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TECNICAS DE REDACAO

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Prévia do material em texto

Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 
1 
 
 
 
 
 
APOSTILA 2015 
 
 
 
 
 
 
TÉCNICAS DE REDAÇÃO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 
2 
 
 
 
REVISANDO 
 
A DIFERENÇA ENTRE DESCRIÇÃO, NARRAÇÃO E DISSERTAÇÃO 
 
Tipos de redação ou composição 
Tudo o que se escreve recebe o nome genérico de redação (ou composição). Existem três tipos de 
redação: descrição, narração e dissertação. E importante que você consiga perceber a diferença entre 
elas. Leia, primeiramente, as seguintes definições: 
 
 
DESCRIÇÃO 
É o tipo de redação na qual se apontam as características que compõem um determinado objeto, 
pessoa, ambiente ou paisagem. 
 
NARRAÇÃO 
É a modalidade de redação na qual contamos um ou mais fatos que ocorreram em determinado tempo 
e lugar, envolvendo certos personagens. 
 
DISSERTAÇÃO 
E o tipo de composição na qual expomos ideias gerais, seguidas da apresentação de argumentos que 
as comprovem. 
 
Veja agora três exemplos dessas modalidades: 
 
Descrição 
 
Sua estatura era alta e seu corpo, esbelto. A pele morena refletia o sol dos trópicos. Os olhos negros e 
amendoados espalhavam a luz interior de sua alegria de viver e jovialidade. Os traços bem desenhados 
compunham uma fisionomia calma, que mais parecia uma pintura. 
 
Narração 
 
Em uma noite chuvosa do mês de agosto, Paulo e o irmão caminhavam pela rua mal-iluminada que 
conduzia à sua residência. Subitamente foram abordados por um homem estranho. Pararam, 
atemorizados, e tentaram saber o que o homem queria, receosos de que se tratasse de um assalto. Era, 
entretanto, somente um bêbado que tentava encontrar, com dificuldade, o caminho de sua casa. 
 
Dissertação 
 
Tem havido muitos debates sobre a eficiência do sistema educacional brasileiro. Argumentam alguns 
que ele deve ter por objetivo despertar no estudante a capacidade de absorver informações dos mais 
diferentes tipos e relacioná-las com a realidade circundante. Um sistema de ensino voltado para a 
compreensão dos problemas socioeconômicos e que despertasse no aluno a curiosidade científica seria 
por demais desejável. 
Assim sendo, podemos elaborar o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
Como você pode perceber, não há como confundir estes três tipos de redação. Enquanto a descrição 
aponta os elementos que caracterizam os seres, objetos, ambientes e paisagens, a narração implica uma 
REDAÇÃO 
OU 
COMPOSIÇÃO 
DESCRIÇÃO 
NARRAÇÃO 
DISSERTAÇÃO 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 3 
 
 
ideia de ação, movimento empreendido pelos personagens da história. Já a dissertação assume um 
caráter totalmente diferenciado, na medida em que não fala de pessoas ou fatos específicos, mas analisa 
certos assuntos que são abordados de modo impessoal. 
 
TESE E ARGUMENTO 
 
Como vimos na Unidade 3, em um texto argumentativo, aquele que escreve apresenta uma tese (a 
idéia que quer defender), justificando-a com a ajuda de argumentos. Estes argumentos são interligados de 
maneira lógica à tese que querem justificar. Eles são igualmente ligados uns aos outros: 
É preciso incentivar o cinema brasileiro (tese), porque temos produções de excelente qualidade (1a 
argumento) e porque sem o incentivo oficial seria esmagado pelas superproduções americanas (2a 
argumento). 
Neste exemplo, os dois argumentos estão ligados à tese pela conjunção subordinativa "porque" (que 
exprime a causa), e estão coordenados pela conjunção "e". 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- Leia os seguintes textos: 
 
Texto 1 
Qual é o sentido de escrever poemas em uma época e cultura que valorizam os bens de consumo, 
a cultura de massa, o mercado e a tecnologia, menosprezando os valores espirituais e a expressão 
artística? 
Para que escrever poemas numa sociedade que vive uma profunda crise de valores, distante de 
qualquer ideia de humanismo? 
A primeira resposta poderia ser muito simples: por teimosia, como resistência à barbárie. Porém, 
este não seria um argumento satisfatório, já que existem outras possibilidades, talvez mais eficazes, de 
reação, inseridas em movimentos sociais e tentativas de reconstrução de valores, como o recente diálogo 
entre a física, a ecologia profunda, o pacifismo e o budismo, que fazem pensar numa reordenação do 
pensamento, em resposta ao crescente utilitarismo de uma visão de mundo baseada no lucro e na 
vantagem pessoal imediata. 
A segunda resposta, ainda mais simplista, porém com o mérito da sinceridade, é o da satisfação 
sensorial. O encantamento e prazer que a poesia nos provoca. Aqui, novamente, poderia ser levantada 
uma objeção, pois que há muitas outras formas de satisfação, talvez mais intensas do que o trabalho com 
a palavra, que exige alto rigor e disciplina. 
 
DANIEL, Cláudio, Por que fazer poesia hoje? http://peledelontra.zip,net, 5/5/3005, 
Texto 2 
Quem escreve - ainda que um simples bilhete - tenta afastar-se do falar cotidiano, tenta usar uma 
linguagem diferente da que está habituado a usar. E escrever poemas é distanciar-se ainda mais da fala 
do dia-a-dia, É trabalhar a língua, é subverter a sintaxe, é falar à alma. Por isso, as primeiras manifes-
tações literárias de um povo costumam ser em versos. Quando não havia escrita, as histórias se contavam 
em poemas, porque as rimas ajudavam no processo de memorização e facilitavam a transmissão da 
cultura.de geração a geração, A perpetuação da ficção da comunidade ágrafa e da sua cultura -essa terá 
sido a primeira função da poesia. 
[..] 
A poesia existe em toda parte, em todo lugar em todos os momentos. Compete ao poeta captá-la e 
transpô-la para o livro, ou para o filme, ou para) a televisão, ou para a música, ou para a dança, ou para o 
rádio... O poeta é o que vê poesia onde o comum dos mortais não vê nada, além do trivial. 
[...] 
A poesia é necessária, porque nos revela, como as lentes dos óculos de quem tem problemas visuais, 
um mundo de maravilhas que não saberíamos ver sem ela. 
 
CARVALHO, José Augusto. A necessidade da poesia. www.unieste.com.br/vestlbular/ textos, 5/5/2005. 
a) Qual o primeiro argumento utilizado pelo autor do texto 1 para justificar o fato de escrever poemas? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 4 
 
 
b) O que justificaria o fato de esse argumento não ser satisfatório? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
c) Qual o segundo argumento utilizado pelo autor do texto 1 ? 
_____________________________________________________________________________________ 
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
d) Destaque a tese e o argumento presentes no último parágrafo do texto 2. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 
COERÊNCIA E COESÃO TEXTUAL 
 
A noção de texto 
 
O texto é uma mensagem, isto é, um fato do discurso: uma passagem falada ou escrita que forma um 
todo significativo independentemente da sua extensão. Em sentido amplo, pode-se considerar como texto 
uma música, uma escultura, um filme, um poema, uma fotografia etc. Em sentido estrito, o texto é o 
resultado de um discurso: uma mensagem construída e, portanto, ligada à situação ou ao contexto em que 
foi produzida. 
O texto forma um todo, que pode ser: 
• uma palavra: Não, talvez, sim... 
• uma frase: Antes tarde do que nunca. 
• algumas ou centenas de páginas: Um ofício, um ensaio, um relatório, um livro. 
 
Coerência e coesão textual 
 
Leia os grafites escritos no muro ilustrado ao lado. 
 
 Qual deles lhe parece incoerente? Porquê? 
 
Do ponto de vista gramatical, todos os textos estão bem 
estruturados. Porém, o último é incoerente porque, descartada 
a hipótese da ironia, a palavra modéstia está mal empregada. 
Na verdade, a "mulher maravilha" deveria ter escrito: "Desculpe 
a falta de modéstia..." "Desculpe a imodéstia..." ou "Modéstia à 
parte...! 
 
A coerência está ligada ao sentido do texto. 
 
Daí, no nosso dia-a-dia, muitas vezes ouvirmos comentários do tipo: "Isso não tem coerência" "A 
sua redação está incoerente" 
 
Leia agora o seguinte recorte de um texto publicitário: 
 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 5 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe os conectores quando, e, mas e porque. 
 
O conector quando introduz um fato, relacionando-o com o verbo começar e com o aspecto 
cronológico da mensagem. O conector e, no terceiro período, adiciona fatos que justificam a afirmação de 
que a empresa é uma das maiores do país. A conjunção mas assinala uma relação de contraste e porque, 
no final do parágrafo, introduz uma justificativa para a preocupação da empresa com o meio ambiente. 
Observe outros elementos coesivos: os pronomes ela e que: Hoje ela é uma companhia 
imprescindível... Uma companhia que já faz parte da nossa vida. Os pronomes ela e que retomam Cemig 
e companhia. 
Verifique também, no texto, a repetição da sigla Cemig (Companhia Energética de Minas Gerais) ou 
a sua substituição pelo substantivo companhia, utilizados para a coesão lexical. 
A coesão de um texto deve-se a uma série de elementos que permitem os encadeamentos 
linguísticos, à maneira como são ligados os elementos gramaticais, semânticos e discursivos do texto (a 
concatenação das frases). 
Esses e outros elementos de coesão serão estudados no próximo capítulo. 
A coerência de um texto deve-se à organização global do texto, assegurando um princípio, um 
meio e um fim, uma adequação da linguagem ao tipo de texto e a observância do sentido das palavras ou 
expressões empregadas e das ideias expostas. 
Em linhas gerais, podemos dizer que um texto é coerente quando ele não contém contradições, o 
vocabulário utilizado é adequado, suas afirmações são relevantes para o desenvolvimento do tema, a 
sequência dos fatos está bem ordenada, sem períodos muito longos ou excessivamente fragmentados e o 
gênero textual (informativo, legislativo, técnico, científico, argumentativo, narrativo, poético...) é adequado 
ao tipo de exposição. 
Um texto é construído de relações de sentido entre um ou vários conjuntos de vocábulos, 
expressões, frases (coerência) e do encadeamento linear dessas unidades linguísticas do texto (coesão). 
Portanto, coesão e coerência são elementos que devem estar associados para que tenhamos um texto, 
ainda que possamos encontrar textos destituídos de elos coesivos, sobretudo na linguagem poética. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1 - Leia atentamente: 
Ao circular pela garagem, o vigia encontrou um guarda-chuva sobre o capo de um automóvel cujo dono 
desconhecia. 
 
a) Quais os dois sentidos possíveis do período acima? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 6 
 
 
b) Reescreva o período, fazendo as adaptações necessárias para eliminar a ambiguidade. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
2- Explique por que uma das frases abaixo é incoerente: 
 
a) Todos aqui gostam de futebol, menos eu. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
b) Todo mundo foi à praia, mas eu preferi ficar em casa. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
c) Todo mundo viu quando a Rosângela chegou, mas eu não jantei. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
d) Apesar de o meu time estar perdendo, ainda tenho esperanças. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
e) O tomate oblongo, ou Santa Cruz, o San Marzano e o Débora são ótimos para molhos, mas duram 
pouco e são caros. O tomate Momotaro, saboroso, grande e crocante, é o melhor para saladas. O tomate 
Carmem, de longa vida, é o mais comum e o menos saboroso. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________3- O jornalista Ancelmo Góis publicou, em sua coluna do jornal O Globo, a seguinte nota: 
 
Carros letrados 
 
A turma atrás do balcão do cartório do 1° Ofício de Notas, em Copacabana, acha que carro sabe ler. 
É o que se supõe com a placa que avisa a freguesia: "Transferência de telefones e veículos, só com a 
presença do próprio" 
Um gaiato esta semana quis saber como fazia para subir com seu Jipe ao segundo andar, onde funciona o 
cartório. 
 
(O Globo,19set.2002.) 
a) Qual a verdadeira intenção de quem redigiu o texto da placa? 
 
 
b) Transcreva o trecho da placa que permitiu uma reação humorística. 
 
 
c) Reescreva o texto da placa corrigindo o trecho que permitiu interpretá-la como um pedido absurdo. 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 7 
 
 
 
4- Reescreva as frases seguintes eliminando o problema da ambiguidade. 
 
a) O jogador deixou o time cansado. 
 
b) O relações-públicas da empresa atendeu o cliente nervoso. 
 
c) Vi o rapaz com o binóculo. 
 
d) Encontrei um velho conhecido. 
 
e) Homens e mulheres jovens eram vistos da janela. 
 
 
5- (Unicamp-SP) No texto a seguir, há um trecho que, se tomado literalmente (ao pé da letra), leva a uma 
interpretação absurda. 
 
A oncocercose é uma doença típica de comunidades primitivas. Não foi desenvolvido ainda nenhum 
medicamento ou tratamento que possibilite o restabelecimento da visão. Após ser picado pelo mosquito, o 
parasita (agente da doença) cai na circulação sanguínea e passa a provocar irritações oculares até perda 
total da visão. 
(Folha de S.Paulo, 2nov.1990.) 
 
a) Transcreva o trecho problemático. 
 
 
 
b) Diga qual a interpretação absurda que se pode extrair desse trecho. 
 
 
 
c) Qual a interpretação pretendida pelo autor? 
 
 
d) Reescreva o trecho de forma a deixar explícita tal interpretação. 
 
 
 
6- (ITA-SP - Adaptada) Leia o texto seguinte: 
 
Sítio Bom Jardim apresenta Forró Sertanejo com a banda Casa Nova, no dia 30 de outubro, a partir das 21 
horas. Mulher acompanhada até 24 horas não paga. Venha e participe desta festa. 
 (Jornal Vale ADCS, out. 1999 - Adaptado.) 
 
a) Localize e copie no caderno o trecho em que há ambiguidade. 
 
 
b) Aponte duas interpretações possíveis para esse trecho, considerando o contexto. 
 
 
7- (Fuvest-SP - Adaptada) Rescreva as frases em que a ordem de colocação das palavras produz 
ambiguidade. 
 
a) Rossi pede ao STF processo por calúnia contra Motta. 
 
 
b) É só colocar as moedas, girar a manivela e ter a escova já com pasta embalada nas mãos. 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 8 
 
 
 
c) Casal procura filho sequestrado via Internet. 
 
 
 
d) Câmara torna crime porte ilegal de armas. 
 
 
 
e) Regressou a Brasília depois de uma cirurgia com cerimonial de chefe de Estado. 
 
 
Leia o seguinte texto: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Observe que o pronome sua e o substantivo filho (Sua juventude seria..., Queria aproveitar os dons do 
filho..} evitam a repetição do nome Beethoven. A conjunção mas, na última oração, estabelece uma 
relação de oposição ou contraste. 
Esses são alguns dos elementos coesivos do texto. 
 
COESÃO TEXTUAL 
 
 Vimos que um texto não é apenas uma soma de orações. Ele deve ter coerência e coesão. 
 Enquanto a coerência reside na unidade do tema, a coesão é a conexão entre elementos ou 
partes do texto, observando-se a sua interdependência. 
Os recursos coesivos permitem que façamos referência às distintas partes de um texto sem a necessidade 
de repetir as mesmas palavras. Além disso, permite que enlacemos as idéias por meio de palavras que 
servem para conectá-las, estabelecendo o tipo de relação que buscamos conforme o sentido do texto. 
 Por exemplo: 
 
 Fomos à livraria. Compramos um romance. 
 
 Podemos conectar essas duas orações em um texto: 
• coordenando-as por meio de conjunções: fomos à livraria e compramos um romance. 
• relacionando-as temporalmente: 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 9 
 
 
 
 
RECURSOS DE COESÃO 
 
1. Substituição ou sinonímia. É a referência a uma parte ou componente do texto já mencionado (uma 
personagem, um objeto, uma ação, uma qualidade etc.) por meio de sinônimos ou palavras análogas ou 
afins: 
 
 Romário não está mais no Vasco. O atacante assinou contrato com o Fluminense, que ficará com o 
jogador até o final do ano. 
 
2. Referência. Indica uma parte ou componente do texto já mencionado (uma personagem, um objeto, 
uma ação, um conceito etc.) por meio de pronomes pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos, 
interrogativos e relativos. A isso também se chama pronominalização. Além dos pronomes, a coesão 
pode realizar-se com numerais e advérbios (aqui, ali, lá, aí etc). 
 
Os livros eram muito bem encadernados, O couro utilizado, o ouro das lombadas e as gravuras coloridas 
despertavam em nós o desejo de tocá-los e folhear as suas páginas. Isto atraía outras crianças à 
biblioteca do meu avô. O salão era sóbrio, com prateleiras envernizadas e brilhantes, duas poltronas de 
couro marrom e a Imponente mesa de jacarandá. Ali aprendi a amar e a respeitar os livros. Aquele lugar 
era a porta de mundos e histórias que me fascinavam. 
 
3. Elipse. É a omissão de palavras ou frases que o leitor pode facilmente subentender. Os rapazes 
estavam esfomeados. • Vieram de uma longa caminhada pelos arredores da fazenda. Logo que • 
chegaram, uns • pediram muita água, outros • • cervejas. 
 
Observe que não é necessário repetir o substantivo rapazes e o verbo pedir, representados pelo símbolo •. 
 
A reposição dos elementos é possível graças aos mecanismos de concordância conhecidos pelos falantes 
da língua, o que, na maioria das vezes, é um processo rápido e automático. Em longos textos teóricos ou 
filosóficos é possível que alguns termos elípticos forcem o leitor a retomar parágrafos anteriores para 
melhor compreensão do que está lendo. 
 
4. Conectores. São palavras ou expressões que servem para ligar ideias, conforme o tipo de vinculação 
que se pretende estabelecer entre elas: adição, oposição, causalidade, finalidade etc. 
 
Eis alguns deles: 
 
• aditivos — estabelecem uma relação de coordenação e são utilizados para somar ideias: e, também, 
não só...mas também, tanto... como, além disso, nem (= e não) etc.: 
 
 Chovia muito naquela manhã e não tínhamos um carro disponível. Além disso, Fernando não sabia 
com precisão o endereço da Lúcia. 
 
• disjuntivos — estabelecem uma oposição de ideias ou orientações discursivas diferentes: 
 
 Devemos sair agora ou esperar que ele nos telefone? 
 Muitas vezes, as derrotas nos trazem boas lições. Ou você acha que não aprendemos nada dessa vez? 
 
• adversativos — expressam oposição ou contraste: mas, porém, contudo, todavia etc: 
 
 A autoridade precisa ser respeitada, é evidente, mas não na medida em que se avilte o cidadão. 
(João Ubaldo Ribeiro, O Estado de S. Paulo.) 
 
• causais — indicam relação de causa e efeito: 
 
 Tudo começou porque um torcedor insultou a torcida adversária. 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 10 
 
 
• condicionais — introduzem a condição sem a qual alguma coisa não poderá ser realizada: 
 
 Se você salgar maisa comida, ela ficará intragável. 
 
• conclusivos — introduzem enunciados conclusivos: 
 
 Trabalhava de dia e estudava à noite, logo chegava cansado em casa. 
 
• conformativos — conectam duas orações em que se mostra a conformidade do conteúdo de uma com 
algo expresso na outra: 
 
 A equipe jogou conforme o técnico havia determinado. 
 
• finais — introduzem uma oração que traduz a finalidade de uma ação: 
 Ele não poupou esforços para satisfazer os convidados. 
 
• temporais — indicam uma relação de simultaneidade, anterioridade ou posterioridade, estabelecendo 
conexões entre ações, eventos, estado de coisas ou determinando a ordem em que se teve percepção ou 
conhecimento deles: 
 
 Mal o aluno chegou, o professor lhe entregou o exame. 
 Depois que os exames terminaram, discutimos algumas questões. 
 Enquanto fazíamos os exames, o professor lia o jornal. 
 Quando o aluno chegou, o professor já havia distribuído os exames. 
 
A concordância verbal e nominal, a regência verbal e nomina e a ordem dos vocábulos na oração 
são outros elementos de coerência e coesão. 
Não é de grande proveito restringir o trabalho sobre os mecanismos de coerência e coesão ao 
estudo dos nomes e definições de cada mecanismo. Além disso, é grande a variedade de termos para 
nomear os tipos de relações estabelecidas por eles. O mais importante é trabalhar a produção de textos 
coerentes e coesos. 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- Relacione as seguintes orações empregando procedimentos de coesão para formar um texto: 
 
 Nos museus é proibido fotografar com flash. A luz disparada pelas câmaras é muito intensa. Isso acaba 
adulterando a própria cor das pinturas. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________ 
 
2- Relacione as seguintes orações empregando procedimentos de coesão para formar um texto: 
 
 A febre funciona como um alarme. Alguma infecção está atacando o organismo. A febre dá um sinal 
para o organismo. O organismo acelera a produção dos anticorpos. Os anticorpos vão combater a doença. 
A produção de anticorpos é uma atividade intensa. Essa atividade mais intensa aumenta a temperatura do 
organismo. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 11 
 
 
 
3- .No trecho abaixo, o termo destacado tem função anafórica já que retoma elemento anteriormente 
expresso. 
 
 Os primeiros canhões eram dispositivos rudimentares. Feitos de madeira e reforçados com cintas 
de ferro. 
 Um século depois, a parecera m os modelos de metal fundido, mais seguros, que mudaram a 
história das guerras. 
 
Identifique a opção que apresenta o elemento anteriormente expresso: 
a) canhões 
b) dispositivos rudimentares 
c) modelos de metal fundido mais seguros 
d) cintas de ferro 
 
4 - Na oração a seguir, o pronome ela tem função catafórica A função catafórica ocorre quando o 
pronome se refere a um nome que vem expresso depois dele. Indique o nome ao qual o pronome se 
refere: 
 
Elas são em número mais elevado do que os homens solteiros, porque muitas mães solteiras 
engravidam na relação com homens casados. 
_____________________________________________________________________________________ 
 
5- (Fuvest-SP) Nas frases abaixo, há falta de paralelismo sintático. Reescreva-as, mantendo seu sentido e 
fazendo apenas as alterações necessárias para que se estabeleça o paralelismo. 
 
a) Funcionários cogitam uma nova greve e isolar o governador. 
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________ 
 
b) Essa reforma agrária, por um lado, fixa o homem no campo, mas não lhe fornece os meios de 
subsistência e de produzir. 
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________________ 
 
6- (UFPR - Adaptada) Leia o texto abaixo: 
 
A referência a Xuxa, além de providencial, é pertinente. Ela é pioneira nesse fenômeno tão característico 
do Brasil de hoje, que é a erotização das crianças. Faz anos que, consciente ou inconscientemente, lhes 
dá aulas de sedução. Outras a seguiram na TV entre louras que a imitam e reboladoras profissionais, mas 
Xuxa detém a palma do pioneirismo. Merece ser considerada um símbolo da permissividade da televisão 
brasileira. 
(Veja, 18/8/1999.) 
 
Identifique e copie no caderno a(s) alternativa(s) em que todas as expressões são apropriadas para 
substituir as expressões em negrito, sem prejuízo para o sentido do texto. 
 
a) menção - apropriada - interrompe - da licenciosidade 
b) convocação - irritante - conserva - da abertura 
c) observação - relevante - possui - da liberdade 
d) menção - apropriada - conserva - da falta de limites 
e) saudação - obrigatória - interrompe - do vale-tudo 
f) alusão - relevante - ostenta - da liberalidade 
 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 12 
 
 
A DISSERTAÇÃO 
 
 DIFERENÇA ENTRE TEMA E TÍTULO 
 
Fazer uma dissertação consiste em defender uma ideia. Para organizá-la, convém seguir certas 
instruções que iremos fornecer-lhe agora. 
O primeiro passo, antes de começar, é reconhecer a diferença entre um tema e um título. O tema é o 
assunto sobre o qual você irá escrever, ou seja, a ideia que será defendida ao longo de sua composição. 
Por outro lado, o título é a expressão, geralmente curta, colocada no início do trabalho; ele é, na verdade, 
apenas uma vaga referência ao assunto que você abordará. Observe a diferença entre eles nos exemplos 
abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
E evidente que para cada um dos títulos poderiam caber inúmeros outros temas diferentes dos que 
foram apresentados na página anterior. Da mesma forma, para cada um dos temas também poderiam ser 
criados outros títulos. Por exemplo: para o título O jovem e a política poderíamos, caso preferíssemos, 
estabelecer um outro tema bastante divergente do anterior, como: "Infelizmente constatamos que o jovem 
não só não se interessa pela política, mas também desconhece totalmente os mecanismos que conduzem 
ao poder e que determinam os rumos da nação". 
A partir dos exemplos apresentados anteriormente, constatamos que existem as seguintes diferenças 
entre tema e título: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- Agora vamos treinar. Sugerimos cinco temas para os quais você deverá comportítulos (um para 
cada um deles). Lembre-se de que este título deve ser bem menor que o tema dado: 
 
 
Título Tema 
1- E uma referência 
vaga a um assunto. 
1 - E uma afirmação sobre 
deter minado assunto, 
em que se percebe uma 
tomada de posição. 
2 - Ê uma expressão 
mais curta que o tema. 
2 - E uma oração que 
apresenta um começo, 
meio e final. 
3 - Na maioria das 
vezes, não contém um 
verbo. 
3 - Por ser uma oração, 
deve apresentar ao 
menos um verbo. 
 O jovem e a política. 
 
Ultimamente temos notado um enorme 
interesse dos jovens em participar da 
vida política desta nação. 
 
Tema 
Título A cidade e seus problemas. 
 
 
A cidade de São Paulo enfrenta 
atualmente grandes problemas. 
. 
 
Tema 
Título 
 A importância da Península Arábica. 
 
 
Entendemos que a comunidade 
internacional deva preocupar-se com 
os acontecimentos que envolvam a 
Península Arábica, já que grande 
parte do petróleo que o mundo 
consome sai desta região. 
. 
 
Tema 
Título As contradições na era da comunicação. 
A cidade de São Paulo enfrenta 
Vivendo a era da comunicação, o 
homem contemporâneo está cada 
vez mais só. 
 
. 
 
Tema 
Título 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 13 
 
 
a) Alguns segmentos da produção agrícola voltam-se atualmente para o mercado externo, alcançando 
considerável sucesso. 
 
b) Os conflitos que ocorrem entre judeus e algumas nações da Península Arábica contribuem para abalar 
ainda mais a frágil estabilidade daquela região. 
 
 
c) Neste país seria necessário que promovessem a alfabetização de adultos, para que eles se sentissem 
mais integrados à comunidade. 
 
 
d) Os movimentos grevistas são fruto da insatisfação de uma grande parcela de nossos trabalhadores. 
 
 
e) A construção de uma sociedade democrática é dever de todo cidadão brasileiro. 
 
 
2- Neste segundo exercício, você deverá compor temas para os títulos fornecidos. Não se esqueça de 
que eles devem ser orações completas (incluindo ao menos um verbo), nas quais você fará uma 
afirmação, como já foi mostrado anteriormente: 
 
a) O vestibular e o despreparo da maioria dos jovens 
 
b) O trabalho e a realização pessoal 
 
c) A inflação 
 
d) A importância do lazer 
 
e) Nossa nação e a dívida externa 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Quando você estiver sendo avaliado em algum exame em que lhe seja solicitado fazer alguma 
dissertação, o examinador tanto pode fornecer-lhe um título quanto um lema. Se ele lhe fornecer um tema, 
você deverá compor um título; se, por outro lado. ele lhe fornecer um título, você deve imediatamente 
compor um tema. Não se esqueça de que o título é colocado logo na primeira linha de sua redação; deve 
vir sublinhado com um único traço e nele não se devem colocar aspas. Pule duas linhas antes de começar 
sua dissertação. Não se esqueça também de que na folha definitiva você não deve escrever a palavra 
título, isto é, não esclareça o óbvio. Exemplificando: se lhe foi solicitada uma dissertação sobre a inflação, 
não inicie seu trabalho escrevendo "Título: A inflação". Quanto ao tema, veja como desenvolvê-lo nos 
próximos capítulos. 
 
O ESQUEMA BÁSICO DA DISSERTAÇÃO 
Imagine que você queira dissertar sobre o seguinte tema: 
 
 
 
 
 
 
 
Sua primeira providência deve ser copiar este tema em uma folha de rascunho e fazer a pergunta: POR 
QUÊ? 
 Chegando ao terceiro milênio, o 
homem ainda não conseguiu resolver 
graves problemas que preocupam a 
todos. 
 
. 
 
Tema 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 14 
 
 
Ao iniciar sua reflexão sobre o tema proposto e sobre uma possível resposta para a questão, procure 
recordar-se do que já leu ou ouviu a respeito dele. E quase certo que você tenha ao menos uma noção 
acerca de qualquer tema que lhe vier a ser apresentado. 
O ideal, para que sua dissertação explore suficientemente o assunto, é que você obtenha duas ou três 
"respostas" para a questão formulada; estas "respostas" chamam-se argumentos. Vejamos agora que 
argumentos poderíamos encontrar para este tema. Uma possibilidade é pensar que um dos sérios 
problemas que o homem não consegue resolver é o da miséria. Assim, já teríamos o primeiro argumento: 
 
1 Existem populações imersas em completa miséria. 
 
Pensando um pouco mais nos problemas que enfrentamos, poderíamos formular o segundo argumento: 
 
2 A paz é interrompida frequentemente por conflitos internacionais. 
 
Refletindo um pouco mais sobre as questões que afligem a humanidade, logo lembramos do 
desequilíbrio ecológico, que pode ser nosso terceiro argumento: 
 
3 O meio ambiente encontra-se ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 
 
Viu como foi fácil? Os argumentos selecionados são exaustivamente noticiados qualquer meio de 
comunicação. 
Dessa maneira, obtemos o seguinte quadro: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Você pode encontrar outros argumentos além destes apresentados acima que justifiquem a afirmação 
proposta pelo tema. A única exigência é que eles se relacionem com o assunto sobre o qual está 
escrevendo. 
Uma vez estabelecido o tema e os três argumentos, você já dispõe do necessário para, agora, na folha 
definitiva, começar a redigir sua dissertação. Ela deverá constar de três partes fundamentais: Introdução, 
Desenvolvimento e Conclusão. 
Vamos agora redigir o primeiro parágrafo, ou seja, a Introdução, baseando-nos no quadro acima. Para 
compô-la, basta que você copie o tema e a ele acrescente os três argumentos, assim como aparecem no 
quadro. Veja como poderia ser: 
 
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que preocupam 
TEMA a todos, pois ARGUMENTO 1 existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida 
frequentemente ARGUMENTO 2 por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se 
ARGUMENTO 3 ameaçado por sério desequilíbrio ecológico. 
 
Observe que, na Introdução, os argumentos são apenas mencionados. Neste primeiro parágrafo 
informamos o assunto de que a dissertação vai tratar; cada argumento será convenientemente 
desenvolvido nos parágrafos seguintes. Repare nas palavras pois e além do mais, colocadas neste texto 
para ligar as diferentes partes da Introdução. São elas que reúnem o tema aos argumentos. Depois de 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 15 
 
 
terminado o parágrafo da Introdução, você poderá passar ao Desenvolvimento, explicando cada um dos 
argumentos expostos acima. 
Assim, no próximo parágrafo, escreva tudo o que souber sobre o fato de existirem populações 
miseráveis. 
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis — estas, mal distribuídas, quer entre Estados, 
quer entre indivíduos —, encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do 
Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos, com tristeza, a falência da solidariedade 
humana e da colaboração entre as nações. 
Como você pode perceber, convém, vez por outra, lançar mão de certos exemplos para comprovar suas 
afirmações. 
No parágrafo seguinte desenvolve-se o segundo argumento: 
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos 
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da 
Coréia, as quais provocaramgrande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga 
Iugoslávia, em alguns países membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra 
do Golfo, que tanta apreensão nos causou. 
Note a presença da expressão Além disso no início do parágrafo, que estabelece a ligação com o 
parágrafo anterior. Ela deve ser colocada para evidenciar o fato de que os parágrafos se relacionam entre 
si. 
Falemos agora do terceiro argumento: 
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de 
alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes 
contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local 
inabitável. 
Observe a expressão Outra preocupação constante, colocada no início deste parágrafo. Ela é o 
elemento de ligação com o parágrafo anterior do Desenvolvimento. Estabelece a conexão entre os 
argumentos apresentados. 
Para que sua dissertação fique completa, falta apenas elaborar um último parágrafo que se denomina 
Conclusão. Para isso, é preciso que analisemos suas partes constitutivas. 
A Conclusão pode iniciar-se com uma expressão que remeta ao que foi dito nos parágrafos anteriores 
(expressão inicial). A ela deve seguir-se uma reafirmação do tema proposto no início da redação. No final 
do parágrafo, é interessante colocar uma observação, fazendo um comentário sobre os fatos mencionados 
ao longo da dissertação. 
Com base nessa orientação, já podemos redigir o parágrafo final, ou seja, a Conclusão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Em virtude dos fatos mencionados, somos 
 expressão inicial 
levados a acreditar que o homem está muito 
 
longe de solucionar os graves problemas que 
 
afligem diretamente uma grande parcela da 
 
humanidade e indiretamente a qualquer 
 reafirmação do tema 
 pessoa consciente e solidária. É desejo de 
 
todos nós que algo seja feito no sentido de conter 
essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as 
adversidades e construir um mundo que, por ser justo e 
pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações 
vindouras. 
 Observação final 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 16 
 
 
 
OBSERVAÇÃO: 
 
Caso você deseje, é possível que a Conclusão seja formada apenas pelo final, dispensando o início, 
constituído pela expressão inicial e reafirmação < eles atuam apenas como reforço, como ênfase ao 
problema abordado. 
Agora, reunindo todos os parágrafos escritos, temos a dissertação completa, da de um título: 
 
Terra: uma preocupação constante 
 
Chegando ao terceiro milênio, o homem ainda não conseguiu resolver graves problemas que 
preocupam a todos, pois existem populações imersas em completa miséria, a paz é interrompida 
frequentemente por conflitos internacionais e, além do mais, o meio ambiente encontra-se ameaçado por 
sério desequilíbrio ecológico. 
Embora o planeta disponha de riquezas incalculáveis — estas, mal distribuídas, quer entre Estados, 
quer entre indivíduos — encontramos legiões de famintos em pontos específicos da Terra. Nos países do 
Terceiro Mundo, sobretudo em certas regiões da África, vemos, com tristeza, a falência da solidariedade 
humana e da colaboração entre as nações. 
Além disso, nestas últimas décadas, temos assistido, com certa preocupação, aos inúmeros conflitos 
internacionais que se sucedem. Muitos trazem na memória a triste lembrança das guerras do Vietnã e da 
Coréia, as quais provocaram grande extermínio. Em nossos dias, testemunhamos conflitos na antiga 
Iugoslávia, em alguns países membros da Comunidade dos Estados Independentes, sem falar da Guerra 
do Golfo, que tanta apreensão nos causou. 
Outra preocupação constante é o desequilíbrio ecológico, provocado pela ambição desmedida de 
alguns, que promovem desmatamentos desordenados e poluem as águas dos rios. Tais atitudes 
contribuem para que o meio ambiente, em virtude de tantas agressões, acabe por se transformar em local 
inabitável. 
Em virtude dos fatos mencionados, somos levados a acreditar que o homem está muito longe de 
solucionar os grandes problemas que afligem diretamente uma grande parcela da humanidade e 
indiretamente a qualquer pessoa consciente e solidária. É desejo de todos nós que algo seja feito no 
sentido de conter essas forças ameaçadoras, para podermos suportar as adversidades e construir um 
mundo que, por ser justo e pacífico, será mais facilmente habitado pelas gerações vindouras. 
 
Caso você deseje fazer uma dissertação um pouco menor, basta usar dois argumentos em vez de três. 
 
 
Resumindo todos os procedimentos que utilizamos para construir essa dissertação, chegamos a este 
esquema: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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O esquema acima pode ser utilizado para redigir qualquer dissertação. Ele lhe será útil para que você 
possa estruturar satisfatoriamente os argumentos; garantirá ainda organização e coerência à sua 
composição. Observando essas orientações, você usará o número de parágrafos adequado, certificando-
se de que cada um deles corresponda a uma nova ideia e de que, sobretudo, os diferentes parágrafos 
evidenciem as partes componentes de sua dissertação. 
Não se esqueça do seguinte: este é apenas um dos modelos de dissertação que iremos apresentar ao 
longo do livro. Ê, no entanto, o mais geral e pode ser usado para desenvolver qualquer tema dissertativo. 
 
 
EXERCÍCIOS 
 
1- Faça agora um exercício para que você possa perceber se compreendeu bem o modelo de dissertação 
acima. Agora você verá uma outra composição que foi escrita com base nesse esquema. Leia a redação A 
qualidade de vida na cidade e no campo e: 
 
a) indique quais são os parágrafos da Introdução, Desenvolvimento e Conclusão; 
 
b) no primeiro parágrafo, aponte o tema; transcreva os argumentos 1, 2 e 3; 
 
c) assinale em que parágrafo está o desenvolvimento do argumento 1; 
 
d) aponte o parágrafo em que está desenvolvido o argumento 2; 
 
e) localize o parágrafo no qual se encontra o desenvolvimento do argumento 3; 
 
f) no último parágrafo, aponte: a expressão inicial; o trecho onde se encontra a reafirmação do terna; e, 
por fim, a observação final. 
 
 
A PERSUASÃO 
 
Fedro 
[...] 
"Sócrates: - Visto que a força da eloquência consiste na capacidade de guiar as almas, aquele 
que deseja tornar-se orador deve necessariamente saber quantas formas existem na alma. Elas 
são em certo número e têm as suas respectivas qualidades. É por isso que os homens têm 
caracteres diferentes. Depois de classificar as almas desse modo, deverá distinguir, também, cada 
espécie de discurso em suas diferentes qualidades. Desse modo há homens que serão 
persuadidos por certos discursos enquanto que os mesmos argumentos serão de fraca ação na 
alma de outros. É mister que o orador que aprofundou suficientemente os seus conhecimentos seja 
capaz de discernir rapidamente na prática da vida o momento exato em que é azado usar uma ou 
outra forma de argumentação. [...] Quando estiver apto a dizer por que espécie de discurso pode-se 
levar a persuasão às mais diferentes almas, quando, posto à frente de um indivíduo, ele souber ler 
no seu coração. [...] Quando souber aplicar a esse homem o discurso apropriado, quando possuir 
todos essesconhecimentos, quando souber distinguir as ocasiões em que deve calar-se ou falar, 
quando souber empregar ou evitar o estilo conciso ou despertar com amplificações grandiosas e 
dramáticas a paixão, só então a sua arte será consumada" 
PLATÃO. Diálogos I: Ménon, Banquete, Fedro. Rio de Janeiro: Ediouro, 1999. 
 
A construção de um texto persuasivo 
 
Quando expressamos nosso ponto de vista, procuramos a adesão de nosso interlocutor. Assim, não 
basta organizar logicamente nossas ideias; temos de fazer muito mais do que isso: temos de pensar no 
processo comunicativo como um todo. Processo comunicativo? Sim, mais uma vez, a observação de 
elementos como a situação, o meio e, especialmente, o interlocutor vai determinar a configuração de 
nosso texto. Um produtor de textos eficiente tem de saber adequar seus textos segundo as variáveis do 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 18 
 
 
processo comunicativo; um produtor de textos argumentativos cujo objetivo é atingir seu interlocutor, 
leitor/ouvinte de seu texto, não pode deixar de considerar as características do outro. 
Como já sabemos, o produtor de um texto argumentativo procura expor ao leitor/ouvinte, seu 
interlocutor, uma determinada posição ou mesmo levantar elementos para uma possível análise ou 
reflexão. Para tanto, trabalha com uma relação lógica de argumentos, que fundamentam e solidificam sua 
tese ou posição final. Mas será que isso é suficiente? 
Um texto argumentativo tem de ter mais do que ideias logicamente encadeadas; tem de atrair o leitor, 
cativá-lo e transmitir-lhe convicção. Aí entra em cena a persuasão: o enunciador deve construir um texto 
sedutor a partir da manipulação adequada dos recursos linguísticos. Estratégico? Pois é, o texto 
argumentativo é estratégico e sedutor. Afinal, a intenção é ganhar a adesão do outro, que o outro nos 
ouça/leia e se identifique com nossa posição (ou, ao menos, a considere!). 
A persuasão, então, está por trás de todo bom texto argumentativo. Para que ela seja efetiva, é 
fundamental observar principalmente as características do interlocutor-alvo e da situação comunicativa em 
que acontecerá a interação. Após essa análise e em função desses fatores, trabalham-se as ideias e os 
recursos estruturais da língua. 
 
EXERCÍCIO 
 
Leia a seguinte tirinha: 
 
 
Responda: 
 
a) Jon foi persuasivo? Por quê? 
b) Haveria uma maneira mais persuasiva de Jon se expressar? 
 
 
PRATICANDO 
 
Texto para as questões de 1 a 3. 
 
O mundo para todos 
 
Durante debate recente, nos Estados Unidos, fui questionado sobre o que pensava da 
internacionalização da Amazônia. O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um 
humanista e não de um brasileiro. Foi a primeira vez que um debatedor determinou a ótica humanista como 
o ponto de partida para uma resposta minha. 
De fato, como brasileiro, eu simplesmente falaria contra a internacionalização da Amazônia. Por mais 
que nossos governos não tenham o devido cuidado com esse patrimônio, ele é nosso. Respondi que, como 
humanista, sentindo o risco da degradação ambiental que sofre a Amazônia, podia imaginar a sua 
internacionalização, como também de tudo o mais que tem importância para a Humanidade. Se a 
Amazônia, sob uma ótica humanista, deve ser internacionalizada, internacionalizemos também as reservas 
de petróleo do mundo inteiro. O petróleo é tão importante para o bem-estar da humanidade quanto a 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 19 
 
 
Amazônia para o nosso futuro. Apesar disso, os donos das reservas sentem-se no direito de aumentar ou 
diminuir a extração de petróleo e subir ou não o seu preço. Os ricos do mundo, no direito de queimar esse 
imenso patrimônio da Humanidade. 
Da mesma forma, o capital financeiro dos países ricos deveria ser internacionalizado. Se a Amazônia é 
uma reserva para todos os seres humanos, ela não pode ser queimada pela vontade de um dono, ou de um 
país. Queimar a Amazônia é tão grave quanto o desemprego provocado pelas decisões arbitrárias dos 
especuladores globais. Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros 
na volúpia da especulação. 
Antes mesmo da Amazônia, eu gostaria de ver a internacionalização de todos os grandes museus do 
mundo. O Louvre não deve pertencer apenas à França. Cada museu do mundo é guardião das mais belas 
peças produzidas pelo gênio humano. Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio 
natural amazônico, seja manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país. Não faz 
muito, um milionário japonês decidiu enterrar com ele um quadro de um grande mestre. Antes disso, aquele 
quadro deveria ter sido internacionalizado. 
Durante o encontro em que recebi a pergunta, as Nações Unidas reuniam o Fórum do Milênio, mas 
alguns presidentes de países tiveram dificuldades em comparecer por constrangimentos na fronteira dos 
EUA. Por isso, eu disse que Nova York, como sede das Nações Unidas, deveria ser internacionalizada. Pelo 
menos Manhatan deveria pertencer a toda a Humanidade. Assim como Paris, Veneza, Roma, Londres, Rio 
de Janeiro, Brasília, Recife, cada cidade, com sua beleza específica, sua história do mundo, deveria 
pertencer ao mundo inteiro. 
Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, 
internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA. Até porque eles já demonstraram que são 
capazes de usar essas armas, provocando uma destruição milhares de vezes maior do que as lamentáveis 
queimadas feitas nas florestas do Brasil. Nos seus debates, os atuais candidatos à presidência dos EUA têm 
defendido a ideia de internacionalizar as reservas florestais do mundo em troca da dívida. Comecemos 
usando essa dívida para garantir que cada criança do mundo tenha possibilidade de ir à escola. 
Internacionalizemos as crianças tratando-as, todas elas, não importando o país onde nasceram, como 
patrimônio que merece cuidados do mundo inteiro. Ainda mais do que merece a Amazônia. 
Quando os dirigentes tratarem as crianças pobres do mundo como um patrimônio da Humanidade, eles 
não deixarão que elas trabalhem quando deveriam estudar; que morram quando deveriam viver. Como 
humanista, aceito defender a internacionalização do mundo. Mas, enquanto o mundo me tratar como 
brasileiro, lutarei para que a Amazônia seja nossa. Só nossa. 
BUARQUE, Cristovam. In: O Globo, 23 out. 2000. 
 
1- (UERJ) Cristovam Buarque, ao revelar os interesses ocultos na defesa da internacionalização da 
Amazônia, utiliza um recurso argumentativo conhecido como "redução ao absurdo". Esse recurso consiste 
na aceitação inicial de uma proposição para dela extrair decorrências absurdas ou inaceitáveis. 
O trecho que melhor exemplifica o uso deste recurso, em relação à proposta de internacionalização, é: 
 
a) "Não podemos deixar que as reservas financeiras sirvam para queimar países inteiros na volúpia da 
especulação." 
b) "Cada museu do mundo é guardião das mais belas peças produzidas pelo gênio humano." 
c) "Não se pode deixar que esse patrimônio cultural, como o patrimônio natural amazônico, seja 
manipulado e destruído pelo gosto de um proprietário ou de um país." 
d) "Se os EUA querem internacionalizar a Amazônia, pelo risco de deixá-la nas mãos de brasileiros, 
internacionalizemos todos os arsenais nucleares dos EUA." 
 
2- (UERJ) No parágrafo de conclusão, o autor responde, de maneira indireta, ao jovem que lhe fez a 
pergunta noprimeiro parágrafo. Essa resposta de Cristovam Buarque, presente no último parágrafo, está 
melhor explicitada em: 
 
a) Internacionalista é antes aquele que defende o patrimônio da Humanidade. 
b) Brasileiro é antes aquele que luta para que a Amazônia seja nossa e só nossa. 
c) Humanista é antes aquele que defende a internacionalização de todo o mundo. 
d) Patriota é antes aquele que luta por todas as pátrias e por todos os seres humanos. 
 
 
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3- (UERJ) O jovem introduziu sua pergunta dizendo que esperava a resposta de um humanista e não de 
um brasileiro. 
O objetivo da fala do jovem, ao solicitar que Cristovam Buarque se comportasse como humanista, está 
corretamente descrito em: 
 
a) ressaltar a inteligência e a cultura patriótica do interlocutor. 
b) fazer um questionamento e um protesto dirigido ao debatedor. 
c) demonstrar consciência e tolerância ante a pluralidade de opiniões. 
d) desvalorizar o ponto de vista e a posição do brasileiro acerca do assunto. 
 
Leia, com atenção, os fragmentos abaixo selecionados, com adaptação, do texto "Literatura e 
subdesenvolvimento", de Antônio Cândido, publicado em A educação pela noite e outros ensaios (São 
Paulo: Ática, 1987, pp. 140-162). 
 
[...] 2 
Se pensarmos nas condições materiais de existência da literatura, o fato básico talvez seja o 
analfabetismo, que nos países de cultura pré-colombiana adiantada é agravado pela pluralidade linguística 
ainda vigente, com as diversas línguas solicitando o seu lugar ao sol. Com efeito, ligam-se ao analfabetismo 
as manifestações de debilidade cultural: falta de meios de comunicação e difusão (editoras, bibliotecas, 
revistas, jornais); inexistência, dispersão e fraqueza dos públicos disponíveis para a literatura, devido ao 
pequeno número de leitores reais (muito menor que o número já reduzido de alfabetizados); impossibilidade 
de especialização dos escritores em suas tarefas literárias, geralmente realizadas como tarefas marginais 
ou mesmo amadorísticas; falta de resistência ou discriminação em face de influências e pressões externas. 
O quadro dessa debilidade se completa por fatores de ordem econômica e política, como os níveis 
insuficientes de remuneração e a anarquia financeira dos governos, articulados com políticas educacionais 
ineptas ou criminosamente desinteressadas. Salvo no tocante aos três países meridionais que formam a 
"América branca" (no dizer dos europeus), tem sido preciso fazer revoluções para alterar as condições de 
analfabetismo predominante, como foi o caso lento e incompleto do México e o caso rápido de Cuba. 
Os traços apontados não se combinam mecanicamente e sempre do mesmo modo, havendo diversas 
possibilidades de dissociação e agrupamento entre eles. O analfabetismo não é sempre razão suficiente 
para explicar a fraqueza de outros setores, embora seja o traço básico do subdesenvolvimento no terreno 
cultural. [...] Nas metrópoles que ainda hoje têm áreas subdesenvolvidas (Espanha e Portugal), a literatura 
foi e continua sendo um bem de consumo restrito, em comparação com os países plenamente desenvolvidos, 
onde os públicos podem ser classificados pelo tipo de leitura que fazem, e tal classificação permite 
comparações com a estratificação de toda a sociedade. Mas tanto na Espanha e em Portugal quanto em 
nossos países cria-se uma condição negativa prévia, o número de alfabetizados, isto é, os que podem 
eventualmente constituir os leitores das obras. Esta circunstância faz com que os países latino-americanos 
estejam mais próximos das condições virtuais das antigas metrópoles do que, em relação às suas, os países 
subdesenvolvidos da África e da Ásia, que falam idiomas diferentes dos falados pelo colonizador e 
enfrentam o grave problema de escolher o idioma em que deve manifestar-se a criação literária. [...] 
Isto é dito para mostrar que são maiores as possibilidades de comunicação do escritor latino-
americano no quadro do Terceiro Mundo, apesar da situação atual, que reduz muito os seus públicos 
eventuais. No entanto, é também possível imaginar que o escritor latino-americano esteja condenado a ser 
sempre o que tem sido: um produtor de bens culturais para minorias, embora no caso estas não signifiquem 
grupos de boa qualidade estética, mas simplesmente os poucos grupos dispostos a ler. Com efeito, não 
esqueçamos que os modernos recursos audiovisuais podem motivar uma tal mudança nos processos de 
criação e nos meios de comunicação, que quando as grandes massas chegarem finalmente à instrução, 
quem sabe irão buscar fora do livro os meios de satisfazer as suas necessidades de ficção e poesia. 
Dizendo de outro modo: na maioria dos nossos países há grandes massas ainda fora do alcance da 
literatura erudita, mergulhando numa etapa folclórica de comunicação oral. Quando alfabetizadas e 
absorvidas pelo processo de urbanização, passam para o domínio do rádio, da televisão, da história em 
quadrinhos, constituindo a base de uma cultura de massa. Daí a alfabetização não aumentar 
proporcionalmente o número de leitores da literatura, como a concebemos aqui; mas atirar os 
alfabetizados, junto com os analfabetos, diretamente da fase folclórica para essa espécie de folclore urbano 
 
 
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que é a cultura massificada. No tempo da catequese os missionários coloniais escreviam autos e poemas, em 
língua indígena ou em vernáculo, para tornar acessíveis ao catecúmeno os princípios da religião e da 
civilização metropolitana, por meio de formas literárias consagradas, equivalentes às que se destinavam ao 
homem culto de então. Em nosso tempo, uma catequese às avessas converte rapidamente o homem rural à 
sociedade urbana, por meio de recursos comunicativos que vão até à inculcação subliminar, impondo-lhe 
valores duvidosos e bem diferentes dos que o homem culto busca na arte e na literatura. 
Aliás, este problema é um dos mais graves nos países subdesenvolvidos, pela interferência maciça do 
que se poderia chamar o know-how cultural e dos próprios materiais já elaborados de cultura massificada, 
provenientes dos países desenvolvidos. Por este meio, tais países podem não apenas difundir normalmente 
os seus valores, mas atuar anormalmente através deles para orientar a opinião e a sensibilidade das 
populações subdesenvolvidas no sentido dos seus interesses políticos. É normal, por exemplo, que a imagem 
do herói de far west se difunda, porque, independente dos juízos de valor, é um dos traços da cultura norte-
americana incorporado à sensibilidade média do mundo contemporâneo. Em países de larga imigração 
japonesa, como o Peru e sobretudo o Brasil, está-se difundindo de maneira também normal a imagem do 
samurai, sobretudo por meio do cinema. Mas é anormal que tais imagens sirvam de veículo para inculcar 
nos públicos dos países subdesenvolvidos atitudes e ideias que os identifiquem aos interesses políticos e 
econômicos dos países onde foram elaboradas. Quando pensamos que a maioria dos desenhos animados e 
das histórias em quadrinhos são de copyright norte-americano, e que grande parte da ficção policial e de 
aventura vem da mesma fonte, ou é decalcada nela, é fácil avaliar a ação negativa que podem 
eventualmente exercer, como difusão anormal junto a públicos inermes. 
A este respeito convém assinalar que na literatura erudita o problema das influências pode ter um 
efeito estético bom, ou deplorável; mas só por exceção repercute no comportamentoético ou político das 
massas, pois atinge um número restrito de públicos restritos. Porém, numa civilização massificada, onde 
predominem os meios não-literários, paraliterários ou subliterários, como os citados, tais públicos restritos 
e diferenciados tendem a se uniformizar até o ponto de se confundirem com a massa, que recebe a influência 
em escala imensa. E, o que é mais, por meio de veículos onde o elemento estético se reduz ao mínimo, 
podendo confundir-se de maneira indiscernível com desígnios éticos ou políticos, que, no limite, penetram 
na totalidade das populações. [...] 
 
4- (UFJF-MG) O trecho selecionado do texto "Literatura e subdesenvolvimento", de Antônio Cândido, 
apresenta uma tese sobre a cultura de massa, 
 
a) Identifique a tese. 
 
5 - (UFJF-MG) Leia novamente o fragmento selecionado abaixo, para responder à questão. 
 
[...] Daí a alfabetização não aumentar proporcionalmente o número de leitores da literatura, como a 
concebemos aqui; mas atirar os alfabetizados, junto com os analfabetos, diretamente da fase folclórica para 
essa espécie de folclore urbano que é a cultura massificada. No tempo da catequese os missionários 
coloniais escreviam autos e poemas, em língua indígena ou em vernáculo, para tornar acessíveis ao 
catecúmeno os princípios da religião e da civilização metropolitana, por meio de formas literárias 
consagradas, equivalentes às que se destinavam ao homem culto de então. Em nosso tempo, uma catequese 
às avessas converte rapidamente o homem rural à sociedade urbana, por meio de recursos comunicativos 
que vão até à inculcação subliminar, impondo-lhe valores duvidosos e bem diferentes dos que c homem 
culto busca na arte e na literatura. [...] 
 
a) O autor afirma que o aumento no número de alfabetizados no Brasil não se refletirá, obrigatoriamente, 
no aumento do número de leitores da literatura. Explique, de maneira concisa, uma possível contradição 
na afirmação destacada. 
 
b) Antônio Cândido utiliza o termo "catequese" em dois contextos, conforme destacado no fragmento. 
Explique o significado do termo nos dois contextos. 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 22 
 
 
6- (Enem) Rui Guerra e Chico Buarque de Holanda escreveram uma peça para teatro chamada Calabar, 
pondo em dúvida a reputação de traidor que foi atribuída a Calabar. Pernambucano que ajudou 
decisivamente os holandeses na invasão do Nordeste brasileiro, em 1632. - Calabar traiu o Brasil que 
ainda não existia? Traiu Portugal, nação que explorava a colônia onde Calabar havia nascido? Calabar, 
mulato em uma sociedade escravista e discriminatória, traiu a elite branca? Os textos abaixo referem-se 
também a esta personagem. 
 
Texto l 
 
... dos males que causou à Pátria, a História, a inflexível História, lhe chamará infiel, desertor e traidor, por 
todos os séculos 
Visconde de Porto Seguro. In: SOUZA JÚNIOR, A. Do Recôncavo aos Guararapes. Rio de Janeiro: Bibliex, 1949. 
Texto II 
 
Sertanista experimentado, em 1627 procurava as minas de Belchior Dias com a gente da Casa da Torre; 
ajudara Matias de Albuquerque na defesa do Arraial, onde fora ferido, e desertara em consequência de 
vários crimes praticados... [os crimes referidos são o de contrabando e roubo]. 
CALMON, P. História do Brasil. Rio delanetro: José Olympio, 1959. 
 
Pode-se afirmar que: 
 
a) a peça e os textos abordam a temática de maneira parcial e chegam às mesmas conclusões. 
b) a peça e o texto l refletem uma postura tolerante com relação à suposta traição de Calabar, e o texto II 
mostra uma posição contrária à atitude de Calabar. 
c) os textos l e II mostram uma postura contrária à atitude de Calabar, e a peça demonstra uma posição 
indiferente em relação ao seu suposto ato de traição. 
d) a peça e o texto II são neutros com relação à suposta traição de Calabar, ao contrário do texto l, que 
condena a atitude de Calabar. 
e) a peça questiona a validade da reputação de traidor que o texto l atribui a Calabar, enquanto o texto II 
descreve ações positivas e negativas dessa personagem. 
 
 
Enem 
 
PROPOSTA DE REDAÇÃO 
 
Uma vez que nos tornamos leitores da palavra, invariavelmente estaremos lendo o mundo sob a 
influência dela, tenhamos consciência disso ou não. A partir de então, mundo e palavra permearão 
constantemente nossa leitura e inevitáveis serão as correlações, de modo intertextual, simbiótico, entre 
realidade e ficção. 
Lemos porque a necessidade de desvendar caracteres, letreiros, números faz com que passemos a 
olhar, a questionar, a buscar decifrar o desconhecido. Antes mesmo de ler a palavra, já lemos o universo 
que nos permeia: um cartaz, uma imagem, um som, um olhar, um gesto. 
São muitas as razões para a leitura. Cada leitor tem a sua maneira de perceber e de atribuir 
significado ao que lê. 
Inajá Martins de Almeida. O ato de ler. Internet: <www.ajnigosdolivro.com.br> (com adaptações). 
 
Minha mãe muito cedo me introduziu aos livros. Embora nos faltassem móveis e roupas, livros não 
poderiam faltar. E estava absolutamente certa. Entrei na universidade e tornei-me escritor. Posso garantir: 
todo escritor é, antes de tudo, um leitor. 
Moacyr Scliar. O poder das letras. In: TAM Magazine, jul./2006, p. 70 (com adaptações). 
 
Existem inúmeros universos coexistindo com o nosso, neste exato instante, e todos bem perto de nós. 
Eles são bidimensionais e, em geral, neles imperam o branco e o negro. 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 23 
 
 
Estes universos bidimensionais que nos rodeiam guardam surpresas incríveis e inimagináveis! 
Viajamos instantaneamente aos mais remotos pontos da Terra ou do Universo; ficamos sabendo os segredos 
mais ocultos de vidas humanas e da natureza; atravessamos eras num piscar de olhos; conhecemos 
civilizações desaparecidas e outras que nunca foram vistas por olhos humanos. 
Estou falando dos universos a que chamamos de livros. Por uns poucos reais podemos nos 
transportar a esses universos e sair deles muito mais ricos do que quando entramos. 
Internet: <w\vw.amigosdolivro.com.br> (cotn adaptações). 
 
Considerando que os textos acima têm caráter apenas motivador, redija um texto dissertativo a 
respeito do seguinte tema: 
 
O PODER DE TRANSFORMAÇÃO DA LEITURA 
 
Ao desenvolver o tema proposto, procure utilizar os conhecimentos adquiridos e as reflexões feitas 
ao longo de sua formação. Selecione, organize e relacione argumentos, fatos e opiniões para defender seu 
ponto de vista e suas propostas, sem ferir os direitos humanos. Observações: 
 
• Seu texto deve ser escrito na modalidade padrão da língua portuguesa. 
• O texto não deve ser escrito em forma de poema (versos) ou narração. 
• O texto deve ter, no mínimo, 15 (quinze) linhas escritas. 
 
 
TIPOS DE PARÁGRAFO 
 
Um texto pode estar estruturado por vários parágrafos, de diversos tipos, independentemente do tipo de 
testo em questão. Por exemplo: num texto argumentativo podemos encontrar, além de parágrafos 
tipicamente argumentativos, um parágrafo narrativo, apresentando um argumento; num texto narrativo 
podemos encontrar um parágrafo descritivo, apresentando o cenário onde se desenvolverá a narrativa; 
num texto injuntivo, um parágrafo descritivo no qual se apresentem as características de um objeto ou de 
um serviço... 
Mas também o parágrafo é uma unidade temática e pode ser ele mesmo um texto e não apenas uma 
parte dele. Nesses casos, o parágrafo divide algumas características com o gênero literário conto: 
concisão e condensação,sem deixar de lado os elementos necessários para a sua construção. 
 
O parágrafo argumentativo 
 
Um parágrafo argumentativo estrutura-se em torno de uma ideia tese, normalmente apresentada em 
uma introdução, desenvolvida com o apoio de argumentos e reforçada por uma conclusão de efeito, que 
retoma a ideia tese. 
Via de regra, um parágrafo argumentativo expressa um ponto de vista do produtor do texto que, a partir 
de uma progressão lógica de ideias, tenta persuadir o interlocutor e ganhar a sua adesão. 
Gramaticalmente, para atingir seu objetivo, o produtor muito frequentemente emprega orações 
subordinadas causais (introduzidas pelas conjunções visto que, pois, porque), que apresentam a relação 
causa-consequência, além de orações coordenadas conclusivas (introduzidas pelas conjunções logo, 
portanto, pois), que apresentam uma conclusão resultante de ideias expostas anteriormente. 
 
O parágrafo narrativo 
 
Um parágrafo narrativo, como todo texto narrativo, estrutura-se em torno de um fato e de uma ação (o 
desenrolar do fato), que configuram um episódio. 
Para apresentar a progressão temporal e sequencial de toda ação, o parágrafo deve apresentar as 
informações circunstanciais relativas ao fato (onde? quando? por quê? quem? como?), e se estruturar 
gramaticalmente com o emprego de verbos de ação, formas verbais no pretérito, advérbios de lugar e de 
tempo, orações subordinadas adverbiais etc. 
 
 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 24 
 
 
O parágrafo descritivo 
 
Um parágrafo descritivo apresenta o estado de um ser, de um objeto, de uma paisagem, de uma cena, 
num determinado momento, de uma determinada perspectiva. Não há ação. 
Dessa forma, como em todo texto descritivo, o parágrafo deve apresentar predomínio de frases 
nominais e predicados nominais, formas verbais no presente ou no pretérito imperfeito, adjetivação, 
advérbios de lugar etc. 
 
O parágrafo explicativo 
 
Um parágrafo explicativo tem como objetivo apresentar informações a respeito de alguma coisa, da 
forma mais objetiva possível. Não se trata de defender uma posição, mas de dar a conhecer saberes ou 
conhecimentos tidos como verdadeiros ou aceitos. 
Gramaticalmente, para a elaboração de um parágrafo explicativo, percebe-se o emprego de predicados 
com verbos explicativos (ser, ter, conter, consistir, compreender, indicar, significar, constituir, denominar, 
designar etc.), de sinais de pontuação que introduzem explicações e exemplificações (dois-pontos, 
parênteses, travessões etc.), orações coordenadas explicativas (introduzidas pelas conjunções pois e 
porque), orações subordinadas adjetivas explicativas, reformulações (introduzidas por isto é, ou seja, em 
outras palavras etc.) e comparações (introduzidas por assim, igualmente, como, ao contrário etc.). 
 
ATIVIDADES 
 
Identifique o tipo de parágrafo em cada item: 
 
Flotação 
Onde é usada: rios menores 
Como é: A técnica, patenteada por um brasileiro, efetua a separação físico-química dos poluentes por 
meio de substâncias jogadas na água (sulfato de alumínio e polieletrólito). Essas substâncias têm efeito 
coagulante e fazem as partículas sólidas (sujeira) flutuarem. Para que os fragmentos não afundem, um 
equipamento injeta oxigênio no fundo do rio (aeração). Parte do lodo é desidratado e devolvido à natureza. 
SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Abril, ed.211, mar. 2005. p. 29. 
a) ___________________________________________________________________________________ 
 
O ilógico 
Twiggy, modelo famosa nos anos 60, inaugurou o ideal de magreza exagerada. Vítima de anorexia 
nervosa, não enxergava o que parecia óbvio aos demais. Olhava o corpo esquelético no espelho e 
enxergava-se gorda. 
SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Abril ed.2ll, mar. 2005. p. 31. 
b) ___________________________________________________________________________________ 
 
A peça: Hamlet 
TRAMA: O príncipe da Dinamarca vive feliz, bajulado pelos amigos e pelas damas da corte. Quando 
recebe a visita do fantasma de seu pai, morto poucos dias antes, descobre que o tio - agora casado com 
sua mãe e dono do trono – é o assassino. A traição o deixa atormentado e Hamlet passa a questionar o 
valor da vida. 
SUPERINTERESSANTE. São Paulo: Abril, ed.211, mar. 2005. p. 62. 
c) ___________________________________________________________________________________ 
 
Leia o seguinte parágrafo: 
 
Quanto à ética... 
 
De quem é a responsabilidade pelo que é veiculado e consumido na internet? 
Tendo em vista o que se diz da rede mundial de computadores, como o fato de ser fonte preciosa de 
informação e milagroso meio de comunicação, uma característica pode representar o inferno de uns e o 
paraíso de outros: ela é a terra de ninguém. A impressão que se tem ao navegar pelos inúmeros sites que 
a compõem é que tudo é possível. E nesse "tudo" incluem-se jornalismo em tempo real e comunicação 
 
 
Técnicas de Redação - 3º ano - 2015 25 
 
 
instantânea com aquele amigo que está morando no Japão, mas também conteúdo de mau gosto de todo 
tipo. No momento em que esse universo está ao alcance de um clique, nas mãos de quem fica a ética 
relacionada ao uso que se faz da rede? "Como em qualquer ato ético, trata-se de uma rua de mão dupla", 
afirma o filósofo e professor da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) Roberto Romano. Como 
diria o pensador francês Jean-Paul Sartre: num ato (sobretudo amoroso) são necessários pelo menos dois 
agentes. Para Romano, a preocupação acerca do controle de conteúdo hoje veiculado na internet é 
milenar. Afinal, ele, "sempre que os novos instrumentos de comunicação ampliaram as possibilidades de 
escrever e defensor sem tutelas, ouviu-se o clamor dos autoritários contra eles" O filósofo lista: "Assim 
ocorreu com a poesia, o teatro e u escultura na Grécia antiga e clássica, e em Roma; com a imprensa no 
Renascimento; e com o rádio e a televisão. Sempre temos o coro dos supostos aristocratas do espírito que 
lamentam a 'perda do rigor] tanto no plano ético quanto no especulativo, trazida pelos novos instrumentos". 
O professor defende a prevalência, em meio a prós e contras, da cautela. "Existem crimes na internet 
como existem crimes na mídia, nas universidades, nas igrejas, nas seitas e nos partidos políticos. Não se 
resolve esse ponto castrando a tecnologia e a livre manifestação do pensamento. A pedofilia, a curiosidade 
indiscreta e afoita de respeito ao outro são constituintes da realidade humana e existem muito antes de 
existirem computadores e a rede mundial." 
REVISTA E. São Paulo: SESC, n. 110, jul. 2006. p. 21 
 
a) Trata-se de um parágrafo argumentativo. Justifique a afirmação, destacando: motivação do texto, forma 
de apresentação de argumentos e explicitação da tese. 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
b) Se fosse possível sua divisão em parágrafos, como você a faria? 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
_____________________________________________________________________________________ 
 
3. O parágrafo reproduzido na atividade

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