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UNIVERSIDADE TECNOLÓGICA FEDERAL DO PARANÁ Alan Douglas Hornung Guilherme Pacheco dos Santos Henrique Pancieri Dalmonech Thayná Barbosa Superfícies Equipotenciais Ponta Grossa 2015 Superfícies Equipotenciais 1. Introdução Superfícies equipotenciais são superfícies de um campo elétrico, onde todos os pontos apresentam mesmo potencial elétrico, ou seja, suas linhas de força são sempre perpendiculares a sua superfície. Uma superfície equipotencial pode apresentar diversas formas geométricas. Ao colocarmos uma carga elétrica puntiforme em um ponto qualquer do espaço e longe de outras cargas elétricas, calculamos o potencial elétrico em um ponto próximo a ela através da seguinte relação: 𝑽 = 𝑲𝑸 𝒅 (1) Onde k é a constante eletrostática, Q é o valor da carga puntiforme e d é a distância que separa as cargas. Através dessa equação podemos afirmar que todos os pontos próximos da carga elétrica geradora apresentam o mesmo potencial elétrico. Dessa maneira, também podemos dizer que as superfícies possuem formas de esferas para cargas puntiformes isoladas do restante das cargas do universo. Se um condutor elétrico apresenta equilíbrio em sua superfície, esta superfície é equipotencial. Sua representação matemática se baseia na expressão do trabalho: 𝑻 = 𝑸(𝑽𝒂 − 𝑽𝒃) (2) Onde: T = trabalho da força elétrica; Q = carga elétrica; (Va - Vb) = diferença de potencial elétrico. Quando A e B estão na mesma superfície equipotencial, então Va = Vb, apresentando, portanto, uma variação de potencial elétrica nula, igual à zero. Num campo elétrico uniforme, as superfícies equipotenciais são paralelas entre si, conforme imagem 1. Isso acontece pelo fato de serem perpendiculares. Imagem 1- Superfícies paralelas 2. Objetivos Fazer um mapeamento das linhas equipotenciais e das de forças de um campo elétrico, através da simulação do caso eletrostático. 3. Materiais e métodos Para a realização do experimento foram utilizados os materiais abaixo arrolados: • Cuba Transparente 43x30 cm com 5 mm de líquido condutor (H2O); • Dois Eletrodos Barra; • Dois Eletrodos Disco; • Eletrodo Anel; • Ponteira de Metal para medição; • Cabos (4 banana/banana com derivação); • Fonte de Alimentação de Corrente Contínua; • Multímetro Digital (Voltímetro); • Cinco folhas de papel milimetrado. Com os materiais em mãos, iniciou-se o procedimento. Sendo esse dividido de acordo com os eletrodos utilizados. 3.1 Superfície Equipotencial com Dois Eletrodos Cilíndricos Montou-se o seguinte sistema com a cuba, a fonte e os eletrodos discos; Apontando que durante o experimento trocaram-se os eletrodos. A montagem inicial está representada na Imagem 2. Imagem 2- Sistema na cuba Em seguida ligou-se a fonte, e ajustou a tensão para 10V. Ajustou-se a escala do multímetro para 20V C.C. (corrente contínua), conectou-se o terminal referencial do multímetro ao terra da fonte e foram realizadas as medições das linhas equipotenciais nos valores de 3V, 4V, 5V, 6V, 7V e 8V de acordo com a imagem 2. Imagem 2 – Medição de eletrodos disco Colocou-se o papel milimetrado abaixo da cuba para facilitar na marcação dos pontos, que seriam transcritos outra folha milimetrada, uma para cada organização de eletrodos. Deve-se salientar que após essa medição, os pontos foram unidos, formando as linhas equipotenciais para cada potencial elétrico para que seu comportamento fosse explicado no presente relatório. 3.2 Superfície Equipotencial com um Eletrodo Plano e um Eletrodo Cilíndrico Após as medições com os eletrodos disco, trocou-se um dos eletrodos para o de formato barra, e manteve a tensão de 10V na fonte e a escala do multímetro. Foram medidas as linhas equipotenciais nos valores de 2V, 4V, 6V e 8V de acordo com a imagem 3; Imagem 3 – Medição eletrodos disco e barra 3.3 Superfície Equipotencial com dois eletrodos planos Após as medições com os eletrodos disco e barra, manteve-se a tensão da fonte de 10v e a escala do multímetro, e foram realizadas as medições com os eletrodos barra das linhas equipotenciais nos valores de 4V, 6V e 8V de acordo com a imagem 4; Imagem 4 – Medição eletrodos barra 3.4 Superfície Equipotencial com dois eletrodos planos e eletrodo anel. Depois inseriu-se o eletrodo anel entre os eletrodos barra. Mediu-se a tensão no interior do anel e das linhas equipotenciais nos valores de 4V, 6V e 8V de acordo com a imagem 5; Imagem 5 – Medição realizada com eletrodos em forma de barra e anel As imagens formadas por cada configuração estão anexadas no relatório. 4. Resultados 4.1 Configuração 1 – Dois Eletrodos Discóides. Nesse experimento foram colocados dois eletrodos discoides carregados positiva e negativamente, respectivamente, separados por uma distância pré- determinada. Depois de acharmos vários pontos de cada uma das linhas equipotenciais traçamos as mesmas no papel milimetrado e, verificamos que as cargas elétricas partiam do eletrodo positivo para o negativo formando linhas de campo elétrico perpendiculares às linhas equipotenciais. Como os eletrodos eram discoides as linhas equipotenciais contornavam os mesmos, assim dando às linhas equipotenciais formas curvas, e como as linhas de campo elétrico tem de ser perpendiculares as equipotenciais, também se tornam curvas. 4.2 Configuração 2 – Disco e Barra Nos resultados com os eletrodos disco e barra (Anexo 2 – Eletrodos disco e barra), as superfícies vem lineares devido a presença da barra e quando se aproximam do disco tendem a um círculo, e após passar por ele, volta a ser linear. No gráfico, observa-se certa variação pois a cuba está desnivelada, e isso causa uma distribuição não uniforme de água, fazendo com que ocorra o acúmulo de íons e consequentemente, alteração em alguns pontos. O comportamento observado é explicado pelo princípio de que as linhas de força são perpendiculares as superfícies equipotenciais, nesse caso, iniciou com a barra, passou pelo disco e voltou a barra. 4.3 Configuração 3 – Duas Barras Com o experimento pudemos comprovar que o campo elétrico é uniforme para o caso de duas placas colocadas paralelamente uma em relação à outra, No caso, as linhas equipotenciais são paralelas as barras (e perpendiculares as linhas de campo formadas entre elas) . Podemos notar que entre as placas o campo elétrico se torna maior a partir do pólo positivo para o negativo com linhas horizontais e perto da borda, aonde a densidade de linha de campo elétrico é maior do que em regiões mais distantes conforme o gráfico do experimento conforme equação V = E*d. Como E é constante nessa região conforme você anda na direção de E, diminui d, assim diminui V. 4.4 Configuração 4 – Anel-Barra-Anel As cargas partem do polo positivo e vão em direção ao polo negativo, gerando um campo elétrico. O valor desse campo elétrico é inversamente proporcional a distância do eletrodo - conforme a equação 3 – de onde a carga parte. Para duas barras paralelas sem perturbações as linhas superficiais equipotenciais são lineares e paralelas as barras. Para realizar o experimento IV, foi colocado no centrodo recipiente entre as barras um anel metálico, o qual gera uma perturbação no campo elétrico, fazendo com que as linhas de superfícies equipotenciais se curvem ao se aproximar do anel, isso ocorre devido à diferença de potencial causado pelo anel, que possui em toda a sua superfície a mesma carga elétrica - que é próxima ao valor da carga do centro do anel. O campo elétrico no interior do anel é nula, pois a carga dentro do anel é constante e conforme a equação 3, o campo elétrico é igual a derivada do potencial elétrico em relação a distância de referência. 𝑬 = − 𝝏𝑽(𝒙,𝒚) 𝝏𝒙 − 𝝏𝑽(𝒙,𝒚) 𝝏𝒚 (3) O campo elétrico é igual a menos a derivada do potencial elétrico em relação a coordenada em questão. 4 . Anexos Anexo 1 – Representação da configuração 1( 2 eletrodos discoides). Anexo 2 – Representação da configuração 2 (1 eletrodo discoide, 1 eletrodo em forma de barra). Anexo 3 – Representação da configuração 3 (2 eletrodos em forma de barra. Anexo 4 – Representação da configuração 4 ( 1 eletrodo anel, 2 eletrodos barra). 5 . Considerações finais Com os experimentos de superfície equipotenciais foi possível determinar as linhas de superfícies onde a diferença de potencial é constante, e analisar o comportamento do campo elétrico em relação as linhas equipotenciais, para diferentes formas de eletrodos. Verificou-se que o sentido do campo elétrico produzido pelos elétrons sempre sai dos eletrodos carregados e partem em direção aos eletrodos nulos. Foi possível analisar que o comportamento do campo para as barras paralelas foi praticamente linear, apresentando pequenas variações devido à distribuição irregular do líquido sobre a cuba. Para os experimentos utilizando o eletrodo da forma de um disco, o campo elétrico comportou-se de forma radial entorno dos eletrodos. Para o experimento utilizando um eletrodo carregado e uma barra com carga nula o campo elétrico se comportou de forma radial entorno do disco e foi se linearizando ao se aproximar da barra. Ao introduzir um anel descarregado no centro da cuba, foi possível analisar que o campo elétrico é distorcido devido à diferença de potencia causada pelo anel, e também que o campo elétrico dentro do anel é nulo conforme a lei de Faraday.
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