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Universidade Federal do Acre Centro de Ciências Biológicas e da Natureza Disciplina: Meteorologia e Climatologia Curso: Engenharia Agronômica Responsável: Prof. Dr. Jorge W Sousa UNIDADE 1 - Considerações gerais sobre Meteorologia e Climatologia no contexto das atividades agroflorestais 1.Introdução A agricultura é a atividade econômica mais dependente das condições climáticas. Os elementos meteorológicos (radiação solar, temperatura, umidade, nebulosidade, precipitação (chuva, neve ou granizo), pressão atmosférica e o vento (velocidade e direção do vento) afetam não só os processos metabólicos das plantas, diretamente relacionados à produção vegetal, como também as demais atividades no campo. Um percentual razoável da oscilação da produção agrícola global deve- se à variabilidade das condições meteorológicas durante o ciclo de cultivo, especialmente para as culturas de sequeiro, já que os agricultores não podem exercer nenhum controle sobre esses fenômenos naturais. Além de influenciar o crescimento, o desenvolvimento e a produtividade das culturas, o clima afeta também a relação das plantas com insetos, fungos e bactérias, favorecendo ou não a ocorrência de pragas e doenças, o que demanda as medidas de controle adequadas. Muitas das práticas agrícolas de campo, como o preparo do solo, a semeadura, a adubação, a irrigação, as pulverizações, a colheita, entre outras, também dependem de condições de tempo e de umidade no solo específicas para que possam ser realizadas de forma eficiente (PEREIRA et al., 2002). Dada a grande importância do clima para a produção agrícola, o uso de informações meteorológicas e climáticas é fundamental para que a agricultura se torne uma atividade sustentável (SIVAKUMAR et al., 2000). Neste contexto, a agrometeorologia, ciência interdisciplinar que estuda a influência do tempo e do clima na produção de alimentos, fibras e energia, assume papel estratégico no entendimento e na solução dos problemas enfrentados pela agricultura (MAVI E TUPPER, 2004). A preocupação crescente com o aumento da população mundial, com a degradação dos recursos naturais e com a sustentabilidade da agricultura, tem exigido maiores esforços no desenvolvimento de melhores estratégias e práticas do uso do solo, a partir do melhor entendimento das relações entre a agricultura e o clima. 1.1.1 Meteorologia: Áreas de atuação A meteorologia estuda os fenômenos atmosféricos ou meteoros, tais como, radiação solar, vento, temperatura, precipitação, dentre outros. O seu campo de atuação abrange o estudo das condições atmosféricas em dado instante (tempo), bem como as suas condições médias e as variações ao longo do tempo da atmosfera em um local (clima). Contudo, as variações e condições extremas do tempo, também são importantes para caracterizar climatologicamente uma região. A meteorologia deve ser utilizada em benefício da sociedade para efeito de planejamento ou como subsídio na elaboração de projetos, notadamente na área agroflorestal. De acordo com a aplicação : - Meteorologia Aeronáutica : apoio a operações de pouso e decolagem, planejamento de rotas e aeroportos. - Meteorologia Marinha : estudos de interação ar-mar, previsão de marés e ondas, planejamento de rotas. - Meteorologia Ambiental : estudos e controle de poluição atmosférica, planejamento urbano. - Agrometeorologia :subsídios aos projetos agrícolas e florestais, plantio e colheitas, produtividade, novas espécies. -Hidrometeorologia : planejamento e impacto de reservatórios, controle de enchentes e abastecimento. - Biometeorologia : influência do tempo sobre a saúde, reações e modo de vida do homem, animais e plantas. 2 1.2. A Organização Meteorológica Mundial (OMM): A OMM é uma das Unidades da Organização das Nações Unidas-ONU que coordena em nível mundial, através de normas, o aspecto operacional. Fazem parte dessa Organização cerca de 200 países. Os códigos internacionais e formas de divulgação da Meteorologia são semelhantes em todos os países do mundo. O Instituto Nacional de Meteorologia- INMET, órgão do Ministério da Agricultura é o representante do Brasil, perante a OMM. Existem três grandes centros mundiais, que recebem todas as informações de meteorologia obtidas mundialmente: Washington (EUA), Melbourne (Austrália) e Moscou (Ex- Rússia). Com grandiosos esforços científicos e tecnológicos, esses centros meteorológicos mundiais operam os dados que recebem, bem como as informações obtidas pelos satélites. Assim, torna-se possível o conhecimento da situação atual do tempo, bem como a previsão de situação futura, para quaisquer pontos da Terra. Obtenção dos dados meteorológicos: são obtidos em estações meteorológicas convencionais ou automatizadas, sendo amplamente utilizados em projetos e nas pesquisas ambientais em geral, tornando-se imprescindíveis para o levantamento do potencial agroflorestal de uma área. A UFAC dispõe de duas estações meteorológicas instaladas no Campus Universitário, sendo uma automatizada do Instituto de Pesquisas Espaciais-INPE e outra convencional do Instituto Nacional de Meteorologia-INMET. 1.3.Estações Meteorológicas Convencionais: local onde são instalados instrumentos que descrevem de maneira sucinta as condições meteorológicas ocorrentes no momento da observação na troposfera, ao nível da superfície terrestre. As observações dos fenômenos meteorológicos contam com instrumentos com leitura direta ou através de instrumentos registradores. As leituras devem ser realizadas de forma sistemática, uniforme e ininterrupta, nos horários 12,18 e 24 horas TMG, os quais, correspondem respectivamente, às 8, 14 e 20 horas de Rio Branco-AC. Classificação das estações meteorológicas de superfície quanto à finalidade: a) Estação sinótica: objetiva a previsão do tempo. As medições realizadas são direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas. b) Estação climatológica: tem por finalidade obter dados para determinar o clima de uma região, após um histórico de no mínimo 30 anos de observação. As medições realizadas são direção e velocidade do vento, temperatura do ar, umidade relativa do ar, chuva, pressão atmosférica, nuvens, geadas, temperatura do solo, evapotranspiração, orvalho, evaporação e radiação solar. c) Estação agroclimatológica: tem por finalidade fornecer informações para estudar a influencia do tempo (elementos meteorológicos) sobre as culturas, além de realizar observações que determinam o crescimento e desenvolvimento das culturas. Instalação de uma estação meteorológica: - Escolha do local – deve ser representativo da região, com horizontes amplos, ou seja, não podem ter barreiras que impeçam a incidência da radiação solar ou que modifiquem o vento, não devendo- se instalar a mesma em fundo de vale ou muito próximo de cursos d’água pois modificam o balanço de energia. O terreno deve ser plano, gramado e bem drenado. Os aparelhos devem ser instalados, de modo a evitar o sombreamento ou interferência de um equipamento sobre outro. A estação deve ser cercada com tela de arame galvanizado com malha de 5cm e 1,5m de altura (OMM). Junto à estação deve existir uma casa de alvenaria que tem por finalidade conter os instrumentos de medida de pressão. 3 -Localização dos instrumentos: a finalidade é que um instrumento não interfira na medição do outro. Na porção norte devem ficar os instrumentos que não podem ser sombreados como o heliógrafo, actinógrafo, geotermômetros, tanques de evaporação, pluviômetros e evapotranspirômetros. Na porção central deve ser instalado o abrigo meteorológico, o qual deve ter a porta voltada para o sul. Na porção sul devem ser instalados os aparelhos mais altos como, por exemplo, o anemômetro.– Cuidados gerais: a grama deve ser cortada periodicamente a fim de se manter a 10cm, evitando-se o sombreamento de equipamentos. Os equipamentos devem ser calibrados periodicamente. Cercas e mourões devem ser pintados de branco e as portas da estação e do abrigo devem ser mantidas fechadas. – Instrumentos e Acessórios, Heliógrafo, Actinógrafo, termômetro de máxima, mínima, evaporímetro de piche, psicrômetro, termohigrômetro, Tanque classe A, Pluviômetro, Pluviógrafo, Catavento tipo Wild, Anemômetro de concha ou caneca, Geotermômetro, Lisímetros e Evapotranspirômetros. 1.4.Estações Meteorológicas Automáticas: Essas Estações são sistemas de aquisição de dados integrados por componentes de qualidade industrial, que garantem uma vida a campo entre 15 e 25 anos, sem a necessidade de constantes atualizações dos sistemas. São providas de softwares que permitem a geração de relatórios tabulares ou gráficos para uma ou mais estações, por períodos breves ou bases históricas, agilizando a análise dos dados e a tomada de decisões quanto aos impactos gerados pelas condições meteorológicas para agilizar e facilitar a tomada de decisões. As estações meteorológicas automáticas possibilitam a aferição e registro de dados climáticos e ambientais ao longo do tempo. Portanto, através delas, é possível obter uma série histórica de dados, com registro desde minutos, gerando relatórios horários ou até diários, das principais variáveis climáticas. Os sensores são os responsáveis pela aferição das variáveis. Estão disponíveis atualmente inúmeros sensores como: temperatura e umidade do ar e do solo (conjugado); velocidade e direção do vento (conjugado); precipitação, radiação solar global, líquida e PAR; pressão barométrica e molhamento foliar. 1.5.Obtenção de dados meteorológicos através de satélites: Um satélite meteorológico é primariamente usado para monitorar o tempo e o clima da Terra, mediante a obtenção de dados/imagens de nebulosidade, queimadas, efeitos de poluição, tempestades de raios e poeira, superfícies cobertas por neve e gêlo, os limites das correntes oceânicas, coletadas através das técnicas disponíveis do Sensoriamento Remoto (técnica de se coletar informações sobre objetos e alvos situados em locais distantes ou remotos). Os Satélites meteorológicos também são munidos de sensores remotos capazes de fornecerem os seguintes dados nas faixas do visível e infravermelho: velocidade e direção do vento, temperatura do ar, umidade, temperatura da superfície, radiação solar incidente e refletida pelo sistema Terra/atmosfera e também a radiação emitida pela superfície da Terra. O El Niño e seu efeito sobre o tempo é monitorado diariamente por meio de imagens de satélites. O buraco na camada de ozônio é mapeado por meio de dados de satélites meteorológicos. Coletivamente, satélites meteorológicos de alguns países permitem observações quase contínuas do tempo sobre todo o planeta. Os satélites geostacionários meteorológicos são mantidos pela Europa-EUMETSAT (Meteosat), os Estados Unidos (GOES, NASA), o Japão (MTSAT, JMA), a China (Fengyun-2), a Rússia (GOMS) a Índia (KALPANA). Esses satélites são colocados à parte do Equador à uma altitude de 35.786 Km. Esta posição permite-lhes girar em torno da Terra à mesma velocidade que esta, no movimento de rotação. Assim, os satélites geostacionários permanecem sempre fixos em um ponto da superfície da Terra e vêem sempre a mesma porção do globo (42% da superfície terrestre). É necessário uma rede de 5 ou 6 satélites para cobrir o conjunto do globo. Segundo o INPE, os satélites Sino-brasileiro de Recursos terrestres-CBERS trouxeram significativos avanços científicos ao Brasil. Essa significância é atestada pelos mais de 15.000 usuários de mais de 1.500 instituições cadastrados como usuários ativos do CBERS, e também nas mais de 300.000 imagens do CBERS distribuídas à razão aproximada de 250 por dia. Suas imagens são usadas em 4 importantes campos, como o controle do desmatamento e queimadas na Amazônia Legal, o monitoramento de recursos hídricos, áreas agrícolas, crescimento urbano, ocupação do solo, em educação e em inúmeras outras aplicações. Também é fundamental para grandes projetos nacionais estratégicos, como o PRODES, de avaliação do desflorestamento na Amazônia, o DETER, de avaliação do desflorestamento em tempo real, e o monitoramento das áreas canavieiras (CANASAT), entre outros. Iniciado em 1988, o projeto CBERS é a parceria mais antiga entre Brasil e China. Já foram lançados o CBERS 1 (1999), o CBERS 2 (2003) e o CBERS 2B (2007). Todos geram imagens da superfície da Terra, usadas em áreas como agricultura e meio ambiente. O próximo satélite do programa CBERS será o CBERS-3, que tem lançamento previsto para o segundo semestre de 2012. 2.A atmosfera Terrestre A atmosfera é uma camada de gases e material particulado (aerossóis) que envolve a Terra. De fato, 99% da massa da atmosfera está contida numa camada de aproximadamente 32 km. Esta camada é essencial para a vida e o funcionamento ordenado dos processos físicos e biológicos sobre a Terra. A atmosfera protege os organismos da exposição a níveis arriscados de radiação ultravioleta, contém os gases necessários para os processos vitais de respiração celular e fotossíntese e fornece a água necessária para a vida. A Atmosfera é um conjunto de gases, com predominância do nitrogênio (78%) e do oxigênio (21%). Os percentuais dos demais gases nobres (hélio, neônio, argônio, xenônio e criptônio) somados constituem apenas 1% da massa atmosférica. O dióxido de carbono, o vapor d'água, o ozônio e os aerossóis ocorrem em pequenas concentrações, mas são importantes para os fenômenos meteorológicos ou para a vida. Embora constitua apenas 0,03% da atmosfera, o dióxido de carbono é essencial para a fotossíntese: O dióxido de carbono ( ) por ser um eficiente absorvedor de energia radiante (de onda longa) emitida pela Terra, influencia o fluxo de energia através da atmosfera, fazendo com que a baixa atmosfera retenha o calor, tornando a Terra própria à vida. O percentual de dióxido de carbono vem crescendo principalmente devido à queima de combustíveis fósseis tais como o carvão, petróleo e gás natural. Um percentual elevado do dióxido de carbono atmosférico adicional é absorvido pelas águas dos oceanos ou usado pelas plantas, mas em torno de 50% permanece no ar. O vapor d'água é um dos mais variáveis gases na atmosfera e também tem pequena participação relativa. Nos trópicos úmidos e quentes constitui não mais que 4% do volume da baixa atmosfera, enquanto sobre os desertos e regiões polares pode constituir uma pequena fração de 1%. Contudo, sem vapor d'água não ocorre a formação de nuvens, chuva ou neve. Além disso, o vapor d'água também tem grande capacidade de absorção, tanto da energia radiante emitida pela Terra (em ondas longas), como também de energia solar (em ondas curtas), além de transportar calor na atmosfera. Portanto, junto com o , o vapor d'água atua na retenção do calor na baixa atmosfera. Como a água é a única substância que pode existir nos 3 estados (sólido, líquido e gasoso) nas temperaturas e pressões existentes normalmente sobre a Terra, suas mudanças de estado absorvem ou liberam calor latente. Desta maneira, calor absorvido em uma região é transportado por ventos para outros locais e liberado. O calor latente liberado, por sua vez, fornece a energia que alimenta tempestades ou modificações na circulação atmosférica. O ozônio, a forma triatômica do oxigênio ( ), tem presença relativamente pequena e distribuição não uniforme, concentrando-se entre 10 e 50 km, com um pico em torno de 25 km. Sua distribuição varia também com a latitude, estação do ano, horárioe padrões de tempo, podendo estar ligada a erupções vulcânicas e atividade solar. Sua concentração na superfície é bastante reduzida, podendo entretanto ser aumentada na presença de atividades industriais ou pela queima de combustíveis fósseis. A formação do ozônio na camada é resultado de uma série de processos que envolvem a absorção de radiação solar. Moléculas de oxigênio ( ) são dissociadas em átomos de oxigênio após absorverem radiação solar de ondas curtas (ultravioleta), conforme a equação a seguir: O 2+ hv (radiação solar de ondas curtas-ultravioleta) → O + O 5 O ozônio é formado quando um átomo de oxigênio colide com uma molécula de oxigênio em presença de uma 3ª molécula não-reativa que permite a reação mas não é consumida no processo . A concentração do ozônio nesta camada deve-se provavelmente a dois fatores: a elevada disponibilidade de energia ultravioleta e a densidade da atmosfera permitir as colisões necessárias entre oxigênio molecular e oxigênio atômico. A presença do ozônio é vital devido a sua capacidade de absorver a radiação ultravioleta do sol na reação de fotodissociação . O átomo livre recombina-se novamente para formar outra molécula de ozônio, liberando calor. Na ausência da camada de ozônio a radiação ultravioleta seria letal para a vida. Desde 1970, tem havido contínua preocupação devido à redução na camada de ozônio por interferência humana. Acredita-se que o maior impacto foi causado por um grupo de produtos químicos conhecido por clorofluorcarbonos (CFCs). CFCs (CFCl3 e CF2Cl2) eram até bem pouco tempo usados como propelentes em 'sprays' aerosol, na produção de certos plásticos e em equipamentos de refrigeração e condicionamento de ar. Como os CFCs são praticamente inertes (não quimicamente ativos) na baixa atmosfera, uma parte deles eventualmente atinge a camada de ozônio, onde a radiação solar os separa em seus átomos constituintes. Os átomos de cloro assim liberados, através de uma série de reações acabam convertendo parte do ozônio em oxigênio, conforme reações :a) Cl + O 3 → Cl O + O 2 b) Cl O + O → Cl + O 2 2.1.Estrutura Vertical da Atmosfera -Pressão Atmosférica Fig. 1.2 Perfil vertical médio da pressão do ar Sabemos que o ar é compressível, isto é, seu volume e sua densidade são variáveis. A força da gravidade comprime a atmosfera de modo que a máxima densidade do ar (massa por unidade de volume) ocorre na superfície da Terra. O decréscimo da densidade do ar com a altura é bastante rápido (decréscimo exponencial) de modo que na altitude de ~5,6 km a densidade já é a metade da densidade ao nível do mar e em ~16 km já é de apenas 10% deste valor e em ~32 km apenas 1%. O rápido decréscimo da densidade do ar significa também um rápido declínio da pressão do ar com a altitude. A pressão da atmosfera numa determinada altitude é simplesmente o peso da coluna de ar com área de seção reta unitária, situada acima daquela altitude. No nível do mar a pressão média é 6 de ou , que corresponde a um peso de 1kg de ar em cada , ou ainda, 1 atm = 760 mmHg=10,33 mca O perfil vertical médio da pressão do ar é mostrado na Fig. 1.2. O decréscimo da densidade do ar segue uma curva semelhante. Não é possível determinar onde termina a atmosfera, pois os gases se difundem gradualmente no vazio do espaço. 2.2. - Temperatura Atmosférica Por conveniência de estudo a atmosfera é usualmente subdividida em camadas, de acordo com o perfil vertical médio de temperatura (Fig. 1.3). Fig. 1.3 - Perfil vertical médio de temperatura na atmosfera Troposfera - Essa é a única camada em que os seres vivos podem respirar normalmente, onde a temperatura decresce com a altitude, e se estende a uma altitude média de 12 km (~ 20 km no equador e ~ 8 km nos pólos). Nesta camada a taxa de variação vertical da temperatura tem valor médio de - 6,5°C/km. Esta taxa na realidade, é bastante variável. De fato, algumas vezes a temperatura cresce em finas camadas, caracterizando uma inversão de temperatura. A troposfera é o principal domínio de estudo dos meteorologistas, pois é nesta camada que ocorrem essencialmente todos os fenômenos que em conjunto caracterizam o tempo. Na troposfera as propriedades atmosféricas são facilmente transferidas por turbulência de grande escala e mistura. O limite superior da troposfera é conhecido como tropopausa que constitui região de transição entre a troposfera e a estratosfera. Sua principal característica é a isotermia. Nas latitudes médias, a temperatura da tropopausa varia de -50 a -55°C, e sua espessura é da ordem de 3 km. A camada seguinte, a estratosfera ,se estende até ~50 km. Inicialmente, por uns 10 km, a temperatura permanece quase constante e depois cresce até o topo da estratosfera, a estratopausa 7 (isotermia em torno de 0°C). Temperaturas mais altas ocorrem na estratosfera porque é nesta camada que o ozônio está concentrado. Conforme mencionamos, o ozônio absorve radiação ultravioleta do sol. Conseqüentemente, a estratosfera é aquecida. Na mesosfera a temperatura novamente decresce com a altura, até a mesopausa, que está em torno de 80 km, onde atinge ~ -90°C. Acima da mesopausa, e sem limite superior definido, está a termosfera, onde a temperatura é inicialmente isotérmica e depois cresce rapidamente com a altitude, como resultado da absorção de ondas muito curtas da radiação solar por átomos de oxigênio e nitrogênio. Embora as temperaturas atinjam valores muito altos, estas temperaturas não são exatamente comparáveis àquelas experimentadas próximo a superfície da Terra. Na termosfera há uma camada com concentração relativamente alta de íons, a ionosfera. Nesta camada a radiação solar de alta energia de ondas curtas (raios X e radiação ultravioleta) tira elétrons de moléculas e átomos de nitrogênio e oxigênio, deixando elétrons livres e íons positivos. A maior densidade de íons ocorre próximo a 300 km. A concentração de íons é pequena abaixo de 80 km porque nestas regiões muito da radiação de ondas curtas necessária para ionização já foi esgotada. Acima de ~400 km a concentração é pequena por causa da reduzida densidade do ar, possibilitando a produção de poucos íons. 3.Conceitos básicos em meteorologia e climatologia: Altitude:Altura em relação ao nível do mar. Latitude:Ângulo compreendido entre determinado observador ou localidade e a linha do equador terrestre, variando de 0-90º S e 0-90º N. Meridiano: Qualquer dos círculos máximos da esfera terrestre que passam pelos pólos. Longitude: descreve a localização de um ponto na Terra medido em graus, de zero a 180 para leste (E) ou para oeste (W), a partir do Meridiano de Greenwich (Inglaterra). Solstício: é o momento em que o Sol, durante seu movimento aparente na esfera celeste, atinge a maior declinação em latitude, medida a partir da linha do equador. Os solstícios ocorrem duas vezes por ano: em dezembro e em junho. Equinócio: um dos dois momentos em que o Sol, em sua órbita aparente (como vista da Terra), cruza o plano do equador celeste (a linha do equador terrestre projetada na esfera celeste). A palavra equinócio vem do Latim e significa "noites iguais", ocasiões em que o dia e a noite duram o mesmo tempo. Os equinócios ocorrem nos meses de março e setembro e definem as mudanças de estação. Estações do ano: O tempo que o sol emprega em ir dos solstícios aos equinócios e destes àqueles, determina praticamente um período de três meses. Declinação solar:O ângulo que o raio vetor proveniente do sol forma com o plano do equador terrestre ao meio-dia. Localização geográfica:É a caracterização espacial de uma determinada localidade na superfície terrestre por meio de suas coordenadas geográficas: Exemplo:Rio Branco-AC Latitude=9º 58'22"S Longitude=67º 48'40"WGr.Altitude=160m Sistema de Posicionamento Global-GPS (Global Positioning System) O GPS é um sistema de posicionamento geográfico que nos dá as coordenadas de um lugar na Terra, desde que tenhamos um receptor de sinais de GPS. Este sistema foi desenvolvido pelo Departamento de Defesa Americano para ser utilizado com fins civis e militares. 3.1.Conceitos básicos em climatologia -Clima:É o conjunto dos elementos meteorológicos (temperatura mínima, média e máxima do ar, precipitação, fotoperíodo, velocidade do vento, direção do vento) que caracterizam o estado médio da atmosfera de determinado ponto ou localidade da superfície terrestre. As variações acentuadas dos elementos meteorológicos podem provocar grandes prejuízos nas atividades agrícolas, tornando-se em alguns casos verdadeiras calamidades, secas prolongadas, grandes inundações, geadas, e até a incidência de pragas e doenças com grande intensidade. -Climatologia: estuda os fenômenos atmosféricos do ponto de vista de suas propriedades estatísticas (médias e variabilidade) para caracterizar os diversos climas da Terra, ou seja, tem como objeto de 8 estudo, os diversos climas da Terra por meio dos dados coletados em cada localidade ao longo do tempo, preferencialmente, um banco de dados com 30 anos de coleta de dados meteorológicos. -Climatologia agrícola e agroflorestal: Estuda a influência exercida pelos regimes climáticos sobre a produtividade agrícola/florestal e animal -Zoneamento Agroflorestal:É o estudo detalhado das condições edáficas e climáticas de uma área, visando à exploração adequadas das essências florestais e culturas agrícolas. 4.O clima como fator limitante: Exemplo: -Ocorrência do mal-das-folhas em seringueira. -Cultivo de soja no Estado do Acre na década de 70. -Melhoramento genético através do cruzamento entre as raças bovinas Gir e Holandesa, obtendo-se a raça Gir-holanda. Escala climática: Consiste na divisão dos climas da Terra, segundo a distribuição vertical e horizontal: _________________________________________________________________________________ Escala Climática Clima Distribuição Distribuição Exemplo Horizontal Vertical Microclima 0,01 a 100m 0,01 a 10m Ambiente interno das construções rurais, estufas, Clima local 100 a 10.000m 0,1 a 1.000m Clima de encostas Mesoclima 1 a 200km 0,001 a 60km Clima de bacia geográfica Macroclima 2.000 a 50.000km 0,001 a 100km Zona climática ou clima regional (Amazônia) _________________________________________________________________________________ 5.Convenções climáticas As alterações ambientais decorrentes das atividades desenvolvidas pelo homem, somadas aos processos naturais, provocam mudanças climáticas globais. A poluição atmosférica causada pelo excesso de dióxido de carbono, metano e óxido nitroso, está associada principalmente à queima de combustíveis fósseis e as queimadas indiscriminadas, sendo que esse excesso de poluentes, reduz a perda de radiação infravermelha (calor) para as camadas mais elevadas da atmosfera, fenômeno este mais conhecido como efeito estufa. Algumas iniciativas ao nível global, foram realizadas objetivando à redução nos níveis das substâncias causadoras desse processo de aquecimento: 5.1.Eco 92: Convenção Climática realizada no Estado do Rio de Janeiro em 1992, contando com a participação de 155 países, tendo como principal objetivo, a tomada de medidas para reduzir a emissão de gases responsáveis pelo Efeito Estufa. 5.2.Protocolo de Kyoto: O Protocolo de Kyoto, assinado em 1997 e que entrou em vigor em 2005, estabeleceu compromissos legalmente vinculativos de redução de emissões de gases do efeito estufa para 37 países desenvolvidos e a União Européia. O acordo não foi ratificado pelos Estados Unidos e não obriga que China, Índia e Brasil o cumpram por serem economias emergentes. Em 1997, 160 países assinaram um protocolo em Kyoto no Japão, prevendo que entre 2008 e 2012, haveria uma redução de pelo menos 5,0% na emissão dos principais gases causadores do aquecimento global, em relação aos níveis de 1990. Todavia o esforço de redução global estipulado 9 pelo Protocolo foi variável entre os países signatários, de acordo com o princípio da responsabilidade comum diferenciada. Assim, alguns países podem aumentar as suas emissões de GEE, enquanto outros acordaram em reduzi-las. A União Européia (UE) acordou numa redução global de 8%. Portugal comprometeu-se em limitar o aumento das suas emissões de GEE em 27%, no período 2008-2012, em relação às emissões de 1990. O protocolo reconhece o papel das florestas como sumidouro e reservatório de carbono, representando um dos pontos importantes no debate do ciclo global do carbono e nos impactos das AC (Alterações Climáticas). Os dados sobre florestas são ainda bastante incompletos. As regras e orientações do Protocolo são bastante exigentes, requerendo esforço (monetário e temporal) e coordenação nacional, nomeadamente na elaboração de um sistema de inventário de todas as áreas florestadas ou desflorestadas desde 1990, seguindo o seu percurso e contabilizando o carbono que será ganho ou perdido no período de cumprimento de Quioto (2008-2012). De acordo com o Protocolo, os países signatários poderão reduzir as suas emissões através de medidas flexíveis como o Comércio de Emissões, Mecanismo de Desenvolvimento Limpo e desenvolvimento de P e M (políticas e medidas) nacionais. O princípio é alcançar numa redução que seja economicamente vantajosa, pois desta forma será mais efetiva e realista. Protocolo de Kyoto e os Créditos de Carbono Para alguns dos países desenvolvidos, reduzir a emissão de gases do efeito estufa pode significar alterações profundas colocando em riscos suas economias. É justamente para evitar essa possibilidade causar efeitos na economia dos países desenvolvidos que foi criado pelo Protocolo de Kyoto um sistema chamado de Mecanismo de Desenvolvimento Limpo - MDL, inserido neste os créditos de carbono. Créditos de Carbono De acordo com regras estabelecidas pelo Protocolo de Kyoto, países desenvolvidos com metas de redução das emissões de dióxido de carbono podem investir em projetos que diminuam as emissões em qualquer outro país e contabilizarem as emissões não realizadas em sua cota. Uma empresa que não tem licenças suficientes para cobrir suas emissões de gases do efeito estufa - GEE devem fazer reduções ou então comprar créditos de carbono excedentes de outras corporações. 5.3.Regulamentação do Protocolo de Kyoto : Esta Convenção Climática foi sediada em 2001 na cidade de Bonn, Alemanha, contando com a participação de 178 países que ratificaram os índices de redução estabelecidos em 1997 pelo Protocolo de Kyoto. Todavia, foram criadas condições que possibilitaram o não cumprimento das metas estabelecidas anteriormente (5,2%), através de ações denominadas "sumidouros de carbono", (termo usado para definir a capacidade das florestas em absorver gases como o CO2), onde os países que possuíssem florestas, poderiam utilizá-las como créditos a ser abatidos do total de emissões que eles deveriam reduzir. 5.4.Protocolo de Montreal: A camada de ozônio, situada na estratosfera entre 20 e 35 km de altitude, intercepta parte da radiação ultravioleta emitida pelo Sol, aumentando a eficiência fotossintética das plantas e diminuindo o risco de desenvolvimento de doenças, como o câncer de pele. O CFC usado em maior escala na década de 70 em produtos como propelentes de sprays, chips de computador e, sobretudo, nos aparelhos de refrigeração, como geladeiras e condicionadores de ar, reage com o ozônio, reduzindo a espessura de sua camada.A importância da camada de ozônio sobre a qualidade de vida do homem na superfície terrestre fez com que 24 países assinassem este Protocolo no ano de 1987 em Montreal no Canadá, para a redução da produção do CFC ao nível mundial. Esta Convenção Climática obteve bons resultados, uma vez que observou-se após oito anos de sua assinatura, uma diminuição de 76% no consumo mundial deste gás. 6.Alterações climáticas A preservação da Amazônia pode evitar eventos climáticos extremos no centro-sul do Brasil, por causa do papel da floresta na manutenção do equilíbrio do clima na América Latina. De acordo com o 10 Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA) e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), a floresta tem papel fundamental no equilíbrio do sistema hidrológico da região. "No funcionamento do clima na América do Sul, a Amazônia tem um papel muito grande na exportação de umidade, por meio da atmosfera, dos ventos. As nuvens saem da Amazônia para irrigar as regiões no centro-sul da América Latina: Centro-Oeste e Sudeste do Brasil, norte da Argentina. Toda essa região depende das águas que vêm da Amazônia", que diariamente chega a transportar para a atmosfera cerca de 20 bilhões de toneladas de água em forma de vapor. O bom funcionamento desse sistema de regulação do regime de chuvas depende da manutenção da floresta, sem desmatamentos. "O que está em curso hoje ameaça gravemente o funcionamento dessa máquina gigantesca." De acordo com cientistas do Reino Unido o regime de chuvas no leste amazônico deve mudar no século 21 num rumo que favoreça florestas sazonais em relação ao cerrado", escreveu o grupo em artigo na revista "PNAS" . As florestas sazonais têm estações secas e úmidas, enquanto na floresta tropical é permanentemente úmida em algumas áreas. Essa mudança poderia favorecer espécies de árvores e animais diferentes das típicas regionais. O IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change ou Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas): estabelecido em 1988 pela organização Meteorológica Mundial e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) para fornecer informações científicas, técnicas e sócio-econômicas relevantes para o entendimento das mudanças climáticas. Seus impactos potenciais e opções de adaptação e mitigação. É um órgão intergovernamental aberto para os países membros do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) e da Organização Meteorológica Mundial (OMM). Definição de mudança do clima segundo o IPCC O IPCC define a mudança climática como uma variação estatisticamente significante em um parâmetro climático médio ou sua variabilidade, persistindo um período extenso (tipicamente décadas ou por mais tempo). A mudança climática pode ser devido a processos naturais ou forças externas ou devido a mudanças persistentes causadas pela ação do homem na composição da atmosfera ou do uso da terra 6.1 Os fenômenos el Niño e la Niña Uma componente do sistema climático da terra é representada pela interação entre a superfície dos oceanos a baixa atmosfera adjacente a ele. Os processos de troca de energia e umidade entre eles determinam o comportamento do clima, e alterações destes processos podem afetar o clima regional eglobal. El Niño representa o aquecimento anormal das águas superficiais e sub-superficiais do Oceano Pacífico Equatorial. Na atualidade, as anomalias do sistema climático que são mundialmente conhecidas como El Niño e La Niña representam uma alteração do sistema oceano-atmosfera no Oceano Pacífico tropical, e que tem conseqüências no tempo e no clima em todo o planeta. Nesta definição, considera-se não somente a presença das águas quentes da Corriente El Niño mas também as mudanças na atmosfera próxima à superfície do oceano, com o enfraquecimento dos ventos alísios (que sopram de leste para oeste) na região equatorial. Com esse aquecimento do oceano e com o enfraquecimento dos ventos, começam a ser observadas mudanças da circulação da atmosfera nos níveis baixos e altos, determinando mudanças nos padrões de transporte de umidade, e portanto variações na distribuição das chuvas em regiões tropicais e de latitudes médias e altas. Em algumas regiões do globo também são observados aumento ou queda de temperatura. Os principais efeitos do El Niño: -A freqüência e a intensidade das chuvas crescem no sul da América do Sul e na região sudeste dos Estado Unidos; -Secas mais severas na Amazônia e nordeste do Brasil; -Secas na Indonésia, Índia e Austrália; 11 -Elevação da temperatura na região sudeste e sul do Brasil, sendo que na região sul, ocorre também aumento de precipitação ( chuva, neve ou qualquer tipo de queda de água); La Niña:É um fenômeno oceânico-atmosférico com características opostas ao el Niño, e que caracteriza-se por um esfriamento anormal nas águas superficiais do oceano Pacífico Tropical. Alguns dos impactos de la Niña tendem a ser opostos aos de el Niño, mas nem sempre uma região afetada pelo el Niño apresenta impactos significativos no tempo e clima devido à la Niña. Os principais efeitos do La Niña: -Na Amazônia e no Nordeste, observam-se um aumento nas chuvas; -No Paraguai, verifica-se redução nas chuvas; - Verão mais frio no sudeste brasileiro; -Temperaturas mais baixas e elevação das chuvas no Caribe; 6.2 O aquecimento global:Aumento da radiação solar Estudos recentes parecem indicar que a variação em irradiação solar poderá ter contribuído em cerca de 50% para o aquecimento global ocorrido entre 1900 e 2000. Foram publicados três artigos na edição de seis de maio de 2005 da revista Science, segundo o World Climate Report, nos quais se argumentam que a radiação solar que atinge a superfície da Terra aumentou dramaticamente nas duas últimas décadas. Os valores apresentados variam, no entanto, o que os trabalhos indicam é que este fenômeno tem um poder de aquecimento dez vezes maior, durante este período, do que o efeito das emissões do gás carbônico. Logo, segundo os autores, o aumento da temperatura da Terra observado nos últimos 20 anos está muito pouco relacionado com gases estufa. As conseqüências mais marcantes do aquecimento global poderiam ser ressaltadas conforme a seguir: -Derretimento das regiões do Ártico e Groelândia: A cobertura de gelo desta região vem diminuindo anualmente em torno de 8% nos últimos trinta anos, durante o verão. Em 2005, a camada de gelo foi cerca de 20% menor em relação à de 1979, uma redução de aproximadamente 1,3 milhões de km2, o equivalente à soma dos territórios da França, da Alemanha e do Reino Unido. A área da cobertura de gelo no hemisfério norte na primavera e verão também diminuiu em cerca de 10% a 15% desde 1950 e houve ainda retração dos glaciares e da cobertura de neve das montanhas em regiões não polares durante todo o século XX. No entanto, a retração dos glaciares na Europa já ocorre desde a era Napoleônica. Porém no Hemisfério Sul, apenas durante os últimos 35 anos, o derretimento apenas aconteceu em cerca de 2% da Antártida, onde 90% do gelo do planeta está acumulado; nos restantes 98%, houve um resfriamento e o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas-IPPC estima que a massa da neve deverá aumentar durante o Século XXI. Mesmo um aquecimento de 3 a 6 oC tem um efeito relativamente insignificante, considerando que a temperatura média da Antártida é de - 40 oC. O derretimento do gelo da região Ártica, provavelmente não afetaria o nível da água nos oceanos, porque se trata de gelo flutuante, cujo volume de água gerado, seria igual ao volume de água deslocado pelo gelo flutuante. -Incidência de furacões: Estudos divulgados em Abril de 2004 procuraram demonstrar que a maior intensidade das tempestades estava relacionada com o aumento da temperatura dasuperfície da faixa tropical do Atlântico. Esses fatores teriam sido responsáveis, em grande parte, pela violenta temporada de furacões registrada nos Estados Unidos, México e países do Caribe. No entanto, enquanto, por exemplo, no período de quarto-século de 1945-1969, em que ocorreu um ligeiro arrefecimento global, houve 80 furacões principais no Atlântico, no período de 1970-1994, quando o globo se submetia a uma tendência de aquecimento, houve apenas 38 furacões principais. O que indica que a atividade dos furacões não segue necessariamente as tendências médias globais da temperatura. Cientistas americanos, especializados em análise e previsão de fenômenos severos afirmam que o ciclone extratropical Catarina, que atingiu a Região Sul do país foi enquadrado como furacão 12 categoria 1, na escala Saffir-Simpson, que mede a intensidade dos ventos dos furacões. Isso faz de Catarina o primeiro furacão extratropical conhecido e também o primeiro a atingir o Brasil. -Ocorrência de ciclones no Brasil: Um ciclone (ou depressão ou centro de baixas pressões) é uma região em que o ar relativamente quente se eleva e favorece a formação de nuvens e precipitação. Por isso, tempo nublado, chuva e vento forte estão normalmente associados a centros de baixas pressões. Primeiro ciclone extratropical O Primeiro Ciclone Extratropical da Temporada de Ciclones no Brasil de 2008, formou-se junto a costa de São Paulo no dia 27 de janeiro de 2008. Meteorologistas acretitaram que o ciclone poderia se tornar um furacão por causa do seu centro "quente". Porém isso não aconteceu e segundo os meteorologistas da Climatempo, o ciclone deve causar poucos estragos nas áreas afetadas -Elevação do nível dos oceanos: A elevação desde o início do Século passado está entre 10 e 25 centímetros. Em certas zonas litorais, como algumas ilhas do Pacífico, isso significou um avanço de 100 metros na maré alta. Atualmente, o IPCC estima que o nível das águas subirá entre 14 e 43 cm até o fim do Século XXI. - Aumento da área global de desertos: O total de áreas atingidas por secas dobrou nos últimos trinta anos. Um quarto da superfície do planeta é agora de deserto. Só na China, as áreas desérticas avançam 10.000 km2/ano, o equivalente ao território do Líbano. -Acréscimo no número de mortes: A Organização das Nações Unidas estima que 150.000 pessoas morrem anualmente por causa das secas, inundações e outros fatores relacionados diretamente ao aquecimento global. Estima-se que em 2030, que esse número poderá dobrar. 7-BIBLIOGRAFIA MOTA, F.S. Meteorologia agrícola. Rio de Janeiro, Nobel, 1976. 475p. OMETTO, J.C. Bioclimatologia vegetal. São Paulo, Ed. Agronômica Ceres Ltda.1981. 425P. MAVI, H.S.; TUPPER, G.J. Agrometeorology – Principles and application of climate studies in agriculture. New York: Food Products Press. 2004. 364p. PEREIRA, A.R.; ANGELOCCI, L.R.; SENTELHAS, P.C. Agrometeorologia – fundamentos e aplicações práticas. Guaíba: Ed. Agropecuária. 2002. 478p. SIVAKUMAR, M.V.K.; GOMMES, R.; BAIER, W. Agrometeorology and sustainable agriculture. Agricultural and Forest Meteorology, 103, 11-26, 2000. TUBELIS, A., NASCIMENTO, F.J.L. Meteorologia descritiva: Fundamentos e aplicações brasileiras. São Paulo, Nobel, 1980. 374p. VIANELLO, R L., ALVES, A. R. Meteorologia básica e aplicações. Viçosa, Imprensa Universitária, Universidade Federal de Viçosa, 1991. 449p. WALTER, H. Vegetação e zonas climáticas. São Paulo, Ed., Pedagógica e Universitária Ltda. 1986. 325p
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