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4 1. OS PRIMÓRDIOS E OS ANTECEDENTES DA ADMINISTRAÇÃO A Administração, tal como a encontramos hoje, é o resultado histórico e integrado da contribuição cumulativa de numerosos precursores, alguns filósofos, outros físicos, economistas, estadistas, engenheiros, empresários que, no decorrer dos tempos, foram cada qual no seu campo de atividades, desenvolvendo e divulgando as suas obras e teorias. Assim, sendo, não é de se estranhar que a moderna Administração utilize largamente certos conceitos e princípios descobertos e utilizados nas Ciências Matemáticas (inclusive a Estatística), nas Ciências Humanas (como a Psicologia, Sociologia, Educação etc.), nas Ciências Físicas (como a Física, Química etc.), como também no Direito, Engenharia etc. Certas referências pré-históricas acerca das magníficas construções erigidas durante a Antigüidade no Egito, na Mesopotâmia, na Assíria, testemunharam a existência, em épocas remotas, de dirigentes capazes de planejar e guiar os esforços de milhares de trabalhadores em monumentais obras que perduram até os nossos dias. O Código de Hamurábi, governador da Babilônia no período de 2.000 a 1.700 a.C., constitui um texto de leis que orientou o povo no princípio do trabalho; instituiu o princípio da paga mínima, contratos de trabalho e recibos de pagamento que permitiam controlar as transações comerciais. Os papiros egípcios atribuídos à época de 1.300 a.C. já indicam a importância da organização e administração da burocracia pública no Antigo Egito, como também sabiam como elaborar um projeto e demonstraram grande habilidade em mobilizar recursos humanos (100.000 trabalhadores). Na China, as parábolas do filósofo Confúcio (551 – 479 a.C.), sugerem práticas para a boa administração pública e os processos administrativos foram demonstrados claramente, por volta de 500 a.C., no mais antigo tratado militar do mundo: A Arte da Guerra, de Sun Tzu. Os gregos (entre 400 – 350 a.C.) reconheceram a administração como uma arte separada e defendiam a abordagem científica do trabalho. Os romanos descentralizaram a administração de seu vasto império antes do nascimento de Cristo. Durante os tempos medievais, os venezianos padronizaram a produção por meio da utilização da linha de montagem, construindo armazéns e utilizando um sistema de estoque para monitorar conteúdos. Em toda a sua longa história até o início do século XX, a Administração se desenvolveu com uma lentidão impressionante. Somente a partir do século XX passou por fases de desenvolvimento de notável pujança e inovação. Enquanto nos 5 dias de hoje a sociedade da maioria dos países desenvolvidos é uma sociedade pluralista de organizações, onde a maior parte das obrigações sociais como a produção, a prestação de serviços especializados (educação, atendimento hospitalar), a garantia da defesa nacional ou a preservação do meio ambiente, é confiada a organizações como indústrias, universidades e escolas, hospitais, exército, organizações de serviços públicos, que são administrados por grupos diretivos próprios para se tornar mais eficazes, no final do século XIX, a sociedade era completamente diferente. As organizações eram poucas e pequenas: predominavam as pequenas oficinas, os artesãos independentes, as pequenas escolas, os profissionais autônomos que trabalhavam por conta própria, o lavrador, o armazém da esquina etc. Apesar de sempre ter existido o trabalho na história da humanidade, a história das organizações e da sua administração é um capítulo que teve o seu início há muito pouco tempo. Os primeiros programas universitários a oferecerem educação em Administração e Negócios, a Wharton School da University of Pensylvania e a Amos Tuck School em Dartmouth, foram fundadas no final do século XIX. Entretanto, por volta de 1914 existiam apenas 25 escolas de Administração. Dessa maneira, a profissão de administrador como se conhece hoje é relativamente nova. Influência dos Filósofos A Administração recebeu enorme influência da Filosofia, desde os tempos da Antigüidade. O filósofo grego Sócrates (470 a.C. –399 a.C.), expõe o seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência. René Descartes (1596 – 1650), filósofo, matemático e físico francês, considerado o fundador da Filosofia Moderna, criou as famosas coordenadas cartesianas e foi muito valioso o impulso que deu à Matemática e à Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, onde descreve os principais preceitos do seu método filosófico, hoje denominado “método cartesiano”, cujos princípios são: 1. Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência – consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma, enquanto não se souber com evidência – ou seja, clara e distintamente – aquilo que é realmente verdadeiro. Com esta dúvida sistemática evita-se a prevenção e a precipitação, aceitando-se apenas como certo aquilo que seja evidentemente certo. 6 2. Princípio da Análise ou de Decomposição – consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possível e necessário à sua melhor adequação e solução, e resolvê-las cada uma separadamente. 3. Princípio da Síntese ou da Composição – consiste em conduzir ordenadamente os nossos pensamentos e o nosso raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passarmos gradualmente aos mais difíceis. 4. Princípio da Enumeração ou da Verificação – consiste em fazer, em tudo, recontagens, verificações e revisões tão gerais que se fique seguro de nada haver omitido ou deixado de lado. Karl Marx (1818 – 1883) e seu parceiro Friedrich Engels (1820 – 1895) propõem uma teoria da origem econômica do Estado. No Manifesto Comunista, eles afirmam que a história da humanidade sempre foi a história da luta de classes. Homens livres e escravos, patrícios e plebeus, nobres e servos, mestres e artesãos, numa palavra, exploradores, sempre mantiveram uma luta, às vezes oculta, às vezes patente. Marx afirma que todos os fenômenos históricos são produtos das relações econômicas entre os homens. O marxismo foi a primeira ideologia a afirmar o estudo das leis objetivas do desenvolvimento econômico da sociedade. Com o surgimento da Filosofia Moderna, deixa a Administração de receber contribuições e influências, uma vez que o campo de estudo filosófico se afasta enormemente dos problemas organizacionais. Karl Max Influência da Organização da Igreja Católica Ao longo dos séculos, a Igreja Católica foi estruturando a sua organização, sua hierarquia de autoridade, seu estado-maior e sua coordenação funcional. A Igreja tem uma organização hierárquica tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar satisfatoriamente sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa, cuja autoridade coordenadora lhe foi delegada de forma imediata por uma autoridade divina superior (Deus). 7 De alguma forma, a estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que, ávidas de experiências bem-sucedidas, passaram a incorporar uma infinidade de princípios e normas administrativas utilizadas na Igreja Católica. Influência da Organização Militar A organização militar influenciou enormemente o desenvolvimento das teorias da Administração ao longo do tempo. A organização linear, por exemplo, tem suas origens na organização militar dos exércitos da Antigüidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode ter um superior) é o núcleo central de todas as organizações militares. A escala hierárquica, ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade e responsabilidade correspondente é tipicamenteum aspecto da organização militar utilizado em outras organizações. Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por meio do qual todo soldado deve saber perfeitamente o que se espera dele e aquilo que ele deve fazer. Napoleão, o general mais autocrata da história militar, nunca deu uma ordem sem explicar o seu objetivo e certificar-se de que a haviam compreendido corretamente, pois estava convencido de que a obediência cega jamais leva a uma execução inteligente de qualquer coisa. No início do século XIX, Carl von Clausewtiz (1780 – 1831), general prussiano, escreveu um Tratado sobre a Guerra e os Princípios de Guerra, sobre como administrar os exércitos em períodos de guerra. Foi o grande inspirador de muitos teóricos da Administração quem posteriormente se basearam na organização e estratégias militares para adaptá-las à organização e as estratégias empresariais. Influência da Revolução Industrial A partir de 1776, com a invenção da máquina a vapor, por James Watt (1736 – 1819) e a sua posterior aplicação à produção, uma nova concepção de trabalho veio modificar completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas e rápidas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de aproximadamente um século, foram maiores do que as mudanças havidas no milênio anterior. É o período chamado Revolução Industrial, que se iniciou na Inglaterra e rapidamente se alastrou por todo o mundo civilizado. 8 A Revolução Industrial pode ser dividida em duas épocas bem distintas: • 1780 a 1860 – 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro; • 1860 a 1914 – 2ª Revolução Industrial ou revolução do aço e da eletricidade. A primeira Revolução Industrial pode ser dividida em 4 fases: • 1ª fase – a mecanização da indústria e da agricultura (fins do século XVIII), com o aparecimento da máquina de fiar (1767, inventado por Hargreaves), do tear hidráulico (1769, inventado por Arkwright), do tear mecânico (1785, inventado por Cartwright), do descaroçador de algodão1 (1792, inventado por Whitney), que vieram substituir o trabalho do homem e a força motriz muscular do homem, do animal ou ainda da roda de água; • 2ª fase – a aplicação da força motriz à indústria. A força elástica do vapor foi descoberta por Denis Papin (século XVII). Em 1776, Watt inventou a máquina a vapor. Com a aplicação do vapor às máquinas, iniciam-se as grandes transformações nas oficinas, que se converteram em fábricas, nos transportes, nas comunicações e na agricultura; • 3ª fase – o desenvolvimento do sistema fabril – o artesão e a sua pequena oficina desaparecem para dar lugar ao operário e às fábricas e às usinas, baseadas na divisão do trabalho. A migração de massas humanas das áreas agrícolas para as proximidades das fábricas provoca o crescimento das populações urbanas; • 4ª fase – crescimento acelerado do transporte e das comunicações. A navegação a vapor surgiu com Robert Fulton2 (1807) nos Estados Unidos e logo depois as rodas propulsoras foram substituídas por hélices. A locomotiva a vapor foi aperfeiçoada por Stephenson, surgindo a primeira estrada de ferro na Inglaterra (1825) e logo depois nos Estados Unidos (1829). Morse inventa o telégrafo elétrico (1835). Surge o selo postal na Inglaterra (1840). Graham Bell inventa o telefone (1876). 1 Descaroçador de algodão: processava 1.000 libras, um escravo apenas 5 libras. 2 Inventor do primeiro submarino e do torpedo. 9 Já se esboçam os primeiros sintomas do enorme desenvolvimento econômico, social, tecnológico e industrial e as profundas transformações e mudanças que ocorreriam com uma velocidade gradativamente maior. A segunda Revolução Industrial foi provocada por três acontecimentos importantes: 1. Desenvolvimento de novo processo de fabricação de aço (1856); 2. Aperfeiçoamento do dínamo (1873); 3. Invenção do motor de combustão interna (1873), por Daimler. As principais características da 2ª Revolução Industrial são as seguintes: 1. Substituição do ferro pelo aço; 2. A substituição do vapor pela eletricidade e pelos derivados de petróleo como principais fontes de energia; 3. O desenvolvimento da maquinaria automática e um alto grau de especialização do trabalho; 4. O crescente domínio da indústria pela ciência; 5. Transformações radicais nos transportes e nas comunicações: a partir de 1880, Daimler e Benz constroem automóveis na Alemanha. Dunlop aperfeiçoa o pneumático, em 1888. Henry Ford inicia a produção do seu modelo “T” em 1908, nos Estados Unidos. Em 1906, Santos Dumont faz a primeira experiência com o avião; 6. O desenvolvimento de novas formas de organização capitalista; 7. A expansão da industrialização até a Europa Central e Oriental, e até o Extremo Oriente. Influência dos Economistas Liberais Ao término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem grande aceitação de suas teorias. Essa reação para o liberalismo culmina com a ocorrência da Revolução Francesa. Segundo o liberalismo a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, uma vez que o trabalho segue os princípios econômicos e a mão-de-obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o mercado de matérias-primas ou o comércio internacional. Os operários, contudo, estão à mercê dos patrões, porque estes são os donos dos meios de produção. A livre concorrência é o postulado principal do liberalismo econômico. 10 Adam Smith (1723 – 1790) é considerado o fundador da economia clássica, cuja idéia central é a competição. Em sua época, Smith já visualizava o princípio da especialização dos operários em uma manufatura de agulhas e já enfatizava a necessidade de se racionalizar a produção. O princípio da especialização e o princípio da divisão do trabalho aparecem em referências interessantes em seu livro A Riqueza as Nações, publicado em 1776. Para Adam Smith, a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como base fundamental da Administração Científica nos Estados Unidos. Adam Smith reforçou bastante a importância do planejamento e da organização dentro das funções da administração. O bom administrador, segundo ele, deve preservar a ordem, a economia e a atenção, não devendo se descuidar dos aspectos do controle e da remuneração dos trabalhadores. Adam Smith Influência dos Pioneiros e Empreendedores O século XIX assistiu a um monumental desfile de inovações e mudanças no cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. E as condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando. Antes de 1850, pouquíssimas empresas européias ou americanas tinham uma estrutura administrativa suficientemente definida. Após 1850, os grandes troncos ferroviários estavam praticamente completos e cobriam todo o mercado americano do leste urbano e do oeste agrícola. O desenvolvimento ferroviário e a construção urbana criaram o mercado de ferro e aço. Em 1871, a Inglaterra era a maior potência econômica mundial. Em 1865, John D. Rockfeller funda a Standard Oil. Em 1890, Carnegie funda o truste do aço, ultrapassando a produção de toda a Inglaterra. Swift e Armour formam o truste das conservas. Guggenheim forma o truste do cobre e Mello o truste do alumínio Na década de 1880, a Westinghouse e a General Eletric dominavam o ramo de bens duráveis e tecnicamente complexos e criaram organizações próprias de vendedores altamente treinados dando início ao que hoje denominamos de 11 “marketing”. Ambas assumiram a organização do tipo funcional que seria adotada pela maioria dasempresas americanas. Os grandes capitães de indústrias – como John D. Rockfeller, Gustavus Swift, Westinghouse, Daimler e Benz, Henry Ford, e muitos outros – não tinham condições de sistematizar seus vastos negócios com eficiência, pois eram empreendedores e não organizadores. A organização era tarefa tão ou mais difícil que a criação dessas empresas. A impressionante magnitude dos recursos que conseguiram reunir complicava as coisas. O final do século XIX revelou o crescimento dos grandes impérios corporativos e a expansão da indústria. A preocupação dominante se deslocou para os riscos do continuado crescimento sem uma organização adequada. Na virada do século XX, várias grandes corporações sucumbiram financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. Os capitães das indústrias, - pioneiros e empreendedores, - passaram a ceder seu lugar para os organizadores. Estava chegando a era da competição e da concorrência como decorrência de fatores como: • Aprofundamento e disseminação do conhecimento tecnológico, o qual proporcionou um crescente número de empresas e de nações concorrendo nos mercados mundiais; • O livre comércio; • A mudança dos mercados vendedores para os mercados compradores; • O aumento da capacidade de investimento de capital e a elevação dos níveis de ponto de equilíbrio; • A rapidez do ritmo de mudança tecnológica que pode rapidamente tornar obsoleto um produto ou reduzir drasticamente seus custos de produção; Todos esses complexos fatores iriam completar as condições propícias para a procura de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria administrativa. 12 2. CONCEITOS GERAIS A ADMINISTRAÇÃO Conjunto de princípios, normas e funções que têm por fim ordenar os fatores de produção e controlar a sua produtividade e eficiência, para se obter determinado resultado; prática desses princípios, normas e funções; ação de administrar; gestão de negócios públicos ou particulares. B. ADMINISTRADORES Os administradores, ou gerentes são as pessoas que tomam decisões de administração. Podem ser indivíduos ou grupos. Todas as pessoas que administram sistemas de recursos e objetivos são administradores ou gerentes. C. GESTÃO Ato de gerir; administração, gerência; processo de se conseguir obter resultados (bens ou serviços) com o esforço dos outros. D. GERÊNCIA Ato de gerir; as funções do gerente; gestão, administração; mandato de administração. E. MANAGEMENT Ação ou maneira de administrar; manejo, direção ou controle; habilidade para administrar; pessoa ou pessoas que controlam e dirigem os negócios de uma instituição ou empresa; coletivo de executivos, considerados como classe distinta da mão-de-obra, gerência. F. MANEJO Administração, gerência, direção, manejo de negócios. G. OBJETIVOS Os objetivos são os resultados esperados, ou fins que as organizações procuram atingir, por meio do emprego dos recursos. H. PESSOAS As pessoas estão no centro do processo administrativo. Elas tomam decisões, compartilham o processo decisório com outras pessoas ou são afetadas pelas decisões que outras tomam. Como indivíduos ou membros de organizações, as pessoas são os principais agentes do processo administrativo. 3. O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração significa em primeiro lugar, ação. Administração é o processo de tomar e colocar em prática decisões sobre objetivos e utilização de recursos. 13 Compreende a realização de ações de quatro processos principais interligados: planejamento, organização, direção e controle. Henry Fayol (1841 – 1925), um dos principais teóricos da Administração definiu o chamado “ciclo do processo administrativo” como o desenvolvimento seqüencial de cinco atividades que representam a própria dinâmica administrativa das organizações: Planejar, Organizar, Comandar, Coordenar e Controlar. Este ciclo, conhecido como POCCC foi simplificado, posteriormente, para PODC passando a atividade de direção a designar o comando e a coordenação. PLANEJAMENTO ORGANIZAÇÃO DIREÇÃO CONTROLE O processo administrativo. 3.1. Funções do processo administrativo FUNÇÃO (ou processos do Processo Administrativo) PLANEJAMENTO É o processo de definir objetivos, atividades e recursos antecipadamente, bem como quais estratégias e meios mais adequados para se alcançar o estado futuro desejado (resultados estabelecidos). ORGANIZAÇÃO É a ordenação e o agrupamento de atividades e recursos, visando o alcance de objetivos e resultados estabelecidos. É o processo de definir o trabalho a ser realizado e as responsabilidades pela realização. É, também, o processo de distribuir os recursos disponíveis segundo algum critério. DIREÇÃO Dirigir é estimular as pessoas a serem grandes executores. Representa a orientação, a coordenação, a motivação, a liderança e a comunicação das atividades e recursos, visando alcançar os objetivos e os resultados estabelecidos. Dirigir é liderar, motivar e comunicar-se com os funcionários, individualmente, ou, em grupos. CONTROLE É o processo de assegurar a realização dos objetivos e de identificar as necessidades de modificá-los. É o controle e a avaliação dos resultados apresentados em relação aos objetivos e aos resultados esperados. 14 Entender a administração como processo que se compõe de outros processos ou funções é a essência do chamado enfoque funcional, ou abordagem funcional da administração, criado por Fayol, no início do século XX. O mais importante do enfoque funcional proposto por Fayol está em separar a tarefa da administração das tarefas operacionais e técnicas, como fazer as máquinas funcionar ou prestar serviços aos consumidores. Essa distinção é particularmente importante para as pessoas que administram organizações. 3.2. Pessoas que Administram As pessoas que administram qualquer conjunto de recursos são administradores ou gerentes. São os gerentes que fazem o processo administrativo funcionar. Alguns gerentes são chefes de outras pessoas. Os chefes têm autoridade sobre outros funcionários (equipe de funcionários). Autoridade é um tipo especial de recurso, que dá aos gerentes a capacidade ou poder de tomar decisões e acionar o trabalho de seus funcionários e outros recursos. A responsabilidade é um atributo que permite a outros gerentes, acionistas, clientes, funcionários ou a sociedade, cobrar dos gerentes a forma pela qual os recursos são utilizados e pelos resultados de suas decisões e ações. Os gerentes formam um grupo chamado, a administração ou a gerência. As pessoas que integram esse grupo desempenham um mandato (têm autoridade e responsabilidade durante um período), também chamado administração ou governo (exemplo: administração FHC). A administração é uma arte, no sentido de profissão ou área de ação humana. Toda arte depende de habilidades. O desempenho dos gerentes depende de suas competências gerenciais, que incluem diversas habilidades gerenciais. As habilidades, assim como as demais competências, podem ser adquiridas ou aprimoradas por meio de experiência e estudo. Algumas pessoas revelam talento excepcional como administradores, nos mais variados tipos de organização e empreendimentos humanos. Henry Ford, Bill Gates são algumas pessoas que, no século XX, demonstraram essa habilidade em alto grau. As grandes organizações despersonalizam as realizações individuais, mas sempre há talentos, muitas vezes anônimos, por traz das realizações coletivas. De acordo com a Comissão do Curso de Administração para o Exame Nacional de Cursos, do Ministério da Educação,o perfil desejado do graduando dos cursos de administração é o seguinte: 15 1. Internalização de valores de responsabilidade social, justiça e ética profissional. 2. Formação humanística e visão global que o habilite a compreender o meio social, político, econômico e cultural no qual está inserido e a tomar decisões em um mundo diversificado e interdependente. 3. Formação técnica e científica para atuar na administração das organizações, além de desenvolver atividades específicas da prática profissional em consonância com as demandas mundiais, nacionais e regionais. 4. Competência para empreender, analisando criticamente as organizações, antecipando e promovendo suas transformações. 5. Capacidade de atuar em equipes multidisciplinares. 6 Capacidade de compreensão da necessidade do contínuo aperfeiçoamento profissional e do desenvolvimento da autoconfiança. As habilidades necessárias para compor esse perfil são as seguintes: 1. Comunicação e expressão. 2. Raciocínio lógico, crítico e analítico. 3. Visão sistêmica e estratégica. 4. Criatividade e iniciativa. 5. Negociação. 6. Tomada de decisão. 7. Liderança. 8. Trabalho em equipe. 3.3. Uma disciplina Nos dois últimos séculos, tornou-se necessário profissionalizar a formação de gerentes para aprimorar o processo administrativo e tornar as organizações mais eficazes. Surgiram livros, escolas, pesquisadores e consultores de administração. O processo de administrar organizações transformou-se em disciplina. A administração é o objeto de estudo sistemático, que produz um corpo de conhecimentos organizados chamado, teorias. 16 TEORIA Conhecimentos sobre a arte de administrar PRÁTICA Administração como arte, praticada nas organizações Administração como corpo de conhecimentos. 3.4. Somos todos administradores O processo de administrar é importante em qualquer escala de utilização de recursos. Como pessoa, ou membro de uma família, seu dia-a-dia é cheio de decisões que têm conteúdo administrativo. Definir e procurar realizar objetivos pessoais como planos de carreira, ou elaborar e acompanhar orçamentos domésticos, ou escolher a época das férias e programar uma viagem, são todos exemplos de decisões administrativas. Com as profissões ocorre o mesmo. Estudos sobre cientistas e engenheiros mostram que as atividades desses profissionais requerem habilidades de planejamento, organização, controle e trabalho em equipe. O conteúdo administrativo no trabalho desses profissionais, justificativa o estudo da administração nas escolas de Engenharia, Medicina e de outras disciplinas técnicas. O mesmo ocorre com advogados, nutricionistas e vendedores. Preparar uma monografia para este curso é tarefa que exige planejamento de objetivos, organização de meios, levantamento de informações e controle do resultado final. Ao longo do curso no qual você está estudando, em inúmeras oportunidades tomará decisões administrativas, para realizar tarefas simples e complexas. Toda atividade tem certo conteúdo administrativo com importância proporcional a sua complexidade. Em resumo, todos administram nas mais variadas escalas de utilização de recursos para atingirem objetivos. Portanto, as habilidades administrativas são importantes para qualquer pessoa que tome decisões sobre a utilização de recursos, para realizar objetivos ou que estejam em ambientes onde essas decisões são tomadas. 3.5. Os administradores são universais Os administradores trabalham em todos os tipos de organizações, em todos os níveis e em todas as áreas funcionais. Grandes e pequenos negócios, hospitais, escolas, governos e igrejas beneficiam-se de uma administração eficiente e eficaz. 17 Os líderes dessas organizações podem ser chamados de executivos, administradores, dirigentes ou padres, mas, são todos administradores e se responsabilizam pelo sucesso ou fracasso da organização. Esse sucesso, ou fracasso está refletido na carreira do administrador. Por exemplo, quando um CEO salva uma empresa da falência, o conselho recompensa esse êxito com bônus e ações. Quando um time de futebol profissional começa a perder, os dirigentes demitem o treinador, não os jogadores. Os administradores são também encontrados em cada área funcional das organizações. Contadores são promovidos para chefes do departamento de contabilidade, escritores tornam-se editores e enfermeiras tornam-se chefes de enfermaria. As habilidades de administração são importantes para qualquer pessoa que pretenda seguir uma carreira. Iniciar agora a preparação para uma carreira em administração renderá benefícios mais rapidamente do que se possa pensar. O administrador é um profissional cuja formação é extremamente ampla e variada: precisa conhecer disciplinas heterogêneas (como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística, Economia etc.); precisa lidar com pessoas que lhe estão subordinadas, ou que estão no mesmo nível ou acima dele; ele precisa estar atento aos eventos passados e presentes, bem como às previsões futuras, pois o seu horizonte deve ser mais amplo, já que ele é o responsável pela direção de outras pessoas que seguem as suas ordens e orientações; precisa lidar com eventos internos e externos; precisa ver mais longe que os outros, pois deve estar ligado aos objetivos que a empresa pretende alcançar por meio da atividade conjunta de todos. 4. OBJETIVOS DA ADMINISTRAÇÃO O estudo da administração é bastante recente, datando, basicamente, do século XIX e tendo merecido maior destaque apenas a partir do início do século XX, com o trabalho desenvolvido pelo engenheiro norte-americano Frederick Winslow Taylor (1856 – 1915), considerado por muitos o “pai da administração científica”. Antes de mais nada, devemos localizar a ação da Administração. Seu campo de atuação são as chamadas “organizações” e sua preocupação básica é estudar os fenômenos organizacionais, de modo a propor meios de otimização do desempenho, que facilitem o alcance dos objetivos e tornem a convivência entre os membros e as atividades e processos desenvolvidos mais harmônicos e produtivos. Assim, a tarefa atual da Administração é a de interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do 18 planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais adequada à situação. Algumas pessoas associam a Administração apenas às empresas. Essa idéia é totalmente equivocada, pois todos os tipos de organização precisam ser administrados de maneira adequada para que possam cumprir seus objetivos. Peter Drucker (1909 – 2005), o mais conhecido autor de Administração de nossa época, destaca a importância de que sejam aplicados os princípios administrativos na gestão das entidades educacionais, dos órgãos públicos e das organizações do chamado “terceiro setor”, que são também conhecidas como ONG’s – organizações não-governamentais. É evidente que existe grande diversidade de interesses e de características entre os diversos tipos de organização. Assim, os métodos que funcionam bem em uma empresa não serão sempre os mais adequados para outros tipos de organização. Portanto, não é pelo fato de serem diferentes das empresas privadas que os outros tipos de organização não podem se beneficiar da Administração. Os administradores e, em especial, os estudantes de Administração, devem ficar atentos ao importante mercado que está se abrindo, à medida que crescem as oportunidades de trabalho em organizações não-empresariais. Os governos, hospitais, escolas e igrejas beneficiam-se de uma administração adequada. Ainda que tenham outros nomes (executivos, dirigentes, reitores ou padres),os líderes dessas organizações são administradores e, desta forma, responsáveis diretamente pelo sucesso ou fracasso das mesmas. A Administração na sociedade moderna tornou-se vital e indispensável. Em uma sociedade de organizações, onde a complexidade e a interdependência das organizações são os aspectos cruciais, a Administração avulta como o fator-chave tanto para a melhoria da qualidade de vida como para a solução dos problemas mais complexos que afligem a humanidade hoje. 5. PERSPECTIVAS FUTURAS DA ADMINISTRAÇÃO Muito em breve, o mundo verá o fim da forma organizacional de hoje (a organização burocrática) e o surgimento de novos sistemas mais adequados às demandas da pós-industrialização. Essa previsão baseia-se no princípio evolucionário de que cada época desenvolve uma forma organizacional apropriada 19 às suas características. As fraquezas da organização burocrática serão exatamente os germes dos futuros sistemas organizacionais, devido a: 1. Mudanças rápidas e inesperadas, principalmente no campo do conhecimento e da explosão populacional, impondo novas e crescentes necessidades a que as atuais organizações não têm condições de atender; 2. Crescimento no tamanho das organizações, que se tornaram complexas e internacionais; 3. Atividades novas que exigem pessoas de competência diversas e altamente especializadas, envolvendo problemas de coordenação e, principalmente, de acompanhamento das rápidas mudanças. A Tarefa administrativa nas próximas décadas será incerta e desafiadora, pois deverá ser atingida por um sem-número de variáveis e de mudanças e por transformações carregadas de ambigüidades e de incertezas. O administrador defrontará com problemas multifacetados e cada vez mais diferentes e complexos, e sua atenção será disputada por eventos e por grupos situados dentro e fora da organização que proporcionarão informações contraditórias, complicando o seu diagnóstico perceptivo e a sua visão dos problemas a resolver ou das situações a enfrentar: são as exigências da sociedade, dos clientes, dos fornecedores, das agências regulamentadoras; são os desafios dos concorrentes, as expectativas da alta administração, dos subordinados, dos acionistas etc. Porém, todas essas exigências, desafios e expectativas sofrem profundas mudanças que ultrapassam a capacidade que o administrador tem para poder acompanhá-las de perto e compreendê-las adequadamente. Essas mudanças tendem a aumentar, em face da inclusão de outras novas variáveis, à medida que o processo se desenvolve, criando uma turbulência que perturba e complica a tarefa administrativa de planejar, organizar, dirigir e controlar uma organização eficiente e eficaz. Daí a necessidade de funções administrativas voláteis e transitórias, para que o administrador possa enfrentar essa turbulência: enquanto todos os indivíduos rotinizam grande parte de seu comportamento para simplificar o processo da vida diária, existem numerosas mudanças no meio ambiente que ficam completamente fora dos limites normais do comportamento condicionado. E o futuro parece complicar essa realidade. Inúmeros fatores causarão impactos sobre as organizações. 20 A sociedade moderna está passando por grandes transformações, por tendências genéricas ou megatendências, cujos reflexos na administração das organizações serão profundas e marcantes. As megatendências e seus reflexos na administração contemporânea são os seguintes: 1. Da sociedade industrial para a sociedade de informação. 2. Da tecnologia simples para a alta tecnologia. 3. Da economia nacional para a economia mundial. 4. Do curto prazo para o longo prazo. 5. Da democracia representativa para a democracia participativa. 6. Das hierarquias para a comunicação lateral intensiva. 7. Da opção dual para a opção múltipla. 8. Da centralização para a descentralização. 9. Da ajuda institucional para a auto-ajuda. Nessas condições, a administração das organizações, a fim de alcançar eficiência e eficácia, torna-se uma das tarefas mais difíceis e complexas. A ênfase pragmática nas técnicas e no “como fazer as coisas”, com a utilização de fórmulas e receitas universais de gerência já utilizadas com sucesso, sem que se visualize cada nova e diferente situação, não basta. Mais importante do que a terapêutica é o diagnóstico correto. Mais importante do que “como fazer” é “o que fazer”. Nisto reside a essência fundamental da administração contemporânea: a visão estratégica de cada operação. Ou em outras palavras: a necessidade de visualizar cada tarefa, cada atividade em um contexto ambiental mais amplo e que se modifica a cada momento. O que realmente deve ser considerado é que, em administração, nada é absoluto ou definitivo. Tudo é relativo e tudo depende da situação e do momento. Aliás, esta visão expansiva é exatamente conseqüência da ampliação do conceito de administração. Três elementos distintos dessa definição merecem atenção especial. Primeiro, o trabalho do administrador envolve atividade, isto é, os administradores, além de pensar, ouvem, falam, lêem, escrevem, observam e participam. O trabalho envolve muita ação. Segundo, a administração implica o uso eficiente e eficaz dos recursos, que podem ser materiais ou físicos, financeiros, informacionais e humanos. Terceiro, a definição de administração considera a importância das metas/objetivos organizacionais, ou seja, a importância dos alvos que a organização busca alcançar. Essas metas/objetivos podem ser desenvolvidas para diversos níveis e áreas da 21 organização, e se constituem num dos mais importantes pontos do trabalho do administrador. Os elementos do conceito de administração. Com a velocidade das mudanças cada vez maior, o conhecimento torna-se a principal vantagem competitiva da organização. Saber como administrar o conhecimento é crítico para o êxito e sobrevivência do negócio. A maior parte do conhecimento das organizações está na mente das pessoas que as compõem. Por isso, as pessoas com maior qualificação são mais valorizadas. O que uma organização e seus empregados sabem está no cerne da sua forma de atuação. 6. NÍVEIS DE ADMINISTRAÇÃO Freqüentemente, quando falamos em administração, pensa-se de imediato nos membros dos conselhos de administração ou de gerência ou da direção geral de uma empresa, e, conseqüentemente, administração seria a atividade levada a cabo por essas pessoas. Contudo, nem todos os gestores têm responsabilidades pela empresa como um todo. As organizações caracterizam-se pela diferenciação de poder, isto porque, todas as organizações se defrontam com uma multiplicidade de problemas e que esses problemas são classificados e categorizados para que a responsabilidade por sua solução seja atribuída a diferentes níveis hierárquicos da organização. Nesse sentido, Talcott Parsons (1902 – 1979) salienta que as organizações possuem três níveis organizacionais, a saber: Recursos Materiais Recursos Financeiros Atividades Administrativas Alcance de Metas/Objetivos Recursos Informacionais Recursos Humanos Utilização Eficiente e Eficaz dos Recursos 22 a) Nível estratégico – é o nível organizacional mais elevado, composto dos dirigentes ou de altos funcionários. É responsável pela definição dos principais objetivos, políticas e das estratégias da organização, lida com os assuntos relacionados com o longo prazo e com a totalidade da organização. É o nível que se relaciona com o ambiente externo da organização. b) Nível Tático – é o nível intermediário cuidando do relacionamento e da integração dos dois níveis, acima e abaixo. Uma vez tomadas às decisões no nívelestratégico, o nível tático é o responsável pela sua transformação em planos e, em programas, para que o próximo nível os execute. O Nível Tático trata do detalhamento dos problemas, da captação dos recursos necessários, alocando-os dentro das diversas partes da organização e da distribuição e colocação dos produtos e serviços da organização. c) Nível Operacional – é o nível mais baixo da organização. É o nível em que as tarefas são executadas, os programas são desenvolvidos, as técnicas são aplicadas. É o nível que cuida da execução das operações e tarefas; é voltado ao curto prazo e segue os programas e rotinas desenvolvidas no Nível Tático. Níveis de Administração. NÍVEL ESTRATÉGICO NÍVEL TÁTICO NÍVEL OPERACIONAL 23 Os níveis administrativos e suas funções. Essa descrição representa o modelo tradicional para grandes organizações. Mas a tendência atual é em direção a menos hierarquia, a mais trabalho em equipe e a organizações menores. As pequenas empresas tem-se tornado mais comuns e importantes à medida que as grandes organizações dispensam funcionários e essas pessoas, juntamente com outros empreendedores, iniciam suas próprias empresas. Tais empresas, menores, acabam provando que são capazes de derrotar as “gigantes” com produtos e estratégias especializadas e pela habilidade de se adaptarem rapidamente às mudanças. 7. ORGANIZAÇÕES Vivemos numa sociedade dominada por organizações, grandes ou pequenas, com ou sem fins lucrativos, a nossa sociedade é uma sociedade de organizações. Nascemos em organizações, somos educados por organizações. Passamos muitas de nossas horas de lazer a pagar, a jogar e a rezar em organizações. Hospitais, escolas, igrejas, forças armadas, empresas, governo e organismos oficiais – nas quais as pessoas trabalham em conjunto, com vista à consecução de objetivos Estabelecimento de objetivos, política e estratégias organizacionais Detalhamento dos problemas, captação e alocação dos recursos, distribuição dos produtos e serviços Direção e supervisão do trabalho do pessoal operacional, nos processos de produção Uso das habilidades técnicas para a realização das várias tarefas e atividades da organização Alta administração (Diretoria) Média administração (Gerência) Administração operacional (Supervisão) Pessoal não- administrativo (Pessoal de apoio) 24 que seriam impossíveis de atingir se as pessoas trabalhassem isoladamente. Quase todos nós morreremos numa organização, e quando chegar o momento do funeral, a maior de todas as organizações – o Estado – precisa dar uma licença especial para o descanso eterno. Dentre essas organizações, a empresa é, sem dúvida, uma das mais importantes e com maiores repercussões nas nossas vidas. Contudo, nem todas as iniciativas empresariais terminam em sucesso. Falências de empresas de significativa dimensão podem resultar em problemas sociais graves quando desenvolvem a sua atividade em regiões onde as alternativas de emprego para os seus habitantes são reduzidas. De fato, cada vez mais se reconhece que o fator mais significativo na determinação do desempenho e do sucesso de qualquer organização é a qualidade da sua gestão. Ao contrário de sociedades anteriores, a sociedade moderna atribui um elevado valor moral ao racionalismo, à eficiência e à competência. A organização cria um poderoso instrumento social, através da coordenação de grande número de ações humanas. Combina o pessoal e os recursos, ao reunir líderes, especialistas, operários, máquinas e matérias-primas. Ao mesmo tempo, avalia continuamente sua realização e procura ajustar-se, a fim de atingir seus objetivos. A sociedade moderna tem tantas organizações, que é necessário todo um conjunto de organizações secundárias, a fim de organizá-las. Podemos dizer também que a organização moderna é, geralmente, mais eficiente que as de tipo antigo e medieval. As mudanças na natureza da sociedade tornaram o ambiente social mais compatível com as organizações; a arte de planejar, coordenar e controlar desenvolveu-se com o estudo da administração. Esse aumento do alcance e do racionalismo das organizações não se produziu sem um preço social e humano. Muitas pessoas que trabalham para organizações estão profundamente frustradas e alienadas em seu trabalho. A organização, em vez de ser uma obediente servidora da sociedade, passa, às vezes a dominá-la. A sociedade moderna, longe de ser uma reunião comunitária, aproxima-se, freqüentemente, de um campo de batalha onde se chocam organizações gigantescas. Portanto, o problema das organizações modernas é a maneira de reunir agrupamentos humanos que sejam tão racionais quanto possível e, ao mesmo tempo, produzir um mínimo de conseqüências secundárias indesejáveis e um máximo de satisfação. 25 7.1 Definição das Organizações Numa definição simplificada, podemos dizer que as organizações são entidades criadas para atender às necessidades da sociedade, constituindo-se em sistemas voltados para o alcance de determinados objetivos. Principais componentes das organizações. As características principais de uma organização são: 1. Seus membros possuem objetivos comuns a serem atingidos; 2. Existem normas que regulam seu funcionamento; 3. Há divisão de trabalho e responsabilidades; 4. As ações de cada parte são coordenadas por um sistema de planejamento que busca garantir a coerência entre as mesmas e sua fidelidade aos objetivos comuns. A partir da definição acima, podemos elencar diversos tipos de organizações: empresas, órgãos públicos, escolas, forças armadas, igrejas, organizações não- governamentais, torcidas organizadas, entre outras que poderiam ser citadas. Em toda e qualquer organização encontramos as quatro características básicas antes mencionadas. Todos os grupos sociais são organizações? Não. Os grupos sociais dividem- se em duas grandes categorias: Grupos sociais primários: Encontram-se na categoria dos grupos sociais primários as famílias, os grupos de amigos e de vizinhos e certos grupos de interesse profissional ou social, como os grupos de voluntários e de artistas amadores. Nesses grupos, também RECURSOS OBJETIVOS • HUMANOS • MATERIAIS • FINANCEIROS • INFORMAÇÃO • ESPAÇO • TEMPO • PROCESSOS DE TRANSFORMAÇÃO • DIVISÃO DO TRABALHO • PRODUTOS • SERVIÇOS 26 chamados informais, predominam as relações pessoais. Em muitos grupos desse tipo, as pessoas ingressam e saem voluntariamente. Grupos sociais secundários: A categoria dos grupos sociais secundários abrange os grupos formais, assim chamados porque com eles as pessoas têm relações regidas por regulamentos explícitos. É o caso de todos os tipos de organizações formais, especialmente da maior delas, o Estado. As organizações formais baseiam-se em normas explícitas que criam direitos e obrigações para seus integrantes. Em todo o grupo sempre há algum grau de definição de objetivos, uso de recursos, divisão de trabalho e processos de transformação. Para resolver problemas com algum grau de complexidade, ou para administrar sistemas complexos de recursos, os grupos primários comportam-se eventualmente como organizações. No entanto, não são organizações formais permanentes, como uma empresa ou a Prefeitura. É essa a diferença: todos os grupos sociais têm os elementos que definem as organizações. Alguns são organizaçõesformais, regidas por regulamentos, enquanto outros são grupos sociais primários ou informais, regidos por relações pessoais. Todas as organizações formais são burocracias. A palavra burocracia identifica as organizações que se baseiam em regulamentos. Há uma razão extremamente importante para se entender o que é burocracia: a sociedade organizacional é, também, uma sociedade burocratizada. Todas as organizações com as quais você está ligado de alguma forma são burocracias, regidas por regulamentos que criam direitos e vantagens. A burocracia é um estágio na evolução das organizações. Por outro lado, a adhocracia é uma forma de organização baseada em numerosas unidades temporárias de trabalho, cuja composição, estrutura e dinâmica de funcionamento são extremamente flexíveis e estreitamente vinculadas aos desafios de cada momento. Neste tipo de organização, manuais, normas escritas, descrição de cargos, organogramas e outros papéis tão valorizados no sistema burocrático perdem totalmente o sentido. Sua aplicabilidade é maior nas empresas que atuam no ramo de prestação de serviços. Isso porque as indústrias necessitam manter algumas rotinas padronizadas e preestabelecidas e funções produtivas constantes, características peculiares ao sistema burocrático. Como, porém, o setor terciário é cada vez mais preponderante 27 nas economias desenvolvidas, podemos dizer que a adhocracia tem grandes possibilidades de crescimento. Como exemplo de empresa adhocrática podemos citar uma empresa de consultoria cuja estrutura e funcionamento sejam adaptáveis às necessidades de cada momento. 7.2 Organizações como Grupos de Pessoas As pessoas nas organizações continuam a comportarem-se como pessoas, e não como peças de máquinas ou seres estritamente profissionais. Elas apresentam sentimentos de amizade e hostilidade, cooperação e competição, formam grupos com seus colegas de trabalho e criam regras para a convivência. É possível observar que dentro de qualquer organização formal existe uma organização informal, que tem grande influência sobre o desempenho e, cujos elementos mais importantes são: • Cultura organizacional – compreende normas de conduta, valores, rituais e hábitos. Toda organização tem normas informais de conduta. Essas normas de conduta constituem numa legislação de usos e costumes que definem o comportamento correto. As normas de conduta podem coincidir ou conflitar com a legislação oficial da organização. As pessoas muitas vezes criam códigos próprios que ratificam ou anulam os regulamentos oficiais, assim como há leis que “pegam” ou “não pegam”. O comportamento dos membros da organização é influenciado por essas normas de conduta, tanto quanto pelos regulamentos burocráticos. As normas de conduta representam um dos elementos mais importantes da cultura organizacional. • Clima organizacional – os sentimentos manifestam-se em relação a inúmeros aspectos da vida na organização: trabalho, salários, comportamento dos chefes, colegas e instalações físicas são alguns deles. O produto dos sentimentos individuais e grupais criados por esses aspectos chama-se de, clima organizacional. O clima é representado pelos conceitos e sentimentos que as pessoas partilham a respeito da organização e que afetam de maneira positiva ou negativa sua satisfação e motivação para o trabalho. Estudar o clima é necessário para entender a organização e, se, às suas práticas administrativas favorecem ou não o interesse e o rendimento das pessoas. • Grupos informais – os grupos informais surgem quando as pessoas convivem por certo tempo, têm interesses comuns ou compartilham os mesmos valores. Você pode observar esse comportamento aqui em sala de aula ou em sua empresa. Ao 28 contrário dos grupos formais de trabalho, que são criados pela administração para atender às necessidades operacionais da organização, os grupos informais são criados pela vontade de seus membros, num processo de “geração espontânea”. Os grupos informais desempenham funções de defesa e ataque. Indivíduos que se sentem ameaçados e querem proteger-se, ou que pretendem preservar ou conquistar posições, e percebem uma identidade de interesses entre si, tendem a agregar-se para fazê-lo. A organização informal é freqüentemente representada como a parte invisível de um iceberg, muito maior que a parte visível, representada pelos elementos da organização formal (objetivos, tecnologia, estrutura etc.). A organização informal pode ser descrita como o conjunto de relações e padrões de comportamento dos membros de uma organização que não estão formalmente definidos. É fundamental que o administrador esteja sensibilizado e treinado para trabalhar com a organização informal. Se o fizer, poderá colher benefícios superiores aos custos que terá de suportar. 7.3. Organizações como Sistema Segundo a Teoria Geral dos Sistemas, desenvolvida pelo biólogo alemão Ludwing Bertalaffy, que procura entender como os sistemas funcionam, tem como outro objetivo classificar os sistemas segundo a maneira como seus componentes se organiza e identificar as “leis” ou padrões característicos de comportamento de cada categoria de sistemas. A migração dos conceitos para o campo da administração foi obra de cientistas que perceberam a proximidade entre os problemas complexos das organizações e as soluções que a Teoria Geral dos Sistemas tinha a oferecer. Essas idéias, à medida que se juntaram e amadureceram, convergiram para o moderno enfoque sistêmico. Para poder funcionar, todo sistema apresenta os seguintes parâmetros: • Entradas, ou insumos, ou inputs; • Operação ou processamento; • Saídas; • Retroalimentação (pode ser positivo ou negativo); e • Entropia (desorganização, desintegração, deteriorização). Os sistemas podem ser abertos ou fechados: 29 • Sistemas fechados – não afetam nem são afetados por fatores externos. Poucas entradas e poucas saídas. • Sistemas abertos – têm muitíssimas entradas e saídas em relação ao ambiente e afetam e são afetados pelos fatores externos. AMBIENTE Feedback Organizações como sistemas abertos. Uma das idéias fundamentais do enfoque sistêmico é a definição da organização como sistema: uma organização é um sistema composto de elementos ou componentes interdependentes, que podem ter cada um seus próprios objetivos. Sob a perspectiva do enfoque sistêmico, a organização revela-se como um conjunto de pelo menos dois sistemas (ou subsistemas) que se influenciam mutuamente: o sistema técnico e o sistema social. SISTEMA TÉCNICO Objetivos, divisão do trabalho, máquinas, tecnologia etc. SISTEMA SOCIAL Relações sociais, sentimentos e emoções etc. O sistema técnico é formado por recursos e componentes físicos e abstratos: objetivos, divisão do trabalho, tecnologia, instalações, duração das tarefas, procedimentos. O sistema social é formado por todas as manifestações do - Matérias- primas - Informações - Recursos financeiros Processo de transformação (subsistemas inter- relacionados) SERVIÇOS ENTRADAS SAÍDAS PRODUTOS 30 comportamento dos indivíduos e dos grupos: relações sociais, grupos informais, cultura, clima, atitudes e motivação. Como os limites dos sistemas são arbitrários e dependem do observador, podem-se imaginar outros sistemas além do social e do técnico: SISTEMA SOCIAL Cultura, Clima organizacional e Grupos informais SISTEMA TECNOLÓGICO Tecnologia, Conhecimentos e Experiência. SISTEMA ESTRUTURAL Grupos formais, Estrutura e Normas e procedimentos. 7.4. Organizações e o Ambiente O ambiente de uma organização compreende todas as pessoas, outrasorganizações, eventos e situações que com ela mantêm qualquer espécie de relação. As pessoas e as organizações que têm influência direta sobre a organização, ou dela recebem alguma influência direta, ou têm algum interesse em seu funcionamento, são chamadas de stakeholders. Clientes, contribuintes, funcionários, membros da comunidade e acionistas são os principais stakeholders, porque são mais diretamente afetados pela eficácia e eficiência (ou falta delas) da organização. Em última instância, os stakeholders são as pessoas mais diretamente interessadas ou envolvidas no desempenho da organização. No passado, os administradores podiam tomar decisões sem preocupar-se muito com esses fatores que hoje são cruciais, porque os ambientes eram estáveis e ofereciam poucas ameaças além da concorrência. Quando os pioneiros da administração criaram suas empresas e escreveram suas teorias, ninguém se preocupava com o buraco na camada de ozônio, poluição, saturação das vias de circulação ou qualidade de vida dos trabalhadores, para não falar na concorrência dos produtos asiáticos, interdependência dos mercados e outros temas que são 31 triviais na atualidade. O mundo era mais simples, aparentemente ilimitado e com recursos inesgotáveis. Para lidar eficazmente com o ambiente, as organizações devem criar unidades segmentadas, cada uma das quais tem como responsabilidade principal interagir com um segmento do ambiente externo. Cada uma dessas partes enfrenta problemas que são específicos dos ambientes em que atuam. O mecanismo por meio do qual a organização se especializa, para Lawrence e Lorsch, é a diferenciação. Ao mesmo tempo em que se diferencia, para ser eficaz nas relações com ambientes especializados a organização precisa de integração, para preservar sua unidade e identidade. A integração é o mecanismo que permite administrar sistematicamente todas as relações com o ambiente. SISTEMA DE INTEGRAÇÃO Ambiente de mercado Ambiente científico Sistema de Marketing e Vendas Sistema de Produção Sistema de P&D Ambiente técnico - econômico Sistema de Marketing e Vendas Sistema de Produção Sistema de P&D O ambiente de qualquer organização divide-se em duas grandes dimensões. Em primeiro lugar, encontra-se o ambiente imediato, onde estão os segmentos que interessam diretamente à organização ou que influenciam diretamente sua eficácia. O ambiente imediato faz parte do macro-ambiente, ao qual pertencem os segmentos que influenciam todas as organizações semelhantes e a comunidade das organizações em geral. 32 O ambiente imediato compreende outras organizações, pessoas e outros tipos de fatores que afetam ou são afetados diretamente pela organização. Os elementos mais importantes do ambiente imediato, entre outros, são os seguintes: • Mercado e clientes; Concorrência; Fornecedores; Distribuidores e concessionários; Sindicatos de empregados; Associações de classe. No macro-ambiente, encontram-se organizações, eventos sociais, tecnológicos, institucionais, demográficos, políticos, entre outros. Esses eventos afetam a maioria das organizações, ou todas as organizações que compartilhem algo, tal como os mesmos clientes, ou a mesma tecnologia. Sua ação, ou seu comportamento pode ajudar ou prejudicar a organização. De acordo com o enfoque sistêmico, é importante reconhecer e avaliar a atuação desses componentes do macro-ambiente, cujos principais componentes são os seguintes: • Tecnologia; Ecologia; Legislação e instituições; Economia; Demografia (faixa etária, tx de crescimento, etnia); Sociedade. Outra idéia importante do enfoque sistêmico é a instabilidade do ambiente, que pode ser maior ou menor. Ambientes mais estáveis têm pequena velocidade de mudança. Os ambientes que mudam muito rapidamente são turbulentos. Ambiente estável é aquele no qual as mudanças são lentas ou imperceptíveis. A legislação não se altera, a economia é estável, os clientes têm comportamento regular e previsível, a concorrência inexiste ou é a mesma de sempre. Ambientes assim são pouco desafiadores e não oferecem riscos para as organizações. Quanto mais instável, mais turbulento é o ambiente: altas taxas de mudança econômica, concorrência agressiva, governo tomando decisões rápidas e freqüentes e, sociedade em transformação são alguns exemplos que caracterizam ambientes turbulentos. Entretanto, o fato de serem turbulentos não significa que os administradores possam ignorar tais forças, utilizá-las como desculpas para um desempenho ruim e tentar apenas ir levando. Os acontecimentos em outros países têm um profundo efeito no modo como as empresas nacionais competem. A unificação européia, por exemplo, criou um bloco formidável para compra e venda, o North América Free Trade Agreement (NAFTA) que abriu o comércio entre os EUA, o Canadá e o México. Bem administrados, a UE e o NAFTA representam oportunidades para crescimento de 33 mercado, joint ventures e coisas desse tipo. Mal administrados, esses acordos de livre comércio podem oferecer vantagens a empresas e nações mais competitivas. 7.5. Áreas Funcionais Fayol enumerou quatro grandes funções exercidas nas empresas: produção, comercialização, finanças e administração. Temos ainda as atividades exclusivas de direção como o planejamento estratégico e o relacionamento com as autoridades públicas de alto nível. A produção refere-se às atividades vinculadas à transformação dos insumos nos produtos que a empresa oferece aos clientes. A comercialização envolve o suprimento e o marketing. O marketing refere-se ao conjunto de atividades que tem por fim consumar as relações de troca entre duas ou mais partes interessadas, sendo que cada parte tem algo de valor a oferecer como bens, serviços, moeda e crédito e cada parte deve ter a capacidade de comunicação. Suprimento compreende as atividades relacionadas à obtenção do que a empresa precisa para executar suas atividades. Finanças se referem a todas as atividades de planejamento, de controle e de execução que dizem respeito às transações com valores monetários, incluindo seu registro e sua fiscalização. As atividades de Tesouraria referem-se ao planejamento, execução e controle de pagamento e recebimentos, como cobrança, faturamento, relacionamento com bancos, aplicações financeiras, empréstimos, descontos de duplicatas, montagem do fluxo de caixa, liberação de pagamentos, controle de fundos e demais atividades afins. A administração é usada nesse caso, para agrupar àquelas atividades que não estão enquadradas nas três primeiras funções e não no sentido de gerenciar. Pode-se, em geral, agrupá-las em quatro subfunções, como a seguir: 1. Recursos Humanos: envolvem o recrutamento, a seleção, a admissão e integração do pessoal; treinamento e desenvolvimento; a administração dos cargos, salários e benefícios; os cadastros, registros e estatísticas de pessoal, a execução da folha de pagamento e o pagamento dos serviços prestados; os serviços médicos e sociais; o planejamento dos recursos humanos etc. 2. Sistemas: envolve toda a informática (transmissão de dados e informações), bem como estudos de organização para subsidiar as decisões das chefias sobre esta função gerencial e estudos para simplificar as rotinas e melhorar os procedimentos. 3. Serviços jurídicos: envolvem todas as atividades jurídicas visando à defesa dos interesses da empresa. 4. Serviços de apoio: são os que visam facilitar a execução das demais atividades e não estando enquadrados em nenhum dos casos anteriores, tais como: serviços de portaria e vigilância; serviços de limpeza e conservação; adminis de restaurantes para funcionários; segurança patrimonial; operação de mesa telefônica; serviços de reprodução de documentos (fotocópias); transporte de pessoal etc.8. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Duas palavras são usadas para indicar que uma organização desempenho de acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que mobilizaram os recursos: 9. GERENTES Embora a administração seja importante em qualquer escala de utilização de recursos, a principal razão para ter importância para o desempenho de todos os tipos de organizações. Nas organizações, os gerentes (também cha responsáveis pelo trabalho de outras pessoas. Para que os gerentes possam cumprir essa responsabilidade, as organizações emprestam EFICIÊNCIA EFICÁCIA 34 Serviços jurídicos: envolvem todas as atividades jurídicas visando à defesa dos interesses da empresa. Serviços de apoio: são os que visam facilitar a execução das demais atividades e não estando enquadrados em nenhum dos casos anteriores, tais como: serviços de portaria e vigilância; serviços de limpeza e conservação; adminis de restaurantes para funcionários; segurança patrimonial; operação de mesa telefônica; serviços de reprodução de documentos (fotocópias); transporte de 8. EFICIÊNCIA E EFICÁCIA Duas palavras são usadas para indicar que uma organização desempenho de acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que mobilizaram os recursos: eficiência e eficácia. Embora a administração seja importante em qualquer escala de utilização de recursos, a principal razão para ter-se desenvolvido como disciplina é sua importância para o desempenho de todos os tipos de organizações. Nas organizações, os gerentes (também chamados de chefes) são as pessoas responsáveis pelo trabalho de outras pessoas. Para que os gerentes possam cumprir essa responsabilidade, as organizações emprestam •É a palavra usada para indicar organização utiliza produtivamente, maneira econômica, seus recursos •Quanto mais alto o grau de produtividade ou economia na utilização dos mais eficiente é a organização. •Em muitos casos, isso significa usar quantidade de recursos para mais. EFICIÊNCIA •É a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz. Serviços jurídicos: envolvem todas as atividades jurídicas visando à defesa Serviços de apoio: são os que visam facilitar a execução das demais atividades e não estando enquadrados em nenhum dos casos anteriores, tais como: serviços de portaria e vigilância; serviços de limpeza e conservação; administração de restaurantes para funcionários; segurança patrimonial; operação de mesa telefônica; serviços de reprodução de documentos (fotocópias); transporte de Duas palavras são usadas para indicar que uma organização tem desempenho de acordo com as expectativas dos usuários e das pessoas que Embora a administração seja importante em qualquer escala de utilização de se desenvolvido como disciplina é sua importância para o desempenho de todos os tipos de organizações. Nas mados de chefes) são as pessoas responsáveis pelo trabalho de outras pessoas. Para que os gerentes possam cumprir essa responsabilidade, as organizações emprestam-lhes um atributo indicar que a produtivamente, ou de recursos. produtividade dos recursos, usar menor para produzir É a palavra usada para indicar que a organização realiza seus objetivos. Quanto mais alto o grau de realização dos objetivos, mais a organização é eficaz. 35 especial chamado autoridade. Em algumas organizações, os gerentes compartilham sua autoridade com seus funcionários. Além disso, algumas organizações dão responsabilidade e autoridade não a indivíduos, mas, a grupos. Essa prática criou os chamados grupos autogeridos. Os gerentes devem ser generalistas, embora possam, e, quase sempre, precisem ter também uma especialidade. Mas as empresas não formam generalistas, elas treinam seus funcionários em técnicas e assuntos do seu ramo de atividades. A base geral, sobre a qual o gerente vai construir a sua especialidade, deve ser uma preocupação permanente de cada um. Por essa razão, o currículo do curso de Administração inclui disciplinas de Psicologia, Informática, Filosofia, Direito, Sociologia, Matemática, Estatística e Língua Portuguesa, entre outras, que constituem ferramentas indispensáveis ao pensamento e à prática administrativa. Todo gerente que deseja alcançar os níveis mais altos da sua organização deve ter uma sólida base, pois nesses níveis é necessário o conhecimento genérico de todas as funções. Os especialistas estão cada vez mais limitados no âmbito das organizações e correm riscos maiores de dificuldades de adaptações a situações novas. Podemos concluir que um bom gerente deve ser um generalista e, em cima dessa base, deve construir alguma especialização. Dez papéis dos Gerentes, segundo Mintzberg. Papéis Gerenciais Papéis de Informação Papéis Interpessoais Papéis de Decisão Imagem Controlador de Distúrbios Disseminador Porta-Voz Negociador Empreendedor Monitor Adm. de Recursos Líder Ligação 36 Papéis Interpessoais – são aqueles que envolvem relações do gerente com pessoas de dentro e fora da organização: funcionários, colegas, chefes, superiores dos chefes, clientes, integrantes da comunidade, autoridades, fornecedores etc. Cada uma dessas interfaces é determinante do desempenho do gerente. São três os papéis interpessoais que os gerentes desempenham: imagem, líder e ligação: • Imagem (ou símbolo da organização) – O papel de imagem do chefe compreende todas as atividades nas quais o gerente age como um símbolo e representante (ou relações públicas) de sua organização: falar em público, comparecer a solenidades, relacionar-se com autoridades em nome de sua organização. Nenhuma dessas atividades envolve significativamente o processamento de informações ou a tomada de decisões. • Líder – A liderança permeia todas as atividades gerenciais e não é uma atividade isolada. Todas as tarefas que envolvem persuasão, negociação, motivação e, de forma geral, relações humanas, sempre têm conteúdo de liderança, mesmo aquelas que não estão relacionadas com a condução da equipe de trabalho. • Ligação – O papel de ligação envolve a teia de relações humanas que o gerente deve manter, principalmente com seus pares. Por meio dessa teia, ele mantém sua equipe integrada outras. Isso permite o intercâmbio de recursos e informações necessárias para trabalhar. Papéis de Processamento de Informações – os gerentes precisam de informações em todas as suas atividades. Para tomar decisões, produzir ou analisar relatórios, avaliar desempenhos e trabalhar com grupos, os gerentes precisam de informação. Trabalhar com informação significa desempenhar os seguintes papéis: • Monitor – O papel de monitor compreende as atividades que o gerente desempenha quando recebe ou procura obter informações sobre o que se passa em sua organização e no meio ambiente. Esse papel envolve a necessidade e a capacidade de lidar com uma grande variedade de fontes de informação, que vão desde a literatura técnica até a “rádio peão”. • Disseminador – O papel de monitor tem o complemento da disseminação da informação externa para dentro da organização, e da informação interna de um subordinado para outro. Como disseminador, o gerente é responsável pela circulação interna das informações. 37 • Porta-Voz – Enquanto o papel de disseminador está relacionado com a transmissão de fora para dentro, o papel de porta-voz envolve o inverso – a transmissão de informação de dentro para fora da organização. No papel de porta-voz, o gerente fala oficialmente dedentro para fora da organização para os públicos externos. O papel do porta-voz compreende a transmissão de informação com conteúdo, ao passo que o papel de imagem do chefe envolve funções simbólicas e cerimoniais. Papéis de Decisão – Tomar decisões é a essência do trabalho de administrar. Tão importante é o processo decisório para a administração, que muitos autores entendem os dois como sinônimos. Quando voe administra, está tomando decisões e vice-versa. As tarefas de liderar, planejar, organizar, executar e controlar são todas feitas de decisões interligadas. Os papéis gerenciais que envolvem a tomada de decisão são os seguintes: • Administrador de Recursos – a alocação de recursos é o coração do sistema de formulação de estratégias de uma organização, segundo Mintzberg. O papel de administrar recursos, inerente à autoridade formal, está presente em praticamente qualquer decisão que o gerente tome. Para Mintzberg, a administração (alocação) de recursos compreende três elementos essenciais: administrar o próprio tempo, programar o trabalho alheio e autorizar decisões tomadas por terceiros. • Negociador – de vez em quando, a organização encontra-se em grandes negociações, com outras organizações ou indivíduos, que fogem da rotina. Freqüentemente, é o gerente quem lidera os representantes de sua organização nessas negociações, com sindicatos, clientes, credores ou funcionários. Para lidar com situações desse tipo, o gerente desempenha o papel de negociador. • Empreendedor – no papel de empreendedor, o gerente atua como iniciador e planejador da maior parte das mudanças controladas em sua organização. Mudanças controladas são aquelas desejadas pelo próprio gerente. Podem incluir melhoramentos na organização e a identificação e aproveitamento de oportunidades de novos negócios, entre outras iniciativas. • Controlador de Distúrbios – os distúrbios, ao contrário das mudanças controladas, são situações que estão parcialmente fora do controle gerencial, 38 tais como os eventos imprevistos, as crises ou os conflitos. Para lidar com estas situações, o gerente desempenha o papel de controlador de distúrbios. 9.1 Níveis Hierárquicos Na maioria das organizações, os gerentes agrupam-se em três níveis principais, que formam uma hierarquia. No alto da hierarquia, no primeiro nível, ou primeiro escalão encontram-se os executivos. No segundo nível, abaixo dos executivos, encontram-se os gerentes intermediários. No último nível, o mais baixo, encontram-se os supervisores. Abaixo dos supervisores, encontram-se as pessoas que não são gerentes, os funcionários operacionais. 1. Executivos – Presidente, Diretor e Superintendente são palavras que indicam os ocupantes dos cargos mais importantes da hierarquia e que formam a alta administração e têm autoridade sobre todos os demais gerentes. Acima dos executivos, encontram-se em algumas organizações órgãos colegiados ou conselhos, que representam acionistas ou membros de uma sociedade. As tarefas mais importantes da alta administração relacionam-se com a definição de objetivos e recursos, e avaliação e correção do desempenho da organização. 2. Gerentes intermediários – os gerentes intermediários são os responsáveis pela coordenação dos grupos de trabalho chamados departamentos, divisões ou gerências. São eles que transformam os grandes objetivos da alta administração em objetivos específicos, definem e mobilizam recursos e controlam a realização das atividades. Os gerentes intermediários cuidam de partes especializadas da organização: produção, finanças, atendimento de clientes, recursos humanos. 3. Supervisores – supervisores chefiam grupos formados por funcionários operacionais, responsáveis pela realização de tarefas que fornecem produtos e serviços aos clientes. Os funcionários operacionais podem ser cientistas, operários especializados ou trabalhadores braçais sem especialização. Tudo depende da natureza do trabalho, dos conhecimentos exigidos e do tamanho da organização. Há tantos tipos de supervisores quantas são as possibilidades de trabalho operacional. 4. Grupos autogeridos – todas as equipes estão ligadas diretamente a um gerente, sem supervisores imediatos. As equipes têm responsabilidade e autoridade para tomar e implementar a maioria das decisões. Há administração, mesmo não havendo administradores formalmente designados. 39 9.2 Competências Gerenciais Competências são as qualificações que uma pessoa deve ter para ocupar um cargo e desempenhá-lo eficazmente. As competências específicas que são necessárias para ocupar um cargo de gerente dependem do nível hierárquico, das tarefas do gerente, do tipo de organização e de outros fatores. De forma geral, as competências gerenciais são classificadas em três categorias: conhecimentos, habilidades e atitudes. 1. Conhecimentos – os conhecimentos incluem todas as técnicas que o gerente domina e que são necessárias para o desempenho de seu cargo. O principal tipo de conhecimento é a competência técnica sobre o assunto administrado. Além da competência técnica, outros conhecimentos importantes para um gerente abrangem conceitos sobre o comportamento humano e sobre técnicas de administração. 2. Habilidades – num trabalho que alcançou grande repercussão, Robert L. Katz dividiu as habilidades gerenciais em três categorias: a) Habilidade Técnica – a habilidade técnica relaciona-se com a atividade específica do gerente. Conhecimentos, métodos e equipamentos necessários para a realização das tarefas que estão dentro do campo de sua especialidade fazem parte de sua habilidade técnica. Por exemplo: a habilidade técnica de um diretor comercial compreende conhecer os produtos e suas aplicações, preços de venda, canais de distribuição, clientes e mercados, e técnicas de vendas. b) Habilidade Humana – a habilidade humana abrange a compreensão das pessoas e suas necessidades, interesses e atitudes. A capacidade de entender, liderar e trabalhar com as pessoas de sua equipe é a expressão da habilidade humana do gerente. c) Habilidade conceitual – a habilidade conceitual envolve a capacidade de compreender e lidar com a complexidade total da organização e de usar o intelecto para formular estratégias, analisar problemas e tomar decisões. Criatividade, planejamento, raciocínio abstrato e entendimento do contexto são manifestações da habilidade conceitual. Segundo Henry Mintzberg, a formação de gerentes reside no desenvolvimento das habilidades. Mintzberg acredita que seja preciso ir além da transmissão de conhecimentos e oferecer oportunidades para que as pessoas possam desenvolver e aprimorar suas habilidades gerenciais. Ele identifica maior 40 número de habilidades que Katz, associando-as diretamente aos papéis gerenciais que criou. São oito: a) Habilidades de relacionamentos com colegas – nessa categoria está toda a capacidade de estabelecer e manter relações formais e informais com os colegas, especialmente do mesmo nível hierárquico, para atender a seus próprios objetivos ou servir a interesses recíprocos. b) Habilidades de liderança – as habilidades de liderança são necessárias para a realização das tarefas que envolvem a equipe de subordinados do gerente: orientação, treinamento, motivação, uso da autoridade. As habilidades de liderança estão associadas intimamente com a personalidade do gerente. c) Habilidades de resolução de conflitos – estão incluídas nessa categoria a habilidade interpessoal de arbitrar conflitos entre pessoas e a habilidade de tomar decisões para resolver distúrbios. A utilização dessas habilidades produz tensão. Portanto, essa habilidade exige outra: a tolerância a tensões. d) Habilidades de processamento de informações – Para Mintzberg, os estudantes e praticantes da administração devem aprender a construir redes
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