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1- Lupus LES

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ETIOLOGIA E FISIOPATOLOGIA
O LES é uma doença inflamatória crônica cuja patogenia é multifatorial e ainda não foi completamente esclarecida. Para que se desencadeie a doença, agentes externos desconhecidos (vírus, bactérias, agentes químicos, radiação ultravioleta) entram em contato com o sistema imune de um indivíduo que está com vários genes erradamente induzindo produção inadequada de anticorpos. Estes anticorpos são dirigidos contra constituintes normais (auto-anticorpos) provocando lesões nos tecidos e também alterações nas células sangüíneas. Quanto à patogenia, decorre principalmente de processo inflamatório desencadeado pela ação de imunocomplexos circulantes, ou que se formam ¨in situ¨, e envolve sobretudo resposta imunológica humoral. O encontro dos auto-anticorpos com os respectivos antígenos leva a formação de imunocomplexos, que levam à ativação do sistema de complemento e conseqüente processo inflamatório. Os imunocomplexos podem se depositar nos tecidos levando à resposta inflamatória e lesão tecidual, causando as manifestações clínicas que dependem do tecido acometido. Por sua vez, a lesão tecidual liberaria mais auto-antígenos favorecendo a perpetuação da resposta auto-imune. Estudos mostram que pessoas com pré-disposição ao lúpus podem desenvolver a doença ao entrar em contato com algum elemento do meio ambiente capaz de estimular o sistema imunológico a agir de forma errada. O que a ciência ainda não sabe é quais são todos esses componentes. Os pesquisadores, no entanto, têm alguns palpites:
 - O componente genético, pela maior freqüência de certos haplótipos dos antígenos de histocompatibilidade (HLA), tanto de classe I (B8) como de classe II (DR3, DR2, DQw1 e DQw2), que se localizam no braço curto do cromossomo 6. Existe uma maior concordância da doença em gêmeos monozigóticos que não é total, o que reforça a influência de outros fatores;
 - A participação hormonal, pois a doença é mais prevalente na população fértil feminina.
 - Os fatores ambientais, visto que a exposição à luz solar agrava ou desencadeia a doença. A luz ultravioleta, em especial com a irradiação beta, é capaz de induzir e exacerbar a atividade inflamatória, tanto nos quadros cutâneos quanto sistêmicos do lúpus;
 - A participação de diversos agentes infecciosos, particularmente virais, como o vírus da hepatite C, parvovírus e Epstein Barr (EBV);
 - O papel de diversas substâncias químicas como desencadeantes do lúpus propriamente dito, incluindo determinados medicamentos que são associados a um subtipo da doença: o LES induzido por droga. O lúpus induzido por drogas é um subgrupo de pacientes que desenvolveram lúpus após exposição a um medicamento e cujas manifestações clínicas e laboratoriais desaparecem com a suspensão do mesmo.
Tabela 1. Drogas associadas ao desenvolvimento de lúpus
Alto risco: Procainamida
	 Hidralazina
Médio risco: Quinidina
Baixo risco:
Metildopa
Captopril
Acetabulol
Clorpromazina
Isoniazida
Minociclina
Carbamazepina
Propiltiuracil
D-penicilamina
Sulfasalazina
Estima-se que 15% a 20% de pacientes em uso crônico de procainamida e 5% a 10% dos usuários de hidralazina possam desenvolver LID.
 - Os fatores emocionais têm importância em dois momentos diferentes na pessoa com LES. Muitas vezes, um fator emocional muito intenso como a perda de um parente próximo, ou uma separação desencadeia os sintomas da doença. Ao mesmo tempo, para a pessoa que já tem lúpus, emoções negativas podem provocar uma reativação da doença. Esses fatores não são no entanto a causa da doença, mas contribem para sua exacerbação (reativação).
Apesar desses fatores, a produção anormal de auto-anticorpos pelas células B é a principal característica da doença. Alguns desses anticorpos são extremamente específicos do LES, como o anti-DNA de dupla hélice (anti-dsDNA), anti-Smith (anti-SM) e anti-P, mas outros anticorpos encontrados no LES, como o anti-RNP, anti-Ro/SSA, anti-La/SSB, também podem ser identificados em outras doenças auto-imunes. A principal alteração imunologica é o desequilibrio na produção de anticorpos que reagem com proteínas do próprio organismo e causam inflamação em diversos órgãos como na pele, mucosas, pleura e pulmões, articulações, rins etc.). Dessa forma, entendemos que o tipo de sintoma que a pessoa desenvolve, depende do tipo de autoanticorpo que a pessoa tem e, que como o desenvolvimento de cada anticorpo se relaciona às características genéticas de cada pessoa, cada pessoa com lúpus tende a ter manifestações clínicas (sintomas) específicas e muito pessoais.
ACREDITO QUE O CONTEUDO QUE SEGUE A BAIXO ESTEJA MAIS RELACIONADO COM A RELAÇÃO DA DOENÇA COM O SISTEMA IMUNOLOGICO :
Fatores hormonais: proporção de 9 mulheres para cada homem. Mulheres e homens com LES têm um aumento da conversão de estradiol em estrogênio e um metabólito com atividade estrogênica mantida. Estrogênio estimula timócitos, CD4 + e CD8 +, células B, macrófagos, a liberação de algumas citocinas (IL_1) ea expressão de HLA e de moléculas de adesão. Os níveis séricos de DHEA podem ser reduzidos em pacientes com LES e foram descritas hiperprolactinemia e algumas anomalias do eixo hipotálamo-hipófise adrenal nesses pacientes. 
Fatores ambientais: eles podem desencadear episódios de doença ou induzir lupus-like. A luz UV pode desencadear atividade em alguns pacientes. 
Alterações imunológicas: o LES é primariamente uma doença com alterações na regulação imune. Os pacientes afetados desenvolvem uma resposta auto-imune (contra antígenos próprios).
As seguintes são algumas das alterações imunes encontradas no LES embora não se sabe exatamente se estão relacionados à patogênese do LES e de que forma: 
Diminuição das células T citotóxicas e células T supressoras (que normalmente inibem a resposta imunológica). 
Aumento de células T helper ou CD4 +. 
Ativação policlonal de células B nos estágios iniciais da doença. 
Defeito na tolerância da célula B relacionado a defeitos na apoptose (morte celular programada) e / ou deficiência de complemento levando a uma vida prolongada das células B.
Defeito nos sinais das células do sistema imunológico, expressado por um aumento da resposta frente ao cálcio, fosforilação de proteínas citosólicas e fator nuclear kappa B (NFkB) diminuiu. 
Aumento da produção de citocinas Th2. 
Esses múltiplos defeitos provocam uma cascata de eventos que começam com a degradação celular anormal e terminam com a produção de auto-anticorpos. Como as células dividem de forma anormal, certos antígenos, especialmente os antígenos nucleares e peptídeos são processados por células apresentadoras de antígenos (macrófagos, linfócitos B e células dendríticas) e apresentados em um complexo MHC-peptídeo estimulando a ativação e ampliação clonal dos linfócitos T CD4. Também se sugere que certos microorganismos podem ser processados por células processadoras de antígenos peptídeos mimetizados e que tem uma grande semelhança estrutural com peptídeos próprios, estimulando a auto-reativos de linfócitos CD4 +. Estas células ativadas liberam citocinas (IL-4, IL6, e IL-10) que ativam as células B auto-reativas, que proliferam e se diferenciam em células produtoras de anticorpos que irão produzir anticorpos contra vários antígenos nucleares.

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