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Teorias sobre o Desenvolvimento Humano
Helen Bee
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Teorias sobre o Desenvolvimento Humano
Helen Bee fala em duas dimensões para compreender e relacionar as diversas teorias sobre o desenvolvimento.
A primeira dimensão se refere a teorias que propõem estágios de desenvolvimento.
A segunda se refere à distinção entre mudanças qualitativas e quantitativas. 
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De um lado as teorias que propõem a mudança que ocorre com o aumento de idade não sendo apenas qualitativa, mas tendo uma meta e envolvendo mudança estrutural. Do outro lado, as teorias que entendem as mudanças que ocorrem com a idade como quantitativas, sem possuir uma meta nem mudança estrutural. Um grupo enfatiza uma mera mudança, ao passo que outro, um desenvolvimento, uma reestruturação sistemática das habilidades ou características dos indivíduos, à medida que a idade aumenta. 
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As teorias do tipo A: mudança qualitativo-estrutural nos estágios. Partilham do pressuposto de que o desenvolvimento apresenta algum ponto final, alguma meta, seja ela aumento de maturidade, maior integridade, senso mais desenvolvido de identidade ou formas mais complexas de pensamento. 
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Teorias psicanalíticas 
Freud, Jung, Adler, Erikson. Todos compreendem processos subjacentes da psique, termo grego que significa alma, espírito ou mente. 
Freud iniciou o método psicanalítico, seus conceitos e a terminologia que se tornaram parte de nossa cultura. O comportamento é governado não apenas por processos conscientes, mas também por processos inconscientes. 
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A pulsão instintiva sexual, a libido, presente no nascimento é motivadora de todo o nosso comportamento. Postula também os mecanismos de defesa – estratégias inconscientes para a redução da ansiedade, tais como repressão, negação ou projeção. 
A estrutura da personalidade se desenvolve com o tempo. Tem três partes: o id, em que a libido está centrada, o ego, elemento mais consciente e executivo da personalidade e o superego, centro da consciência e da moral, incorporando normas e limites morais da família e da sociedade.
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O bebê e a criança que mal começa a andar são totalmente id, desejo, sem a influência restritiva do ego ou do superego. 
O ego começa seu desenvolvimento aos 2 anos até cerca dos 4-5 anos, à medida que a criança aprende a adaptar suas estratégias de gratificação instantânea. 
O superego inicia seu desenvolvimento pouco antes da idade escolar, quando a criança incorpora os valores dos pais e os costumes da sociedade. 
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Freud propõe estágios psicosexuais que se manifestam seqüencialmente, influenciados pela maturação.
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Estágio oral: no recém nascido a libido é investida na boca. 
Estágio anal: Desenvolvendo-se o bebê tem mais sensações no ânus. 
Estágio fálico e genital: a energia se concentra nas regiões erógenas. 
Durante o estágio fálico, Freud postulou o complexo de Édipo. Por volta dos 4-5 anos o menino tem um apego sexual em relação a sua mãe passando a encarar o pai como seu rival, e com poder de castração.O menino se vê entre o desejo por sua mãe e o medo do poder de seu pai. 
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O conflito inconsciente resulta em ansiedade. No processo de identificação, ele “incorpora” a imagem do seu pai. O pai, com seus valores morais, funciona como centro do superego da criança.
Acredita-se na ocorrência de um processo semelhante nas meninas. Elas vêem a mãe como rival e também têm medo dela. Resolvem a questão identificando-se com ela.
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A teoria de Erikson 
Erikson focaliza o surgimento gradativo de um senso de identidade. Propõe oito estágios, três dos quais alcançados apenas na vida adulta. Denomina seus estágios de psicossociais ao invés dos estágios psicosexuais de Freud.
Dentre os oito, quatro estágios têm sido o foco de muitas teorias e pesquisas: confiança na infância, identidade na adolescência, intimidade na vida adulta inicial e procriação na vida adulta intermediária.
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Erikson acredita que o genitor precisa amar com consciência e reagir de maneira previsível e confiante com a criança. O caráter de identidade básica é carregado pela criança ao longo de seu desenvolvimento, influenciando solução de tarefas posteriores. 
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Dilema central do adolescente: identidade versus confusão de papéis; chegar a um senso reintegrado do self, o que gostaria de fazer e ser e de seu papel sexual adequado. Profusão de papéis nesta idade, sendo o momento de reexaminar antigos valores e escolhas.
No jovem adulto, intimidade versus isolamento se constrói sobre a identidade firmada na adolescência. A intimidade não pode ser alcançada sem identidade clara.
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Na fase adulta intermediária a polaridade crítica é a procriação versus a estagnação. É a sensação de poder contribuir com sua energia, idéias e produtos do trabalho para a geração seguinte: o trabalho criativo, o servir à sociedade, além da educação dos próprios filhos e outros jovens que procuram o adulto como orientador e conselheiro. Se tal não acontecer o adulto pode ter uma sensação de estagnação.
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Existe uma idéia fundamental na teoria de Erikson: cada nova tarefa e cada dilema vem se colocar para a pessoa em desenvolvimento a partir de mudanças nas demandas sociais. Cada grupo etário possui sua própria tarefa psicológica central.As questões não resolvidas serão levadas adiante e, como excesso de bagagem, dificultarão a solução total de dilemas posteriores.Os estágios iniciais são importantes porque determinam o palco para tudo que vier a seguir. 
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Avaliação das teorias psicanalíticas 
A idéia de motivações inconscientes é bastante importante nas teorias psicanalíticas.
Freud e Erikson focalizaram nossa atenção sobre a importância da relação da criança com os provedores de cuidados na criação de padrões da personalidade. 
Ao enfatizar que a criança vem ao encontro dos pais com certas tarefas a cumprir, a psicanálise apontam para a natureza transacional do processo de desenvolvimento.
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A criança entra no sistema com necessidades e tarefas próprias. Muito da pesquisa atual enfatiza a conceituação transacional.
As observações dos psicanalista basearam-se em observações clínicas e não em pesquisas sistemáticas. A imprecisão de seus dados impede de que sejam transformados em medidas válidas e confiáveis. As teorias psicanalíticas não podem ser testadas. 
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Teorias cognitivo-desenvolvimentais
Enfatizam o papel da criança como participante mais ativo do processo de desenvolvimento, descrevendo estágios claros e qualitativamente diferentes. 
Explicam o desenvolvimento do pensamento da criança, prestando pouca atenção ao relacionamento da criança com os provedores de cuidados.
A figura central dessas teorias é Jean Piaget, psicólogo suíço cujas teorias modelaram o pensamento da psicologia desenvolvimental.
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Piaget verificou a grande regularidade do desenvolvimento do pensamento da criança. Observou que todas parecem viver as mesmas descobertas seqüenciais acerca de seu mundo, cometendo os mesmos erros e chegando às mesmas soluções. Um pressuposto fundamental para tais teorias é que da natureza do organismo humano se adaptar ao ambiente, num processo ativo em que a criança e o adulto procuram entender seu ambiente. 
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O conceito de esquema é muito importante nessas teorias. Piaget se refere ao repertório de ações físicas ou mentais que a criança apresenta desde o nascimento, de natureza sensório-motora, e que vão se tornando mais complexos. Desde o olhar, provar, tocar, ouvir ou alcançar até esquemas mentais internalizados.
Piaget propõe três processos básicos que respondem pela mudança: assimilação, acomodação e equilibração. 
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Assimilação 
É o processo de absorver algum evento ou experiência em algum esquema existente. Quando você lê este parágrafo, está assimilando as informações, ligando o conceito a outro esquema que possua e que possa ser similar.
A assimilação constitui um processo ativo e seletivo em relação à informação
que absorvemos. Ele muda a percepção. 
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Acomodação 
Processo complementar que envolve a mudança do esquema como conseqüência da nova informação obtida por assimilação. Um bebê que pega um objeto quadrado vai acomodar seu esquema de preensão, para quando pegar de uma outra vez um objeto assim, sua mão possa se modelar de forma mais adequada à preensão. 
Na teoria de Piaget, a acomodação é central mudança desenvovimental: reorganizamos o pensamento, mudamos nossas estratégias, aperfeiçoamos nossas habilidades. 
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Equilibração 
Piaget pressupôs que no processo de adaptação, a criança esta se empenhando por coerência, por ficar “em equilíbrio” e por ter uma compreensão do mundo que faça sentido para ela. Ela opera criando modelos ou teorias coerentes, consistentes internamente. 
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Três organizações, cada uma antecedendo um novo estágio de desenvolvimento.
1)    Por volta dos 18 meses o bebê muda dos esquemas sensório motores simples para as primeiras representações internas verdadeiras.
2)    Por volta dos 5-7 anos, a criança acrescenta um novo conjunto de esquemas que Piaget chamou de operações, ou seja, ações mentais gerais mais abstratas, tais como adição e subtração mentais.
3) 	Na adolescência a criança percebe a maneira de “operar” com idéias, bem como com eventos ou objetos.
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A partir dessas organizações temos quatro estágios de desenvolvimento: O estágio sensório-motor, do nascimento até os 18 meses;
O estágio pré-operacional, dos 18 meses até cerca de 6 anos;
O estágio operacional concreto, dos 6 aos 12 anos;
O estágio operacional formal dos 12 anos em diante. 
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Um outro teórico cognitivo-desenvolvimental, Lawrence Kohlberg acreditou que os estágios finais eram alcançados apenas na vida adulta. Postulou seis estágios do desenvolvimento moral que envolvem uma reestruturação da maneira anterior do pensamento. 
Ele partilhou do pressuposto de que os estágios básicos se desenvolviam na mesma seqüência em todas as crianças – mesmo que a velocidade pudesse variar. 
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Avaliação das teorias cognitivo-desenvolvimentais
As idéias de Jean Piaget causaram impacto sobre o estudo e a compreensão do desenvolvimento de crianças. Ele criou técnicas para explorar o pensamento das crianças e ofereceu não apenas uma teoria que nos obrigou a pensar nas crianças e em seu desenvolvimento de uma maneira nova, como também um conjunto de fatos empíricos impossível de ignorar. 
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No entanto, a partir de testagens de sua teoria ficou evidenciado de que o conceito central dos estágios está errado, levando a conclusão de que o processo de desenvolvimento é muito mais influenciado por experiências específicas do que caracterizado por estágios determinados. 
Tais desconfirmações de Piaget não significam que sua teoria tenha perdido a influência nas pesquisas atuais.

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