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MEDICALIZAÇÃO DO PARTO artigo

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Medicalização do parto: Uma análise a partir da prevalência de partos cesáreos no município de Piripiri.
Ana Letícia Alcântara Gomes.
Graduanda de bacharelado em enfermagem pela Christus Faculdade do Piauí.
RESUMO
Objetivos: Determinar o perfil de partos no município de Piripiri no estado do Piauí. Método: O estudo tem caráter descritivo e quantitativo. Trata-se de uma análise histórica sobre a medicalização do parto e de sua porcentagem ao longo de sete anos. Os dados decorrentes foram retirados do banco de dados do DATASUS entre os anos de 2002 a 2008. Resultados: Houve uma variância para mais e para menos entre sete anos em que a maior porcentagem foi no ano de 2008. Havendo também uma relação entre partos cesáreos e o baixo peso em recém-nascidos. Conclusão: Com o estudo pode-se observar que o aumento do número de cesáreas pode estar associado a um acompanhamento pré-natal insuficiente ou indicações equivocadas do parto cirúrgico.
Palavras-chave: Parto cesáreo; Complicações; Riscos.
 
 INTRODUÇÃO
 A assistência à mulher durante o parto foi realizada durante muito tempo por outras mulheres, chamadas de parteiras ou assistentes de parto. Estas podiam ser amigas, mães, vizinhas ou pessoas escolhidas nas comunidades, consideradas capazes de colaborar com a futura mãe em alguma tarefa relacionada ao parto. (Nascimento, 1997).
 As crenças relacionadas principalmente à gestação e ao parto têm sofrido modificações ao longo dos séculos, acompanhando a evolução tecnológica na área da saúde. O parto passou de uma atividade empírica, realizada por pessoas leigas, a uma prática institucional, realizada dentro dos hospitais pelos médicos. (REBEN, 2006).
 No século XVIII a medicina alcança a hegemonia na saúde e o poder de interferir nos aspectos sociais e individuais da população, fenômeno denominado medicalização. Prometendo melhores condições de parto, é responsável por interferências desnecessárias. (COSTA, 2006). 
 No século XIX, em uma França ainda fortemente rural, a grande maioria das francesas dava à luz em casa, com assistência médica (para as mais abastadas) ou sem. Somente as mulheres pobres da cidade ou as mães solteiras, que queriam esconder sua gravidez ou não sabiam aonde ir, vinham ao hospital. E pagavam um pesado tributo: as epidemias de febre puerperal. (BEAUVALET, 1999).
 A institucionalização do parto nos hospitais do Brasil começou a partir de 1930, quando o índice de partos hospitalares superou o de partos domiciliares, tornando-se um ato quase que exclusivamente médico. A institucionalização do atendimento médico e do parto torna-o medicalizado. Consequentemente, a mulher deixa de ser sujeito da ação para tornar-se objeto. Além disso, a internação hospitalar favorece a separação da gestante de sua família, despoja a mulher de suas referências e torna-a uma propriedade da instituição. (HELMAN, 2003).
 No que se diz respeito a essa medicalização do corpo feminino pode-se observar que a gravidez passou a ser tratada como uma doença e o parto como um evento cirúrgico, em que a mulher deixa de ser protagonista para ser objeto de intervenção. Muitas vezes tal intervenção torna-se desnecessária.
 Segundo a Agência nacional de saúde suplementar (ANS), A taxa de cesarianas na saúde suplementar é de 84% e na saúde pública chega a 40%; não há justificativas clínicas para taxas tão elevadas. São números alarmantes e que apontam para uma verdadeira epidemia de cesáreas no Brasil, quando não tem indicação médica, ou a mesma e tomada de uma forma equivocada a cesárea ocasiona riscos desnecessários à saúde da mulher e do bebê: aumenta em 120 vezes a probabilidade de problemas respiratórios para o recém-nascido e triplica o risco de morte da mãe. Cerca de 25% dos óbitos neonatais e 16% dos óbitos infantis no Brasil estão relacionados à prematuridade. 
 A cesárea é um procedimento cirúrgico originalmente desenvolvido para
salvar a vida da mãe e/ou da criança, quando ocorrem complicações durante a gravidez ou parto. Este é, portanto, um recurso utilizável em situações pré-estabelecidas, ou emergenciais, durante a evolução da gravidez ou parto, onde existe algum tipo de risco de vida para a mãe, o bebê ou para ambos
 De acordo com o doutor Pedro Pinheiro, entre as situações médicas que habitualmente indicam a programação prévia de uma cesariana, pode-se citar: Quando o bebê está na posição errada, de lado ou com a cabeça para cima, quando o bebê é muito grande, havendo desproporção entre o seu tamanho e a pelve da mãe, o que dificulta a sua saída pelo canal vaginal gravidez gemelar, quando a placenta está implantada de forma anormal, como nos casos de placenta prévia. Mulheres que já tiveram mais de uma cesariana anteriormente. Mulheres que tiveram parto cesariano recentemente. Mães infectadas com doenças que se transmitem durante o parto, como herpes genital ou HIV. Suspeita de anomalia genética do bebê. Mioma volumoso que possa obstruir a passagem do bebê, Cirurgia uterina prévia, como remoção de miomas.
 Poucas mães e futuras mães sabem, por exemplo, que as cesáreas aumentam o risco de um bebê nascer prematuro (com menos de 37 semanas de gestação). Isso porque muitos partos são marcados para essa idade gestacional e, como há possibilidade de erro de até uma semana, o bebê pode ser ainda mais novo. 
 A maioria destas intervenções não é feita de forma emergencial, mas, sim, programada. Uma das principais causas de morbimortalidade perinatal é a síndrome da angústia respiratória do recém-nascido. Fetos com 37 a 38 semanas de gestação, quando comparados a fetos de 39 a 40 semanas, possuem 120 vezes mais chances de necessitarem suporte ventilatório. Assim, o nascimento antes de 39 semanas deve ser realizado somente por fortes razões médicas.
 O município de Piripiri localizado no Piauí, no ano de 2008, o número de, partos cesáreos foi de 34,3% de acordo com o DATASUS. A falta de precariedade dos serviços básicos de saúde como: a assistência pré- natal é um grande fator para o número alto de intervenções cirúrgicas no parto. Pois muitos dos problemas que levam a uma cesárea poderiam ser resolvidos no correto atendimento da gestante em seu pré-natal. O maior aproveitamento em serviços de pré- natal e o adequado acompanhamento da gestante seria uma das escolhas para a diminuição desses números. Além da correta orientação e busca de campanhas para relatar os benefícios de se ter um parto normal. 
 O objetivo desse artigo é: determinar o perfil dos partos cesáreos no munícipio de Piripiri. Além de avaliar os riscos decorrentes da prática de partos cesáreos, avaliar qual a via mais aceitável para cada tipo de parto, relatar o que leva o Brasil, assim como também o munícipio de Piripiri a constar números elevados de cirurgias obstétricas. Comprovar a insuficiência nos serviços de atenção básica no decorrer do pré- natal e a inadequada forma de orientação ás gestantes e parturientes, destacar como o profissional de enfermagem pode está auxiliando a gestante em escolher a via mais adequada para o seu filho nascer.
 METODOLOGIA
 O artigo tem caráter descritivo, pois caracteriza-se como: a descrição de dados e característica de uma população onde a meta é a aquisição de dados reais, precisos e sistemáticos,(DUARTE,2011).Corresponde a um método quantitativo visto que irá traduzir em números as informações para então obter a análise de dados e posteriormente, chegar a uma conclusão.Partindo do princípio de que essa modalidade requer o uso de estatísticas e de recursos, como por exemplo, porcentagens,média, mediana entre outros.(NASCIMENTO,2014).
 Trata-se do perfil da incidência de partos cesáreas a partir da análise histórica da medicalização dos partos cesáreos, e casos em que o parto poderia ocorrer naturalmente sem as complicações adquiridas no período que transcorre o parto ou na maioria das vezes no puerpério.O local escolhido foi o município de Piripiri, que fica a 165 km da capital Teresina no estado do Piauí. O estudo utiliza-se de dados em forma de tabela que datam dos anos de 2002 a 2008 sobre a porcentagem de patos cesáreos no munícipio. O estudo foi retirado do Banco de dados-DATASUS onde foi preservado os princípios éticos visto que não foram utilizados informações pessoais de cada paciente.
 
RESULTADOS
Tabela 1- Porcentagem de partos cesáreas em Piripiri entre os anos de 2002 a
2008.
	ANO
	% de partos cesáreos
	2002
	24,4
	2003
	24,9
	2004
	29,4
	2005
	31,5
	2006
	29,8
	2007
	30,7
	2008
	34,3
Fonte: SINASC. Situação da base de dados nacional em 14/12/2009. Retirado do DATASUS, 2015.
 DISCUSSÃO
 A média do número de partos em porcentagem e de 25,6% no município de Piripiri nos anos de 2002 a 2008. O maior número de partos ocorreu no ano de 2008 com 34,3%. O número de partos cesáreos preconizado por entidade das Nações Unidas indica que o índice ideal de cesáreas deveria ser de 10 a 15% do total dos partos. (OMS, 2011). Observa-se então que a média de números de partos ultrapassa a média preconizada pela OMS.
 
 CONSIDERAÇÕES FINAIS
 O estudo se baseou em dados do DATASUS. E importante a orientação dada as gestantes pois são elas que vão decidir por o tipo de parto junto com o médico. O pré natal é muito importante nessa fase que a gestante pode esclarecer todas suas dúvidas e reverter todas as situações que possam ir evoluir para o parto cesáreo.
REFERÊNCIAS
Monticelli M. Nascimento como um rito de passagem: abordagem para o cuidado às mulheres e recém-nascidos. São Paulo (SP): Robe Editora; 1997. 
BEAUVALET-BOUTOUYRIE, Scarlet. Naître à l'hôpital au XIX siècle, Paris, Belin, 1999.
Rev. bras. enferm. vol.59 no.5 Brasília Sept./Oct. 2006
Helman CG. Cultura, Saúde e Doença. Porto Alegre (RS): ARTMED; 2003. 
BRASIL, Ministério da Saúde. Banco de dados do Sistema Único de Saúde-DATASUS. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em: 25 Abril 2015.
BRASIL. SINASC. Situação da base de dados nacional em 2009. Disponível em: <http://www.datasus.gov.br>. Acesso em: 08 Março 2015.

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