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1Coesão e Coerência Coesão e Coerência Lilia Gonçalves 2Coesão e Coerência Sumário Introdução ......................................................................................................... 03 Objetivos .......................................................................................................... 04 Estrutura do conteúdo .................................................................................... 04 Coesão e Coerência Tópico 1: Coesão Lexical e Gramatical ............................................................ 05 1.1 Coesão Gramatical ..................................................................... 05 1.2 Coesão Lexical ........................................................................... 06 1.3 Uso de Conectivos ...................................................................... 06 Tópico 2: Relações Anafóricas e Catafóricas ................................................... 07 Tópico 3: Expressões de Transição .................................................................. 08 Tópico 4: Fatores de Coerência ....................................................................... 09 4.1 Informatividade ........................................................................... 12 4.2 Intertextualidade ......................................................................... 12 Resumo .......................................................................................................... 13 Leitura Complementar .................................................................................... 14 Referências Bibliográficas .............................................................................. 15 3Coesão e Coerência Seja bem-vindo(a) ao conteúdo de “Coesão e Coerência”. Neste material serão observados os elementos de coesão textual, o uso de conectivos e expressões de transição e como ocorrem as relações anafóricas e catafóricas no texto. Também serão apresentados os fatores de coerência textual e sua importância para adequada compreensão e produção de texto. Bons estudos! 4 Estrutura do Conteúdo Objetivo s Coesão e Coerência Esperamos que ao final deste conteúdo você seja capaz de: 1. Compreender os recursos de coesão textual; 2. Conhecer os conectivos e perceber o uso em textos diversos; 3. Identificar as expressões de transição e sua funcionalidade na coesão textual; 4. Compreender os fatores de coerên- cia textual; 5. Identificar a relevância desses fatores na compreensão e elaboração textual. Para melhor compreensão do conteúdo, este material está dividido de acordo com os seguintes tópicos: 1. Coesão Lexical e Gramatical 2. Relações Anafóricas e Catafóricas 3. Expressões de Transição 4. Fatores de Coerência 5Coesão e Coerência 1. Coesão Lexical e Gramatical A coesão é a ligação entre elementos por meio de recursos linguísticos que garantem a unidade semântica entre eles. A coesão pode ser gramatical ou lexical. Um texto não-literário (artigo, ensaio, monografia) bem elaborado tem como premissa básica a adequada coesão a fim de avalizar o que se quer de fato expressar. Um texto deste gênero, com problemas de coesão, dificilmente se fará entender. 1.1 Coesão gramatical 4) Referencial: um elemento faz referência a outro que já apareceu (anáfora) ou que irá aparecer logo em seguida (catáfora). Ocorre por meio de pronomes (retos, oblíquos, relativos, demonstrativos, possessivos, indefinidos e interrogativos), advérbios (ali, lá, aí, aqui), artigos e numerais. Ex. 1: A qualificação de profissionais de áreas diversas é importante. Ela permite o acesso a melhores empregos. (Ela = a qualificação de profissionais) (anáfora) Ex. 2: Queria conhecer isto: o estudo objetivo da coesão textual. (Isto = o estudo) (catáfora). 1) Frásica: relação entre os elementos da frase (concordância e regência nominal e verbal, a ordenação das palavras na oração etc.) Ex.: Os índices de desenvolvimento mostram um crescimento significativo no que diz respeito à educação. 2) Interfrásica: relação semântica entre frases por meio de conectores. Ex.: Como estudava com frequência, conseguia obter êxito nos exames. (relação de causa por meio do conectivo “como” = porque). 3) Temporal: emprego de advérbios, locuções adverbais (conectivos temporais) e tempos verbais que situam o tempo dentro do texto numa sequência adequada. Ex.: Em 2009, o Brasil ganhou o direito de sediar os jogos Olímpicos que acontecerão em 2016. Hoje o país se prepara para este momento. 6Coesão e Coerência 1.2 Coesão lexical a) Reiteração: é a repetição de palavras e expressões a fim de evidenciar uma marca (no caso de textos publicitários) ou uma ideia (no caso de textos literários). b) Substituição: a coesão por substituição pode ser por sinonímia, antonímia, hiperonímia e hiponímia. 1. Sinonímia: uso de sinônimos: apelido – alcunha; bônus – prêmio; 2. Antonímia: uso de antônimos: alto-baixo; claro-escuro; 3. Hiperonímia: palavras de ideias gerais: “instrumentos”, “ferramentas”; 4. Hiponímia: palavras de ideias restritas: ”violão”, “martelo”; 1.3 Uso de Conectivos Principais conjunções e expressões coordenativas e subordinativas para serem usadas no desenvolvimento de períodos compostos: CONECTIVOS aditivas: e, nem, mas também, mas ainda, como também adversativas: mas, porém, contudo, entretanto, todavia, no entanto alternativas: ou ... ou , quer ... quer, seja ... seja conclusivas: pois (posposto ao verbo), logo, portanto, por conseguinte explicativas: pois (anteposto ao verbo), porque, que causais: porque, porquanto, visto que, já que, uma vez que, como (quando equivale a porque) comparativas: que, como (após mais, menos) comparativas: que, como (após mais, menos) consecutivas: que (após os termos tão, tal, tanto) consecutivas: que (após os termos tão, tal, tanto) concessivas: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, posto que, apesar de que, por mais que, por menos que condicionais: se, caso, contanto que, salvo se, exceto se, desde que, a menos que, a não ser que, sem conformativas: conforme, consoante, segundo, como finais: para que, a fim de que, de modo que, de forma que, de maneira que proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto maior, quanto menor, quanto melhor, quanto pior proporcionais: à proporção que, à medida que, ao passo que, quanto mais, quanto menos, quanto maior, quanto menor, quanto melhor, quanto piorintegrantes: que, se 7Coesão e Coerência 2. Relações Anafóricas e Catafóricas Anáfora Anáfora é a remissão a um referente citado anteriormente, com o intuito de dar progressão ao texto, com o acréscimo de novas informações. Ela retoma (reativa) referentes previamente introduzidos no texto, estabelecendo uma relação de correferência entre o elemento anafórico e seu antecedente. Catáfora A catáfora é a representação de um elemento linguístico que para sua interpretação depende de um outro termo que virá depois para completar o sentido do texto, ou seja, a catáfora ocorre quando um termo se refere a algo que ainda será enunciado no texto. Acesse o Recurso Multimídia e veja outros exemplos de relações anafóricas e catafóricas. Conteúdo On-line Anáfora Catáfora 8Coesão e Coerência 3. Expressões de Transição Enumeração É preciso considerar que ...” “Também não devemos esquecer que ...” “Não podemos deixar de lembrar que...” Uso de citações “Segundo ...” “Conforme ...” “De acordo com o que afirma ...” Confronto “É possível que... noentanto...” “É certo que... entretanto...” “É provável que ... porém...” Divisão de ideias “Em primeiro lugar ...; em segundo ...; por último ...” “Por um lado ...; por outro ...” “seguida, ...; finalmente, ...” Oposição de ideias “Por outro lado, ...” “Em contrapartida, ...” “Ao contrário do que se pensa, ...” “Em compensação, ...” Reafirmação Na verdade, ... “Compreende-se então que ...” “É bom acrescentar ainda que ...” “É interessante reiterar ...” Inserção de objetivos (mais usado em textos científicos) “Com este trabalho objetiva-se ...” “Pretende-se demonstrar ...” “O presente trabalho objetiva ...” Exemplificação “A fim de comprovar o que foi dito, ...” “Para exemplificar, ...” “Exemplo disso é ...” Algumas expressões que podem ser utilizadas em seu texto: “Para tanto, ...” “Para isso, ...” “Além disso, ...” “Se é assim, ...” “É fundamental que ...” “Tudo isso é ...” “Nesse momento, ...” “De toda forma, ...” “De tal forma que ...” “Em ambos os casos ...” Para o parágrafo de conclusão, pode-se utilizar expressões iniciais como: “Por fim,...” “Dessa forma, ...” “Portanto,...” “Mediante os fatos expostos,...” “Diante do que foi dito ...” 9Coesão e Coerência 4. Fatores de Coerência Coerência está ligada ao sentido. Um texto precisa ser compreendido por quem o lê, o ouve ou o vê. No caso da arte, muitas vezes, este parâmetro de coerência deve ser entendido de outra forma. O quadro do pintor espanhol Salvador Dali ilustra adequadamente o sentido de uma obra de arte que, como texto artístico, requer daquele que vê compreensão de plurissignificação e conhecimento de mundo sobre a questão do Surrealismo (movimento artístico que destaca o papel do inconsciente na atividade criadora). (Salvador Dali. A persistência da memória. 1931) Esta pintura de Dali retrata a preocupação do homem com o tempo e a memória. Sendo manifestação do inconsciente e um texto artístico, não se pode falar em incoerência no quadro de Dali. 10Coesão e Coerência Para um texto ter coerência é preciso estar atento aos seguintes fatores: Conhecimento de mundo: considera de que forma este será compartilhado pelo emissor e o receptor. Conhecimento linguístico: depende do domínio das regras gramaticais comum aos interlocutores. Interlocutores: deve-se considerar a situação em que se encontram suas intenções de comunicação, suas crenças, bem como a função comunicativa do texto. Um texto acadêmico seria incoerente se apresentasse excesso de sequências narrativas ou poéticas em vez de argumentativas em parágrafos de desenvolvimento. Também se tornaria incoerente se não considerasse o grau de instrução de seu público leitor. Um texto universitário requer um vocabulário, muitas vezes, ligado a sua área de interesse. Portanto, o jargão (termo técnico relacionado a uma determinada profissão) é adequado a este tipo de texto, pois idealiza um leitor capaz de decodificar sua mensagem, de percebê-la coerente. 11Coesão e Coerência Um texto pode ser considerado coerente ou incoerente de acordo com o contexto, com a situação em que ele é apresentado. Às vezes, um texto é considerado incoerente, mas se lhe for atribuído um contexto de situação diferente do que se inferiu, pode-se percebê-lo coerente. Veja o trecho abaixo: Era meia-noite, o sol brilhava. As tartarugas voa- vam de galho em galho, ruminando a relva fresca sob um intenso areal. Um homem velho, um pouco moço, nu com a mão no bolso, em pé sentado, num banco de pedra feito de pau, lia um livro que estava fechado à luz de um lampião apagado. E pensava nas quatro maravilhas do mundo que são três: a mulher e a cachaça. E dizia calado: “Antes morrer do que perder a vida”. (autor desconhecido) Perceba que, numa primeira leitura, o texto parece incoerente. Isso porque apresenta ideias contraditórias. No entanto, se apresentarmos a informação de que ele foi produzido por um bêbado, por exemplo, pode-se dizer que neste contexto você o perceba “coerente”. Ou seja, dependendo do contexto, da situação de produção do texto, ele pode ser considerado coerente ou incoerente. Dessa forma, a contextualização, a situação de um texto é um importante componente de coerência. 12Coesão e Coerência 4.1 Informatividade A informatividade está ligada ao conhecimento de mundo. Ela diz respeito ao nível de previsibilidade da informação que o texto oferece. Um texto que apresentar apenas informação previsível terá um baixo nível de informatividade. Ao contrário, um texto com alto grau de informatividade é aquele que apresenta informação inesperada que acrescente ao leitor o que lhe faltava. Quanto mais imprevisível a informação contida num texto, maior seu grau de informatividade. 4.2 Intertextualidade A intertextualidade diz respeito à relação de um texto com outros textos já produzidos. Intencionalidade e aceitabilidade A intencionalidade refere-se à maneira que uma pessoa produz o seu texto a fim de conseguir realizar suas intenções. Já a aceitabilidade diz respeito à atitude do leitor/receptor em aceitar o texto como algo que tenha para ele alguma funcionalidade, alguma relevância, que seja coeso e coerente. 13Coesão e Coerência Neste conteúdo de “Coesão e Coerência” aprendemos os elementos da coesão textual, o uso de conectivos, expressões de transição e também como ocorrem as relações anafóricas e catafóricas. No primeiro tópico, vimos que coesão é a ligação entre elementos por meio de recursos linguísticos, que tem como objetivo garantir a unidade semântica, podendo ser gramatical ou lexical. Esta pode ser frásica, interfrásica, temporal ou referencial; aquela pode ocorrer por reiteração, substituição, sinonímia, antonímia, hiperonímia e hiponímia. Em seguida, estudamos o uso de conectivos, conhecemos as principais conjunções e expressões coordenativas e subordinativas para serem usadas no desenvolvimento de períodos compostos, entre elas: aditivas, adversativas, alternativas, conclusivas, explicativas, causais, comparativas, consecutivas, concessivas, condicionais, conformativas, finais, proporcionais, temporais e integrantes. Por último, aprendemos algumas expressões de transição que podem ocorrer no texto, entre elas: enumeração, citações, reafirmação, inserção de objetivos, exemplificação, oposição de ideias, etc. Observamos também os fatores de coerência textual e sua importância para a compreensão e produção textual. No tópico “Fatores de Coerência”, vimos que ela está relacionada ao sentido, significa dizer que o texto precisa ser compreendido por quem o lê, o vê ou o ouve. Ela está ligada aos seguintes fatores: conhecimento de mundo, conhecimento linguístico e conhecimento textual, ressaltando que um texto pode ser considerado coerente ou incoerente de acordo com o contexto, com a situação em que ele é apresentado. Adiante, no tópico “Informatividade”, aprendemos que ela está ligada ao conhecimento de mundo, ao nível de previsibilidade da informação que o texto oferece, pois ele não deve apenas apresentar uma informação que seja previsível, deve apresentar uma informação inesperada, acrescentando ao leitor algo novo. A intertextualidade é a relação de um texto com outros que já foram produzidos. A intencionalidade refere-se à maneira que a pessoa produz o texto, a fim de conseguir realizar suas intenções. Já a aceitabilidade refere-se à atitude do leitor/receptor em aceitar o texto como relevante. 14Coesão e Coerência FIORIN, José Luiz; SAVIOLI, Francisco Platão. Para entender o texto. Leitura e redação. São Paulo: Ática, 1990. 15Coesão e Coerência FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. São Paulo: Ática, 1991.KOCH, Ingedore G. Villaça. A coesão textual. São Paulo: Contexto, 2003. . Desvendando os segredos do texto. 6. ed. São Paulo: Cortez, 2009.
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