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A importância do brincar no processo de recuperação de internação infantil

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0 
 
CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DE JUIZ DE FORA 
MARIA INÊS APARECIDA LEITE 
RAÍSSA PORTELA TEIXEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A importância do brincar no processo de 
recuperação de internação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
2015 
 
1 
 
MARIA INÊS APARECIDA LEITE 
RAÍSSA PORTELA TEIXEIRA 
 
 
 
 
 
 
 
A importância do brincar no processo de recuperação de internação infantil 
 
 
 
 
 
 
 
Relatório final referente as visitas técnicas as 
instituições hospitalares do município de Juiz de 
Fora decorrentes durante o semestre letivo 
supervisionado pela docente Adriana Sperandio 
Ventura Pereira de Castro, como pré-requisito 
parcial para a conclusão da disciplina Estágio 
Supervisionado I, do Curso de Graduação de 
Psicologia Noturno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Juiz de Fora 
2015 
2 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 3 
2 MÉTODO .................................................................................................. 3 
3 RESULTADOS E ANÁLISE ..................................................................... 8 
4 SÍNTESE CONCLUSIVA E RECOMENDAÇÕES ................................... 10 
REFERÊNCIAS .............................................................................................................. 12 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
 A psicologia hospitalar tem construído sua história, passo a passo, 
considerando que há menos de duas décadas, a atuação do psicólogo em 
instituições hospitalares não estava regulamentada como uma ampla e necessária 
práxis psicológica. Os profissionais aventuraram-se por este caminho, mas muitos já 
o trilhavam, delineando os rumos desta área como a conhecemos hoje. Assim, as 
atividades desempenhadas pelos psicólogos organizacionais e clínicos necessitam 
se moldar às demandas institucionais. Nos hospitais gerais, faz-se, então, 
necessário a escuta terapêutica com usuários, e, consequentemente, a escuta de 
seus familiares. 
 A contribuição da psicologia hospitalar não se limita ao usuário ou à 
instituição, mas a especificidades que auxiliam todo o trabalho da equipe médica. A 
experiência da multidisciplinariedade proporcionou a continuidade da construção da 
identidade do psicólogo, e as equipes médicas (e também outros funcionários do 
hospital) relatam que, em alguns casos, somente a ajuda médica não basta para o 
tratamento ser bem sucedido: o ser humano é muito mais que um corpo físico. 
 Quando um indivíduo está hospitalizado, existe uma ruptura com seu 
ambiente habitual, que modifica os seus costumes, os seus hábitos e, em geral, a 
sua capacidade de auto-realização e de cuidado pessoal. Estando num ambiente 
desconhecido, sentindo insegurança, em primeiro lugar, pela sua doença e, em 
segundo lugar, por sua história de vida. Tudo ao seu redor é novo e não sabe como 
deve atuar em cada momento; depende do pessoal que o rodeia como seus 
familiares e os profissionais da saúde. Outras vezes, devido à complexidade de sua 
doença, estes pacientes transformam-se em “doentes difíceis” de tratar, já que a sua 
esperança de cura é a sensação de incapacidade, podem modificar suas reações 
gerando atitudes de rebeldia ou de abandono, ou ambas. Estes sentimentos podem 
interferir no quadro clínico, simulando uma “conduta de doença”, que não coincide 
necessariamente com o estado real da doença (LÓPEZ, 1998)”. 
 A hospitalização na infância pode se configurar como uma experiência 
potencialmente traumática (Santa Roza, 1997). Nessa perspectiva, o brincar 
aparece como uma possibilidade de expressão de sentimentos, preferências, 
receios e hábitos; mediação entre o mundo familiar e situações novas ou 
ameaçadoras; e elaboração de experiências desconhecidas ou desagradáveis 
(Mitre, 2000). Para que isto aconteça faz-se necessário que reconheçamos que cada 
criança partilha de uma cultura lúdica. Essa cultura é formada a partir da introjeção 
de regras oriundas do meio social que são particularizadas pelo indivíduo (Brougére, 
2002). 
 
2 MÉTODO 
 
4 
 
 O levantamento bibliográfico abrangeu publicações nacionais sobre o tema, 
disponíveis nos bancos de dados Scientific Eletronic Library On-line (Scielo) e textos 
bases oferecidos pela coordenadora, além de livros. Dentre os artigos identificados 
nas bases de dados, com as palavras Psicologia Hospitalar e A importância do 
brincar, 10 foram analisados; destes, 2 foram utilizados por tratar especificamente do 
trabalho docente no estágio. Após leitura dos textos, procedeu-se à análise de seus 
conteúdos para posterior discussão. 
 Diante inúmeras discussões, chagamos a questão que a hospitalização pode 
afetar o desenvolvimento da criança, interferindo na qualidade de vida. Para lidar 
com essa situação, o brincar tem funcionado como estratégia de enfrentamento. 
Procurando-se avaliar a importância dada ao brincar pela criança e caracterizar 
atividades lúdicas possíveis nos hospitais: Hospital Universitário UFJF, Instituto 
Oncológico (Hospital 9 de Julho), CAPS I, Hospital Regional João Penido e 
ASCOMCER. Todos localizados no município de Juiz de Fora, Minas Gerais. 
Observações, relatórios e exposições narrativos foram registrados e comentados ao 
decorrer das aulas e visitas ao longo do semestre letivo. Segue abaixo uma síntese 
baseada nos locais visitados: 
 
Hospital Universitário UFJF (H.U.): 
Endereço: Rua Catulo Breviglieri, s/nº, Santa Catarina 
Data da visita: 14/05/15 
Nome do responsável de contato da instituição: Fernanda Businari 
 
 "Centro de referência ao atendimento de pacientes da rede SUS, o Hospital 
Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora desenvolve, há mais de 40 
anos, um trabalho de excelência na área de saúde, em níveis primário, secundário e 
terciário, conjugando atividades de ensino, pesquisa e extensão. Programas e 
projetos de extensão voltados para a comunidade e pesquisas científicas nas áreas 
correlatas transformam o HU num referencial pedagógico e de assistência hospitalar 
(em nível ambulatorial e cirúrgico). A implementação de novas tecnologias, através 
de equipamentos de diagnóstico e terapêuticos de últimas geração, muitos dos quais 
oferecidos somente pelo HU, dão suporte à filosofia do Hospital Universitário: 
ensinar e atender com qualidade." (UFJF) 
5 
 
 A brinquedoteca do H.U. mostrou ser um ambiente acolhedor, alegre e 
apropriado para o entretenimento das crianças em leito e tratamento. Qualquer 
profissional, sendo ele, psicólogo, pedagogo ou até mesmo um familiar é capaz de 
acompanhar a criança durante o brincar, um processo importante que visa qualificar 
na melhoria do seu desenvolvimento que muitas vezes não é visto dessa forma. 
Fernanda acrescenta ainda “Qualquer um é capaz de acompanhar a criança aqui na 
brinquedoteca, mas, não aconselhamos tanto. Caso seja um familiar, pode ser que o 
mesmo não entenda a importância do brincar ou se distrair com alguma coisa e 
pode acabar atrapalhando ao invés de contribuir”. 
 
Instituto Oncológico (Hospital 9 de Julho): 
Endereço: Rua Santos Dumont, 56, Centro 
Data da visita: 18/05/15 
Nome do responsável de contato da instituição: Rogéria 
 
O Hospital 9 de Julho atende, por volta de 40 anos, especialmente, pacientes 
com quadros cancerígenos, tornando assim a instituição conhecida como Hospital 
Oncológico. 
 O projeto “Do-Dói” queé do Mauricio de Sousa juntamente com a 
Associação Brasileira de Linfoma e Leucemia (ABRAE) que atente somente crianças 
com câncer, e todas elas recebem um kit, uma mochila, que contém: um gibi 
(ilustrado e escrito pelo Mauricio de Sousa, criador da personagem Maria, uma 
criança com leucemia, que convive com a Turma da Mônica retratado em histórias 
de como uma criança lida com o câncer, sua rotina diária e etc.), um boneco de 
porte médio da Mônica ou do Cebolinha (ambos carecas), revista de atividades 
(labirintos, jogo do 7 erros e etc, voltados para questões da doença cancerígena. Por 
exemplo: Ajude a criança portadora de uma biopse percorrer e sair do labirinto para 
chegar ao laboratório), avisos de porta (estou dormindo ou pode entrar), jogos da 
memória, escala da dor (cartão voltado para a equipe de saúde para compreender o 
grau de dor da criança), cartões de sentimentos (contém frases completas 
envolvendo sentimentos que o psicólogo apresenta a criança no propósito de saber 
o estado da criança no momento, já que há casos que algumas crianças recusam a 
falar sobre o que a incomoda ou simplesmente elas não são capazes), cartilha de 
6 
 
orientação para os pais e um kit médico. O material é gratuito e sem fins lucrativos. 
O projeto “Do-dói” oferece apoio e ajuda a criança com câncer a se familiarizar e 
aceitar a sua árdua realidade. 
O setor pediátrico é unificado. Crianças atendidas pelo convênio particular e 
as crianças atendidas pelo Sistema Unificado de Saúde (SUS) ficam hospitalizadas 
em um quarto padrão, servindo tanto para os portadores de convênio ou atendidas 
pelo SUS. Não existe um padrão o específico de quarto tornando um ambiente que 
privilegia as condições necessárias de conforto e assistência para a criança. 
Sua brinquedoteca, se difere, pois não se trata de uma sala, e sim um espaço 
que foi criado com a ajuda de doações, um espaço pequeno que se encontra em 
reforma. 
 
Caps I 
Endereço: Praça Dr. João Tostes, nº 240, Bom Pastor 
Data da visita: 19/06/15 
Nome do responsável de contato da instituição: Marilia e Maria José. 
 
 Caps luta em prol de uma humanização do modelo de atendimento a crianças 
com transtornos mentais, exigindo não só mudança de paradigma, mas, 
principalmente, implantação de novas estruturas de saúde 
 As crianças do Caps são acompanhadas diariamente e participam de oficinas 
recreativas como de fotografia, educação física, jogos, desenho, artesanato, 
culinária. A maioria dos usuários apresenta quadros graves de psicose e transtorno 
de conduta, autismo, além de uso de drogas. Os usuários, as crianças, são, em sua 
maioria, da classe baixa, e muitos experimentam mais do que a pobreza, mas o 
abandono familiar. 
 A brinquedoteca também integra as oficinas recreativas do Caps. 
Infelizmente, não foi possível visitar a instalação alvo, a brinquedoteca. Com tudo, foi 
de extrema riqueza conhecer o trabalho promovido assim como as oficinas 
trabalhadas com as crianças, priorizando o desenvolvimento funcional e psíquico 
assim como a socialização e humanização dessas crianças, proporcionando para 
elas um ambiente de acolhimento e recreação. 
 
7 
 
Hospital Regional João Penido 
Endereço: Avenida Juiz de Fora, nº 2555, Grama 
Data da visita: 02/06/15 
Nome do responsável de contato da instituição: Tânia Benfica. 
 
 De início, foram apresentadas todas as funcionalidades da instituição, e como 
ocorre o trabalho com as crianças no setor pediátrico e proximidades 
 O trabalho realizado com as crianças na brinquedoteca desta instituição, em 
alguns momentos, reúne-se todas as crianças internalizadas em grupo na própria 
brinquedoteca, Em outros momentos, há o incentivo para que os pais ou 
responsáveis acompanhem as crianças à brincarem com eles, de modo a fortalecer 
os vínculos existentes e propiciar um espaço lúdico para ambos, e favorecer a 
elaboração do momento vivenciado. 
 Ressaltando ainda a importância da brinquedoteca, vista como um espaço 
propício para a observação do comportamento das crianças e verificar a 
necessidade de intervenções psicológicas específicas. 
"O brincar em si é terapêutico para as crianças. A participação dos familiares 
também é e se mostra positiva para a elaboração do processo de hospitalização, ao 
verem seus filhos adaptados ao setor e lidando melhor com a internação." Pontua 
Tânia. 
 Com base nas informações apresentadas, pela Psicologia do setor, percebe-
se que o brincar é fundamental para o desenvolvimento e recuperação do paciente 
infantil. A intervenção junto aos os familiares é fundamental para auxiliá-los, pois 
geralmente fica muito tempo com aquela criança na unidade. O atendimento 
psicológico é um suporte, inclusive, que pode auxiliar o processo de saída do 
espaço hospitalar. 
 
Hospital ASCOMCER 
Endereço: Av. Presidente Itamar Franco, nº 3500, Cascatinha 
Data da visita: 03/06/15 
Nome do responsável de contato da instituição: Fernanda 
 
O trabalho intervencional acontece na própria brinquedoteca. Há casos que a 
criança não pode sair do seu leito, com isso, não podendo desenvolver as atividades 
8 
 
lúdicas na brinquedoteca. Diante desse problema, o psicólogo responsável 
disponibiliza materiais recreativos como lápis e papel para as crianças colorirem, 
brinquedos e livros. Existe também o projeto "Do-dói", o mesmo citado anteriormente 
no relato a visita do Instituto Oncológico. 
Tratando-se de um hospital oncológico, dificuldades são encontradas no 
exercício das atividades com as crianças. Como o duro encarar que a criança exerce 
sob o luto e sua doença. Os familiares, geralmente, não têm estrutura para suportar 
a quimioterapia e as reações que ela causa no organismo da criança. Ocasionando, 
na criança, um forte desgaste emocional e limitação física durante o processo de 
tratamento, o que dificulta nas intervenções. 
O brincar torna é um recurso que permite acessar uma possível e alta 
recuperação da criança hospitalizada, pois este é uma ponte para vencer o medo da 
morte, permitindo viver o hoje para sair do lugar de doente. 
A criança dessa instituição tem livre acesso a brinquedoteca, e durante o 
processo de tratamento os pacientes que vêm de outros municípios não ficam na 
unidade, mas hospedados na instituição Moizes Júnior. Assim, comparecem ao 
hospital apenas para fazer o tratamento. 
 
3 RESULTADOS E ANÁLISE 
 
O psicólogo é um profissional da saúde que tem um papel clínico, social, 
organizacional e educacional, buscando promoção, a prevenção, a recuperação do 
bem-estar do paciente, no seu todo, o que implica que aspectos físicos e sociais são 
considerados em interação contínua na composição do psiquismo desse mesmo 
paciente (CAMPOS, 1995). 
 
“A primeira dificuldade percebida pela família quando se vê atingida pela 
doença e hospitalização de um ente querido e a brusca ruptura do cotidiano, 
que gera sentimentos de desproteção e desagregação, além da interrupção 
da história .”(120) 
 
 Durante o estudo, observações e nas visitas às instituições hospitalares, 
foram as falas mais utilizadas pelos profissionais de psicologia que supervisionaram 
as visitas, que a criança se sente fragilizada e assustada por estar longe de sua 
rotina habitual, familiares e tornando-a frágil, decorrente pelos sintomas e reações 
da doença. Quando se trata de uma criança, a fragilidade dela e seus familiares são 
9 
 
bem, mas complexos durante o tratamento. 
 
“O impacto da criança internada no hospital é maior, pois as crianças têm 
dificuldades para assimilar esta situação, apresentando medo, angústia e 
ansiedade, fantasias muitas vezes são causadas pela falta de informação 
adequada, faltade prognóstico ou de tratamento (ANGERAMI-CAMON, 
1984).” 
 
 Foi colocado, pelos profissionais de psicologia que nos supervisionou durante 
as visitas, que o brincar, para a criança internalizada, é um importante mecanismo 
para o seu desenvolvimento cognitivo e físico acarretando na recuperação do 
paciente. Ajuda a confortar os pais que ficam desolados sem saber como proceder 
com adoecer do filho. No processo de intervenção as atividades lúdicas como 
desenhos contribuí essencialmente para o desenvolvimento motor, funcional e 
recreativo tornando possível para o paciente(criança) "abandonar" a sua realidade 
como efêmero, passando a interagir socialmente deixando de acreditar que o 
profissional de jaleco branco, está ali, para amedrontá-lo. 
 Nos locais onde se estabelecem as pediatrias, UTI pediátrica e maternidade é 
um espaço que deve transmitir tranquilidade, aconchego, boa circulação e leveza 
em cores alegres que o cercam, para assim ajudar a criança a sentir-se à vontade e 
acolhida, mesmo estando em um ambiente que não seja sua casa, mas que 
encoraja a dominar o medo de estar dentro de um ambiente hospitalar. 
 
O brincar, para a criança tem importância tanto para o seu desenvolvimento 
sensório-motor e intelectual como para o processo de socialização, no 
desenvolvimento e aperfeiçoamento da autoconsciência e da criatividade. 
Este brincar também é uma forma eficaz de diminuir o estresse, pois nele a 
criança deixa livre sua criatividade e reinventa o mundo, explorando seus 
limites, libera sua afetividade e extravasa suas emoções (COLLET e 
OLIVEIRA, 2002). O brincar favorece, além da diversão, a expressão dos 
sentimentos e emoções pelo quais o indivíduo passa. E é brincando que a 
criança desenvolve o equilíbrio e a reciclagem das emoções vividas, da 
necessidade de conhecer e reinventar a realidade, desenvolvendo ao mesmo 
tempo a atenção, concentração e outras habilidades (PAULA e FOLTRAN, 
2007). 
 
 A Lei n º 11.104/2005 (SANTIAGO,2007) determina que é obrigatório um 
espaço reservado para a brinquedoteca nas dependências hospitalares que 
oferecem atendimento pediátrico, considerando que o brincar proporciona para as 
crianças momentos de alegria e satisfação, bem como uma maneira de elaborar 
suas dúvidas, conflitos e fantasias construídos a partir do adoecimento e da 
internação. 
 O projeto de se ter uma brinquedoteca em hospitais vem para auxiliar de 
maneira direta no tratamento de doenças e na melhora do quadro psicológico das 
crianças, que muitas vezes se encontram em estado deprimido nos hospitais, 
10 
 
principalmente, aquelas que passavam por longos períodos de internação ou 
retornam por algum reaparecimento do sintoma. Como o tratamento do câncer. 
 É importante ressaltar que é através de um bom desenvolvimento disciplinar, 
provindo da atuação multidisciplinar, onde se têm todas as observações do quadro 
do tratamento da criança, estudado e analisado por essa equipe, que se pode 
realizar um tratamento de qualidade agregando possíveis melhorias para a causa 
problema da criança (paciente). Cabe o psicólogo mostrar sua total importância na 
equipe, ajudando e contribuindo com sua escuta perante o quadro clinico desse 
paciente. Atuando como mediador da equipe por meio de intervenções, no 
acolhimento e solidariedade na atenção à família que, muitas vezes, não 
compreende o estado fragilizado que a criança se encontra. 
 O brincar, para toda a equipe medica, durante a brincadeira, a criança eleva 
sua alto estima e com isso melhora sua maneira de enfrentar a doença, havendo 
assim maior chance de que se cure mais rápido ou que em caso de doenças como o 
câncer esta se torne mais positiva na maneira de enfrentamento. Também é 
comprovado que em casos em que são estimuladas as atividades lúdicas a um 
menor índice de reaparecimento da doença. 
 
4 SÍNTESE CONCLUSIVA E RECOMENDAÇÕES 
 
 Nota-se que o brincar é fundamental para que a criança sinta-se fora do 
contexto vivido, o do ambiente hospitalar. A intervenção, em conjunto aos familiares 
é fundamental para orientá-los, auxiliá-los, visto que, sua maioria, fica muito tempo 
com aquela criança na unidade. O atendimento psicológico é um suporte que pode 
auxiliar na saída da criança do espaço hospitalar. Cabe o psicólogo identificar seu 
lugar e sair para encontro do seu paciente seja ele no leito, quando estiver na área 
de banho de sol, nos corredores e levar o atendimento para esse paciente. 
 Algumas dificuldades encontradas como "Qual é o trabalho do psicólogo? E 
sua aceitação na equipe?" Vale ressaltar que essa barreira, ainda existente, está 
perdendo sua forma. O psicólogo hospitalar vêm mostrando o seu propósito e 
importância. 
 Uma das vantagens desta abordagem do brincar, além de promover o melhor 
desenvolvimento motor e funcional, é a de socialização, ou seja, socializar a criança 
11 
 
com outras crianças hospitalizadas. Seria assim apropriado preparar atividades em 
grupo onde crianças da mesma idade e com interesses em comum possam brincar 
juntas. Outra característica da brinquedoteca é que os próprios pais relaxam quando 
brincam com seus filhos, tornando assim o enfrentamento de hospitalização mais 
fácil para ambos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
12 
 
REFERÊNCIAS 
 
 
 
ANGERAMI-CAMON; CAMPOS; COLLET e OLIVEIRA; LÓPEZ 
PAULA e FOLTRAN. A criança e o processo de hospitalização. 
<https://psicologado.com/atuacao/psicologia-hospitalar/a-crianca-e-o-processo-de-
hospitalizacao> Acesso em: 03 jun 15. 
 
 
BENFICA; FIGUEIRAS; RODRIGUES. Psicologia hospitalar e da saúde: 
consolidação, práticas e saberes na residência. Petrópolis: Vozes, 2 ed. p. 120 
 
 
BROUGÉRE; MITRE. A promoção do brincar no contexto da hospitalização 
infantil como ação de saúde. <http://www.scielosp.org/pdf/csc/v9n1/19832.pdf> 
Acesso em: 05 mai 2015 
 
 
ROMANO, Bellkiss Wilma (org). Manual de Psicologia Clínica para Hospitais. São 
Paulo: Casa do Psicólogo, 2008. 
 
 
SANTIAGO. Brinquedoteca Hospitalar. Disponível em: 
<http://www.portaleducacao.com.br/psicologia/artigos/13894/brinquedoteca-
hospitalar#ixzz3UVBVdcYQ> Acesso em: 12 jun 15.

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