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Marx Durkheim e Weber

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SOCIOLOGIA GERAL E JURÍDICA
I UNIDADE – PARTE I - TEXTO N( 3
A sociologia de Karl Marx
1- Sobre o autor:
	Karl Marx (1818-1883), é o mais célebre dos clássicos, produziu sua obra mais ou menos na mesma época e um pouco depois de Comte. Filósofo, historiador, economista, militante político, além de sociólogo, sua obra, extremamente polêmica, postulava que a luta de classes promoveria, após o capitalismo, a instalação de uma nova sociedade mais justa – o socialismo – de início, e o comunismo – num estágio mais avançado da humanidade.
	Nasceu na cidade de Trevas na Alemanha. Em 1836 matriculou-se na Universidade de Berlim, doutorando-se em Filosofia. Foi redator da gazeta renana. Mudou-se para Paris em 1842 onde conheceu Frederich Engels. Foi expulso da França em 1845 de onde foi para Bruxelas participar da recém fundada Liga dos Comunistas. Morre em 1883 após intensa vida política e intelectual.
	Marx fez uma leitura crítica da filosofia de Hegel, de quem absorveu e aplicou de modo peculiar o método dialético. Foi influenciado também pelo pensamento socialista francês do século XIX, de Claude Henri, Saint-Simon, Charles Fourier e Pierre Joseph Poudhon.
	Fez uma crítica da obra dos economistas clássicos ingleses em particular Adam Smith e David Ricardo. A obra “Contribuição à crítica da economia política” representa um marco importante na formação da economia política marxista. Foi escrita no período entre agosto de 1858 e janeiro de 1859. 
	Ao contrário dos clássicos que procuravam provar que o sistema de liberdade econômica (capitalismo) constituía a forma mais perfeita de expandir a riqueza nacional, Marx passou a se empenhar na busca das suas leis de movimento, o que o levariam inevitavelmente a impedir a ulterior multiplicação desta riqueza e, portanto, à ruína e a sua substituição por um modo de produção superior.
	Sua proposta era não só contribuir para o desenvolvimento da ciência, mas propor uma ampla transformação política, econômica e social.
	Principais Obras: Manuscritos econômicos filosóficos, 1844; A Ideologia Alemã – 1852; Miséria da Filosofia; Manifesto do Partido Comunista 1848; A luta de classes em França; O capital - 1867; Contribuição à crítica da economia política – 1857.
 As transformações que ocorrem no século XIX, que passam pela emergência de novas fontes energéticas (eletricidade e petróleo) de novos ramos industriais, bem como pela alteração profunda nos processos produtivos, com a introdução de novas máquinas e equipamentos, farão emergir a organização dos trabalhadores em associação e sindicatos, com a eclosão de movimentos voltados para a transformação radical da sociedade capitalista. Esse conjunto de mudanças exigirá que se desenvolva um pensamento capaz não só de explicar o que está ocorrendo, mas também de definir as possibilidades de intervenção nessa realidade.
 A tradição socialista, nascida da luta dos trabalhadores em vários momentos, tem como expressão intelectual de maior peso o pensador alemão Karl Marx (1818-1883), que, juntamente com Friedrich Engels (1820-1895), procurará estudar a sociedade capitalista a partir de seus princípios constitutivos e de seu desenvolvimento, tendo como objetivo dotar a classe trabalhadora de uma análise da sociedade de seu tempo.
 Marx não tem nenhuma preocupação em definir uma ciência específica para estudar a sociedade (como a Sociologia, para Comte). A sociedade para ele deve ser analisada na sua totalidade, não havendo separação entre os aspectos sociais, econômicos, políticos, ideológicos, religiosos, etc. Também não se preocupa em situar seu trabalho em uma ciência determinada.
 Para compreender os elementos fundamentais do pensamento de Marx, torna-se necessário fazer a conexão entre os interesses da classe trabalhadora, suas aspirações e as idéias revolucionárias correntes na Europa do século XIX. Assim, o conhecimento científico da realidade só tem sentido se tiver como meta à transformação dessa mesma realidade. A separação entre teoria e prática é algo que não se coloca, uma vez que a verdade histórica não é uma abstração, possível de se definir apenas teoricamente; a sua verificação está na ação, isto é, na prática.
2- Principais idéias:
 O objetivo maior de Marx não era elaborar uma teoria geral sobre a sociedade, e sim estudar a sociedade de seu tempo – a sociedade capitalista. Auguste Comte tinha desenvolvido uma teoria daquilo que ele chamava de sociedade industrial, isto é, das principais características de todas as sociedades modernas. No pensamento de Comte havia uma oposição essencial entre as sociedades do passado, feudais, militares e teológicas, e as sociedades modernas, industriais e científicas. Incontestavelmente Marx também considera que as sociedades modernas são industriais e científicas, em oposição às sociedades militares e teológicas. Porém, em vez de pôr no centro da sua interpretação a antinomia entre as sociedades do passado e a sociedade presente, Marx focaliza a contradição que lhe parece inerente à sociedade moderna, que ele chama capitalismo.
	Enquanto no positivismo os conflitos entre trabalhadores e empresários são fenômenos marginais, imperfeições da sociedade industrial cuja correção é relativamente fácil, para Marx esses conflitos entre operários e empresários ou, entre proletariado e capitalistas são o fato mais importante das sociedades modernas, o que revela a natureza essencial dessas sociedades, ao mesmo tempo que permite prever o desenvolvimento histórico. É central na contribuição de Marx para o estudo da sociedade, a sua teoria do materialismo histórico. O materialismo histórico é um sistema teórico de compreensão da realidade social. Marx centrou sua análise nas condições econômicas da vida das classes em que se divide a sociedade burguesa. 
	A sua investigação mostrou que tanto as relações jurídicas como as formas de estado não podem ser compreendidas por si mesma nem pela chamada evolução geral do espírito humano, mas se baseiam, ao contrário, nas condições materiais da vida. Ele disse que “na produção social de sua vida, os homens constroem determinadas relações necessárias independentes da sua vontade, relações de produção que correspondem a uma determinada fase de desenvolvimento das suas forças produtivas materiais. O conjunto dessas relações de produção forma a estrutura econômica da sociedade, a base real sobre a qual levanta a superestrutura jurídicas e políticas e a que correspondem determinadas formas de consciência social. O modo de produção da vida material condiciona o processo da vida social, política e espiritual em geral”. 
	Em outras palavras, para viver os homens têm de, inicialmente, transformar a natureza, ou seja, comer, construir abrigos, fabricar utensílios, etc., sem o que não poderiam existir como seres vivos. Por isso, o estudo de qualquer sociedade deveria partir justamente das relações sociais que os homens estabelecem entre si para utilizar os meios de produção e transformar a natureza. Essas relações sociais de produção são a base que condiciona todo o resto da sociedade. A produção é a raiz de toda a estrutura social. Na sociedade antiga, por exemplo, a relação social básica era a relação senhor – escravo. Não podemos, segundo ele, entender a política ou a cultura dessa época sem primeiramente estudar essa relação básica que condiciona todo o resto da sociedade.
 Segundo Marx, na sociedade capitalista as relações sociais de produção definem dois grandes grupos dentro da sociedade: de um lado, os capitalistas, que são aquelas pessoas que possuem os meios de produção (máquinas, ferramentas, capital, etc.) necessários para transformar a natureza e produzir mercadorias; do outro, os trabalhadores, também chamados, no seu conjunto, de proletariado, aqueles que nada possuem, a não ser o seu corpo e sua disposição para trabalhar. A produção na sociedade capitalista só se realiza porque capitalistas e trabalhadores entram em relação. O capitalista paga ao trabalhador um saláriopara que trabalhe para ele e, no final da produção, fica com o lucro (mais-valia). Esse tipo de relação entre capitalista e trabalhador leva à exploração do trabalhador pelo capitalista. Por isso, Marx considerava que há um permanente conflito entre essas duas classes - conflito que não é possível resolver dentro da sociedade capitalista.
	Para Marx não é a consciência do homem que determina o seu ser, pelo contrário, é o ser social que determina a sua consciência. Portanto, com um certo grau de desenvolvimento, as forças produtivas chocam-se com as relações de produção existentes, pois as forças produtivas se convertem em obstáculos às relações, gerando assim uma situação de revolução social. Os homens criam consciência da sua situação no conflito existente e lutam para resolve-lo.
	Ele acreditava que é preciso explicar a consciência pela contradição da vida material no conflito existente entre forças produtivas e relações de produção. As forças produtivas, porém, que se desenvolvem no seio da sociedade burguesa, criam ao mesmo tempo as condições materiais para a solução dessa contradição. 
	Assim, o conceito de classe em Marx estabelece um grupo de indivíduos que ocupam uma mesma posição nas relações de produção em determinada sociedade. A classe a que pertencemos é que condiciona, de maneira decisiva, nossa atuação social. 
	No que diz respeito a método, Marx enfatiza que o pesquisador não deve restringir à descrição da realidade social, mas deve também analisar como essa realidade se produz e se reproduz ao longo da história. Por exemplo, em relação às classes na sociedade capitalista, não basta a descrição das duas classes sociais existentes, é preciso mostrar a maneira como essas classes surgiram na história, como o conflito entre elas se mantém e quais as possibilidades de transformação dessas relações de classe no futuro. Mostrando as possibilidades de transformação da realidade social, o cientista social pode desempenhar um papel político revolucionário, ao tomar o partido da classe trabalhadora. Por isso, para ele, a ciência tem um papel político necessariamente crítico em relação à sociedade capitalista, devendo ser um instrumento não só de compreensão, mas também de transformação da realidade.
 	Marx desenvolve o conceito de alienação mostrando que a industrialização, a propriedade privada e o assalariamento separavam o trabalhador dos meios de produção – ferramentas, matéria-prima, terra e máquina-, que se tornaram propriedade privada do capitalista. Separava também, ou alienava, o trabalhador do fruto do seu trabalho, que também é apropriado pelo capitalista. Essa é a base da alienação econômica do homem sob o capital.
	Politicamente, também o homem se tornou alienado, pois o princípio da representatividade, base do liberalismo criou a idéia de Estado como um órgão político imparcial, capaz de representar toda a sociedade e dirigi-la pelo poder delegado pelos indivíduos. Marx mostrou, entretanto, que na sociedade de classe esse Estado representa apenas a classe dominante e age conforme o interesse desta.
 	Com o desenvolvimento do capitalismo, a filosofia, por sua vez, também passou a criar representações do homem e da sociedade. Diz Marx que a divisão social do trabalho fez com que a filosofia se tornasse a atividade de um determinado grupo. Ela é, portanto, parcial e reflete o pensamento desse grupo. Essa parcialidade e o fato de que o Estado se torna legítimo a partir dessas reflexões parciais – como, por exemplo, o liberalismo – transformaram a filosofia em “filosofia do Estado”. Esse comportamento do filósofo e do cientista em face do poder resultou também na alienação do homem.
	Uma vez alienado, separado e mutilado, o homem só pode recuperar sua condição humana pela crítica radical ao sistema econômico, à política e à filosofia que o excluíram da participação efetiva na vida social. Essa crítica radical só se efetiva na práxis, que é a ação política consciente e transformadora.
	Com base nesse princípio, os marxistas vinculam a crítica da sociedade à ação política. Marx propôs não apenas um novo método de abordar e explicar a sociedade, mas também um projeto para a ação sobre ela.
3- Sobre Direito:
	O marxismo não considera o direito como uma categoria ideal, objetiva, normativa ou metafísica, nem mesmo autônoma. Para o marxismo não existe filosofia ou ciência do direito, porque o jurídico não encontra explicação em si mesmo. O direito só pode ser compreendido através da análise da realidade econômico-social de uma coletividade em determinada época da história. O que se chama “normatividade” do direito não passa de um reflexo das condições de vida material da sociedade, uma forma que recobre o conflito que existe em toda sociedade de classes, entre o modo de produção e as forças de produção. A luta de classes é o verdadeiro motor que impulsiona a formação do direito.
	Nesta perspectiva, o direito não evolui nunca, o que evolui é o modo de produção social, não se podendo falar em evolução do direito romano, medieval ou moderno, mas tão somente em sistemas diversos de propriedade: escravidão, servidão, capitalismo. As transformações sociais sempre foram seguidas servilmente pelas transformações do direito. Todas as divergências doutrinárias entre juristas pouco adiantam à humanidade no caminho de uma justiça perfeita, porque esta só será conseguida numa sociedade sem classes, que o proletariado irá instaurar de futuro, e também porque essas discussões não afetam a infra-estrutura social, não passam de ser ideologia de um regime de produção. Não se pode descrever uma história do direito ou fazer direito comparado, porque o direito não é norma, mas apenas relação entre forças de produção antagônicas. O conteúdo do direito nunca é “jurídico”, mas econômico, político ou social. O direito é sempre uma forma desse conteúdo e inexplicável sem ele. É uma forma de opressão socialmente organizada, que se revela com toda clareza nos choques entre classes que pretendem o poder. É uma ideologia da classe dominante, sem nenhum valor transcendental. É a forma de impor a uma sociedade um determinado modo de produção. Não existe justiça que não seja de classe, porque a fonte de todo direito é a vontade da classe dominante. Essa vontade também não é livre, mas submetida ao jogo dialético das forças sociais. Uma classe quando toma o poder, usa da violência para instituir seu direito, mas esse uso não é arbitrário, mas condicionado e determinado por imposições da própria realidade social, e esse direito assim instituído não é obedecido pela maioria por ser mais “justo” que o anterior, mas porque reflete uma nova e mais adiantada acomodação entre as classes sociais. 
	Só há um momento em que o direito representa os interesses de toda a sociedade: é quando a classe revolucionária toma o poder. Mas logo depois da tomada do poder, tanto pela burguesia como pelo proletariado, o direito retoma o seu caráter classista. Só na sociedade socialista é que desaparecerão tanto o direito como o Estado, passando a haver apenas uma administração ou governo das coisas. Direito e Estado surgiram quando a sociedade se dividiu em classes e desaparecerão com a extinção delas.
	 A ditadura do proletariado na revolução socialista, é uma fase transitória que serve ao proletariado para fortalecer o seu domínio, mas como ele irá instituir a sociedade sem classes, não terá mais razão de ser a existência do Direito e do Estado, que sempre serviram de instrumento de exploração de uma classe contra outra, e sendo ele a maioria da nova sociedade, não irá explorar a si mesmo. Não tem sentido a discussão sobre Estado de Política e Estado de Direito na sociedade burguesa, porque nesta todo estado é Estado de Política. Direito e Estado se identificam de forma absoluta, um não sobrevive sem o outro, não há distinção cronológica entre eles. Pode haver sociedade sem Estado, mas este só surge onde existe divisão de classes. Juízes, tribunais, corpos legislativos e métodos de interpretação da lei, não passam de instrumentosda classe dominante, estão a seu serviço, sendo ilusórias todas as chamadas “técnicas jurídicas” de aplicação do direito e todas as “garantias” de permanência no cargo para as pessoas encarregadas de aplicá-lo.
Referências bibliográficas:
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico.(1999) São Paulo, Editora Martins Fontes.
COSTA, Maria Cristina Castilho. (2001) Sociologia, Introdução à ciência da sociedade. São Paulo, Editora Moderna.
OLIVEIRA, Pérsio Santos de.(2001) Introdução à Sociologia. São Paulo, Ática. 
TOMAZI, Nelson D. (2000) Introdução à Sociologia. São Paulo, Editora Atual.
TEXTO N( 4
Durkheim e o surgimento da Sociologia
1- Sobre o autor:
	Durkheim (1858-1917) nasceu em Epinal, na Alsácia, descendente de uma família de rabinos. Iniciou seus estudos filosóficos na Escola Normal Superior de Paris, indo depois para a Alemanha. Lecionou sociologia em Bordéus, primeira cátedra dessa ciência criada na França. Transferiu-se em 1902 para Sorbone, para onde levou inúmeros cientistas, entre eles seu sobrinho Marcel Mauss, reunindo-os num grupo que ficou conhecido como escola sociológica francesa. 
	Suas principais obras foram: Da divisão do trabalho social; As regras do método sociológico; O suicídio; Formas elementares da vida religiosa; Educação e sociologia; Sociologia e filosofia e Lições de sociologia.
	Cada obra de Durkheim é um estudo profundo: o primeiro – A divisão do trabalho social, é sobre sociologia industrial; o segundo – O suicídio, é sobre desvios; o terceiro- As regras do método sociológico, é sobre metodologia, e o quarto- As formas elementares da vida religiosa, sobre a sociologia da religião e do conhecimento. Durkheim é muito lido e comentado e constitui matéria de reflexão para novas gerações de sociólogos que também estão organizando novas coleções de seus escritos. 
A vida coletiva era considerada objeto das ciências sociais, e seu estudo demandava um método positivo, apoiado na observação, indução e experimentação, tal como nas ciências naturais. Ele via na sociologia uma expressão da consciência racional das sociedades modernas. Discordava das teorias socialistas, principalmente quanto a ênfase que eles atribuíam aos fatos econômicos para diagnosticar a crise das sociedades européias. Ele acreditava que a raiz dos problemas do seu tempo não era de natureza econômica, mas sim uma certa fragilidade da moral da época em orientar o comportamento dos indivíduos. 
O positivismo durkheimiano acreditava que a sociedade poderia ser analisada da mesma forma que os fenômenos da natureza. Dispostos a estabelecer a saúde da sociedade, insistia que seria necessário criar novos hábitos e comportamentos no homem moderno, visando ao bom funcionamento da sociedade. Era de fundamental importância nesse sentido, incentivar a moderação dos interesses econômicos, enfatizar a noção de disciplina e de dever, assim como difundir o culto à sociedade, às suas leis e à hierarquia existente. 
	
2- Principais idéias:
Auguste Comte (1798-1857) é tradicionalmente considerado o pai da Sociologia. Foi ele quem pela primeira vez usou essa palavra, em 1839, no seu Curso de Filosofia Positiva. Mas foi com Émile Durkheim (1858-1917) que a Sociologia passou a ser considerada uma ciência e como tal se desenvolveu. Durkheim deve ser considerado o pai da sociologia positivista enquanto disciplina científica. Seu pensamento constitui uma continuidade do positivismo comtiano.
Durkheim formulou as primeiras orientações para a Sociologia e demonstrou que os fatos sociais têm características próprias, que os distingue dos que são estudados pelas outras ciências. Para ele a Sociologia é o estudo dos fatos sociais. 
	Em uma de suas obras fundamentais, As regras do método sociológico, publicada em 1895, Durkheim definiu com clareza o objeto da sociologia – os fatos sociais, e o método - a observação e a experimentação indireta, em outros termos, o método comparativo.
A sociologia pode ser definida como a ciência das instituições, da sua gênese, de toda crença, todo o comportamento instituído pela coletividade. São os chamados fatos sociais que constituem o objeto próprio dessa esfera do conhecimento. Definiu fato social como sendo toda maneira de agir, fixa ou não, susceptível de exercer sobre o indivíduo uma coerção exterior, uma extensão da sociedade, apresentado existência própria, independente das vontades individuais, são também maneiras de agir e pensar, dotadas de um poder de coerção em virtude do qual se lhe impõem. 
	Assim, distingue três características dos fatos sociais. A primeira delas é a coerção social, ou seja, a força que os fatos exercem sobre os indivíduos, levando-os a conformar-se às regras da sociedade em que vivem, independentemente de sua vontade e escolha. Essa força se manifesta quando o indivíduo adota um determinado idioma, quando se submete a um determinado tipo de formação familiar ou quando está subordinado a determinado código de leis. Um crime, por exemplo, é reconhecido como tal porque é de conhecimento coletivo que todo crime suscita uma sanção, que deve ser punido pelas regras que a sociedade estabelece (no caso, pelas leis jurídicas). A lei estabelece punição porque o crime fere a consciência coletiva, contradiz as convicções mais vivas e profundamente compartilhadas. No entanto, o crime não é uma aberração. Se existem regras sociais que prevêem o que será e o que não será crime é porque o crime é algo normal. O crime, portanto, é um fato social, assim como a lei que prevê sua punição. São fatos sociais não só porque são normais, mas porque são percebidos como fatos sociais pelos membros da sociedade: e porque exercem alguma pressão sobre os indivíduos, alguma coerção, alguma obrigatoriedade.
O grau de coerção dos fatos sociais se torna evidente pelas sanções a que o indivíduo estará sujeito quando tenta se rebelar contra elas. As sanções podem ser legais ou espontâneas. Legais são as sanções prescritas pela sociedade, sob a forma de leis, nas quais se estabelece a infração e a penalidade subseqüente. Espontâneas seriam as que aflorariam como decorrência de uma conduta não adaptada à estrutura do grupo ou da sociedade à qual o indivíduo pertence. 
Do mesmo modo, uma ofensa a um grupo social pode não ter penalidade prevista por lei, mas o grupo pode espontaneamente reagir penalizando o agressor. A reação negativa a certa forma de comportamento é, muitas vezes, mais intimidadora do que a lei. Jogar lixo no chão ou fumar em espaços particulares – mesmo quando não proibidos por lei nem reprimidos por penalidade explícita – são comportamentos inibidos pela reação espontânea dos grupos que a isso se opuserem.
A educação – entendida de forma geral, ou seja, a educação formal e a informal – desempenha, segundo Durkheim, uma importante tarefa nessa conformação dos indivíduos à sociedade em que vivem, a ponto de, após algum tempo, as regras estarem internalizadas e transformadas em hábitos. O uso de uma determinada língua ou o predomínio no uso da mão direita são internalizados no indivíduo que passa a agir assim sem sequer pensar a respeito.
A segunda característica dos fatos sociais é que eles existem e atuam sobre os indivíduos independentemente de sua vontade ou de sua adesão consciente, ou seja, são exteriores aos indivíduos. As regras sociais, os costumes, as leis, já existem antes do nascimento das pessoas, são a elas impostos por mecanismos de coerção social, como a educação. Portanto, os fatos sociais são ao mesmo tempo coercitivos e dotados de existência exterior às consciências individuais.
A terceira característica apontada por Durkheim é a generalidade. É social todo fato que é geral, que se repete em todos os indivíduos ou, pelo menos, na maioria deles. Por essa generalidade, os fatos sociais manifestam sua natureza coletiva ou um estado comum ao grupo, com as formas de habitação, de comunicação, os sentimentos e a moral.
3- Sobre metodologia - A objetividade do fato social
	Uma vez identificados e caracterizadosos fatos sociais, Durkheim procurou definir o método de conhecimento da sociologia. Para ele, como para os positivistas de maneira geral, a explicação científica exige que o pesquisador mantenha certa distância e neutralidade em relação aos fatos, resguardando a objetividade de sua análise.
Além disso, é preciso, segundo Durkheim, que o sociólogo deixe de lado suas prenoções, isto é, seus valores e sentimentos pessoais em relação ao acontecimento a ser estudado, pois nada têm de científico e podem distorcer a realidade dos fatos. Essa postura exige o não-envolvimento afetivo ou de qualquer outra espécie entre o cientista e seu objeto. A neutralidade exige também a não-interferência do cientista no fato observado. Assim Durkheim imagina que, ao estudar, por exemplo, uma briga entre gangues, o cientista não deve envolver-se nem permitir que seus valores interferissem na objetividade de sua análise. Para ele, o trabalho científico exigia, portanto, a eliminação de quaisquer traços de subjetividade, além de uma atitude de distanciamento.
Procurando garantir à sociologia um método tão eficiente quanto o desenvolvido pelas ciências naturais, Durkheim aconselha o sociólogo a encarar os fatos sociais como coisas, isto é, objetos que, lhe sendo exteriores, deveriam ser medidos, observados e comparados independentemente do que os indivíduos envolvidos pensassem ou declarassem a seu respeito. Tais formulações seriam apenas opiniões, juízos de valor individuais que podem servir de indicadores dos fatos sociais, mas mascaram as leis de organização social, cuja racionalidade só é acessível ao cientista.
Imbuído dos princípios positivistas, Durkheim queria com esse rigor, à maneira do método que garantia o sucesso das ciências exatas, definir a sociologia como ciência, rompendo com as idéias e o senso comum – “achismos” – que interpretavam de maneira vulgar a realidade social.
Para apoderar-se dos fatos sociais, o cientista deve identificar, dentre os acontecimentos gerais e repetitivos, aqueles que apresentam características exteriores comuns. Assim, por exemplo, o conjunto de atos que suscitam na sociedade reações concretas classificadas como “penalidades” constituem os fatos sociais identificados como “crime”. Vemos que os fenômenos devem ser sempre considerados em suas manifestações coletivas, distinguindo-se dos acontecimentos individuais ou acidentais. A generalidade distingue o essencial do fortuito e especifica a natureza sociológica dos fenômenos.
O suicídio, amplamente estudado por Durkheim, constituía-se, nesse sentido, em fato social por corresponder a todas essas características: é geral, existindo em todas as sociedades; e, embora sendo fortuito e resultando de razões particulares, apresenta em todas elas certa regularidade, recrudesce ou diminui de intensidade em certas condições históricas, expressando assim sua natureza social.
	Desde Comte a sociologia tem um objeto que permanece indeterminado: a sociedade, mas a sociedade não existe. A concepção da sociologia de Durkheim se baseia em uma teoria do fato social. Seu objetivo é demonstrar que pode e deve existir uma sociologia objetiva e científica, conforme o modelo das outras ciências, tendo por objeto o fato social. Para que haja tal sociologia, duas coisas são necessárias: que seu objeto seja específico, distinguindo-se do objeto das outras ciências, e que possa ser observado e explicado de modo semelhante ao que acontece com os fatos observados e explicados pelas outras ciências. Essa dupla exigência leva às duas célebres fórmulas com que se costuma resumir o pensamento de Durkheim: é preciso considerar os fatos sociais como coisas; a característica do fato social é que ele exerce uma coerção sobre os indivíduos. 
	A função da sociologia seria detectar e buscar soluções para os problemas sociais, restaurando a normalidade social e se convertendo dessa forma numa técnica de controle social e de manutenção do poder vigente. O papel do sociólogo é nesse sentido, conhecer, classificar a realidade e não tentar mudar.
A obra de Durkheim marca a etapa mais decisiva na consolidação acadêmica da sociologia. Sua maior qualidade talvez seja a prioridade do social na explicação da realidade natural, física e mental em que vive o homem. Podemos encontrar lacunas na obra de Durkheim, como por exemplo, a ausência das classes sociais e a ausência da pesquisa de campo.
4- Sobre Direito
	Durkheim atribui ao direito um papel primordial na engrenagem da vida social. Segundo ele “o símbolo visível na solidariedade social é o direito”. Diz também que a vida geral da sociedade só se desenvolve junto com o direito. Definiu o direito como “regras de sanções organizadas”.
 Referências bibliográficas:
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico.(1999) São Paulo, Editora Martins Fontes.
COSTA, Maria Cristina Castilho. (2001) Sociologia, Introdução à ciência da sociedade. São Paulo, Editora Moderna.
TOMAZI, Nelson D. (2000) Introdução à Sociologia. São Paulo, Editora Atual.
TEXTO N( 5
Weber e a Sociologia Compreensiva
1- Sobre o autor:
 Max Weber (1864-1920) nasceu na cidade de Eufurt (Alemanha), numa família de burgueses liberais. Desenvolveu estudos de direito, filosofia, história e sociologia, constantemente interrompidos por uma doença que o acompanhou por toda a vida. Iniciou a carreira de professor em Berlim e, em 1895, foi catedrático na Universidade de Heidelberg. Manteve contato permanente com intelectuais de sua época, como Simmel Sombart, Tonnies e Georg Luckács. Na política, defendeu ardorosamente seus pontos de vista liberais e parlamentaristas e participou da comissão redatora da Constituição da República de Weimar. Sua maior influência nos ramos especializados da sociologia foi no estudo das religiões, estabelecendo relações entre formações políticas e crenças religiosas. 
 Suas principais obras foram: Artigos reunidos de teoria da ciência; Economia e sociedade e A ética protestante e o espírito do capitalismo.
 Weber foi influenciado pela fenomenologia de Edmund Hussel e William Dilthey, eaborou um sistema ao qual se tem chamado de abordagem compreensiva, sociologia compreensiva, ou teoria da ação social. Suas idéias estão apresentadas, no campo de estudo da mente humana, com a chamada psicologia humana. Weber superou o determinismo do século XIX, na qual o homem seria movido por forças externas à sua vontade, e concebeu a pessoa humana como um ser capaz de agir e que não é passivo frente às forças da natureza. Por isso o ponto de partida de sua análise sociológica constituiu no esforço de compreensão do modo pelo qual o ator social agiu e para que fins o fez.
2- Principais idéias:
 Enquanto para Émile Durkheim a ênfase recai na sociedade, para o sociólogo alemão Max Weber (1864-1920) a análise deve centrar-se nos atores e em suas ações.
 Para Weber, a sociedade não é algo exterior e superior aos indivíduos, como para Durkheim. Para ele, a sociedade pode ser compreendida a partir do conjunto das ações individuais reciprocamente referidas. Por isso, ele define como objeto da sociologia a ação social. O que é uma ação social? Para ele é qualquer ação que o indivíduo pratica orientando-se pela ação de outros. Assim toda vez que se estabelecer uma relação significativa, isto é, algum tipo de sentimento entre várias ações sociais, teremos relações sociais. Só existe ação social quando o individuo tenta estabelecer algum tipo de comunicação, a partir de suas ações, com os demais.
 Nem toda ação, desse ponto de vista, será social, mas apenas aquelas que impliquem alguma orientação significativa visando outros indivíduos. Exemplo: imaginemos dois ciclistas que andam na mesma rodovia em sentidos opostos. O simples choque entre eles não é uma ação social. Mas a tentativa de se desviarem um do outro já pode ser considerada uma ação social, uma vez que o ato de desviar-se para um lado já indica para o outro a intenção de evitar o choque, esperandouma ação semelhante como resposta. Estabelece-se, assim, uma relação significativa entre ambos.
 A partir dessa definição, Weber afirma que podemos pensar em diferentes tipos de ação social, agrupando-os de acordo com o modo pelo qual os indivíduos orientam suas ações. Assim, ele estabelece quatro tipos de ação social: Tradicional- aquela determinada por um costume ou um hábito arraigado; Afetiva- aquela determinada por afetos ou estados emocionais; Racional com relação a valores- aquela determinada pela crença consciente num valor considerado importante, independente do êxito desse valor na realidade; Racional com relação a fins- aquela determinada pelo cálculo racional que estabelece fins e organiza os meios necessários.
 Tanto na conceituação da ação social como na definição de seus diferentes tipos, podemos perceber que Weber não analisa as regras e normas sociais como exteriores aos indivíduos. Pelo contrário, as normas e regras sociais são o resultado do conjunto de ações individuais, e os agentes escolhem, o tempo todo, diferentes formas de conduta. As idéias coletivas, como o Estado, o mercado econômico, as religiões, só existem porque muitos indivíduos orientam reciprocamente suas ações num determinado sentido, estabelecem, dessa forma, relações sociais que têm de ser mantidas continuamente pelas ações individuais.
 Conseqüentemente, a concepção de método em Weber também será diferente da concepção de método em Durkheim. Max Weber enfatiza o papel ativo do pesquisador em face da sociedade. Os tipos de ação social propostos por ele, por exemplo, são construções teóricas que servem para tornar compreensíveis certas ações dos agentes sociais. Outros pesquisadores podem apresentar construções teóricas diferentes para explicar formas de ações sociais que não possam ser explicadas pelos modelos propostos por Weber. As construções teóricas de cada cientista dependem, assim, de escolhas pessoais que devem ser feitas visando aos aspectos da realidade que se quer explicar. Desse ponto de vista, portanto, não é possível uma neutralidade total do cientista em relação à sociedade.
3- Sobre metodologia - A sociologia compreensiva:
Foi Max weber quem estabeleceu as bases teórico-metodológicas da Sociologia Compreensiva. Contra os princípios do positivismo ele diz que: “a sociologia exige um ponto de vista específico já que os fatos de que se ocupa implicam um gênero de causação desconhecido das ciências da natureza”.
Sua definição de sociologia passou a ser um marco dentro das ciências sociais: “é uma ciência que se preocupa com a compreensão interpretativa da ação social, para chegar à explicação causal de seu curso e de seus efeitos”.
Weber retoma aqui o tema central das ciências sociais, isto é, a relação entre indivíduo e sociedade, afirmando que os sociólogos necessariamente têm que tratar dos significados subjetivos do ato social. Weber não faz psicologia, ele quer dizer que a sociedade é fruto de uma inter-relação de atores sociais, onde as ações de uns são reciprocamente orientadas em direção às ações dos outros.
Segundo Weber a sociologia requer uma abordagem diferente das ciências da natureza, e isso se consegue através de: - pesquisa empírica a fim de fornecer dados que dêem conta das formulações teóricas; tais dados derivam de algum modo da vida dos atores sociais; -os atores sociais dão significados a seus ambientes sociais de forma extremamente variada; - eles podem descrever, explicar e justificar suas ações que são sempre motivadas por causas tradicionais, sentimentos afetivos ou são racionais.
 Weber introduziu o método interpretativo, colocando como ponto da partida para a análise sociológica – a ação individual. Preocupou-se em separar ciências sociais de ciências naturais. Dado que a matéria das ciências naturais não tem significado, sua metodologia não pode simplesmente ser transferida às ciências sociais onde o problema do significado tem um papel capital. Os fenômenos naturais inertes podem ser explicados satisfatoriamente com argumentos causais, isto é, por outros fenômenos antecedentes. Um esforço extra é necessário, porém para compreender os fenômenos sociais, porque para explica-los é também necessário compreender-lhes os motivos, isto é, as razões que levaram os homens a agir e as metas a que visam. Toda atividade tem um fim – bom ou mal – que não é esclarecido pela explicação. 
 Segundo Weber o método compreensivo é a melhor fórmula possível para a elucidação do significado de uma atividade. Conseqüentemente, quando um fenômeno político, econômico, religioso ou outro foi explicado casualmente (pelos seus antecedentes físicos, biológicos, climatológicos, geográficos ou mesmo psicológicos) ainda resta algo que não é abrangido por essa explicação. Isso acontece porque a atividade humana baseia-se numa vontade, numa capacidade, portanto, de previsão ou resistência, que nos leva além das simples condições materiais. O homem não age simplesmente sob o efeito de um estímulo mecânico, mas porque quer alguma coisa por certas razões. Têm motivos.Tudo isso evita a causalidade simples. Assim a tarefa do método compreensivo é preencher as lacunas deixadas pela simples explicação das questões relativas às relações humanas. Assim, Weber trabalha com o princípio da multiplicidade causal, ou seja, várias causas para um mesmo fenômeno. 
 Weber tinha perfeita consciência das fraquezas desse método. Como não é demonstrativo nem experimental, suas provas são sempre mais ou menos incertas. Dá origem a uma interpretação, o que significa ser baseado em avaliação que exigem conferências, comparações, observação logicamente informadas, e o que ele chama de referência a valores. Trata-se, portanto, de uma questão de procedimentos anteriormente testados. 
 No domínio das ciências sociais não há causalidade rigorosa: ela depende da avaliação do pesquisador e de uma documentação mais ou menos (boa) de suas informações. Um ignorante e um especialista estabelecerão diferentes relações causais. Não é impossível que ambos estejam errados, pois a ciência não é o juízo universal. 
Orientado pelo debate com os materialistas, Weber buscou o nascedouro da ética protestante, o que lhe permitiu argumentar contra as determinações materialistas defendidas por Marx. Ele observou que para um modo de vida tão bem adaptado às peculiaridades do capitalismo pudesse vir a dominar os outros, ele teve de se originar em alguma parte e não pareceu em indivíduos isolados, mas como um modo de vida comum a grupos inteiros de homens. 
Diferentemente de Durkheim, o cientista para Weber também é guiado por suas preocupações com os problemas sociais, sendo-lhe impossível descartar-se de suas prenoções. Os fatos sociais não são coisas, mas acontecimentos que o cientista percebe e cujas causas procura desvendar. Mas o cientista deve se conduzir pela busca neutra da verdade possível dos acontecimentos. O que garante a cientificidade de uma explicação é o método de reflexão e não a objetividade pura dos fatos. 
Referências bibliográficas:
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico.(1999) São Paulo, Editora Martins Fontes.
COSTA, Maria Cristina Castilho. (2001) Sociologia, Introdução à ciência da sociedade. São Paulo, Editora Moderna.
TOMAZI, Nelson D. (2000) Introdução à Sociologia. São Paulo, Editora Atual.
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