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Direito Tributário - Definição, objeto, princípios e fontes

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APOSTILA DE DIREITO TRIBUTÁRIO. 
Direito Tributário – definição, objeto, princípios, fontes.
Introdução: 
Para viver em sociedade surgiu a necessidade de criação de um ente com força superior para resolver os conflitos. Dessa necessidade nasceu ESTADO� e a partir do surgimento desse ente surgiu concomitantemente a necessidade de financiamento, ou seja, a necessidade desse ente pagar suas contas. 
O Brasil é um exemplo de Estado Federal�, ou Federação, embora a centralização do poder político e especialmente a centralização das rendas tributárias, antes da Constituição de 1988, fossem de tal ordem a caracterizar o Brasil como Estado Unitário embora seja bastante acentuada a dependência dos Estados, posto que a distribuição das quotas destes nos fundos de participação continua a ser administrada pelo Governo central.
Qualquer que seja a concepção de Estado que se venha a adotar, é inegável que ele desenvolve atividade financeira. Para alcançar seus objetivos precisa de recursos financeiros e desenvolve atividade para obter, gerir e aplicar tais recursos. Isto não significa que não possa atuar no campo econômico. E atua, com maior ou menor intensidade, ora explorando patrimônio seu, com o fim de lucrar, ora intervindo no setor privado da economia, na defesa da coletividade. 
CONCEITO DE DIREITO TRIBUTÁRIO
Direito Tributário é o ramo do direito público que rege as relações jurídicas entre o estado e os particulares, decorrentes da atividade financeira do Estado no que se refere à obtenção de receitas que correspondam ao conceito de Tributos – Rubens Gomes Souza – Compendio de Legislação Tributária. 
Já para Hugo de Brito Machado o Direito Tributário é o ramo do direito que se ocupa das relações entre fisco e as pessoas sujeitas a imposições tributárias de qualquer espécie, limitando o poder de tributar e protegendo o cidadão contra os abusos desse poder 
Em outras palavras o Direito Tributário é o conjunto de normas que regula o comportamento das pessoas de levar dinheiro aos cofres públicos
 
Governo (ente público estatal – União, Estado, Município e o DF)
 
 Direito Tributário (normas e princípios)
 Contribuinte 
Dessa relação entre o ente público estatal nascem três elementos: Partes, a prestação e o vínculo jurídico
As partes: Ente Público Estatal e o contribuinte;
Prestação: Consiste na obrigação �de dar de cunho efetivamente patrimonial� (levar dinheiro aos cofres do Estado) ou em uma obrigação de fazer ou não fazer de caráter instrumental� (emitir nota fiscal, entregar declaração de IR, etc)
Vínculo Jurídico: Nada mais é do que a norma produzida pelo próprio Estado que é o liame da obrigacional
3. Objeto
O objeto do direito tributário é o Tributo, que está definido no art. 3° da Lei n° 5.172 de 25 de outubro de 1966 (CTN – Código Tributário Nacional), da seguinte forma: “Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada”.  Este dispositivo é de fundamental importância para o aprendizado do direito tributário, daí porque nos deteremos em cada um dos seus elementos.
4. Princípios
PRINCIPIO TRIBUTÁRIO - Limitação constitucional ao poder de Tributar.
Poder de Tributar - É o poder político de instituição de tributo que compete às entidades tributantes (UNIÃO, ESTADOS, MUNICÍPIOS E DF)
Nessa medida o princípio tributário terá o condão de separar o fenômeno tributário constitucional daquele que é inconstitucional
O princípio tributário, para o STF, é uma garantia individual do contribuinte, associando-se à cláusula pétrea, entendimento se deu no âmbito do extinto IPMF, em 1993, quando tal imposto foi considerado inconstitucional (ADI 939-7), por ter ele violado o princípio da anterioridade tributária.
PRINCÍPIOS DO DIREITO TRIBUTÁRIO
Princípio da Legalidade:
	Princípio da legalidade
	Princípio da Reserva legal
	Ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei (artigo 5º, II, da CF)
	Algumas matérias só podem ser disciplinadas por meio de Lei
Ex: Direito Penal
Tipos de reserva legal:
Absoluta: Lei vai regular integralmente a norma constitucional.
Relativa: Além da Lei, atos infralegais poderão regulamentar a norma constitucional.
Simples: A norma constitucional não fixa uma finalidade específica.
Qualificada: A norma constitucional fixa as diretrizes da norma regulamentadora.
SEGUNDO HUGO DE BRITO MACHADO:
Criar um tributo é estabelecer todos os elementos de que se necessita para saber se este existe, qual é o seu valor, quem deve pagar, quando e a quem deve ser pago. Assim, a lei instituidora do tributo há de conter: (a) a descrição do fato tributável; (b) a definição da base de cálculo e da alíquota, ou outro critério a ser utilizado para o estabelecimento do valor do tributo; (c) o critério para a identificação do sujeito passivo da obrigação tributária; (d) o sujeito ativo da relação tributária, se for diverso da pessoa jurídica da qual a lei seja expressão de vontade
Legalidade Tributária (artigo 150, I, da CF): União, Estados, Municípios e DF só podem criar e aumentar o tributo por meio de Lei; nullum tributum sine lege
Obs: a idéia é de consentimento popular (valor axiológico valorativo).
 - Pontos de Miranda: “o povo tributando a si mesmo”; 
Obs2: A lei que cria e aumenta tributo é uma lei ordinária. 
Obs3: A exceção são quatro tributos federais que dependem de Lei complementar: Imposto sobre grandes fortunas� (artigo 153, VII, CF), empréstimos compulsórios, Imposto residual�, contribuição previdenciária residual, 
Exceções ao princípio da legalidade tributária: O poder executivo federal pode vir e alterar as alíquotas de quatro impostos federais, aumentando-os ou reduzindo-os (Decreto Presidencial). 
Artigo 153, § 1º da CF:
Quatro impostos que podem ser alterados pelo Executivo
Imposto de Importação
Imposto de Exportação
IPI e IOF
Por quê? Eles, sendo impostos flexíveis, haja vista o manejo permitido de suas alíquotas, eles têm extrafiscalidade (instrumento tributário).
O tributo extrafiscal não atende a finalidades arrecadatórias, mas busca corrigir certas externalidades.
Obs: A Emenda Constitucional 33/2001 trouxe mais duas exceções para o princípio da legalidade:
CIDE COMBUSTÍVEL (Tributo federal – contribuição de intervenção no domínio econômico) suas alíquotas podem ser modificadas por ato do poder executivo federal (artigo 177, § 4º, I, “b” da CF).
ICMS – COMBUSTIVEL (imposto estadual) Artigo 155, §º, IV, “c” da CF.
DICAS FINAIS SOBRE O PRINCÍPIO DA LEGALIDADE:
O que é reserva legal? Também conhecida como estrita legalidade, está prevista no artigo 97 do CTN indicando a moção tipificante da lei tributária.
Itens de toda lei tributária: Alíquota, base de calculo, sujeito passivo, multa e fato gerador. 
Obs: Para o STF a alteração na data de pagamento do tributo, por não constar da lista acima, pode ser tratado por ato infralegal.
Pode uma MP criar e aumentar tributo no Brasil? Sim, uma vez que a EC 32 previu que a MP pode criar e aumentar impostos no Brasil (STF interpretação ampliativa – Tributos);
Ex: MP aumenta no ITR
MATERIA QUE DEPENDE DA Lei Complementar (ARTIGO 146 DA CF).
MAPA MENTAL (PRINCIPIO DA LEGALIDADE)
PRINCÍPIO DA ANTERIORIDADE (Artigo 150, III, alínea B e C da CF:
Tal principio se refere ao adiamento da eficácia da Lei Tributária, razão pela qual é conhecido como “princípio da eficácia diferida”
LEI 
O princípio da anterioridade tributária, expresso no art. 150, III, alíneas “b” e “c”, da CF, destaca-se como um postulado tipicamente tributário, cujos efeitos direcionam-separa a seara da tributação, seja ela federal, estadual, municipal ou distrital. 
 
 A alínea “b” sempre esteve presente no texto constitucional, enquanto a alínea “c” teve sua inserção mobilizada pela Emenda Constitucional nº 32/2003. As indigitadas alíneas hospedam anterioridades com denominações distintas. A alínea “b” atrela-se à “anterioridade anual”, também intitulada “anterioridade de exercício”, “anterioridade comum”, ou, como preferem muitos estudiosos, simplesmente, “anterioridade”. A alínea “c”, por sua vez, refere-se à “anterioridade privilegiada”, também reconhecida por “anterioridade qualificada” ou “anterioridade nonagesimal”.
ANTERIORIDADE (APLICAÇÃO CUMULATIVA)
	Artigo 150, III, “B” da CF
	Artigo 150, III, “C”, da CF
	Chamada de anterioridade anual ou de exercício; 
Prevista na Constituição de 1988;
	Chamada de Anterioridade nonagesimal / qualificada / privilegiada
Introduzida pela EC 32/2003
Princípio da Anterioridade Anual – art. 150, III, “b”, CF
 O Princípio da Anterioridade Anual determina que os entes tributantes (União, Estados, Municípios e Distrito Federal) não podem cobrar tributos no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei majoradora ou instituidora do tributo. Note o comando:
 
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
III – cobrar tributos: (...)
b) no mesmo exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou; (...)
A expressão exercício financeiro deve ser assimilada como ano fiscal, que, no Brasil, coincidentemente, representa o ano civil (período entre 1º de janeiro e 31 de dezembro), nos termos do art. 34 da Lei n. 4.320, de 17-03-1964.
O legislador constituinte sinaliza a possibilidade de se criar ou aumentar o tributo a qualquer tempo, todavia impõe que a eficácia da lei criadora ou majoradora fique suspensa até o início do ano posterior, quando deverá incidir. Exemplos:
a) Tributo criado ou majorado em março de 2002: incidência em 1º de janeiro de 2003;
b) Tributo criado ou majorado em novembro de 2003: incidência em 1º de janeiro de 2004.
O princípio da anterioridade anual e o art. 104 do CTN:
O art. 104 do CTN também descreve o princípio da anterioridade tributária anual. Note-o:
Art. 104. Entram em vigor no primeiro dia do exercício seguinte àquele em que ocorra a sua publicação os dispositivos de lei, referentes a impostos sobre o patrimônio ou a renda:
I – que instituem ou majoram tais impostos;
II – que definem novas hipóteses de incidência;
III – que extinguem ou reduzem isenções, salvo se a lei dispuser de maneira mais favorável ao contribuinte, e observado o disposto no artigo 178. (grifo nosso)
Sabe-se que tal preceptivo irradiou efeitos até a edição da Emenda Constitucional n. 18/65, quando foi afastado, dando lugar à anterioridade da lei fiscal.
Para vários doutrinadores, esse comando se encontra revogado (PAULSEN, Leandro. Direito tributário: Constituição e Código Tributário Nacional à luz da doutrina e da jurisprudência. 9. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2007), ou, pelo menos, contempla incisos (I e II) “inapelavelmente derrogados”. Com efeito, o mencionado dispositivo choca-se com o texto constitucional hodierno – a Carta Magna de 1988 –, uma vez que o princípio da anterioridade tributária, na esteira constitucional, diferentemente da dicção do art. 104 do CTN:
 (1) não diz respeito apenas a impostos sobre o patrimônio e a renda, referindo-se a tributos em geral;
 (2) não se atrela tão somente a “impostos”, mas a tributos em geral, ressalvados os casos de exceção (art. 150, § 1º, CF);
 (3) não se refere à “entrada em vigor” da lei, mas à sua eficácia.
 
Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela OAB/SC (Comissão de Estágio e Exame de Ordem), em 20-08-2006: “O Código Tributário Nacional, quanto ao princípio da anterioridade, está desatualizado, pois a Constituição Federal prevê o princípio aplicável a todos os tributos, com algumas exceções”.
Por outro lado, as Bancas Examinadoras têm considerado o art. 104 do CTN um dispositivo aplicável, a despeito das opiniões de inconstitucionalidade.
Em termos práticos, adaptando o art. 104 do CTN à ideia de anterioridade vigente, em uma tentativa de interpretá-lo de acordo com a dicção do texto constitucional, a lei que instituir ou majorar um imposto (inciso I) ou que definir nova hipótese de incidência (inciso II) – não obstante a prolixidade do comando, que anuncia situações que são, de fato, a mesma coisa, deverá obedecer ao princípio da anterioridade tributária.
 
Com relação ao inciso III, entrará em vigor, no primeiro dia do exercício financeiro seguinte, a lei que “extinguir uma isenção”, ou mesmo aquela que “reduzir uma isenção”. O preceptivo traz importantes ressalvas:
a) na situação descrita no art. 178 do CTN, em que haverá um tipo privilegiado de isenção – aquela concedida por prazo certo e sob determinada condição. Nesse caso, haverá irrevogabilidade do benefício isencional;
b) na situação de a própria lei revogadora ou diminuidora da isenção estabelecer um início de vigência para data posterior ao dia 1º de janeiro do ano subsecutivo da publicação da norma, criando-se uma situação favorável ao contribuinte. Nesse caso, a data de entrada em vigor não será aquela prevista no caput (primeiro dia do exercício financeiro seguinte), mas o dia estipulado na lei revogadora ou diminuidora da isenção.
Princípio da Anterioridade Nonagesimal – art. 150, III, “c”, CF:
O advento da Emenda Constitucional n. 42, de 19 de dezembro de 2003, segundo a qual se passou a vedar a cobrança de tributos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que tenha sido publicada a lei que haja instituído ou majorado o tributo, em consonância com a alínea “c” do inciso III do art. 150 da Constituição Federal. Vejamos:
Art. 150. Sem prejuízo de outras garantias asseguradas ao contribuinte, é vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: (...)
III – cobrar tributos: (...)
c) antes de decorridos noventa dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o disposto na alínea “b”. (grifo nosso)
Dessa forma, robusteceu-se a anterioridade de exercício, na medida em que se passou a exigir, a partir de 2004, obediência à anterioridade anual, além da anterioridade nonagesimal, em nítida aplicação cumulativa garantindo-se ainda mais o contribuinte contra uma tributação inopinada.
A regra geral da anterioridade e a aplicação cumulativa dos prazos – art. 150, III, “c”, parte final, CF
Com o robustecimento da anterioridade de exercício, em face do “reforço de anterioridade”, trazido pela Emenda Constitucional n. 42, passou-se a exigir, a partir de 2004, a aplicação cumulativa das anterioridades anual e nonagesimal. O quadro a seguir ilustra, cronologicamente, a conjunta aplicação:
Na prática, a aplicação conjunta mostra-se bem fácil. Observe os casos práticos a seguir:
 
a)  Lei n.___ majorou um tributo em 15 de dezembro de 2010. Quando incidirá tal aumento?
 Resolução: em primeiro lugar, projete a incidência para o 1º dia do exercício seguinte àquele em que tenha havido o aumento do tributo, isto é, 1º-01-2011, em respeito à anterioridade anual. Logo após, projete a incidência para o 91º dia, a contar do termo inicial ofertado – 15 de dezembro de 2010 –, permitindo-se a identificação de uma data final, em meados de março de 2011. Por fim, compare as datas encontradas (1º-01-2011 x data final – meados de março/2011), escolhendo a “maior”. Certamente, optará por aquela data de meados de março de 2011. Somente a partir dela, o contribuinte sujeitar-se-á à incidência desse tributo, majorado em 15 de dezembro de 2010;
b)  Lei n.___ majorou um tributo em 5 de outubro de 2010. Quando incidirá tal aumento?
 Resolução:em primeiro lugar, projete a incidência para o 1º dia do exercício seguinte àquele em que tenha havido o aumento do tributo, isto é, 1º-01-2011, em respeito à anterioridade anual. Logo após, projete a incidência para o 91º dia, a contar do termo inicial ofertado – 5 de outubro de 2010 –, permitindo-se a identificação de uma data final, em meados de janeiro de 2011 (início). Por fim, compare as datas encontradas (1º-01-2011 x data final – meados de janeiro/2011), escolhendo a “maior”. Certamente, optará por aquela data de meados de janeiro de 2011. Somente a partir dela, o contribuinte sujeitar-se-á à incidência desse tributo, majorado em 5 de outubro de 2010;
c)  Lei n.___ majorou um tributo em 10 de agosto de 2010. Quando incidirá tal aumento?
 Resolução: em primeiro lugar, projete a incidência para o 1º dia do exercício seguinte àquele em que tenha havido o aumento do tributo, isto é, 1º-01-2011, em respeito à anterioridade anual. Logo após, projete a incidência para o 91º dia, a contar do termo inicial ofertado – 10 de agosto de 2010 –, permitindo-se a identificação de uma data final, no mesmo ano de 2010, em meados de novembro. Por fim, compare as datas encontradas (1º-01-2011 x data final – meados de novembro/2010), escolhendo a “maior”. Certamente, optará pela data correspondente a 1º-01-2011, uma vez que a contagem dos 90 dias não extrapolou o ano de 2010. A partir dessa data (1º-01-2011), o contribuinte sujeitar-se-á à incidência desse tributo majorado em 10 de agosto de 2010.
 
Após três exercícios de contagem de anterioridade, é bastante crível a conclusão sobre a regra geral da anterioridade, conjuntamente aplicada. Note-a:
Uma vez assimilada a regra geral da anterioridade tributária para os tributos, urge dimensionarmos o universo das exceções, a fim de obtermos a visão totalizante da matéria.
Resumo do resumo:
A regra no Direito Tributário é que a publicação e a vigência seja no mesmo dia. 
A eficácia ($) fica para momento não coincidente com a vigência/publicação.
Vetor axiológico: Segurança Jurídica.
Artigo 150, inciso III, alínea B: A Lei deverá incidir em 1º de janeiro do ano seguinte ao de sua publicação (Anterioridade anual ou anterioridade de exercício)
Artigo 150, inciso III, alínea C: A Lei deverá incidir no nonagésimo primeiro dia a contar da sua publicação (Anterioridade nonagesimal – qualificada)
Obs: Até 2003 só anterioridade anual; De 2004 em diante anterioridade anual mais anterioridade nonagesimal.
Quando pagar??????
Lei Publicada em 15.12.2010: A Lei incidirá em meados de março. Para que a norma tributária realmente produza efeito ela deve respeitar, cumulativamente, tanto o princípio da anterioridade anual como o da anterioridade nonagesimal; 
Nesse passo, diz-se que a segurança jurídica é o elemento axiológico do postulado em estudo, tendente a coibir a tributação de surpresa, ou seja, aquela que surpreende o sujeito passivo da obrigação tributária sem lhe permitir o razoável tempo de preparo para o evento inexorável da tributação.
A esse respeito, chancela o eminente Sacha Calmon Navarro Coêlho, asseverando que o princípio da anterioridade tributária, sendo de fundo axiológico, é “nascido da aspiração dos povos de conhecerem com razoável antecedência o teor e o quantum dos tributos a que estariam sujeitos no futuro imediato, de modo a poderem planejar as suas atividades levando em conta os referenciais da lei”.
 
 Regra geral: Caso o tributo seja criado ou majorado entre janeiro e setembro (até 2 de outubro), a incidência da lei ocorrerá em 1º de janeiro do ano seguinte. Se isso se der entre Outubro e novembro, a incidência será posterior a primeiro de janeiro. 
As exceções ao princípio da anterioridade anual:
O art. 150, § 1º, parte inicial, da CF enumera importante lista de exceções ao princípio da anterioridade anual:
Art. 150. (...)
§ 1º. A vedação do inciso III, “b”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; (...)
 
Evidencia-se que o preceptivo, um tanto lacônico, exige que o estudioso proceda à devida tradução dos artigos e incisos ali mencionados pelos nomes designativos dos gravames correspondentes, considerados “exceções”, aos quais não se aplica a vedação do inciso III, “b”. Após fazê-lo, será possível descobrir um rol de tributos que têm – e sempre tiveram – a imediata eficácia da lei instituidora ou majoradora, que, prontamente incidindo, torna-os prontamente exigíveis.
 
Observe a lista de exceções à anterioridade anual, parcialmente revelada e até aqui ocupada por tributos exclusivamente federais:
Imposto sobre Importação (II)
Imposto sobre Exportação (IE)
Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) Extrafiscalidade
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Imposto Extraordinário de Guerra (IEG) 
Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública Urgência 
ou Guerra Externa (EC-Cala/Gue) 
 
À luz do rol acima, é possível assegurar que há inafastável lógica na presença de tais tributos nesse tipo de lista, a qual sinaliza a imediata incidência da lei tributária: enquanto os primeiros se justificam pelo viés da extrafiscalidade, os últimos ancoram-se na esteira da emergencialidade. Com efeito, em temas de comércio internacional (II e IE), de mercado financeiro (IOF) e da produção nacional (IPI), é comum o caráter regulatório na tributação, revestindo tais impostos, ditos “flexíveis”, de extrafiscalidade. Da mesma forma, soaria irrazoável associar as situações limítrofes de guerra e calamidade pública a uma espera anual.
4.4.1 As exceções ao princípio da anterioridade anual e a Emenda Constitucional n. 33/2001:
Com a Emenda Constitucional n. 33/2001, a lista, parcialmente revelada em epígrafe, ganhou o incremento de mais duas exceções: CIDE-Combustível (federal) e ICMS-Combustível (estadual), totalizando o rol das 8 (oito) exceções à anterioridade tributária anual.
No plano teleológico (finalidade), a inclusão desses últimos gravames também se lastreou no contexto da extrafiscalidade, ao lado dos impostos federais reguladores de mercado (II, IE, IPI, IOF). Vamos analisar tais exações incluídas:
1. CIDE-Combustível: trata-se de tributo federal, instituído no Brasil, com fulcro na Lei Ordinária n. 10.336/2001, no intuito de promover tributação extrafiscal nas atividades ligadas a combustíveis. Conforme o disposto no art. 149, § 2º, II, c/c art. 177, § 4º, I, “b”, parte final, ambos da CF, o Poder Executivo Federal poderá reduzir e restabelecer as alíquotas do tributo por meio de ato próprio – no caso, o decreto presidencial –, não se lhe aplicando a regra da anterioridade anual (art. 150, III, “b”, CF). Note o comando:
Art. 177. (...)
§ 4º. A lei que instituir contribuição de intervenção no domínio econômico relativa às atividades de importação ou comercialização de petróleo e seus derivados, gás natural e seus derivados e álcool combustível deverá atender aos seguintes requisitos:
I – a alíquota da contribuição poderá ser: (...)
b) reduzida e restabelecida por ato do Poder Executivo, não se lhe aplicando o disposto no art. 150, III, “b” da CF;
Verifica-se que as alíquotas da CIDE-Combustível, incidentes sobre atividades de importação ou comercialização de petróleo (e derivados), gás natural (e derivados) e álcool combustível, passarão ao largo do princípio constante do art. 150, III, “b”, da CF – o postulado da anterioridade tributária anual –, quando houver sua redução e seu restabelecimento. Ademais, conforme se nota – e já se estudou –, o gravame é igualmente uma ressalva à legalidade tributária, pois se abre para a alteração de alíquotas por ato do Poder Executivo.
2. ICMS-Combustível: trata-se de uma exclusiva ressalva indicadora de tributo não federal (imposto estadual), no rol de exceções ao princípio da anterioridade tributária anual. Frise-se, em tempo, que a mitigação não serefere ao “ICMS”, em si, mas a um tipo todo particularizado desse imposto – o ICMS-Combustível, por nós assim intitulado. Veja o comando:
Art. 155. (...)
§ 4º. Na hipótese do inciso XII, “h”, observar-se-á o seguinte: (...)
IV – as alíquotas do imposto serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal, nos termos do § 2º, XII, “g”, observando-se o seguinte: (...)
c) poderão ser reduzidas e restabelecidas, não se lhes aplicando o art. 150, III, “b”.
Conforme o disposto no art. 155, § 4º, IV, “c”, da CF, acima reproduzido, o intitulado “ICMS-Combustível” será uma ressalva à anterioridade anual, no tocante à redução e restabelecimento de sua alíquota, à semelhança da CIDE-Combustível. Todavia, o preceptivo é dependente de outros comandos, fazendo-se menção às alíneas “g” e “h” do inciso XII do § 2º do art. 155 do texto constitucional. Vamos a elas:
Art. 155. (...)
§ 2º. O imposto previsto no inciso II atenderá ao seguinte: (...)
XII – cabe à lei complementar: (...)
g) regular a forma como, mediante deliberação dos Estados e do Distrito Federal, isenções, incentivos e benefícios fiscais serão concedidos e revogados;
h) definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto incidirá uma única vez, qualquer que seja a sua finalidade, hipótese em que não se aplicará o disposto no inciso X, “b”. (grifos nossos)
Em consonância com o art. 155, § 2º, XII, “h”, da CF, cabe à lei complementar definir os combustíveis e lubrificantes sobre os quais o imposto (ICMS) incidirá uma única vez (incidência unifásica ou monofásica), qualquer que seja a sua finalidade. Por sua vez, as alíquotas do ICMS incidente sobre esses combustíveis serão definidas mediante deliberação dos Estados e Distrito Federal. Portanto, tais entes políticos, mediante convênios interestaduais, celebrados no âmbito do CONFAZ (Conselho de Política Fazendária), definirão as alíquotas do ICMS incidente sobre esses combustíveis.
Posto isso, a guisa de memorização, é de rigor que se visualizem as 8 (oito) ressalvas ao princípio da anterioridade tributária anual:
 
II
IE
IPI
IOF
IEG
EC-Cala/Gue
CIDE-Combustível
ICMS-Combustível
As exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal e à Emenda Constitucional nº 42/2003:
Como se notou, em tópicos precedentes, o Princípio da Anterioridade Anual Tributária foi revigorado com o advento da Emenda Constitucional nº 42, de 19 de dezembro de 2003. Esta Emenda vedou a cobrança de tributos antes de decorridos 90 (noventa) dias da data em que tenha sido publicada a lei que haja instituído ou majorado o tributo, em consonância com a alínea “c” do inciso III do art. 150 da Constituição Federal.
Entretanto, o Poder Constituinte Derivado, por questão ontológica, houve por bem excepcionar do período de 90 dias alguns tributos – quase todos já ocupantes do rol de exceções da anterioridade anual –, conforme se depreende do comando inserto no art. 150, § 1º, in fine, da CF:
Art. 150. (...)
§ 1º. A vedação do inciso III, “b”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, IV e V; e 154, II; e a vedação do inciso III, “c”, não se aplica aos tributos previstos nos arts. 148, I, 153, I, II, III e V; e 154, II, nem à fixação da base de cálculo dos impostos previstos nos arts. 155, III, e 156, I. (grifo nosso)
Observe que o dispositivo em epígrafe hospeda duas listas de exceções à anterioridade tributária: a primeira, já estudada, indicando tributos que fogem à anterioridade anual; a segunda, a seguir apresentada, sinalizando gravames que se furtam à anterioridade nonagesimal.
Segue, pois, a lista de exceções à anterioridade nonagesimal:
Imposto sobre Importação (II)
Imposto sobre Exportação (IE)
Imposto sobre Renda (IR)
Imposto sobre Operações Financeiras (IOF)
Imposto Extraordinário de Guerra (IEG)
Empréstimo Compulsório para Calamidade Pública ou Guerra Externa (EC-Cala/Gue)
Alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA
 
É de notar a enorme semelhança entre a lista de exceções anterior e esta, com especial destaque para o IR e para as alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA, que aqui apareceram, e o devido realce para o IPI, a CIDE-Combustível e o ICMS-Combustível, que para cá não vieram.
 
Enquanto o Imposto sobre a Renda e as alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA não se submetem à anterioridade nonagesimal, mitigando-lhe os efeitos e avocando a anterioridade comum, o IPI, a CIDE-Combustível e o ICMS-Combustível não se sujeitam à anterioridade comum, respeitando a anterioridade nonagesimal.
Já se mostra patente, nesse momento, a necessidade de enfrentarmos as listas, de modo conjunto, em pleno confronto, a fim de identificarmos qual tributo obedece a uma anterioridade e não obedece à outra; qual gravame continua como exceção a um período, mas não continua como exceção a outro; e, finalmente, qual tributo se mostra como exceção às duas anterioridades.
 
Dessa forma, apreciemos o quadro explicativo a seguir, no intuito de demarcarmos o momento exato da incidência dos tributos, ocupantes das listas de exceções às anterioridades tributárias:
 
* Paga já, já é expressão por nós utilizada, com a acepção de exigência imediata, indicando uma concomitante exceção à anterioridade anual (paga já) e exceção à anterioridade nonagesimal (paga já). Daí o indicado macete “paga já, já”.
À luz do quadro anterior, é possível chegarmos a importantes conclusões. Vamos a elas:
Conclusão 1: resumidamente, o quadro acima reproduzido permite que façamos três confrontos conclusivos:
–  1º Confronto: nomes que estão nas duas listas de exceções à anterioridade (anual e nonagesimal). Trata-se de tributos que devem ser exigidos imediatamente, se aumentados ou instituídos. São eles: II, IE, IOF, IEG e Empréstimo Compulsório (Calamidade Pública ou Guerra);
–  2º Confronto: nomes que estão na lista de exceções à anterioridade anual, mas não estão na lista de exceções à anterioridade nonagesimal, devendo esta respeitar. Trata-se de tributos que devem ser exigidos 90 dias após o aumento. São eles: IPI, CIDE-Combustível e ICMS-Combustível.
 Quanto à Cide-Combustível e ao ICMS-Combustível, é importante destacar que o “aumento” refere-se ao restabelecimento da diminuída alíquota ao seu patamar máximo, previsto em lei. Temos afirmado que se houver extrapolação desse limite legal originário, a situação traduzir-se-á em efetivo aumento, avocando-se a obediência à regra geral da anterioridade tributária, sem embargo da regra da legalidade tributária;
 –  3º Confronto: nomes que estão na lista de exceções à anterioridade nonagesimal, mas não estão na lista de exceções à anterioridade anual. Trata-se de tributos exigidos a partir de 1º de janeiro do ano posterior ao aumento da exação, independentemente da data em que se der, no transcorrer do ano. São eles: IR e alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA.
 Observação: o recorrente tema da anterioridade nonagesimal versus alteração na base de cálculo do IPTU/IPVA foi objeto de questão proposta nos seguintes concursos: (I) pelo TJ/MG, no concurso para o cargo de Juiz de Direito, em 2006; (II) pelo Cespe/UnB, no concurso para Juiz Federal/5ª R., em 05-08-2007.
Observe, agora, um quadro mnemônico geral, em um confronto múltiplo, entre (1) as exceções ao princípio da legalidade, (2) as exceções ao princípio da anterioridade anual e (3) as exceções ao princípio da anterioridade nonagesimal:
Por derradeiro, destaque-se que há alguns tributos – todos eles federais, por sinal – que são exceções concomitantes aos Princípios da Legalidade, da Anterioridade Anual e da Anterioridade Nonagesimal. São eles: II, IE, IOF. Trata-se de três impostos federais que apresentam um relevante ponto em comum: a extrafiscalidade.
 
Conclusão 2: se houver majoração do IPI, sua exigência deverá ocorrer após 90 dias, a contar da lei majoradora, nãomais prevalecendo a exigência imediata do gravame, como ocorria até 2003, antes do advento da Emenda Constitucional n. 42/2003.
 
Exemplo: para uma lei majoradora do IPI, publicada em 25 de outubro de 2010, a exigência dessa exação ocorrerá no 91º dia a contar deste termo de início, ou seja, em 23 de janeiro de 2011 (Observação: nas provas de concursos, não é comum exigir o dia exato, por questão de bom senso).
Conclusão 3: se houver majoração do IR, em qualquer data do ano, sua incidência deverá ocorrer no 1º dia do exercício financeiro subsecutivo ao exercício em que tenha havido a majoração, independentemente do prazo de 90 dias, ao qual o IR se põe como exceção. Portanto, para este imposto federal, a Emenda Constitucional n. 42 não trouxe modificação de relevo: ele está e sempre esteve sujeito à anterioridade anual, devendo continuar respeitando esta regra. A novidade, de pouco impacto, trazida pela indigitada Emenda, é a de que o IR passou a ser uma exceção à anterioridade tributária nonagesimal, passando ao largo da noventena.
Exemplo: para uma lei majoradora de IR, publicada em fevereiro de 2010, a exigência da exação se dará em 1º de janeiro de 2011. Por sua vez, para uma lei majoradora de IR, publicada em dezembro de 2010, a exigência da exação se dará, igualmente, em 1º de janeiro de 2011, sem que se respeite o átimo de 90 dias.
Conclusão 4: a Emenda Constitucional n. 42/2003 dispôs, na parte final do art. 150, § 1º, CF, que são exceções à anterioridade nonagesimal as alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA. Esta base de cálculo, como é cediço, é o próprio valor venal do bem. Portanto, é possível que se proceda à fixação legal do valor venal de um imóvel ou de um veículo automotor, no fim de ano, e que tal modificação possa ser já aplicada no 1º dia do exercício financeiro seguinte. Note que a alteração vem ao encontro dos interesses do Fisco, pois se permitem modificações abruptas, com ágil eficácia da lei alteradora, mostrando-se, em tese, como ações estatais que violam a segurança jurídica do contribuinte.
Exemplo: Lei n. ________, publicada em 31 de dezembro de 2010, altera o valor venal dos imóveis do Município________. Pergunta-se: quando será eficaz a lei que veicula dado aumento?
A resposta é simples: a lei que veicula o mencionado aumento será eficaz no dia seguinte – 1º de janeiro de 2011 –, valendo o aumento para o exercício de 2011, pois se trata de norma que obedece à anterioridade anual, mas que se põe como exceção aos 90 dias.
Curiosamente, impende destacar que o raciocínio não vale para modificação de alíquotas do IPVA e do IPTU.
Note o item considerado INCORRETO, em prova realizada pela FGV Projetos, para o cargo de Procurador do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro, em 16-08-2008: “O IPTU e o IPVA podem ter sua alíquota e base de cálculo majoradas e cobradas de imediato, por força da Emenda Constitucional 42/03, que os excepcionou do princípio da anterioridade tributária, sendo irrelevantes o exercício financeiro e a noventena”.
Neste caso, havendo lei que aumente as alíquotas, por exemplo, em dezembro de 2010, a incidência delas ocorreria, em tese, no 91º dia a contar da data do aumento, isto é, em meados de março de 2011. O problema está no fato de que a lei desses gravames, por ficção jurídica, estipula o dia 1º de cada ano como a data do fato gerador (1º-01-2011, no caso), o que nos faz concluir que aquele aumento de alíquota só poderá, de fato, incidir no ano posterior, ou seja, a partir de 1º-01-2012.
 
À guisa de complemento, note as assertivas consideradas “corretas”, coletadas de provas de concursos públicos, acerca da temática das alterações na base de cálculo (e nas alíquotas!) do IPTU e do IPVA em cotejo com o princípio da anterioridade tributária:
1. “A lei que aumenta a base de cálculo do IPTU e IPVA não se submete ao princípio da anterioridade nonagesimal”.
2. “Lei que fixa nova base de cálculo e majora as alíquotas do IPTU e do ITBI municipal, publicada em novembro de 2008, tem eficácia a partir do primeiro dia do exercício de 2009 apenas para a nova base de cálculo do IPTU”.
3. “Lei municipal publicada em 20 de dezembro de 2007 majorou as alíquotas do ITBI de 2% para 4% e a base de cálculo do IPTU em 20%. As novas faixas de valores serão aplicadas em noventa dias a contar da publicação da lei para o ITBI e no primeiro dia do exercício seguinte ao da publicação da lei para o IPTU”.
4. “A Constituição Federal veda à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o princípio da anterioridade. Referida vedação se aplica à alteração da alíquota do IPVA”.
5. “No dia 10 de novembro de 2006, um município localizado no Estado de Goiás publicou lei que alterou o valor venal dos imóveis localizados em seu território, majorando, portanto, o valor do IPTU. Nessa situação, a nova lei tributária será plenamente eficaz a partir do primeiro dia do exercício seguinte”.
6. “A Constituição Federal veda à União, aos Estados, aos Municípios e ao Distrito Federal a cobrança de tributos antes de decorridos 90 dias da data em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou aumentou, observado o princípio da anterioridade. Referida vedação não se aplica à fixação da base de cálculo do IPTU”.
Conclusão 5: O art. 150, § 1º, do texto constitucional trata da temática das exceções à anterioridade, quer anual, quer nonagesimal.
Caso o tributo não faça parte das listas de exceções já estudadas, respeitando-se, assim, a regra geral da anterioridade, deverá ser objeto da aplicação cumulativa das anterioridades anual e nonagesimal.
Em outras palavras, nesses casos, será vedada a cobrança de tributos, no mesmo exercício financeiro e antes de 90 dias, levando-se em conta a data da publicação da lei que os instituiu ou aumentou, em total subserviência às esperas anual e nonagesimal. Portanto, no caso de um “ICMS, majorado em 30 de junho de 2008, a incidência da lei majoradora ocorrerá em 1º de janeiro de 2009”.
Observe outros bons exemplos:
a) ISS, majorado em 20 de outubro de 2009, terá sua alíquota incidente no 91º dia a contar dessa data inicial, ou seja, a partir do fim de janeiro de 2010 (com precisão, em 18 de janeiro de 2010);
b) ITCMD, majorado em 10 de março de 2008, terá sua alíquota incidente em 1º de janeiro de 2009;
Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela FGV Projetos, para o cargo de Fiscal de Rendas do Estado do Rio de Janeiro, em 13-01-2008: “É vedada a cobrança no mesmo exercício financeiro, e antes de noventa dias da data da publicação da lei que os institui ou aumenta, dos seguintes impostos: ITD e ISS”.
 Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pelo Cespe/UnB, para o cargo de Promotor de Justiça de Mato Grosso, em (15/16)-01-2005: “Caso o Estado de Mato Grosso tivesse publicado, em 17 de dezembro de 2004, uma lei que aumentasse a alíquota do imposto sobre heranças, legados e doações, esse aumento não incidiria sobre uma doação de imóvel efetuada em 6 de fevereiro de 2005”.
 Observação: pela contagem, a incidência da lei ocorreria em 17 de março de 2005.
c) Taxa, majorada em 17 de novembro de 2006, terá sua alíquota incidente no 91º dia a contar dessa data inicial, ou seja, a partir de meados de fevereiro de 2007 (com precisão, em 13 de fevereiro de 2007).
Os exemplos citados indicam uma solução que deverá se estender a todos os tributos 
que se enquadram como “regras” às anterioridades (anual e nonagesimal).
Note o item considerado CORRETO, em prova realizada pela FCC, para o cargo de Auditor Fiscal Tributário Municipal da Prefeitura de São Paulo, em janeiro de 2007: “O imposto ‘A’ foi instituído por lei publicada no dia 05 de julho de 2004, e a taxa ‘B’ foi instituída por lei publicada no dia 16 de novembro de 2004. Esses tributos jápoderiam ser cobrados em 02 de janeiro de 2005 e 15 de fevereiro de 2005, respectivamente”.
Note o quadro a seguir, que permite a memorização de todos os gravames considerados “regras” à dupla anterioridade:
RESUMO DO RESUMO
Exceções à regra(artigo 150, § 1º da CF): 
Exceções à Anterioridade anual
II, IE, IPI e IOF(extrafiscalidade);
Imposto Extraordinário ( Emergencial);
Empréstimo Compulsório (calamidade pública / Guerra)(Emergencial)
CID Combustível e ICMS combustíveis (EC 32
Exceções à anterioridade nonagessimal
II, IE, IR, IOF
Imposto Extraordinário
Empréstimo Compulsório (Calamidade Pública e Guerra)
EC 42/2001 (Alterações na base de cálculo do IPTU e do IPVA)
Confrontos da Listas:
Nomes que estão nas duas lista:
II, IE, IOF, Imposto Extraordinário, Empréstimo Compulsório (Calamidade Pública e Guerra). Exigência imediata
2. Nomes que estão na primeira, mas não estão na segunda lista:
IPI, CID COMBUSTIVEL E ICMS COMBUSTÍVEL. EXIGÊNCIA NOVENTA DIAS DEPOIS.
Nomes que estão na segunda, mas não estão na primeira. 
IR, Alteração na base de cálculo do IPTU e do IPVA.
Obs. O IR majorado em qualquer data do ano, incluindo as últimas, incidirá sempre em 1ª de janeiro do ano seguinte.
Dicas finais: 1. O que não for exceção será regra (Ex. ISS, ITR, TAXA, CONTRIBUIÇÃO não faz parte de nenhuma das listas).
IPTU E IPVA: 
Artigo 195, § 6º da CF: Período de anterioridade especial ou mitigada: 90 dias para Contribuição Social Previdenciária (PIS, CONFINS).
a CONTRIBUIÇÃO QUE NÃO É PREVIDENCIARIA (Ex. salário educação) avoca anterioridade comum.
Para o STF, a modificação significa inequívoca onerosidade. Portanto, a alteração na data de pagamento da contribuição, para o STF, não significa modificação suficiente para avocar a noventena ou este período nonagessimal (SUMULA 669 DO STF)
O princípio da anterioridade tributária é inequívoca garantia individual do contribuinte, implicando que sua violação produzirá irremissível vício de inconstitucionalidade. Assim se posicionou o STF quando, ao analisar o art. 2º, § 3º, da Emenda Constitucional n. 3, de 17-03-1993, que afastara o princípio da anterioridade tributária anual do antigo IPMF, entendeu que teria havido, com tal medida, uma violação à “garantia individual do contribuinte” (STF, ADI n. 939-7, rel. Min. Sydney Sanches, j. 15-12-1993)
Obs: Não confundir princípio da anualidade tributária�, extinto desde a constituição de 1988, com a anterioridade tributária. 
Por outro lado o princípio da anterioridade tributária é uma garantia do contribuinte e deve ser interpretado como uma proibição a surpresa ou prejuízo ao contribuinte, ou seja, se uma lei traz benesses ao contribuinte não está sujeita ao princípio aqui estudado. Em outras palavras a norma que extinga ou reduza o tributo, mitigue-lhe uma alíquota, conceda uma isenção ou, até mesmo, dilate o prazo para pagamento do gravame, sem provocar qualquer onerosidade (v.g., com a simples atualização monetária do tributo), deverá produzir efeitos imediatos, com pronta incidência (STF, RE-AgR 200.844/PR 2ª T., rel. Min. Celso de Mello, j. 25-06-2002).
PRINCIPIO DA ISONOMIA
O QUE VC ENTENDE POR ISONOMIA�???
O Princípio da isonomia, também chamado de princípio da igualdade, está prevista no inciso I do artigo 5º da CF.
Origem do princípio da isonomia
Não há como deixar de vislumbrar a origem judaico-cristã da ideia de igualdade entre todos os homens, em face de sua comum criação à imagem e semelhança de Deus, dado que:
 
A antiguidade clássica e oriental admitiam como natural a escravidão, dividindo os homens em livres (sujeitos de direito) e escravos (objetos de direito);
A cultura islâmica supervaloriza o homem em detrimento da mulher, fazendo desta verdadeiro objeto de direito, submetida ao regime da poligamia e de uma estrita submissão à autoridade masculina;
A cultura indiana, partindo da concepção de que cada classe de homens surgiu de uma parte do corpo de Brahman, admite uma desigualdade natural entre os homens, numa sociedade estruturada em castas impermeáveis a mudanças;
Até pouco tempo, o regime jurídico vigente na África do Sul era o do apartheid, colocando os negros em posição de inferioridade diante do homem branco
Para a doutrina existem dois tipos de igualdade: 
Igualdade Perante a Lei(igualdade de oportunidades): Garante a todos os mesmo tratamento que tem origem na revolução francesa e busca dar a todos o mesmo tratamento;
Igualdade Decorrente da Lei(Igualdade de resultados): vertente dirigida ao legislador que determina que os iguais deverão ser igualmente tratados, enquanto os desiguais, deverão ser tratados na medidas de suas desigualdades. 
Na esfera do direito tributário o princípio da isonomia/igualdade está prevista no artigo 150, II, da CF que veda aos entes tributantes:
II- instituir tratamento desigual entre contribuintes que se encontrem em situação equivalente, proibida qualquer distinção em razão de ocupação profissional ou função por eles exercida, independentemente da denominação jurídica dos rendimentos, títulos ou direitos
Essa garantia do contribuinte instituída pela CF/88 veio para abolir a então regra do regime de exceção que previa por exemplo a isenção do IR para Militares, Juízes e Deputados.
A isonomia tributária indica que é proibido o tratamento desigual aos contribuintes que estiverem em situação de equivalência (eqüipolência). Vale dizer que os considerados tributariamente iguais avocarão um tratamento tributário igual isonômico, enquanto os desiguais deverão ser tratados de modo dessemelhante na medida de suas diferenças.
Qual é o valor axiológico, ou seja, que valor a constituição quis proteger: Justiça Distributiva
Quem são os iguais? Os iguais serão identificados a partir da interpretação objetiva do fato gerador�, na qual são desimportantes todos os aspectos externos ao núcleo da hipótese de incidência do tributo, que, aliais, será sempre lícito (Ex. Auferir renda; circular mercadorias; transmitir bens; ser proprietário de bem)
A isonomia tributária e a cláusula pecúnia non olet
Na Roma antiga tornou-se celebre o diálogo entre o imperador Vespasiano e seu filho Tito, do qual emanou a máxima latina “Pecunia non Olet(não tem cheiro)”, tal ideia expandiu para as codificações na Europa e no Brasil contemporâneos, como se nota no artigo 118 do CTN. 
A definição legal do fato gerador é interpretada abstraindo-se: A validade do atos efetivamente praticados� e os efeitos do fatos efetivamente ocorridos. 
Em outras palavras a validade, invalidade, nulidade, anulabilidade ou mesmo a anulação decretada do ato jurídico são irrelevantes para o direito tributário. 
- Em tal dispositivo, internalizou-se o contexto da máxima latina, ao se indicar que validade ou invalidade jurídica do ato (direito civil), são irrelevantes(Ler o artigo 126 do CTN). 
I – A (in)capacidade tributária não tem conexão com a capacidade civil (Ex. menor);
Menor paga tributo? 
II – A capacidade tributária será identificada independentemente do contexto de limitação de exercício de atividade civil ou profissional(Ex. Falsos médicos que clinicam e são chamados a pagar tributos pela atividade);
III – A empresa que se dedica ao comércio informal, vivendo na clandestinidade, também apresenta capacidade tributária. 
Mas e as atividade ilegais??
Segundo Ricardo Lobo Torres o tributo deve incidir sobre as atividades lícitas e , de igual modo, sobre aquelas consideradas ilícitas ou imorais. 
Nesse contexto a prostituta deve pagar tributo?? 
Toda e qualquer atividade onde ocorra o fato tributável gera obrigação de pagar o tributo. Assim a prostituta, o corrupto, o banqueiro do jogo do bicho, deve pagar tributo. 
Tal entendimento resta positivado na Lei 4.506/64 (Lei do Imposto sobre a renda) que dispõe no artigo 26 que os rendimentos derivados de atividades ou transações ilícitas, ou percebidas com infraçãoÀ lei, são sujeitos à tributação sem prejuízo das sanções que couberem. 
A doutrina é uníssona quanto ao entendimento de que o fato tributário deverá ser analisado em sua nudez econômica, longe de conotações extrínsecas, ou seja, em nada importa a atividade o tributo deve ser cobrado. 
Questões interessantes:
IPTU cobrado de proprietário de bem imóvel situado em zona considerada ilegal???
ITBI de adquirente de bem imóvel absolutamente incapaz???
ICMS cobrado independentemente de ter havido o pagamento do preço acordado???
O artigo 3ª do CTN e a cláusula pecúnia non olet
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada.
Dado o artigo acima pergunta-se: Afirmar que o tributo não tem cheiro (pecúnia non olet) não é negar vigência ao artigo 3º do CTN?
A doutrina sai pela tangente e diz que não porque o direito trata as atividades ilícitas (crimes) não com imposto mas com o seqüestro, perdimento dos bens e que isso não seria pagar tributo. Se fosse assim o ente tributante poderia elaborar uma norma para tributar o jogo do bicho por exemplo o que de fato parece impossível a luz da legalidade. 
Quanto ao imposto de renda o que se tributa é o fato de auferir renda, independentemente de sua origem. 
VER TJDF, PROCESSO 1999.01.1.064530-2, RES REL. Ministro Vaz de Melo, 2ª turma criminal, 03.02.2005. 
CAPACIDADE CIVIL PLENA (A capacidade tributária passiva é plena)
A analise do princípio da isonomia depende do estudo correlato do princípio da capacidade contributiva (artigo 145, § 1º da CF). Ambos se entrelaçam na busca da justiça fiscal. Tal estudo permitirá a identificação dos desiguais, aos quais aplicaremos um tributação desigualizadora.
O princípio se refere apenas a impostos, segundo a CF. Segundo o STF, todavia, o princípio pode ser associado a outras espécies tributárias. Por exemos às taxas
O principio da capacidade contributiva requer meios de exteriorização, que são técnicas de incidência de alíquotas, variáveis ou não, perante base de cálculos.
(progressividade, proporcionalidade, seletivade, entre outras)
Progressividade(alíquotas diferenciadas)_ São três os impostos progressivos: IR(artigo 153, § 2º, I, da CF), ITR(artigo 153, § 4º, I, CF) e IPTU(Artigo 156, § 1º, I e II, CF; art 182, § 4º, II, CF).
Obs: Dois impostos progressivos são justificados pela extrafiscalidade: IPTU e ITR. 
Proporcionalidade(alíquotas fixas): A técnica não vem explicita na CF, equivalendo dizer que o imposto proporcional será o imposto não progressivo
Obs: o ITBI não pode ser progressivo a semelhança de muitos outros(sumula 656): É inconstitucional a lei que estabelece alíquotas progressivas para o imposto de transmissão inter vivos de bens imóveis - ITBI com base no valor venal do imóvel
Seletividade: Técnica de incidência de alíquotas que variam na razão inversa da essencialidade do bem.
Obs: Quanto mais essencial for o bem menor será a incidência do imposto. 
Ex: Cesta Básica
 - Em outra perspectiva a seletividade é uma razão direta, ou seja, quanto mais supérfluo for o bem maior a incidência do imposto. 
Ex. Cosméticos. 
- Perspectiva 3: Quanto mais nocivo for o bem maior a incidência do imposto. Ex. Bebidas alcoólicas e cigarros.
Obs: Veja que a seletividade acaba inibindo, por meio dos dois impostos constitucionalmente seletivos (ICMS, IPI), os efeitos colaterais provocados pela técnica da proporcionalidade. Tais efeitos inserem-se no contexto da regressividade do sistema. 
Obs2: Como a carga tributária brasileira desloca-se com força predominante sobre o consumo, acaba provocando a regressividade (quem ganha mais paga menos, quem ganha menos paga mais).
Obs3: Carga Tributária trata-se de conceito relacional, ou seja, o confronto entre o que se produz(PIB) e o que se paga a título de tributo. 
Carga tributária = 36%
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PRINCIPIO DA IRRETROATIVIDADE TRIBUTÁRIA(artigo 150, III, alínea “a” da Constituição Federal).
Tal princípio não se confunde com a anterioridade, pois esta se refere à eficácia� da lei, enquanto aquele se liga a vigência� da lei. 
- Perceba que a irretroatividade tributária resgata a ideia da não retroação constante do artigo 5º, inciso XXXVI da CF. 
XXXVI – a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada�; (grifo nosso)
Conceito: A irretroatividade tributária indica que a Lei não poderá situações pretéritas, mas somente os fatos geradores a ela posteriores. Assim, é vedada a vigência retrospectiva da norma. 
Exceção(artigo 106 do CTN): Prevê dois tipos de leis que produzem os efeitos retrospectivos.
Inciso I – Lei Interpretativa: trata-se de atividade de interpretação exoticamente feita pelo próprio poder legislativo (interpretação autentica/ legal). O dispositivo mostra que a Lei interpretativa deverá ser expressa, tendo vigência retrospectiva em qualquer caso, menos naquele em que, a pretexto de interpretar, impuser penalidade.
Inciso II: Tal inciso prevê a retroação da Lei mais benéfica, à semelhança do direito penal (retroatio in mellius). Sendo assim, a Lei mais benigna, deixando de tratar um ato como infração, deverá retroagir, ressalvados os casos de falta de pagamento/fraude(alíneas a e b)
Obs: Tal alínea prevê o caso da Lei mais benéfica quanto à multa. Se isso ocorrer, ela retroagirá(máquina do tempo). 
Para a aplicação da alíneas, o ato não pode está definitivamente julgado(pendência de julgamento)
Vale dizer que enquanto houver possibilidade de discussão administrativa ou judicial, poderá ocorrer a retroação benigna da Lei com multa beneficiadora. 
Obs: o artigo 144 do CTN vale para alíquota e para multa(menos aquela benéfica). 
Obs: Três tipos de lei serão aplicadas ao momento do lançamento: 
1 – Lei que institui critério de apuração/processo de fiscalização; 2 – Lei que amplia poder de fiscalização do fisco; 3- Lei que outorga ao crédito maiores garantias/privilégios.
Obs3: Tais leis tem caráter procedimental, não dizendo respeito aos elementos estruturais da obrigação tributária
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PRINCÍPIO DA VEDAÇÃO AO CONFISCO
Previsto no artigo 150, IV, da CF a vedação ao confisco prevê que é vedado à união, aos Estados, ao Distrito Federal e aos municípios utilizar o tributo com efeito de confisco�. 
Tal princípio visa proibir os entes tributantes de instituir imposto com caráter confiscatório, tendo entendido a doutrina que será confiscatório o tributo que exceder a capacidade contributiva, porém, não há critérios objetivos par a sua verificação. 
Para delimitar se um tributo é confiscatório ou não a doutrina afirma que o princípio aqui estudado deve ser interpretado juntamente com as demais limitações ao poder de tributar (ISONOMIA, ANTERIORIDADE, etc...) além do direito constitucional a direito de propriedade somados a razoabilidade e proporcionalidade. 
De outro lado a exceções ao confisco por parte do estado prevista na própria CF: Perdimento de bens prevista no artigo 5º, XLVI�, e expropriação de glebas destinadas a culturas de plantas psicotrópicas (artigo 243, parágrafo único, CF.
Costuma-se identificar o confisco com a tributação excessivamente onerosa, insuportável, não razoável, que absorve a própria fonte da tributação. Ex: Imposto sobre a propriedade que fosse correspondente ao valor do bem. 
Relato Histórico 
O confisco por parte dos entes tributantes ( aqui se falando de monarquia absolutista) se dava, dentre outros fatores por:
1. Guerras(medida preventiva e punitiva);;
2. Relação entre Burguesia e Nobreza
Desses conflitos nasce a vedação ao confisco quase que simultaneamente com a legalidade. No Brasil a vedação ao confisco esta presente desde a constituição de 1824. 
CONFISCO TRIBUTÁRIO
O Confisco tributário é a absorção da propriedadeparticular pelo Estado, sem justa indenização. 
Para que ocorra realmente o confisco o imposto confiscatório deve, em desrespeito a proporcionalidade e razoabilidade, exceder a capacidade contributiva do cidadão. 
Em outras palavras jamais o tributo poderá atingir a capacidade contributiva do cidadão. 
E quando isso ocorre?? Quando a aptidão para suportar a carga tributária sem que haja perecimento da riqueza Tributável que a lastreia, ou seja, no mínimo existencial(artigo 7º, IV, CF) - �
O desrespeito ao preceito constitucional da vedação ao confisco ataca o cidadão tanto no ápice quanto na base da pirâmide. 
Para os que estão na base da pirâmide, do ponto de vista econômico, ou seja, aqueles que recebem apenas um salário mínimo, o imposto confiscatório atinge o mínimo existencial
Para os que estão no topo da pirâmide o imposto confiscatório ataca o patrimônio (patrimônio mutilado). 
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CONFISCO TRIBUTÁRIO E O DIREITO DE PROPRIEDADE
Parte da doutrina defende que não se pode analisar o princípio da vedação ao confisco sem levar em contar o princípio constitucional do direito de propriedade, pois, embora a obrigação de pagar tributo seja inexorável o poder de tributar sofre limitações da CF, ou seja, instituir tributos não pode ser confundido com aniquilar o patrimônio particular
Tal limitação (vedação ao confisco) destina-se primariamente ao legislador e secundariamente ao interprete julgado.
Porém o que seria realmente um imposto com Efeito Confiscatório???
A problemática se liga ao efeito, ou seja, embora não haja definição do que seria um tributo com efeito de confisco pode-se afirmar que esse efeito aconteceria quando o ente tributante adjudicasse um bem (patrimônio) do cidadão em decorrência de um tributo. (tributação excessiva). 
Hugo de Brito Machado afirma que um tributo teria efeito confiscatório quando houvesse desequilíbrio entre a carga tributária e os serviços públicos prestados, ou seja, no Brasil, em todos os casos onde o Estado atua. 
VEDAÇÃO AO CONFISCO E OS TRIBUTOS
COM RELAÇÃO AOS IMPOSTOS:
A majoração excessiva dos impostos extrafiscais não é considera do pela Doutrina como confiscatória haja vista se destinarem a regulação da economia. O Mesmo raciocínio se faz para o IPTU E ITR haja vista a função social da propriedade.
A elevação de alíquotas dos impostos seletivos (IPI E ICMS) também não é considerado confiscatório quanto se tratar de bens supérfluos.
Quanto aos impostos incidentes sobre energia elétrica e combustível a majoração excessiva da alíquota também não pode ser considerada confisco quanto majorados para coibir o consumo. 
 
COM RELAÇÃO ÀS TAXAS
Sabe-se que as taxas remetem a um serviço do Estado. Nesse sentido, seria confiscatória a taxa que não correspondesse objetivamente a uma contraprestação por parte do Estado. 
De outro sentido, o STF também considera confiscatória a taxa que desrespeite uma equivalência razoável entre o custo real dos serviços e o montante a que pode ser compelido o contribuinte a pagar (STF Questão de Ordem em Medida Cautelar – ADIMC-QO 2.551/MG).
COM RELAÇÃO ÀS CONTRIBUIÇÕES. 
O MESMO RACIOCINO SERVE PARA AS CONTRIBUIÇÕES DE MELHORIA, VEZ QUE SE SUBENTENDE CONTRAPRESTAÇÃO.
Quanto as demais contribuições que são cobradas quando há uma destinação específica para um determinado grupo, como o PIS e Pase, haveria confisco quando discrepante a correspondência entre o valor pago e a finalidade a ser perseguida
- Caso que se entendeu como contribuição confiscatória foi a CPMF que foi criada para financiar a saúde (finalidade perseguida) arrecadando 400% mais do que inicialmente previsto sem a melhoria na saúde. 
COM RELAÇÃO ÀS MULTAS
Embora não seja Tributo o principio da vedação ao confisco também se aplica as multas quando ocorre o desrespeito a razoabilidade a proporcionalidade na aplicação destas por parte do fisco.
O STF considerou confiscatória a multa de 300% sobre o valor do bem (ADI 1.075/DF.
Validade
Vigência
Eficácia
A norma só é válida quando além de seguir todas as regras estabelecidas no ordenamento, tenha sido criada de conformidade com a norma fundamental.
Qualidade da norma que diz respeito ao tempo de validade, ao período que vai do momento em que ela entra em vigor (passa a ter força vinculante) até o momento em que é revogada, ou em que se esgota o prazo prescrito para sua duração (Lei de Introdução ao Código Civil).
Qualidade da norma que se refere à possibilidade de produção concreta de efeitos.
Imposto confiscatório – ATACA O PATRIMONIMO
Imposto confiscatório – ATACA O MINIMO EXISTENCIAL
�Para que exista o Estado é necessário a presença de três características básicas: POPULAÇÃO TERRITÓRIO E GOVERNO. O Estado pode ser: FEDERAL E UNITÁRIO
�Característica do Estado Federal: Descentralização política, Constituição rígida como base jurídica, inexistência do direito de sucessão, soberania do estado federal, auto organização dos estados membros(artigo 25 da CF), órgão representante dos estados membros (SENADO FEDERAL – artigo 46 da CF)
�O Direito das obrigações consiste no conjunto de normas e princípios que disciplina a relação jurídica pessoal vinculativa do credor ao devedor
�Obrigação de DAR: A obrigação de dar é aquela que tem por objeto prestação de coisa. O verbo DAR pode ter o sentido de transferir propriedade, transferir posse ou restituir a coisa. As obrigações de DAR coisa certa, reguladas a partir do artigo 233 do CC são aquelas cujo objeto da prestação é determinado, individualizado.
�OBRIGAÇÃO DE FAZER:É aquela que tem por objeto a prestação de um fato, podendo ser personalíssima (infungível) ou não personalíssima (fungível). 
A OBRIGAÇÃO DE NÃO FAZER tem por objeto uma prestação negativa, um comportamento omissivo do devedor, e está regulada nos artigos 250 e 251 do Código civil
�O Imposto sobre Grandes Fortunas (IGF), é um � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Imposto" \o "Imposto" �imposto� � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Brasil" \o "Brasil" �brasileiro� ainda não regulamentado desde a � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Constitui%C3%A7%C3%A3o_de_1988" \o "Constituição de 1988" �Constituição de 1988�. É um imposto federal, ou seja, somente a � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Uni%C3%A3o" \o "União" �União� tem competência para instituí-lo (Constituição da República, art. 153, inciso VII). Por não ter sido regulamentado, ainda não foi instituído
�Outros impostos podem ser instituídos pelo exercício da competência residual privativa da UNIÃO.(CF/88 art. 154, II)
�vigente sob a égide da Constituição Federal de 1946 (art. 141, § 34, 2ª parte), indicava que “um tributo somente poderia ser cobrado em cada exercício se tivesse autorizado pelo orçamento anual
�Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição;
�O fato gerador é uma expressão jurídico-contábil que representa um fato ou conjunto de fatos a que o legislador vincula o nascimento da obrigação jurídica de pagar um tributo determinado
�validade do ato jurídico: Agente capaz, objeto lícito e forma prescrita ou não defesa em lei
�se refere à possibilidade de produção concreta de efeitos, porque estão presentes as condições fáticas exigíveis para sua observância, espontânea ou imposta, ou para a satisfação dos objetivos visados (efetividade ou eficácia social), ou porque estão presentes as condições técnico-normativas exigíveis para sua aplicação (eficácia técnica)
� Qualidade da norma que diz respeito ao tempo de validade, ao período que vai do momento em que ela entra em vigor até o momento em que é revogada, ouem que se esgota o prazo prescrito para sua duração
�LINDB. ARTIGO 6º: § 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm" \l "art1" �(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)�
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem. � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm" \l "art1" �(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)�
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso. � HYPERLINK "http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L3238.htm" \l "art1" �(Incluído pela Lei nº 3.238, de 1957)�
�Confiscação ou confisco (do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Latim" \o "Latim" �latim� confiscato, que significa "juntar-se ao tesouro") é a tomada de � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Propriedade" \o "Propriedade" �propriedade� de uma dada � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Pessoa" \o "Pessoa" �pessoa� ou � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o" \o "Organização" �organização�, sem � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Compensa%C3%A7%C3%A3o" \o "Compensação" �compensação�, por parte do � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/wiki/Governo" \o "Governo" �governo� ou outra � HYPERLINK "http://pt.wikipedia.org/w/index.php?title=Autoridade_p%C3%BAblica&action=edit&redlink=1" \o "Autoridade pública (página não existe)" �autoridade pública�, sem que haja lugar ao pagamento de qualquer compensação
�XLV - nenhuma pena passará da pessoa do condenado, podendo a obrigação de reparar o dano e a decretação do perdimento de bens ser, nos termos da lei, estendidas aos sucessores e contra eles executadas, até o limite do valor do patrimônio transferido
�Quantidade de riqueza mínima, suficiente para manutenção do individuo e de sua família

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