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Peticao_Para_a_ Presidente_Dilma_Vana_Rousseff

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EXCELENTÍSSIMO POVO DA REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL 
CONSTITUÍDA EM SEU ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ADVOGADOS E ADVOGADAS, brasileiros, solteiros, casados, divorciados 
ou viúvos, residentes e domiciliados na República Federativa do Brasil ou fora desta, 
vêm, mui respeitosamente, por meio de sua representante, advogada em 
formação, LAÍRCIA VIEIRA LEMOS, à presença de Vossa Excelência, o povo 
brasileiro, para propor: 
AÇÃO REPARATÓRIA DE DANOS MORAIS 
em desfavor de DILMA VANA ROUSSEFF, PRESIDENTE DA REPÚBLICA 
FEDERATIVA DO BRASIL, o que faz pelos fatos e fundamentos que passará a 
expor, para ao final, formular seus pedidos. 
DA NARRATIVA FÁTICA 
A presidente Dilma Vana Rousseff esteve em Nova York, Estados Unidos, 
no dia 25 de setembro de 2013, representando a Nação Brasileira em aparição 
oficial, reunida no auditório do banco Goldman Sachs mediante grande 
plateia, durante Encerramento do Seminário Empresarial "Oportunidades em 
Infraestrutura no Brasil". Momento este no qual a presidente apresentou seu plano 
de infraestrutura aos investidores internacionais. Ao ser questionada sobre os 
possíveis riscos jurídicos no Brasil, a presidente declarou que “risco jurídico não 
existe no Brasil” e ressalvou que agora é o momento de se buscar produtividade, por 
esta ser, segundo as palavras da PROMOVIDA, “pré-condição para nos tornarmos 
um país de média e alta renda” e, ao falar sobre essencialidade de investimentos em 
educação, proclamou: 
É importante que os senhores percebam o grande 
desafio, que é um país que formava mais 
advogados do que engenheiros, e hoje, pela 
primeira vez, agora, está formando mais 
engenheiros que advogados. Outro dia um 
ministro meu, o da Educação, disse: "advogado é 
custo e engenheiro é produtividade". E é, de fato, 
uma fala que reflete esse esforço que o país tem 
de fazer. 
DA QUALIFICAÇÃO DO DANO MORAL 
A afirmação promoveu risos gerais na plateia presente e deixou transparecer 
que a presidente entende que é necessário não formar mais engenheiros somente, 
mas sim, formar mais engenheiros do que advogados, pois estes representam um 
custo. 
Não tinha necessidade alguma de se falar nos advogados para comentar da 
necessidade de se formar mais engenheiros, uma profissão não anula a outra. Ou 
seja, não é necessário que se formem menos advogados para que se formem mais 
engenheiros. 
Nota-se que a intenção da presidente, ao parafrasear o Ministro da 
Educação, Aloizio Mercadante, já conhecido por seus equivocados comentários, 
como seu questionamento "O que museu tem a ver com educação?", foi meramente 
a de "fazer graça", ganhar a plateia presente em um comentário desnecessário e 
desrespeitoso para toda uma classe profissional. 
Provocou a presidente, então, um verdadeiro dano moral contra os 
profissionais da advocacia, que propiciam o acesso do cidadão a justiça, sendo 
intermediários entre o cidadão de direitos e o judiciário para que se alcance a 
resolução de litígios existentes. 
DO DIREITO 
A Constituição Federal reconheceu a necessidade da advocacia e a sua 
importância para o alcance da justiça em seu art. 133, disposto abaixo: 
Art. 133. O advogado é indispensável à 
administração da justiça, sendo inviolável por seus 
atos e manifestações no exercício da profissão, 
nos limites da lei. 
Maurício Gieseler, do Portal Exame de Ordem, discorreu sabiamente acerca 
do comentário da presidente: 
O advogado existe por uma razão. A alternativa à 
existência do advogado é o caos, a exceção e a 
justiça feita com as próprias mãos. Se o Poder 
Judiciário têm órgãos, os advogados são o 
sangue: sem eles o sistema não funciona. 
Em nota, a Ordem dos Advogados do Brasil respondeu a declaração, segue 
abaixo trecho da mesma que mostra a importância da advocacia: 
Longe de representar um custo para qualquer 
governo, a advocacia significa um investimento, 
pois é através dos advogados que a sociedade se 
faz ouvir e exige o cumprimento dos 
compromissos constitucionais. 
A presidente tem a obrigação de indenizar os advogados e as advogadas, 
promoventes desta ação, de acordo com o art. 927 do Código Civil, por ter cometido 
ato ilícito, conforme a descrição presente nos arts. 186 e 187 do Código Civil, 
seguem abaixo as disposições legais: 
Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão 
voluntária, negligência ou imprudência, violar 
direito e causar dano a outrem, ainda que 
exclusivamente moral, comete ato ilícito. 
Art. 187. Também comete ato ilícito o titular de um 
direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente 
os limites impostos pelo seu fim econômico ou 
social, pela boa-fé ou pelos bons costumes. 
Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 
187), causar dano a outrem, fica obrigado a 
repará-lo. 
A PROMOVIDA, presidente da República Federativa do Brasil, cometeu ato 
ilícito ao causar dano moral aos profissionais da advocacia quando declarou, 
excedendo manifestamente os limites impostos pelo fim social do direito à liberdade 
de expressão, que o exercício da profissão do advogado representa um custo, 
desvalorizando a importância da advocacia, quando esta é reconhecida até mesmo 
pela Carta Magna. 
Tal declaração é seríssima, pois se a presidente afirma que a advocacia é 
custo, isso poderá propagar na população, que depositou nela o voto de confiança, a 
ideia de que é desnecessário a consultoria jurídica ou o intermédio entre o advogado 
e o judiciário. Ora, se já é baixa a crença no judiciário por conta da morosidade da 
justiça, dirá se alguém, que tem influência e representa uma nação inteira, afirmar 
que o exercício da profissão que serve de acesso ao judiciário é um custo! 
Configura-se assim o dano moral causado pela PROMOVIDA aos 
advogados e advogadas que deve ser indenizado. 
DA COMPETÊNCIA 
A Constituição Federal determina no parágrafo único do art. 1º que: 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada 
pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e 
do Distrito Federal, constitui-se em Estado 
Democrático de Direito e tem como fundamentos: 
(...) Parágrafo único: Todo o poder emana do 
povo, que o exerce por meio de representantes 
eleitos ou diretamente, nos termos desta 
Constituição. 
A República Federativa do Brasil constitui-se em Estado Democrático de 
Direito, de acordo com o caput do art. 1º da Carta Magna. O povo brasileiro tem, 
desta forma, competência legítima para julgar seus representantes, o que inclui a 
presidente Dilma Vana Rousseff. 
DOS PEDIDOS 
Diante de todo o exposto, requer se digne VOSSA EXCELÊNCIA, povo 
brasileiro, receber a presente ação e determinar o seu regular processamento, com 
a citação da promovida, atendendo, ainda, in totum, os pedidos formulados: 
a) Se digne determinar a expedição de mandado de citação, da Sra. DILMA 
VANA ROUSSEFF; 
b) Seja, ao final, julgada TOTALMENTE PROCEDENTE a presente ação, com a 
condenação da PROMOVIDA, DILMA VANA ROUSSEFF a prestar desculpas 
públicas aos advogados e advogadas, assim como reconhecer a importância 
do exercício da advocacia para a democracia e alcance da justiça. 
DO VALOR DA CAUSA 
Nos termos do Art. 259, II do Código de Processo Civil dá-se a presente 
causa o valor da retaliação em público da presidente Dilma Vana Rousseff sobre a 
sua declaração que desvalorizou o exercício da advocacia. 
Nestes termos, pede e espera deferimento. 
Fortaleza, 30 de outubro de 2013 
 
 
Laírcia Vieira Lemos

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