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APOSTILA_05

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Prévia do material em texto

1Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
Variação Linguística 
e Mecanismos de 
Construção Textual
Lilia Gonçalves
Seguinte bicho: Ô meu rei:
Ei bichin: Orra meu:
2Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
Sumário
Introdução ......................................................................................................... 03
Objetivos .......................................................................................................... 04
Estrutura do conteúdo .................................................................................... 04
Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
Tópico 1: Língua Portuguesa: unidade e variedade ......................................... 05
Tópico 2: Níveis de Linguagem ........................................................................ 07
Tópico 3: Variações Geográficas, Sociais, Culturais e o Jargão ...................... 08
Tópico 4: Conceito e Estrutura do Parágrafo ................................................... 10
 4.1 Estrutura do Parágrafo ................................................................ 10
 4.2 Tópico Frasal .............................................................................. 11
 4.3 Formas de desenvolvimento do parágrafo ................................. 14
Resumo ............................................................................................................ 16
Leitura Complementar .................................................................................... 17
Referências Bibliográficas .............................................................................. 18
3Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Seja bem-vindo(a) ao conteúdo “Variação Linguística e Mecanismos de Produção 
Textual”.
 Neste material veremos que existem três tipos de variações linguísticas: 
diatópica, diafásica e diastrática. Conhecer as variações linguísticas é importante para 
compreendermos que diferentes linguajares permeiam a convivência dos falantes. Isso 
acontece em razão da faixa etária, da classe social, de aspectos regionais, entre outros.
Outro ponto que será abordado diz respeito ao estudo do parágrafo, sua estrutura e o 
tópico frasal. Veremos formas de desenvolvimento dos parágrafos, conforme a intenção 
comunicativa do emissor. 
 
Bons estudos! 
4
Estrutura do Conteúdo
Objetivo
s
Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Esperamos que ao final deste conteúdo 
você seja capaz de:
1. Compreender que a língua portugue-
sa é única, apesar das variedades; 
2. Distinguir os fatores envolvidos na 
variação linguística, como: níveis de 
funcionamento da linguagem, função 
do emissor e do receptor, faixa etária, 
classe social, dentre outros; 
3. Entender que não se pode discriminar 
uma pessoa pela língua que ela utiliza; 
4. Entender a importância do parágrafo 
comunicação para o desenvolvimento 
do homem; 
5. Distinguir a linguagem verbal da não-
verbal; 
6. Conhecer as diferenças entre língua 
e linguagem.
 Para melhor compreensão do conteúdo, 
este material está dividido de acordo com os 
seguintes tópicos:
1. Língua portuguesa: unidade e varie-
dade 
2. Níveis de linguagem 
3. Variações geográficas, sociais, cultu-
rais; jargão
4. Conceito e estrutura do parágrafo
5Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
1. Língua Portuguesa: unidade e variedade
 Nenhuma língua é usada de modo homogêneo por todos os seus falantes, 
independentemente das dimensões geográficas do país. Veja por quê:
As variedades (dialetos e falares) 
correspondem, geralmente, a grupos 
sociais definidos:os que moram numa 
ou noutra região: os que pertencem 
a uma determinada classe social; 
os mais jovens ou mais velhos; os 
que gostam de um tipo ou outro 
de música; os que têm uma ou 
outra profissão... O latim e o grego 
também tinham formas variáveis (por 
exemplo, o latim clássico e o vulgar). 
As diferenças de linguagem servem para 
distinguir ou caracterizar os grupos sociais, 
colaborando para construir sua identidade.
Observando falantes de diversas regiões do Brasil, em 
nenhum momento diremos que eles falam línguas diferentes. 
O gaúcho, o carioca, o baiano, o cearense falam a língua 
portuguesa. Há diferenças, é óbvio, mas diferenças que não 
nos permitem afirmar que se trate de quatro línguas diferentes.
Olhando cada falante, 
não podemos afirmar 
que o uso seja 
uniforme. Dependendo 
da situação, uma 
mesma pessoa 
pode usar diferentes 
variedades de uma 
só forma da língua.
As línguas variam no tempo e no espaço, 
de época para época, de região para 
região, de classe social para classe 
social, de momento para momento.
Norte
Nordeste
Centro 
Oeste
Sudeste
Sul
6Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Veja o que Celso Cunha nos diz sobre unidade e variedade 
linguística:
 “Nenhuma língua permanece a mesma em todo o seu domínio 
e, ainda num só local, apresenta um sem-número de diferenciações.
(...) Mas essas variedades de ordem geográfica, de ordem social e 
até individual, pois cada um procura utilizar o sistema idiomático da forma que melhor 
lhe exprime o gosto e o pensamento, não prejudicam a unidade superior da língua, 
nem a consciência que têm os que a falam diversamente de se servirem de um mesmo 
instrumento de comunicação, de manifestação e de emoção.” (Celso Cunha, em Uma 
política do idioma)
 Leia o quadrinho. Perceba como pode ocorrer 
diferenças nas formas de pronúncia, vocabulário 
e estrutura sintática entre as regiões no Brasil. 
 As línguas não são totalmente homogêneas, 
especialmente em um território tão vasto quanto 
o nosso e com uma população tão numerosa. 
 Essas variações não chegam a descaracte- 
rizar a língua nem negar sua unidade. Essas dife-
renciações regionais são chamadas de dialetos, 
que é a modalidade de uma língua caracterizada 
por determinadas peculiaridades fonéticas, gra-
maticais ou regionais. 
 Acesse o Recurso Multimídia e conheça as definições de 
dialeto. 
Conteúdo On-line
7Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
2. Níveis de Linguagem
 Adotamos esta classificação para os níveis de linguagem:
Nível culto
A linguagem é elaborada de acordo com as 
normas gramaticais. É burocrática, artificial e 
conservadora, precisa, impessoal e destituída 
de espontaneidade. O vocabulário deve adaptar-
se à situação, bem como às normas sintáticas e 
morfológicas. A linguagem formal de nível culto 
corresponde à variante padrão. É aquela que se 
aprende nas escolas.
É usada pelas pessoas instruídas das diferentes 
classes sociais e caracteriza-se pela obediência 
às normas gramaticais. Mais comumente usada 
na linguagem escrita e literária, reflete prestígio 
social e cultural. É mais artificial, mais estável, 
menos sujeita a variações. Está presente nas 
aulas, conferências, sermões, discursos políticos, 
comunicações científicas, noticiários de TV, 
programas culturais etc.
Nível familiar ou coloquial 
É um nível que foge às formalidades e aos requintes 
gramaticais. É usado em conversas informais 
e despretensiosas, principalmente por pessoas 
conhecedoras da norma gramatical, mas que 
utilizam um registro menos formal. Caracteriza-
se por um vocabulário limitado, pouco variado e 
sintaxe simples. Há menos policiamento, por isso 
é comum certas transgressões às normas de 
regência, colocação e concordância.
Não acreditaram 
no que você disse.
Sua afirmação 
foi encarada 
com ceticismo.
8Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
Linguagem popular 
É uma variante informal de pouco prestígio, e 
comparadaaos dois níveis anteriores. Carac-
teriza-se pela espontaneidade e descontração. 
O objetivo é a comunicação clara, rápida e efi-
caz. É extremamente funcional e conta com a 
entonação com importante reforço. É utilizada, 
sobretudo, por pessoas que têm baixo grau de 
escolaridade ou não são alfabetizadas. Carac-
terísticas deste registro: vocabulário pobre ou 
restrito; construções frasais que se afastam do 
padrão gramatical; mistura de pronomes; sole-
cismos de concordância e de regência; uso de 
gírias; redundâncias.
Caraca, 
tu é mó 
mentiroso.
3. Variações Geográficas, Sociais Culturais e 
o Jargão 
 Estudar uma língua é reconhecer que ela tem capacidade de evoluir, mudar, enriquecer-
se. Evanildo Bechara descreve três tipos essenciais de variação linguística. Veja quais são 
eles: 
Variação diastrática 
Designa a variação da linguagem que ocorre entre os diferentes níveis socioculturais de 
uma comunidade linguística. Podemos citar como exemplo as diferenças entre a língua 
culta e a língua popular. 
Variação diatópica 
É um termo que nomeia as variantes regionais, onde se fala uma língua histórica. Como 
exemplo, citamos as variantes regionais do nordestino, do sulista, do carioca, do mineiro 
etc. Neste caso, as variações são marcantes em termos de pronúncia e vocabulário. 
 Estudar uma língua é reconhecer que ela tem capacidade de evoluir, mudar, enriquecer-
se. Evanildo Bechara descreve três tipos essenciais de variação linguística. Veja quais são 
eles: 
Variação diastrática 
Designa a variação da linguagem que ocorre entre os diferentes níveis socioculturais de 
uma comunidade linguística. Podemos citar como exemplo as diferenças entre a língua 
culta e a língua popular. 
Variação diatópica 
É um termo que nomeia as variantes regionais, onde se fala uma língua histórica. Como 
exemplo, citamos as variantes regionais do nordestino, do sulista, do carioca, do mineiro 
etc. Neste caso, as variações são marcantes em termos de pronúncia e vocabulário. 
9Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
Variação diafásica 
Designa as variações que o usuário da língua pode fazer de acordo com o contexto que 
está inserido, ou seja, é quando um falante varia o seu registro de língua, adaptando-o às 
circunstâncias. Podemos apontar como exemplo as diferenças entre a língua falada e a 
escrita, o falar solene e o familiar, entre a linguagem corrente e a burocrática.
Jargão
Você viu que na linguagem popular é comum o uso de gíria ou jargão. Você também utiliza 
esta variante linguística no dia a dia? Analise o conceito. 
É uma forma de linguagem baseada em um vocabulário especialmente criado por um 
determinado grupo ou categoria social, com o objetivo de servir de emblema para os 
membros desse grupo, estabelecendo distinção entre os demais falantes da língua. A 
gíria funciona não só para identificar os grupos que a utiliza, como também para excluir os 
indivíduos externos, para quem, às vezes soa ininteligível. 
 Veja o que diz Dino Preti sobre a gíria:
 Caracterizada como um vocabulário especial, a gíria surge 
como um signo de grupo, a princípio secreto, domínio exclusivo de 
uma comunidade social restrita (seja a gíria dos marginais ou da 
polícia, dos estudantes, ou de outros grupos ou profissões). (...) Ao 
vulgarizar-se, porém, para a grande comunidade, assumindo a forma de uma gíria comum, 
de uso geral e não diferenciado, (...) torna-se difícil precisar o que é de fato vocábulo gírio 
ou vocábulo popular (...) É expressa frequentemente sob forma humorística (e não raro 
obscena, ou ambas as coisas juntas), como ocorre, por exemplo, em certos signos que 
revelam evidente agressividade, como bicho, forma de chamamento que na década de 
1970 substituía amigo, colega, cara; coroa, para pessoa mais idosa, madura; quadrado, 
em lugar de conservador tradicional, reacionário; mina, para namorada, forma trazida da 
linguagem marginal da prostituição, onde originalmente significa mulher rendosa para o 
malandro, que vive à custa dela etc. (Dino Pretti)
10Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
4. Conceito e Estrutura do Parágrafo
 “É uma unidade de composição constituída por um ou mais períodos, em que se 
desenvolve determinada ideia central, ou nuclear, a que se agregam outras, secundárias, 
intimamente relacionadas pelo sentido e logicamente decorrentes dela”. Há diferentes tipos 
de estruturação do parágrafo, conforme a natureza do assunto e sua complexidade, além 
de depender da espécie de leitor a que se destine o texto. O parágrafo é uma unidade do 
discurso e geralmente se inicia com uma frase genérica, básica, denominada frase nuclear 
ou tópico frasal. 
Como é formado um parágrafo? 
À ideia básica são associadas, pelo 
sentido, outras secundárias. Não se 
devem incluir outras ideias básicas 
em um mesmo parágrafo, devendo-se 
abrir um novo sempre que surgirem 
novas ideias. 
São exigências fundamentais de 
um parágrafo a unidade e a 
coerência. A ideia de unidade 
recomenda que ideias afins 
permaneçam juntas em um mesmo 
parágrafo, não importando sua 
extensão física. As ideias devem 
estar dispostas em uma ordenação 
lógica para resultarem em expressão 
coerente.
4.1 Estrutura do Parágrafo
 O princípio orientador da formação de um parágrafo é o mesmo da elaboração de um 
texto com vários parágrafos: há sempre necessidade de uma introdução, desenvolvimento 
e conclusão. Indica-se como técnica para melhorar o desempenho da redação estabelecer 
um objetivo para alcançar em todos os parágrafos. 
11Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Se a ideia central do parágrafo é difícil de ser identificada, o melhor é refazê-lo até se 
alcançar a objetividade e clareza esperadas. 
 O parágrafo não deve reduzir-se a seu aspecto visual-estético, nem terá a extensão 
medida em centímetros, mas em conteúdo. Ao introduzir um fato ou argumento novo, muda-
se o parágrafo; daí que toda ideia nova deve ser desenvolvida em parágrafos separados. 
4.2 Tópico Frasal
 É uma frase curta e objetiva que norteia o desenvolvimento das ideias. A partir dela, o 
escritor/redator desenvolve seu texto, sem fugir ao objetivo prescrito no tópico. 
 Exemplos
 Opinião: A liberdade de imprensa é uma conquista das sociedades democráticas. 
 Argumentação: Não se deve usar a liberdade de imprensa para achincalhar pessoas, 
conspirar contra governos, nem noticiar fatos sem que sejam apurados rigorosamente, sob 
o risco de atrair a ira daqueles que têm pendores ditatoriais. 
 Como construir um tópico frasal 
 O tópico frasal deve ser construído de forma que atraia o leitor e desperte sua 
curiosidade para o que vai ser dito. Assim, devem ser evitados chavões como: no mundo 
atual, na atual conjuntura, a cada dia que passa, no mundo em que vivemos. 
 Como começar um parágrafo? Vejamos algumas dicas: 
 Declaração 
 “O projeto de lei enviado ao Congresso, 
punindo pais que deem palmadas em seus 
filhos é uma falta do que fazer. Já existe 
legislação que trata da questão da violência 
contra o menor, como o ECA e o próprio 
Código Penal. Além disso, interfere na 
liberdade de os pais educarem seus filhos 
conforme suas convicções. Os exageros 
devem ser combatidos e punidos com a 
legislação que já existe.” 
12Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Definição 
 Tema: Religião 
 “As religiões se estabelecem e subsistem a partir da divisão bipartida do universo 
entre o sagrado e o profano. Sagrado e profano não são propriedades das coisas. Eles 
se estabelecem pelas atitudes dos homens perante coisas, espaços, tempos, pessoas, 
ações. Enquanto o mundo profano se resume ao círculo do utilitário, o sagrado avança 
para o ideal. Se o homem é senhor do mundo utilitário, no sagrado ele é servo. O sagrado 
é apresentado como centro do mundo,a origem da ordem, a fonte das normas, a garantia 
da harmonia que se manifesta na e pela sociedade.” (Rubem Alves) 
 Divisão 
 “O Brasil deu início à exploração do petróleo na camada do pré-sal sem contar com 
o plano de segurança exigido por especialistas. Experiência recentes, tiradas do acidente 
ocorrido nos EUA, o maior desastre da indústria petrolífera, exigem que o país redobre o 
cuidado com a exploração marítima.” 
 Oposição 
 “O governo do estado do Rio de Janeiro, já preocupado com a Copa do Mundo de 
2014 e com as Olimpíadas de 2016, implantou um programa de segurança, as UPPs, que 
têm levado a paz para comunidades antes dominadas por bandidos. Esses, por sua vez, 
encontram refúgio seguro em outras regiões, como a Baixada Fluminense, onde a política 
de segurança sequer deu sinal de vida.”
 Uma questão (pergunta) 
 Tema: Faltam recursos para a Saúde? 
 “A simples consulta aos dados orçamentários dos governos federal, estaduais e 
municipais demonstram que a saúde no Brasil não vai mal por falta de dinheiro, mas por 
falta de fiscalização. Todos os dias a imprensa publica notícias de corrupção na área da 
saúde quando milhões e milhões são desviados de seus fins.” 
13Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Uma frase nominal (seguida de 
explicação) 
 “Baixos salários. Principal caracte-
rística do magistério no Brasil. Esse é 
um dos fatores que têm afastados os 
estudantes dos cursos de licenciatura. 
A consequência, gravíssima, já se faz 
sentir: faltam professores no Brasil. Em 
algumas áreas, como Física, Química e 
Geografia, sequer se forma uma turma 
anual. É um sinal de alerta para nossos 
governantes.” 
 Ponto de vista oposto 
 Tema: Ficha limpa 
 “Os tribunais eleitorais lutam para 
implantar a lei da ficha limpa, aquele 
que veda a candidatura de quem foi condenado por decisão de um colegiado. Alguns 
candidatos, contudo, têm recorrido à justiça para concorrerem nas próximas eleições, 
confiando que uma decisão colegiada os livre do impedimento.” 
 Comparação 
 Tema: Reforma eleitoral 
 “O tema da reforma eleitoral volta e meia assoma as discurssões políticas. Em época 
de eleição, os candidatos a presidente sempre são a favor de uma reforma na legislação 
eleitoral. Comparada com a de outros países subdesenvolvidos. Não se combate a 
infidelidade nem se preveem sanções para políticos desonesto.”
 Frases nominais (frases sem verbo) 
 “Enchente na Baixada Fluminense. Deslizamento de terra em Angra dos Reis. Calor 
insuportável no Rio de Janeiro. Inverno rígido no hemisfério Norte. Chuvas torrenciais em 
várias partes do mundo. Terremoto devastador no Haiti. 
A natureza manda seus recados, mas o homem finge não ouvi-los.” 
Referência Histórica 
 “A globalização 
não é um fenômeno 
recente. A história registra 
episódios que nos fazem 
crer que ela vem ocorrendo 
ao longo dos séculos. 
As viagens de Marco 
Pólo, a circunavegação, a 
busca de especiarias, são 
exemplos que podem ser 
citados.” 
14Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
4.3 Formas de desenvolvimento do parágrafo
 Após a frase inicial (tópico frasal), passa-se aos pormenores que constituirão o corpo 
do parágrafo. Para isso, apresentam-se circunstâncias, aspectos e fatos que o autor 
previamente selecionou e que são pertinentes à ideia exposta no tópico frasal. 
 Veja como Augusto Frederico Schmidt apresenta suas razões, 
até muito convincentes, através de pormenores, no texto opinativo 
abaixo: “Esta cidade já não é mais a capital oficial do país, mas 
continua sendo a capital do povo brasileiro, quer queiram, quer não 
(tópico frasal). É a capital política, embora as Câmaras (alta e baixa) 
estejam em Brasília, de onde nos vêm, diluídos distantes, amortecidos 
e mudados, os ecos das agitações parlamentares. Aqui funcionou o 
Brasil: aqui encontrou a sua síntese, o seu centro de gravidade, esse 
complexo que é nosso país unificado e íntegro (...)” 
 Dentre as possibilidades de ordenação do parágrafo, podemos destacar: 
• Desenvolvimento do parágrafo por exploração de aspectos espaciais – o redator se 
vale da exposição relativa ao lugar em que ocorrem os fatos. 
• Desenvolvimento do parágrafo por exploração de aspectos temporais – neste caso, 
o leitor é informado sobre quando os fatos ocorreram. 
• Desenvolvimento do parágrafo por enumeração de pormenores ou fatos – o redator 
tem como objetivo enumerar características, relacionar aspectos importantes. 
• Desenvolvimento do parágrafo mediante contraste de ideias. 
• Desenvolvimento do parágrafo por ideias análogas, comparação. 
• Desenvolvimento do parágrafo por razões, causas, consequências e efeitos. 
• Desenvolvimento do parágrafo por explicitação de ideias.
• Desenvolvimento do parágrafo por resposta a uma interrogação. 
15Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Conclusão do parágrafo 
 A conclusão pode ser construída com um resumo das ideias ou com a apresentação 
das consequências das ideias expostas. 
16Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Neste material aprendemos que a língua não é falada de maneira uniforme pelo país, e 
a esse fenômeno denominamos variação linguística, que pode indicar variantes regionais, 
sociais, jargão entre outras. Bechara destaca três principais tipos de variação: diastrática, 
diatópica e diafásica.
Variação diastrática: Designa a variação da linguagem que ocorre entre os diferentes 
níveis socioculturais de uma comunidade linguística. Podemos citar como exemplo as 
diferenças entre a língua culta e a língua popular.
Variação diatópica: É um termo que nomeia as variantes regionais, onde se fala uma 
língua histórica. Como exemplo, citamos as variantes regionais do nordestino, do sulista, do 
carioca, do mineiro, etc. Neste caso, as variações são marcantes em termos de pronúncia 
e vocabulário.
Variação diafásica: Designa as variações que o usuário da língua pode fazer de acordo 
com o contexto que está inserido, ou seja, é quando um falante varia o seu registro de língua, 
adaptando-o às circunstâncias. Podemos apontar como exemplo, as diferenças entre a língua 
falada e a escrita, o falar solene e o familiar, entre a linguagem corrente e a burocrática.
 Os tópicos aqui abordados são fundamentais para a escolha adequada da modalidade 
da língua que você escolherá de acordo com o contexto em que estiver inserido. Escolhendo 
com atenção, não haverá erro!
 Também foi possível aprender um pouco mais sobre a estrutura do parágrafo e suas 
principais formas de desenvolvimento. Identificamos a base do parágrafo e aprendemos 
que é nela que está contida a ideia principal que será desenvolvida ao longo do parágrafo. 
O tópico frasal pode ser construído por declaração, oposição, definição, perguntas, dentre 
outras formas. 
 E, finalizando o conteúdo deste material, apresentamos algumas formas de ordenação 
do parágrafo.
 Esperamos que os temas abordados aqui possa ser utilizado futuramente para possíveis 
consultas, ajudando-o a elaborar um texto coeso e coerente.
17Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
 Exemplo de um texto expositivo 
 Nós, escravocratas 
 Por Cristovam Buarque 
 Há exatos cem anos, saía da vida para a história um dos maiores brasileiros de todos 
os tempos: o pernambucano Joaquim Nabuco. Político que ousou em agir, pensador e 
ativista com causa, principal artífice da abolição do regime escravocrata no Brasil. 
 Apesar da vitória conquistada, Joaquim Nabuco reconhecia: “Acabar com a escravidão 
não basta. É preciso acabar com a obra da escravidão”, como lembrou na semana passada 
Marcos Vinicios Vilaça, em solenidade na Academia Brasileira de Letras. Mas a obra da 
escravidão continua viva, sob a forma da exclusão social: pobres, especialmente negros, 
sem terra, sem emprego,sem casa, sem água, sem esgoto, muitos ainda sem comida; 
sobretudo sem acesso à educação de qualidade. Ainda que não aceitemos vender, 
aprisionar e condenar seres humanos ao trabalho forçado pela escravidão – mesmo 
quando o trabalho escravo permanece em diversas partes do território brasileiro –, por falta 
de qualificação, condenamos milhões ao desemprego ou trabalho humilhante. Em 1888, 
libertamos 800 mil escravos, jogando-os na miséria. Em 2010, negamos alfabetização 
a 14 milhões de adultos, negamos Ensino Médio a 2/3 dos jovens. De 1888 até nossos 
dias, dezenas de milhões morreram adultos sem saber ler. Cem anos depois da morte de 
Joaquim Nabuco, a obra da escravidão se mantém e continuamos escravocratas.
18Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
ABAURRE, Maria Luzia. Português. São Paulo: Moderna, 2000 
ABREU, Antônio Suárez. Curso de redação. São Paulo: Ática, 2003. 
ANDRADE, Margarida Maria de; MEDEIROS, João Bosco. Comunicação em Língua 
Portuguesa. São Paulo: Atlas, 2004.
BAUTISTA VIDAL, J. W. Brasil, civilização suicida. Brasília: Nação do Sol, 2000. 
BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna, 2002. 
CÂMARA JÚNIOR, Joaquim Matoso. Manual de Expressão ora e escrita. Petrópolis: 
Vozes, 1986. 
CARNEIRO, Agostinho Dias. Redação em Construção: a escritura do texto. São Paulo: 
Moderna, 2001.
CEREJA, William Roberto; MAGALHÃES, Thereza Cochar. Texto e Interação – uma 
proposta de produção textual a partir de gêneros e projetos. 2ª. ed. São Paulo: Atual 
Editora, 2008. 
CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. Rio 
de Janeiro: Lexicon, 2009.
DISCINI, N. Comunicação nos textos. São Paulo: Contexto, 2007. 
FIORIN, J. L.; SAVIOLI, F. P. Lições de texto: leitura e redação. São Paulo: Ática, 2002. 
GARCIA, Othon M. Comunicação em Prosa Moderna. 24ª. ed. Rio de Janeiro: FGV, 
2004 
 . Comunicação em prosa moderna:, aprendendo a escrever, arepdendo a pensar. 
Rio de Janeiro: FGU, 1999.
FÁVERO, L. L. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1997. 
19Variação Linguística e Mecanismos de Construção Textual
FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. Leitura e redação. 
São Paulo: Ática, 1990. 
INFANTE, Ulisses. Do Texto ao Texto. São Paulo: Scipione, 1998. 
KOCH, Ingedore G. Villaça; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. Texto e coerência. São Paulo: 
Cortez, 2005. 
 . A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2003. 
MARTINS, Maria Helena. O que é leitura? São Paulo: Brasiliense, 2003. 
MOYSÉS, C. A. Língua portuguesa: atividades de leitura e produção de texto. São Paulo: 
Saraiva, 2008.
NADÓLSKIS, H. Comunicação redacional. São Paulo: Saraiva, 2009. 
NASCIMENTO, Edson; SOARES, Magda.. Técnica de redação. Rio de Janeiro: Ao Livro 
Técnico, 1978. 
RIBEIRO, Manoel Pinto. Gramática aplicada da língua portuguesa. Rio de Janeiro: M. 
P. Ribeiro, 2009. 
ZILBERKNOP, Lúbia. Português Instrumental. Porto Alegre: Sagra Fuzzatto, 2000.

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