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Universidade Federal do Rio de Janeiro Faculdade de Farmácia 10 RELATÓRIO BIOFÍSICA SIMULAÇÃO - NMJ Docente: Aloa Machado de Souza, D.Sc. Discentes: André Lopes de Souza Bruno Pitão Teixeira Ana Carolina Dutra Rodrigues Rio de Janeiro (RJ) 2015/1 Introdução As drogas utilizadas para simulação utilizando o software NMJ foram: tetrodotoxina e tubocurarina. Tetrodotoxina A tetrodotoxina é constituida por um grupo guanidina carregado positivamente e um anel pirimidínico com um sistema de anéis fundidos. Este sistema anelar, num total de 5, contêm grupos hidroxilas que ajudam a estabilizar o complexo canal de sódio. Figura 1 – Estrutura molecular da Tetrodotoxina. Mecanismo de ação: A tetrodotoxina é uma neurotoxina especialmente potente, que bloqueia especificamente os canais de sódio dependentes da voltagem na superfície das células nervosas, ao nível periférico e central. Como resultado do bloqueio das bombas de sódio, há uma alteração da propagação dos impulsos nervosos. Tubocurarina É um alcalóide mono-quaternário derivado da isoquinolina. Figura 2 – Estrutura molecular da tubocurarina. Mecanismo de ação: A Tubocurarina é um bloqueador não despolarizante, que atua como antagonista se ligando aos receptores nicotínicos da placa motora na junção neuromuscular. Desta forma a tubocurarina não permite que a acetilcolina se ligue. Na presença de tubocurarina, o potencial de placa não chega em um nível para que ocorra a despolarização, pois esta atua bloqueando a transmissão neuronal. Resultados Tetrodotoxina Abaixo são apresentados os gráficos obtidos pela simulação com o software NMJ para a droga tetrodotoxina nas concentrações: 1E-7 M, 1E-6 M e 1E-5 M. (d) (c) (b) (a) Vm=-84,23mV Vm= -83,57mV Vm= 37,79mV Vm=-84,23mV Figura 3: (a) gráfico sem estímulo nervoso; (b) tetrodotoxina concentração 1E-7; (c) tetrodotoxina concentração 1E-6; (d) tetrodotoxina concentração 1E-5 Discussão O fluxo de íons sódio nas células nervosas é um processo essencial na condução de impulsos nervosos em fibras excitáveis. As células nervosas têm elevada concentração de íons potássio e baixa concentração de íons sódio, tendo por isso um potencial membranar negativo. Com a adição de tetrodotoxina em baixa concentração (1E-7 M), observa-se que ocorre estimulação do axônio, resultando em um potencial de ação que aumenta o fluxo de íons sódio para dentro da célula, gerando um potencial de membrana positivo. A propagação da despolarização ao longo do terminal nervoso desencadeia todos os outros eventos que resultarão numa resposta ao estímulo. O fluxo de sódio através da membrana celular se faz por canais iônicos seletivos para o sódio em relação ao potássio. Observamos que em concentrações mais altas da droga, não houve estímulo. Isto é justificado pelo fato de que uma maior concentração da droga impede que o sódio entre na célula, cessando o fluxo deste íon e com isso o potencial de ação da membrana da célula também cessa. Tubocurarina Abaixo são apresentados os gráficos obtidos pela simulação com o software NMJ para a droga tubocurarina nas concentrações: 1E-7 M, 1E-6 M e 1E-5 M. (d) (c) (b) (a) Vm=-84,01mV Vm= -70,24mV Vm= 48,41mV Vm=-84,16mV Figura 4: (a) gráfico sem estímulo nervoso; (b) tubocurarina concentração 1E-7; (c) tubocurarina concentração 1E-6; (d) tubocurarina concentração 1E-5 Discussão Observou-se que ocorreu um estímulo com a adição da droga em baixa concentração (1E-7 M), havendo despolarização e liberação de acetilcolina. Em concentrações maiores, a tubocurarina bloqueia o receptor da acetilcolina, então não há despolarização da placa motora e com isso ocorre relaxamento da musculatura esquelética, uma vez que com a ausência da despolarização da placa motora não há contração muscular. Em outras palavras, na presença de Tubocurarina, o potencial de placa não chega em um nível para que ocorra a despolarização, pois a mesma bloqueia a transmissão neuronal. Por esse motivo, na simulação com a tubocurarina em baixas concentração a inibição do potencial de ação não foi eficiente (figura b). Com o aumento sucessivo da concentração da droga, não se observou potencial de ação, obedecendo o princípio do “tudo ou nada”. Referências ALBERTS, B. et al. Biologia Molecular da Célula. São Paulo: Artmed Editora S.A.,2004. GOODMAN, A.G. As bases farmacológicas da terapêutica. Rio de Janeiro: Editora McGraw Hill, 2004. JUNQUEIRA, L.C. et.al. Histologia básica. Rio de Janeiro: Editora Guanabara Koogan, 9ª Ed., 1999.
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