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Das Garantias e dos privilégios do Crédito tributário

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Das Garantias e privilégios do crédito tributário
São elencadas nos artigos 183 a 193 do CTN as normas que disciplinam as garantias e privilégios de crédito tributário.
Entende-se por garantia de crédito tributário o meio ou modo pelo qual o legislador procura assegurar o direito subjetivo do Estado em receber a pretensão do tributo, a chamada garantia real ocorre quando tem por base o oferecimento ou a entrega de um bem para que nele se cumpra a exigência ou execução da obrigação não cumprida pelo devedor, se o bem dado em garantia não satisfaz o pagamento, subsiste a responsabilidade pessoal do devedor pelo valor remanescente, como uma penhora onde o bem é vendido para satisfazer a dívida, nos casos em que o valor do bem ultrapassa o valor da dívida ativa deve ser ressarcido ao devedor os valores remanescentes.
O privilégio se refere a ordem de pagamento em relação aos outros devedores, e são decorrentes das garantias e preferências enunciadas no CTN, decorrentes da supremacia do interesse publico, dispõe-se como uma regalia que a lei concede a determinado crédito, no sentido de que, deve ser pago com preferência em relação aos demais tributos. 
As preferências por falência e por espolio são prevista nos casos de um mesmo sujeito passivo dever a mais de um credor, ou seja, ocorrendo concurso de credores, o fisco terá posição privilegiada. a falência o crédito tributário prefere a todos, mas tem várias exceções, quais sejam, não preferem aqueles decorrentes da legislação do trabalho ou acidente do trabalho, aos denominados créditos extraconcursais (são aqueles que decorrem do processo de massa falida) e importâncias passiveis de restituição, como também não preferem aos créditos com garantia real. As multas tributárias somente preferem aos créditos subordinados, esses créditos, de acordo com o artigo 188 do CTN, gozam de preferência absoluta.
O CTN diz que as garantias elencados em seus artigos “não excluem de forma alguma outras que sejam expressamente previstas em lei”(Art. 183), por tanto a União, os legisladores Federais, os Estaduais e os Municipais, podem estipular garantias para o crédito tributário, além dos previstos no código, ou seja, de forma supletiva e se havendo mais de uma pessoa jurídica de direito público com o crédito tributário a receber, verifica-se o concurso de preferências nesta ordem. O direito que é conferido aos entes da união de exigir o crédito tributário prevalesse sobre o interesse dos particulares, salvo os que possuem relação de crédito trabalhista, porém, existem doutrinadores que defendem a ideia de os créditos de matéria trabalhista sempre tinham preferência, posição adotada no Superior Tribunal de Justiça. 
É a garantia que confere segurança ao crédito tributário, todos os bens de renda do sujeito passivo podem servir de garantia para o fisco, o bem pode ser do devedor ou de terceiro que intervém no contrato e expressamente consente com a oneração de seu patrimônio. Respondem também pelo credito tributário a massa falida e o espólio, mesmo os bens sob o regime de hipoteca ou penhora, somente prevalecendo sobre o crédito tributário os bens que a lei expressamente declarar impenhoráveis, como os elencados no ¹art. 649 do CPC vigente, com exceção daqueles declarados impenhoráveis por disposição de vontade do devedor.
Também são considerados imunes perante o crédito tributário os partidos políticos, as entidades sindicais de trabalhadores e as instituições de educação ou de assistência social sem fins lucrativos, esta imunidade protege a renda os serviços e o patrimônio, desde que relacionados com as finalidades essenciais dos entes explicitados, mas não é absoluta, pois só existe para as instituições que são sem fins lucrativos, não ter fins lucrativos não significa gastar toda a receita que se recebe, as instituições podem ter uma reserva de fundos ate para que possam crescer cada vez mais, o que não podem é repassar os lucros mensais distribuindo-os para os membros como em uma empresa privada, as instituições são obrigadas a aplicar todas as suas rendas na manutenção dos seus objetivos institucionais, ação que faz com que a organização cresça dava vez mais e atinja melhor seus objetivos.
Se existe um crédito tributário regularmente inscrito com dívida ativa, presume-se fraudulenta a alienação dos bens e das rendas, ou seu começo, por sujeito passivo em débito para com a Fazenda Pública conforme (Art. 185 do CTN).Todo o patrimônio do sujeito passivo responde pelo crédito tribuário e não será considerado como fraude se o devedor reservou bens suficientes à satisfação integral do débito inscrito. É necessária a comprovação de que foram quitadas todas as taxas em sentido tributário relativas as atividades mercantis. 
A exigência de quitação trata-se de uma garantia arrolada pelos artigos 191 a 193 do CTN, logo, é exigida a quitação de todas a dividas tributárias para que se possa declarar a extinção das obrigações do falido.
Também para concessão da recuperação judicial é preciso a prova da quitação dos débitos tributários junto à Fazenda Nacional através da apresentação de certidão negativa.
A indisponibilidade de bens de direitos está elencada no Art. 185-A do CTN, nas hipóteses em que o devedor tributário, que foi devidamente citado, não saldar a dívida e não declarar bens para que se possa fazer a penhora no prazo legal e também não forem encontrados bens penhoráveis, o juiz determinará a indisponibilidade de seus bens e direitos, e comunicará a decisão por meio eletrônico para os órgãos e entidades de registros de transferência de bens, ao registro público de imóveis e às autoridades supervisoras do mercado bancário e do mercado de capitais, com a finalidade de, no âmbito de suas atribuições, façam cumprir a ordem judicial. 
A indisponibilidade terá um limite no valor total da dívida, devendo o juiz dizer o levantamento da indisponibilidade dos bens ou valores que excederem esse limite, os órgãos e entidades que se fizer a comunicação enviarão ao juízo a relação total dos bens e direitos que a indisponibilidade houverem promovido.
Da Administração Tributária
Diz-se como Administração tributária o conjunto de atos e ações integradas e complementares entre si, que tem a finalidade de garantir o cumprimento da legislação tributária por todos os contribuintes (verificação do cumprimento das obrigações tributárias, adoção de medidas necessárias para obrigar os respectivo sujeitos passivos a esse cumprimento e, por fim, a homologação dos correspondentes créditos tributários).
Compõe-se em uma peça fiscal ampla e atuante no plano de arrecadação tributária ou na forma de facilitadora do cumprimento das obrigações tributárias do contribuinte, todas as ações fiscais da administração representam um fluxo único de trabalho, destinado à obtenção dos resultados ou produtos finais básicos, que se expressam na arrecadação aos cofres da União de tributos e contribuições. Todas as atividades exercidas pela administração devem ser observadas as regras que contarem na legislação tributária.
O poder de fiscalizar por parte da autoridade administrativa decorre da competência outorgada aos poderes públicos para criar e cobrar tributos, utilizando esse meio de fiscalização o poder público tem sempre que respeitar os direitos e garantias fundamentais dos cidadãos, não podendo o fiscal divulgar qualquer tipo de informação obtida durantes ou após o processo de fiscalização, o artigo 195 do CTN estabelece prerrogativas no sentido de normatizar ao máximo os poderes do administrador em relação ao administrado, nem mesmo o Ministério Público tem poderes para ordenar a quebra do sigilo bancário sem prévia autorização judicial, a teor do art.129 da Constituição.
Toda a pessoa, natural ou jurídica, mesmo não sendo contribuinte, pode vir a ser fiscalizada. Existem alguns contribuintes que tem imunidade e isenção, como aqueles que estão submetidos ao cumprimento de requisitos e condições, compete a autoridade fazendária a fiscalização a respeito do pagamento dos impostos, além
disso, pode acontecer de alguma pessoa, não seja contribuinte de certo imposto, mas é responsável pelo imposto incidente sobre os salários de seus funcionários, que deve reter e recolher como fonte pagadora.
Nada impede a fiscalização de um partido politico, de uma igreja ou de qualquer uma outra organização sem fins lucrativos imune a tributação, a imunidade destas organizações depende da manutenção dos seus patrimônios, serviços e rendas referentes as suas atividades, circunstâncias que pode ser aferida mediante processo regular de fiscalização, assim, não só os contribuintes diretamente vinculados ao acontecimento do fato gerador estão sujeitos a legislação sobre fiscalização, mas também aqueles que, mesmo de modo indireto, influenciem, na obrigação tributária poderão ser submetidos a legislação fiscal.
A dívida ativa pode ser descrita como alguns valores que a fazenda pública tem o direito de cobrar de algum contribuinte, pois existiu um fato gerador que criou o dever de pagar e extinguindo-se o prazo para efetuar o pagamento, estipulado pela legislação vigente ou por processo judicial, a divida se torna ativa, executável e cobrável, o prazo para a cobrança da dívida tem seu termo inicial no momento em que se esgota o prazo para efetuar o pagamento ,ou fato gerador, e tem seu termo final junto a prescrição da ação, durante esse lapso temporal o devedor deve ser inscrito no cadastro da dívida ativa para que seja providenciado a cobrança judicial, este cadastro inclui também dividas decorrentes da legislação tributária e qualquer outra natureza, dividindo-se em dívida ativa tributária e divida ativa não tributária.
Expedida por órgão competente, sempre a pedido do interessado, a certidão negativa é um documento que comprova a não existência de dividas tributárias, ou quitação das existentes, perante os órgãos de fiscalização da fazenda pública.
A emissão da certidão negativa, possui presunção de legitimidade, porém, trata-se de uma presunção relativa, é certo concluir que a emissão da certidão negativa não extingue as dívidas tributárias existentes que ão constam mais nelas, seja porque a fazenda pública não reconhecia, ou por outro erro, poderá a Administração verificar a existência da dívida e exigi-la de quem de direito, logo, a certidão negativa serve meramente como um documento que formaliza um estado credor.
O contribuinte, sempre que se fizer necessário, precisa para realizar alguns atos com o fim de comprovar que está devidamente quite com a fazenda pública como exigido por lei, determinados tributos somente poderão exigir que a prova da quitação seja por certidão negativa, sempre expedida a requerimento do interessado.
O prazo para que seja expedia a certidão negativa, pela órgão competente da fazenda pública, não ultrapassará 10 dias corridos a contar da requisição do interessado.
Leonardo Araujo Corrêa
Aluno
Garantias e privilégios do
crédito tributário
&
Administração Tributária.
Leonardo Araujo Corrêa
Direito tributário I
Joelcio de Carvalho Tonera
Porto Alegre, 14 de dezembro de 2015
1 - “Art.649/CPC. São absolutamente impenhoráveis: I - os bens inalienáveis e os declarados, por ato voluntário, não sujeitos à execução; II - os móveis, pertences e utilidades domésticas que guarnecem a residência do executado, salvo os de elevado valor ou que ultrapassem as necessidades comuns correspondentes a um médio padrão de vida; III - os vestuários, bem como os pertences de uso pessoal do executado, salvo se de elevado valor; IV - os vencimentos, subsídios, soldos, salários, remunerações, proventos de aposentadoria, pensões, pecúlios e montepios; as quantias recebidas por liberalidade de terceiro e destinadas ao sustento do devedor e sua família, os ganhos de trabalhador autônomo e os honorários de profissional liberal, observado o disposto no § 3odeste artigo; V - os livros, as máquinas, as ferramentas, os utensílios, os instrumentos ou outros bens móveis necessários ou úteis ao exercício de qualquer profissão; VI - o seguro de vida; VII - os materiais necessários para obras em andamento, salvo se essas forem penhoradas; VIII - a pequena propriedade rural, assim definida em lei, desde que trabalhada pela família; IX - os recursos públicos recebidos por instituições privadas para aplicação compulsória em educação, saúde ou assistência social; X - até o limite de 40 (quarenta) salários mínimos, a quantia depositada em caderneta de poupança. XI - os recursos públicos do fundo partidário recebidos, nos termos da lei, por partido político.”

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