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#BRASIL II #BRASIL COLONIAL #DOM PEDRO II

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Quase Europa, semimetrópole, cidade inteira
Rio de Janeiro, capital da colônia a partir de 1763
A primeira impressão é a mais forte
(Luís Joaquim Santos Marrocos chega ao RJ em 1811)
“Aos olhos dos que aportavam, o Rio de Janeiro parecia mesmo uma cidade partida em dois”
- Conde dos Arcos (14 Janeiro de 1808), 
- Nova Lisboa;
- Pequena África;
- Vila acanhada;
Cenário tomado por ruas batidas, desniveladas, esburacadas, cheias de poças e detritos.
Capital do Império português, o Rio de Janeiro deixava muito a desejar
-Poucas edificações;
- Imagem provinciana apesar de algumas melhorias;
O que restava para o restante do território!;
Projeto civilizatório
Incluía o estabelecimento das principais instituições da metrópole:
- Desembargo do Paço;
- Conselho da Fazenda;
- Junta do Comércio;
Prática para fazer máquina do Estado funcionar.
Exemplo de metrópole X tradições teimosas
Nova Lisboa:
Costumes da terra:
- Jardim Botânico
- Banco do Brasil;
- Museu Nacional
- falta de educação dos colonos;
- precários hábitos de higiene
No total: 46 ruas, 4 travessas, 6 becos e 19 largos (1811 d.c.)
Um belo mal-entendido ou ruídos na tradução: os novos projetos de civilização
“Apesar de os modelos de organização administrativa terem sido importados, a peculiaridades locais iam sendo lentamente integradas às novas pretensões de civilidade.” (p. 217);
O governo enfrentou “problemas” com a presença e cultura dos africanos e diversos grupos indígenas;
O príncipe regente ordena ao governador de Minas Gerais que se inicie uma guerra ofensiva aos indígenas.
Havia um verdadeiro choque e um “mal-entendido” entre as culturas;
Os indígenas e também os negros, com seus hábitos e festas, causavam estranhamento;
Início do século XIX – na Bahia, Luís dos Santos condena a diversão “excessiva” dos negros;
Medo de rebeliões negras.
1810 – criação da Câmara do Registro de Mercês e a Corporação de Armas;
Nascimento de uma nobreza em terras brasileiras;
Ideia de construir uma “laboratório de experimentos científicos”;
Elaboração de um Jardim Botânico – área de aclimatação e ostentação de especiarias e plantas de proveniência exótica.
1814 – início da cultura do chá – vinda de uma colônia de cerca de duzentos chineses;
1819 – o parque foi anexado ao Museu Nacional e aberto ao público;
1808 – criação do Museu Real – visava estimular os estudos de botânica e zoologia no local;
1816 – abertura da Escola Real de Ciências, Artes e Ofícios.
O museu não possuía acervo, sendo aberto com uma coleção composta de doações da família real;
Encaixava-se mais como um “gabinete de curiosidades”;
1814 – abertura da Real Biblioteca;
Representava a entrada da “tradição” e da “antiguidade”.
Acervo diverso;
A colônia (e império, posteriormente) já não pareciam mais tão distantes;
A Real Livraria foi um dos símbolos da nova monarquia;
O Império possuía a maior e mais bem suprida biblioteca da América;
A cultura tinha função importante, segundo a visão dos governantes.
Uma Jovem Imprensa Para Um Novo Imaginário Político
Invertem-se os papéis entre metrópole e colônia;
Criação de uma nova “cultura política”;
Tensão no contato de tradições distintas;
Nova hierarquia e desenho de Estado;
Dificuldades em publicar documentos Reais;
Proibição das oficinas tipográficas;
Cria-se em 13 de maio de 1808 a Impressão Régia, com o auxílio do historiador Benedict Anderson;
 Utilizar a imprensa a favor do Estado;
Publicações oficiais e divulgação de obras, de preferência as que exaltassem a imagem da monarquia;
 Altera-se o nome para Régia Oficina Tipográfica, 
juntamente com a elevação da colônia a Reino Unido (1815);
 Em 1808 com a aclamação de d. João como rei, 
torna-se Tipografia Real.
Examinava-se todas as publicações
 para restringir as que pudessem ameaçar 
 a estabilidade da Coroa;
 Em 1822 foram publicados 1.427 documentos oficiais;
Imprimia-se literatura, folhetos, sermões, brochura, obras científicas, tradução de textos sobre cultura, comércio, matemática, história, entre outros;
720 títulos publicados até o ano da independência;
 Gazeta do Rio de Janeiro: O primeiro periódico brasileiro 
 (10 de setembro de 1808);
 Seria periódico, mas após a 2° ed. aderiu as quartas-feiras;
Redigido pelo frade franciscano Tibúrcio José da Rocha ( Oficial da Sec. De Estrangeiros e da Guerra);
Reprodução de atos reais e elogiosos á família real;
Acompanhou as guerras da Europa até 1814;
 
“ Gastar tão boa qualidade de papel em imprimir tão ruim matéria, que melhor se empregaria se fosse usado para embrulhar manteiga”
Crítica de Hipólito José da Costa Pereira Furtado em seu Correio Brasiliense, de Londres;
Inimigo do após ser acusado de ser maçom e perseguido pela inquisição, fugiu da prisão e foi para a Inglaterra;
Seu periódico circulou clandestinamente entre as capitanias;
Jornal Ideal d’Ouro do Brasil (Bahia); Revista As Variedades e Ensaios de Literatura e O Patriota (1813-1814) dirigido pelo baiano Manuel Ferreira de Araújo Guimarães( 1° veículo de divulgação das ciências e das letras);
Jornais e panfletos: Importância nos debates políticos do Brasil Independente de d. Pedro I;
Responsáveis pela abdicação do monarca;
Contestadores dos valores e dos rumos do governo;
 Transição entre o conteúdo religioso para a feição mais laica e política;
 Frei Caneca, revolucionário político redigiu de 1823 a 1824 a Typhis Pernambucano, contrário a tirania e favorável á “dignidade patriótica”;
Evaristo da Veiga, partidário da Republica, aceitou os Bragança para evitar manifestações e era moderador ao redigir O Verdadeiro Patriota;
 Na literatura destacaram-se poucos nomes:
Januário da Cunha Barbosa, produzia poesia neoclássica, voltado para a política e patriotismo. Foi depois Secretário do IHGB;
Natividade Saldanha, manteve-se atrelado a voga arcaica de meados do séc XVIII;
Relatos de viajantes estrangeiros e a exaltação da natureza brasileira;
 Theodore Taunay – Idílios brasileiros;
Édouard Corbiére, pronuncio do romantismo; Imagem do indígena bom, nobre e honrado que morre para não submeter-se á escravidão – Élégies Brasiliennes de 1823;
Ferdinand Denis, precursor do romantismo, registra a força da natureza em suas descrições – Scenes de la nature sous les tropiques;
Gavet e Boucher com o romance Les toupinambas - noção de necessidade de valorização da América;
Nova nação e civilização: A natureza como mote para exaltação e marco de identidade;
Anúncio de uma nova literatura, autônoma e emancipada por seus temas e valores;
VIDA E CORTE NA COLÔNIA
Um reinado tropical, Rio de Janeiro como epicentro
D. João VI volta pra Portugal, deixando no Brasil seu primogênito, D. Pedro. A litografia de Thierry Frères mostra o momento em que a família real saiu do porto do Rio de Janeiro.
http://www.revistadehistoria.com.br/secao/capa/inimigos-intimos
João Maria José Francisco Xavier de Paula Luís Antônio Domingos Rafael de Bragança.
Aspecto da antiga Rua Direita, atual Rua 1º de Março, no centro da cidade do Rio de Janeiro, à época da chegada da Família real.
Rio de Janeiro, local onde se concentrou num primeiro momento, o grosso das inovações
DIFERENÇAS SOCIAIS NOS HÁBITOS ALIMENTARES ( REFEIÇÃO PADRÃO)
A POPULAÇÃO ESCRAVA ALIMENTAVA-SE UMA VEZ AO DIA :
Darwin esteve no Rio “Num dia, fazia os cálculos mais sábios para conseguir provar de tudo e pensava sair vitorioso da prova quando com profundo terror vi chegar um peru e um porco assado”
O vinho também existia em quantidade, sobretudo o português, não se tomava água sem mistura-la com um pouco de vinho, rum ou outra bebida, pois se achava que, sem esse artifícios , o líquido faria mal
MORDIDA DE CARRAPATO QUE POPULARIZOU O BANHO NO BRASIL.
ADOTOU O USO DA CADEIRINHA CARREGADA POR ESCRAVOS
EVOLUÇÃO DO TRANSPORTE
A Gazeta do Rio de Janeiro anunciava 
A venda de carros para um ou
dois 
cavalos
Para curtas distâncias carroças 
com mulas. Conduzidas por 
Escravos.
Teatro São João, diversão frequente da família real 1.020 pessoas para encontros políticos entre outros.
Por 10 anos o único 
Mais reconhecido do país.
Marcou época na arte dramática na colônia.
O casal real ganhava um elogio dramático no início de cada espetáculo.
E a plateia esmerava-se nas vestimentas 
O mundo elegante veste-se seguindo os últimos modelos de Paris . Homens apesar do grande calor usam casaco e capas das mais finas telas e meias francesas de seda. Mulheres com decotes e pérolas de muitos tamanhos. 
E para desmentir a impressão de que a corte era cópia fiel dos modelos europeus, basta lembrar dos insetos “pequenos monstros” de longas pernas. Brasil terra das bofetadas .Ratos e camundongos , baratas ,bichos que entravam nos dedos dos pés faziam a desgraça dos estrangeiros , que mal refeitos do calor tinham de lidar com esses incidentes nos trópicos.
 Fundada pelos padres Jesuítas a Fazenda Santa Cruz, formava artistas eruditos. Todos negros e boa parte escravos. Após D. Pedro...
Onde escravos e escravas eram iniciados na musica sacra.
Os músicos foram tomando fama e a escola ficou conhecida como conservatório de Santa Cruz.
-População negra, fazia literalmente tudo.
-A corte possuía 38 mil numa população de 90 mil.
O número de africanos era tão significativo que nesse contexto , empreenderam-se políticas em “prol da povoação branca”.
Em contra partida a invasão cultural francesa, governantas e professoras só eram valorizadas se fossem francesas.
Em "O Inventor de Sonhos" (Brasil, 2013), de Ricardo Nauemberg, um garoto órfão e mulato procura pelo pai, um artista europeu que não chegou a conhecer no Rio de Janeiro de 1808. Durante a busca, ele conhece um jovem aristocrata português, com quem vai acabar disputando o amor de uma escrava
Hoje é dia de feriado: quando o cotidiano é feito de festas e rituais
[...] diante de tal variedade de origens, religiões e costumes, a capital da colônia se converteria num contínuo carnaval, com sua procissão de personagens assolando o cotidiano. 
Mas se o rebuliço era normal, as ruas ficavam ainda mais animadas nos dias de festa.
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Jean-Baptiste Debret
Essa mania festeira não foi, porém, uma invenção local. Tanto portugueses quanto africanos vindos de diferentes locais, já em seus países de origem, tinham o costume de assistir cortejos e procissões.
Estamos nos referindo à importância simbólica das mesmas na manutenção do poder político.
O importante é que, entre festas, o Brasil virava um reino dos mais significativos. O Rio de Janeiro, por exemplo, havia se transformado, desde o tratado de 1810, no grande entreposto brasileiro e pelos seu porto passava uma enormidade de produtos.
Os Tratados de 1810 consistiam em três acordos: Tratado de Comércio e Navegação, Tratado de Amizade e Aliança e o Tratado dos Paquetes. 
Em 20 de março de 1816 [...] morria d. Maria I [...]. Assim que seu estado de saúde piorou, e se declarou a morte breve, saíram as ruas confrarias e membros do clero, entoando ladainhas e preces. Era outro tipo de festa que se anunciava: a festa da morte.
A cerimônia da morte não deixava de ser uma bela encenação, sobretudo porque nesse caso abria espaços para um novo momento político.
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A colônia Lebreton e outras missões científicas: Para uma nova sede uma bela representação.
Em 1816 chegava um grupo de artistas franceses que aqui aportava com o objetivo de começar as artes a partir do zero. 
Era hora de criar uma iconografia patriótica e estatal, assim como prover de tradição essa circunstância histórica em tudo irregular e contingencial.
[...] ao invés de uma corte imigrada, temerosa e bastante isolada, surgiram imagens glorificadoras desse império nos trópicos; exótico por certo, particular em suas cores, gentes e costumes, mas universal na monarquia que o liderava.
Visa de Outeiro – Taunay
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Não se quer dizer que não existisse na colônia artistas e aprendizes – muito pelo contrário – mas, o certo é que não havia até então ensino sistemático ou uma produção voltada para as novas necessidades da corte.
O fato é que, na falta de escolas, e como autodidatas, esses artistas nacionais haviam controlado os códigos da produção da época, de forma suficiente para as demandas locais, mas não plena se pensarmos nas novas exigências que aportavam junto com a corte.
[...] se devotariam (os artistas) à construção de uma série de “miragens”, fachadas e edificações que tentavam driblar a distância existente entre representação e realidade. 
Outras missões, de perfil mais científico e exploratório, entrariam no país, [...]. Mas até a chegada da família real e da paz de 1815, o acesso de estrangeiros era restrito, já que, preocupado com o roubo de plantas e com a manutenção das fronteiras, o governo português evitava ao máximo ceder qualquer autorização.
Com a abertura dos portos, a incursões científicas se dividiram em duas etapas: uma naturalista e geopolítica de luso-brasileiros; e uma segunda com investimento de outras potências e pouca participação de luso-brasileiros.
Uma dos fatos que mais feria a imagem do Rio de Janeiro, atemorizando portugueses e estrangeiros, eram as doenças que grassavam pela colônia, e médicos por aqui eram até então raros.

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