ). 
2) Na dimensão subjetiva ,busca tutelar toda pessoa pertencente ao sistema protetivo ( 
universalidade de atendimento ). 
 
 Este princípio estabelece que qualquer pessoa ( inclusive estrangeiro ) pode participar da 
proteção patrocinada pelo Estado. Com relação à saúde , esta é a regra. Porém, quanto à previdência 
social , por se tratar de um regime contributivo , a participação é , a princípio , restrita aos que 
contribuam e esta obrigação recai obrigatoriamente sobre os que exercem atividade remunerada, mas , 
para atender ao mandamento constitucional em análise , foi criada a figura do segurado facultativo. Já 
quanto à assistência social , embora gratuita , é restrita àqueles que cumpram certos requisitos , como , 
por exemplo , no caso do benefício concedido pela Lei 8742/93 (L.O.A.S). 
 
 Conclui-se ,portanto, que a universalidade da seguridade social deve ser entendida de 
maneira relativa ,pois , em certos casos, os benefícios da seguridade somente serãoconcedidos a 
quem cumprir os requisitos impostos pela lei. 
 
 
 
 
II – UNIFORMIDADE E EQUIVALÊNCIA DE PRESTAÇÕES ENTRE AS POPULAÇÕES 
URBANAS E RURAIS: para evitar a discriminação do trabalhador rural o legislador estipulou a 
uniformidade e equivalência dos benefícios e dos serviços que , a princípio, significa que ambos terão 
direito aos mesmos benefícios . Advirta-se , contudo , que equivalência não se traduz em igualdade 
absoluta. Logo, aplicando-se o princípio da isonomia ( art. 5º , caput , Const. Fed. ) ,admite-se que 
trabalhadores urbanos e rurais sejam , em certas circunstâncias , tratados de forma diferente. Ex : 
redução de 5 anos na aposentadoria por idade do trabalhador rural ( art. 201 , § 7º , II , in fine , 
CRFB/88. ) 
 
 
 
 
 
III – SELETIVIDADE E DISTRIBUTIVIDADE NA PRESTAÇÃO DOS BENEFÍCIOS E SERVIÇOS: 
baseado no Princípio da Reserva do Possível , o qual limita a ação estatal dentro das possibilidades 
orçamentárias , impondo ao legislador definir ,na lei orçamentária, onde aplicar os limitados recursos, 
dentro das ilimitadas necessidades da sociedade. Neste contexto insere-se a seletividade e a 
distributividade que , em uma tradução bastante simples ,significa que nem todos os segurados terão 
direito a todos os benefícios , devendo , pois , serem privilegiados aqueles mais necessitados e 
aqueles que efetivamente cumprem os requisitos para a sua concessão. Ex: salário-família e auxílo-
reclusão são benefícios pagos exclusivamente a segurados de baixa renda. É importante também 
perceber que este princípio relativiza ou mitiga o princípio da universalidade. 
 
 
 
24 
 
IV – IRREDUTIBILIDADE DO VALOR DOS BENEFÍCIOS: este princípio se aplica quanto à 
impossibilidade de redução nominal e real do valor dos benefícios. Por irredutibilidade nominal 
entenda-se a vedação da redução do valor do benefício no seu valor expresso em moeda . Já a 
irredutibilidade real significa que não poderia haver redução no poder de compra da prestação 
previdenciária ao longo do tempo , o que obrigaria o poder público a fazer correção periódica dos 
mesmos pelos índices de inflação. 
 
 Aqui surge , em geral , uma dúvida. Tome-se como exemplo o seguinte caso hipotético: 
vovó se aposentou em 1998 e teve como renda mensal inicial do benefício o valor de R$ 1.200,00 , 
montante equivalente então a 10 salários mínimos . Em 2015 , vovó recebe por mês R$ 3.577,22 . 
Considerando-se o valor do salário mínimo em 2015 (R$ 788,00), vovó percebe mensalmente 
importância equivalente a 4,5 salários mínimos. Como isto se deu? Em razão dos índices de reajustes 
diferentes que são aplicados ao salário mínimo e aos benefícios previdenciários de valor superior a 
este. Em 2015 , por exemplo , o primeiro foi reajustado em 8,83 % e os segundos em 6,23 %. Agora 
a dúvida: isto não fere a irredutibilidade real? A princípio, sim. Contudo, o STF adota uma acepção 
restrita desse princípio, impondo somente um dever estatal de abstenção de não reduzir a prestação 
previdenciária , e não do efetivo reajuste do benefício pela correção monetária , ou seja , o Estado 
apenas tem a obrigação de assegurar a irredutibilidade nominal , e não a real. 
 
 Segundo o STF: “ O critério de reajuste dos benefícios previdenciários, previsto no inciso II do art. 
41-A da Lei n. 8.213/91 ( O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do 
reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, 
com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de 
Geografia e Estatística - IBGE. ) , não viola o princípio estampado no art. 194, inciso IV, da Constituição Federal." 
(AI 548.735-AgR, Rel. Min. Cezar Peluso, julgamento em 18-12-06, DJ de 23- 2-07) 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
V - EQUIDADE NA FORMA DE PARTICIPAÇÃO NO CUSTEIO: a análise deste princípio requer certo 
cuidado. À primeira vista , a equidade no custeio seria um eufemismo para a figura da capacidade 
contributiva aplicada às contribuições sociais. No entanto , deve-se lembrar de que o fundamento da 
cobrança das cotizações sociais é a solidariedade entre o grupo, sendo possível , inclusive , que alguns 
sejam dispensados de seu recolhimento ,se comprovada sua situação de miserabilidade. 
 
 Em diversas contribuições , a sistemática será análoga aos impostos , havendo a fixação de 
contribuição maior para aqueles que recebam maior remuneração , lucro ou receita. Assim , quanto a 
determinadas contribuições este princípio se aplica de maneira simples: aqueles que têm maior renda 
contribuem com um percentual maior de seus rendimentos. Quem ganha menos , contribui com menos , 
como se vê na tabela do salário-de-contribuição , abaixo reproduzida. 
 
 
Tabela de contribuição dos segurados empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso , 
para pagamento de remuneração a partir de 1º de Janeiro de 2015: 
Salário-de-contribuição: (R$) 
Alíquota para fins de recolhimento 
ao INSS: (%) 
até R$ 1.399,12 8,00 
de R$ 1.399,13 a R$ 2.331,88 9,00 
de R$ 2.331,89 até R$ 4.663,75 11,00 
 
 
 
 
 Em outras situações , a aplicação deste princípio implicará uma variação da contribuição 
de acordo com o risco proporcionado para os segurados, como no caso da contribuição da empresa 
para o financiamento da aposentadoria especial, como se verá adiante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
26 
 
VI – DIVERSIDADE DA BASE DE FINANCIAMENTO: a seguridade social é financiada com recursos 
dos entes federativos ( União , Estados , Distrito Federal e Municípios ) , dos trabalhadores e das 
empresas,além de outros (art.195,Const. Fed. ) . 
 Art. 195 , CF - A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos 
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal 
e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
 I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: 
 a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à 
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; 
 b) a receita ou o faturamento; 
 c) o lucro; 
 II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição sobre 
aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata o art. 201; 
 III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
 IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
 
VII - CARÁTER DEMOCRÁTICO E DESCENTRALIZADO DA ADMINISTRAÇÃO, MEDIANTE 
GESTÃO QUADRIPARTITE , COM PARTICIPAÇÃO DOS TRABALHADORES , DOS 
EMPREGADORES , DOS APOSENTADOS E DO GOVERNO NOS ÓRGÃOS COLEGIADOS: 
visam dar segurança e moralidade à administração do sistema , exigindo a participação da comunidade 
interessada nos órgãos colegiados da seguridade social ,por exemplo, através do conselho nacional 
de previdência social ( art. 3º da Lei 8213/91 ) , a quem cabe , entre outras funções ,estabelecer 
diretrizes gerais , apreciar as decisões de políticas de interesse do sistema e aprovar planos e 
programas da previdência social. 
 Art. 3º , Lei 8123/91 - Fica instituído o Conselho Nacionalde Previdência Social–CNPS, órgão 
superior de deliberação colegiada, que terá como membros: 
 I - seis representantes do Governo Federal; 
 II - nove representantes da sociedade civil, sendo: 
 a) três representantes dos aposentados e pensionistas; 
 b) três representantes dos trabalhadores em atividade; 
 c) três representantes dos empregadores. 
 
 
27 
 
 Além dos princípios expressos no parágrafo único do art. 194, outros princípios 
constitucionais também se aplicam à seguridade social , como , por exemplo , a solidariedade , a 
isonomia , a legalidade , a segurança jurídica , além de outros. Entre estes diferentes princípios 
merece destaque o princípio da solidariedade ( art. 3º , I , CRFB/88 ) , pois este traduz o verdadeiro 
espírito da previdência social: a proteção coletiva , na qual as pequenas contribuições individuais geram 
recursos suficientes para a criação de um sistema protetivo para todos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
28 
 
CONSTITUIÇÃO DA REPÚBLICA 
Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, 
nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do 
Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais: 
a) Competência da União: 
Art. 149 , CRFB/88 - Compete exclusivamente à União instituir contribuições sociais, de intervenção no 
domínio econômico e de interesse das categorias profissionais ou econômicas, como instrumento de sua 
atuação nas respectivas áreas, observado o disposto nos arts. 146, III, e 150, I e III, e sem prejuízo do 
previsto no art. 195, § 6º, relativamente às contribuições a que alude o dispositivo. 
 
b) Destinação exclusiva das contribuições sociais: 
Art. 167 , CRFB/88 - São vedados: 
 XI - a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais de que trata o art. 195, I, “a”, e II, 
para a realização de despesas distintas do pagamento de benefícios do regime geral de previdência social 
de que trata o art. 201. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
c) Princípio da tríplice forma de custeio ( entes federativos , empresas e trabalhadores ) 
 
d) Segundo o STF : “A contribuição de seguridade social possui destinação constitucional específica. A 
contribuição de seguridade social não só se qualifica como modalidade autônoma de tributo (RTJ 
143/684), como também representa espécie tributária essencialmente vinculada ao financiamento da 
Seguridade Social, em função de específica destinação constitucional.” (ADC 8-MC, Rel. Min. Celso de 
Mello, julgamento em 13-10-99, DJ de 4-4-03) 
 
 
 I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes 
sobre: (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer 
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (Incluído pela 
Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 Nesta alínea temos a Contribuição Previdenciária Patronal - CPP 
 
 
 
29 
 
 b) a receita ou o faturamento; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Nesta alínea temos a Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social – COFINS. 
 
 
Segundo o STF : "A jurisprudência do Supremo, ante a redação do artigo 195 da Carta Federal anterior à 
Emenda Constitucional n. 20/98, consolidou-se no sentido de tomar as expressões receita bruta e 
faturamento como sinônimas, jungindo-as à venda de mercadorias, de serviços ou de mercadorias e 
serviços. É inconstitucional o § 1º do artigo 3º da Lei n. 9.718/98, no que ampliou o conceito de receita 
bruta para envolver a totalidade das receitas auferidas por pessoas jurídicas, independentemente da 
atividade por elas desenvolvida e da classificação contábil adotada." (RE 390.840 e RE 357.950, Rel. Min. 
Marco Aurélio, julgamento em 9-11-05, Plenário, DJ de 15-8-06). 
 
 
c) o lucro; (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Nesta alínea temos a Contribuição Sobre o Lucro Líquido – CSLL. 
 
 II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não incidindo contribuição 
sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo regime geral de previdência social de que trata 
o art. 201; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 a) Ao contrário do que ocorre com os servidores públicos aposentados e seus respectivos pensionistas ( 
art. 40 , § 18 , C.F ) , aposentados e pensionistas do RGPS não pagam contribuição previdenciária sobre o 
valor de suas aposentadorias ou pensões. Quer dizer , neste caso a Constituição criou um hipótese de 
imunidade tributária. 
b) Atenção: não confundir a contribuição sobre aposentadoria e pensão com a contribuição sobre 
remuneração do aposentado que continua ou volta a trabalhar , como visto abaixo em decisão do STF: 
 
 "Contribuição previdenciária: aposentado que retorna à atividade: A contribuição previdenciária do 
aposentado que retorna à atividade está amparada no princípio da universalidade do custeio da 
Previdência Social (CF, art. 195); (RE 437.640, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, julgamento em 5-9-06, 1ª 
Turma, DJ de 2-3-07). 
 
 
c) Nesta alínea temos a Contribuição Previdenciária do Segurado - CPS 
 
III - sobre a receita de concursos de prognósticos. 
 Loterias , bingo , corrida de cavalo , raspadinhas etc. ( art. 212 , Dec. 3.048 / 99 ) 
 
 
 
30 
 
 IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei a ele equiparar. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 42, de 19.12.2003) 
 Neste inciso temos a COFINS e o PIS sobre a importação. 
 
 § 1º - As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à 
seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da 
União. 
 Para a União , a lei orçamentária anual irá prever o orçamento da seguridade social , ao lado 
do orçamento fiscal e de investimentos , sendo , portanto , autônomo em relação ao Tesouro Nacional , de 
modo a evitarem-se desvios de recursos para outros fins. A união não tem , portanto , uma contribuição 
social. Ela participa atribuindo dotações orçamentárias à seguridade social , além de ser responsável pela 
cobertura de eventuais insuficiências financeiras ( art. 16 , Lei 8212/91 ). 
 Não há um percentual mínimo definido para ser destinado à seguridade social , tal como 
ocorre com a educação ( art. 212 , CRFB/88 ). A participação da União consiste em uma parcela aleatória. 
 Art. 165 , § 5º , CRFB/88 - A lei orçamentária anual compreenderá: 
 I - o orçamento fiscal referente aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e entidades da 
administração direta e indireta, inclusive fundações instituídas e mantidas pelo Poder Público; 
 II - o orçamento de investimento das empresas em que a União, direta ou indiretamente, detenha a 
maioria do capital social com direito a voto; 
 III - o orçamento da seguridade social, abrangendo todas as entidades e órgãos a ela vinculados, da 
administração direta ou indireta, bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder 
Público 
 
 § 2º - A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada 
pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista 
as metas e prioridades estabelecidas na leide diretrizes orçamentárias, assegurada a cada 
área a gestão de seus recursos. 
 
 § 3º - A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido 
em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele receber benefícios ou incentivos 
fiscais ou creditícios. 
 Daí , por exemplo , a necessidade de se obter a Certidão Negativa de Débito ( CND ) para 
participar de licitações. 
 
 
31 
 
 § 4º - A lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão 
da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I. 
 a) Competência residual da União: 
Art. 154 , C.F. - A União poderá instituir: 
 I - mediante lei complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam não 
cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos discriminados nesta Constituição; 
 
 
b) Regulamentação de contribuição social com fatos geradores previstos na Constituição pode ser feita 
por lei ordinária. 
 Regulamentação de contribuição social com fatos geradores não previstos na Constituição somente 
pode ser feita por lei complementar. 
 
c) A contribuição social nova não pode ter base de cálculo ou fato gerador de contribuição social já 
existente , sob pena de configuração de bis in idem
2
. Contudo , segundo o STF , é possível que a 
contribuição social nova tenha base de cálculo ou fato gerador de imposto já existente , visto que 
impostos e contribuições sociais se configuram em subsistemas tributários independentes , que não se 
comunicam. 
 
 
 § 5º - Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou 
estendido sem a correspondente fonte de custeio total. 
 Aqui temos o princípio da precedência do custeio em relação ao benefício ou a regra 
constitucional da contrapartida. 
 Atenção: o fato de não haver contribuição para a assistência social , visto que benefícios 
assistenciais são gratuitos , não quer dizer que não exista fonte de custeio própria para este subsistema 
da seguridade social. 
 
 
2 - O bis in idem é um fenômeno do direito. No direito tributário ocorre quando o mesmo ente tributante cobra um tributo do 
mesmo contribuinte e sobre o mesmo fato gerador mais de uma vez. Não deve ser confundido com bitributação que ocorre 
quando entes distintos realizam a cobrança do mesmo tributo sobre um mesmo contribuinte. 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Bis_in_idem> 
 
32 
 
 § 6º - As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas após 
decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado, 
não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III, "b". 
 
 
 
 
 
 
 
 
Publicação 
da Lei: 
Cobrança 
do tributo: 
 
1) Art. 150 , C.F. - Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos 
Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
 III - cobrar tributos: 
 b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; 
 
 
2) Neste parágrafo o termo “modificado” deve ser entendido como aumentado. 
 
 
 
 
 
ART. 150, III , b 
 
ART. 195,§6º 
 
 
 
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE 
 OU 
PRINCÍPIO DA 
NÃO SURPRESA 
 
 
 
 
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE 
NONAGESIMAL 
 OU 
PRINCÍPIO DA 
ANTERIORIDADE 
MITIGADA 
 OU 
 NOVENTENA 
 DA 
CONTRIBUIÇÃO 
 SOCIAL 
PRINCÍPIO 
DA 
ANUALIDADE 
 
33 
 
§ 7º - São isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes de 
assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei. 
Segundo o STF : 
 
“ A cláusula inscrita no art. 195, § 7º, da Carta Política – não obstante referir-se impropriamente à isenção 
de contribuição para a seguridade social –, contemplou as entidades beneficentes de assistência social o 
favor constitucional da imunidade tributária, desde que por elas preenchidos os requisitos fixados em lei. 
” (RMS 22.192, Rel. Min. Celso de Mello, julgamento em 28-11-95, DJ de 19-12-96) 
 
 § 8º O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem 
como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, 
sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de 
uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos 
termos da lei. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Estes são os segurados especiais. 
 
 § 9º As contribuições sociais previstas no inciso I do caput deste artigo poderão ter 
alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização 
intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de 
trabalho. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 47, de 2005) 
Segundo o STF : “ Contribuição previdenciária sobre a folha de salários. Adicional. § 1º do art. 22 da lei n. 
8.212/91. A sobrecarga imposta aos bancos comerciais e às entidades financeiras, no tocante à 
contribuição previdenciária sobre a folha de salários, não fere, à primeira vista, o princípio da isonomia 
tributária, ante a expressa previsão constitucional. (AC 1.109-MC, Rel. p/ o ac. Min. Carlos Britto, 
julgamento em 31-5-07, DJE de 19-10-07) 
 
 § 10. A lei definirá os critérios de transferência de recursos para o sistema único de saúde 
e ações de assistência social da União para os Estados, o Distrito Federal e os Municípios, e 
dos Estados para os Municípios, observada a respectiva contrapartida de recursos. (Incluído 
pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
 
 
 
 
 
34 
 
 § 11. É vedada a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais de que tratam 
os incisos I, a, e II deste artigo, para débitos em montante superior ao fixado em lei 
complementar. (Incluído pela Emenda Constitucional nº 20, de 1998) 
Anistia: é forma de exclusão do crédito tributário que diz respeito somente a penalidades decorrentes do 
descumprimento da legislação fiscal ( art. 180 , caput , CTN ) . É exclusão , pois impede a formação do 
crédito ,ocorrendo após o fato gerador , mas antes do lançamento do débito. 
Remissão: diz respeito ao perdão do crédito tributário , ou seja , é forma de extinção do crédito securitário 
prevista em lei ( art. 156 , IV , CTN ) . Nesse caso , o crédito é constituído por meio de lançamento de débito 
( art. 142 , caput , CTN ) , mas uma lei posterior vem a perdoar o devedor. Repare que a remissão é mais 
abrangente que a anistia ,pois aquela pode incluir o principal e os acréscimos , como as penalidades ; 
enquanto que esta exclui apenas as penalidades. 
Fica vedada , portanto , a concessão de remissão ou anistia das contribuições sociais da empresa 
relativas à folha de salários e do trabalhador , para débitos em montante superior ao fixado em lei 
complementar, a qual ainda não foi instituída. Com relação às demais contribuições , ( art. 195 , III e IV, 
C.F. e aquelas instituídas por leis complementares ) , não há qualquer vedação ou limite , sendo possível 
a qualquer momento a concessão de remissão ou anistia ,desde que elaborada por lei , que , neste caso , 
pode ser ordinária. 
 
 § 12. A lei definirá os setores de atividade econômica para os

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