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EDUARDO SÁ SILVA Eduardo Manuel Lopes de Sá e Silva é dout:orado em Ciências Económicas e Empresariais. pela Universidade da Corunha. Espanha. licenciado e mestre pela Faculdade de Economia da Universidade do Porto. Exerce funcões de docente no Ensino Superior. sendo orientador de diver- sas dissertacões de teses de Mestra- do e Doutoramento. nas areas de Contabilidade e Gestão Financeira. Igualmente exerce funcões de técnico oficial de contas. revisor oficial de contas e consultor financeiro numa inst1tu1cào de crédito. Obras do autor publicadas pela Vida Económica: - Normas Internacionais de Contab1l1dade da Teoria a Pr ática - Modelos para a Determ1nacão do Risco da Taxa de Juro - Gestão Financeira: Análise de Fluxos Financeiros - Gestão Financeira: Análise de Investimentos" Obras orientadas pelo autor e publicadas pela Vida Económica: - A Contabilizacão dos Contratos de Construcão Gestão Financeira Análise de Fluxos Financeiros 3ª EDIÇÃO (revista e actualizada)· Ligação ao SNC (Sistema de Normalização Contabilística) NOTA Como MIJ ohf.i .ilndJ v;it ser utilizada por diversas entidades que íar.lo as demon1o1r.içõcs finJnc<'I· •·h \<lb .1 Õf'llr.i do POC. os quadros~ apresentados nesta perspec1iva N~e contrllto <' cM'I o Jn1u110 ~ lacíhw a transição para o SNC, n• parle 11n.il <b ob<• ~ 'fltt.'· i.t'Rl.ld.i um1 u~I• d4! conven.lo do POC para ilqOOle. ílCHA TtCNtú\: Titulo. Q-<t.Jo f1runrclf.1 - An.1/1J.e de Fluxos Financeiros - P E~, ret.1Sta <' iKtu;J/1ud.1 Autur ldu.vrJo SJ S1/v.t Cd11or . llFdJ frM6m1c;i ldllonJI S.A Ru.1 Conç .ilo CrlM6v.10, 111 6• Esq. • 4049-037 Potto www. vid.icronomlc1J.p1 lmprcssno e 11r.nbMnllnJo: Unl11r1c Cr;ifica, S.A. 4J00·4 14Porto 01'[!611tO 1 cgol nº JO~OSG/10 ISBN: 9711 972-766·336 l Úl.'<.UIJdo em /.melro dt• 1010 Agradecimentos Esta 3• edição contou com a parttcipaç~o de diversos docentes da ãrea de Gestão Financeira do ISCAP, que deram o seu contributo para a melhoria geral da apre- sentaÇào desta obra e a quem quero deixar aqui os meus agradecimentos. Nesse conjunto, não quero deixar de endereçar um agradecimento muito especial ao colega Carlos Moreira Carneiro, pelo empenho demonstrado na revisão desta 3.ª edição, bem como toda a equipa da área científica da Gestão Financeira. Nesta edição, foram introdu1idJs algumas pequenas alterações, com as quais se procura assegurar a transiçao do ac1ual Plano Oficial de Contabilidade (POC) para o futuro Sistema de Normalizaç:Jo Con1abilística (SNC). s Índice Geral Agradecimentos ................................................................................................... 5 Nota de abertura .................................................................................................. 9 Sistema de Normalização Contabilíslica ............................................................ 11 Apresentação ..................................................................................................... 1 3 Objectivo da obra .............................................................................................. 15 Organização da obra ......................................................................................... 17 CAPiTULO 1: Os objectivos essenciais da função financeira ............................ 19 CAPÍTULO li: A evolução da função financeira ............................. .................. 25 CAPÍTULO Ili: A análise financeira e ô prôCêSSO de normalização contabilística .. 47 CAPÍTULO IV: A noção de fundo de maneio ................................................... 61 CAPÍTULO V: A problemática do equilíbrio financeiro .................................... 67 CAPÍTULO VI: A composição do balanço funcional ....................................... .75 CAPÍTULO VII: As necessidades de fundo de maneio e o ciclo de exploração .... 97 CAPÍTULO VIII: Situações financeiras típicas ................................................. 127 CAPÍTULO IX: O quadro dos fluxos e as FM/NFM/TL .................................... 145 CAPÍTULO X: Método dos rácios ................................................................... 159 CAPÍTULO XI: O efeito alavancagem ............................................................ 193 CAPÍTULO XII: As NFM e o financiamento bancário ..................................... 209 7 CAPITULO XIII. O c.ílculo do crescimento sustentável. ................................. 223 CAPITULO XIV: A demonsiraçao dos fluxos de caixa .••........ ••••.•..•.••.••.......•.. 229 CAPÍTULO XV: Cao:. Prãticos ·sobre a demonstra~ de íluxo'i de caixa ...... 241 CAPITULO XVI A rcnd1biltdade de exploração e o risco associado ,,_ .......... 261 CAPll Ul O XVII : Ca:.os práticos gerais .•. ·--·················-················--·······-.. 295 CAPITULO XVIII : E~ratégias de financiamento.-........................................... 31 J ANlXO A: Norm.i Internacional de Contabilidade - NIC 7 .......................... 321 ANI XO li: Dlrcctrl1 Contabilística nº 14 ........................................................ .14 l ANíXO C: Norm.1 Contabilística e de Relato Financeiro 2 (NCRí 2) .............. JCl5 ANI XO 1) : T.:ibol.1 tio Conversão POC/ SNC .................................................. '.!79 Blbliosrafia ...................................................................................................... 385 lnd1cc de Quadros e figuras................................................... ....................... 391 8 Nota de abertura ~ consensual a ideia de que o d )(!nvolv1mento t-conómico depende, essencial- mente, do processo de rcnov.içJo d,1., pci;soas, d.lS empresas e das instituições e da existência de um sector cmprc"taríill conrnrrenc1almente equilibrado, capaz de promover uma evolução tccnol6glcoJ ao 'icrvlço de um crescimento quantitativo, qualitativo e diverslflcndo da oícrtJ de bens e serviços à sociedade e de contribuir para uma contínua gcmç~o de opmtunldndcs de valorização individual e colectiva dos cidadãos. ~,sem dúvida, neste contexto que M.' lni;ere a t.rcscente atenção dedicada à ge- neralização de uma "u1hura emprccndrdoril" na sociedade portuguesa, na me- dida em que se assume tratar-se d • um.i d1n3m1ca de detecção e aproveitamento económico de oportun1dad s, por parte de 1nd1viduos que exibem determinadas características e atitudes particul;umentc favoráveis à inovação e à concretizaçao de ideias de negócio. este contexto, importa dotar empr(: ndcdofcs e empresàrios de capacidades e competências suscepti\leis de uhrapd\Sdr o quadro de carências identificadas, dis- ponibilizando ierramentas cspec111cas, d que é exemplo o presente manuaJ. A criação de novas empresa'>, cnqu.into in~rumcnto privilegiado de equilíbrio da estrutura empresarial e factor d deM.'nvolv1mcnto, constitui um importante fenó- meno de dinamização dos sio;tcmJ\ cmprc<,.tri,w;, uma vez que apresenta um duplo impacto com reílexos nítidos nil vertente cmprcS<Jrial e na vertente emprego. No entanto, a criaç~o de nov,\!t cmpre!ia~ ,1c;scnt.1 com frequência em estratégia~ de improviso, afastando o Interesse de po1ond.1is Investidores e com as inevilá· veis consequências de clcvodo risco do lnsurcsso ou mesmo de desaparecimento prematuro. 9 Uma da~ via' gc1almcntc apontadas como susceptfveis de reduzir a componente de risco c.ilcul.ivcl da act1vidade empresarial e, concomitantemente, :a taxa de in'-U· cesso da .. cmprcs.a-na~ cnt~ ~a disponibilização de apoio quahíicado, 1radu11do quer na formação esrruturante dos futuros empresários, quer no acompanh.lmcnto e ...... ,g~nc 1a l~nica durante o processo de gestação dos novo emprrend1mcn1os e de consol1daç;\o e d nvolvimenlO das empresas nascentes. N~ta pcr~cctív.:a, ~imular a capacidade empreendedorapassa por indu1ir com· portamcn10-; íavor,ivc1s ~ inovaçao sistemática, mas também por cri.ir dmlmka d c.1pac11.1çJo d • b.lr,c e de aperfeiçoamento contínuo capa?es de acclcrtlr o procc<.'íO de modcmi1açJo e de trcsc1mento económico. 10 Outubro/ 2009 O Presidente do IAPMíl Dr. luís ílllrc Cos1<1 Sistema de Normalização Contabilística Entrada em vigor do SNC Nesta 3• edição e dndo .i cntrad,1 cm vigor do SiMcma de Normalização Contabi· lística (Decreto-lei n11 158/2009, de 1 J de julho) a par1lr de 1 de Janeiro de 20 1 O, acrescentaram-se os scguinwi. .1n<1Xe>!I: - Tabela de convcrs,jo d.is< ont.l'> do 1 u grau do POC para o SNC. Esta tabela permite que os excmplos .1prc'>cnwdor, possam igualmente ser analisados na perspectiva do SNC C on ldNou se que, nesta fase, ainda seria preferível apresentá-los na 6ptit J do POC; - Norma Contabilisuca de Relato íin,Jncciro 2 (NCRF2)- NonnasContabilísticas e de Relato financeiro (A, iso n 1 S 655/20091 de 7 de Setembro, cujas princi- pais diíerenças para a Oircc.tru Contabílr..tica n" 14 DC14 são as seguintes: • Obngatoricdack da u11l11açrio do m_rodo directo. parágrafo 14 - ·uma entidade de\ e relatar os lluxo de caixa prO\ienientes de actividadb operacionais pelo uso do mllodo dircc10. pelo qual são divulgadas as principais cla'-SCS dm reu·b1mcnto~ e dos pagamentos brutos de caixa•; • Os juros e dividendo pc1gos e recebidos devem ser enquadrados dentro das actividadcs op<>r.Kion.li't, dc mve.,timcnto e de financiamento: para- grafo 22 - "Cad.1 um dos nuxo!> de t.1ii..a de juros e dividendos recebidos e pagos deve o;cr scp.HadJm(•ntc cllvulg.1do. Cada um deve ser classifica· do de maneira rnn.,1~1cntc de pcr(ocfo <I período, quer como aclividade operacional 411or de lnvostlm<'nto ou do íinanciamento"; • Não existencia do e on< ""ºele rcc;ult.1do extraordinário, pelo que deixarão de existtr pagamcn1os e rcc.cbimcnros cxtr.:iordinários; 11 • Diferenças de reconhecimento de dispêndios que "ªº considerados como gastoc; no SNC (casos das despesas de consrnuiçao e uma parte s1gmfica11va do imobilizado incorpóreo) e que eram conc;iderados no POC como ac11vos e que integravam pagamentos rcla11vo .. à acúv1dade de investimento; • Expficitclç~o de que os fluxos de caixa em moeda c'itrangeira devem ser convertidos à wxa de Cdmbio em vigor à data cm que tais flu)(os de caixa sao gerados: par.'lgrafos 18 e seguintes - •os fluxoc; d caixa resultante de tr.insacçõcs cm moeda estrangeira de\lem ser rt'g1stados na moedcl funcional d umJ entidade mediante a aphcaçJo à quantia cm moeda ~rangeira d.i taxa de c~mbio entre a moeda funcion.il e a moeda estran- geira :t data do fluxo de caixa". 12 Apresentação A função econceptualízaç o do!t fluxos hn.:inceiro!t n.l~ nosSclS empresas, pela inter· ligação que têm com o dia ·J-d1a da sua gc~.10, revela-se hoje de uma imponânc1a fundamental nJo só para o cumprimento dos compromi<;sos financeiros assumidos mas também e fundamentalmente para uma feitura rcali~a das potencialidades do seu desenvolvimento. Conceber a funçao dos íluxos ílnoncciros nunM 6p1 lc<1 npcnas de disponibilidades 6 reduzir a ambiçao cmprco;arial ao status existente, atroílanrlo a dinâmica das próprias empresas e do neccss-'río esforço de adaptaç:'io :is novclS realidades emergentes das sociedades em que se in~rem e vivem. O pnncípio do acréscimo adopwdo na ~sa contabiltd.ide como medida de men- suração da variaçlõ patnmonial, embora prc1.e1a mecanismos de reajustamentoc;, não releva de per se, em termos materiais, a) variações patrimoniais que pretende expressar, pois a ~ua manit~açJo no enriquecimento ou no empobrecimento das empresas tem uma c.iranerísttca de direitos e deveres e nao, propriamente dita, a contrapartida financeir.1 inerente ~s operações d.1 emprei;.a. Daí que, com a e\loluç. o dos mercados e a conting~ncid a eles inerente no que ao aspecto financeiro r~pc1ta, muitos se qu~1oncm quanto à definição daquele momento e se ele n o deveria ser de facto quando .u operações realizadas tl:m a sua verdadeira expressJo no património físico dclS empresas, em vez da sua ma· nifestação como direito) que, pelas contíngênc1JS a eles inerentes e por factores estranhos às próprias empresas, muitas vc1cs actibam por não se realizar. Por razões da sua hlblórl.1 empresarial, Por1ugal1 quur por efeito das medidas protcc· donistas à nossa economia quer pela estrulurn do tecido empresarial português, onde predomina a pequena e média empresa, quer mesmo por íactores de ordem cultural, não tem tido tradições de grande preocupaç3o quanto aos fluxos financeiros. 13 Hoje, todos o sabemos, as empresas que não se organizaram, que não têm sis- temas que minimamente possibilitem uma leitura da evolução ou sustentação futura estão condenadas ao insucesso empresarial, pelo que também no domínio da consolidação da economia das nossas empresas a presente obra tem completa e total acuidade. No domínio profissional, sendo os Técnicos Oficiais de Contas os parceiros na decisão dos empresários, a presente obra - não tenho dúvidas - constituirá um ex- celente auxiliar de informação e formação para orientar e auxi liar os profissionais a encontrarem o caminho, os métodos e os meios adequados e necessários à determi- nação da capacidade de libertação de meios financeiros, fornecendo-lhes por essa via importante e imprescindível informação para a tomada de decisão por parte dos empresários e gestores. Ao Técnico Oficial de Contas, Revisor Oficial de Contas, Docente do Instituto Su- perior e Administração do Porto (ISCAP) e meu querido colega Professor Doutor Sá e Si lva, deixo-lhe um apelo e um incentivo. Quem melhor do que os profissionais para falar sobre as suas próprias necessidades? Quem melhor do que aqueles que vivem no dia-a-dia as dificuldades financeiras das empresas para falar sobre a ne- cessidade da organização de um bem estruturado sistema de fluxos financeiros? Por tudo o que se disse e pelo imenso que faltou dizer, deixo-lhe, na qualidade de Presidente da Câmara dos Técnicos Oficiais de Contas, um apelo: não pare de escrever. Não pare de fazer as suas reflexões, os seus estudos e divulgue-<as pelos meios que achar mais adequados, mas não pare, pois, como diz o nosso POVO, parar é morrer, e para isso ainda o sol não nasceu. António Domingues Azevedo Objectivo da obra Esta obra tem como principal objectivo uma abordagem da gestão financeira na sua componente mais relevante que é a dinâmica dos fluxos financeiros. Efectivamente, é 0 d inheiro a preocupação de qualquer gestor. A obtenção deste recurso escasso a um custo interessante e sua optimização em aplicações que acrescentem valor é, sem dúvida, 0 escopo de qualquer gestor financeiro, num contexto de incerteza em que nos movemos. Trata-se de uma obra essencialmente didáctica, com o cuidado de apresentar os conceitos elementares de fluxo, fu ndo de maneio (FM), necessidade de fundo de maneio (NFM), tesouraria líquida (TL) e outros de uma forma aprazível, sem des- curar 0 rigor científico. Igualmente, teve-se o cuidado de apresentar, sempre que possível, casos práticos. 15 Organização da obra A obra está organizada por lemas, a saber: - Os objectivos essenciais da funç3o ílnanceira - a função financeira não é uma função indepcnd nte. Os íluxos financeiros sAo sempre a contrapartida dos ílUXOS de bens OU de serviços - íluXO'I f(siCOS (reais). - Evolução da funç:io Onanccira releva a tr.111sformação que a função fi nan- ceira tem sofrido. De uma funçllc> que S<' limitam a gerir as disponibil idades passa-se, actualmcnle, para uma funçllo m,1is abr.:ingente, abarcando quer as políticas de inve tlmenlo quer as de íln,1nclumcn10. - A análise financeira e o processo de normalização contabilística - a análise financeira ba<.eia osseus relatórios nos documentos contabilísticos: balanço, demonstraç3o dos r~hador. e demonqração dos fluxos de caixa No ent.anto, a perspectiva contabilísiica ~diferente da perspectiva financeira Enquanto a primeira visa o apuramento do ~ltado <crescimento do capital da empresa), partindo de d ·terminados pre<-C.Upõ'>IO" e princípios, a segunda visa a identificação e análise dos pnncip.1is íluxos financeiros, de modo a assegurar o normal íuncionamento da empresa (cqu1llbr10 financeiro). - A noção de fundo de maneio - de<;creve.o;e d forma sumária o conceito de fundo de maneio como conjunto dos valores ubmet1dos às transformações ádicas do curto prazo e cujo deqino normal no fim de cada cido de explo- ração (aquando da sua conveí'>Ao em disponibilidades) é a sua reutilizaçoo. - A problemática do equillbrio financeiro - tr.ita da questão do equillbrro financeiro e da forma como pode ser &ilcançado. - A composição do balanço funciona l - o balanço funcional resulta da visao diferente do balanço plllrimonial, coloc.lndo ,, ~níase nos ciclos financeiros: investimento, cxplorc1ç1\o o tcsourarlJ (íinanclnmcn10). - As necessidades de fundo de maneio e o ciclo de exploração - as neces- sidades de íundo de mJnclo (NfM) encontram-se associadas às necessidades de financiamento do ciclo de cxplorc1ç~o. 17 Situações fi nanceiras típicas -são apresentadas as várias situaçõc .. J>0'"'ve1<, d<' ocorrt'r cm lermo financeiros. O quadro dos íluxose as FM/NFM/Tl-oquadrodefluxo a~uraasínt,.. das ºf>P'••\ô<'S e as consequências no fundo de maneio, nas ncca<;1dades de lundo"' <W mJncio e na tesouraria, permitindo evidenciar o tlu><OS financeiros gerados por aquelas operações. quer sejam de e.xploraç~ de invcstímcn10 ou de fin,mnamcnto. - M~todo dos r.kios - dada a multiplicidade que se podem con\lruir de r.íc10' e n:i<> cxi<;ttndo um.i normalização, indica-se uma classificaç3o qu abrange os <;eguíntc'> grupos d rácios: acttvidade, rendibilidade, func1onamt.•n10, cn· d1v1d,1mcnto, l1qu1dc1 e baseados no mercado. O efeito a l.ivancagem (correspondente ao termo franc~i; levicli <.ondu1 ol que ,1 1.1x<1 de rcrn.libllidade dos capitais próprios possa ser <;upcrior, lnforior ou Igual ·' t.1xJ d.i rendibilidade do Investimento total (t1ctivo cc:onõmko). A rondlbilldadc de c><ploraçao e o risco associado - o vnlor csporndo dos Rc RI 1hnclos dc r><plor.1ç. o dc•uma empresa depende de diversos f;ictorps, F'ISC~ ft1rl mci, englob.1m expc<.t,1tlv<1s relativamente às vendas futuras (faclorcs comNcl.ils), m,1s 1.1m~m em rclJçl'lo ~ estrutura de custos das empresas (factorei. técnico produti· vo<;) e de< lr,õcs d ílnandamento da empresa. Dar-se-á partlrular .ucnçao ao grau de t1l.lV.lrl< ,1 opcr.tt1onal, ao ponto critico de vendas, ao ci •ilo de Jl,wanragrm íln,1ntc1ro, .lO grau de alavanca financeira e ao grau de alavanca comb1n.1Úo, Casos pro\t1cos apresenta-se uma série de exercício!> sobreº" llhimoc; u~ma., abord.1do, - Estratégias de fin11nciamento -descrevem-se os quatro tipos de otrn1li1a': ortodoxa d fcn!>iva, agr~~a e arriscàda. - As NfM e o fin.inciamcnto bancãrio-descrC\ie-se de ronna ~cinta a ligilt,;ão éntre D'> NíM e a vi~ de quem concede o crédito (1nsti1uiç~ de <réd110). O d leu lo do crescimento sustentáveJ-descreve-se de uma loml.l ~cint.i at~ qu ponto utn.1 emprec;.i pode crescer, mantendo uma relaçio con~ante cn1tc 0) JCIMh <'as vcnd.t!>, sem p6r em causa a estrutura 11nanccir.i da empresa A demonstraç:Jo dos íluxos de caixa - a demonstraç3<> doe; ílu os de c.1ixcl (Of() é util ao proporcionar aos utentes da informaçao íin,incc1r.1 um,1 b.i<ic p.:ira determinar .1 capacidade da empresa para gerar dinheiro e cqu1v,1lrntc'i " detcrmln,1r JS necessidades da empresa em utilizar cs~s fluxos, cm tempo C1tll. C.t50S práticos sno apresentados dois casos práticos rclillivos ~ ol.iboraçOo d;_i dcmonstmçno dos íluxos de caixa e origem e apllcaçil.o de f1rntfos. Anexos NIC 7 Norma Internacional de Contabilidade nP 7, Dlrcc;1ri1 Con IJbil(!tllC'J n11 14, NCRí2 e Tabela de Conversão do POC / SNC. 18 CAPÍTULO 1 Os objectivos essenciais da função financeira Os obiet.tivo~ csscnc1 .. i:. da fu n4;'ilO financclr;a Os objectivos essenciais da função financeira Função financeira A função financeira n3o f! uma função independente. Capítulo 1 eh íluxos financeiros ~ sempre a contrapartida dos íluxos de bens ou de serviços - íluxos í1s1cos (reais). Dois grupos de fluxos - os fluxos ligados clO cklo de cxploraç~o que? decorrem do ne- gócio; - os fluxos ligad~ ao ciclo de renovaç:lo (in\:cst1mento e finan- ciamento), que demam da polnica e da ~ratégia global da empresa. Os fluxos econ6m1co~ e financeiros ligados ao cic.lo de exploração são normalmente qualificados como cíclicos. Regra gcr.11 (pelo menos nas empresas com um forte v,1lor acrescentado e que U:!m de conceder um elevado crédito a cllcntcs que não é compcn~do pelo crédito de fomecedo<es), s3o dcfic1t.\nos cm fundos rcsultclntes da diferença temporal entre as rct.:ell.JS e ac; d~pc~. figura 1: Os subciclos de exploraç:io [5icto de aprovisionamento] e Clc lo de produção "] Ciclo de comercial iZclÇAo Gestão Financeira - Anãlisc d Fluxo> financciros 21 22 Capflulo 1 Oi. ohjectivos essenciais da fonçllu financcir.a Figura 2: Ciclos de exploração Fluxos h~ICO<. Fluxo'\ mon<'l.írlo~ Por "l'U tur~, os fluxos económicos e financeiro"> deriv.1dos das d CÍ· 5Õf.• e~r.it~1cas são denominados de acfclko ... bte: íl~xo~ t~m como Ongem trocas com~ 5eUS parccir~ prtnc ip31S (.m:1oni ta , oonca, Cslado e fornecedor~ de imobil11ado). figura J : 05 afluxos acíclicos ·--.. 1 -- --- .. ---!'- - --...---J ......... .____ .. ··· ;~u~:l~ J Aclim O.o l t.. / : ·· .. . .. i •. • "· .. .) fvMo.do 1 .. ·-- ' . l c.,df,,c..,. d. ................. -'"'-""°'---- --...., Os objecllvos e~sencl:us da fun'>3o finan< 1•ira Figura 4 : A ligaç~o doe; ciclos A tcc;ouraria ~ o ponto de encontro Capítulo 1 flu.JO\ dcllCO. l1FdD.• .actrvidô '°''"*• OI* olcion.al • por.-.. motlYO, l~ttM)\ Flu~o-. ~clcllco; 116-ldo\ à ~CIÍI !d.Ide nloc~me • pol e<se mativo '"""°" ~11.t\O'> O papel prioritário da tunçao hnanceira é, a-.sim, a g<'~~o do conjunto destes fluxos, de\ endo os responsáveis lin.:incciro assegurar que, glo- balmente, os fluxos monct.1rio de entrada<. e ~idas n;>o .ipresentam desequilíbrios permanentes que po~<.am põr cm perigo <1 continuidade da empresa ou, pelo contr.írio, que po sam trcldurir- _num excesso de disponibilidades nJo remuncrad.ii.. Podemos afirmar que qualquer re.pon~vel (p.ir.i ai •m do financeiro) vai, com as suas decisões, influenciar este descquOibrio. Por exemplo: um comercial, ao contcdcr um prazo al.ug.1do aos clientes, está a adiar a entrada dos fluxos; - um responsável polJs c:umµrns que op1,1 pcl<' paga monto a pronto está a exigir a saída de (luxos de lrnodiato; um responsável pclor. recursos hum.inoi. que decide pagar an- tecipadamente o subsídio de íéricJs está Igualmente a exigir a saída de fluxos C~t~o financeira • An.ilisc de 1 luxos financeiros l3 Capítulo 1 Os objeclivos essenciais da função financeira A primeira conclusão evidente desta constatação é a de que os res- ponsáveis financeiros devem ser antecipadamente informados destas decisões, a fim de consolidar no plano financeiro as consequências de tais opções. A eficácia da função financeira irá, assim, basear-se na qualidade dos sistemas de informação (nomeadamente contabi lísticos) e no relacio- namento com os responsáveis de outras áreas. O controlo dos fluxos financeiros Implica, portanto, a utilização de instrumentos, tais como o plano financeiro e o orçamento financeiro de tesouraria. CAPÍTULO li A evoluçãoda função financeira l A cvoluç.m da runç~o íman< l'Uol CJpítulo li A evolução da função financeira Tradicionalmente, a funçJo lin.mceira hmttava·se ao controlo das entradas e saídas de fluxos mont.>t:iriO<i num determinado exercíao. As preocupaÇóeS básicas conr,isti.im na manutcnçJo de um saldo de disponibilidades que perm1t1ssc .l'.>St.'gurar o norm.il funcionamento da empresa. Para esse efc110. deveria .intec1par a~ entr.idas resultantes das cobranças dos clientes e csc-Jlonar a llquld.içclo dos d6bitos aos fornecedores. Em suma, a função flnnncoira tlnh,1 por grande objcrllvo t1 gestão das disponibilidades expressa na rcln~Jo que a seguir &é apresenta: Relação básica do equillbrio íln.incciro (ge!IH'lo dl' di~ponibilidades), para um determinado período: saldo inicial - entradas prcvi'tlas > ou .. saída'> prcvi~as + saldo final desejado O fundamentaJ era m.intcr uma c.lhca com saldo devedor d forma con- tinua, isto é, um montante mínimo dt! disponibilidades de ~urança. Gradualmente, a funçilo financeira \/Cio a ..cr enriquecida com preo- cupação ao nível das dcci~ de financi.lmcnto. N~a situação, as preocupações, além da manutcnçao de um s.tldo de d1 ponibilidade positivo, vieram a c:onsubstanci.u·se t.Jmbém com a obtençao de fun- dos de forma atempada e, co;senc1~tlmentc, ao menor custo. O gestor financeiro passa a descmpenh.Jr um papel mais activo, ultrapassando a mera gestão das disponibilicladcs. Cabe-lho, igualmente, a selecção das fontes de financlamon10 c:1uc devem obedecer t1 l.rhôrlos de ren- dibilidade, oportunidade e oqullíl,rlo flMncoiro. Numa terceira fase, foram-lhe Jcrcsccnlaclas nov.is responsabilidades. As novas atribuições dizem re!ipcito n:lo s6 ªº" aspectos de obtenção de fundos, mas, igualmente, :i an.1li!A? económica dds aplicações desses Ges.aao í1nanccir~ • Anãli~ de f luxos financeiros "!.7 28 Capítulo li A evolução da funç<Jo hnanc eira ~~fundos. Está-se perante a análise e avaliaçJo dos projectos de investimento e seu controlo. Ao ge-.tor fina.nceiro compete-lhe não só analiS<Jr 0 impacto das de- cisões_ opcrclc1ona1s na tesouraria, mas, igualmente, as pohlic.is d financiamento e de investimento que se reforem ao mé<f wi....... . . ........... 60 pr.izo, '"'ºé, .\ continuidade da empresa, à sua su!>leniabil1d,1de. Pode-se sintetizar essa evolução no seguinte gr.ífi<.o: Figura 5: As fases de evolução da função financeira 111 fase 21 íase 311 fase Gcstllo dos dl~µonlhllldadc~ ôp1k.1 opcraclonJI An.à11M'! ~ av;al açllo d.ll ap!1c:aç0ti de lllndos . lnvt:Sll~ E a funçJo financeira decompor-se-ia em dois tipo~ de dccisõe : • decisões estratégicas <médio/ longo prazo): política de financiamento - política de Investimento • dccl11õc!; operacionais (curto prazo - lig.1dn ao cldo de expio. r,lçllo): - gcl>l3o cJo activo circulante (clienles e exl'it~nclds) - gestJo do passivo circulante (fornecedores) A cvoluç!lo cl.1 func,;. o hn.anc eira Capítulo li Neste contexto, assume um papel preponderante a política de in- vestimento e a preocupação d.i an.\lise da rendibilidade e nsco das p()(enciais decisões com imp.icto num horizonte tcmpordl alargado. Nesta situação, está em causa a obtençJo de bcncffcios económicos futuros com interesse para os accionistas. mas igu.ilmcnte para outros grupos, como sejam os ge)lores, os clientes, os empregado , os bancos, os fornecedores, o Estado e outros interesses locais e n.ic1ona1s. A política de investimento d11 r~pcito, cs~nc1.ilmcnte, às opções de investimento e desinveslímento do lmob11i1ado 1mprcsc1ndível ao normal funcionamenlo da empresa. Competirá, por seu turno, à política de íinlindamcnlo ,1 oblcnçüo de fundos que sustentem essa polílica de Investimento. tguéllmcnte, deve competir à política financeira a dcflniçao do modo e tempo de remu- neração desses fundos, nomeadamente, a polílic.1 de dividendos, ou seja. a melhor forma de aícctar a nquc1a adquirid.i pela empresa. Nesta situação, há que optar entre cl retençJo cm reservas ou o pagamento dos dividendos, tendo em con 1deraç:lo o contexto legal. O documento que traduz a gesi3o ftnanccircl é o pl.lno financeiro, o qual relata as entradas e as saídas de fundo .. d médio/longo prazo. Para esse efeito, deve-se determinar para cada opcraç:k> o prazo de reembolso (maturidade). Uma das maneir.u de o fazer é consiruindo perfis de maturidade para o v.\110 montantes. Oc<,tc modo, devem-se considerar vários periodos e, em cada período, indicar os act1vos e os passivos que se vencem. Gest!io Financeira - An lisc de fluxos financeiros 29 30 CapOulo li A evolução da íunç.lo ftn.inc c:ir.i Um pequl'no exemplo ilustrará como se con~rõi um pl,1no finan<:eiro. Quadro 1: Plano financeiro S;ildo inlcl.11 14,9 · 17,4 29,0 Cnlr.tdu de fundos Altivo wcul~nte (p. e., clientes) 42,0 84,0 50,0 Ocrn" 11 ménl()) 10,4 1 5 2,0 Tot.11 entradas 52,4 85,5 52,0 SJfd;is de fundos t>.mlvo drrulan1c (p.c., íornec.} 52,1 26,ú J0, 1 lrwo~1lnwn1<>h 32,6 12,S 13,0 1 otnl sllfcJris 84,7 1q,1 43, 1 S.ildo ílnal - 17,4 29,0 37,9 l!.lo ~1gn1fica que a empresa estaria curta (défice de liqu1de1') no Iº pcriOdo e longa nos dois períodos subsequente'>. As~1m, compctiría ao gestor financeiro a oblençao de fundo 31('fl'l· padamente e ao menor custo para o 1° período, e Cl aplicaçJo dos cxct'<icnt~ no períodos subsequentes. Rt>l.11 MlffiCfllc ao curto prazo (gestão operacionan, o pc pd do gestor ltNn· ceifo é o pro~amento das tarefas tradicionais do cesourciro, ou ~J - controlo do crédito concedido aos client~; - controlo hnanceiro dos inventário$ (nome.icfamente a oportuni- dade da aplicação neste item patrimonial>; g~Jo dos créditos obtidos junto dos fornece-dor~ e dos rest.1ntcs clev •dores correntes; c1plicaçtlo dos excedentes temporãrios de 1csourt1rln ou, cvon. 1uc1lmento, ,, cobertura dos défices tcmporílrlos de tesourarit1. O documento orientador para o curto pra7o 6 o dcc;l~nado orçamento de tcsourJriil, que é a tradução dos receblmenlos e pagamentos previ· ~ionais, com a final verificação se o equilíbrio fin.mceiro se mantõm: 1\ cvoluç o da funç:le> finam <·ira Capítulo li recebimentos .... saldo inici.ll • pJgamcntos > ou • saldo final desejado Os orçamentos de te~raria dC!'\:cm cncaix.ar-sc no plano financeiro, que tem uma perspectiva mais global e de longo prazo (ver à frente um exemplo de construç~ de um orçamento). As perspectivas ruturas da íunçao financeira e\l:lo ligadas ao desen- volvimento dos mercados financeiros e a inovclç:lo a que se assiste diariamente. Se, inicialmente, se perspcctlv;wa que o ob1ectivo de uma empresa era a maximização do lucro, hoje, encara-se a cmprcsJ com<> um organis- mo complexo em que vários lntorcsscs tC!m que ser sJlisfcitos. O paradigma da maximlzaç;\o do lucro foi, cntret.into, substituído pela maximização da rlquc1a dos accioni'itas, que se traduz no valor actual dos íluxos de caixa e t1mados dcscontddos a uma taxa apropriada para o momento prl''icnte (que incorpora o risco do investimento sub1acen1e. ou eja , o custo da oponunidade de uma aplicação alternativa). Entretanto, esse paradigma foi subsutuído por um mais geral e que assenta na maximizaç~ do valor da emprc)J Contudo, levanta um problema interessante: a compatibilizaç~ do~ lnccre'>ses dos vários intervenientes {s(axeholdcf'>l com o princípio da rac100.1hd<>de limitada de que as pessoas tomam de<isõe., racionais apenas cm relaç~ aos ac;pectos da situação que con'l{.-gucm perceber e interpretar (Neves, 2007, p. 19). A tendência da funçao financeir.1 é transformar-se num centro de resultados, contribuindo activamentc par d o cre!IC.1mcnto da empresa (aumento do volume de negócios) e, simuhane.imentc, gerindo o bi- nômio rendibilidade/ risco. A rendibilidade exprimea c;ip,1ddadc da empresa para gerar lucros, ou, melhor, a aptid3o para gerar íluxos íln.intclros com v.ilor actual positivo, isto é, dinheiro. Por seu turno, o ri~o rcflectc J volatilidade desses íluxos financeiros no tempo. Gest:lo í inoancc-ira • Análise d fluxos 1 inanceiros )l 32 C.:ipílulo li Par a ~se c1e1to, o gestor deve estar equipado com um sofiqicado .,;~e ma informat1co ligado às várias praças internacionais e às empr~s do grupo A mtcmacionalização, a globalizaç;Jo financeira, a integraç.\o dos mercados financeiros, a inovaçlo e a sofisticaçao dos produtos ~ f.>ctorc a ter em consideração no dia-a-d ia do gestor financeiro . A gestAo da informaÇdo é o essencial da sua l.lrcí.J, cabendo-lhe, (un- ddmcntalmcntc. os problemas de estratégia e pohl1ca financeira No entanto, não se pode esquecer que a fonte de críaçélo d valor n.10 é .:i situação fi nanceira, mas a sua upa<.idad para manter uma vantagem compelitiva duradoura, baseada no trlnómío tecnologia/mer- cado/produto. O equilíbrio financeiro é umfl condiç:lo necessárl.i, mns n:lo suficiente, para a sobrevivência e dcscrwolvlmonto da cmprosa (Nevei;, 2007, p. 17). Conslrução de um orçamento O orçamento de tesouraria agrupa as previsões do., recursos e da'> aplicações de tesouraria. A partir destas previsOcs o t~rciro calcult1, tendo sempre cm v1Sla um nível mínimo de liquidc1 cm'ª""ª· a daia e a duração do'> créditos necessários ou das aplicd~ÕC possí11ei . O.. íluxos de enlradas compreendem: - íluxos das receitas de exploração (nomeadamente vendas); - íluxos pro\ienientes de empréstimos con1raido.,; - ílu'llO'> provenremes de aumentos d capual da empresa, Na generalidade, os íluxos mais relevantes provl!m da cxploraç:\o e s~o efectuados pela direcção comercial. As prcvl!.ôcs dos íluxos de saída compreendem: decisões de exploração: pagamentos n f orncccclorcs, t.lcspcsus com pessoal e outras despesas de explor<lçlio; dt.'Cisôcs .1 longo prazo: reembolso de empréstimos, pagamenlos de aqu1s1çAo de imobilizado, etc .. A evoluç:ln cfa runç () ílnanC.ClfJ Capítulo li De forma a gerir convenientemente a tesouraria, o tesoureiro deve dispor da seguinte iníormaç~ - situação dos créditos ex1qcnte; - montante de linhas de crédíto negociadas junto das instituições de crédito; - alternativas de aplicaç~ par a~ excedentes que C'\ICntualmente possam ocorrer. Caso prático 1: A sociedade XL eíectuou as so~ulntcs previsões de vonda para os próximos 3 meses• : Jan: € 200 000 Fev: € 280 000 Mar: E 350 000 As condições de recebimento s.'\o as seguintes: 50% a pronto pagamento 30% no prazo de 1 mês 20o/o no prazo de 2 meses As compras serão eíectuadas do seguinte modo: Jan: € 100 000 Fev: € 120 000 Mar: € 140 000 Condições de pagamento: 70% a pronto p<igamonto e os restantes 30% a l mês. • Estas previsões pocJcrn ser c'<lcnsiv<H .t períodos mais JlllrgJdos, nomeadamente, o ano. Só por questões de slmphílc.aç:lõ <4.'! ~presentam l·~C\ tr~ ~ Ge~1:io financeira - Anâlisc d r lux~ Ffnanceiros 33 34 Capílulo li A evolução dJ íunçao fin.in1 cir.1 As outras operações de exploração ~ efcctuadas a pronto: Outroc; recebimentos operacionais. Jan: E 70 000 Fcv: E 35 000 Mar: E 450 000 Outros pag.imentos operacionais: Jan: E 50 000 Fev: E 45 000 M.-ir: € 95 000 175 000 rcl1'rt·n1c"' >1<> mk cm UU\J 84 000 .10 mk llnltfl{M' 40 000..., P' nuh1mo ~ ., Quadro 2: Orçamento de tesouraria 200000 PtóprlO ttl (n) 5ft o 100000 140 c;cJO 1r.s 000 Ws•l(nol ) JO'ro lO loO DOO 6'000 IOSOOO Mh • 1l1M1) 20!li. ·~ooo S6000 70000 lf~~climlon~ 100000 ntooo 100000 JOOOOO ~'19000 100000 180000 2ll 000 ~.tolo mf.1111 ,,. rl•Vll•J ~nM><"?._ soooo HOOOO JOS ~00 Saldo nW'tflo de tl1t•n1,,,. '1r N ti fJt!fiO.~I soooo ·i~ 00(1 1 JI /JIJ,I () VN d<• 200 000 dt> líln desdobra·se do seguinte modo: IOO 000 (lun), (10 000 (f cvl e 40 000 (Mar). A t•voluç o d:a lunç, o financeira Capítulo li Quadro 3: Cálculo do saldo de clientes cm Março Saldo inicial: 180 000 Recebi~~: 299 000 Volume negócios do~· lSO 000 ~Ido fiNI 2J 1 000 Relativamente às compras, cfec:tu.1 se o mesmo procedimento: Quadro 4 : Compras Valor (euros) lklliif rilivo f otHJ l '.I J4 th ,o l111wltn 1 t •vt •11•110 M .11\0 Ahnl M.110 c.ompras + FSE + IVA 100000 120 000 140 000 compras- fSE ... IVA Ac.. 100000 110 000 lbO 000 pr6pno mfs 1111 70'tO o 7DDOO 114000 HOQO rnft Sf'&l"l'R IJtO 1 J JO'll. JO 30000 1•000 41000 ....-.,.,__ mb 70000 llUIOO U• OOO .... 1ewiamec. llL. 70000 11'000 1111000 S.Jldl> 6'Yide~ :soooo 000 uooo "°fW'blo Quadro 5: Quadro - resumo V.ilor (euros) ,,,,,..,," 1 ,,,.,,,,,.. M .irc.,o a.ido irliciM do díoporihlid.Mla o soooo 126000 ----de~ 100000 100000 199000 OUllOI.~ 70000 1\000 4SOOO llJLlldc~ 110000 2nooo )44 000 l»S.lmenlOS • l'omecedo<o 'ª 000 ' " 000 11• 000 ourros pag•mentos ~0000 ~·· 000 95000 101al de pagamentos 1)(1000 1 ~•1000 229 000 qldo final de disponlbtlld~das 'ºººº l~fi U!Kl 24 1 000 ------- G~:lo Flnanccir;a - An~lisc d fluxos financeiros 35 ~--iiiliiiiiiiiiiill ............. ____________________ __ Quadro 6: Orçamento de tesouraria - Cálculo do PMR - Cenário 1 ~ N~·IVA.w;. 200000 '400000 600000 lhicrblmentos pr0µ1lo 1ne.i (n) ~0'11., o 100 000 100000 111~1 1 1 '"'!) lO'll. 10 60000 mês t 2 ln+2l .IO'll. 61) '"'Clbilllt'f'llOtclltni... mb 100000 160000 t•tl-cl-i!t -'· 100000 260000 ~Ido l!UI li.-~ no~ 100000 140000 S.ldo mMo dr d.ire!u!. ftQ ~ 50000 140000 Prazo médio de recebimt'nto. _sa_ldo_mMo __ ~ __ VNCI ?IVN 60 000 4000() 200 000 460000 l.COQQO 1.0000 x360 / Vll;-.of11.ldo 2 400 000 Prun l'llfcloO cio. tetebf.. mt'ntu tle ch...nie (PMRI o\ o 1 200 ººº 50% ll r.oooo noooo )()'Mo 10 60000 9 40000 •OOOO 4ll0000 20'llo f,O llO 000 12 2 4()0 000 1-40 000 21 / 5.Jldo d. d•cnt es ou VN li l60 uadro 7: Orçamento de tesouraria - Cálculo do PMR - Cenário 2 \bl "qt\c'°' • NA l'illOOO 150000 200000 ,,_,.~·"'"• lSOOOO <lQOOOO 600000 •.cr:hifftlfftlõil. prêprlol!à SOll. o 12.S 000 75000 IOODCIO 1 200000 sor. o o mh. 1 ln+ll 1°'" o 15000 4SOOO WIOOO 110000 3°"' lO 60000 , rnb • l (n•21 20'llo .., soooo )0000 "° 000 4CIOOO ~ 6(J 80000 12 r«C'bi_,_ cl~Clll mh 125000 ISOOOO 195 000 l .t(ll) OOO l.et:!l)nO 21 ,.,.~ ch"111ft 11e 125 000 275 000 voooo / ~Ido fo~ de d"- no pcylodtl 125 000 125 000 130000 61500 125000 127500 Saldo de cht'nl~ que n.\o ~igual :"'IOTA O dkulo do s.aldo do\ dttnle\ pt'la 16nnula do pruo médio s6 comcidr: com o~ pelo orç~ de ICIOUf~ia se o ~ lot conwanct ~ '°"IO do pt'!íodo Q "C ::;. > e n õ o = 3 -g ~ §: > Q.. e.: r. o~ < -g l'I> o Ql l'I> K N ~ ~· o; 3o e-ti)•"' 9-: < C' o!!!... ::: Q. o "" l'I> r.; "' ... "' o ô CL ::") So ::: cro e.; 3 .ri ::i om r:. ~~ ~ o ::i õ l'I> o n ~ n- e õ < 2-< e: O> 3 õ (D .... a..~ (D ::i Z°"' o1 o gB - -3 0-,:i .,, t» > <~ Z2. e < - ... e ::i e e ""::i o::;' ~ "'º 5' no o.,, e.. ::i Q. e,; "'o C' 61 - · a; ::i : ~ ~ .,. On o _.., :? o~ :li ~~ "' ::i Q. o e o n 5" .. e.. -g g ~ oc o "' O> ~::i 3 Q.. "C l'J o ::;. ~o e: !C.- õ = Ct1pflulo li /\evolução da íunçJO fin.-inc t•1ra A cvoluç, n d.1 íunc,,. o íin.tn<.ClrJ Capnulo li C w pr~tko 2: Orçamento Reso'ução COMtdere os w-gu•ntes dados relativos a um.i emprMi: Quadro 8: Recebimento de vendas e saldo de clientes Valor (euros) [)t_~rtll\ o Cond Rec Vend.-as. saldo inicial tlierces lal o 605 foln Fcv ~ TutaJ "eodas(b) soo bSO •.C)() E SOO E650 E 400 € 1550 recebimentos Condições de recebimento. mês lO'. 150 195 120 30'> .. µron10 pag.imcnto (no mês) 1 mês40% 200 260 40% 1 nl~) 2 meses 10% 150 JO% 2 meses recebimentos mês (e) ISO 395 530 Con1prns. recebimentos acumulados ISO 545 1075 saldo final de clientes (a+h d 350 CiO'i 475 cor rcspon-J.:in lcv Mar Total dentes a: € j()() €400 ESOO E 1200 JOo/o rev Condições de pagamento. 701'.Mar 50' pmnto p.tgamento (no mês) 5°"' lmb Quadro 9: Pagamento de compras Outr.n de~ operKionais.. e saldo de fornecedores Valoc" (euros) E: )Q E: 60 E 70 € 180 1~ no prOfJf'° mb Oe5cntM> Conc.I R~. Jan frv Mar Culto d.u mercmrias vendidas (60% d;as YCndilS) saldo lllicial de íomec.edotes l.1') o 150 200 000 € 390 E 240 €930 COfT1KilS lb ') lOO 400 soo S;afdo lnicl;al de uixa: € 100. ~~tos mês 50% ISO 200 250 'mês 50% ISO 200 Dt-terrmne •) l/J/09, pagamentos mês lc1 150 350 450 .i) o wldo d thentcs; ~samentos acumulado) 150 500 9SO bl o "Jltk> dt rorncccdores; ~aldo ftnal de fornecedor~ t) o SJldo d!' <'xls11!ncias; (a"+b"-c.1 150 200 250 correspon- ri) o s.1fdo de Cillxa; dentes a: 50% Mar e) o b.110111,;o. :38 Gest~o financeira - An.ãliMi de fluxos Financeiros '39 Capíluln li /\evolução da fun~·3o fin.intc iril Quadro 1 O: Saldo de existências Dc~riuvo Jan ~Ido 1nici.JI d!! exlstllncias {a '1 o compr.u 1b·1 300 cu~o dJs merc~1as vendidas (c'1 bO% VNO 300 wldo íln.JI de t!lusti!ncias l.J .. +b -< .. 1 o Quadro 11: Saldo de caixa Dl.'..cri11vo Jnn ~oldo lnld,11 de cnlxa 100 rcrublmonlo• (vcnd.1s} 150 pagamento< (comerilS) 150 P"8ªm n1~ lou1r.is despesas oper.) 50 s.ildo On.JI de canc.i so Quadro 12: Resultados (a Março) "t!nd;H 1 550 c.m.v 930 OUlr.lS cK'\~~ ~rac. 180 resultado 440 Quadro 13: Balanço a 31/03/09 270 r · ult.ldo saldo de C.l!U 475 'ºº"·~· 45 lOl.JI 790 A dlfcronç.1 (790 • b<JOJ corresponde ao saldo lnldnl dr t nlxíl: 1 ()() 40 ValOf Ceurosl Fcv M.ir o 10 400 soo 390 240 10 270 Valor {puros) Fov M.ir 50 n 395 SJO 350 4'i0 60 70 35 •s V.Jlcx frur~ 440 250 690 C<1pnuto li caso prático 3 Exercício de consolid;,içllo j()bre Mapas de Tesourari.l Quadro 14: Pressupostos relativos a empresa D V.iloi (euros) 1) 1 frv M.ir l'ressu stos rdallvO'o .a l·mprl''-' Jn Vendas 450 460 ___ 4_3_0 Compras 360 292 299 90 98 86 cO~u~t~~a~s~des:=Epe~s~as~~~~~~~~~~--:;;-;;;-~~ - 292 29<) 279 Cu510 Mercadoria~ VontJldac Condições de recebimento das vendas: 100% a 1 ml!s; Condições de pagamento d.JS compras. 30% p.p e 70% il 1 ~s; Condições de pagamento d.is Ourm ~ P p .. Gestllo financel~ - An.ilise de Muxos Financeiros 41 Capítulo li A evolução da funç3o fin,1nc <•ira Quadro 1 S: Balanço inicial lmobt li1 ildo lmobihudo corpóreo _Amott11.iç0b ..:umulad.as h1S1~nc1;is M.itM;is-pnm.is Activo Cll t.111 1 720.0 o.o o.o 00 o.o M~rr .idon.is Pr~c.loodo~ e em curso Oívld,1s de terceiros c.p. Cll(•r11os r stodo e outros entes públicos O,CJ Ourro\ dl.'vl'dores 0,0 Dl'fX>nrblltd.Kfl:~:.----------------- O.O lo1:il do Ac.tivo 180,0 1 900,0 Capital Próprio üpd;il Sov .. t R~.ü 1 &60,11 To1 .. 1 úp1~l Pr6p&;;n~·0;---------------_JO~.O!!_ 1 660,11 OMd.n il tciceiros m.Lp. Emo1 imos m.I p. Outfthc~ Oívid .. s .i terceiros c.p. e mprt\ltmM forn!'t~ (stado c outro~ entes públicos O\Jrro~ credores Passivo 2)9,2 o.o o.o o.o o.o Ro~ulrndo •' dis1;::ir1ihb::i111i::-,--------------- º·º 0,0 A~16~1 Imos e dlforlmentos Í\t,1do • lmpo~1-;:o:vii17:uc;::r:os~-------------- Tot.il Passivo_.;..,_~:.:._ ____________ _ 0,0 o.o 2J9,2 Total C1pil.1I Próprio + Passivo 1 900,0 A ~voluç o c.Ja funç3v finanf<'lfô> 1) Para 31 de Março, determine; a) O saldo de clientes e r pcctivos recebimentos; bl O saldo de fomeccdorcs e re pecttvos pa~amento'.>; e) O saldo de exist~ncias; dl O saldo de d1sponibilidadt-s; e) A Demonstraçik> de Rcc;ultado<i previ 1on.:il; O O Balanço prcvi~ional. 2) Comente: Capítulo li g) O financiamenlo prcvls10 ~ ~u(Jrlcnle f.Kc b!> dispor1ibllidades iniciais previstas? h) Quais as decisões a 1omar pelo gestor linancc1ml i) Qual o impacto sourc o fi0t1nc1amt!nlo prcv1qo de uma dilatação dos prazos de cobrclnçal J) Qual o rmpacto sobfc o ti0c1nc1amento prC\11c;co de uma dilataç.ão dos prazos de 5tockJgeml Quadro 16: Mapa de Clientes e Recebimentos valor feurosl j.m fl·V Mar Si º·º 450,0 460,0 Vendas -450,0 460,0 430,0 Recebimentos .ip.p 0% o.o o.o o.o a l mês 100% 450,0 460,0 d 2 meses 0% o.o Total recebimento~ o.o 450,0 460,0 sr 450,0 460,0 430,0 Gestão Financeira - Anãllsc de fluxos financeiros O Capnuro 11 A evolução da função finant c1ro1 Quadro 17: Mapa de Fornecedores e Pagamentos S1 Compras Pag.imcntos •PP oalmts 30% 0,0 360,0 108,0 70% ________ ..;...:_:_ __ ~ ~I pagamentos 108,0 339,6 252,0 sr --~-~-~.:..:....~___;:..::.. 252,0 292,0 87.6 252,0 294,I 204,4 Quudro 1 8: Mapa do Saldo de Existências Vo1lor (euros) 204,4 299,0 89.7 204,-1 201p V.ilor (euros) j.1n ft•v M.11 SI o.o 68,0 61.0 360,0 292.0 299,0 292,0 299,0 279,0 68,0 61,0 81 ,0 Compr.u. CMV S( Quadro 19: Mapa de Tesouraria V .tlor (curo-.) IJn ít•v Mar SI Reabimcntos de Clientes Total rttcb1mc_n_tos _________ ...:..;.. __ 180,0 · 18,0 -5,6 º·º 450,0 460,0 0,0 450,0 460,0 Pag.imcntos 108,0 JJ9.6 294,I 90,0 98,0 86,0 198,0 4J7,6 180, I · 18,0 S,f1 74,J a f()m('(;Cfhros de outro~ custo operacionais Total Pªl1•1mcn1os sr -~~~~~~~--"~.:._~ A cvoluc; o t.l.1 íuntão l1nanrcm1 Quadro 20: Mapa de Dcmonstraç.ao de ResulLados ~ Total dos Proveitos Custos Cus«> das Mercadori.is V1:-nd1d.l Outros Cusros Operac1onai~ Total dos Custos Resultados Operacionais Capflulo li Valof (euros) 1 340,0 1 340,0 870,0 274,0 1 144,0 196,0 GcstJo Financeira • Anfllisc de Fluxos Financeiros 45 C1pílulu li /\ cvoluçdo dol íunç. 0 fln.inc eira Quadro 21 : Balanço final lmobil,,ttdo lmoh1l11 Jo c0tp6rro Amon113~ "'<'umuladas úuia~nci.as i\1iltbt4\o f)ftf'NS '-"crr adort.u 1720,0 o.o Produto, at.ih.idoi. <'em curso Dívid3, de tcrccl~ro~s~c~.p~.::.::::__ ____________ _ o.o 81,0 0,0 ClfC'ntt•~ 1 ~t,tdo (1 OIJll'O~ ('111CS pCibllcos ll ,lO,O Out1os dc11crforc' 0,0 Ol"{>Onrhllld.id~~~------------------.2º·~º TotaldoActlvo -----------------....!..7~4:;!,_J 2 305,J Capital Pr6prio 9fital Sodal RC5oCtV.u 1 fM>,8 Resultados líqurd<~ O.O Total Capita! Pr6p·;jrl;;0----------------ll%.O 1 856,8 Dívid.;is ;i ter< <'trO\ m.1.p. Emp·~imn, m 1 p Outros ul.'dofet Dfvid,u a teteeiro c.p. Empréstimos Passivo 219.2 o.o Fomt.~Cfbcs 0,0 E~.ido e outros rn1•·s publicas 209,J ~os nt.'dorr~ 0,0 ~hadn .i rlf\lrlbulr---------------- 0,0 Acrô5drn()~ l' dlforimo;;;n;;:to~s:--------------- 0,0 (~lt1<lo lrnpo~to vo,/~lu~c~ro~s~-------------- 0,() lotai P.mfvo 0,() Tot.JI C.1p11.il Próprio,. Passivo 448,5 2 305,) - t CAPÍTULO Ili A análise financeira e o processo de normalização contabi 1 ística A análise financeira e o processo de normalização contabi 1 ística Capnulo Ili A análise financeira baseia os seus relatõrio nos documentos conta- bilísticos: balanço, demons1raçJo dos r~uh.ldo!i e demonstração dos íluxos de caixa. No entanto, a perspectiva contilbilfsticJ é d1íerentc da perspectiva financeira. Enquanto a primeira visa o apur.imcnto do re uhado (cresci- mento do capital da empresa), panindo de determinados pressupostos e princípios, a segunda visa a ldonllílcac;no e análise dos principais fluxos financeiros, de modo a assegurar o normnl funcionamento da empresa (equilíbrio financeiro). Noâmbito do apuramento do result.1do, existem rubricas que não ge- ram quaisquer fluxos financeiros, como é o Cil~ das reintegrações. Por outro lado, inúmeras rubncaç s~o ob1ccto de esilmauvas, como é o caso dos ajustamentos. Finalmente, impon.a salientar o pendor jurídico-fiscal na elaboração das peças contabil ºsticas, ainda prepond rantc no no.;so nonnativo, bem como a existência de cinco organí!>mõ normalizacfores•, o que coloca problemas de harmonizaç3o contabllistíca. Segundo ( e\les, 2007, p. 73), existem a seguintes lim1taÇões aos documentos contabilfsi1cos: não reflectem valores actuais, pois J cont.tbtlizaçao segue, por via de regra, o princípio do custo histórico; existem contas para as qu.1is é preciso Íil7er algumas estima- tivas, nomeadamente ajui.tamcntos p.u,1 cr6dllos de cobrança duvidosa; • Além da Comissão de Normall1nç:io Con1.-.bllfs1lcn (CNO, temos: o Banco de Portugal (BP), o Instituto do Seguros de Po1111gal (ISP)1 a Comissão dos Mercados dos Valores Mobiliãrios (CMVM) e a Coml~s:\o d Normall1açJo e~mca-Con labilidade Pública (CNAP). GestJo Fin nccira • t\n.\lisc d Fluxos financeiros -19 50 Capilu lo Ili A an;ihse financeira e o proc~\O cfo• nonn h1•~· o 1011tab1lí'.\lf1 • enquanto a depreciação do imobilizado é uma prática corrente, a sua t~alorização é normalmente ignorada; multas rubricas com valor financeiro est:io om111das do balanço porque a sua valorização objectJva oterece algumJ.5 d1ficulda- d : os diferentes critérios valorimétricos utilizados podem pro"oc .u d1'>torções entre várias empresas; - a~ normas contabilísticas são muitas vezes clitad.1s por lmpN<i· 1lvos fiscais. r slns dlvcrgôncias implicam da parte do analisl.l ílnancolrc> uni cui- d;ido próvlo na preparação, tratamento e adap1~1çJo d.is lnímmnçõcs ~ melodologid da análise financeira. fm iodo o caso, assiste-se a um processo de hJ1me>ni1açJo c;ontabllfs- 11t.1 na Uni~o Europeia (UE), onde Portugal esl~ in\Crido. E'>pcra·sc que a normalização contabilística nac1onJI ~ aproxime do p.ldrJo mais ele, ado que será o preconizado pelo lntcrnattonal Accoun11g Standards Board 11ASB)•. Rl•.1lce-)C que a mudança de onnas Internacionais de Coni.tblltdclde (Nl(J para Normas Internacionais de Contabilid.1de e Rcl.ito Fin.in· CClfO (NICRf) te\'e implícita a preocupaç2o de que " Of d em ~, prcpar.idas com vista a descrever a posiçAo financeira, c.fc)Cmpenho e altcr.içõe da posição financeira que, de algum modo, .. ao apan g10 de quem elabora análises financeiras. N.lo sendo ob1ecto desta obra um estudo dc1alhJclo das Norm.is Internacionais de Contabilidade, salientamos alguns Jspcctos dess.1 cvoluçJo e enfatizamos que, no nosso entendimento, a adopç.,o ti.is NICRí (Normas Internacionais de Contabilidade e Rel.110 f ln.inc oiro) lroró vontJgcns a quem realiza a análise flnancclr.i. AsslslC·Sc, n~sim, • P,11,1 um d!!scnvolvimento sobre o tema das Norm.u lntcrntJtlrm.ils d ( nnt,1b1 lld,1dl• .iconsclha-sc a leitura da obra do autor in111ul3dil Nnrm.1~ lntt•rniJ(IOIMi< m• ContJl>ll1d.uk da teoria à prática, 2006- Vida rconómltil Capflulo Ili à queda do pendor juridico-11scal1 cm detrimento de um pendor de índole económ · Gl. Com a publicação do regulamento ccr: ) n• 1 bOW02. em 19 de Julho, foram impostos mínimo'> cm m.it ria d adopç:I<>, desde 1 de Janeiro de 2005, em termos das ormas lnlcrn.Jdonab de Contabilidade (NIO. ou seja, pelo menos tod.1-; ª' SO<:icdadL• com valores cotadas em bolsas da UE devem aprcscnl.H ,,., 'Ili.is cont.lS consolidadas de acordo com as NIC. Como consequência deste rcgul.1m<'nto, ,, Comlsi,Jo de Normalização Contabilística (CNC) publicou, cm 1 i; dt• J.inciro dl' 2003, o docu- mento "Projecto de Linhas de Orlonrnç,lo fJ.tl a um Novo Modelo de Normalização Con1abllís1lca11 1 onde vom definir o que deverá ser o futuro ordenamento cont;ibilrstko n<1c;lon<1I. Cm síntese, csle projecto aponta para um ordenamento com doi!. níveis, dirigidos a dois grupos diferenciados de entidade!> ccon6m1r,1', cmbor;i 'ubmC'lidos à mesma estrutura conceptual e ao mL><.mo código de < ontdl> ~ reconhecido por esta CNC que o Plano Oficial de Contabilidade esgotou o seu papel, conformt .1firmado na p. 1 S do documen10: "É insuficiente para as entidade:. c.om maio~ l'x1g~ncias qu.ifitativas de relato financeiro ..• Adict0ncilmcn1 , carece de rcv1~0 lknica no que concerne, nomcad<Jmcnte, a aspecto concl'P{uai'>, criténos de valorimelria, estrutura de conta) d cu~os e fJrO\IC1to'>, conceito de resultados, bem como em rel.>çA<> ao) mod lo das demonstrações financeiras individuais e consolidadas'". Igualmente, na p. 17, .>firmJ·S que J normJli.1açau contab1lrstica actual é portadora do seguinte perfil· - forte iníluênci.i de algun~ f.:inorc<; clil envolvente Imediata; - orientação jurídico-íiscJI; - modelo misto; - âmbito nacional; - sob a forma de plano de e.antas (M>m cstrutur.i conceptual). Gl':St:io Fln;anrcira • Anâlisc d 1 luxo~ Financeiros 51 52 Capitulo 111 /\ n~l1sc finaoceir;1 ~o pmc:!?W> ria norrNl 1açliu lt1•1l.al1ll ~ ICJ ~ convicç~ da CNC que com a adopção das NICRF se atingirJo ~ seguintes ob1ect1vos: - propomonar um salto qualitativo no relato financeiro nacional; redu1ir a atitude essencialmente mecan1c:i>1a no raciocínio e na boa .1plicação dos instrumentos contab1lf~icos; - const1tu1r um elemento de apoio à intemacionalizjÇ:lo d.is em- prcs.is. Em ~u1da, procede-se à anáJise sumária de algunc; cbpcclos das NICRf com Impacto na análise financeira. À d.1tíl dcs1u edlçJo, foram publicados os seguintes elementos que constituem o Sistema de Normalização Contabilístico (SNC), que onlrn cm vigor a partir de 1/ 1/2010. l 1gura ú: Normativo associado ao SNC t lrmC"nto\ form.:is d1• puhl11 ,1ç.10 Modrb da ~r.ções fi~ P011M11 n" !IM/1009, ele 7 de Sf<_Mll>n) C6cfpdii corca e ..... ~~ POIW1•,.,. IOOll?OO'I clc 9 do $to.!cmhto llbn..u clc coiubilidlde e rei.alo í.rwnt('trO tNCíRI fin1lirfadcs das demonstrações financcir. Proporcionar Informação acerca da posição financeira, do de~mpcnho <:de fluxos de caixa de uma empresa, que seja (Jfll ,J uma larga csc.1lc1 de lllcnlcs na tomada de decisões econômicas. As demonstrações nnancclras proporcionam informação acerca de: - dctlvos; passivos; - capitaJ próprio; - proveitos e gasto:., incluindo ganho e pcrd.n, sendo constituídas por. - balanço; - demonstração dos r~uhado ; Capítulo Ili - demonstraçac> de ahcraçJo na posiç:k> íln,:inccira (que pode ser apresentada de várias maneiras, por exemplo, como uma demons- tração de fluxo de caixa ou demonstraç:lo de fluxo de fundos); - as notas e outras demonstrações e m.ltcrlal cxplicalivo que constituam parte ln1ogrt1nto dos domonsir.1çõcs financeiras; - outros mapas, tais como informaç:lo íln.111(.clra por segmentos industriais e geográílcos, e de divulgdçc1o accrcc1 dos efeitos das variações dos preço~; esta informação é comum ., todas a cmpr~s comerciais, in- dustriais e de scn. iço que relatem, sejam do sector público ou do privado. Fora das demonstraç~ financeiras, J admini ... raç:k> dC\c apresentar uma explanação que descreva e explique ,15 c.:iracteriMicas principais do desempenho financeiro da cmprc~1. a su<1 posiçJo financeira e as principais incertezas com que 5C depara, concretamente: - os principais factores e influ~i.is que de1erminam o desempenho; - as fontes de financiamento; - os pontos fortes e rcc:ursos da emprcs.i cujo v.ilor não esteja reflectido no balanço. Considerações gerais As demonstrações financeiras devem oprescntJr de forma apropriada a posição financeira, o desempenho financeiro e os fluxos de caixa de uma empresa. A adequada Jplicaç:lo dds Normas Internacionais de Gcst o Financeira ~ Anãlise de fluxos Financeiros 3 54 C<ipÍlulo IliContab1lrdade, com divulgação adicional quando nt'('e5~ria, rcsultcl, cm. vinu.ilmcnte, todas as circunstâncias, em d<'mon">trJÇõc~ ftn.1n· ctir.is que atingem uma apresentação apropriada. Figura 7; Objcctivos das Demonstrações Financeira§ [ IJ.11.inço J Demonstraç:lo do!. Resultados Ahet.aç2o n.t posiç-3<> hn.tl'l(rJr~ A poc;1ç.10 financeira de uma empresa ~ revelada auav~s do balanço. que cv1d"'nc1a: - o rl'CurS()) económicos que controla; - a ~rulura financeira; - a liquidez e solvência; fl"Cur-.os cc.onómrcos: estão relacionados com a Pft'd1ç~ d.:i e pa· cidade da empresa para os gerar. no futuro, e aura e equ1valcntl'5; - c~rutura lin.1nceira; está relacionada com a pred1ç!lo de futurao; ne<e.-;s1d.ides de empréstimos e de como os lucro!> futuro!> e os nuxos de caixa serão distnbuídos, bem tomo do succ'>so de obtcnçao de tundos adicionais; liquiclc1 (curto prazo) e solvência (pr.vo m.ll'I longo): pr<'diçJo d.1 c:.1pacidadc da empresa para satisía1cr os st111s rnmpromlsi.os ;i mcdlcfo que se vencerem. O dcscmp<'nho de uma empresa é revelado, es~C'nd,1 lmcn1e, atrav(1~ dt1 dcmon~tr.1çJo dos resultados (DR) e, igualmente, .ltr.ivf:s d.l dcmon~ traçJo de Jherações dos capitais próprios (DA P) <' ev1denc1a· Capnulo Ili a rentabilidade; - capacidade para gerar fluxos no futuro. Eitesnpios• semn lume( ídos pel• OACP IJO.ttwn~(p!lhoi ou pena• do ju5'0 voalofdosacuvos~~~~~'tC!l<La (e-(tplO~dcwnp.v•n ~dout~riv.ldosde ~de fluxos de CIMU ••n<b nJc» ~~ ~ demonUr~lo dcK •auUdM. As alterações na po)iç3o financeira slo rcvcladai; atravc da demons- tração dos íluxos de caixa•: - as actividadcs operacion;w;, de mvcsumcnto e de financiamento; - a capacidade para gerar caixa e oriulvalontcc; n Ctlixa; - a necessidade de lltlll1nr os fh 1xos de calx,1. As Notas evidenciam as base'> de prrparaçl.\o do b.11,mço, da DR, da DACP e da OFC, as polllic.is c.ontnbilísiic:ai; espt'Cffita'> usadas, informa- ções que não sejam divulgada nessas Df, mas que ~1am exigidas pelas ,._IC/NIRF, e infonnaçck> adicional qu<> nlo !.endo aprcscntJda nas OF em questão, seja relevante para a comprccn..ao de qualquer ulTlcl delas_ As demonslrações financeira dei.em proport ionar 1ntonNÇ~ que seja: • relevante para as nec~s1dadM de tomad.1 de decisões pelos utentes; e • fiável de tal modo que elas: representem iidcd1gnamen1c os resultJdo., e a pos1Çlo finan· ceira da empres.1; - reílictam a substáncia económica de evcntoc; e transacções e não meramente a forma legal; - sejam neutras, ir.to f:, que estejam 1scntJS de preconceitos; - sejam prudentes; sejam completa~ em todos os asportos matcrialmeme rele- vantes. Gest!lo íin.anccira - Anãlrsc d fluxo~ Financeiros 55 Su C.1pí1ulo Ili Continuidade Aquando da preparação das demonstrações financeiras, a administra· çao deve fazer uma avaliação da capclc1dade de uma empresa p<1ra prosseguir segundo o princípio da continuidade. As demonstrações financeiras devem ser preparadas na b.J'Se de uma empresa em con- tinuidJd , a menos que a administraÇJo pretenda liquidar a empresa ou cessar de negociar, ou não tenha outra alternativa realista. Quando a admin1straçao estiver consciente, ao fazer a sua avaliaçao, de incer tezas ma1erla1s relacionadas com acontcrimcntos ou condições que possam l.mçar dúvidas significativas acerca da capacidade da empresa para prosseguir como uma empresa em contlnu idndo, essas lncerlczt1s devem ser divulgadas. Regime contabilístico do acréscimo Um.1 empr~ deve preparar as suas demonstraçO\.>s financeiras. ex- cepto para informação dos fluxos de caixa, segundo o regime conta· bitr~ico do acr~imo. Segundo o regime contabilístico do acréscimo, ~1s transacções e aconte- cimentos sJo reconhecidos quando ocorram (e nJo quando o dinheiro ou o seu equivalente seja recebido ou pago). O, gastos s.lo reconhecidos na demonstraçao dos resultados de acordo com umJ associação directa entre ~ cuqos incomdos e os rendimenlos de irens ~iTicos. Balanço Definições: - Um nrtlvo é um recurso controlado µela empresa como resultado de acontecimentos passados e do quol se cspcrJ que íluam p.ira a cmprc a benefícios económicos futuros. t Cõlpílulo Ili _ Um passivo é uma obrigaçJo presente da empresa proveniente de acontecimentos pd ~1dos, da liquidaçilo d.i qu,11 se espera que resulte um fluxo posterior de recursos da empresa incorporando benefícios económicos. - Capital próprio é o interesse residual no act1vos da empresa depois de deduzir todos os seus passivos. Os benefícios económicos íuturos incorporados num dctivo ~o po- tencial de contribuir. d1recta ou indirectamente, 1>ara o !luxo de caixa e de seus equivalentes de c.iixtl para a empresa. No balanço pode-se opiar pela classlílcação corrente/ n:io corrente ou pela apresentação por ordem de llq11fde1. A opçao µc l<1 rlassiíicação corrente/ não corrente pode entrar cm conflito com a 4ª dfrcctiva, que separa em fixo/ circulante. Por exemplo, um imóvel adquirido para venda é clJs i(kado no circu- lante. Na NIC é consid rado nJo corrente, dado que nJo é adquirido para ser vendido num pr.izo de 12 meses e nJo faz parte do negócio. /\clivo corrente I não corrente Cada empresa deve determinar~ apresenta ou nJo .ict1vos correntes e não correntes e passivos correntes e não correntes com cla5Sificações separadas. Um activo deve ser cla.-. .. ificado como um act1vo corrente quando: - for esperado que ~ja rcah7ado, ou que estejJ detido pclra venda ou consumo, no decurso normal do ciclo operacional da em- presa; ou - for detido prlmordl.1lmcntc para flnalldc1dos comerciais ou no curto prazo se espore que seja realizado den1ro do doze meses a partir da data do b,11.inço; ou - for um activo de caixa ou equivalente que nJo esteja restringido na sua utilizaçJo Gestão Fin nc:ciril - An1liic d Fluxos fin~nceiros 57 58 Capl'tulo Ili A análise financeira e o processo J<! normali1"ç,10 cont.ibill!llic;i Todos os outros activos devem ser classificados como activos não correntes. Quando uma empresa escolher não fazer esta classincação, os activos e os passivos devem ser apresentados, de uma forma geral, por ordem da sua liquidez. Todavia, os activos devem ser separados enire os que serão recuperados antes ou após 12 meses. Um passivo deve ser classificado como um passivo corrente quando: - se espera que seja liquidado no decurso normal do ciclo ope- racional; ou - esteja para ser liquidado dentro de doze meses n partir da data do balanço. Os outros passivos devem ser classificados como passivos não cor- renles. Uma empresa deve continuar a classificar os seus passivos de longo prazo que vençam juros como não correntes, mesmo quando estejam para ser liquidados dentro de doze meses a partir da data da demons- traç:lo do balanço se: - o prazo original contratado foi por um período superior a 12 meses; - a empresa pretender refinanciar a obrigação numa base de longo prazo; - essa preten$ãO for suportada por um acordo de refinanciamento 01.1 de reescalonamento de pagamentos que seja completado antes de as demonstrações financeiras serem aprovadas. Ciclo operacional O ciclo operacional de uma empresa corresponde ao tempo enlre a aquisição de materiais que entram num processo e a sua realização em dinheiro ou num instrumento que seja rapidamente convertível /\ .inálise financeira e o proc~ do norm.1111.iç:\u (On1.1b1lfstlu Capítulo Ili em dinheiro. Os actlvos corren1es Incluem inventârios e dívidas a receber que sejam vendidos, consumidos e realizados como parte do cíclo operacional normal mesmo quando não se espere que sejam realizados dentro de doze meses a partir da data do balanço. Os títulos negociáveis são classificados como activos correntes se for esperado quesejam realizados dentro de doze meses a partir da data do balanço. De outra maneira, são classificados como activos não correntes. Demonstração dos resultados Esta DF deve incluir, nomeadamente, dS seguintes rubricas: os réditos, os custos financeiros, os gastos com impostos e os resultados. Quanto aos gastos por natureza do período, com excepção dos impostos que devem ser apresentados obrígatorlamcnte na DR, podem os mesmos não constar da DR se, em alternativa, a empresa decidir divulgá-los nas Notas. Gestão financeira An.\lise de fluxos Financeiros 59 CAPÍTULO IV A noção de fundo de maneio (FM) ______ lliiii __________ ...... ~--------------------- E L /\ noção d~ fundo de mJneiu Captlulo IV A noção de fundo de maneio (FM) Definição O fundo de maneio é definido por certo<, aurores como ~ndo igual ao excedente dos capuai~ permancnres sobreº" vJlorc imobilizados e, por ourros, como o excedenre do~ valores circul.inlcs sobre as dívi- das a curto prazo, sendo as duas dcr1niçõc., corol.\rlJs dJ estrutura do balanço (Audoye, 72, p. 11/12). Numa acepção dinâmica O íundo de maneio pode ser deíinido como o rnnjunto dos valores submetidos às transíormaçõcc; cíclicas do pcrfodo curto e cuio destino nonnal no fim de cada ciclo de explora~ (aquando da sua conversão em disponibilidades) é serem rcutiliiad.is no mesmo circ.u110 (daí a ideia de "maneio• ou de roulcment - rolamento, rodagem, circulação - implícita na expres~o rrancesa IOnds d<! roufemenfJ. Desta defi nição decorre: - Os valores constitut11.o .. do fundo de m.inc10 $do submetidos a transformaç~ cfclíca no quadro do d ?:Senvolv1mento do processo operacíonal de exploraçc1o (invcnt.irios e crécfüos concedidos a clientes). - A conversão em disponibilidades exc.lul quer a~ .1mortlzações quer o lucro. As nmoni,,açõ<'!s destln.1m-sc o ílnílnciar a reno- vação dos investimento& e o lucro o ser tfütrlbuído1 parte aos detentores do capital, pane, eventualmente, aos íuncionâríos (gralificações) e pnrtc ao (stado (nível íiscJI). GMtlo f 1nancciri1 - /\nãlisc de f IU!CO~ r inanceiros 61 64 Capítulo IV A noção de íundo de maneio Deste modo, a necessidade de fundo de maneio é, num determinado momento, o reflexo de gestão e das decisões da exploração corrente da empresa. E o fundo maneio é, em larga medida, o reflexo das decisões estraté- gicas (políticas de investimento, amortizações, distribuições de divi- dendos e empréstimos a longo e a médio prazo). Há quem preconize (Roche, 91, p. 46) que as. necessidades de fundo maneio (NFM) ainda deviam ser subdivididas em: NFMEX - necessidades de exploração corrente (ciclo normal, a que corresponderia uma situação de estabilidade do funciona- mento da empresa); NFMFEX- necessidades de exploração ligada a decisões excep- cionais. No nosso caso, não iremos realizar esta distinção. Deste modo, a equação fundamental de tesouraria seria: Figura 8: Equação fundamental de tesouraria Fundo Necessidade Tesouraria = Fundo Maneio Maneio 1 r 1 A <itua~~o ck> ''º""'I~• Dcd<'<ll<'lo> O.,deciWb l("'\()tirariJ num <'<lt>IC'giCA< eo<rent!"lope<acl1n1I< cfctl'fminado rnomento A noção de fundo de maneio Capítulo IV Processo de fixação do nível de tesouraria necessário: Figura 9: Nível de tesouraria necessário Estratégia global Nivele n•tureu<.16 .letividade NFM por unidade volume negócio FM - - Nivel de gestão operacional Nível de distribuição Nível de endividamento Cpolllica financeira) Deste modo, o nível de tesouraria depende quer das decisões estratégi- cas associadas ao nível do risco (possibilidade de não cumprimento dos compromissos assumidos perante os fornecedores de capital, ligando-se à política financeira) quer do nível operacional que tem a ver com o tipo de ciclo de exploração (sector em que a empresa opera, prá.ticas de gestão do negócio, tecnologia empregue, volume de negócios e gestão global ao nível do ciclo de exploração). Tomando em consideração os diferentes níveis {gestão estratégica, operacional e financeira), pode-se construir o seguinte quadro adaptado (Neves, 2007, p. 168): Figura 1 O: Relação dos níveis de gestão e FM/NFM{TL Níveis de Gestão 1 M NíM Tesouraria Gestão de Topo Gestão Operacional Gestão Financeira Decisão de Coordenação Conselho e Execução Conselho e Execução Coordenação Decisão e Execução Conselho Coordenação Decisão e Execução Gestão Financeira - Análise de Fluxos Financeiros 65 6(, Capítulo IV A noção de fundo de maneio A gestão de lopo é responsável pela coordenação global da empresa. Tem a capacidade de decidir sobre os invest1men1os e o modo como irJo ser financiados. Deste modo, os níveis de gestão operacional e financeira têm como função o aconselhamento e o põr em execução o que foi previamente definido. Os responsáveis operacionais devem, relativamente aos projectos de investimentos, estudar o mercado e a tecnologia mais adequada. Aquando da implementação, serão os responsáveis pela boa execução dos planos de Investimento Por seu turno, os responsáveis financeiros devem elRborar análises económico-financeiras sobre a viabilidade e Interesse das decisões estratégicas dos investimentos propostos. Devem, Igualmente; e rela- tivamente ao financiamento, procurar as formas mais econômicas e colocá-las cm execução, quando aprovadas. As decisões que respeitam às necessidades de fundo de maneio s.\io da responsabilidade operacional (comerciais, produção, aprovisiona- mento, e1c .. ), se bem que a direcção financeira deva contribuir com análises, aconselhamento e controlo dessa polnica, tendo cm conla as repercussões que essas decisões possam ler na tesouraria. t natural que surjam conílitos entre as várias áreas, p. e., a área co- mercial, que pretende alargar o prazo de recebimento de cliente, pondo em causa a tesouraria, ou a aquisição de 1nven1ãrios a pronto pagamen10. Deste modo, o equilíbrio é o resultado da polilica estratégica (Fundo de Maneio) e da política de gestão operacional (NFM). CAPÍTULO V A problemática do equilíbrio financeiro --~~ ---- A problemática do equilíbrio financeiro Capítulo V A problemática do equilíbrio financeiro Podemos considerar que a noção do equilíbrio financeiro tem vindo a evoluir. A abordagem tradicional propõe o estudo do equi líbrio financeiro a partir da confrontação da temporalidade dos recursos e aplicações da empresa ou, o que é o mesmo, a partir da confrontação temporal da exigibilidade das responsabil idades da empresa com a liquidez dos respectivos activos. O fundo de maneio é o indicador usado para o efeito (Moreira, 98, p. 135). Concretizando, pode-se afirmar que para atingir o equi líbrio é sufi- ciente assegurar que os activos curtos são financiados por débitos a curto prazo e que aos activos longos deverão corresponder capitais permanentes. Pode-se enunciar a chamada regra do equilíbrio financeiro mínimo: os capitais utilizados por uma empresa para financiar uma imobili- zação, um inventário ou outro elemento do activo devem ficar à dis- posição da empresa durante um período de tempo que corresponda, pelo menos, ao da duração da imobi lização, do inventário ou outro elemento do activo. Um pequeno exemplo evidencia esta realidade: Se a empresa adquire um imobilizado com a perspectiva da sua per- manência por um período suficientemente longo (p. e., 7 anos) com recurso ao financiamento a curto prazo (p. e., 3 meses) e supondo que esse financiamento não seria renovado, estar-se-ia na contingência, findos os 3 meses, de não poder cumprir ou, para o fazer, ter de alienar o activo, incorrendo em perdas na respectiva venda e podendo, ainda, colocar em causa arespectiva viabilidade como unidade produtiva, caso esse activo fosse imprescindível à sua actividade (Moreira, 98, p. 138). A questão que se coloca é saber se esta regra do equilíbrio financeiro mínimo é sempre válida. Gestão Financeira - Análise de Fluxos Financeiros 69 70 C"apflulo V /\ problcmâtica do cquillbrio fin.1nc cim Por exemplo, ~á válido deduzir que uma condição uficienre de! cqu1hbrio con iste em garantir a igualdade entre cap1ta1!> circul.lntes e d b11os a curto prazo, por um lado, e entre valores imob1li1ad<X liquidas e capitais permanentes, por outro ladol A r<hposta n3o é linear, dado que podem n:to vcniicar ª" rcl.J~Õ<!'> •llrás descritas, pelos seguintes motivos: - O grau de transformação em liquidez dos ac11vo<, circ.ul.intes é, gerdlmcnte, inferior ao grau de exigibilidade dos d~b1tos .l curto pra7o. Regra geral, os débitos a curto pr.vo {e r~dlto e onrcdldo polos fornecedores) têm durações mais curtas que os PrillC>s de tr.1nsformação em liquidez por parte cJos llC,t,lvos rir<'ulnrllos, nomeudamente, os inventários. Parte das necessidades de financiamento do t"iclo ele cxplor.iç, o tem t"aráaer de pennanência (o processo dt! rl'novJç,10 continua confere-lhe um carader de permanêncí.i), impondo .l ulili7açJo de cap11a1s com as mesmas caraderíst1cas. A duraçJo do cido de exploraç.10 pode iníluenci.:ir o montante da necessidades de fundo de maneio Regra gcrJI, o sector comercial é menos elcigente do que o sector induqnal. NC'>le úhímo caso há que considerar. igualmente, o 1cmpo ncc \áno l fabriC.lÇão. A facilidade da mobilização dos elementos do actiYO Conht.'Ccr '-"determinados elementos têm restrições;, sua 1ranr;formaç:lo l'm liquidez é um aspecto essencial. O desenvolvimento da actividade. Uma fac;c cfo expan Jo podo tradu1ir-se em maiores necessidades de mv<'nt.\rios e numa concessão mais facilitadora de crédito a clientes. [, ílnnlmente, a empresa deve dispor de 11m.1 milrgom cfo scgttrnn- ça que lhe permita enfrentar os riscos de ruplur,1 lrwspor,1dos nos mcc.inismos do equillbrio. Um caso cone-reto ~ um µcr(cxlo de recessão que pode conduzir a um aumento 1nc~pcrado dos lnvcn- 1.\rlos, com a necessidade de recorrênciil a c-apil.iis pcrm.int•n1c A problem.Jtic".i do 1.:quillbriu f1n.inc ciro Capitulo V (vid!! o caso das empresas de conSlruç~ c1v1I, que podem, em derenninados momentos, ter d111eu~ de escoor os apartamen- lOS ou, se o fizerem, a um preço n111damcntc inferior). Deste modo, a emprba de"c dispor de rapt1a1c; permanentes em vo- lume adequado ao financiamento do~ val0<c imobiliza~ e de parte das necessidades permanente Assim, a abordagem funcional tem vindo a g.:inh.ir peso, dado que acrescenta ao aspecto temporal do~ .icliYos e pa ~•vos a consideração dos vãrios ciclos empresariais: de.lo de opctilÇÕ<'S de r<1pltal, ciclo de e,xploração e ciclo do operações de tcsourad,1. lem como ~rlncipals índicadores: a tesouraria l(qulda níorldd n pn1tlr d.is ncc.ess1dades de fundo de maneio e o fundo de maneio. Privilegia-se o estudo dos nuxos monetários parJ aferir da respectiva capacidade em gerar fundo) e do modo como o aplka, procura~do constatar a suficiência ou nJo dos fundos gcradoc; foce às necessida- des. Entre os indicadores us.ldcx t .. 1.io nomcJdam ntc. o cash-flow, o nuxo líquido de tesouraria, o autolin.1nci.lllicn10 e o meios libertos 1.-..weira, 98, p. 136l. Podemos concluir que uma empres<l t m equilibno financeiro se ti"er um fundo de maneio !llll1ciente (em d tcrmin.ldo casos, até pode ser negativo}, isto é, se a sua margl?m d ~urança tor sati fatória para garantir o ajustamento da cad ncia dt." tran>formaç o do~ act1vos em meios líquidos em contormidadc com o grau de exigibilidade dos passivos, tendo em con~ideraç~ a cobertura c:ventual dos riscos quer específicos (p. e., crédito) quer de ~reado (p e., taxa de juro) que possam afectar a empresa. Ri~oc; cujil d.tlJ de ocorr~nc1a ou quanti- ficação nem sempre é possível dctcrmln.ir com segurança. Concretamente, tem interesse conhN or q1JíliS e;, o O'l fontes o as aplica- ções de fundos e o tlmin[J cin que c:c trunsímmnrllo cm llciuldez. Gat41o financeira - AnAlisc de fluxos financeiros 7.!. C. p1tulo V 1\ problemática do <'<1uil1hrm financeiro Figura 11: Relação das categorias patrimoni is e fontes d financiamento 1 mprjh;llrno' a m~lo '"'"º 1 mJ1r6i1lmna • wr10 "'"'º Obnpc1nt11•• Cnr.., Se 20 ~ ~e 1nt11tu~O.'> linancer.os esp«l~l1ud.1• Cnire 1 e 5 anos Bancos e l11S111u1ço.. linanr~ir~• l!Sjl<'<.ll1ll1.1d.11 A1e 1 ano Cllanle$ e rorn~Cl'!lol CJ; EsradrJ (llsco) 1 mp1~11lmo• a muho Entre 1 dia" Bancos ~UflO ptAIO •lgut\S meses 1 unte. Loch.:itd, Jean, p. 91 l"'Nlmtftlt•tom 11mlc"'l!<ll""M1U. ª"""'''~lo! ln•1•,.lnw111n• ~m "~'" MP,·tllllo• C1Mlro~ tflv~rMJI r~1<1urn1l.1 ( 1fd1lO• tl1wor11 ''''"'""" Nc\les (2007, p. 176) propõe que os capitais perma~nte. .. de\lcriam finannar o activo fixo, bem como as nec~idade:<> pcnn.i~ntC) em fundo de IT\clneio. Por COlllrapaJlida de balanceamcn10, a nect"~idades t<.'mporclrias cm íundo de maneio deveriam ser financ1ad3s pelo ~ndi vidamcnto a curto prazo. esta situação, o cquil1lmo finJncclro pode .-.cr <Uing1do com tesouraria negativa (o que até 6 recomcndã\iell. Oc.;sa formti, é possível distinguir no activo económico .1phcac;Oê wmpor.írias e permanentes: l('mporárias, a serem financiadas por cndiv1dam('nto de curto pra10; permanentes, a serem fi nanciadas por CJpltals csrjvols cujJ pcrmanônd a seja significativa. A prc1hlcmütu a do cq11lllllrlu íln.tnl ctro C~p1tulo V figura 12: Balanço para anâlis do equilíbrio financeiro ~ ... ~.i..1111aJ.11 ... '"'ª i..n ... 11o .. i.·' """ Temporirio nwmio _, •• .llio1 ••••.ar,""' pl~N -~('rfttlitf110e ~' Cut1o pruo NFMT ECP Necessidades de fundo C..11J11.1I• \~IJvcl• de maneio pcrm~ncnlll e actlvo fixo Permanente Permanente NFMP + AF CE Gestão finanu•lra - Análi~ de 1 luxos rinanceiros CAPÍTULO VI A composição do balanço funcional A c.omposiç:Jo dt> h.llançu luncion.11 Capítulo VI A composição do balanço funcional O balanço funcional resulta de um.'.l vis.3<> di(Cfente do balanço pa- trimonial, colocando a ênfase ~ cicl<h financ~iro : investimento, exploração e tesoUrana, em que: Fundo Maneio (fM) • =Capitais permanentes (CP) · Actlvo 1 lxe> Liq. (Af) Necessidades íundo M<lnolo (NrM) • =Necessidades Cíclicas (NC) • Rc<.i trsos Cfcllcos (RC) Tesouraria Líquida (Tl) =Tesouraria Activa (lA) Tesouraria Passiva (TP) Figura 13: A estrutura do balanço funcional cido - babraçl8 OperaçOO. de tcsourarlil aplicações ou ..._ .... ,.....w.walir• ciclo origens °" ~ díc.pul ~-- 'l;JL> t...-OrW... Nota: cidode financiamento ciclo de opc:r.l~ÕC~ clC' c.ipltal t- c:lclo de operações de tesouraria. GeSlJo Fin nccira ""~lire d rluxoio financeiros 77 78 C:apltulu VI A composição do bc1l.mc.o f11n1 tonal Figura 14: Resumo do reagrupamento das rubricas do b lanço funcional CP IJÍ•flfln h1li1l.1olct lfwnco, ••• , 1 Aclivo fixo (AF): f Urldm P'(1pb k '*fliU -.111unc~-~ Ot~ "'~ ~ll'&lf>~ aóf ~bl'tt lfl'tnio~l!ol lluhm ,,1l1r11t.11111•11h• ll1""''" ""•frio 111• ,,.,,111111\1111 llmn1•r 1•1f111t•• ll111·~11l11111\~11) Afll>lm h.mcA•lot 1f. , '"'" Jllolltl~f ..... onfit cbc.l..-.10 1 D \ corr~ponder aos act.ivos com petmdnência prc\ i~a n.1 empr ~ -.upcrioc a um ª,no. Compreende o imobili1.tdo COlpôrt.10 e incorp6rco, ln\ieslt~ntos hna~iros, dividas de terct:lfO!> • m~d10 e longo prazo e iil< résc1mos e d1lenmentos a mais de um ano Igualmente d cm ser 1nclu1do~ 0) bens adquiridos em regime~ l<!iNng. A )lm, con~ideram-se: -
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