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Resumo da matéria de Economia Política e Direito

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UFF – ECONOMIA POLÍTICA E DIREITO – PROF. SÔNIA BARROSO - � PAGE �11�
MATERIAL DE AULA:
AULA 1 – CONCEITOS FUNDAMENTAIS (baseado em Fábio Nusdeo, R. S. Pindyck e M. Vasconcellos)
Cenário econômico: Necessidades humanas – ilimitadas x Bens – escassos (Teoria da Escassez – Origem: Malthus (1798) – teoria do crescimento da população: a população cresce em PG e os alimentos e bens produzidos crescem em PA); na década de 1970, o Clube de Roma também cuida da escassez dos recursos naturais; MIT (limitações ao crescimento) 
ECONOMIA: Ciência social aplicada que se dedica a analisar as questões relativas às necessidades humanas em contraposição aos recursos (bens) escassos para o seu atendimento, tendo como campos de estudo a sociedade. A Economia, o Direito e a Ciência Política se entrelaçam nas relações de mercado. Daí a necessidade do Estado regular determinadas matérias que afetam diretamente os cidadãos a fim de protegê-los dos abusos. 
BENS: recursos naturais, intelectuais e de capital. A) Livres: são aqueles que, por serem abundantes frente às necessidades a serem por eles atendidas, não entram no circuito das relações econômicas e não se regem pelas regras da escassez (Ex.: ar, águas pluviais, maritimas e artesianas etc.); B) Econômicos: são aqueles capazes de atender a uma necessidade, satisfazendo-a no todo ou em parte. São bens dotados de utilidade e cujo suprimento seja escasso. Da escassez deriva a economicidade do bem.
ELEMENTOS que caracterizam os bens econômicos: necessidade (Não se trata de desejo de obter, mas sim a constatação feita pela Economia que explica a atividade econômica desenvolvida para o seu atendimento), subjetivismo (o grupo social é que define a utilidade do bem quando o procura no mercado), utilidade e necessidade (juntos definem o conteúdo da utilidade e necessidade. São exceções: bens difusos, coletivos, abstratos, que são úteis e necessários, mas não são escassos. São chamados de bens livres.
UTILIDADE MARGINAL: acréscimo de utilidade. É a utilidade trazida a um dado consumidor por uma unidade ou dose adicional de qualquer produto Ex.: água vendida em paragens de ônibus para o viajante sedento.
CLASSIFICAÇÃO DOS BENS ECONÔMICOS: Critérios: a) quanto à materialidade (materiais ou bens propriamente ditos; e imateriais (serviços/direitos); b) quanto à finalidade (bens de consumo ou de uso; bens de produção (os tangíveis de caráter fixo, também chamados de bens de capital Ex.: prédios, máquinas, equipamentos); c) quanto às relações entre si (complementares – quando atuam conjuntamente como bens de consumo e de produção; sucedâneos – passíveis de se substituirem no atendimento direto ou indireto de uma mesma necessidade); d) quanto ao âmbito da necessidade (exclusivos – aptos a atender a cada momento as necessidades de um só indivíduo (roupas e objetos pessoais); coletivos – não se sujeitam ao princípio da exclusão; podem atender concomitantemente às necessidades de um grupo mais ou menos amplo de pessoas; obs.: bens coletivos podem ser públicos (escola) ou privados (um clube).
VALOR: Valoração da perda, do desatendimento às necessidades escassas; dimensões: a) individual (é o valor de uso – enfoca o valor sob a perspectiva da utilidade que representa para o consumidor, de um pequeno grupo ou do indivíduo Ex.família (pequena propriedade familiar) – Direito Civil (classificação dos bens)); b) social (é o valor de troca, é o que interessa à economia; também conhecido como valor utilidade ou valor escassez – trata-se de projeção objetiva e impessoal que se funda no preço do mercado, pelo encontro da oferta e da demanda do bem. Ex.: divisão do trabalho, aumento da produção e do consumo; trocas; culmina com a criação do mercado, onde se garante o fluxo constante das trocas, daí surgir o valor de troca – Direito Comercial ou Empresarial (classificação dos bens). A escola econômica de base austríaca (marginalista), da metade do séc. XX (von Wieser e von Bohm-Bawerk), aplica a teoria do valor utilidade.
VALOR ECONÔMICO X VALOR ÉTICO (OU FILOSÓFICO)- O valor econômico tem como pressupostos a liberdade de contratar (art. 421 CC) e a propriedade privada (art. 5º, XXIII CF/88). O valor ético-filosófico informa os critérios de valoração institucional dentro da sociedade. Assim, um dado bem pode ou não ter valor econômico conforme as regras estabelecidas naquela sociedade. Ex.: A mudança proposta pelo Projeto de Plano Diretor da Cidade do Rio de Janeiro ao elevar o índice de aproveitamento para construção de alguns terrenos na zona sul e litorânea (de 1 para 1,5 = 50%) fará com que terrenos de iguais tamanhos e nas mesmas áreas possam ter valor de troca bem maior em razão do aumento marginal do seu valor de uso, poder construir mais unidades habitacionais, por exemplo; aparelhos de ar condicionado no verão (teoria do valor-utilidade)
TEORIA DO VALOR- UTILIDADE (Bentham e os utilitaristas – baseia-se no fato da utilidade do bem/serviço como base de cálculo do preço ao consumidor) X TEORIA DO VALOR TRABALHO (Malthus, Smith, Ricardo, S. Mill e Marx – Escola Clássica): a fonte de todo fenômeno valorativo está no trabalho socialmente relevante ou útil, destinado ao atendimento das necessidades humanas expressas na sociedade. Fundamento: se os recursos naturais são ofertados às pessoas pela natureza graciosamente, só o trabalho das próprias pessoas pode criar as condições econômicas de valoração.
MOEDA: A primeira moeda foi o sal (daí vem a palavra salário). A moeda é instrumento para trocas subsequentes. A troca deixa de ser direta (sal pelo serviço ou bem adquirido - escambo) e passa a ser indireta (bem – moeda – bem futuro). A moeda tem como principais funções: mensurar o valor de troca, instrumentalizar as trocas, e ser o padrão do valor (de uso e de troca – Ex.: uma camisa custa R$ 80,00). Evolução histórica: origem (pré-história: animais (boi – pecus – daí vem indenização pecuniária)); idade média (sal e especiarias), Renascimento e Mercantilismo (metais), Estados modernos (papel moeda); hoje a moeda se desmaterializou pois se tem a moeda eletrônica (chips de cartões de crédito, depósitos eletrônicos, escrituração eletrônica de títulos de crédito). Características da moeda: portabilidade, celeridade, segurança, agilidade e soberania.
PREÇO: É o valor econômico real expresso em unidades monetárias e quantificado por elas; se dois bens tem o mesmo preço, podem ser permutados pois tem o mesmo valor.
2. MICROECONOMIA: Também chamada de Teoria dos Preços, analisa a formação de preços no mercado, ou seja, como a empresa e o consumidor interagem e decidem qual o preço e a quantidade de um determinado bem ou serviço em mercados específicos. Preocupa-se com a formação dos preços dos bens e serviços e dos fatores de produção (salários, alugueis, lucros) em mercados específicos. A microeconomia estuda o funcionamento da oferta e da demanda na formação do preço no mercado, isto é, a formação dos preços no mercado pela interação entre os consumidores e as empresas que produzem um determinado bem ou serviço. A microeconomia apresenta a visão do mercado na formação dos preços. Os agentes das demandas no mercado são os consumidores (pessoas naturais ou jurídicas que se dirigem ao mercado com o intuito de adquirir um conjunto de bens ou serviços que lhes maximize sua função utilidade como destinatário final, visando a atender a uma necessidade própria.
2. PRESSUPOSTOS BÁSICOS DA ANÁLISE MICROECONÔMICA:
	2.1. A Hipótese coeteris paribus - para a análise de um mercado específico a Microeconomia se apega à hipótese de que “tudo o mais permanece constante”. A análise foca especificamente o mercado e como a oferta e a demanda nele interferem, partindo-se da ideia que as demais variáveis interferem muito pouco ou não interferem de modo algum. 
	2.2 O Papel dos preços relativos – São mais importantes para a microeconomia os preços relativos (preços de um bem em relação aos demais) do que os preços absolutos (isolados) das mercadorias.
	2.3 Objetivos da empesa– Princípio ou Teoria da Racionalidade (o empresário sempre busca a maximização do lucro total, otimizando a utilização dos recursos de que dispõe). Esse método de abordagem é apresentado pelas teorias mais clássicas e leva em conta conceitos tais como receita marginal, custo marginal e produtividade marginal. Teoria Marginalista ou Tradicional – É a teoria microeconômica propriamente dita o que moveria o empresário não seria a maximização dos lucros, mas sim aumento da participação nas vendas do mercado ou maximização da margem sobre os custos de produção, independente da demanda de mercado. Leva em conta a receita média, custo médio e produtividade média.
	2.4 APLICAÇÃO DA ANÁLISE MICROECONÔMICA – Preocupa-se em verificar como se determina o preço dos bens ou serviços, bem como dos fatores de produção (capital, mão-de-obra, insumos e tecnologia). Em termos de empresas, a análise microeconômica pode fundamentar as seguintes decisões: política de preços da empresa, previsões de demanda e de faturamento (formação de estoques), previsão de custos de produção, decisões quanto à otimização da produção (escolha da ocmbinação dos melhores fatores de produção), avaliação e elaboração de projetos de investimentos (análise custo-benefício), política de propaganda e publicidade, localização da empresa, diferenciação de mercados (preços variados do mesmo produto em diferentes mercados consumidores). Em termos de política econômica, a Teoria Microeconômica pode contribuir para as seguintes decisões: efeitos de impostos sobre mercados específicos, politica de subsídios, fixação de preços mínimos na agricultura, controle de preços, política salarial, política de tarifas públicas (água, luz etc.), política de preços públicos (petróleo, aço etc.) e leis antitruste (controle de lucros de monopólios e oligopólios)
2.5 DIVISÃO DO ESTUDO MICROECONÔMICO – A teoria microeconômica consiste nos seguintes tópicos: a) análise da demanda (Teoria da Demanda ou Procura), que se subdivide em Teoria do Consumidor (demanda individual) e Teoria da Demanda de Mercado (demanda coletiva); b) análise da oferta (Teoria da Oferta de um bem ou serviço, que se subdivide em oferta da firma individual e oferta de mercado. Dentro da teoria da oferta da firma são abordadas a teoria da produção, que analisa as relações entre quantidades físicas entre o produto e os fatores de produção ; e a Teoria dos Custos de Produção, que incorpora, além das quantidades físicas, também os preços dos insumos. c) análise das estruturas de mercado (verifica se o mercado é competitivo ou concentrado). Na análise das estruturas de mercado avaliam-se os efeitos da oferta e da demanda, tanto no mercado de bens e serviços, quanto no mercado dos fatores de produção. As estruturas de mercado dos bens e serviços são: concorrência perfeita, concorrência imperfeita ou monopolista, monopólio, olibopólio. Já as estruturas de mercado de fatores de produção são a concorrência perfeita, a concorrência imperfeita, monopsônio e oligopsônio. No mercado de fatores de produção, a procura de fatores produtivos é chamada de demanda derivada, porque vem em anexo às demandas principais da empresa (seus produtos ou serviços). d) Teoria do equilíbrio geral - Leva em conta as interrelações entre todos os mercados, pois analise os mercados em suas relações ocm os outros e não parcialmente. São suas vertentes a Teoria do Bem-Estar ou Welfare que se preocupa em alcançar soluções socialmente eficientes para a alocação óitma dos recursos. Corrolário desta há a Teoria das Imperfeições do Mercado, onde os preços não são determinados isoladamente em cada mercado. Na verdade, tanto a Teoria do Equilíbrio Geral e do Bem-Estar, quanto a Teoria do Consumidor são abstratas e se valem de modelos matemáticos para sua comprovação.
3. DEMANDA (OU PROCURA), OFERTA E EQUILÍBRIO DE MERCADO:
3.1 Breve introdução – alicerçada no conceito subjetivo de utilidade(o grau de satisfação que os consumidres atribuem aos bens que podem adquirir no mecado, ou seja, é a qualidade dos bens econômicos de satifazerem as necessidades humanas).a Teoria do Valor-Utilidade pressupõe que o valor de um bem se forma pela sua demanda, isto é, pela satisfação que o bem representa para o consumidor. É, portanto, subjetiva, pois nasce da relação das pessoas com os objetos. Representa a chamada visão utilitarista, onde o consumidor é soberado, pilar do capitalismo. Já a Teoria do Valor-Trabalho se forma ao lado da oferta, através dos custos do trabalho incorporado ao bem. Os custos de produção eram representados basicamente pelo fator mão-de-obra, em que a terra era praticamente gratuita (abundante) e o capital pouco significativo. A teoria do valor-trabalho é objetiva pois depende dos custos que são incorporados à produção dos bens pela relação social entre os homens (tempo produtivo que eles incorporam ao bem, salários e horas de trabalho).
3.2 DEMANDA DE MERCADO – Conceito: A demanda ou procura pode ser definida como a quantidade de um determinado bem ou serviço que os consumidores desejam adquirir em determinado período de tempo. São as seguintes as variáveis que influenciam na escolha do consumidor: o preço do bem ou serviço, o preço dos outros bens, a renda do consumidor e o gosto ou preferência do indivíduo. Usa-se a regra do coeteris pariibus para saber qual a influência de cada um desses fatores, mantidos estáticos os demais. Relação entre quantidade procurada e preço do bem – Lei Geral da Demanda – onde há uma relação inversamente proporcional entre a quantidade procurada e o preço do bem a partir dos conceitos de escala de procura (quanto mais caro o bem, menor é a procura), curva de procura (onde a quantidade procurada de um determinado bem varia de forma inversamente proporcional em relação ao aumento do preço do referido bem). Podem influenciar essa curva de demanda os seguintes fatores: efeito substituição ou concorrência de bens, efeito renda (poder de compra do consumidor), efeito preço dos bens complementares e efeito preferências ou hábitos dos consumidores. Demanda x quantidade de demanda – Por demanda entende-se a escala ou curva que relaciona os possíveis preços a determinadas quantidades. Por quantidade de demanda entende-se um ponto específico da curva relacionando um preço a uma quantidade. 
3.3 OFERTA DE MERCADO- Conceito: Oferta são as várias quantidades que os produtores desejam oferecer ao mercado em determinado período de tempo. Assim como a demanda, a oferta também depende de fatores: do seu próprio preço, dos demais preços, do preço dos fatores de produção, das preferências do empresário e da tecnologia. Diferentemente da função demanda, a função oferta mostra uma correlação direta entre quantidade ofertada e nível de preços (coeteris paribus). É a chamada Lei Geral da Oferta. Ou seja, um aumento dos preços do produto/serviço no mercado estimula as empresas a produzirem mais, aumentando sua receita. Também, se os custos de produção aumentarão, a empresa deverá elevar o preço dos produtos/serviços para continuar produzindo o mesmo que antes. Além do preço do bem, a oferta de um bem ou serviço é afetada pelos custos dos fatores de produção (matérias-primas, salários, preço da terra) e por alterações tecnológicas, ou pelo aumento do número de empresas no mercado. Quanto mais caros forem os custos de produção, menor será a oferta do bem/serviço no mercado.Já a alteração tecnológica e o aumento do número de concorrentes são diretamente proporcionais ao aumento da oferta. Oferta e quantidade ofertada: a primeira refere-se `a escala ou toda a curva, enquanto a quantidade de oferta tem a ver com um ponto específico da curva de oferta.
3.4 EQUILÍBRIO DE MERCADO
Lei da oferta e da procura – tendência de equilíbrio
Oferta ( demanda (preços e quantidade de equilíbrio de um bem ou serviço num dato mercado.
Quadro exemplificativa:
 Quantidades
	Preço (R$)
	Procurada 
	Ofertada
	Situação de Mercado
	1,00
	11
	1
	Excesso de procura/escassezde oferta
	3,00
	9
	3
	Excesso de procura/escassez de oferta
	6,00
	6
	6
	Equilíbrio entre oferta e procura
	8,00
	4
	8
	Excesso de oferta/escassez de procura
	10,00
	2
	10
	Excesso de oferta/escassez de procura
Soluções possíveis: para as duas primeiras linhas, substituição do produto;
Soluções possíveis para as duas últimas linhas, liquidação ou queima de estoque para findar com o excedente de produção.
Deslocamento das curvas de demanda e oferta ( Razões: aumento de demanda e diminuição do poder de compra do consumidor; safras e entressafa.
3.5 INTERFERÊNCIA DO GOVERNO NO EQUILÍBRIO DE MERCADO EM NÍVEL MICROECONÔMICO:
- Modalidades: concessão de incentivos fiscais e subsídios, estabelecimento de critérios de reajuste do salário mínimo, fixação de preços mínimos para os produtos agrícolas, decretar tabelamentos e congelamento de preços e salários etc.
3.6 CONCEITO DE ELASTICIDADE
Conceito : Reflete o grau de reação ou sensibilidade de uma variável quando ocorrem alterações em outra variável (coeteris paribus). Auxilia as empresas a calcular as previsões de venda – permite prever uma reação dos consumidores em face da alteração de preços das empresas, da concorrência e dos seus salários. Em macroeconomia, seria o conceito de elasticidade importante para verificar, por exemplo, o impacto da desvalorização cambial sobre o saldo da balança comercial ou a sensibilidade dos investimentos privados a alterações na tributação ou na taxa de juros. 
2.2.6.1 Elasticidade –preço da demanda
Conceito – É a resposta relativa da quantidade demanda de um bem X às variações de seu preço ou ainda a variação percentual na quantidade procurada do bem X em relação a uma variação percentual em seu preço coeteris paribus. Como a relação entre a variação positiva do preço é sempre negativa em relação à demanda, o valor encontrado da elasticidadee preço da demanda será sempre negativo. Exemplo: dada uma queda do preço em 20%, a quantidade do bem demandada aumenta em 1,5 vez ous 20%, ou seja, aumenta em 30%.
Demanda elástica – a variação da quantidade demandada supera a variação do preço – o aumento do preço diminui drasticamente o consumo; quando há queda dos preços, o aumento do consumo é uma vez e meia a variação do preço.
Demanda inelástica – quando a variação do preço provoca uma variação menor das quantidades procuradas, coeteris paribus. Exemplo: uma redução de 10% nos preços provoca um aumento de 5% nas quantidades procuradas. A reação dos consumidores desses produtos à variação dos preços é pequena.
Demanda de elasticidade preço-unitária – variam de forma igual, só que de forma inversamente proporcional
Fatores que influenciam o grau de elasticidade-preço da demanda: existência de bens substitutos (quanto mais substitutos, maior será a elasticidade da demanda); essencialidade do bem (quanto mais essencial o bem, menos será afetada sua demanda por variações de preços, ou seja, demanda inelástica); importância do bem quanto ao seu gasto no orçamento do consumidor (quanto maior o gasto, mais sensível é o consumidor às alterações de seu preço – demanda mais elástica).
Incidência tributária e elasticidade-preço da demanda – quanto mais inelástica for a demanda do bem, maior será a proporção do imposto repassado ao consumidor e menor a parcela paga pelo produtor (mais comum em mercados concentrados); quanto mais elástica for a demanda do bem, menor será a proporção do imposto repassada ao consumidor e maior a parcela paga pelo produtor (mais comum em mercados não concentrados).
Elasticidade-preço da oferta - O resultado é positivo, uma vez que a relação entre preço e oferta é direta. Quanto maior o preço, maior a quantidade que o empresário está disposto a ofertar, coeteris paribus.
3.7 PRODUÇÃO E CUSTOS – a teoria da produção e a teoria dos custos de produção constituem a chamada teoria da oferta da firma individual – são fundamentais para a análise dos preços e do emprego dos fatores de produção, além da alocação dos diversos usos alternativos na economia. Ambas são importantes na análise da teoria da formação dos preços. Teoria da produção – preocupa-se com a relação técnica ou tecnológica entre a quantidade física de produtos (outputs) e de fatores de produção (inputs), enquanto a Teoria dos custos de produção relaciona a quantidade física de produtos com os preços dos fatores de produção. A teoria dos custos de produção envolve também os preços dos insumos.
	3.7.1 CONCEITOS BÁSICOS DA TEORIA DA PRODUÇÃO
	
	 3.7.1.1 Produção – É o processo de transformação dos fatores de produção (insumos, capital, mão-de-obra e tecnologia) adquiridos pela empresa em produtos/serviços para a venda/circulação no mercado. A forma como esses fatores são combinados são os chamados métodos/processos de produção – simples (quando a produção gera um único produto ou output) e múltiplo (quando o processo der origem a vários produtos). Eficiência econômica se dá quando o método utilizado é mais barato e produz mais.
	 3.7.1.2 Função de produção – É a relação que mostra a quantidade física obtida do produto a partir da quantidade física utilizada dos fatores de produção em determinado período de tempo.
	 3.7.1.3 Fatores fixos e fatores variáveis de produção – curto e longo prazos – Variáveis (no longo prazo) são os fatores cujas quantidades utilizadas variam quando o volume de produção se altera. Ex. Mão de obra e matérias-primas. Fixos (no curto prazo) são os fatores cujas quantidades não mudam quando a quantidade do produto varia. Ex. Instalação da empresa e a tecnologia original empregada. 
	Análise de curto prazo – produto total, produtividade média e produtividade marginal. Lei ou princípio dos rendimentos decrescentes – combinando-se a utilização de fatores variáveis, mantendo-se os demais fatores fixos, a produção tende a aumentar a taxas cada vez menores, ou seja, a taxas decrescentes.
Análise de longo prazo – É a hipótese em que se consideram todos os fatores de produção como variáveis, inclusive o crescimento da própria empresa. Origina as chamadas economias de escala ou rendimentos de escala que resulta da utilização de todos os fatores de produção pela empresa (aumento do tamanho da empresa). Podem também ocorrer rendimentos constantes de escala (proporcionalidade na utilização dos fatores de produção) e rendimentos decrescentes de escala (a variação do produto é comparativamente menor à variação da utilização dos fatores de produção).
	
3.7.2 CUSTOS DE PRODUÇÃO – ideia principal maximizar os resultados com o menor custo de produção possível (otimizar os recursos). O objetivo é o equilíbrio da firma. Custos de oportunidade (implícitos) e de contabilidade ou contábeis (explícitos). Externalidades - custos sociais e privados. Custos para a Economia podem ser sinônimo de despesas.
	
3.7.3 MAXIMIZAÇÃO DOS LUCROS – Base da teoria neoclássica ou marginalista da economia. O lucro total é a diferença entre as receitas de vendas da empresa e os seus custos totais de produção. Custo de oportunidade do capital – uso normal que aufere lucros. O que excede do lucro normal é o lucro extraordinário. Break even point ou ponto de equilíbrio – é aquele em que a receita total é igual aos custos totais da produção. A partir daí a empresa passa a gerar lucros. 
3.8 ESTRUTURAS DE MERCADO – As estruturas de mercado dependem de três características: número de empresas que compõem esse mercado, tipos de produtos (se as firmas produzem produtos idênticos ou diferenciados) e se existem ou não barreiras ao acesso de outras empresas nesse mercado. Modalidades de estruturas de mercado: concorrência perfeita ou pura – em que há a presença de várias empresas e uma só não é capaz de afetar os preços do mercado. Neste tipo de mercado tem –se por premissa que o mercado é atomizado, os produtos são homogêneos, não exisem barreiras ao acesso de outras empresas e há transparência no mercado (as infomações sobre lucros, preços e insumos estão acessíveis a todos).No longo prazo, não existem lucros extrasou marginais, mas apenas os normais. Inexiste tal modalidade na prática. Monopólio – Uma única empresa(empresário) domina totalmente a oferta de produtos de um lado e o mercado consumidor de outro. Não há concorrência. Formas de monopólio: puro ou natutal, patentes e controle de matérias-primas básicas. Há ainda o monopólio institucional ou estatal decorrente da matéria ser estratégica paraa segurança nacional do país. Oligopólio – caracteriza-se por ser um mercado onde um pequeno número de empresas dominam a oferta de mercado. Cartel – monopólio na fixação de preços, evitando-se a concorrência. Estruturas de mercado quanto aos fatores de produção: Concorrência perfeita – todas as empresas têm acesso aos fatores de produção. Monopsônio – monopólio na compra de insumos; Oligopsônio – oligopólio na compra de insumos, onde há poucos compradores negociando com muitos vendedores. Monopólio bilateral – Ocorre quando um monopsionista, na compra dos fatores de produção, encontra um monopolista na venda desse fator de produção. Orgãos de defesa da concorrência: CADE, SDE e SEAE. Setores onde há os maiores índices de concentração no Brasil: aços planos, petróleo, cigarros e fumo e material de trransporte.
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4. MACROECONOMIA:
 4.1. INTRODUÇÃO – A Macroeconomia estuda a Economia como um todo, analisando a determinação e o comportamento de grandes agregados, tais como: renda e produto nacionais, nível geral de preços, emprego e desemprego, estoques de moeda e taxas de juros, balanças de pagamentos e taxas de câmbio. Não se preocupa com mercados específicos (Microeconomia), mas sim, trata o mercado de bens e serviços como um todo (agregando produtos agrícolas, industriais e serviços de transportes, por exemplo), assim como o mercado de trabalho (não se preocupando com diferenças na qualificação, sexo, idade, origem da força de trabalho etc.). É importante nas políticas de programação econômica, pois lida com os grandes agregados econômicos. Diferentemente da Microeconomia que aplica a regra do coeteris paribus, a Macroeconomia não se preocupa com a variação dos preços em mercados específicos, mas sim com o nível geral dos preços, ignorando-se os preços relativos dos bens dos diferentes setores. A Macroeconomia analisa questões conjunturais de curto prazo como o desemprego e a inflação.
 4.2 OBJETIVOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA – São os seguintes: alto nível de emprego, estabilidade de preços, distribuição de renda socialmente justa, crescimento econômico e equilíbro da balança de pagamentos (equilíbrio externo); porém este último é mais meio que objetivo. As questões relativas ao emprego e à inflação são consideradas conjunturais, de curto prazo. É a preocupação central das chamadas políticas de estabilização (planos econômicos). As questões relativas à distribuição de renda e ao crescimento econômico envolvem aspectos também estruturais, que são predominantemente de longo prazo.
 4.3 DESEMPREGO – a partir dos anos 30, com os estudos de J.M. Keynes (Teoria geral do emprego, dos juros e da moeda), de 1936, o estudo econômico possibilitou aos governos recurperar a ideia de potencialidade de emprego ao longo do tempo. Contrariando a teoria liberal de A. Smith (“a mão invisível do mercado auto regula a economia”), e tendo como antecedentes a Revolução Industrial, o surgimento dos sindicatos e das grandes corporações, a teoria keynesiana enfrentou as incertezas mercadológicas advindas da Quebra da Bolsa de Nova Iorque (1929) possibilitando um retorno do Estado como ator indispensável ao regular funcionamento do mercado (Estado do bem-estar social) e também como partícipe direto no fomento da economia. Criou a teoria keynesiana as bases da moderna macroeconomia, seguida hoje pelos desenvolvimentistas (schumpterianos) e socialistas (marxistas). A teoria keynesiana resgata a ideia de pleno emprego dos fatores de produção e movimentação da economia.
 4.4 INFLAÇÃO x ESTABILIDADE DE PREÇOS – Define-se inflação como o aumento contínuo e generalizado no nivel geral de preços, criando distorções sobre a distribuição de renda, sobre as expectativas dos agentes econômicos e sobre o balanço de pagamentos. Um pouco de inflação (até 5% ao ano) é aceitável, pois faz parte do dinamismo das economias capitalistas (altos e baixos do mercado); faz parte do crescimento econômico. Também em países ricos, de economia estável, a inflação existe, mas, controlada, estimula a competição dos preços, mas não gera desemprego por ociosidade forçada dos meios de produção.
 4.5 DISTRIBUIÇÃO EQUITATIVA DE RENDA – Entre os anos de 1967 a 1973, a disparidade de renda no país se acentuou (concentração de renda nas mãos de uns poucos) porque se implementou a ideia de que primeiro se deveria fazer crescer o bolo para depois reparti-lo. Acreditava-se que a concentração de renda faria parte do processo de desenvolvimento de qualquer economia de base capitalista. Seriam justificativas de tal desproporção o aumento da população urbana de baixa qualificação, vinda do êxodo rural, o grande número de jovens sem qualificação etc. A renda média por habitante (per capita) aumentou, mas a renda das camadas mais ricas aumentou muito mais que a das mais pobres.
4.6 CRESCIMENTO ECONÔMICO – Se existe desemprego e capacidade ociosa, pode-se aumentar o produto nacional por meio de políticas econômicas que estimulem a atividade produtiva. No entanto, feito isso, há um limite do que se pode produzir com a tecnologia e os recursos (insumos) disponíveis. Aumentar o produto exige também ou um aumento dos recursos disponíveis (mais moeda circulante) ou um aprimoramento da tecnologia disponível com maior qualificação da mão-de-obra e organização da produção. Quando se fala em crescimento econômico está-se falando do aumento da renda per capita, ou seja, colocar à disposição da população uma quantidade de bens e serviços que supere as suas necessidades. O aumento da renda per capita é o melhor meio de se verificar o aumento da capacidade produtiva de um país. Contradição: países árabes e países ocidentais ricos
4.7 ECONOMIA POLÍTICA e DILEMAS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA: interrelações e conflitos de objetivos – No Brasil, assim como em outros países em desenvolvimento, as metas de crescimento e equidade distributiva têm-se mostrado conflitantes, fundamentalmente devido ao fator educacional, com a maioria da mão-de-obra com baixa qualificação e, portanto, com baixos rendimentos. Outro conflito significativo está nas metas de redução de desemprego e a estabilidade de preços. A pressão por aumento de preços, principalmente nos setores fornecedores de insumos básicos (aço, embalagens e matérias-primas), aumenta à medida que a Economia acelera e os fatores de produção são utilizados na sua plenitude e aumenta o consumo. Daí por que o Estado regular o consumo por meio de políticas de endurecimento de tarifas de crédito. Essa tendência a uma relação inversa entre INFLAÇÃO E DESEMPREGO é denominada TRADE OFF entre inflação e desemprego, que é o reflexo de uma tendência cíclica da economia, alternando períodos de maior prosperidade com outros mais recessivos..
4.8 INSTRUMENTOS DE POLÍTICA MACROECONÔMICA – Política fiscal (de arrecadação de tributos – tributária – e de controle de despesas - de gastos), política monetária (de controle da circulação da moeda – ortodoxas e heterodoxas), políticas cambial e comercial e política de rendas
4.9 ESTRUTURA DE ANÁLISE MACROECONÔMICA – Compõe-se basicamente de cinco mercados: mercado de bens e serviços e mercado de trabalho (parte real da economia); mercado monetário, mercado de títulos e mercado de divisas (parte monetária da economia).
4.10 AGENTES MACROECONÔMICOS – consumidores, empresas, governo e setor externo.
4.11 VARIÁVEIS DOS MERCADOS – a) DE BENS E SERVIÇOS- Nível de renda e roduto nacional, nível de preços, consumo agregado, poupança agragada, investimentos agregados, exportações totais, importações totais etc. b) DE TRABALHO – nível de emprego e taxa de salários monetários; c)DO MERCADO MONETÁRIO – taxa de juros e estoque de moeda (meios de pagamento); d) DO MERCADO DE TÍTULOS – preço dos títulos; e) DO MERCADO DE DIVISAS – taxa de câmbio.
4.12 POLÍTICA FISCAL, INFLAÇÃO E DESEMPREGO – A política fiscal pura (que trabalha somente a política tributária e a contenção de gastos públicos e não o controle do valor da moeda (monetarismo)) pode ser utilizada como mecanismo de redução da inflação e do desemprego (dos meios de produção). Baseado em Keynes, que prega o pleno emprego dos recursos, o modelo macroeconômico básico preocupa-se sempre com o desemprego de recursos, quando a economia está operando abaixo do seu potencial. Tal situação denominada hiato inflacionário (insuficiência da demanda agregada em relação à produção de pleno emprego). Para se garantir o pleno emprego dos fatores de produção é necessário elevar a demanda agregada. Para tanto, são utilizados os seguintes instrumentos de política fiscal: a) aumento dos gastos públicos – fomento de atividades, bolsas, auxílios, crédito direto, empregos; b) diminuição da carga tributária, estimulando as despesas de consumo e de investimentos; c) subsídios e estímulos às exportações, que elevam a demanda do setor externo pela produção interna; d) tarifas e barreiras às importações, que protegem a produção nacional da concorrência externa. O governo pode também aumentar a demanda agregada e manter o orçamento público equilibrado (teorema do orçamento equilibrado) Se os gastos públicos aumentarem na mesma proporção da arrecadação numa situação de desemprego, a renda nacional também aumentará na mesma proporção. Se o governo aumentar os tributos sobre a produção para conter a demanda agregada, tal não ocorre na mesma proporção, uma vez que os consumidores podem lançar mão de sua poupança para continuar comprando. A contrário senso, numa conjuntura econômica inflacionária, onde ocorre a inflação da demanda, a demanda está aquecida, mas a produção das empresas não consegue atender a esta demanda. Neste caso, os instrumentos de política fiscal seriam: a) diminuição dos gastos públicos; b) elevação da carga tributária sobre bens de consumo, desestimulando os gastos em consumo; c) elevação das importações, pela redução das tarifas e barreiras, o que aumentaria o grau de abertura da economia para produtos estrangeiros, acirrando a competitividade, inibindo elevações de preços internos. Diferentemente ocorre com a inflação de custos, onde a produção está abaixo do pleno emprego, pois a inflação dos custos ou da oferta deve-se ao aumentos dos custos de produção, que retrai a produção agregada. Neste caso, políticas de contenção da demanda agregada apenas rebaixarão ainda mais o nível de produção, aprofundando a crise do desemprego.
4.13 – A POLÍTICA ECONÔMICA BRASILEIRA DE COMBATE À INFLAÇÃO – A inflação tornou-se crônica na economia brasileira a partir dos anos 50, sendo o déficit do governo uma das suas principais causas. De 1964 a 1973, a inflação apresentou uma forte tendência de queda. A política de combate á inflação caracterizou-se em uma primeira fase (1964-1966) por um tratamento de choque: houve uma rígida política menetária, fiscal e salarial que mudou o patamar da inflação de cerca de 100% em 64, para cerca de 30% em 67. O periodo de 68 a 73 caracterizou-se pelo milagre econômico com elevadas taxas de crescimento obtidas na economia brasileira. Com o crescimento da produção, a taxa de inflação passou de 25,4%, em 1968, para 15,7%, em 1973. A partir de 1973, a crise internacional do petróleo aprofundou a crise inflacionária brasileira, e neste momento se desenvolveu o estudo das causas da inflação pela linha de pensamento ortodoxa (também chamada de neooliberal ou monetarista), que atribuia ao excesso de demanda, associado ao desequilíbrio das contas públicas, a responsabilidade pelo processo inflacionário. O combate à inflação por esta corrente de pensamento seria feito pela redução dos gastos do governo (Estado mínimo), com uma política salarial restritiva e controle da oferta monetária. A partir de 1986, num quadro de inflação inercial, mudou a forma de análise da questão inflacionária, a economia era totalmente indexada a um índice que corrigia monetariamente os valores envolvidos nos contratos. Dessa forma, todos os aumentos de preços eram captados pelo índice e automaticamente repassados para todos os demais preços da economia, gerando um processo automático de realimentação da inflação. Veio, então, o Plano Cruzado e congelou preços, salários e câmbio, numa tentativa de romper com essa tradição inercial (política heterodoxa), com o objetivo de apagar essa memória inflacionária. A ele se seguiram os planos Cruzado II, Bresser, Verão e Collor, que não conseguiram combater a inflação. Em 1994, o Plano Real, baseado na desindexação completa da economia e na criação de uma nova moeda, com ancoragem cambial, consegue estabilizar a economia com medidas também heterodoxas, tais como a fixação de metas inflacionárias.
4.14 – A CORRENTE ESTRUTURALISTA – Também nascida na década de 50-60, no Chile, essa corrente vê a inflação como produto essencialmente das pressões de custos que derivariam de questões estruturais tais como a agrícola, do comércio internacional e a oligopólica dos mercados. Segundo essa corrente, o combate à inflação deve ser feito principalmente por meio de reformas estruturais (por exemplo, reforma agrária) e pelo controle de preços dos setores oligopolizados, técnicas também empregadas no Plano Real.
EXERCÍCIOS DE REVISÃO PARA A PRIMEIRA PROVA:
1 – Assinale a opção falsa:
Um modelo simplificado da economia classifica as unidades econômicas em famílias e empresas, que interagem em dois tipos de mercados: mercados de bens de consumo e serviços e mercados de fatores de produção.
Os serviços dos fatores de produção fluem das famílias para as empresas, enquanto o fluxo contrário, o de moeda, destina-se ao pagamento de salários, aluguéis, dividendos e juros.
Segundo a teoria clássica, que não prevê a intervenção do Estado na economia, os mercados desempenham cinco funções principais: estabelecem valores ou preços; organizam a produção; distribuem a produção; racionam os bens, limitando o consumo à produção; e prognosticam o futuro, indicando como manter e expandir a capacidade produtiva. 
A curva de possibilidades de produção dos bens X e Y mostra a quantidade mínima de X que deve ser produzida, para um dado nível de produção de Y, utilizando-se plenamente os recursos existentes.
A inclinação da curva de possibilidades de produção dos bens X e Y mostra quantas unidades do bem X podem ser produzidas a mais, mediante uma redução na produção do bem Y.
2 - A população economicamente ativa de uma economia é o total de pessoas
em condições de trabalhar e que demandam serviços do fator trabalho no mercado de fatores.
em idade de trabalhar e que ofertam serviços do fator trabalho no mercado de fatores, estejam ou não empregadas.
em idade de trabalhar, quee ofertam força de trabalho no mercado de fatores e estão efetivamente empregadas.
em idade de trabalhar, que demandam força de trabalho no mercado de fatores e estão efetivamente empregadas.
que conseguem emprego, quando a economia se encontra em pleno emprego.
3 – Assinale a afirmação falsa:
a curva de oferta de um bem X, se for uma reta e passar pela origem dos eixos dos preços e quantidades, terá coeficiente de elasticidade-preço unitário.
a curva de oferta da indústria, no curto prazo e em regime de concorrência perfeita, será a soma das quantidades oferecidas por todas as firmas.
a curva de oferta indica os preços máximos capazes de induzir os vendedores a colocar as várias quantidades no mercado.
a oferta do monopolista, no curto prazo e em condições de demanda e custos inalterados, é um único ponto que indica uma quantidade e um preço.
a curva de oferta de uma firma, no curto prazo e em regime de concorrência perfeita, será a curva de custo marginal para todas as quantidades iguais ou superiores àquela para a qual o custovariável médio é o mínimo.
4- Indique a afirrmação correta:
um aumento da renda dos consumidores resultará em demanda mais alta de X, qualquer que seja o bem.
uma queda no preço de X, tudo mais permanecendo constante (coeteris paribus), deixará inalterado o gasto dos consumidores com o bem, se a elasticidade-preço da demanda for igual a I.
o gasto total do consumidor atinge um máximo na faixa da curva de demanda pelo bem em que a elasticidade-preço se iguala a zero.
a elasticidade-preço da demanda pelo bem X independe da variedade de bens substitutos existentes no mercado.
um aumento no preço do bem Y, substituto, deslocará a curva de demanda de X para a esquerda.
5 – Em uma economia a renda enviada para o exterior é maior que a renda recebida do exterior. Então:
o produto interno bruto (PIB) é maior que o produto nacional bruto (PNB).
o produto interno bruto é menor que o produto nacional bruto.
o produto interno bruto é igual ao produto nacional bruto.
o produto interno bruto a custo dos fatores é maior que o produto interno bruto a preços de mercado.
o produto nacional bruto a custo dos fatores é menor que o produto nacional bruto a preços de mercado.
6 – Segundo a teoria quantitativa da moeda a velocidade renda da moeda é:
crescente com a taxa de juros.
decrescente com a taxa de juros.
crescente com o índice geral de preços.
decrescente com o índice geral de preços.
constante.
7 – Se os investimentos forem absolutamente inelásticos com relação a variações na taxa de juros:
aumentos no estoque de moeda, tudo mais constante, acarretarão aumentos no produto nacional.
maiores gastos do governo provocarão redução na taxa de juros da economia.
aumentos no estoque de moeda, tudo mais constante, provocarão aumentos na taxa de juros de equilíbrio da economia.
aumentos no estoque de moeda, tudo mais constante, não produzirão efeito sobre o produto nacional. 
a política fiscal será completamente ineficaz para promover modificações no produto nacional.
8 – Uma economia apresenta desemprego de mão-de-obra e insumos com o equilíbrio da economia ocorrendo em situação extrema de escassez de liquidez (falta de moeda circulando no mercado – proposta do Plano Collor). Então, uma política econômica adequada para eliminar o desemprego será:
diminuir o volume dos meios de pagamento com aumento da taxa de juros.
aumentar o volume dos meios de pagamento com diminuição das taxas de juros.
diminuir os gastos do governo.
aumentar os gastos do governo.
aumentar a carga tributária.
9 – De acordo com o modelo estático de equilíbrio da economia, se um excesso de demanda agregada em relação à oferta agregada provocar elevação do nível geral de preços,
esse aumento de preços persistirá se o governo não permitir a expansão dos meios de pagamento.
a taxa de juros aumentará e o nível de emprego cairá se o governo permitir a adequação da expansão dos meios de pagamento.
uma adequada expansão dos meios de pagamento reduzirá o custo do dinheiro e, com isso, serão reduzidos os preços na economia.
esse aumento de preços será eliminado em consequência do reequilíbrio entre demanda e oferta agregadas se, tudo mais constante, o governo não permitir a expansão dos meios de pagamento.
o desequilíbrio será necessariamente autoagravante, ou seja, aumentos de preço serão repassados aos salários e estes, de novo, aos preços, e assim por diante.
10 – Uma política econômica de valorização da moeda nacional em relação à moeda internacional visa
a aumentar as exportações e reduzir as importações.
a reduzir as exportações e aumentar as importações.
manter importações e exportações inalteradas.
facilitar a entrada de capitais oficiais de longo prazo no país.
facilitar a entrada de capitais estrangeiros de risco (curto prazo) no país.
11 – Aponte a afirmativa falsa:
Os recursos produtivos, bens e serviços, são ditos econômicos quando têm por característica a escassez.
O conjunto dos elementos da natureza não necessariamente se identifica com os recursos econômicos.
Empresas que se dedicam unicamente ao transporte de mercadorias são unidades produtivas terciárias pois facilitam o acesso dos bens produzidos primariamente aos consumidores.
Veículos automotores tanto podem ser bens de consumo quanto bens de produção (insumos).
Em economia, há pleno emprego quando todas as pessoas em idade de trabalhar estão empregadas.
12 – A produção de bens e serviços aumenta 
se diminuem os preços dos fatores de produção mais escassos.
se for incorporada ao processo produtivo maior quantidade do fator de produção menos escasso.
quando reflete a diminuição do preço de um recurso produtivo escasso com possibilidade de aumento no preço final do bem ou serviço produzido (maximização de lucros).
quando os recursos produtivos apresentam produtividade marginal decrescente.
quando indica combinações de fatores produtivos que geram um mesmo nível de produto.
13 – Se for possível identificar a curva de demanda de um bem,
ela mostrará necessariamente uma relação inversa entre preços e quantidade de demanda.
a intensidade da variação na quantidade demandada em função de variações no preço, tudo mais constante, variará, necessariamente, ao longo da curva.
ela mostrará que quantidades demandadas e preços variam na mesma direção, se o bem for inferior.
a elasticidade-preço da demanda será uma constante ao longo da curva, se a função demanda for da forma Preço= Quantidade de demanda elevado a menos 1, ou seja, conforme o preço aumenta, a quantidade demandada diminui, coeteris paribus.
o dispêndio do consumidor com o bem permanecerá constante, qualquer que seja a variação no preço do bem, se a função for do tipo Preço=Quantidade elevada a menos a, sendo a uma constante maior que 1.
14 – Ocorrendo inflação em uma economia que não se encontra em pleno emprego:
uma transferência da renda dos credores para os devedores é inevitável.
haverá transferência de renda dos devedores para os credores.
é possível que o governo seja capaz de financiar deficits reais em suas contas pela criação de impostos inflacionários, se houver defasagens da indexação da economia.
é possível que o governo seja capaz de financiar deficits reais em suas contas pela criação de impostos inflacionários, se não houver defasagens da indexação da economia (diferenças entre os índices utilizados).
a inflação será definitivamente eliminada por um aumento real dos salários que induza a uma maior demanda agregada e, daí, maior oferta, desde que essa política seja acompanhada por rigoroso congelamento de preços.
15 – Uma das afirmativas abaixo é verdadeira, para uma economia que não se encontra no pleno emprego,
é possível que o governo aumente seus gastos, tudo mais constante, provocando aumento na taxa de juros da economia, sem que varie a renda real.
é possível que o governo aumente seus gastos, tudo mais constante, provocando diminuição na taxa de juros da economia, sem que varie a renda real.
é possível que uma expansão dos meios de pagamento provoque apenas aumento na taxa de juros, sem variação da renda real.
é possível que uma expansão dos meios de pagamento provoque apenas variação na renda real, sem aumento na taxa de juros.
segundo os adeptos da teoria do emprego e da renda (Keynes), uma variação nos meios de pagamento sempre provocará variações na taxa de juros da economia, causando, em consequência, modificação da renda real de equilíbrio.
16 – Aponte a hipótese que não está presente na visão clássica do equilíbrio no mercado de trabalho em nível de pleno emprego
maximização de lucros pelas empresas.
mercados em concorrência perfeita, ainda que na teoria.
produtividade marginal decrescente do fator trabalho.
salário real constante, atrelado aos níveis de produção.
relação direta entre salário real e oferta de serviços do fator trabalho.
17 - Qual das alternativas é a correta sobre as consequências que a inflação causa na economia?
As classes mais baixas são as mais afetadas pela inflação, que faz diminuir arenda real dessa parte da população; a inflação dificulta o cálculo econômico e a gestão financeira das unidades produtivas; distorce o orçamento do setor público; inibe novos investimentos econômicos, por gerar insegurança nos contratos.
A classe mais afetada pela inflação é a média, pois os produtos que tem elevada alta de preços são os duráveis, como os eletrônicos, além disso, a inflação prejudica a fonte de renda dessa classe, diminuindo a renda de investimentos em imóveis e na bolsa de valores; a inflação contribui para a independência econômica, já que inibe os investimentos estrangeiros.
O setor público é o mais afetado pela inflação, já que não pode aumentar os impostos no mesmo ritmo que a alta dos preços, ao mesmo tempo que se vê obrigado a atuar mais, intervindo na economia para retomar a estabilidade; com a inflação ocorre uma alta dos investimentos estrangeiros, atraídos pela possibilidade de rápidos lucros auferidos com o aumento dos preços;
A alta dos preços característica da inflação aflige principalmente a população leiga, que fica condenada a uma diminuição de sua qualidade de vida; o setor produtivo se beneficia da inflação, já que pode auferir altos lucros com o rápido aumento de preços; o setor público é afetado apenas inicialmente, visto que o aumento dos impostos só pode entrar em vigor no ano seguinte ao da lei que os estipule.
18 - Sobre os preços de automóveis e da gasolina, marque a alternativa incorreta.
Os automóveis são bens duráveis, uma alta no seu preço por fator externo ao sistema oferta x demanda acarretaria, em curto prazo, uma forte retração em sua procura.
A gasolina tem baixa elasticidade de demanda em curto prazo.
Por se tratar de um bem não essencial, a gasolina possui grande elasticidade de demanda.
Um brusco aumento no preço da gasolina geraria uma externalidade de difusão cumulativa sobre o mercado de automóveis, fazendo com que a procura por estes também diminua.
19 - Analise as alternativas a seguir e identifique as corretas.
(I) Os períodos pós I e II guerras por um lado estimularam no Brasil um retorno aos moldes de economia colonial exportadora, e por outro incentivaram setores da indústria que não podiam ser abastecidos pelos países industrializados, concentrados na guerra.
(II) Os planos econômicos implantados no Brasil, tanto ortodoxos quanto heterodoxos, foram planos de estímulo à atividade econômica, visto que visavam combater a inflação.
(III) O desenvolvimento pontual da indústria brasileira, dado a partir de situações fortuitas e de ações não planejadas, colaborou para a perpetuação de um problema que vem à tona nos dias atuais: a falta de infra-estrutura.
(IV) O Plano Brasil Novo, mais conhecido como Plano Collor, caracterizou-se, entre outras, pelo controle de gastos estatais, abertura da economia brasileira, menor intervenção do estado na economia e congelamento temporário de salários e preços.
a)somente I está correta. b) II e III estão corretas. c) II e IV estão corretas. d) todas estão corretas.
20 – Quanto à finalidade, os bens econômicos podem ser classificados em:
bens materiais e imateriais.
bens exclusivos e coletivos.
bens de consumo ou de uso e bens de produção.
complementares e sucedâneos.
escassos e não escassos.
ESTUDEM!

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