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Esquema de Direito Agrário - ESINF e Blog do MOCAM

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Estudo Sistematizado de Informativos 
 
 
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É permitida a divulgação gratuita desse material desde que citados os seus autores e patrocinadores. 
 
 
 
 
ESQUEMA DE DIREITO AGRÁRIO 
 
 
Conforme Edital do 55º Concurso de Juiz Substituto de Goiás – 2012 
Atualizado em junho/2012 
 
 
Apresentação: 
 
É com grande satisfação que distribuímos mais uma obra da parceria dos sites ESINF – Estudo 
Sistematizado de Informativos, Blog do MOCAM e Fórum do MOCAM. 
 
Não se trata o presente trabalho de um simples resumo dos livros abaixo indicados. Em verdade, 
buscamos inspiração na obra dos autores citados para compilar os principais pontos da matéria de 
forma a facilitar o estudo dos candidatos a concursos públicos, sobretudo da magistratura, em vésperas 
de provas. 
 
Sendo assim, a leitura do presente trabalho não dispensa, obviamente, o estudo dos livros em destaque. 
Muito pelo contrário. Sugere-se aos leitores que, primeiramente, leiam os livros indicados na 
bibliografia e utilizem esse esquema apenas como fonte de estudo rápido em vésperas de provas. 
Também alertamos que, por vezes, foram inseridos comentários, opiniões, exemplos, tabelas e mapas 
mentais de nossa autoria, sem qualquer vinculação com os ensinamentos dos autores citados. 
 
Além disso, esquematizamos apenas o que, em nossa opinião, tem maior probabilidade de ser cobrado 
em provas de concursos. Observa-se que, em Direito Agrário, é muito corriqueiro serem cobrados textos 
de lei seca e jurisprudência. Portanto, sugerimos aos leitores que sempre acompanhem o estudo desse 
esquema com as respectivas legislações citadas e não deixem de lê-las nas vésperas de prova. 
 
Ao final, como apêndice desse trabalho, relacionamos as questões de Direito Agrário do 54º e 55º 
Concurso para Juiz de Direito Substituto do Estado de Goiás, pois é muito importante como fase de 
preparação a resolução de questões de prova. 
 
Lembramos que esta obra é de distribuição gratuita, sendo vedada a sua comercialização, pois não há 
qualquer intuito lucrativo, mas tão somente de disseminar a cultura jurídica e facilitar a vida dos amigos 
“concurseiros” como nós. 
 
Bons estudos e boa sorte! 
Marcos Boechat e Bruno “MOCAM” 
 
Estudo Sistematizado de Informativos 
 
 
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Bibliografia: 
• Benedito Ferreira Marques – Direito Agrário Brasileiro. Ed. Atlas. 8ª Edição. 2009. 
• Artigos diversos 
 
Legislação Básica: 
• Lei nº 4.504 de 1964 (Estatuto da Terra) 
• Lei nº 6.969 de 1981 (Usucapião Especial Rural) 
• Lei nº 12.651 de 2012 (novo Código Florestal) 
 
Conteúdo programático: 
1 - Direito Agrário: conceito e objeto. 
2 - Imóvel rural: definição legal e seus elementos caracterizadores. 
3 - Função social do imóvel rural. 
4 - Dimensionamento do imóvel rural. 
5 - Contratos agrários nominados e inominados. Procedimento judicial em casos de despejo. 
6 - Terras devolutas e o instituto da Discriminação. 
7 - O procedimento discriminatório administrativo e o usucapião agrário. 
8 - Reforma Agrária - Fundamentos - Conceituação e Métodos. 
9 - A Adjudicação Compulsória no Direito Agrário. 
10 - Posse agrária sobre bem imóvel. 
 
 
 
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ESQUEMATIZAÇÃO DA MATÉRIA: 
 
1 - DIREITO AGRÁRIO: CONCEITO E OBJETO: 
 
Breve histórico: 
 
O Direito Agrário brasileiro teve origem com o Tratado de Tordesilhas em 1494, firmado entre os reis de 
Portugal e da Espanha. Assim, o direito de propriedade decorreu deste tratado que lhe deu juridicidade. 
A ocupação dessas terras pela Coroa portuguesa, porém, só iniciou-se em 1531. Para tanto, fez-se uso 
do instituto da sesmarias. 
 
Originalmente, por meio das sesmarias, o governo português passou a tomar as terras de quem não 
queria explorá-las, e as entregava a quem as quisesse fazer produzir lá em Portugal. Essa sistemática, 
por falta de outro instituto mais adequado, foi adotada inicialmente para a colonização do território 
brasileiro. Aqui, porém, não teve caráter confiscatório, mas teve características de enfiteuse, haja vista 
que Martin Afonso de Sousa, delegado do rei D. João III, concedia terras aos sesmeiros (beneficiários das 
sesmarias), pessoas que com ele viessem e quisessem aqui viver e povoar, passando-lhes, porém, 
apenas o domínio útil. No entanto, era inserida uma cláusula resolutiva, pela qual as terras concedidas 
poderiam ser retomadas e dadas a outras pessoas no caso de não exploração racional da área num 
prazo de dois anos. 
 
 
 
 
 
Com efeito, os sesmeiros assumiam algumas obrigações, tais como: colonizar a terra, ter nela sua 
moradia habitual e cultura permanente, demarcar os limites das respectivas áreas e, claro, pagar os 
respectivos tributos. Outra característica típica das enfiteuses era o direito de transmissão causa mortis 
do domínio útil da terra, concedido por meio da sesmaria. 
Coroa Portuguesa
(Terra) > Capitães 
Donatários
Sesmeiros (dom. 
útil da terra)
Desenvolvimento 
da "Plantatio 
açucareira"
 
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ENFITEUSE: 
Deriva da alienação do domínio útil e do pleno gozo do bem, por 
prazo longo ou perpétuo, de terras públicas ou particulares, 
mediante a obrigação, por parte do adquirente (enfiteuta), de 
manter em bom estado o imóvel e efetuar o pagamento de uma 
pensão ou foro anual, certo e invariável, em numerário ou espécie, 
ao senhorio direto (proprietário). Trata-se, portanto, de um direito 
real - alienável e transmissível a herdeiros – de posse, uso, gozo e 
disposição sobre coisa imóvel alheia, que autoriza o enfiteuta a 
exercer todos os poderes do domínio mediante pagamento do foro 
anual. O não pagamento do foro anual implica na pena de comisso 
e, por conseguinte, na extinção da enfiteuse. Além disso, o 
proprietário tem direito ao recebimento do laudêmio no caso de 
alienação do imóvel pelo enfiteuta, que corresponde a 2,5% do 
preço de alienação. A instituição de enfiteuse não é mais permitida 
no Direito brasileiro, sendo que aquelas já existentes à época de 
sua edição continuam sendo regidas pelas normas do CC/1916, 
conforme art. 2.038, CC/2002. 
 
 
Também era aplicado ao regime das sesmarias o instituto do comisso, que era uma pena própria da 
enfiteuse para o enfiteuta que não pagava o foro devido, o que, mais tarde, acabou gerando as terras 
devolutas. Por efeito, o imóvel devia voltar ao patrimônio da Coroa, para ser redistribuído a outrem. 
 
O professor FLÁVIO TARTUCE explica que: 
 
Pelas sesmarias os capitães donatários, titulares das capitanias 
hereditárias, passam a distribuir terras aos sesmeiros que devem 
produzir no sistema da plantation açucareira (monocultura,no caso do 
Brasil, de cana de açúcar; grandes extensões de terra e mão de obra 
escrava). Nas sesmarias, quem recebe a terra tem o domínio útil, ficando 
a propriedade das terras para a Coroa (regime próximo à enfiteuse). 
Cabia ao titular do domínio útil pagar tributos e se não pagassem caía 
em pena de comisso, isto é, as terras lhe eram tomadas e redistribuídas 
 
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a outras pessoas. 
 
Esse regime, embora não muito satisfatório, vigorou até 1822, extinguindo-se poucos meses antes da 
proclamação da independência do Brasil. Não foi satisfatório principalmente porque as concessões eram 
dadas a poucas pessoas economicamente privilegiadas, mas que, não obstante, devido as grandes 
extensões de terra, não conseguiam cumprir todas as obrigações assumidas. Daí a origem dos grandes 
latifúndios improdutivos. 
 
REGIME DE SESMARIAS: 
▫ Vantagem: colonização continental do país. 
▫ Desvantagem: clientelismo na distribuição de terras. 
 
Por outro lado, trabalhadores vindos de Portugal conseguiam ocupar “sobras” das sesmarias não 
aproveitadas ou ainda não concedidas exercendo sobre elas mera posse, formando, assim, incontáveis 
minifúndios. 
 
O regime das posses: 
 
Em 17 de julho de 1822, a Coroa portuguesa decidiu extinguir o regime sesmarial com a edição da 
Resolução 76 de José Bonifácio. No entanto, não regulamentou imediatamente o acesso à terra por 
título hábil. Somente com a Lei nº 601, de 1850, é que foi regulado tal direito. Essa lei é um marco 
histórico na legislação agrária brasileira. 
 
Durante esse hiato legislativo (de 17.07.1822 a 18.09.1850), vigorou o chamado período extralegal ou 
período das posses, caracterizado pela ocupação desordenada do vasto território, época em que 
imperou o apossamento indiscriminado de áreas, grandes e pequenas, que resultou nas seguintes 
situações: 
 
a) proprietários legítimos, amparados por títulos de sesmarias concedidas e confirmadas, com as 
respectivas obrigações adimplidas; 
b) possuidores de terras originárias de sesmarias, mas sem confirmação, por inadimplência das 
 
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obrigações assumidas; 
c) possuidores sem nenhum título hábil subjacente; 
d) terras devolutas (aquelas que, dadas em sesmarias, foram devolvidas em decorrência do comisso). 
 
Assim, a Lei nº 601, chamada de Lei de Terras – LT, teve como principais objetivos: i) proibir a 
investidura de qualquer súdito, ou estrangeiro, no domínio de terras devolutas, excetuando-se os casos 
de compra e venda; ii) outorgar títulos de domínio aos detentores de sesmarias não confirmadas; iii) 
outorgar títulos de domínio aos portadores de quaisquer outros tipos de concessões de terras feitas 
anteriormente, desde que comprovassem o cumprimento das obrigações assumidas nos respectivos 
instrumentos; e iv) assegurar a aquisição do domínio de terras devolutas através da legitimação de 
posse, desde que fosse mansa e pacífica, anterior e até a vigência da lei. Tudo isso se tornou possível 
com a regulamentação da LT pelo Decreto nº 1.318, de 30.01.1854. 
 
Outra virtude da LT foi criar o instituto das terras devolutas, eminentemente brasileiro, e mecanismos 
para a sua discriminação (demarcação), ou seja, separando-as das terras particulares. Registre-se, 
também, o chamado Registro do Vigário (ou Registro Paroquial), criado pela LT. 
 
A institucionalização do Direito Agrário no Brasil: 
 
No art. 64 da primeira constituição republicana, em 1891, foi regulada, a transferência das terras 
devolutas para os Estados federados, ficando reservadas à União apenas as áreas destinadas à defesa 
das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas de ferro, além dos terrenos de marinha. 
 
Art. 64 (CR/1891): Pertencem aos Estados as minas e terras 
devolutas situadas nos seus respectivos territórios, cabendo à 
União somente a porção do território que for indispensável para a 
defesa das fronteiras, fortificações, construções militares e estradas 
de ferro federais. 
Parágrafo único - Os próprios nacionais, que não forem necessários 
para o serviço da União, passarão ao domínio dos Estados, em cujo 
território estiverem situados. 
 
 
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A matéria foi mais minuciosamente regulada com o CC de 1916 que, embora visivelmente individualista 
e patrimonialista, disciplinou os contratos agrários e os direitos reais sobre coisas alheias, entre outros. 
 
A Constituição de 1934, criou a usucapião pro-labore, hoje chamada de usucapião agrário (ou rural), 
disciplinado pela Lei nº 6.969 de 1981. Além disso, contemplou normas sobre colonização e 
dimensionou a proteção aos silvícolas e ao trabalhador rural. 
 
Por outro lado, foi a Constituição de 1946 que trouxe avanços mais significativos ao Direito Agrário 
doméstico, porque manteve as normas de conteúdo agrarista da Constituição anterior e ampliou o raio 
de abrangência de situações ligadas diretamente ao setor rural, como, por exemplo, a desapropriação 
por interesse social, que mais tarde daria origem a reforma agrária. Atualmente, é competência da 
União legislar sobre Direito Agrário (art. 22, I da CR de 1988). Outro marco legislativo foi a edição da Lei 
nº 4.504 de 1964, apelidada de Estatuto da Terra – ET. 
 
Esquematizando: 
 
1912 Projeto de Código Rural (não vingou) 
1916 1º Código Civil brasileiro. Regulamento de forma eficiente a posse e a propriedade 
rural, mas não protegeu o produtor. 
1934 A Constituição de 1934 consagração de alguns institutos, como a usucapião rural e 
a função social da propriedade 
1946 A Constituição de 1946 tratou da desapropriação, inclusive agrária 
1954 Criação do Instituto Nacional de Imigração e Colonização – INIC (atual INCRA) 
1964 A EC nº 10 acrescenta o Direito Agrário à Constituição e é editado o Estatuto da 
Terra 
1988 A Constituição de 1988 condicionou a propriedade à sua função social, além de 
prever diversos institutos do Direito Agrário, tais como a usucapião rural e a 
desapropriação, inclusive para fins de reforma agrária. 
2002 O Código Civil de 2002 regulamentou a função social da propriedade no seu art. 
1228, § 1º. Recentemente, foi incluído o art. 1.240-A no CC/20021 que, não 
obstante, não abrangeu os imóveis rurais, mas tão somente os urbanos, o que vem 
sendo criticado pela doutrina. 
 
1 Art. 1.240-A: Aquele que exercer, por 2 (dois) anos ininterruptamente e sem oposição, posse direta, com exclusividade, sobre imóvel urbano 
de até 250m² (duzentos e cinquenta metros quadrados) cuja propriedade divida com ex-cônjuge ou ex-companheiro que abandonou o lar, 
utilizando-o para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio integral, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou 
rural. § 1o O direito previstono caput não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. (Incluído pela Lei nº 12.424, de 2011) 
 
 
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Direito Agrário na Constituição de 1988: 
CAPÍTULO III 
DA POLÍTICA AGRÍCOLA E FUNDIÁRIA E DA REFORMA AGRÁRIA 
Regulamento 
Art. 184. Compete à União desapropriar por interesse social, para fins de reforma agrária, o imóvel 
rural que não esteja cumprindo sua função social, mediante prévia e justa indenização em títulos da 
dívida agrária, com cláusula de preservação do valor real, resgatáveis no prazo de até vinte anos, a partir 
do segundo ano de sua emissão, e cuja utilização será definida em lei. 
§ 1º - As benfeitorias úteis e necessárias serão indenizadas em dinheiro. 
§ 2º - O decreto que declarar o imóvel como de interesse social, para fins de reforma agrária, autoriza 
a União a propor a ação de desapropriação. 
§ 3º - Cabe à lei complementar estabelecer procedimento contraditório especial, de rito sumário, 
para o processo judicial de desapropriação. 
§ 4º - O orçamento fixará anualmente o volume total de títulos da dívida agrária, assim como o 
montante de recursos para atender ao programa de reforma agrária no exercício. 
§ 5º - São isentas de impostos federais, estaduais e municipais as operações de transferência de 
imóveis desapropriados para fins de reforma agrária. 
Art. 185. São insuscetíveis de desapropriação para fins de reforma agrária: 
I - a pequena e média propriedade rural, assim definida em lei, desde que seu proprietário não possua 
outra; 
II - a propriedade produtiva. 
Parágrafo único. A lei garantirá tratamento especial à propriedade produtiva e fixará normas para o 
cumprimento dos requisitos relativos a sua função social. 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural atende, simultaneamente, segundo 
critérios e graus de exigência estabelecidos em lei, aos seguintes requisitos: 
I - aproveitamento racional e adequado; 
II - utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio ambiente; 
III - observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV - exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores. 
Art. 187. A política agrícola será planejada e executada na forma da lei, com a participação efetiva do 
setor de produção, envolvendo produtores e trabalhadores rurais, bem como dos setores de 
comercialização, de armazenamento e de transportes, levando em conta, especialmente: 
I - os instrumentos creditícios e fiscais; 
II - os preços compatíveis com os custos de produção e a garantia de comercialização; 
III - o incentivo à pesquisa e à tecnologia; 
IV - a assistência técnica e extensão rural; 
V - o seguro agrícola; 
VI - o cooperativismo; 
VII - a eletrificação rural e irrigação; 
VIII - a habitação para o trabalhador rural. 
§ 1º - Incluem-se no planejamento agrícola as atividades agro-industriais, agropecuárias, pesqueiras e 
florestais. 
§ 2º - Serão compatibilizadas as ações de política agrícola e de reforma agrária. 
Art. 188. A destinação de terras públicas e devolutas será compatibilizada com a política agrícola e 
 
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com o plano nacional de reforma agrária. 
§ 1º - A alienação ou a concessão, a qualquer título, de terras públicas com área superior a dois mil e 
quinhentos hectares a pessoa física ou jurídica, ainda que por interposta pessoa, dependerá de prévia 
aprovação do Congresso Nacional. 
§ 2º - Excetuam-se do disposto no parágrafo anterior as alienações ou as concessões de terras 
públicas para fins de reforma agrária. 
Art. 189. Os beneficiários da distribuição de imóveis rurais pela reforma agrária receberão títulos de 
domínio ou de concessão de uso, inegociáveis pelo prazo de dez anos. 
Parágrafo único. O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, 
ou a ambos, independentemente do estado civil, nos termos e condições previstos em lei. 
Art. 190. A lei regulará e limitará a aquisição ou o arrendamento de propriedade rural por pessoa 
física ou jurídica estrangeira e estabelecerá os casos que dependerão de autorização do Congresso 
Nacional. 
Art. 191. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco 
anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinqüenta hectares, 
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a 
propriedade. 
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. 
 
Conceitos doutrinários: 
 
O primeiro conceito de Direito Agrário foi de FERNANDO PEREIRA SODERO: 
 
Direito Agrário é o conjunto de princípios e normas, de Direito Público e 
de Direito Privado, que visa a disciplinar as relações emergentes da 
atividade rural, com base na função social da terra. 
 
Noutro enfoque, o professor PAULO TORMINN BORGES, pioneiro na disseminação do Direito Agrário em 
Goiás, o conceituava assim: 
 
Direito Agrário é o conjunto sistemático de normas jurídicas que visa 
disciplinar as relações do homem com a terra, tendo em vista o 
progresso social e econômico do rurícola e o enriquecimento da 
comunidade. 
 
Extrai-se dos conceitos a preocupação com a atividade agrária e a função social da terra, da qual advém 
a produção de alimentos. Por outro lado, observa-se que SODERO deu ênfase aos princípios, ao passo 
 
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que TORMINN BORGES realçou as normas. 
 
Por fim, OCTÁVIO MELO ALVARENGA pôs termo ao debate, apresentando o seguinte conceito: 
 
Direito Agrário é o ramo da ciência jurídica composto de normas 
imperativas e supletivas, que rege as relações emergentes da atividade 
do homem sobre a terra, observados os princípios de produtividade e 
justiça social. 
 
Assim é que FLÁVIO TARTUCE sintetiza asseverando que 
O Direito Agrário pode ser tido como o conjunto de princípios e normas 
que regula a relação jurídica emergente das atividades agrárias com 
base na função social da propriedade. A função social da propriedade é 
o núcleo do direito agrário. 
 
CURIOSIDADE: 
A palavra ruris /rus (campo) é diferente urbes (cidade): nesses dois 
casos leva-se em conta a localização. Todavia a palavra ager/agr 
(atividade agrária ou cultivo) não leva em conta a localização. Por isso 
o termo “Agrariedade” leva em consideração a atuação específica ou 
destinação, e não a localização do bem. Assim sendo, uma plantação 
de tomate em lote na avenida paulista será contrato agrário e não de 
aluguel, por exemplo. 
 
 
Atividades agrárias como objeto do Direito Agrário: 
 
Para OCTÁVIO MELO ALVARENGA, o objeto do direito agrário resulta de toda ação humana orientada no 
sentido da produção, contando com a participação ativa da natureza, sem descurar da conservação das 
fontes produtivas naturais.Estudo Sistematizado de Informativos 
 
 
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Por outro lado, GISELDA HIRONAKA sintetiza o objeto do Direito Agrário asseverando que: é fato 
verdadeiro que o elemento constitutivo essencial do direito agrário é a atividade agrária. E, para EMÍLIO 
ALBERTO MAYA GISCHKOW, atividade agrária é o resultado da atividade humana sobre a natureza, em 
participação funcional, condicionante do processo produtivo. 
 
Este autor ainda complementa sua lição aduzindo que a atividade agrária pode ser considerada sob os 
seguintes aspectos: 
 
a) Atividade imediata: tem por objeto a terra, em sentido lato, abrangendo a atuação humana em 
relação a todos os recursos da natureza; 
 
b) Os objetivos e instrumentos dessa atividade: compreende a preservação dos recursos naturais, a 
atividade extrativa de produtos inorgânicos e orgânicos, a captura de seres orgânicos (caça e pesca) e a 
atividade produtiva (agricultura e pecuária); 
 
c) Atividades conexas: como o transporte de produtos agrícolas, os processos industriais e as atividades 
lucrativas, ou seja, o comércio propriamente dito. 
 
Sob prisma diverso, RAYMUNDO LARANJEIRA classifica, de forma mais didática, as atividades agrícolas 
em: 
 
a) Explorações rurais típicas: lavoura, pecuária, extrativismo vegetal e animal, hortigranjearia; 
b) Exploração rural atípica: agroindústria; 
c) Atividade complementar da exploração rural: transporte e comercialização de produtos. 
 
Insta salientar que a lavoura pode ser temporária (ex: arroz e milho) ou permanente (ex: café, cacau e 
laranja). A pecuária pode ser de pequeno, médio ou grande porte (ex: aves domésticas, suínos e 
bovinos, respectivamente). O extrativismo pode ser, como já dito, vegetal (ex: palmito) ou animal (ex: 
peixes). A atividade hortigranjeira é a que se desenvolve em pequenas glebas (ex: hortaliças, frutas, 
verduras etc.). 
 
 
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A agroindústria refere-se ao processo de transformação ou beneficiamento desenvolvido nos mesmos 
limites territoriais em que são obtidos os produtos primários, que podem ser colocados para o consumo 
no mercado pelo próprio produtor, tais como o beneficiamento de arroz, a produção de rapaduras, da 
farinha de mandioca, do polvilho, do queijo etc. A própria legislação brasileira coloca a agroindústria 
como atividade agrária, porquanto não há de se considerá-la industrial pelo simples uso de um motor ou 
mecanismo para beneficiamento do produto (ex: moenda para fabricação de rapaduras, desnatadeira 
para a fabricação de queijos etc.). 
 
Essa classificação de atividades atípicas não é aceita de forma pacífica, especialmente as atividades 
complementares que, para alguns, não são agrárias (o transporte seria mera prestação de serviço e a 
comercialização é atividade tipicamente mercantil). LARANJEIRA observa, porém, que essa é a vazão 
natural que o produtor procura dar aos frutos obtidos, não só para atender às necessidades de consumo 
de terceiros, como para haurir os benefícios da sua atividade mesma. 
 
Na verdade, não se pode considerar o produtor rural que, por si, transporta e comercializa seus 
produtos, sem intermediários, como prestador de serviços ou comerciante, porque não se sujeita às 
regras do direito empresarial (ex: possibilidade de falir). 
 
NOTA: de acordo com os art. 971 e 984, ambos do CC/2002, o produtor rural só passa a ser considerado 
“empresário rural”, e, portanto, submeter-se às regras do direito empresarial, a partir do momento que 
efetua seu registro (ou de sua empresa) na Junta Comercial, ficando equiparado, para todos os efeitos, 
ao empresário sujeito a registro. 
 
Autonomia do Direito Agrário: 
 
A autonomia legislativa do Direito Agrário deu-se com a edição da EC 10/64 à CR de 1946, que outorgou 
à União a competência para legislar sobre a matéria. Com isso, foi editado o ET, considerado verdadeiro 
código agrário, que, aliado aos princípios, conteúdo e objeto próprios, identificam a autonomia deste 
ramo do direito. 
 
A autonomia jurisdicional, ainda não foi implantada no Brasil, pois não há Justiça Agrária. Porém, o art. 
 
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126 da CR de 1988 prevê a criação de varas especializadas com competência exclusiva para as questões 
agrárias (redação dada pela EC 45/2004). Mas isso não basta, pois, segundo o Professor TORMINN 
BORGES é preciso que os juízes sejam especializados, ou seja, que tenham “mentalidade agrarista”, já 
que a mentalidade civilista prima pelo individualismo, enquanto os agraristas primam pelo conteúdo 
social. 
 
A autonomia científica é identificada na existência de princípios e normas que são próprias do Direito 
Agrário, diferenciados dos demais ramos do Direito, os quais se encontram disseminados na vasta 
legislação agrária brasileira, notadamente no Estatuto da Terra. 
 
A autonomia didática é representada pela Disciplina de Direito Agrário que hoje é ministrada em 
praticamente todas as Faculdades de Direito, seja em graduação ou pós-graduação. 
 
Princípios do Direito Agrário: 
 
Podem ser elencados os seguintes princípios, que não se esgotam na enumeração a ser feita: 
 
i) O monopólio legislativo é da União (at. 22, I, da CR/88). Obs: No Direito Ambiental há crítica 
dizendo que todos os entes políticos deveriam legislar sobre Direito Agrário. 
ii) A utilização da terra se sobrepõe à titulação dominial. Obs: A utilização da terra (critério 
substancial) se sobrepõe sobre a titulação dominial (critério formal). Ou seja, vale mais a função 
social do que o nome que consta como dono no registro. 
iii) A propriedade da terra é garantida, mas condicionada ao cumprimento da função social. Obs: 
vide art. 5º, XXII e XXIII; art. 170 e art. 186, todos da CR/1988. 
iv) O Direito Agrário é dicotômico, porque compreende política de reforma (reforma agrária) e a 
chamada política agrícola (política de desenvolvimento rural). Obs: Política de reforma (reforma 
agrária – transformação) X Política agrícola (manutenção – nome melhor seria “Política agrária”). 
Ver art. 187, § 2º, da CR/88. 
v) As normas jurídicas primam pela prevalência do interesse público sobre o privado. Obs: justifica 
a existência de normas de ordem pública. É o sentido da palavra “função social”. Função = 
finalidade; Social = coletiva (Orlando Gomes). 
 
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vi) A reformulação da estrutura fundiária é uma necessidade constante. Obs: trata-se de um 
fenômeno episódico até que ocorra a justa distribuição de terra. 
vii) O fortalecimento do espírito comunitário, através de cooperativas e associações.viii) O combate ao latifúndio, ao minifúndio, ao êxodo rural, à exploração predatória e aos 
mercenários da terra. Obs: minifúndio é imóvel menor que a “pequena propriedade rural”. 
Mercenários ou especuladores da terra são os “posseiros” e “grileiros”. 
ix) A privatização dos imóveis rurais públicos. Exemplo: terras devolutas. 
x) A proteção à propriedade familiar, às penas e às médias propriedades; 
xi) O fortalecimento da empresa agrária; 
xii) A proteção da propriedade consorcial indígena. Obs: há autores que chamam esse princípio de 
“indigenato” (CF, 231), considerado Direito Congênito, inato aos índios. 
xiii) O dimensionamento eficaz das áreas exploráveis. Exemplo: módulo rural. 
xiv) A proteção do trabalhador rural. Vide art. 7º, da CR/1988. 
xv) A conservação e preservação dos recursos naturais e a proteção ao meio-ambiente. Obs: 
Proteção do bem ambiental (Rui Carvalho). Vide art. 225, CR/1988. É bem difuso (público e 
privado ao mesmo tempo). Amparo de direitos transgeracionais (presentes e futuras gerações). 
Consequência: responsabilidade objetiva, obrigação propter rem (STJ), função social da 
propriedade. 
 
Natureza Jurídica: 
 
Muito se discute na doutrina se o Direito Agrário seria um ramo do Direito Público ou do Direito Privado. 
BENEDITO F. MARQUES, no entanto, assevera que há um predomínio de normas de ordem pública sobre 
as de direito privado, porquanto, até mesmo nos contratos agrários, onde a vontade das partes tem 
maior espaço, a autonomia privada é quase nenhuma, em face das normas imperativas do Decreto nº 
59.566/1966. Diz o professor: “o princípio maior da função social, que constitui até uma exigência 
constitucional a subordinar a garantia do direito de propriedade, é o principal preceito de ordem pública 
impregnado no ordenamento jurídico agrário”. 
 
 
 
 
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2 - IMÓVEL RURAL: DEFINIÇÃO LEGAL E SEUS ELEMENTOS CARACTERIZADORES: 
 
Segundo o Estatuto da Terra (art. 4ª, I), imóvel rural é o prédio rústico, de área contínua, qualquer que 
seja a sua localização, que se destine a exploração extrativa agrícola, pecuária ou agro-industrial, quer 
através de planos públicos de valorização, quer através da iniciativa privada. Obs: este dispositivo foi 
recepcionado pela CR/1988. 
 
Também a Lei nº 8.629/93, que regulamenta os arts. 185 e 186, da CR/1988, dispõe em seu art. 4º que: 
para efeitos desta lei, consideram-se: I – Imóvel rural, o prédio rústico de área contínua, qualquer que 
seja a sua localização, que se destine ou possa se destinar à exploração agrícola, pecuária, extrativa, 
vegetal, florestal ou agro-industrial. 
 
OSVALDO OPTIZ e SILVIA OPTIZ esclarecem que: prédio rústico é todo aquele edifício que é construído e 
destinado as coisas rústicas, tais como todas as propriedades rurais com suas benfeitorias, e os edifícios 
destinados para recolhimento de gados, reclusão de feras e depósito de frutos, ou sejam construídos nas 
cidades e vilas, ou não campo. 
 
ATENÇÃO: 
Embora na legislação e na própria constituição ora se fale em “imóvel 
rural”, ora em “imóvel agrário”, esta última é a expressão mais 
tecnicamente correta segundo a doutrina. 
 
Pelo exposto, vê-se que a opção do legislador foi pelo critério da destinação e não pelo da localização 
para identificação do imóvel rural. Antes dessas leis, o critério diferenciador era a localização (era rural o 
imóvel que não era urbano, ou seja, situava-se fora do perímetro urbano). 
 
Por outro lado, quando o ET optou pelo critério da destinação, certamente considerou a incorporação 
do princípio da função social na CR. Se, todavia, a análise da questão é feita sob a ótica do Direito 
Tributário, o critério diferenciador passa a ser o da localização. É o que se utiliza para fins do ITR (art. 
29, CTN). Ressalte-se, porém, que este critério é adotado apenas para fins tributários. Para qualquer 
outra situação, aplica-se o ET e, portanto, o critério da destinação, salvo para os chamados sítios de 
 
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recreio que, por força dos arts. 13 e 14, do Decreto nº 59.900, de 1966, não são considerados imóveis 
rurais. Logo, sobre eles incide IPTU e não ITR. 
 
CARACTERÍSTICAS DO IMÓVEL RURAL: 
i. Prédio rústico; 
ii. Área contínua; 
iii. Qualquer localização; 
iv. Destinação voltada para as atividades agrárias (típicas ou atípicas). 
 
 
Prédio Rústico: o termo prédio não se limita às construções feitas pelo homem, mas se refere, em 
verdade, a todo e qualquer imóvel. O adjetivo rústico, sim, limita o imóvel à atividade de cultivo. 
 
Área Contínua: o que importa e a exploração econômica da área (continuidade econômica) e não física. 
O imóvel pode ser dividido até mesmo por acidentes geográficos, mas, desde que a atividade econômica 
nele desenvolvida seja contínua, poderá ser considerado imóvel rural. 
 
 
 
 
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3 - A FUNÇÃO SOCIAL DO IMÓVEL RURAL: 
 
Atualmente, não se concebe o estudo do Direito Agrário sem a compreensão do verdadeiro sentido da 
função social que o imóvel rural deve desempenhar. Isso se deve ao fato de que dele se ocupou a 
legislação agrária em diferentes textos, reafirmando o entendimento de que ele constitui, realmente, o 
cerne do jus-agrarismo. 
 
De fato, o direito de propriedade que a ordem jurídica garante condiciona-se ao cumprimento da função 
social, de modo que, não havendo esta, aquele seria nenhum. Em tal hipótese, o pagamento de 
indenização ao expropriado em eventual ação de desapropriação consubstanciaria verdadeiro 
enriquecimento sem causa. 
 
Por isso a própria CR/1988, ao garantir o direito de propriedade (art. 5º, XXII) logo em seguida o 
condiciona ao cumprimento da sua função social (art. 5º, XXIII). Aliás, o instituto da desapropriação 
agrária, principal instrumento para a realização da Reforma Agrária em nosso país, tem, nesse 
postulado, a sua principal inspiração e a sua própria razão de ser. 
 
Nesse passo, FLÁVIO TARTUCE esclarece que: “na medida em que a função social passa a ser elemento 
constitutivo do próprio direito de propriedade, o Poder Público fica autorizado a privá-la de proteção 
caso não haja cumprimento à função social (desapropriação agrária)”. 
 
Na verdade, é preciso antes distinguir os termos “propriedade” e “domínio”. A propriedade vincula-se à 
relação jurídica entre pessoas, de maneira que o seu titular tem o direito absoluto (oponível erga 
omnes) de que todos se abstenham em relação à coisa que lhe é objeto. Por outro lado, o domínio 
representa a vinculação que existe entre uma pessoa e um determinado bem (objeto do direito de 
propriedade). 
 
Assim é que o direito de propriedade não se assegura somente pela possibilidade de exercício do 
domínio, senão pelo exercício efetivo das faculdades que lhe são inerentes (usar, fruire dispor). É o 
domínio que funcionaliza a propriedade, conferindo ao seu titular o arbítrio de decidir sobre a forma de 
exercitá-lo, o que, porém, implica no dever de cumprir a função social perante o Estado e a coletividade. 
 
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BENEDITO F. MARQUES leciona que “para o estudo do Direito Agrário essa diferenciação tem 
importância fundamental, na medida em que já está sedimentada a compreensão de que o domínio 
funcionaliza a propriedade, pelo exercício das faculdades a ele inerentes, o que, em última análise, 
consubstancia a posse agrária, uma vez que esta tem por pressuposto básico o exercício de atividades 
agrárias”. A posse agrária, portanto, se faz indispensável no cenário da função social do imóvel rural. 
 
Explica BENEDITO F. MARQUES que “é consensual, entre os jusagraristas, o entendimento de que um dos 
princípios básicos do Direito Agrário é a supremacia da posse sobre o título de propriedade, justamente 
porque somente com a posse se viabilizam as atividades agrárias, e somente estas dão efetividade ao 
cumprimento da função social da propriedade. Não é sem propósito que se diz que a posse agrária é 
sempre direta. Inexiste posse agrária indireta, diferentemente do que ocorre com a posse civil”. 
 
Por outro lado, a CR/1988 e o ET não se preocuparam em trazer uma definição do que é função social da 
propriedade da terra, embora o art. 2º, § 1º, do ET, enumere os requisitos caracterizadores dela, a 
saber: 
 
§ 1º - A propriedade da terra desempenha integralmente a sua função 
social quando, simultaneamente: 
a) Favorece o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores que nela 
labutam, assim como de suas famílias; 
b) Mantém níveis satisfatórios de produtividade; 
c) Assegura a conservação dos recursos naturais; 
d) Observa as disposições legais que regulam as justas relações de 
trabalho entre os que a possuem e a cultivam 
 
A CR de 1988, em seu art. 186, praticamente repetiu o texto acima. Veja: 
 
Art. 186. A função social é cumprida quando a propriedade rural 
atende, simultaneamente, segundo critérios e graus de exigência 
estabelecida em lei, os seguintes requisitos: 
 
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I – aproveitamento racional e adequado; 
II – utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação 
do meio ambiente; 
III – observância das disposições que regulam as relações de trabalho; 
IV – exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos 
trabalhadores. 
 
FLÁVIO TARTUCE, no entanto, adverte que a diferença de redação entre o ET e a CR/88 está na 
produtividade. Salienta o autor que “os agraristas entendem que o texto não foi recepcionado, uma vez 
que é possível que uma propriedade produtiva não atenda à função social”. E complementa: “nessa 
linha, há certo conflito entre os arts. 186 e 185 da CF/1988, pois o último comando prevê que não pode 
ser objeto de desapropriação agrária o imóvel produtivo. O último dispositivo é criticado pelos 
doutrinadores agraristas de forma contundente, pela menção à propriedade produtiva, conceito que 
sempre suscita debates”. 
 
De maneira bastante elucidativa, GUSTAVO TEPEDINO afasta a aparente antinomia lecionando que: “a 
produtividade, para impedir a desapropriação, deve ser associada à realização de sua função social. O 
conceito de produtividade vem definido pela Constituição de maneira essencialmente solidarista, 
vinculado ao pressuposto da tutela da propriedade. Dito diversamente, a propriedade, para ser imune à 
desapropriação, não basta ser produtiva no sentido econômico do termo, mas deve também realizar a 
sua função social”. 
 
QUESTÃO DE PROVA: 
É possível que uma propriedade produtiva não atenda a função 
social? R: Em tese, sim. Exemplos: usina que queima palha da cana (é 
produtiva, mas viola sua função social, na medida em que não preserva 
o meio ambiente); propriedade agrária que se vale de mão de obra 
análoga a de escravo (é produtiva, mas viola sua função social, ao 
passo que não favorece o bem-estar dos trabalhadores). 
 
O atual Código Civil também trouxe o princípio da função social da propriedade em seu art. 1228, § 1º, 
 
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nos seguintes termos: o direito de propriedade deve ser exercido em consonância com as suas 
finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam preservados de conformidade com o estabelecido 
em lei especial, a flora, a fauna, as belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e 
artístico, bem como evitada a poluição do ar e das águas. 
 
A Lei 8.629/93 regulamentou os arts. 184 a 186 da CR, tecendo em minúcias os requisitos previstos no 
texto constitucional, da seguinte forma: 
 
a) Aproveitamento racional e adequado: corresponde aos “níveis satisfatórios de produtividade” do ET. 
É aferido pelos graus de utilização e de eficiência na exploração, fixados em 80% para o aproveitamento 
racional e em 100% para o aproveitamento adequado2. Segundo FLÁVIO TARTUCE, “é a consagração 
constitucional do chamado desenvolvimento sustentável”. 
 
b) Adequada utilização dos recursos naturais e preservação do meio ambiente: trata-se do respeito à 
vocação natural da terra, de modo a manter o potencial produtivo do imóvel e da manutenção das 
características próprias do meio natural e da qualidade dos recursos ambientais, visando ao equilíbrio 
ecológico da propriedade e da saúde e à qualidade de vida das comunidades vizinhas, respectivamente3. 
Tamanha é a importância da preservação do meio ambiente que a matéria já ganhou autonomia 
didática como novo ramo da ciência jurídica, o chamado Direito Ambiental. Para FLÁVIO TARTUCE, 
“significa que aquele que está explorando imóvel agrário há de ter consciência de que tem em mãos um 
bem de natureza transgeracional, isto é, que deve ser preservado para as presentes e futuras gerações”. 
 
 
2 Art. 6º Considera-se propriedade produtiva aquela que, explorada econômica e racionalmente, atinge, simultaneamente, graus de utilização 
da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados pelo órgão federal competente. 
§ 1º O grau de utilização da terra, para efeito do caput deste artigo, deverá ser igual ou superior a 80% (oitenta por cento), calculado pela 
relação percentual entre a área efetivamente utilizada e a área aproveitável total do imóvel. 
§ 2º O grau de eficiência na exploração da terra deverá ser igual ou superior a 100% (cem por cento), e será obtido de acordo com a seguinte 
sistemática: 
I - para os produtos vegetais, divide-se a quantidade colhida de cada produto pelos respectivos índices de rendimento estabelecidos pelo órgão 
competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea; 
II - para a exploração pecuária, divide-se o número total de Unidades Animais (UA) do rebanho, peloíndice de lotação estabelecido pelo órgão 
competente do Poder Executivo, para cada Microrregião Homogênea; 
III - a soma dos resultados obtidos na forma dos incisos I e II deste artigo, dividida pela área efetivamente utilizada e multiplicada por 100 (cem), 
determina o grau de eficiência na exploração. 
3 Art. 8º Ter-se-á como racional e adequado o aproveitamento de imóvel rural, quando esteja oficialmente destinado à execução de atividades 
de pesquisa e experimentação que objetivem o avanço tecnológico da agricultura. 
Parágrafo único. Para os fins deste artigo só serão consideradas as propriedades que tenham destinados às atividades de pesquisa, no mínimo, 
80% (oitenta por cento) da área total aproveitável do imóvel, sendo consubstanciadas tais atividades em projeto: 
I - adotado pelo Poder Público, se pertencente a entidade de administração direta ou indireta, ou a empresa sob seu controle; 
II - aprovado pelo Poder Público, se particular o imóvel. 
 
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c) Observância das disposições que regulam as relações de trabalho: verifica-se uma abrangência mais 
elástica do que a prevista no ET, porquanto o requisito constitucional não se limita às relações 
decorrentes de contratos de trabalho individuais e coletivos, mas também aos contratos agrários de 
arrendamento e de parceria (art. 9º, § 4º: A observância das disposições que regulam as relações de 
trabalho implica tanto o respeito às leis trabalhistas e aos contratos coletivos de trabalho, como às 
disposições que disciplinam os contratos de arrendamento e parceria rurais). 
 
d) Bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais: objetiva o atendimento das necessidades básicas 
dos que trabalham a terra, observa as normas de segurança do trabalho e evita conflitos e tensões 
sociais no imóvel. Deve ser interpretado de forma a envolver todos os que participam do processo 
produtivo (art. 9º, § 5º: A exploração que favorece o bem-estar dos proprietários e trabalhadores rurais 
é a que objetiva o atendimento das necessidades básicas dos que trabalham a terra, observa as normas 
de segurança do trabalho e não provoca conflitos e tensões sociais no imóvel). 
 
ROSALINA PINTO DA COSTA RODRIGUES PEREIRA sintetiza esses quatro requisitos constitucionais em 
três óticas: i. Econômica (aproveitamento racional e adequado); ii. Social (observância das disposições 
que regulam as relações de trabalho e o favorecimento do bem-estar dos proprietários e trabalhadores 
rurais); iii. Ecológica (utilização dos recursos naturais e preservação do meio ambiente). 
 
 
 
 
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4 – O DIMENSIONAMENTO DO IMÓVEL RURAL: 
 
O princípio do dimensionamento do imóvel rural foi consagrado no art. 65 do ET. O fracionamento do 
imóvel rural em área mínima, sem retirar-lhe o potencial produtivo compatível com o cumprimento da 
função social, encontra explicação nos arts. 87/88 do Código Civil pátrio, que proíbe a divisão de coisas 
que provoque alteração em sua substância ou que, embora naturalmente divisíveis, se consideram 
indivisíveis por força de lei ou pela vontade das partes. 
 
Explica BENEDITO F. MARQUES que “a indivisibilidade do imóvel rural no Brasil é determinada tanto por 
lei expressa (art. 65, ET), como pela redução que se verifica na substância do imóvel, na ‘substância da 
coisa’, como diz a lei civil, exatamente porque lhe retira o fator de produção”. 
 
Não se pode conceber que pequenas áreas de terras, que mal produzem para a subsistência da família 
que as cultiva, continuem a embaraçar o desenvolvimento rural. É por isso que se combate o 
minifúndio, porque essa divisão ilimitada pode provocar o surgimento de unidades muitas vezes tão 
pequenas que se tornam impotentes para propiciar aproveitamento econômico, justificando que o 
ordenamento jurídico proíba esse fracionamento, ainda que o imóvel seja fisicamente divisível, em 
homenagem ao princípio da função social da propriedade. 
Nessa senda, a legislação estimula a divisão do imóvel possuído em condomínio, regra que se explica 
pelo que se convencionou chamar de estado anormal da propriedade. 
 
Mas existem algumas exceções à regra da indivisibilidade. São elas: 
 
i. Desmembramento decorrente de desapropriação por necessidade ou utilidade pública, na 
forma prevista no art. 3904 do CC e em legislação complementar (art. 1º, do Dec. 62.504/685); 
ii. Desmembramentos de iniciativa particular que visem a atender interesse de ordem pública na 
zona rural (art. 1º, do Dec. 62.504/68). Ex: instalação de estabelecimento comercial, como um 
posto de gasolina ou uma borracharia; 
iii. A proibição da divisão em área inferior ao módulo ou à fração mínima de parcelamento (art. 8º 
 
4 A referência utilizada pelo autor é o CC de 1916, mas creio que a indicação está errada no livro, pois o art. 390 trata de exceções ao direito de 
usufruto dos pais em relação aos bens dos filhos ainda sujeitos ao pátrio poder. Veja: Art. 389. O usufruto dos bens dos filhos é inerente ao 
exercício do pátrio poder salvo a disposição do art. 225. Art. 390. Excetuam-se: I - os bens deixados ou doados ao filho com a exclusão do 
usufruto paterno; II - os bens deixados ao filho, para fim certo e determinado. 
5 Art. 1º Os desmembramentos disciplinados pelo Art. 65 Lei número 4.504, de 30 de novembro de 1968, e pelo Art. 11 de Decreto-lei nº 57, de 
18 de novembro de 1966, são aqueles que implicam na formação de novos imóveis rurais. 
 
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da Lei nº 5.868/72) não se aplica aos casos em que a alienação da área se destine, 
comprovadamente, à sua anexação ao prédio rústico confrontante, desde que o imóvel do qual 
se desmembre permaneça com área igual ou superior à fração mínima do parcelamento6. 
iv. Parcelamento em área inferior ao módulo nos programas de apoio à atividade agrícola familiar 
(art. 65, § 5º, do ET), embora nenhum imóvel adquirido dessa forma possa ser desmembrado ou 
dividido (art. 65, § 6º, do ET)7. 
 
O módulo rural: 
 
Para RAYMUNDO LARANJEIRA, o módulo é u’a medida de área, diretamente afeita à eficácia desta, no 
meio rurígena. A sua finalidade precípua está em evitar a existência de glebas cujo tamanho, em regra, 
não se ache suscetível de render o suficiente para o progresso econômico-social do agricultor brasileiro. 
 
PAULO TORMINN BORGES ensina que módulo rural é a área de terra que, trabalhada direta e 
pessoalmente por uma família de composição média, com auxílio apenas eventual de terceiros se revela 
necessária para a subsistência e ao mesmo tempo suficiente como sustentáculo ao progresso social e 
econômico da referida família. 
 
DEFINIÇÃO LEGAL DE MÓDULO RURAL: 
É encontrada no art. 4º, III, do ET: imóvel rural que, direta e 
pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva 
toda a força de trabalho,garantindo-lhes a subsistência e o progresso 
social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de 
exploração, e eventualmente trabalhado com a ajuda de terceiros. 
 
Na verdade, essa é a mesma definição dada pela lei à propriedade familiar, ou seja, o ET considera como 
módulo rural a mesma área fixada para fins de propriedade familiar. 
 
O Dec. 55.891/65, em seu art. 11, assevera que: o módulo rural, definido no inciso III do art. 4º do 
Estatuto da Terra, tem como finalidade primordial estabelecer uma unidade de medida que exprima a 
 
6 Art. 8º, § 4º - O disposto neste artigo não se aplica aos casos em que a alienação da área se destine comprovadamente a sua anexação ao 
prédio rústico, confrontante, desde que o imóvel do qual se desmembre permaneça com área igual ou superior à fração mínima do 
parcelamento. 
7 Os parágrafos 5º e 6º foram introduzidos pela Lei nº 11.446/2007. 
 
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interdependência entre a dimensão, a situação geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições do 
seu aproveitamento econômico. A doutrina tem entendido que o termo módulo aqui empregado tem 
sentido de regional, daí ser também chamado de módulo de região. 
 
A fixação do módulo rural é feita pelo INCRA que leva em conta diversos fatores, como o tipo de 
exploração a que se destina o imóvel, a qualidade da terra, a proximidade do centro consumidor, entre 
outros, variando, pois, para cada região do país. A depender da atividade explorada, o módulo rural 
pode ser classificado em: 
 
i. De exploração hortigranjeira; 
ii. De lavoura permanente; 
iii. De lavoura temporária; 
iv. De exploração pecuária (de médio ou grande porte); 
v. De exploração florestal; 
vi. De exploração indefinida8; 
vii. Módulo da Propriedade9; 
viii. Módulo do Proprietário10. 
 
FERNANDO PEREIRA SODERO esquematiza o módulo rural demonstrando suas principais características: 
a) é uma medida de área; b) a área fixada para a propriedade familiar constitui o módulo rural; c) varia 
de acordo com a região do país onde se situe o imóvel rural; d) varia de acordo com o tipo de 
exploração; e) implica um mínimo de renda a ser obtido, ou seja, o salário mínimo; f) a renda deve 
proporcionar ao agricultor e sua família não apenas a sua subsistência, mas ainda o progresso 
econômico e social. 
 
Classificação dos imóveis agrários: 
a) Quanto à Extensão: 
i. Pequena Propriedade: 01 a 04 módulos fiscais 
ii. Média Propriedade: 04 a 15 módulos fiscais 
iii. Grande Propriedade: acima de 15 módulos fiscais 
 
8 Módulo de exploração indefinida é aquele não especificado quanto à natureza da exploração. 
9 É o número de módulos obtidos pela soma de módulos de exploração indefinida, quando, num mesmo imóvel rural, se desenvolvem várias 
explorações. 
10 Corresponde à soma total das áreas possuídas pelo mesmo proprietário e dividida pela soma dos índices obtidos e correspondentes a cada 
área. 
 
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b) Quanto à Produtividade: 
i. Produtiva: alcança índices de produtividade fixados pelo Poder Executivo 
ii. Improdutiva: não atinge tais índices 
 
Não se confunde o módulo rural com o módulo fiscal (previsto na Lei nº 6.746 de 1979, para viabilizar o 
cálculo do ITR). O módulo rural é regional, mas o fiscal foi concebido como municipal (é a principal 
diferença). A atual Lei nº 9.393/96, que dispôs sobre o novo ITR, não contemplou a figura do módulo 
fiscal como fator de cálculo do imposto, pelo que seu conceito original perdeu o sentido, embora 
permaneça incorporado à legislação agrária. 
 
No entanto, o Dec. 84.685/80, ao regulamentar a Lei nº 6.746, nada dispôs sobre a classificação do 
imóvel rural, substituindo módulo rural por módulo fiscal e redefinindo propriedade familiar, minifúndio 
e latifúndio. O módulo fiscal, não obstante, acabou sendo utilizado pelo Constituinte para a definição de 
pequena e média propriedade. 
 
A fração mínima de parcelamento: 
 
A fração mínima de parcelamento foi criada no art. 8º, § 1º, da Lei nº 5.868/1972 para fins de 
transmissão, a qualquer título, do imóvel rural, o qual não poderá ser desmembrado ou dividido em 
área inferior à do módulo ou da fração mínima de parcelamento, que será: a) o módulo correspondente 
à exploração hortigranjeira das respectivas zonas típicas, para os Municípios das capitais dos Estados; b) 
o módulo correspondente às culturas permanentes para os demais Municípios situados nas zonas típicas 
A, B e C; c) o módulo correspondente à pecuária para os demais municípios situados na zona típica D. 
Vale lembrar que o disposto neste artigo não se aplica aos casos em que a alienação da área se destine 
comprovadamente a sua anexação ao prédio rústico confrontante, desde que o imóvel do qual se 
desmembre permaneça com área igual ou superior à fração mínima do parcelamento (art. 8º, § 4º). 
 
CONCLUSÃO: 
Dessume-se do dispositivo em apreço que a divisão do imóvel rural 
obedece a duas medidas alternativas, prevalecendo sempre a que for 
menor entre o módulo rural e a fração mínima de parcelamento. 
 
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PAULO GUILHERME DE ALMEIDA leciona que: o instituto do módulo rural, como originalmente 
formulado, foi quase totalmente substituído por dois outros, o da fração mínima de parcelamento 
(medida fixada para cada município) e o módulo fiscal (...) Temos o seguinte quadro: módulo rural 
transformado no instituto da fração mínima de parcelamento (FMP). Justamente para permitir a 
aplicação do princípio da função social, o legislador instituiu o módulo rural. Paralelamente estabeleceu 
a regra que proíbe o desmembramento do imóvel rural em áreas de dimensão inferior à constitutiva do 
módulo da propriedade, visando com isto evitar a proliferação de áreas tidas como antieconômicas para 
efeito de exploração agropecuária, o que acarreta problemas graves de distorção fundiária. 
 
Classificações: 
 
a) Minifúndio: é o imóvel rural de área e possibilidades inferiores às da propriedade familiar, conforme 
art. 4º, IV do ET, regulamentado pelo art. 6º do Dec. 55.891/65 (minifúndio, quando tiver área 
agricultável inferior à do módulo fixado para a respectiva região e tipo de exploração). É combatido e 
desestimulado porque não reúne os pressupostos para o cumprimento da função social, já que sua área 
ínfima não permite produtividade suficiente para o progresso social e econômico de seu proprietário ou 
possuidor. Além disso, não gera tributos (há imunidade tributária de ITR) e não tem acesso ao crédito 
rural, em função do caráter deficitário das atividades nele desenvolvidas. Também não gera empregos. 
Para LUÍS LIMA STEFANINI, o minifúndio é o câncer da terra. Inúmeras são as causas que geram osminifúndios (ex: sucessão causa mortis com muitos herdeiros), mas variadas são também as formas de 
combatê-los. Exemplo disso são: a) desapropriação (art. 20, I, do ET); b) proibição de alienação de áreas 
inferiores ao módulo rural ou à fração mínima de parcelamento (art. 8º, Lei 5.868/72); c) 
remembramento das áreas minifundiárias (art. 21, ET). 
 
DIREITO COMPARADO: 
No Direito argentino o minifúndio é chamado de parvifúndio, que se 
caracteriza por ser imóvel deficitário. 
 
b) Propriedade Familiar: é definida, como visto, pelo art. 4º, II do ET (o imóvel rural que, direta e 
pessoalmente explorado pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-
 
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lhes a subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e tipo de 
exploração, e eventualmente trabalho com a ajuda de terceiros), e regulamentado pelo art. 6º, I, do Dec. 
55.891/65. Caracteriza-se pelos seguintes elementos: i) exploração direta e pessoal por uma família, 
absorvendo-lhe toda a força de trabalho; ii) área de um módulo rural, vale dizer, compatível com o tipo 
de exploração, conforme a região; iii) possibilidade de eventual ajuda de terceiros. É de suma 
importância para o processo de democratização da terra, pois viabiliza o acesso ao imóvel rural para o 
maior número de pessoas ou famílias. É o objetivo da reforma agrária, já que permite a subsistência e o 
progresso social e econômico de seus titulares. 
 
c) Latifúndio: é caracterizado pelos elementos dispostos no art. 4º, V do ET, o qual é regulamentado pelo 
Dec. 55.891/65 (art. 6º, IV). Posteriormente, o Dec. 84.685/80, que regulamentou a Lei nº 6.746/79, deu 
nova conceituação ao latifúndio. Assim, latifúndio é o imóvel rural que tem área igual ou superior ao 
módulo rural e é mantido inexplorado ou com exploração inadequada ou insuficiente às suas 
potencialidades. Ou seja, é o imóvel rural que, não sendo propriedade familiar, pode ter área igual ou 
superior ao módulo rural, mas não cumpre a sua função social, quer dizer, basta que não seja explorado 
ou que o seja de forma inadequada, em relação às suas possibilidades físicas, econômicas e sociais. 
Infere-se, pois, que o latifúndio pode ser classificado em duas categorias: por extensão (acima de 600 
vezes o módulo fiscal) e por exploração (inutilização ou subutilização). 
 
ATENÇÃO: 
Latifúndio não é apenas uma grande propriedade rural. O Conceito se 
preocupa mais com o descumprimento de sua função social, 
independentemente de ser um imóvel de grande extensão ou do 
tamanho de um módulo rural, embora o art. 22, II, “a”, do Decreto nº 
84.685/80 diga que é latifúndio o imóvel que exceda seiscentas vezes o 
valor do módulo fiscal, sem se preocupar com a função social. 
 
Em razão dessa discrepância, FLÁVIO TARTUCE aponta duas espécies de latifúndio: 
 
a) Latifúndio por dimensão (imóvel que apenas excede 600 vezes o módulo médio de área definida 
pelo INCRA para certa região ou a área média dos imóveis rurais de certa região, tendo-se em 
 
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vista os sistemas produtivos e ecológicos regionais); 
b) Latifúndio por exploração (imóvel rural que, não excedendo a área do latifúndio por dimensão e 
tendo área agricultável igual ou superior à definida para o módulo da respectiva zona, seja 
mantido inexplorado ou subutilizado). 
 
Portanto, há exceções em que o imóvel de grande extensão não será considerado latifúndio: 
 
i. Imóvel rural de qualquer dimensão cujas características recomendem, do ponto de vista técnico 
e econômico, a exploração florestal racionalizada mediante planejamento adequado; 
ii. Imóvel rural, ainda que particular, cujo objetivo de preservação florestal ou de outros recursos 
naturais haja sido reconhecido para fins de tombamento; 
iii. Imóvel rural com área igual à do módulo fiscal, não caracterizado como propriedade familiar, 
mas adequadamente utilizado e explorado; 
iv. imóvel rural com área superior ao módulo fiscal, mas não excedente a ele 600 vezes, utilizado 
com adequados e racionais critérios econômicos: 
v. imóvel rural que satisfizer os requisitos de empresa rural; 
vi. imóvel rural que, embora não seja empresa rural e situado fora de área prioritária de reforma 
agrária, tiver projeto que, aprovado pelo INCRA e em execução, em prazo determinado, o eleve 
àquela categoria; 
vii. imóvel rural classificado como pequena propriedade, média propriedade ou propriedade 
produtiva. 
 
ATENÇÃO: 
Assim como os minifúndios, os latifúndios devem ser evitados, pois 
aumentam os índices de concentração de terras. Daí a razão da 
tributação progressiva e regressiva, bem como da desapropriação, 
como forma de desestimulá-los. 
 
d) Empresa Rural: é definida pelo art. 4º, VI11 do ET, que é regulado pelo art. 6º, III, do Dec. 55.891/65. 
Posteriormente, também foi redefinida pelo Dec. 84.685/80. São, assim, suas principais características: 
 
11 VI - é o empreendimento de pessoa física ou jurídica, pública ou privada, que explore econômica e racionalmente imóvel rural, dentro de 
condição de rendimento econômico ...Vetado... da região em que se situe e que explore área mínima agricultável do imóvel segundo padrões 
fixados, pública e previamente, pelo Poder Executivo. Para esse fim, equiparam-se às áreas cultivadas, as pastagens, as matas naturais e 
artificiais e as áreas ocupadas com benfeitorias. 
 
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i) exploração de atividades agrárias; ii) estabelecimento composto de uma área de imóvel rural, 
pertencente ou não ao empresário; iii) finalidade lucrativa; iv) natureza civil, portanto, não é comercial, 
nem industrial. Considerando-se que é uma empresa, é natural que seja registrada. Se for explorada por 
pessoa física, basta o registro no INCRA; se por pessoa jurídica, além do registro no INCRA, seus atos 
constitutivos devem ser arquivados no cartório de Registro de Pessoas Jurídicas da circunscrição de sua 
sede para aquisição de personalidade jurídica. São requisitos da empresa rural: i) grau de utilização da 
terra (GUT) igual ou superior a 80%; ii) grau de eficiência (GE) na exploração igual ou superior a 100%; 
iii) adoção de práticas conservacionistas; iv) emprego mínimo de tecnologia corrente na zona de 
situação da empresa; v) manutenção de condições mínimas de administração; vi) cumprimento dos 
demais requisitos da função social. 
 
e) Pequena Propriedade: definida no art. 4º, II da Lei nº 8.629 de 1993 (imóvel rural de área 
compreendida entre 1 (um) e 4 (quatro) módulos fiscais); 
 
f) Média Propriedade: definida no art. 4º, III da Lei nº 8.629 de 1993 (o imóvel rural de área superior a 4 
(quatro) e até 15 (quinze) módulos fiscais); 
 
g) Propriedade Produtiva: considera-se aquela que,explorada econômica e racionalmente, atinge, 
simultaneamente, graus de utilização da terra e de eficiência na exploração, segundo índices fixados 
pelo órgão federal competente. Tais índices já foram vistos: GUT igual ou superior a 80% e GE igual ou 
superior a 100%. 
 
h) Pequenas Glebas Rurais: é categoria adotada pela Lei nº 9.393/96 que regulamenta o ITR, não se 
confundindo com pequena propriedade ou com propriedade familiar. Para tanto, são consideradas 
pequenas glebas rurais os imóveis com área igual ou inferior a: I – 100 hectares, se localizado em 
município na Amazônia ocidental ou no Pantanal mato-grossense e sul-mato-grossense; II – 50 hectares, 
se localizado em município compreendido no Polígono das Secas ou na Amazônia oriental; III – 30 
hectares, se localizado em qualquer outro município. Essa categoria tem importância apenas para o 
Direito Tributário. 
 
i) Cooperativa Integral de Reforma Agrária – CIRA: segundo FLÁVIO TARTUCE, é toda sociedade 
 
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cooperativa mista, de natureza civil, criada nas áreas prioritárias de Reforma Agrária, contando 
temporariamente com a contribuição financeira e técnica do Poder Público, através do Instituto 
Brasileiro de Reforma Agrária, com a finalidade de industrializar, beneficiar, preparar e padronizar a 
produção agropecuária, bem como realizar os demais objetivos previstos na legislação vigente. 
 
Colonização: 
 
É um instrumento de política agrária que visa a ocupação e exploração econômico-social de imóveis 
rurais desabitados, pouco povoados ou ociosos, inclusive com a introdução de serviços públicos e 
provados adequados para assentamento da população rural. 
 
O art. 4º, IX, do ET traz a definição legal: toda a atividade oficial ou particular, que se destine a promover 
o aproveitamento econômico da terra, pela sua divisão em propriedade familiar ou através de 
Cooperativas. 
 
BENEDITO F. MARQUES explica que “modernamente, colonizar significa povoar, mas com preocupação 
de dar sentido econômico às áreas cedidas, exigindo-se do colono a exploração de atividades agrárias”. 
 
É de se ressaltar que a colonização não importa em mudança de estrutura no plano institucional, como 
acontece na reforma agrária. Aliás, esse é o traço diferencial mais significativo entre colonização e 
reforma agrária. Não obstante, a colonização pode ser feita como medida complementar à reforma 
agrária. 
 
O art. 15, do Decreto 59.428/66 define os objetivos da colonização: i) exploração da terra sob as formas 
de propriedade familiar, de empresa rural e de cooperativas; ii) integração e progresso econômico-social 
do parceleiro; iii) conservação dos recursos naturais; iv) recuperação social e econômica de 
determinadas áreas; v) racionalização do trabalho agrícola. Em suma, BENEDITO F. MARQUES assevera: 
“as finalidades precípuas da colonização se resumem numa ação política que viabilize o acesso à terra 
para o maior número de pessoas, promovendo o povoamento de áreas ociosas com aproveitamento 
econômico”. 
 
 
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A colonização pode ser: a) oficial (promovida pelo Poder Público sobre terras que já se incorporaram ao 
seu patrimônio ou que venham a sê-lo, inclusive com prioridade a pessoas físicas estrangeiras como 
forma de facilitar o intercâmbio cultural); b) particular (dependem de autorização do Poder Público e 
tem como colonizador empresas particulares (art. 60, ET), podendo ocorrer em terras de sua 
propriedade ou de terceiros, desde que com autorização destes). 
 
PARCELEIRO: 
Nesse cenário de colonização vislumbra-se, também, a figura do 
parceleiro que é o adquirente de lotes ou parcelas de áreas 
destinada à reforma agrária ou à colonização pública ou particular, 
conforme art. 4º, do ET. 
 
 
 
 
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5 - CONTRATOS AGRÁRIOS NOMINADOS E INOMINADOS. PROCEDIMENTO JUDICIAL EM CASOS DE 
DESPEJO: 
 
O ET classifica os contratos agrários em: i. Arrendamento rural; ii. Parceria. Conceitua-os como sendo os 
negócios jurídicos que têm por objeto o exercício da posse ou do uso temporário de imóveis rurais. 
Segundo o Decreto nº 59.566/6612, são contratos agrários típicos apenas o arrendamento rural e a 
parceria, ao tempo que também afirma que assim os proprietários como os possuidores podem celebrá-
los. As definições de tal Decreto são: 
 
i. Arrendamento Rural: é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por 
tempo determinado ou não, o uso e gozo de imóvel rural, parte ou partes do mesmo, incluindo, 
ou não, outros bens, benfeitorias e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade 
de exploração agrícola, pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista, mediante certa retribuição 
ou aluguel, observados os limites percentuais da Lei. Subarrendamento é o contrato pelo qual o 
arrendatário transfere a outrem, no todo ou em parte, os direitos e obrigações do seu contrato 
de arrendamento. 
 
ii. Parceria Rural: é o contrato agrário pelo qual uma pessoa se obriga a ceder a outra, por tempo 
determinado ou não, o uso específico de imóvel rural, de parte ou partes do mesmo, incluindo, 
ou não, benfeitorias, outros bens e/ou facilidades, com o objetivo de nele ser exercida atividade 
de exploração agrícola, pecuária, agroindustrial, extrativa vegetal ou mista; e ou lhe entregue 
animais para cria, recria, invernagem, engorda ou extração de matérias-primas de origem 
animal, mediante partilha de riscos de caso fortuito e de força maior do empreendimento rural, 
e dos frutos, produtos ou lucros havidos nas proporções que estipularem, observados os limites 
percentuais da lei. 
 
A definição legal de parceria rural, no entanto, foi modificada pela Lei nº 11.443/07, que alterou o art 
96, do Estatuto da Terra, nos seguintes termos: 
 
 
12 Art 1º O arrendamento e a parceria são contratos agrários que a lei reconhece, para o fim de posse ou uso temporário da terra, entre o 
proprietário, quem detenha a posse ou tenha a livre administração de um imóvel rural, e aquele que nela exerça qualquer atividade agrícola, 
pecuária, agro-industrial, extrativa ou mista (art. 92 da Lei nº 4.504 de 30 de novembro de 1964 - Estatuto da Terra - e art. 13 da Lei nº 4.947 de 
6 de abril de 1966). 
 
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“Parceria rural é o contrato pelo qual uma pessoa se obriga a ceder à outra, por tempo determinado ou 
não, o uso específico do imóvel rural, de parte ou partes dele, incluindo, ou

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