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Análise do documentário de Milton Santos

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UECE – Universidade Estadual do Ceará 
Aluna: Camila Oliveira de Paula
Disciplina: Política Social – Manhã / 4° Semestre
Análise do filme: Milton Santos – O mundo global visto do lado de cá. 
Identificação do Filme:
Nome: Encontro com Milton Santos – O mundo global visto do lado de cá.
Diretor: Silvio Tendler
Gênero: Documentário
País/ Ano: Brasil, 2006
Duração: 89 min.
Análise do Filme:
2.1 Faça um resumo do documentário: explicitar o contexto histórico, foco central abordado e seu desfecho. 
O documentário inicia tratando a respeito da colonização. O que seria o descolonizar? Na visão de Milton Santos, descolonizar é “olhar o mundo com os próprios olhos”. Foi escolhida essa temática para se iniciar o filme, pois é nesse período em que ocorre o que se tem como as primeiras formas de globalizações. E ao longo do filme são apontadas dois tipos de globalizações: a primeira globalização que ocorreriam na época das grandes navegações, e primeiras conquistas de territórios; a segunda globalização que se inicia no final do século XX e é marcada pela fragmentação dos territórios. O documentário também aponta que devemos considerar três tipos de mundo: o primeiro seria o mundo como nos fazem vê-lo, a globalização como fábula; o segundo seria o mundo tal como ele é, a globalização como perversidade; e o terceiro uma outra globalização, que é o que ele pode ser. 
Logo em seguida o documentário nos mostra o Consenso de Washington como uma forma perversa de globalização, e que tinha como objetivo colocar “reformas” para países da América Latina que aceitassem a esse tratado caminhasse para o crescimento e desenvolvimento. Porém, o que ocorreu foi uma grande crise, devido a elevação de juros, de impostos e um crescente número de privatizações que só deram forças aos demais países, pois, mostrou a fragilidade administrativa dos estados que aceitaram este tratado. E a partir daí, são exibidas uma série de protestos ao longo de toda América Latina, com focos na Argentina, Equador, Bolívia e Brasil.
Para Santos, a relação entre globalização e território ocorre com as várias ligações entre as grandes empresas multinacionais com intenções de controlar o comércio em escala global. Como é mostrado no documentário, a empresa Boeing fabrica aviões e tem sua sede nos EUA, porém suas peças são fabricadas em vários países diferentes. Como por exemplo, o Canadá fornece as asas, o Japão os lavatórios e o Brasil, uma pequena peça etc. Todos esses pedaços após construídos, são enviados aos EUA para a montagem, porque a mesma só ocorre lá. Essa divisão do trabalho desigual ocorre para haver uma maior exploração e se beneficiar da pobreza, ocorrendo uma concentração de riquezas em quem já é rico e de pobreza em quem já é pobre. Como podemos citar outro exemplo de multinacionais, como a Nike que transferiu a sua produção para países que não tem leis trabalhistas tão rigorosas e que podem explorar mais a vontade. Os donos dessas fábricas vendem produtos por mais de cem dólares enquanto seus trabalhadores estão ganhando centavos por hora trabalhada. E cada dia que passa os de baixo trabalha mais por menos. Para Santos, o desemprego hoje é visto como uma condição toda como normal, e que os grandes aparatos do estado justifica que o desemprego é uma condição para avançarmos a uma maior globalização. 
Nessas condições de mundo onde quem manda é quem tem dinheiro, na mídia nação seria diferente. Ocorrendo então uma seletividade do que é transmitido, como é transmitido, e como as grandes agências de notícias pertencem as grandes empresas os acontecimentos são analisados de acordo com interesses pré-determinados. Por isso, a informação que chega a grande massa ao invés de esclarecer, confunde. 
O autor nos mostra que o capitalismo cria as cisões entre as classes, e restringe o espaço seletivizando o acesso a todos. E esta restrição ocorre de todas as formas, física, racial e ainda diz que o home deixou de ser o centro do mundo e colocou o dinheiro na sua forma mais pura em seu centro, deixando de lado até mesmo seus valores humanos, como por exemplo, a solidariedade. O homem tem a competitividade quase como uma tática de guerra, e o consumo obrigam as pessoas a viverem em uma nova forma de regime totalitário, uma espécie de novo fascismo. Esse novo fascismo que obriga a todos a viverem sempre do mesmo jeito, ter as mesmas ideias, viverem sobre a mesma lógica empregada por pessoas poderosas, e que qualquer tentativa de fuga do que é tido como “normal” é punida o quanto antes.
2.2 Elabore um texto crítico explicitando em que aspectos o filme debate a realidade econômica, social, cultural e/ou política do capitalismo contemporâneo. Busque tecer um diálogo crítico entre teoria e filme na abordagem dos elementos que considerou relevante no documentário.
O documentário vem explicitar as relações de contradição que o mundo globalizado nos impõe a viver. De modo que interessam somente ao capital as questões que venham contribuir a sua lógica exploratória, incontrolável e sem limites como podemos observar ao longo de todo o filme.
Podemos citar como exemplo de contradições desse capital, as explorações a que os trabalhadores são submetidos nas grandes empresas como por exemplo, a Nike, que vende produtos por um valor acima de 100 dólares, e tem lucros exorbitantes, enquanto seus trabalhadores, recebem apenas centavos por hora trabalhada. Ou seja, é uma total relação de alienação do trabalhador, pois, ele produz peças que não poderá comprar nunca. O trabalhador da Nike não se reconhece no produto que tem a exteriorização de seu trabalho. E observando esse cenário apresentado no filme, podemos concluir como é sem limites a exploração da mão de obra barata nos países subdesenvolvidos.
O documentário nos mostra que o capitalismo faz uma cisão em nossa sociedade de classes, restringindo o espaço no qual o acesso se torna seletivo. É uma sociedade que submete tudo a sua lógica de reprodução, deixando evidente que não existe espaço para sustentabilidade, igualdade de gênero, igualdade racial, ou distribuição de renda, ainda que tentem produzir políticas compensatórias, como por exemplo, alguns programas sociais, que visam amenizar as mazelas do capitalismo. Ou seja, podemos observar que os indivíduos estão deixando de lado o seu lado humanizado, devido a esse capitalismo de expansão incontrolável, que força a tudo e a todos a agirem como ele deseja, e que qualquer tentativa de fugir dessa realidade é erradicada logo no primeiro momento. 
O documentário ainda abre espaço para fazer uma breve crítica a mídia, que é controlado pelos grandes donos do capital, e por isso, existe uma forma seletiva, e tendenciosa de como essas informações são passadas. E estas, são passadas de acordo com o que desejam os donos das empresas, que tem seus analistas financeiros que trabalham para eles e para algum jornal, e é como Santo coloca que todo os dias são publicados nos jornais, os desejos desses grandes donos do capital, é montado toda uma imagem a ser passada.
2.3 Nesta perspectiva, responda em que consiste a citada “Globalização” enunciada no documentário?
Tomando como base o documentário, Santos critica fortemente o mundo globalizado, pois, acredita que ele é perverso. Como define em certo momento, os três tipos de globalização: a globalização como fábula (como ela é mostrada pela mídia); a globalização como perversidade (como é realmente é); e a globalização como possibilidade (mostra a possibilidade de existência de uma globalização mais humanitária). É colocada no início do documentário a definição de Santos para as duas fases da globalização, a primeira, no período colonial que tinha como interesse real a demarcação territorial, pois era um processo de expansão do continente europeu. Já a segunda, é marcada pela fragmentação dos territórios, onde empresas globais agem sob esse território fragmentando-o cada vez mais, uma vez que elas obtêm o poder que desfaz a estrutura política territorial. E tendo esse poder estas fazem uso deuma rede de fornecedores que atendem as suas necessidades sem estar localizado no mesmo canto.
2.4 Com base no capítulo 04 – Crise, reação e bárbarie: a política social no neoliberalismo (Behring e Boschetti, 2006), que elementos no filme você considera importantes para apreender a chamada “reação burguesa” face aos processos de crises e esgotamento da fase expansiva do capitalismo em sua versão fordista-keynesiana?
3. O filme traz diversas cenas acerca da desestruturação do Welfare State e a emergência de outra configuração de Estado de cariz neoliberal com suas respectivas formas de regulação das expressões da questão social na contemporaneidade. Traga estas cenas para o debate crítico articulando com as análises de Behring e Boschetti acerca desta temática.
4. Que aspectos estéticos você observou no documentário e quais as sensações lhe provocaram? Quais ideias e objetivos presentes nas escolas do documentário?
É um documentário interessantíssimo, porém, com imagens fortes. Imagens de pessoas nas ruas organizadas para protestar pelos seus direitos, passar uma mensagem forte e impactante. É o poder do povo. Mas também, temos imagens impactantes no sentindo triste da palavra, quando Santos fala sobre a fome enquanto a Europa está premiando os seus produtores que conseguirem produzir uma quantidade menor de comida, pois, o mercado já se encontra saturado de comida. Em contraposto a isso aparecem crianças na África, desnutridas, com suas mães tão magras que mal possuem leite nos seios. É impactante a relação de contradição que se estabelece no capitalismo
Acredito que em todo documentário o objetivo principal é alertar as pessoas para o que ocorre, é denunciar a grande exploração a que são submetidos esses trabalhadores, informar sobre oque nosso mundo, com essa globalização sem limites e incontrolável está se tornando. Mas, também é um documentário, que em minha visão, se torna uma ferramenta incentivadora, quando mostra os moradores de Ceilândia (DF), tentando mudar a ideia estereotipadada mídia sobre as favelas, fazendo sua própria forma de jornalismo.
As principais ideias desse documentário são a questão da globalização com o avanço e fortalecimento do capitalismo; mostrar a luta dos trabalhadores pelos seus direitos; denunciar os maus tratos que os trabalhadores são submetidos por conta das fábricas que so exploram; a sociedade de consumo etc.
05. Analise criticamente as contribuições desta atividade em seu processo de formação profissional, pessoal, acadêmica:
Esta atividade é importante pois, me faz refletir a cerca das consequências desta globalização perversa. Que essa globalização só gera cada vez mais desigualdades, pois as próprias instituições que apoiam a globalização afirma que o desemprego existe pois, é uma condição para o seu avanço. E os trabalhadores que não estão empregados, estão sendo explorados cruelmente, em troca de pífios salários, e todos esses contextos geram um ciclo vicioso que geram o agravamento da questão social. Pois, Segundo Iamamoto (1999, p. 27), a Questão Social pode ser definida como: “O conjunto das expressões das desigualdades da sociedade capitalista madura, que têm uma raiz comum: a produção social é cada vez mais coletiva, o trabalho torna-se mais amplamente social, enquanto a apropriação dos seus frutos se mantém privada, monopolizada por uma parte da sociedade.”. Neste pondo é que este documentário me engrandece enquanto assistente, pois ele me da uma consciência e visão crítica sobre a realidade dessa globalização perversa.
06. Quais suas sugestões para melhorar explorar e utilizar obras fílmicas em sala de aula, com fins de contribuir com o processo de ensino-aprendizagem?
A sugestão seria de continuar com essa didática de usar filmes, pois, facilita a compreensão. Porque as imagens dão dimensão a realidade, e se torna mais simples absorver conteúdos densos como este explorado no documentário. Acredito que seria interessante procurar filmes com o tema abordado ao invés de somente fazer uso de documentário, pois, o filme atrai mais atenção.

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