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Direito Constitucional II - O Senado Federal

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Direito Constitucional II
Direito Constitucional II
O Senado Federal
Introdução
O Senado Federal, instituído pela Constituição Imperial de 1824, de acordo com o art. 46 da CF, “é composto de representantes dos Estados e do Distrito Federal, eleitos segundo o princípio majoritário”, sendo ligado ao princípio federativo.
O princípio federativo, definido ela Constituição Federal de 1988 como princípio fundamental, define a forma de Estado como Federação, a qual o poder político é distribuído entre os Estados e Municípios autônomos.
Ao longo de seus quase 200 anos de história, o Senado Federal tem sido um dos pilares da estabilidade institucional brasileira, com suas atribuições previstas no art. 52 da CF, além de funções legislativas de caráter mais generalizado, essas funções compartilhadas junto à Câmara dos Deputados.
É a segunda Casa do Poder Legislativo Federal, existindo para “frear” os impulsos da Câmara de Deputados.
História
Com raízes na tradição greco-romana, inspirando-se na Câmara dos Lordes britânica, e influenciado pela doutrina francesa de separação e harmonia dos poderes, Dom Pedro I, em 1824, ao outorgar a Constituição Política do Império do Brasil, define o Poder Legislativo brasileiro, delegando esse poder à Assembleia-Geral, composta pelo Senado e pela Câmara dos Deputados.
Sua primeira sessão ordinária foi realizada em maio de 1826, tornando-se relevante devido à eleição da primeira Mesa Diretora da casa.
À época, a casa senatorial era composta por cinquenta representantes das províncias, escolhidos de forma proporcional à quantidade populacional dessas províncias.
O cargo de senador ("Augusto e Digníssimo Senhor Representante da Nação") era vitalício e privativo de brasileiros natos ou naturalizados, sendo exigida idade mínima de 40 anos, além de renda anual mínimo de oitocentos mil réis (R$ 2.913,25 anuais, atualizados monetariamente, mas não mais sendo uma exigência).
A escolha de um Senador se dava pelo imperador, a partir de listas tríplices formuladas por eleições provinciais indiretas e majoritárias.
Com o advento da república no Brasil, um novo modelo de Senado fora adotado, semelhante ao Senado dos Estados Unidos.
Missão Constitucional
O Senado Federal tem, por missão constitucional, exercer a representação das Unidades da Federação, e as funções legislativa e fiscalizadora, fortalecendo o modelo democrático federativo, incentivando a participação da sociedade e a integração dos Estados, e promovendo, com justiça social, a qualidade de vida do povo brasileiro.
Composição
Atualmente a casa é composta por 81 senadores, seguindo o princípio da isonomia entre os Estados-membros e DF, com a eleição de 3 representantes por Estado-membro, e 3 do DF.
Justamente por não representarem a população, sua composição não mais segue a proporcionalidade populacional de cada Estado-membro.
Funções Típicas e Atípicas
Para efeito educativo, função típica é aquela que guarda certa relação de identidade com o Poder que a desempenha. Função atípica, ao contrário, é aquela originariamente desincumbida pelos outros órgãos de poder. Ou seja, embora de forma subsidiária, cada Poder exerce função que originariamente pertenceria aos demais.
Entende-se que as funções típicas do Senado Federal, permeadas pelo art. 52 da CF, são aquelas de legislar, segundo o interesse da Federação, e fiscalizar contábil, financeira, orçamentária, e patrimonial, o Poder Executivo.
As funções atípicas do Senado Federal podem ser divididas em duas naturezas, a seguir:
- Natureza Executiva: a administração da casa senatorial se dá pela própria casa, quando deveria ser realizada pelo Poder Executivo;
- Natureza Jurisdicional: o Senado julga o Presidente da República (chefe do Poder Executivo) nos crimes de responsabilidade (inciso I do art. 52, CF).
Modo de Eleição
A Constituição Federal define, em três, os sistemas eleitorais no Brasil, que são detalhados no Código Eleitoral.
De acordo com o Código Eleitoral, temos eleições proporcionais para a Câmara dos Deputados, espelhado nos legislativos federais e municipais, eleições majoritárias, com um ou dois eleitos, para o Senado Federal, e eleições majoritárias, em um ou dois turnos, para Presidente e demais Chefes do Executivo.
Para o Senado Federal, as eleições são realizadas a cada quatro anos, sendo eleitos um ou dois senadores (1 terço em uma eleição, e dois terços em outra), com dois suplentes cada.
Dessa forma, o mandato senatorial tem duração de oito anos (duas legislaturas), sempre mantendo a representação dos Estados-membros composta por três senadores.
Quando dois senadores assumem, ainda há um no exercício de seu mandato, determinado no pleito anterior.
Representação nos Estados e Distrito Federal
O Senado Federal é a casa de representação dos Estados-membros, e Distrito Federal.
A formação da casa segue o princípio da isonomia, sendo que cada Estado-membro elege três senadores para a função, independentemente de sua capacidade econômica ou populacional, ou tamanho territorial.
Nesse ponto cabe uma crítica à maneira como é formada a casa. Por seguir o princípio da isonomia, regiões como Norte e Nordeste, formadas por muitos estados, conseguem quórum suficiente para aprovação/rejeição de propostas legislativas sem a necessidade de apoio da representação dos estados de demais regiões.
A título de exemplo, um projeto que necessite de aprovação do Senado, projeto esse referente à região Sudeste, pode ser vetado diretamente apenas pela composição da representação das regiões Norte e Nordeste (62% da casa), caso essas discordem de algum ponto.
A tabela abaixo ilustra a situação:
Posse
O rito de posse senatorial se encontra delimitado pelo Regimento Interno do Senado Federal, em seu art. 4º, como segue:
Art. 4º. A posse, ato público por meio do qual o Senador se investe no mandato, realizar-se-á perante o Senado, durante reunião preparatória, sessão deliberativa ou não deliberativa, precedida da apresentação à Mesa do diploma expedido pela Justiça Eleitoral, o qual será publicado no Diário do Senado Federal.
§ 1º A apresentação do diploma poderá ser feita pelo diplomado, pessoalmente, por ofício ao Primeiro-Secretário, por intermédio do seu Partido ou de qualquer Senador.
§ 2º Presente o diplomado, o Presidente designará três Senadores para recebê-lo, introduzi-lo no plenário e conduzi-lo até a Mesa, onde, estando todos de pé, prestará o seguinte compromisso: “Prometo guardar a Constituição Federal e as leis do País, desempenhar fiel e lealmente o mandato de Senador que o povo me conferiu e sustentar a união, a integridade e a independência do Brasil”.
§ 3º Quando forem diversos os Senadores a prestar o compromisso a que se refere o § 2º, somente um o pronunciará e os demais, ao serem chamados, dirão: “Assim o prometo”.
§ 4º Durante o recesso, a posse realizar-se-á perante o Presidente, em solenidade pública em seu gabinete, observada a exigência da apresentação do diploma e da prestação do compromisso, devendo o fato ser noticiado no Diário do Senado Federal.
§ 5º O Senador deverá tomar posse dentro de noventa dias, contados da instalação da sessão legislativa, ou, se eleito durante esta, contados da diplomação, podendo o prazo ser prorrogado, por motivo justificado, a requerimento do interessado, por mais trinta dias.
§ 6º Findo o prazo de noventa dias, se o Senador não tomar posse nem requerer sua prorrogação, considerar-se-á como tendo renunciado ao mandato, convocando-se o primeiro Suplente.
Competências privativas do Senado Federal
O Senado Federal possui atribuições privativas da instituição, delimitadas no Art. 52 da CF. Essas competências privativas, também denominadas funções atípicas, permitem ao Senado interferir na atuação dos poderes Executivo e Judiciário.
Como uma das competências privativas do Senado, temos a de processar e julgar o Presidente da República nos crimes de responsabilidade. Com esse fim, a Casa realizará função do Poder Judiciário, e será presididopelo presidente do Supremo Tribunal Federal.
Porém, para instalar processo contra o Presidente, o Vice-Presidente ou contra Ministros de Estado, é necessária autorização da Câmara dos Deputados. Já para processar os ministros do Supremo Tribunal Federal, o Procurador-Geral da República e o Advogado-Geral da União por crime de responsabilidade não há necessidade de autorização.
Outra competência privativa do Senado é aprovar ou rejeitar a escolha de magistrados, do procurador-geral da República, de chefes de missão diplomática e do presidente e diretores do Banco Central. Cabe ainda à Câmara Alta apreciar as indicações para o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE) e para o cargo de Defensor Público da União. Todas as autoridades que precisam da autorização do Senado são sabatinadas por comissão competente. A comissão vota a indicação e emite parecer que, depois, é apreciado pelo Plenário da Casa. A sabatina e a votação dos candidatos a chefes de missão diplomática são feitas em reuniões secretas.
Além de aprovar nomes indicados pelo presidente da República, o Senado também tem a responsabilidade de eleger dois membros do Conselho da República. Esse conselho é um órgão superior de consulta do presidente da República, que opina sobre questões importantes para a estabilidade das instituições democráticas.
Autorizar empréstimos à União, estados, Distrito Federal e municípios e fixar o limite do montante de sua dívida é mais uma competência exclusiva do Senado. Essa responsabilidade decorre do fato de a Câmara Alta ser composta pelos representantes da federação.
Outra atribuição privativa da Casa é a de suspender a execução de lei declarada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal. Quando a Câmara Alta usa de suas prerrogativas exclusivas, expressa também os interesses dos estados e garante o equilíbrio da federação, já que, na instituição, tanto os estados maiores, quanto os menores, estão igualmente representados por três senadores.

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