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MODELOS DE ATENÇÃO DETERMINANTES SOCIAIS VIGILÂNCIA À SAÚDE SISTEMAS DE INFORMAÇÃO PRINCIPAIS POLÍTICAS DE SAÚDE Profª. Drª. ANA TANIA LOPES SAMPAIO Profª adjunta do Departamento de Saúde Coletiva da UFRN Prof. Ms. Roberval Pinheiro Profª Esp. Solane Costa AULA PREPARATÓRIO CONCURSO POLÍTICA - CIDADANIA SOCIEDADE ESTADO POLÍTICA ECONOMIA DE MERCADO A saúde de uma população, nítida expressão das suas condições concretas de existência, é resultante, entre outras coisas, da forma como é estabelecida a relação entre o Estado e a sociedade. A ação do Estado no sentido de proporcionar qualidade de vida aos cidadãos é feita por intermédio das Políticas Públicas e, dentre as políticas voltadas para a proteção social, estão as Políticas de Saúde O Estado, entendido como a expressão maior da organização política de uma sociedade, surge como um aperfeiçoamento das relações entre os indivíduos de uma dada organização social. DETERMINANTES SOCIAIS DA SAÚDE (DSS) DSS são fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos, psicológicos e comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e seus fatores de risco na população Condições sociais em que as pessoas vivem e trabalham Determinantes da Saúde (Dahlgren e Whitehead) Distais Intermediários Proximais Inter- setorialidade Participação social Intervenções sobre os DSS baseadas em evidencias e promotoras da equidade em saúde MARCO CONCEITUAL DOS DETERMINANTES DE SAÚDE INDICADORES MUNDIAIS LIGADOS DETERMINANTES SOCIAIS E AS CONDIÇÕES DE SAÚDE PROCESSO DE PRODUÇÃO SOCIAL DA SAÚDE NO BRASIL SAÚDE- CIDADANIA - ATENÇÃO A produção do cuidado tem desafiado a organizaçào dos serviços públicos de saúde, pois coloca questões que vão além da competência técnico-científica em que se baseia o modelo biomédico, a partir do qual as ações de saúde tem historicamente se estruturado. Esse desafio remete a uma crescente demanda da população, relacionada, em parte, à atual falta de perspectiva e esperança sofrida pelo homem, vinculada a perda de referenciais de valores fundamentais a vida (Luz, 2003) DESAFIO BRASILEIRO ATENÇÃO COMO PRODUÇÃO DO CUIDAD0 CORRENTES DE PENSAMENTO NO CAMPO DA SAÚDE A área da saúde, inevitavelmente referida ao âmbito coletivo-público-social, tem passado historicamente por sucessivos movimentos de recomposição das práticas sanitárias decorrentes das distintas articulações entre sociedade e Estado que definem, em cada conjuntura, as respostas sociais às necessidades e aos problemas de saúde. O que eu penso, o que você pensa, o que nós pensamos...sobre ter saúde? PARADÍGMAS ASSISTENCIAIS Concepções Ideológicas e operacionais REFORMA DO PENSAMENTO/REFORMA DO MODELO DE CUIDAR As distintas vertentes do debate em torno da ATENÇÃO/VIGILÂNCIA se expressam na utilização de variações terminológicas como: Vigilância da Saúde..., Vigilância à Saúde... e Vigilância em Saúde.. O eixo comum é a abertura para a epidemiologia Epidemiologia A epidemiologia é a “ciência que estuda o processo saúde-doença na comunidade, analisando a distribuição e os fatores determinantes das enfermidades e dos agravos à saúde coletiva, propondo medidas de prevenção, de controle ou de erradicação”(Rouquayrol, 1994). Segundo a Associação Internacional de Epidemiologia, são três os principais objetivos da epidemiologia: Descrever a distribuição e magnitude dos problemas de saúde nas populações humanas; Proporcionar dados essenciais para o planejamento, execução e avaliação das ações de Prevenção, controle e tratamento das doenças, bem como para estabelecer prioridades; Identificar fatores etiológicos na gênese das enfermidades. ORGANIZAÇÃO DA ATENÇÃO COM FOCO NA VIGILÂNCIA À SAÚDE Enfermidades agudas Ainda em evidência O crescimento de causas externas (Acidentes e violência) enfermidades crónicas em crescimento causados pelo envelhecimento TRIPLA CARGA DE DOENÇAS DESAFIO EPIDEMIOLÓGICO BRASIL: Distribuição da população por grupos etários (%), 1950-2050 4 1. 6 4 0 . 3 2 9 . 6 2 0 . 1 14 . 7 5 5 . 5 5 5 . 8 6 4 . 9 7 0 . 4 6 2 . 8 3 3 . 9 5 . 5 9 . 6 2 2 . 5 0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 1950 1975 2000 2020 2050 0-14 15-64 65+ VIGILÂNCIA EM SAÚDE Vigilância Epidemiológica (POPULAÇÕES) Vigilância Ambiental Vigilância Sanitária (PRODUTOS E SERVIÇOS) Assistência Mobilização Social Educação Fonte: Projeto VIGISUS Vigilância Saúde dos Trabalhadores ATENÇÃO SAÚDE ASSISTÊNCIA DOENÇA HABILIDADES HUMANAS Ouvir Falar Tocar Cheirar Ver HABILIDADES TÉCNICAS Intervir Assistir em um agravo DAR ASSISTÊNCIA NÃO É A MESMA COISA DE DAR ATENÇÃO CONSCIÊNCIA SENTIMENTO CONHECIMENTO INTELIGÊNCIA EMOÇÃO RAZÃO SENTIR PENSAR Modelos de Atenção ? Desenho organizativo norteador, adaptado as particularidades (Soares; Carolline; Dantas; Henrique)” São meios pelos quais as práticas de saúde são desenvolvidas (Anderson; Elaine; Jessika; Ulicélia) Forma de organização a ser seguido. (Raissa; Mikelly; Rayanne; Carrilho; Fermnanda;Moura) O mecanicismo tomou o corpo humano em analogia a uma máquina, cujas estrutura e funções pudessem ser meticulosamente analisadas e tratadas de modo instrumental, isolando-se a parte adoecida do resto do corpo. A devoção à tecnologia (coisificação) CONTEXTUALIZANDO Baseado num paradigma fundamentalmente biológico (O corpo doente- descontextualizado); O culto à doença e não à saúde (Intervenção na parte (efeito) e não sobre o todo (as causas) Modelo clínico/biológico/cartesiano/flexineriano ANTES DE 1988 Conceito Negativo de Saúde Doença Intervenção no indivíduo Modelo Curativisra Paradigma Médico Assistencial Privativista ANTES 1988 Conceito positivo da Saúde Qualidade de Vida Políticas Públicas Saudáveis Paradigma de Produção Social da Saúde Territórios Perigosos Desacumulação Territórios Facilitadores Acumulação Paradigma de Produção Social da Saúde – SUS O modelo da vigilância à saúde O modelo da vigilância à saúde contempla o processo saúde/ doença na coletividade e fundamenta-se na epidemiologia e nas ciências sociais, DIFERENCIAIS DE SAÚDE SEGUNDO ESTRATIFICAÇÃO SOCIAL (Diderichsen et al., 2001) Ações sobre os DSS para promoção da equidade em saúde Coordenação intersetorial Evidencias Participação Social Estratégias para equidade em saúde com base nos determinantes sociais • Integrar objetivos de equidade em saúde em políticas e programas: análises de impacto sobre a equidade em saúde • Estratégias doença-específicas. Risco: limitar a perspectiva a determinantes proximais da corrente causal Vantagens: mobilizar a ação pública • Cenários: local de trabalho, escolas, comunidade Vantagem: sentimento de posse e compromisso Risco: confiar em demasia no enfoque comunitário p/ desenvolvimento da saúde • Estratégias grupo-específicas Crianças, idosos, grupos marginalizados A Reforma sanitária Brasileira surgiu originalmente enquanto um ideário de um grupo de intelectuais que somados a segmentos de representação da sociedade elaboraram o texto o qual foi aprovado como marco de luta na 8ª Conferêncianacional de saúde em 1986. Estas entidades representativas dos gestores, profissionais da saúde e movimentos sociais se articularam conseguindo influenciar o processo da reforma constitucional que legalizou na Constituição Brasileira de 1988 (CF/88) o texto aprovado na 8ª Conferência Nacional de Saúde que garante que “Saúde é um Direito de Todos e um Dever do Estado”. 8ª Conferência nacional de saúde em 1986. Constituição Brasileira de 1988 A partir da constituição O SUS como política de estado e a afirmação da saúde como direito de seguridade social Mudanças nas relações entre as esferas públicas e privadas na saúde, relacionadas com a compatibilização entre os modelos de atenção e os de gestão e com a adoção dos compromissos com a saúde e bem-estar social por todos os gestores, profissionais de saúde e estabelecimentos de saúde financiados, total ou parcialmente, com recursos públicos O direito à saúde, especialmente quando examinado SOB A ÓTICA DA QUALIDADE DE VIDA, exige também que a superação das desigualdades envolva o acesso democrático a alimentos, medicamentos e a serviços que sejam seguros e que tenham sua qualidade controlada pelo poder público. Qualidade de vida implica o reconhecimento do humano como SER INTEGRAL. SALUTOGÊNESE/CIDADANIA A primeira e maior novidade do SUS é seu conceito de saúde. O “conceito ampliado de saúde”. Encarar saúde apenas como ausência de doenças nos legou um quadro repleto não só das próprias doenças, como de desigualdades, insatisfação dos usuários, exclusão, baixa qualidade e falta de comprometimento profissional Transformação da concepção de saúde, de serviços de saúde e, até mesmo, de sociedade. Concepção da atenção à saúde como um projeto que iguala saúde com condições de vida. Atenção X Assistência O direito à saúde, nesta visão, se confunde com o direito à vida. Este conceito ampliado, ao definir os elementos condicionantes da saúde, incorpora: Meio físico (condições geográficas, água, alimentação, habitação etc.); Meio socioeconômico e cultural (emprego, renda, educação, hábitos etc.); Garantia de acesso aos serviços de saúde responsáveis pela Promoção, Proteção e Recuperação da saúde. MUDANÇA DE PARADIGMA NO CAMPO DO CUIDADO EM SAÚDE O conceito de saude/cidadania que a Constituição de 1988 assegura deve ser traduzido nas condições de vida da população. Ressalte-se ampliação da atuação da enfermagem no âmbito do cuidado. A noção de ATENÇÃO” inclui a responsabilidade com a promoção , proteção, recuperação e reabilitação e são fundamentais como parte do elenco de políticas sociais necessárias para a construção de uma sociedade justa e democrática, sendo esta a missão central do SUS (BRASIL, 2002). A noção do CUIDADO pautado na INTEGRALIDADE da ATENÇÃO/ASSISTÊNCIA DE QUE CUIDADO ESTAMOS FALANDO? 1988- Reforma constitucional passando a saúde a fazer parte dos direitos sociais da cidadania. O SUS como modelo de atenção. Mais do que um arranjo institucional, o processo da Reforma Sanitária brasileira é um projeto civilizatório, ou seja, pretende produzir mudanças dos valores prevalentes na sociedade brasileira, tendo a saúde como eixo de transformação e a solidariedade como valor estruturante. 1994 - implantado no Brasil, mas especificamente no Ceará o Programa de Saúde da Família 1996 - Publicação da Norma Operacional básica- NOB 96 se institucionaliza o PSF como programa de governo- Implantação do PAB 2006- Portaria GM 399/ 06- Pacto da Saúde- (Pacto em defesa da vida, Pacto em defesa do SUS,Pacto de Gestão) SUS como política de Estado e não de governo 2006- Portaria GM 648/06 - Legitima o Saúde da Família não mais como Programa e sim como estratégia 2011- Portaria GM 2488/11 - Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica, para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). Decreto 7508/2011 PROCESSO SOCIAL DE MUDANÇA DAS PRÁTICAS SANITÁRIAS NO SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE Território -Processo “ Um espaço programático que, de um lado, rejeita uma estrutura burocrática muito formalizada e, de um outro, constitui lugar democrático de negociação e concertação constante entre os diferentes atores sociais em situação no território-distrito”. VIGILÂNCIA À SAÚDE Microáreas- Áreas-distrito-Município-Microrregião-Macrorregião- Constitui espaço privilegiado da territorialização da saúde e , portanto, da organização do campo dos serviços de saúde Reconhecimento do território identificar Problemas descrever condicionantes Ações Intersetoriais DESENHO ORGANIZATIVO NO SUS (Território-Processo) Plano Diretor de Regionalização - PDR PRÁTICA SANITÁRIA DA VIGILÂNCIA À SAÚDE TRÊS PILARES BÁSICOS Território PROBLEMAS DE SAÚDE INTERSETORIALIDADE Ambientes Saudáveis/ Cidades Saudáveis Políticas Públicas interligadas Referencia para planejamento da mudança da situação de saúde TERRITÓRIO VIVO historias de vida Cultura sensibilidade vínculos Compromisso Criatividade A implementação da Vigilância a Saúde, é um processo complexo que articula o “enfoque populacional” (promoção) com o “enfoque de risco” (proteção) e o enfoque clínico (assistência), constituindo-se de fato uma forma de pensar e de agir em saúde, ou seja, uma referência para a formulação de propostas e uma estratégia de organização de um conjunto heterogêneo de políticas e práticas que assumem configurações específicas de acordo com a situação de saúde da populações em cada país, estado ou município (territórios) (PAIM.2003) PROCESSO DE TRABALHO NO AMBITO DA ABS PRÁTICA DE VIGILÂNCIA À SAÚDE O desafio na reformulação de pensamentos e práticas DESENHO ORGANIZATIVO DO - SUS Promoção Proteção Recuperação NÍVEIS DE ATENÇÃO Á SAÚDE NÍVEIS DE COMPLEXIDADE DA ASSISTÊNCIA Atenção Básica Média cmplexidade Alta complexidade Relaciona-se às ações Relaciona-se às estruturas e procedimentos Substituição de um modelo assistencial tradicional por outro, onde predomina a vigilância à saúde do território sob a responsabilidade de uma Unidade Básica de Saúde (UBS). SUS - Desafio de uma nova Prática Sanitária SITUAÇÃO ANTERIOR AO SUS Características da Atenção Básica: · Oferta de serviços inferior à demanda · Demanda reprimida · Campanhas que desestruturam e transtornam a rotina da unidade Características da Atenção Básica almejada: ·Ação sobre um TERRITÓRIO DEFINIDO e com amplos conhecimento epidemiológicos do mesmo ·Ter uma oferta organizada a partir da adscrição de clientela por uma Equipe de Saúde (TRABALHO EM EQUIPE) ·Controlar agravos do meio e agir sobre grupos e situações de risco definidos pelo VÍNCULO SITUAÇÃO OBJETIVO DO SUS Fundo Municipal de Saúde Secretaria de Saúde Conselho Municipal de Saúde Apoio técnico Apoio administrativo Atenção Básica Média complexidade Alta complexidade Serviços Básicos ESF Cuidado de alto risco TERRITÓRIO ORGANIZATIVO DO CUIDADO Modelo organizacional do SUS Serviços especializados MUDANÇA DO MODELO ORGANIZATIVO DOS SISTEMAS FRAGMENTADOS DE SERVIÇOS DE SAÚDE PARA AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE SISTEMA FRAGMENTADO DE SERVIÇOS REDES INTEGRADAS DE ATENÇÃO À SAÚDE FONTE: MENDES (2002) APS ORGANIZAÇÃO HIERÁRQUICA POR NÍVEL DE COMPLEXIDADE(Tecnológica) ALTA MÉDIA ATENÇÃO BÁSICA E D C B A ABS ORGANIZAÇÃO POLIÁRQUICA EM REDES COOPERATIVAS USUÁRIO ATENÇÃO BÁSICA MÉDIA COMPLE- XIDADE ALTA COMPLE- XIDADE REABILITA- ÇÃO RECUPERA- ÇÃO PROTEÇÃO PROMOÇÃO Fonte: Autores Rêgo;Lins; Matias; Viana; O CUIDADO ORGANIZADO NA LÓGICA DE REDES DE ATENÇÃO (RAS) LINHAS DE CUIDADO AS REDES DE ATENÇÃO À SAÚDE - RAS Informação Qualificação/Educação Regulação Promoção e Vigilância à Saúde ATENÇÃO BÁSICA DA ORGANIZAÇÃO DO SUS – ACESSO E PORTAS DE ENTRADAS O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços de saúde do SUS se inicia pelas portas de entrada e se completa na rede regionalizada e hierarquizada. SERVIÇOS DE ATENÇÃO PRIMÁRIA SERVIÇOS DE ATENÇÃO PSICOSSOCIAL SERVIÇOS DE ATENÇÃO DE URGÊNCIA E EMERGÊNCIA SERVIÇOS ESPECIAIS DE ACESSO ABERTO O acesso às ações e serviços de saúde será ordenado pela atenção primária; Fundado na avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério cronológico; Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado na rede de atenção à saúde. AS COMISSÕES INTERGESTORES PACTUARÃO AS REGRAS DE CONTINUIDADE DO ACESSO ÀS AÇÕES E AOS SERVIÇOS DE SAÚDE NA RESPECTIVA ÁREA DE ATUAÇÃO. Política Nacional de Atenção Básica Portaria n. 2488, de 21 de outubro de 2011. PROGRAMAS FORTALECEDORES DA QUALIDADE E DO ACESSO NA ATENÇÃO BÁSICA SF 6 composições NASF ESFR ESFF UBS - Fluviais A reorganização da Atenção Básica-ESF com foco na Vigilância à Saúde Doenças agudas ainda em evidência Doenças crônicas em ascensão, devido ao envelhecimento TRIPLA CARGA DE DOENÇAS Crescimento de Causas externas (Acidentes e Violências) Atual sistema fragmentado, voltado para as condições agudas A proposta do modelo de atenção do SUS através da Estratégia Saúde da Família exige uma mudança no processo de trabalho da equipe de saúde, que deixa de focar apenas na atenção às condições agudas e passa a ter seu foco dirigido às condições crônicas, à promoção e manutenção da saúde. Nessa mudança do processo de trabalho, as atribuições dos membros da equipe não são estanques, assim como não o é o processo saúde-doença da população sob cuidado. Toda a equipe de saúde é corresponsável pelo processo de atenção aos problemas, assim como pelas práticas promotoras de saúde, respeitando-se os limites de cada categoria profissional. A divisão de tarefas entre os componentes da equipe, dentro das atribuições de cada categoria, deve ter flexibilidade para adequar-se à situação de saúde da população adscrita. A estratégia de saúde da família (ESF) é um novo modelo de atenção à saúde que pretende reformular as práticas de sanitárias existes. A ESF incorpora e reafirma os princípios básicos do Sistema Único de Saúde (SUS) - universalização, descentralização, integralidade e participação da comunidade - e está estruturada a partir da Unidade Básica de Saúde da Família, que trabalha com base na integralidade, hierarquização, territorialização e cadastramento da clientela que é acompanhada por uma equipe multiprofissional. Aprova a Política Nacional de Atenção Básica, estabelecendo a revisão de diretrizes e normas para a organização da Atenção Básica,para a Estratégia Saúde da Família (ESF) e o Programa de Agentes Comunitários de Saúde (PACS). PORTARIA Nº 2.488, DE 21 DE OUTUBRO DE 2011 Portaria 2488 de 21 de OUTUBRO de 2011 - PNAB A Atenção Básica caracteriza-se por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, redução de danos e a manutenção da saúde com o objetivo de desenvolver uma atenção integral que impacte na situação de saúde e autonomia das pessoas e nos determinantes e condicionantes de saúde das coletividades. É desenvolvida por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária,considerando a dinamicidade existente no território em que vivem essas populações. Utiliza tecnologias de cuidado complexas e variadas que devem auxiliar no manejo das demandas e necessidades de saúde de maior freqüência e relevância em seuterritório, observando critérios de risco, vulnerabilidade, resiliência e o imperativo ético de que toda demanda, necessidade de saúde ou sofrimento devem ser acolhidos. A atenção básica é desenvolvida com o mais alto grau de descentralização e capilaridade, próxima da vida das pessoas. Deve ser o contato preferencial dos usuários, a principal porta de entrada e centro de comunicação da Rede de Atenção à Saúde. Orienta-se pelos princípios da universalidade, da acessibilidade, do vínculo, da continuidade do cuidado, da integralidade da atenção, da responsabilização, da humanização, da equidade e da participação social. A Atenção Básica considera o sujeito em sua singularidade e inserção sócio-cultural, buscando produzir a atenção integral. Do Processo de trabalho das equipes de Atenção Básica São características do processo de trabalho das equipes de Atenção Básica: I - definição do território de atuação e de população sob responsabilidade das UBS e das equipes; II - programação e implementação das atividades de atenção à saúde de acordo com as necessidades de saúde da população, com a priorização de intervenções clínicas e sanitárias nos problemas de saúde segundo critérios de freqüência, risco, vulnerabilidade e resiliência. Inclui-se aqui o planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o acesso dos usuários; III - desenvolver ações que priorizem os grupos de risco e os fatores de risco clínico comportamentais, alimentares e/ou ambientais, com a finalidade de prevenir o aparecimento ou a persistência de doenças e danos evitáveis; IV - realizar o acolhimento com escuta qualificada, classificação de risco, avaliação de necessidade de saúde e análise de vulnerabilidade tendo em vista a responsabilidade da assistência resolutiva à demanda espontânea e o primeiro atendimento às urgências; V - prover atenção integral, contínua e organizada à população adscrita; VI - realizar atenção à saúde na Unidade Básica de Saúde, no domicílio, em locais do território (salões comunitários, escolas, creches, praças, etc.) e outros espaços que comportem a ação planejada; IVII - desenvolver ações educativas que possam interferir no processo de saúdedoença da população, no desenvolvimento de autonomia, individual e coletiva, e na busca por qualidade de vida pelos usuários; VIII - implementar diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromissocom a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função delas, entre outras; IX - participar do planejamento local de saúde assim como do monitoramento e a avaliação das ações na sua equipe, unidade e município; visando à readequação do processo de trabalho e do planejamento frente às necessidades, realidade, dificuldades e possibilidades analisadas; X - desenvolver ações intersetoriais, integrando projetos e redes de apoio social, voltados para o desenvolvimento de uma atenção integral; XI - apoiar as estratégias de fortalecimento da gestão local e do controle social; e XII - realizar atenção domiciliar destinada a usuários que possuam problemas de saúde controlados/compensados e com dificuldade ou impossibilidade física de locomoção até uma unidade de saúde, que necessitam de cuidados com menor frequência e menor necessidade de recursos de saúde e realizar o cuidado compartilhado com as equipes de atenção domiciliar nos demais casos. I - existência de equipe multiprofissional (equipe saúde da família) composta por, no mínimo, médico generalista ou especialista em saúde da família ou médico de família e comunidade, enfermeiro generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar ou técnico de enfermagem e agentes comunitários de saúde, podendo acrescentar a esta composição, como parte da equipe multiprofissional, os profissionais de saúde bucal: cirurgião dentista generalista ou especialista em saúde da família, auxiliar e/ou técnico em Saúde Bucal; II - o número de ACS deve ser suficiente para cobrir 100% da população cadastrada, com um máximo de 750 pessoas por ACS e de 12 ACS por equipe de Saúde da Família, não ultrapassando o limite máximo recomendado de pessoas por equipe; III - cada equipe de saúde da família deve ser responsável por, no máximo, 4.000 pessoas, sendo a média recomendada de 3.000 pessoas, respeitando critérios de equidade para esta definição. Recomenda- se que o número de pessoas por equipe considere o grau de vulnerabilidade das famílias daquele território, sendo que quanto maior o grau de vulnerabilidade menor deverá ser a quantidade de pessoas por equipe; IV - cadastramento de cada profissional de saúde em apenas 01 (uma) ESF, exceção feita somente ao profissional médico que poderá atuar em no máximo 02 (duas) ESF e com carga horária total de 40 (quarenta) horas semanais; São itens necessários à estratégia Saúde da Família: Art. 1º Fica alterado o cálculo do teto máximo de Equipes de Saúde da Família, com ou sem os profissionais de saúde bucal, pelas quais o Município e o Distrito Federal poderão fazer jus ao recebimento de recursos financeiros específicos, o qual passará a ser obtido mediante a seguinte fórmula: População/2.000. PORTARIA Nº 2.355, DE 10 DE OUTUBRO DE 2013 PRINCIPAIS MUDANÇAS DA PORTARIA 2.488/11 •Implantação do Acolhimento com classificação de risco e 1° Atendimento as Urgência Básicas nas UBS (onde deverá receber e escutar todas as pessoas que procuram a UBS, oferecendo uma resposta positiva, capaz de resolver a grande maioria dos problemas de saúde da população e/ou de minorar danos e sofrimentos, ainda que esta seja ofertada em outros pontos de atenção da rede) •Garantir da atenção a saúde buscando a integralidade por meio da realização de ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e prevenção de agravos; e da garantia de atendimento da demanda espontânea, além da realização das ações programáticas, coletivas e de vigilância à saúde •Planejamento e organização da agenda de trabalho compartilhado de todos os profissionais, e recomenda-se evitar a divisão de agenda segundo critérios de problemas de saúde, ciclos de vida, sexo e patologias dificultando o acesso dos usuários •Estímulo à Dupla inserção do Médico (20HS- Equipes transitória-Atenção Básica e Rede de Urgência) •Universalização do acesso às Próteses de Saúde Bucal com prioridade para áreas do Mapa da Pobreza •Equipes de ATENÇÃO BÁSICA para População em situação de rua: •Consultórios de Rua Integrado à Política de Combate ao Crack •Equipe de Atenção Básica que cuida desta População que tem Necessidades de Saúde específicas (Drogadição, Saúde Mental, Infecciosas, Dermatológicos, Saúde Bucal, Escoriações, Inclusão Social) •Equipes de Atenção Domiciliar e Apoio Matricial Integradas à Atenção Básica e à Política de Urgências/Emergência Implementação de diretrizes de qualificação dos modelos de atenção e gestão tais como a participação coletiva nos processos de gestão, a valorização, fomento a autonomia e protagonismo dos diferentes sujeitos implicados na produção de saúde, o compromisso com a ambiência e com as condições de trabalho e cuidado, a constituição de vínculos solidários, a identificação das necessidades sociais e organização do serviço em função dessas necessidades; OBJETIVOS ESTRATÉGICOS DO MINISTÉRIO DA SAÚDE INFORMAÇÃO EM SAÚDE COMO BASE PARA MUDANÇA DE SITUAÇÃO DE SAÚDE Elemento Estratégico para a Gestão PAPEL DA INFORMAÇÃO EM SAÚDE • Decisão • Planejamento • Execução • Avaliação INFORMAÇÃO EM SAÚDE A produção da informação é orientada a permitir uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. O processo de produção de informação é composto por um conjunto de elementos relacionados entre si, dentre os quais figura como componente básico O DADO. Assim, a INFORMAÇÃO é o dado útil, ou seja, é o produto da análise dos dados obtidos, devidamente registrados, classificados, organizados, relacionados e interpretados dentro de um contexto para TRANSMITIR CONHECIMENTO, conduzindo à melhor compreensão de fatos e situações. Informação significa necessariamente novas e diferentes informações e não duplicação de uma mesma informação já existente; Depende do contexto, já que seu valor está diretamente ligado ao contexto de sua interpretação, uso e disseminação. Situação da Saúde Avaliação Dados Informação Conhecimento Decisão Ação SISTEMA DE INFORMAÇÃO NO SUS No Brasil, o processo de implantação do Sistema Único de Saúde (SUS), iniciado em 1988, tem posto o tema em evidência, uma vez que os princípios e a legislação que norteiam o sistema enfatizam a importância das informações e indicadores gerenciais e epidemiológicos para o cumprimento das atribuições federais, estaduais e municipais. A produção de informações em saúde deve estar orientada de forma a permitir uma compreensão ampliada do processo saúde/doença. Parte-se do entendimento de que o estado de saúde de uma coletividade é a expressão de uma vasta gama de características e fatores próprios de seu meio econômico, social e ambiental. Isto significa que a informação em saúde deve abranger não apenas os dados produzidos pelo próprio setor, mas também aqueles produzidos por outras esferas de atuação. A Lei Orgânica da Saúde (8080/90), prevê em seu artigo 47, a organização pelo MS, em articulação com os níveis estaduais e municipais do SUS, de um Sistema de Informações em Saúde-SIS, integrado em todo território nacional, abrangendo questões epidemiológicas e de prestação de serviços. Sistema de Informação em Saúde A Rede Nacional de Informações em Saúde (RNIS) tem como objetivo integrar e disseminar as informaçòes de saúde do País. . Criado como um projeto do Ministério da Saúde a RNIS está integrando, através da internet, todos os municípios brasileiros, facilitando acesso e o intercambio das informaçòes em saúde. O Datasus disponibiliza informaçòes que poderão servir de subsídios para análise objetiva da situaçào sanitária, tomada de decisões baseadasem evidências e programação de ações de saúde INFORMAÇÃO NO SUS SISTEMA DE INFORMAÇÃO EM SAÚDE - SIS CONCEPÇÃO DO SIS •Subsidiar o processo de tomada de decisões •Produzir conhecimento •Descrever uma realidade •Permitir a avaliação permanente da situação de saúde •Avaliar resultados das ações executadas •Fomentar a adequação dessas ações •Coleta • Valida • Transforma • Armazena • Recupera • Apresenta dados • Gera informação No Brasil, as estatísticas de saúde de registro contínuo podem ser agrupadas em quatro grandes áreas: as estatísticas vitais produzidas pelo IBGE; as estatísticas de produção de serviços ambulatoriais e hospitalares que são coletadas pelas secretarias de Saúde e posteriormente consolidadas no Sistema de Informações Hospitalares (SIH), no Sistema de Informações Ambulatoriais (SIA), e no Sistema de Informações sobre Atenção Básica (SIAB), pelo Departamento de Informática do SUS-Datasus; as estatísticas na área de vigilância epidemiológica e monitoramento da situação de saúde, organizadas no Sistema de Agravos de Notificação (Sinan), no Sistema de Nascidos Vivos (Sinasc), e no Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM), que são gerenciados pelo Centro Nacional de Epidemiologia da Fundação Nacional de Saúde (Cenepi/FNS; e as estatísticas relacionadas aos recursos públicos e orçamento do sistema de saúde, em nível municipal, estadual e federal, coordenadas pela Secretaria de Investimentos do MS, que atualmente estão estruturadas no Sistema de Orçamentos Públicos em Saúde (Siops). SISTEMAS DE INFORMAÇÃO DE ABRANGÊNCIA NACIONAL a) Sistema de Informações da Atenção Básica (SIAB) – para os municípios e o Distrito Federal, caso tenham implantado ACS e/ou ESF e/ou ESB; b) Sistema de Informações Ambulatorial - SIA; c) Sistema de Informações sobre Mortalidade - SIM; d) Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos - SINASC; e) Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional - SISVAN; f) Sistema de Informações de Agravos de Notificação - SINAN; e g) Sistema de Informações do Programa Nacional de Imunizações - SIS-PNI. SISTEMAS DE INFORMAÇÕES OBRIGATÓRIO PARA QUE HAJA REPASSE DE RECURSOS DO PAB Profº Drº Ana Tânia Lopes Sampaio BOA PROVA!
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