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TRANSTORNOS DE ANSIEDADE, ANSIOLÍTICOS AULA1 ANSIEDADE Anshein Estrangular, sufocar, oprimir Perspectiva biológica – valor adaptativo dos processos comportamentais e psicológicos A ansiedade e o medo têm suas raízes nas reações de defesa dos animais Fuga, luta, movimentos, posturas e vocalizações MEDO X ANSIEDADE Medo Provocado por um estímulo ou situação bem definidos. Ameaça ao bem estar, integridade física ou a própria sobrevivência Ansiedade Fonte de perigo incerta ou desconhecida MEDO X ANSIEDADE O medo e a ansiedade têm valor adaptativo, na medida em que levam o indivíduo a evitar dano físico ao organismo ou prejuízos psicológicos. Ansiedade patológica é um medo de intensidade desproporcional não associada a um risco genuíno. O limite entre a ansiedade normal e patológica é difícil de estabelecer Certo grau de ansiedade é necessário para o bom desempenho em tarefas cognitivas Sintomas cognitivos Apreensão Antecipação de infortúnios Sintomas somáticos Suor, boca seca, respiração curta, pulso rápido, aumento da pressão sanguínea, sensações de tensão muscular, hiperventilação, palpitações cardíacas, dores de cabeça e sofrimento intestinal. Sintomas motores Impaciência, inquietação, atividade motora sem objetivo como movimentos rápidos com os pés e respostas de susto exagerados CLASSIFICAÇÃO DOS TRANSTORNOS DE ANSIEDADE Tratamento dos transtornos de Ansiedade Transtorno do Pânico sem agorafobia Tricíclicos, ISRS, BZDs potentes e em altas doses, IMAOs, Psicoterapia cognitiva Transtorno de Pânico com agorafobia Idem + terapia comportamental (exposição) Transtorno de ansiedade generalizada BZDs, SSRI, Buspirona, Tricíclicos, IMAOs, psicoterapia cognitiva Fobia simples Exposição Fobia social IMAOs Ansiedade de desempenho Terapia comportamental, β- bloqueadores Transtorno obsessivo-compulsivo ISRS, terapia comportamental (exposição + prevenção de resposta) Transtorno de estresse agudo BZDs (?) Transtorno de estresse pós-traumático Antidepressivos tricíclicos (?) SUBSTRATO NEURAL DA ANSIEDADE • As alterações psicofisiológicas que compõem a ansiedade são semelhantes às do medo, podendo-se admitir a identidade básica dos mecanismos neurais que integram ambos os estados emocionais. • Na ansiedade patológica: ▫ falha de um mecanismo endógeno ansiolítico que é recrutado para cessar um estímulo de medo. ▫ um transmissor potentemente ativo exercendo influência sobre o comportamento ansioso. SUBSTRATO NEURAL DA ANSIEDADE Sistema de defesa. Sistema de inibição comportamental. SISTEMA DE DEFESA SISTEMA DE INIBIÇÃO COMPORTAMENTAL Neurônios noradrenérgicos Neurônios serotoninérgicos ANSIOLÍTICOS SUBSTRATOS NEURAIS Tipo de ameaça Potencial Distal Proximal Estratégia Comportamental Avaliação de risco Congelamento Ameaça/ Luta/ Fuga Estruturas neurais críticas Amígdala/sistema septo-hipocampal Amígdala/MCPA ventral Amígdala/hipotála mo/MCPA dorsal Emoção Ansiedade Medo Raiva/Pânico É possível que estes dois sistemas atuem de modo complementar, regulando diferentes tipos de ansiedade NEUROTRANSMISSORES ENVOLVIDOS NA ANSIEDADE NORADRENALINA • estimulação elétrica do locus coeruleus - manifestações de medo • sintomas autonômicos de ansiedade (taquicardia, tremor, sudorose) • administração de agonista 2 (clonidina - autorreceptor) -reduz ansiedade ( sintomas autonômicos, mas não os subjetivos) • administração de antagonista 2 (ioimbina) - induz ansiedade • - bloqueadores (propranolol) sintomas de ansiedade • hiperatividade de neurônios noradrenérgicos seria subjacente a estados de ansiedade?? HIPERATIVIDADE DE NEURÔNIOS NORADRENÉRGICOS EFEITO DE AGONISTAS ALFA-2 Alteração de disparo e liberação de NA agonista alfa-2 (clonidina) HIPERATIVIDADE DE RECEPTORES BETA- ADRENÉRGICOS BLOQUEIO DE RECEPTORES BETA- ADRENÉRGICOS Projeções serotonérgicas Projeções noradrenérgicas SEROTONINA • vias serotonérgicas centrais associadas com medo e ansiedade • lesões cerebrais e drogas (PCPA, metilsergida) que diminuem a atividade 5-HT acentuam comportamentos associados à ansiedade • eficácia dos inibidores de recaptura de 5-HT em quadros de ansiedade • 7 famílias de receptores - provavelmente envolvidos em ansiedade: 5-TH1A 5-TH2A 5-HT2C 5-HT3 PAPEL DUPLO DA SEROTONINA NA ANSIEDADE Teoria de Deakin e Graeff (1991): 5-HT facilitaria a ansiedade na amígdala - papel ansiogênico 5-HT inibiria o pânico na matéria cinzenta periaqueductal - papel ansiolítico PÂNICO estresse crônico hipocampo DEPRESSÃO amígdala ANSIEDADE GENERALIZADA ameaças 5-HT 1A/2C 5-HT 2/1D MCP NDR núcleo mediano da rafe -+ - 5-HT 1A Deakin e Graeff, 1996 Outras Estruturas Límbicas Áreas Septohipocampais Córtex Pré-frontal Locus ceruleus NE Núcleo Mediano Rafe 5HT ativação ANSIEDADE GABA principal mediador inibitório ~ 30% das sinapses do SNC projeção ubíqua 2 1 1 1 1 0 1 1 9 8 2 2 2 7 3 0 2 7 2 9 2 6 2 6 2 6 2 7 1 1 1 1 2 4 2 3 1 2 2 5 1 6 1 5 1 31 7 2 3 4 5 5 6 7 1 4 1 8 1 9 2 0 2 8 2 7 PAPEL DO GABA NA ANSIEDADE drogas que potencializam o GABA tem ação ansiolítica inibição da síntese de GABA sensibiliza os animais para ação ansiogênica do lactato drogas que diminuem a transmissão GABAérgica produzem sintomas de ansiedade e podem induzir ataques de pânico Ansiolíticos Ansiogênicos Substâncias Substâncias Benzodiazepínicos Agonistas 5-HT1A ISRSs ADT Opióides Antipsicóticos (alguns) Sistemas mediadores GABA opióide Lactato (músculo) 2-Antagonistas -Carbolinas (ayahuasca) DBI (IBD) Endozepinas CCK (colecistocinina) Sistemas mediadores noradrenérgico serotonérgico Dopaminérgico CCK (?) A n s ie d a d e ANSIOLÍTICOS Ansiolíticos “o que decompõe a ansiedade” A droga ansiolítica mais antiga, e ainda a mais utilizada, é o etanol O tratamento medicamentoso da ansiedade patológica iniciou-se no século XIX com a introdução dos sais de Bromo ANSIOLÍTICOS No século XX, foram descobertos os derivados da maloniluréia, conhecidos como barbitúricos Até o surgimentos dos BZDs, o fenobarbital foi largamente empregado no tratamento das neuroses Na década de 60, houve uma tentativa de se substituir o fenobarbital pelo Meprobamato ANSIOLÍTICOS Os psiquiatras são responsáveis por menos de 20% das prescrições de ansiolíticos no EUA Benzodizepínicos Buspirona Antidepressivos Β-bloqueadores Antagonistas setoninérgicos BENZODIAZEPÍNICOS Na década de 1950 Randall estudou os efeitos do Clordiazepóxido em macacos Os animais bravos tornaram-se dóceis sob o efeito da droga A introdução dos BDZs na clínica na década de 60 e a descoberta dos receptores BDZs na década de 70 BZDS Os ansiolíticos mais utilizados e o protótipo de classe dos ansiolíticos Principais indicações Ansiedade Insônia Anestésico, relaxante muscular e anticonvulsivante ANSIOLÍTICOS NOME QUÍMICO NOME COMERCIAL ALPRAZOLAM Apraz, Frontal, Tranquinal BROMAZEPAM Lexotam, Somalium CLOBAZAM Urbanil CLONAZEPAM Rivotril DIAZEPAM Ansilive, Calmociteno, Diazepan, Kiatriun, Noam, Somaplus, Valium MECANISMO DE AÇÃO Flumazenil PRINCIPAISSÍTIOS DE AÇÃO DOS BDZS NO CÉREBRO Amígdala Efeito ansiolítico Hipocampo Amnésia anterógrada Cerebelo Incoordenação motora OUTROS EFEITOS Potencialização de depressores do SNC Aplicação clínica: pré-anestésico Aumento do efeitos indesejáveis do álcool Relaxamento muscular Anticonvulsivante Tratamento do estado de mal epilético PRINCIPAIS EFEITOS COLATERAIS Sedação Confusão mental Amnésia anterógrada Coordenação motora prejudicada Tolerância e dependência SUBCLASSES Os derivados dos BDZs têm o mesmos efeitos farmacológicos. Contudo, diferenças estruturas e farmacocinéticas influenciam: potência início e a duração do efeito terapêutico o tipo de efeitos colaterais Magnitude dos sinais de retirada SUBCLASSES 2-Ceto Clordiazepódio Diazepam Clorazepato 3-Hidroxi Lorazepam Temazepam Oxazepam Triazolo Alprazolam Triazolam 2-CETO 2-ceto e seus metabólitos são oxidados pelo fígado processo lento Possuem meia vida longa Diazepam (meia-vida de 40 horas) Desmetildiazepam (metabólito ativo possui meia-vida de 60 horas) 3-HIDROXI Metabolizados por conjugação direta processo mais rápido que a conjugação e não envolve a formação de metabólitos ativos Oxazepam (meia-vida 9 horas) Lorazepam ( meia-vida 14 horas) TRIAZOLO Oxidados pelo fígado mais possuem metabólitos ativos limitados Alprazolam (meia-vida 14 horas) Triazolam (meia-vida 3 a 4 horas) ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS Absorção e inícios de ação rápidos (lipossolúveis) Meia vida Vantagens: doses menos freqüentes, fenômenos de abstinência menos graves. Desvantagens: acúmulo de medicamento, aumento do risco de comprometimento psicomotor diurno e aumento da sedação diurna. Ex: Diazepam ASPECTOS FARMACOCINÉTICOS Meia-vida ▫ Vantagens: ausência de acúmulo de medicamento e menos sedação diurna ▫ Desvantagens: doses freqüentes e síndrome de abstinência mais precoce e mais grave ▫ Insônia rebote e amnésia anterógrada mais severas • Ex: Alprazolam • Alprazolam , Clonazepam(transtorno do pânico) • Alprazolam, lorazepam ansiedade associada a depressão TOLERÂNCIA Os efeitos sedativo, atáxico e relaxante muscular sofrem tolerância rápida, isto é, diminuem progressivamente com o uso continuado dos BZD, ao contrário dos efeitos ansiolítico e anticonvulsivante, que são mais persistentes RETIRADA DOS BZD Redução na razão de aproximadamente 10% por dia. Se retirados abruptamente demonstram sinais de abstinência. Os sintomas incluem: nervosismo, ansiedade, palpitações, mãos úmidas, sudorese, náuseas, confusão mental e maior sensibilidade a luzes e sons. Podendo ocorrer também convulsões mas seus casos são raros.
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