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Situação Problema 02 - parte 02

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Situação Problema 02
Objetivo 03: Listar possíveis causas de um sangramento no ouvido.
Visão Geral:
Os ossos do crânio, espessos e duros, contribuem para proteger o cérebro. Mas, apesar desta armadura natural, o cérebro está exposto a muitas espécies de lesões. Os traumatismos cranianos causam mais mortes e incapacidades entre as pessoas com menos de 50 anos do que qualquer outro tipo de lesão neurológica; depois dos ferimentos de bala, são a segunda causa principal de morte entre os homens com menos de 35 anos. Morrem quase 50 % dos que sofrem um traumatismo craniano grave.
O cérebro pode ser afetado mesmo que a ferida não penetre dentro do crânio. Muitas lesões são causadas por um impacto precedido de uma aceleração súbita, como acontece com uma pancada forte na cabeça, ou então por uma desaceleração repentina, como ocorre quando a cabeça se encontra em movimento e bate contra um objeto fixo. O cérebro pode ficar afetado tanto no ponto do impacte como no pólo oposto. As lesões por aceleração-desaceleração às vezes denominam-se coup contrecoup (do francês para golpe-contragolpe).
Um traumatismo grave na cabeça pode produzir um rompimento ou uma ruptura de nervos, de vasos sanguíneos e de tecidos no cérebro e à volta dele. As vias nervosas podem ficar interrompidas e pode ocorrer uma hemorragia ou um edema grave. O sangue, a tumefação e a acumulação de líquido (edema) têm um efeito semelhante ao causado por uma massa que cresce dentro do crânio e, uma vez que este não pode expandir-se, o aumento da pressão pode danificar ou destruir o tecido cerebral. Devido à posição do cérebro dentro do crânio, a pressão tende a empurrá-lo para baixo, isto é, para o orifício que o faz comunicar com a parte inferior (tronco cerebral), uma situação que se conhece como herniação. Um tipo semelhante de herniação pode ocorrer quando o tronco cerebral é empurrado através do orifício da base do crânio (foramen magnum) para a medula espinhal. As herniações podem implicar um risco de morte porque o tronco cerebral controla funções tão vitais como a frequência cardíaca e a respiratória.
Às vezes, o que pode parecer uma lesão menor da cabeça acompanha-se de uma lesão cerebral grave. As pessoas mais velhas são particularmente propensas aos derrames sanguíneos à volta do cérebro (hematoma subdural) devido a um traumatismo craniano. As pessoas que tomam medicamentos para prevenir a formação de coágulos (anticoagulantes) também estão sujeitas a um risco maior de hemorragia à volta do cérebro se sofrerem um traumatismo craniano.
Uma lesão cerebral deixa, muitas vezes, alguma sequela de disfunção permanente, que varia segundo a limitação do dano a uma área específica (localizado) ou mais extensa (difuso). A perda de funções depende da área do cérebro que for afetada. Os sintomas específicos e localizados podem contribuir para determinar a área afetada. As alterações podem produzir-se no movimento, na sensibilidade, na fala, na vista e no ouvido. A deterioração difusa da função cerebral pode afetar a memória e o sono e conduzir a um estado de confusão e de coma.
Prognóstico
As consequências finais de um traumatismo craniano podem ir desde a recuperação completa até à morte. O tipo e a gravidade das incapacidades dependerão do local e da extensão do cérebro lesionado. Muitas das funções cerebrais podem ser efetuadas em mais de uma área e, às vezes, as áreas indemnes assumem as funções que outras perderam devido à lesão que afetou uma área determinada, o que permite uma recuperação parcial. No entanto, à medida que a pessoa envelhece, o cérebro perde faculdades para passar funções de uma área para outra. Nas crianças, por exemplo, as faculdades da linguagem são regidas por várias partes do cérebro, mas nos adultos estão centradas num só ponto. Se as áreas da linguagem do hemisfério esquerdo ficarem gravemente afetadas antes dos 8 anos, o hemisfério direito pode assumir a função da linguagem praticamente com normalidade. Mas na idade adulta é mais provável que as lesões destas áreas ocasionem um déficit permanente.
Algumas funções, como a visão e os movimentos de braços ou de pernas (controlo motor), são regidas por regiões específicas de um lado do cérebro e, em consequência, a lesão de qualquer destas áreas costuma causar um déficit permanente. No entanto, a reabilitação pode contribuir para que a pessoa consiga minimizar o impacto desses déficit funcionais.
Às vezes, as pessoas com um traumatismo grave da cabeça desenvolvem amnésia e não conseguem recordar-se do que aconteceu imediatamente antes e depois do episódio de perda de consciência. Os que recuperam o conhecimento na primeira semana são os que mais probabilidades têm de recuperar a memória.
Algumas pessoas com um traumatismo craniano, embora leve, desenvolvem uma síndrome pós-concussão e podem continuar a sentir dores de cabeça e problemas de memória durante muito tempo depois do trauma.
Um estado vegetativo crônico ou persistente (a consequência mais grave de um traumatismo craniano, não mortal) caracteriza-se por um estado prolongado de inconsciência total que se acompanha de ciclos quase normais de vigília e de sono. Esta situação é o resultado da destruição das partes superiores do cérebro que controlam as funções mentais sofisticadas, mas, em contrapartida, estão preservadas as atividades do tálamo e do tronco cerebral, as quais controlam os ciclos do sono, a temperatura corporal, a respiração e a frequência cardíaca. Se o estado vegetativo persistir durante mais alguns meses, é improvável que se chegue a recuperar a consciência. No entanto, uma pessoa que receba assistência por parte de pessoal sanitário experimentado pode viver muitos anos nesta situação.
Diagnóstico e tratamento
Quando uma pessoa com traumatismo craniano chega ao hospital, médicos e enfermeiros verificam, primeiro, as constantes vitais: frequência cardíaca, pressão arterial e respiração. Pode ser necessário um ventilador para as pessoas que não possam respirar adequadamente por si mesmas. Os médicos procedem à avaliação imediata do estado de consciência e de memória do afetado.
Também verificam as funções cerebrais básicas observando o tamanho das pupilas e a sua reação à luz, avaliam a resposta ao calor ou às picadas (sensibilidade) e a capacidade para mover braços e pernas. Efetuam-se exames para avaliar possíveis lesões cerebrais, como uma tomografia axial computadorizada (TAC) ou uma ressonância magnética (RM). As radiografias simples podem identificar as fraturas de crânio, mas não revelam nada acerca de uma provável lesão cerebral.
Depois de um traumatismo craniano, se se observa um estado crescente de sonolência, de confusão e coma, uma subida da pressão arterial e um pulso a tornar-se lento, isso pode significar que se está a verificar um aumento de volume do cérebro. Dado que a pressão por excesso de líquido pode lesar o cérebro com rapidez, administram-se fármacos para reduzir tal inchaço. Também pode implantar-se no crânio um pequeno dispositivo para controlar a pressão e poder determinar a eficácia do tratamento.
Observações: 
A cera no ouvido é responsável pela maioria das descargas do ouvido. No entanto, as descargas também podem ser causadas por irritações ou infecções menores. A cera do ouvido age como um revestimento protetor para o canal auditivo. Geralmente não causa problemas a não ser que se tente "limpar" os canais auditivos; se isto for feito de maneira inadequada o canal auditivo pode ser obstruído. Tomar banhos quentes ou lavar as áreas externas do ouvido com uma toalha húmida, geralmente ajuda a prevenir o acúmulo de cera.
O tímpano perfurado numa criança que se queixa de dor de ouvidos é frequentemente demonstrado por uma descarga esbranquiçada, levemente sanguinolenta ou amarelada, que sai do ouvido. Materiais secos e em crostas no travesseiro da criança também indicam um tímpano perfurado.
Não se alarme com um tímpano perfurado. A perfuração do tímpano é o primeiro sinal do processo de recuperação. Antibióticos,de acordo com prescrição médica, podem ajudar a prevenir outras infecções durante o processo de cicatrização. As crianças geralmente recuperam-se completamente dentro de algumas semanas.
Causas comuns:
ouvido de nadador
geralmente acompanhado de coceira, descamação, canal auditivo húmido e avermelhado e dor intensificada pela movimentação do lóbulo da orelha
inflamação ou infecção
otite externa
otite média
otite externa crónica
otite externa maligna
mastoidite
otite média crónica
lesões causadas por pancada na cabeça, corpo estranho, ruídos muito altos ou alterações repentinas de pressão tais como em aviões; resultando em tímpano perfurado ou rompido.
eczema ou outro tipo de irritação cutânea do canal auditivo que pode causar sangramento
Obs.: Pode haver outras causas para este problema.
Objetivo 05: Descrever a anatomia da coluna e vértebras.
Considerações Gerais Sobre o Tórax: O tórax é a parte do tronco situada entre o pescoço e o abdome. 
A coluna vertebral é flexível porque é formada por muitos ossos relativamente pequenos, chamados vértebras, que são separados por discos intervertebrais elásticos. Embora o movimento entre duas vértebras adjacentes seja pequeno, em conjunto as vértebras e os discos intervertebrais que as unem formam uma coluna bastante flexível, porém sólida, que protege a medula espinal circundada por eles. 
A cavidade torácica e sua parede têm formato de um cone trincado; a parte superior é mais estreita e a circunferência aumenta inferiormente, alcançando o diâmetro máximo na junção com a parte abdominal do tronco. 
A caixa torácica, cujas barras horizontais são formadas pelas costelas e cartilagens costais, também é sustentada pelo esterno, que é vertical e pelas vértebras torácicas. 
O tórax contém os principais órgãos dos sistemas respiratórios e circulatória. A cavidade torácica é dividida em três espaços: compartimento central ou mediastino (que aloja as vísceras torácicas, com exceção dos pulmões), e, de cada lado, as cavidades pulmonares: direita e esquerda (que abrigam os pulmões).
O formato abobadado da caixa torácica proporciona grande rigidez, tendo em vista o pouco peso de seus componentes, e permite: 
Proteger órgãos internos torácicos e abdominais contra forças internas; 
Resistir às pressões internas negativas geradas pela retração elástica dos pulmões e pelos movimentos inspiratórios; 
Proporcionar fixação para os membros superiores (sustentar a cintura escapular) e sustentar seu peso; 
Proporcionar a fixação de muitos músculos que movimentam e mantém a posição dos membros superiores em relação ao tronco, além de proporcionar fixação para os músculos do abdome, pescoço, dorso e respiratórios. 
Costelas, Cartilagens e Espaços intercostais: 
As costelas são ossos planos e curvos que formam a maior parte da caixa torácica. São leves, porém têm alta resiliência. Cada costela tem um interior esponjoso contendo medula óssea (tecido hematopoiético), que forma as células do sangue. Há três tipos de costelas, que podem ser classificadas em típicas ou atípicas: 
Costelas Verdadeiras (vertebrocostais): Da 1ª a 7ª costela. Fixam-se diretamente ao esterno através de suas próprias cartilagens costais. 
Costelas Falsas (vertebrocondrais): Da 8ª, 9ª e, geralmente, a 10ª. Suas cartilagens unem-se a cartilagem acima delas. Portanto, a conexão é indireta. 
Costelas Flutuantes (Livres): A 11ª e 12ª. As cartilagens dessas costelas rudimentares não tem conexão, nem mesmo indiretas, com o esterno; elas terminam na musculatura abdominal posterior. 
As cartilagens costais prolongam as costelas anteriormente e contribuem para a elasticidade da parede torácica, garantindo uma fixação flexível para suas extremidades anteriores. 
Os Espaços Intercostais separam as costelas e suas cartilagens costais umas das outras. 
O espaço abaixo da 12ª costela não se situa entre as costelas e, assim, é denominado espaço subcostal, e o ramo anterior do nervo espinhal T12 é o nervo subcostal. 
Vértebras: 
O tamanho e outras características das vértebras variam de uma região da coluna vertebral para outra e, em menor grau, dentro de cada região; entretanto sua estrutura básica é igual. 
A vértebra comum consiste em um corpo vertebral, um arco vertebral e sete processos. 
O corpo vertebral é a parte anterior do osso, de maiores proporções, aproximadamente cilíndrica, que confere resistência à coluna vertebral e sustenta o peso do corpo. O tamanho dos corpos vertebrais aumenta à medida que a coluna desce, principalmente de T4 para baixo, pois cada um deles sustenta um peso corporal progressivamente maior. O corpo vertebral é formado por osso esponjoso (trabecular) vascularizado, revestido por uma fina camada externa de osso compacto. Em vida, a maior parte das superfícies superior e inferior do corpo vertebral é coberta por discos de cartilagem hialina, que são remanescentes do modelo cartilaginoso a partir do qual se desenvolve o osso. 
O arco vertebral está situado posteriormente ao corpo vertebral e consiste em dois pedículos e lâminas (função: proteção da medula espinhal). 
As incisuras vertebrais são entalhes observados em vistas laterais das vértebras acima e abaixo de cada pedículo entre os processos articulares superiores e inferiores posteriormente e as projeções correspondentes do corpo anteriormente. 
Fóveas Costais Bilaterais nos corpos vertebrais, geralmente em pares, uma inferior e outra superior, para articulação com as cabeças das costelas. 
Fóveas Costais dos processos transversos para articulação com os tubérculos das costelas, exceto nas duas ou três vértebras torácicas inferiores (fixação muscular e movimento). 
Processos espinhosos longos, com inclinação inferior. 
 
Características Regionais das Vértebras: 
Vértebras Cervicais: Formam o esqueleto do pescoço e são as menores das 24 vértebras móveis e estão localizadas entre o crânio e as vértebras torácicas. 
Vértebras Torácicas: Estão localizadas na parte superior do dorso e nelas se fixam as costelas. Assim, as principais características das vértebras torácicas são as fóveas costais para articulação com as costelas. 
Vértebras Lombares: Estão localizadas na Região lombar, entre o tórax e o sacro. Como o peso que sustentam aumenta em direção à extremidade têm corpos grandes, sendo responsáveis pela maior parte da espessura da região inferior do tronco no plano mediano. 
Esterno: é o osso plano e alongado que forma a região intermediária da parte anterior da caixa torácica. Sobrepõe-se diretamente às vísceras do mediastino em geral e as protege, em especial grande parte do coração. 
Articulações Costovertebrais: 
Articulações das Cabeças das Costelas: A cabeça da costela articula-se com a com a fóvea costal superior da vértebra correspondente (de mesmo número), a fóvea costal inferior da vértebra superior a ela e o disco IV adjacente que une as duas vértebras. 
Objetivo 09: Descrever Tecido Nervoso, Neurônios Principais e Sinapses.
Visão Geral
O sistema nervoso está dividido anatomicamente em sistemas nervoso central (SNC) e periférico (SNP). O SNC compreende o encéfalo, o tronco encefálico e a medula espinal; o SNP, todas as fibras nervosas (axônios), terminações nervosas e coleções de corpos celulares de neurônios que se encontram fora do SNC. O sistema nervoso autônomo, uma subdivisão do SNP, está conectado ao SNC através de nervos espinais e cranianos. Suas porções simpática e parassimpática inervam órgãos e tecidos que estão sob o controle autônomo, ou involuntário, tais como glândulas, tecido muscular liso e tecido muscular estriado cardíaco. O SNC e SNP são formados pelo tecido nervoso, o qual possui dois principais tipos celulares: neurônios, e células de sustentação, ou células da glia. Os neurônios podem gerar impulsos nervosos em respostas a estímulos e transmiti-los ao longo de prolongamentos celulares. Apesar de ter uma grande variabilidade no seu formato, todosos neurônios seguem um plano histológico comum: células altamente especializadas com várias partes para desempenhar funções de recebimento de sinais e, em seguida, transmitir a informação como impulsos nervosos a outros neurônios ou órgãos efetores. Uma grande população de células do tecido nervoso é constituída pelas células da neuroglia ou simplesmente células da glia. Estas células não têm as propriedades dos neurônios: não são estimuladas por estímulos elétricos ou químicos e não transmitem estímulos ao longo de seus prolongamentos. As células da glia exercem importantes funções na nutrição e 
Estrutura e Função das Meninges: 
Meninges = Membrana. As três camadas das meninges estabilizam e protegem o encéfalo e a medula espinhal. 
Dura-máter: envolve o encéfalo, a medula espinhal e os nervos ópticos. É uma camada dura e resistente, formada pelo tecido conjuntivo denso modelado. Além disso, contém vasos sanguíneos, nervos e vasos linfáticos. 
Aracnóide e a pia-máter: são mais delgadas e mais delicadas que a dura-máter, e são conhecidas juntas como as leptomeninges. A aracnóide envia projeções às trabéculas aracnoides, para o interior do espaço subaracnóide, de modo a formar uma teia de aranha que se mescla com a pia-máter. Esta reveste intimamente todas as superfícies externas do SNC e se estende para o interior de suas pregas, fissuras e circunvoluções. 
Estrutura de um Neurônio:
O neurônio é uma célula altamente polarizada que consiste em um corpo celular, do qual surgem prolongamentos citoplasmáticos. Os prolongamentos conhecidos como fibras nervosas, variam de tamanho. Os prolongamentos que conduzem os impulsos em direção aos corpos celulares são os dendritos, enquanto um prolongamento único que conduz os impulsos para longe dos corpos celulares é um axônio. 
O corpo celular consiste em um núcleo e o citoplasma circundante, conhecido como pericário. 
Os neurônios são classificados em três tipos com base no número de prolongamentos. Os neurônios multipolares são os mais comuns e característicos e têm um axônio e vários dendritos. Os neurônios bipolares têm dois prolongamentos, um axônio e um dendrito, e são encontrados nos sistemas visual, auditivo e olfatório. Os neurônios pseudounipolares têm um único prolongamento curto, o qual se bifurca em um axônio e um dendrito. 
Obs. Função do Sistema Nervoso: O papel final mais importante do sistema nervoso é o de controlar as diversas atividades do corpo. Esta função é realizada através do controle (1) da contração dos músculos esqueléticos; (2) da contração da musculatura lisa dos órgãos internos; (3) da secreção de substâncias químicas pelas glândulas exócrinas e endócrinas. Essas atividades são chamadas de FUNÇÕES MOTORAS do sistema nervoso, e os músculos e glândulas são denominados efetores porque são as estruturas anatômicas que verdadeiramente executam as funções ditadas pelos sinais nervosos. Já o sistema nervoso autônomo, que exerce controle sobre a musculatura lisa, glândulas e outros sistemas internos do corpo. 
Papel das Sinapses: A sinapse é o ponto de confluência entre um neurônio e o neurônio seguinte. É importante destacar que as sinapses determinam as direções em que os sinais nervosos vão se distribuir através do sistema nervoso. Deve-se considerar também que sinais facilitatórios e inibitórios vindos de diferentes áreas do sistema nervoso podem controlar a transmissão sináptica, algumas vezes abrindo as sinapses para a transmissão e, em outros momentos, fechando-as. Além disso, enquanto determinados neurônios pós-sinápticos respondem com grande número de impulsos, outros respondem apenas com alguns poucos. Portanto, as sinapses executam uma ação seletiva, algumas vezes bloqueando sinais fracos, enquanto permitem que sinais fortes passem, e em outros momentos selecionando e amplificando determinados sinais fracos, e, frequentemente, transmitindo tais sinais em muitas direções, em vez de restringi-los a uma direção única. 
Além disso, as sinapses são conceituadas, também, como locais especializados para a transmissão química ou elétrica para a comunicação entre os neurônios, ou entre os neurônios e outras células afetoras, tais como células musculares estriadas esqueléticas. A maioria das sinapses nos seres humanos envolve neurotransmissores químicos, os quais são liberados a partir dos terminais simpáticos de um axônio ou dendrito para afetar receptores na membrana pós-simpática da célula alvo. Em sinapses excitatórias, a liberação do neurotransmissor do neurônio pré-sináptico despolariza a membrana pós-sináptica; em sinapses inibitórias, a membrana pós-sináptica é hiperpolarizada. A maioria das sinapses do SNC ocorre entre o axônio de um neurônio e o dendrito de outro – as sinapses axodendríticas. Outros tipos incluem as sinapses axossomáticas e, menos comum, as axo-axônicas.
Uma típica sinapse no SNC consiste em três componentes principais: o terminal pré-sináptico, a fenda sináptica e a membrana pós-sináptica. 
 
Tipos de Sinapses: Há dois tipos principais de sinapses: (1) sinapse química e (2) sinapse elétrica. Quase todas as sinapses para a transmissão é a química. Nestas estruturas (Sinapses Químicas), o primeiro neurônio secreta, no seu terminal uma substancia química chamada de neurotransmissor, e este neurotransmissor, por sua vez, irá atuar em proteínas receptoras presentes na membrana do neurônio subsequente, para promover a excitação, inibição ou, ainda, modificar, de outra maneira, a sensibilidade desta célula. Já as sinapses elétricas, em contraste, são caracterizadas por canais que conduzem eletricidade de uma célula para a próxima. A maior parte destas sinapses consiste em pequenas estruturas tubulares proteicas chamadas de junções comunicantes (gap), que permitem o movimento livre de íons do interior de uma célula para o interior de outra. 
Condução “Unidirecional” nas Sinapses Químicas: estas estruturas sempre transmitem os sinais em uma direção, ou seja, a partir do neurônio que secreta o neurotransmissor, chamado de neurônio pré-sinaptico, para o neurônio no qual o neurotransmissor age, o neurônio pós-sináptico. Este é o princípio da condução unidirecional que ocorre nas sinapses químicas, e é muito diferente da condução através das sinapses elétricas, que geralmente transmitem os sinais em ambas as direções. 
Anatomia Fisiológica da Sinapse: O neurônio motor anterior é composto de três partes principais (o corpo celular ou soma, que constitui a maior parte do neurônio; um axônio único, que se estende a partir do corpo celular, deixa a medula espinhal e incorpora-se a nervos periféricos; e os dentritos, que são numerosas projeções ramificadas do soma, que se estendem, quando muito, por 1 milímetro em áreas adjacentes da medula). 
O terminal pré-sináptico é separado do corpo celular do neurônio pés-sináptico pela fenda sináptica. O terminal possui dois tipos de estruturas internas importantes para a função excitatória ou inibitória da sinapse: as vesículas transmissoras e a mitocôndria. As vesículas transmissoras contêm a substância transmissora que, quando liberada na fenda sináptica, excita ou inibe o neurônio pós-sináptico – excita se a membrana possuir receptores inibitórios. 
Quando um potencial de ação chega a um terminal pré-sináptico, a despolarização de sua membrana faz com que um pequeno número de vesículas libere moléculas de neurotransmissores na fenda sináptica. A liberação dessas moléculas, por sua vez, provoca uma mudança imediata nas características de permeabilidade de membrana neuronal pós-sináptica, o que leva à excitação ou inibição do neurônio pós-sináptico, dependendo das características do receptor neural. 
Neurotransmissores: eles são armazenados em vesículas dentro de terminações pré-sináptica. Acredita-se que um único neurônio libere o mesmo transmissor em todas as suas sinapses e que todos os neurônios de um tipo particular, em termos de origem, terminação e função, utilizem o mesmo transmissor. 
O efeito do neurotransmissortem que ser terminado logo que ele tenha agido na membrana pós-sináptica. Isto é conseguido ou pela destruição enzimática do transmissor ou pela sua recaptação pelas terminações nervosas e pelas células da glia. 
Mecanismos pelo qual um potencial de ação provoca a liberação do Neurotransmissor dos terminais pré-sinápticos – o Papel dos íons Cálcio: A membrana do terminal pré-sináptico é chamada de membrana 
pré-sináptica. Esta membrana possui um grande número de canais de cálcio dependentes de voltagem. Quando um potencial de ação despolariza a membrana pré-sinaptica, estes canais de cálcios se abrem e permitem a passagem de inúmeros íons cálcio para dentro do terminal pré-sináptico. 
Quando os íons cálcio entram no terminal pré-sináptico, acredita-se que se liguem a moléculas de proteínas especiais presentes na superfície interna da membrana pré-sináptica, chamadas de sítios de liberação. Esta ligação, por sua vez, provoca a abertura dos sítios de liberação através da membrana, permitindo que algumas vesículas contendo os neurotransmissores liberem seu conteúdo na fenda sináptica após cada potencial de ação. 
Ação da Substância Transmissora sobre o Neurônio Pós-sináptico – Função das “Proteínas Receptoras”:A membrana do neurônio pós-sináptico contém um grande número de proteínas receptoras. As moléculas desses receptores possuem dois componentes importantes: (1) um componente de ligação que se exterioriza, a partir da membrana, na fenda sináptica – local onde se liga o neurotransmissor vindo do terminal pré-sináptico – e (2) um componente ionóforo, que atravessa toda a membrana pós-sináptica até alcançar o interior do neurônio pós-sináptico. O componente ionófiro, por sua vez, é de um dos dois tipos: (1) um canal iônico que permite a passagem de tipos específicos de íons através da membrana ou (2) um ativador de segundo mensageiro que não é um canal iônico e sim uma molécula que, projetando-se para o citoplasma da célula, ativa uma ou mais substancias localizadas no interior do neurônio pós-sináptico. 
Canais Iônicos: (1) catiônico – que são negativos, deixando passar íons positivos e repelindo íons negativos. (2) aniônicos: que são positivos, deixando passar íons negativos e repelindo íons positivos. 
Os canais catiônicos se abrem e permitem a entrada de íons de sódio carregados positivamente, as cargas positivas destes íons irão, por sua vez, excitar o neurônio. Portanto, a substancia transmissora que abre canais catiônicos é chamada de transmissor excitatório. Por outro lado, a abertura de canais aniônicos permite a passagem de cargas elétricas negativas, o que inibe o neurônio. Deste modo, as substancias transmissoras que abrem esses canais são chamadas de transmissores inibitórios. 
Os canais iônicos não são capazes de provocar mudanças prolongadas no neurônio pós-sináptico, porque estes canais se fecham em milissegundos após a substancia transmissora não estar mais presente. Entretanto, em muitos casos, a excitação ou inibição neuronal pós-sináptica prolongada é alcançada pela ativação de um sistema químico de segundos-mensageiros no neurônio pós-sináptico, sendo este segundo mensageiro responsável por provocar o efeito prolongado. 
Neuroglia:
A neuroglia não está diretamente envolvida no processamento das informações, porém é crucial para o funcionamento normal do sistema nervoso. Vários tipos de células gliais são reconhecidos: principalmente astrócitos, oligodentrócitos (oligodendróglia) e micróglia. 
Astrócitos: Estão provavelmente envolvidos nas trocas químicas entre o sistema circulatório e o tecido nervoso. Sugeriu-se que eles constituem a “barreira hamatoencefálica”, que restringe o acesso das substancias químicas circulantes ao encéfalo e à medula espinhal. Logo, os astrócitos possuem longos processos que formam pés terminais perivasculares em torno dos capilares sanguíneos. Estão envolvidos na transferência de materiais entre o sistema vascular e o tecido neural. 
Oligodendrócitos: seu principal papel é a produção da bainha de mielina que circunda muitos axônios no SNC. As células de Schuwann realizam esta função no SNP. Cada célula glial produz a bainha de mielina sobre apenas um curto segmento do axônio. Um axônio longo é, portanto, envelopado pelas membranas de muitas células gliais. Segmentos adjacentes de mielina derivados de diferentes células gliais são separados por um pequeno espaço, o nódulo de Ranvier. Axônios desmielinizados também possuem uma associação próxima com as células da glia, mas vários axônios geralmente compartilham uma única célula da glia.
Micróglia: São pequenas células e com poucos processos. A micróglia aumenta em número nos locais de lesão do SNC e tem papel fagocítico, similar aos macrófagos em outros lugares. 
Objetivo 10: Exemplificar as lesões mais comuns na coluna, destacando a T12.
Luxação de Vértebras Cervicais. (A luxação é um deslocamento de um ou mais ossos da articulação, podendo acontecer em qualquer parte do corpo. Esse deslocamento pode ser parcial ou completo, causando separação das superfícies da articulação. Quando esse deslocamento é parcial e ainda fica alguma parte de cada superfície em contato, ocorre a sub- luxação). As vértebras cervicais podem sofrer mais facilmente luxação devido as suas faces articulares mais horizontais. Tal luxação pode levar a lesão da medula espinhal. 
Fratura e Luxações das Vértebras: Embora a estrutura da coluna vertebral permitam razoável grau de movimento, este quando excessivo ou violento súbito em uma região específica tende a provocar fraturas, luxações ou fraturas-luxações da coluna vertebral. 
A flexão forcada súbita, como a que ocorre em acidentes de carro, costumam causar fratura por esmagamento ou compressão do corpo de uma ou de mais vértebras. Em caso de movimento anterior violento da vértebra associada a compressão pode haver deslocamento anterior da vértebra superior sobre a vértebra inferior. Em geral, esse deslocamento causa luxação e fratura das faces articulares entre as duas vértebras e rompe os ligamentos interespinais. 
A extensão forçada e súbita do pescoço pode causar lesão por hiperextensão, ocasionando lesão das partes posteriores das vértebras, com fratura por esmagamento ou compressão dos arcos vertebrais e de seus processos. Quanto à hiperextensão grave, como as que ocorrem em acidentes de carro, pode ocorrer a distensão ou, até mesmo, o rompimento do ligamento longitudinal anterior. 
A transição da região torácica relativamente inflexível para a região lombar muito mais móvel é abrupta. Consequentemente, a vértebra T11, sobretudo, T12 (que participa dos movimentos de rotação superiormente, mas apenas da flexão e extensão inferiormente) são as vértebras não cervicais fraturadas com maior frequência. 
A luxação das vértebras nas regiões torácicas e lombar é rara devido ao encadeamento dos seus processos articulares. 
Objetivo 11: Apresentar a anatomia do Sistema Nervoso (central e periférico – simpático e parassimpático).
Sistema Nervoso: Parte Central e Periférica.
O sistema Nervoso é dividido arbitrariamente no SNC e no SNP. O sistema Nervoso Central consiste no encéfalo e na medula espinal, situados no interir da proteção do crânio e da coluna vertebral, respectivamente. Esta é a parte mais complexa do sistema nervoso. Ela contém a maioria dos corpos celulares nervosos e das conexões sinápticas. A parte periférica do sistema nervoso constitui a ligação entre o SNC e as estruturas na periferia do corpo, que recebem informações sensitivas e para as quais enviam impulsos controladores. A parte periférica do sistema nervoso consiste em nervos que se juntam ao encéfalo e à medula espinal (nervos cranianos e espinais) e em suas ramificações pelo corpo. Os nervos espinais que servem aos membros superiores e inferiores se juntam para formar o plexo branquial ou lombossacral, respectivamente, nos quais as fibras são redistribuídas nos chamados Nervos periféricos. O SNP também inclui alguns grupos de corpos celularesnervosos localizados perifericamente que estão agregados em estruturas chamadas gânglios. 
Divisão Autônoma do Sistema Nervoso. 
Os neurônios, que detectam alterações e controlam as atividades das vísceras, são chamados coletivamente de divisão autônoma do sistema nervoso (SNA). Seus componentes estão presentes tanto na parte central quanto na parte periférica do sistema nervoso. A divisão autônoma do sistema nervoso está dividida em duas partes distintas anatômica e funcionalmente, a saber: as partes simpática e parassimpática, que geralmente apresentam efeitos opostos (antagônicos) nas estruturas que enervam. A divisão autônoma do sistema nervoso inervam os músculos lisos, o músculo cardíaco e as glândulas secretórias. É uma parte importante dos mecanismos homeostáticos que controlam o meio ambiente interno do corpo. 
As alterações no meio ambiente interno e externo e os fatores emocionais influenciam profundamente a atividade autônoma. 
Os neurônios eferentes autônomos diferem daqueles do sistema nervoso somático (voluntário) porque no sistema nervoso autônomo há uma sequência de dois neurônios entre o SNC e a estrutura enervada. A conexão sináptica entre os dois neurônios está localizada perifericamente no gânglio autônomo. O primeiro neurônio é referido como neurônio pré-ganglionar, o seu corpo celular esta localizado na medula espinal ou no tronco encefálico (mesencéfalo, ponte e bulbo). O segundo neurônio é denominado neurônio pós-ganglionar, e seu corpo celular está localizado perifericamente em um gânglio autônomo.
Parte Simpática:
Os efeitos da parte simpática são mais aparentes sob condições de estresse, excitação ou medo, e são classicamente referidos como as respostas de “luta ou fuga”. A frequência cardíaca e a pressão sanguínea são aumentadas. Os brônquios são dilatados para aumentar o fluxo aéreo do ar para os pulmões. A vasodilatação dos músculos esqueléticos permite o aumento no fluxo sanguíneo necessário para a atividade energética, enquanto o fluxo sanguíneo e a motilidade gastrointestinais são diminuídos. Ocorre alterações metabólicas, tais como o aumento na glicose sanguínea, para sustentar a alta utilização de energia, e ocorre sudorese para aumentar a perda de calor. 
O neurotransmissor pelos neurônios simpáticos pré-ganglionares é acetilcolina. O transmissor das células pós-ganglionares é , geralmente, a noradrenalina (norepinefrina), embora as células que enervam as glândulas sudoríferas sejam colinérgicas (que liberam acetilcolina) – é uma exceção. 
Parte Parassimpática:
Chama-se sistema nervoso parassimpático a parte do sistema nervoso autônomo cujos neurônios se localizam no tronco cerebral ou na medula sacral, segmentos S2, S3 e S4. É o responsável por estimular ações que permitem ao organismo responder a situações de calma. Essas ações são: a desaceleração dos batimentos cardíacos, diminuição da pressão arterial, a diminuição da adrenalina e a diminuição do açúcar no sangue.
O neurotransmissor liberado tanto pelos neurônios parassimpáticos pré-ganglionares quanto pós-ganglionares é a acetilcolina. 
Substâncias cinzentas e branca, núcleos e tratos.
O SNC é uma estrutura altamente heterogênea em termos de distribuição dos corpos celulares nervosos e de seus prolongamentos. Algumas regiões são relativamente ricas em corpos celulares nervosos (por ex., a porção central da medula espinal e a superfície do hemisfério cerebral), e são citadas como substancia cinzenta. Outras regiões contém na sua maior parte prolongamentos nervosos (usualmente axônios). Estes são frequentemente mielinizados (com bainhas de mielina), o que lhes confere uma coloração mais pálida – daí o termo substância branca. 
Os corpos celulares nervosos com conexões anatômicas e funções similares (por ex., os neurônios motores inervando um grupo de músculos relacionados) tendem a estar localizados em conjunto em grupos chamados núcleo. De forma similar, os prolongamentos nervosos dividindo conexões e funções comuns tendem a ir no mesmo trajeto seguindo em vias ou tratos.

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