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roteiro estudos AP 3o bim. enivarr

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roteiro de estudos para o 3º bimestre Avaliação psicológica
professora Cristina di benedetto
Texto do CRP 08: Contextos da Avaliação Psicológica 
Áreas de atuação: seleção em empresas, orientação profissional, avaliação para fins de transito, avaliação psicopedagógica, avaliação para porte ou registro de armas, para candidatos à cirurgia bariátrica, à cirurgia plástica, para fins de avaliação de aviadores ou comissários de bordo, para mergulhadores, em concursos públicos, avaliação de juízes, detentos, entre outras. Ainda não temos protocolos constituídos de avaliação psicológica, cada psicólogo atua da forma como acha mais adequado.
Avaliação Psicológica em Recursos Humanos: as empresas querem manter seus melhores profissionais e trazer colaboradores que alinhem-se às estratégias da empresa e favoreçam-na em ternos de mercado. Para realizar o processo de recrutamento e seleção o psicólogo deve ter em mente todo o contexto sociopolítico-econômico que a empresa esta envolvida, além de características básicas de atuação. Selecionar é identificar no candidato características compatíveis com o que ele precisara ter e desenvolver no exercício da sua função. Para uma boa seleção deve-se ter uma boa descrição de cargos, boa definição do que a empresa procura. PASSOS: Seleção -> recrutamento (avaliação de currículos) -> Avaliação Psicológica (entrevista, testes, dinâmica de grupo e elaboração de laudos) -> Encaminhar laudos escolhidos para o responsável de cada área que escolherá o mais adequado -> encaminhar o candidato escolhido para procedimentos admissionais. 
Na entrevista deve-se obter dados pessoais e profissionais, conhecer seu histórico familiar e de saúde e sua evolução. Ao aplicar testes o psicólogo deverá ter em mente as características que pretende avaliar para evitar testes desnecessários. A dinâmica de grupo pretende observar o comportamento de cada um e do individuo em relação ao grupo, avaliando a apresentação, relacionamento interpessoal e resolução de problemas.
Avaliação Psicológica em Orientação Profissional: constitui uma ampla gama de tarefas, que inclui o pedagógico e o psicológico, para diagnóstico, investigação, prevenção e solução da problemática vocacional. O trabalho de “orientar” não decide a escolha de ninguém, mas instrumentaliza o orientado para que este reflita e, ele próprio, escolha. Bohoslavsky aponta duas modalidades de trabalho em orientação: modalidade estatística (baseada nos princípios psicométricos e psicotécnicos, busca conhecer as aptidões e interesses pessoais) e modalidade clínica (instrumento principal é a entrevista, compreende técnicas não-diretivas e auxilia o jovem a conseguir assumir a situação que enfrenta e, ao compreendê-la, chega a uma decisão). Podem ser utilizados testes projetivos e expressivos, a fim de conhecer melhor aspectos da personalidade do jovem, ou ainda utilizar testes que avaliam as competências intelectuais e aptidões. Porém não devem ser usados como único material para a produção de um documento determinista.
Avaliação Psicológica na Área Psicoeducacional: o trabalho psicológico se inicia mediante queixa da escola ou dos pais em relação à aprendizagem da criança. Antes de iniciar o processo de avaliação deve-se analisar o contexto desse cliente, o comportamento dele na escola, na família de base (nuclear), nas famílias materna e paterna e nos grupos que fazem parte da convivência dele. Algumas maneiras de se compreender a aprendizagem da criança é por meio de entrevista com os pais e professores, anamnese, sessões lúdicas, pesquisa do material escolar e observação. Os testes podem e devem ser utilizados embora haja poucos disponíveis. Habitualmente são utilizados testes que de QI que avaliam as condições de raciocínio, Provas Piagetianas (diagnostico operatório) e testes projetivos que auxiliam na compreensão da personalidade.
Avaliação Psicológica na Área do Transito: é uma área pouco valorizada e pouco levada a sério. O psicólogo dessa área só faz avaliações de Detran, selecionando indivíduos que podem ou não ser motoristas. Esta avaliação é vista como uma mera formalidade, que não há utilidade na sua execução e pela qual todos passam. O candidato não vem espontaneamente, ele é convocado, a motivação principal é adquirir a CNH e as tentativas de enganar o psicólogo, omitir e encobrir informações são inúmeras. Geralmente os candidatos se acham no direito de obter a CNH, que é vista apenas como mais um documento. Entretanto, existem pessoas que não apresentam condições de tempo de reação, atenção e ate mesmo de estabilidade emocional, o ato de dirigir é complexo e envolve diversas habilidades, maturidade emocional e capacidade intelectual. É uma área que tem muito a evoluir ainda e o psicólogo deve se impor, para fortalecer esta área e lhe fornecer competência e clareza.
Avaliação Psicológica na Área Jurídica: a Psicologia Jurídica é a área da Psicologia que se relaciona com a Justiça, desenvolvendo atividades de avaliação pericial nas mais diversas esferas do Direito. O psicólogo nomeado perito de um caso deve desenvolver seu trabalho de forma a responder ao que lhe é solicitado, sendo imparcial. Outro papel que o psicólogo pode exercer é o de Assistente Técnico de uma das partes, sendo assim parcial, pois é de confiança de uma das partes. As decisões a serem tomadas a partir do laudo pericial envolverão o destino de diversas pessoas e devemos sempre estar atentos a essa responsabilidade.
Avaliação Psicológica na área de cirurgia bariátrica: a cirurgia bariátrica é constituída por uma intervenção realizada no aparelho digestivo, reduzindo o reservatório gástrico e/ou a absorção intestinal, é um tratamento da obesidade com fins de redução de peso. É necessária a avaliação psicológica pois a cirurgia acarreta uma reorganização da vida da pessoa em grandes proporções, como uma nova rotina de hábitos alimentares e uma nova imagem corporal. Na avaliação deve-se verificar o objetivo do sujeito com a cirurgia; a condição de saúde em geral (física e psíquica); e o estabelecimento de um prognóstico a partir da cirurgia (se for o caso). Em relação aos testes psicológicos, não se propõe uma bateria-padrão, sendo que as escolhas dos instrumentos dependem de vários aspectos. Ainda é uma área muito nova e com estudos restritos.
DI BENEDETTO, Cristina. Avaliação Psicológica comportamental na cirurgia bariátrica: aspectos teórico-técnicos. IN: XIMENES, E. (Org.). Cirurgia da obesidade: um enfoque psicológico. São Paulo: Santos, 2009.
A obesidade mórbida caracteriza-se por ser uma doença crônica grave, que põe em risco a vida do individuo por estar associada a outras complicações orgânicas (HTA, complicações cardíacas e respiratórias, entre outras) e comportamentais. O tratamento cirúrgico se faz necessário pois o obeso mórbido não obtém sucesso quando utilizados tratamentos médicos, nutricionais e psicoterapêuticos para emagrecer. O julgamento e a analise anterior à indicação cirúrgica devem seguir normas precisas, levando em conta a noção multifatorial do problema.
Os critérios mais importantes que favorecem uma indicação são: IMC acima de 40, ausência de problemas endócrinos para obesidade, fracasso em outros métodos de tratamento bem conduzidos, comorbidade físicas associadas a ausência de psicopatologia grave. Na avaliação psicológica deve-se verificar no repertorio emocional do cliente as condições para lidar com a cirurgia em si e com as mudanças pós-cirúrgicas. 
Se observam nitidamente nos obesos mórbidos comorbidade psicológicas nas áreas da auto estima, da imagem corporal, dos transtornos de ansiedade e sintomas depressivos significativos. Não há um perfil psicológico único para os obesos, fazendo-se necessário abordar psicologicamente a obesidade com um enfoque que considere tanto a etiologia, como a manutenção, as variáveis cognitivas, as variáveis afetivas e ambientais. 
Deve-se avaliar o repertorio comportamental (características psicológicas individuais) e o sistema ambiental do obeso (hábitos de vida, hábitos alimentarese o universo familiar). A partir do conhecimento do perfil do obeso estabelecem-se a seleção dos instrumentos, sua aplicação e a análise. 
PRINCIPAIS INSTRUMENTOS
Entrevista inicial: nesta etapa deve-se fazer o levantamento histórico da obesidade; averiguar o papel da obesidade como queixa primaria ou secundaria; verificar qual a perspectiva e demanda do cliente para o emagrecimento; avaliar se a pessoa tem alguma psicopatologia impeditiva para a realização da cirurgia; identificar as funções emocionais do comer. É necessário buscar identificar contingencias e regras referentes aos hábitos alimentares, dando orientações a fim de conscientizar e preparar o candidato à cirurgia para as dificuldades do antes, durante e depois da operação.
Instrumentos psicológicos: faz-se necessária a mensuração dos seguintes campos: imagem corporal e auto estima através da entrevista inicial e atividades lúdicas; depressão e ansiedade através das Escalas Beck; padrão assertivo e agressivo pelo Inventario da Expressão de Raiva (STAXI); e o desempenho social pelo Inventario de Habilidades Sociais (IHS).
Entrevista devolutiva: é a etapa realizada após a avaliação e identificação de diagnostico e prognostico. É neste momento que se sinaliza ao cliente aspectos positivos (reservas comportamentais) e negativos (déficits e excessos comportamentais) identificados. O encaminhamento é feito de algumas maneiras: liberação para a cirurgia; ou necessidade da continuidade com mais algumas sessões de terapia; ou ainda impedimento temporário devido a fatores identificados no processo. Alguns critérios que podem impedir a realização cirúrgica são quando os clientes apresentem psicose não compensada, alcoolismo, atraso mental e bulimia nervosa, ou ainda pacientes com estruturas familiares que colaboram para a manutenção de maus hábitos alimentares. 
Resolução 07/2009 do CFP que trata das normas e procedimentos para avaliação psicológica de candidatos à Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e condutores de veículos automotores.
A Resolução 07/2009 surge da necessidade de atualizar e qualificar os procedimentos da avaliação psicológica devido às alterações do Código de Transito Brasileiro e às respectivas Resoluções do CONTRAN.
Art 1º - ficam aprovadas as normas e procedimentos para a AP de candidatos à CNH:
I – Conceito de AP: processo técnico-científico de coleta de dados, estudos e interpretações de informações a respeito dos fenômenos psicológicos, utilizando-se de estratégias psicológicas (métodos, técnicas e instrumentos).
II – Habilidades mínimas do candidato à CNH e dos condutores de veículos automotores: (1) tomada de informação (atenção difusa/ vigilância/ atenção sustentada; atenção concentrada; atenção distribuída/dividida; atenção alternada. Detecção, discriminação e identificação). (2) Processamento de informação e tomada de decisão (inteligência, memoria, orientação espacial, identificação significativa, julgamento ou juízo crítico e tomada de decisão). (3) Comportamento (conjunto de reações de um sistema dinâmico em face das interações propiciadas pelo meio). (4) Traços de personalidade (controle emocional, ansiedade, impulsividade e agressividade). 
III – Instrumentos de avaliação psicológica: (1) entrevista psicológica (é obrigatória e individual. Deve considerar a identificação pessoal, motivo da AP, histórico escolar/profissional/familiar, aspectos da conduta social. Após a entrevista inicial deve-se apresentar ao candidato um questionário anônimo relativo a envolvimento em infrações e acidentes de transito, opinião sobre cidadania e transito e sugestões para redução de acidentes de transito). (2) teste psicológico (medida objetiva e padronizada de uma amostra do comportamento do sujeito, tendo a função fundamental de mensurar diferenças ou mesmo as semelhanças entre indivíduos, ou entre as reações do mesmo individuo em diferentes momentos).
IV – Condições da aplicação dos testes psicológicos: além de fundamentada em instrumentos aprovados, requer profissionais de Psicologia competentes e treinados para sua aplicação e avaliação e ambiente adequado.
V – Mensuração e avaliação: ao corrigir e avaliar um teste deve seguir rigorosamente as normas apresentadas no manual.
VI – Resultados da avaliação psicológica: o laudo psicológico deve ser conclusivo e restringir-se às informações estritamente necessárias à solicitação, com o objetivo de preservar a individualidade do candidato. A conclusão deve ser precisa, sem margem de duvidas, para que tenhamos absoluta certeza do resultado da AP.
Avaliação Neuropsicológica da criança. Danielle I. Costa et al.
A neuropsicologia é a ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano. Inicialmente, a avaliação neuropsicológica pretendia chegar à identificação e localização de lesões cerebrais focais. Atualmente, baseia-se na localização dinâmica de funções, tendo por objetivo a investigação das funções corticais superiores (atenção, memoria, linguagem). O principal enfoque da neuropsicologia é o desenvolvimento de uma ciência do comportamento humano baseado no funcionamento do cérebro. A neuropsicologia infantil tem por objetivo identificar precocemente alterações no desenvolvimento cognitivo e comportamental. 
A avaliação neuropsicológica é recomendada em qualquer caso onde exista suspeita de uma dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica. O modelo neurológico das dificuldades da aprendizagem busca uma amostra de funções mentais superiores envolvidas na aprendizagem simbólica. A neurologia pode instrumentar diferentes profissionais (médicos, psicólogos, fonoaudiólogos e psicopedagogos) possibilitando uma avaliação global das capacidades da criança, bem como das dificuldades encontradas por ela em seu desempenho dia a dia, buscando evitar que tais dificuldades possam impedir o desenvolvimento saudável da criança.
As baterias de testes neuropsicológicos adaptados para crianças devem contemplar: a organização e o desenvolvimento do sistema nervoso da criança; a variabilidade dos parâmetros de desenvolvimento entre crianças da mesma idade; e a estreita ligação entre o desenvolvimento físico, neurológico e a emergência progressiva de funções cotricais superiores. 
TESTES UTILIZADOS
Inteligência: medem habilidades essenciais ao desempenho acadêmico. Ex: WISC-III, escalas Wechsler, WPPSI e Raven.
Memória: são utilizados instrumentos que avaliam a capacidade de aprendizado de funções de memoria. Os testes que envolvem aprendizado são mais sensíveis para detectar prejuízos de memoria. Ex: Teste de Aprendizado Visual de Desenhos de Rey (RVDLT) e Teste de Aprendizado Auditivo Verbal de Rey (RAVLT).
Linguagem: avaliam a capacidade de reconhecimento, nomeação, órgãos fonoarticulatórios hábitos orais e desenvolvimento da linguagem. Ex: Teste de Fluência Verbal (FAZ) e Teste de Token.
Lobos frontais: é no lobo frontal que se situam as habilidades humanas de planejamento de ações sequenciais, a padronização de comportamentos sociais e motores, parte do comportamento automático emocional e da memoria. Ex: WCST, Trail Making Test e Stroop Test.
Lobos parieto-occipitais: habilidades e organizações visual, espacial e planejamento. Ex: Figuras Complexas de Rey e Bayley II.
A interpretação dos resultados exige conhecimento de aspectos cognitivos e afetivos, assim como de fatores que possam interferir em uma tarefa. Só após a analise criteriosa será possível contribuir com recomendações e condutas ao programa de reabilitação dessa criança e corroborar a investigação clinica.
Avaliação em OVP
Com as transformações sociais e econômicas do sistema capitalista, houve a necessidade das empresas em contratar pessoas especializadas em determinadas áreas, exigindo além de especializações, trabalho em equipe e criatividade. A adolescência é o período que ocorre a transição entre a infância e a idade adulta e nessa fase o jovem deve assumir uma postura diante da sociedade, tendo que optar por uma carreira profissional a ser seguida. Assim acaba se deparando comuma multiplicidade de profissões, áreas de estudo e cursos, provocando confusões e conflitos. 
O processo de Orientação Vocacional surge como um meio facilitador, ajudando o jovem a se conhecer melhor, dando subsídios para que ele faca a escolha mais adequada. Definida como o processo pelo qual o individuo é ajudado a escolher e a se preparar para entrar e progredir numa ocupação, a OVO propicia o desenvolvimento do autoconhecimento, aplicando essa compreensão às ocupações.
Hoje em dia, a OVO é o resultado de pesquisas e trabalhos que no inicio tiveram o objetivo imediato de auxiliar os jovens na escolha de ocupações adequadas. Através da coleta e da organização de informações passou-se a utilizar inventários e testes psicológicos como recursos a mais, tornando o processo mais complexo e eficiente.
Etapas no processo de orientação vocacional ocupacional profissional: exploração (coleta de dados); estudo das possibilidades; escolha das alternativas; instrumentação; escolha propriamente dita; interação.
Tema de sua apresentação
Avaliação Neuropsicológica
	Neuropsicologia é uma ciência voltada para a expressão do comportamento por meio das disfunções cerebrais e embasa-se na avaliação de determinadas manifestações do individuo para investigação do funcionamento cerebral. Engloba neurologia, neuroanatomia, neurofisiologia, neuroquímica e as ciências do comportamento. O principal objetivo de analise na avaliação neuropsicológica é a cognição, pelo fato das alterações cerebrais ocorrerem por causa de prejuízos nas funções cognitivas. É indicada em qualquer caso onde há suspeita de dificuldade cognitiva ou comportamental de origem neurológica.
	As principais razões para se solicitar uma avaliação neuropsicológica são auxilio diagnostico; prognostico; orientação para tratamento; auxilio para planejamento da reabilitação; seleção de pacientes para técnicas especiais; pericia.
	A avaliação dos aspectos comportamentais faz-se via entrevista e testes psicométricos e neuropsicológicos organizados em baterias fixas (aplicáveis em pesquisas e protocolos) e flexíveis (investigação clinica), e exames psicológicos, além de inventários e questionários que possam avaliar o humor, as condições socioculturais, a qualidade de vida, entre outros. O diagnostico é principalmente sintomatológico e o resultado final deve fornecer um perfil neuropsicológico do paciente.
	Principais testes utilizados: ACRE, BPR-5, D-70, Escala de maturidade mental Columbia, Matrizes Progressivas Coloridas de Raven, Wisc.

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